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Processo Nº 0003070-78.2016.4.03.6326
ELI PEREIRA AMADOR, já perfeitamente qualificado nos autos do processo supra, da AÇÃO PARA CONCESSÃO DE AUXÍLIO DOENÇA/
APOSENTADORIA POR INVALIDEZ, ajuizada em face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL (INSS), vem, respeitosamente, perante
esse juízo, por sua advogada adiante assinado, apresentar:
RECURSO INOMINADO
nos termos do artigo 41, da Lei 9.099/95, substanciado nas anexas razões, conquanto mister legal, seja o arrazoado em anexo processado e
remetido juntamente com o Recurso, para reexame pela Turma Recursal.
Importante ressaltar que deixa de recolher o preparo uma vez que é beneficiário da justiça gratuita
OAB/SP 343.001
Nº do Processo: 0003070-78.2016.4.03.6326
RAZÕES DO RECURSO
Em que pese o conhecimento jurídico do Juíz “a quo” no presente caso, este não agiu com o costumeiro acerto, necessitando a sentença
proferida ser reformada em sua íntegra, pois a matéria foi examinada em afronta as provas constantes dos autos e fundamentos jurídicos
aplicáveis, bem como ao entendimento uniformizado desta corte, como ficará demonstrado.
O presente recurso é próprio, tempestivo, as partes são legítimas e estão devidamente representadas, portanto, preenchido os pressupostos
de admissibilidade.
A Recorrente ingressou com a ação em face do Instituto, postulando pela concessão de Auxílio Doença/Aposentadoria por invalidez,
benefícios estes indeferidos pela autarquia em sede administrativa, mesmo tendo a autora apresentado laudo e solicitação de seu médico.
Em sentença, o Douto Juíz de primeira instancia julgou IMPROCEDENTE a ação por entender que o Autor, embora comprovadamente
portador da doença incapacitante, não faz jus ao beneficio, alegando pré existência da doença.
Por não concordar o autor com a sentença dos autos, recorre-se objetivando a reforma total da decisão.
II. DO MÉRITO
Tem se que o Recorrido obteve sua filiação junto ao Instituto, ostentando qualidade de segurado para requerer beneficios.
Em que pese ser portador da doença desde dos 17 anos de idade, ou seja, desde 1984, o recorrente conseguia ter uma vida normal para
uma pessoa com suas limitações, inclusive, trabalhando por muitos anos em várias empresas, desde 1988 até 2016, ano de seu ultimo
vinculo laboral, entretanto, acometido pelas doenças, objeto desta demanda, teve sua capacidade reduzida pelo agravamento das doenças.
A recorrida possui os requisitos necessários para a da aposentadoria por invalidez, qual seja:
A. Qualidade de segurado;
B. Cumprimento da carência;
C. Incapacidade para sua função
Veja que na prolação da sentença, não fora apreciado os dizeres do médico perito que comprovam a incapacidade total e permanente do
recorrente.
Em uma interpretação constitucional e sistemática, a doutrina e a jurisprudência também têm avaliado a incapacidade do segurado do ponto
de vista socioeconômico, haja vista as dificuldades encontradas na sua inserção no mercado de trabalho em decorrência da consideração de
fatores preponderantes para a sua aceitação, tais como idade, grau de instrução e falta de qualificação.
Outrossim, a avaliação da situação do segurado deve ser considerada em todos os seus aspectos, pois o dinamismo do panorama social
exige uma resposta adequada da lei, conforme dispõe a Lei de Introdução às Normas Brasileiras, em seu artigo 5º:
“Art.5º. Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum”.
Neste sentido:
“[...] A verificação da invalidez não se subsume à análise do laudo pericial, sendo, na realidade, fenômeno que
também deve ser vislumbrado à luz das condições socioeconômicas do segurado. Portanto, pode o laudo indicar
incapacidade total e parcial, fazendo crer que o segurado pode se habilitar a outra atividade. Neste caso,
constatado que o segurado, pelas suas condições socioeconômicas (ex. não tem instrução suficiente para a
realização de atividade intelectual e já se encontra em idade avançada para obter tal habilitação), não irá jamais
se recuperar para a realização da mesma atividade (ex. de natureza braçal), deve ser concedida a aposentadoria
por invalidez e não apenas o auxílio-doença”. – Dr. Marcus Orione Gonçalves Correia, juiz federal da 1ª Vara
Previdenciária de São Paulo – Capital.
Diante das informações expostas, do nível de escolaridade, as condições de miserabilidade, as condições físicas em que o autor se perfaz,
sua condição psíquica, financeira, dentre tantas outras, não permite uma vida digna para o AUTOR, senão, através do benefício. Destarte
ainda salientar, que frente ao seu estado, a mesma jamais conseguiria uma reinserção ao mercado de trabalho, e mesmo que por alguma
sorte conseguisse, jamais poderia se manter nesta vaga, frente a seu estado de saúde falho.
Diante destes fatos, e ratificada a doença através da pericia judicial realizada, solicita o deferimento do benefício do auxilio doença, pelo
argumentos já expostos.
Nestes termos, deve a presente sentença ser reformada, pelo todo exposto.
1-) A procedência do presente recurso para reformar a sentença “ a quo”, reconhecendo o direito ao benefício solicitado;
2-) A condenação da recorrida ao pagamento dos benefícios desde a data do requerimento administrativo, com correção monetária e juros,
tudo devidamente corrigidos até a data do devido pagamento;
3-) A condenação da recorrida ao pagamento de custas e honorários advocatícios, fixados em 20% sobre o valor total da condenação.
CONCLUSÃO
Diante dessas considerações, o Recorrente requer seja conhecido o presente recurso e, quando de seu julgamento, lhe seja dado INTEGRAL
PROVIMENTO para reforma da sentença ora atacada.
Fazendo isto, essa colenda Turma estará renovando seus propósitos de distribuir a tão almejada Justiça!
Termos em que,
Pede deferimento.
OAB/SP 343.001