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Quedas

A queda é definida como o deslocamento não intencional do corpo para um nível


inferior à posição inicial, sendo determinada por circunstâncias multifatoriais que
comprometem a estabilidade, ou seja, mecanismos envolvidos com a manutenção da
postura. É considerada uma importante causa de morbimortalidade na população idosa e
um dos principais problemas clínicos e de saúde pública devido à alta incidência, às
complicações e aos altos custos assistenciais
As suas complicações lideram as causas de mortes em pessoas acima de 65 anos
e promove deficiência física, psicológica e social, pois leva à dependência e à redução
das atividades diárias e da confiança, alterando o estilo de vida desses idosos.
Entre os idosos institucionalizados, pelo menos 50% têm mais risco de quedas e
25% sofrerão uma queda grave a cada ano. Estes índices podem ser justificados pelo fato
de nas instituições estarem os idosos mais frágeis e mais doentes, além do relato e
documentação mais cuidadosos de cada queda.
As quedas envolvem diversos fatores:

 Intrínsecos:
Para um bom desempenho do controle postural, é necessário a integração entre os
sistemas visual, vestibular, somatossensorial e musculoesquelético.
Em relação ao sistema visual, com a senescência há a tendência em diminuição da
acuidade visual, da visão periférica e lateral, bem como a percepção de contrastes e
profundidade.
O sistema vestibular assume particular importância, pois o aumento da idade é
diretamente proporcional à presença de múltiplos sintomas otoneurológicos associados,
tais como, vertigem e outras tonturas, desequilíbrio, perda auditiva, zumbido, entre
outros. Tais alterações no idoso resultam em maior vulnerabilidade no equilíbrio corporal,
podendo levar a quedas.
O sistema sensorial fornece o posicionamento dos segmentos corporais em relação
ao ambiente e a outros segmentos, enquanto o sistema motor ativa, correta e
adequadamente, os músculos para realização do movimento e o sistema nervoso central
conecta as informações advindas do sistema sensorial para enviar impulsos nervosos aos
músculos. Com a senescência, este sistema fica deficitário, podendo eliminar diversas
etapas do controle postural, diminuindo a capacidade compensatória do sistema, levando
a um aumento da instabilidade. Como o equilíbrio depende de inputs sensoriais múltiplos,
qualquer falha em um dos sistemas envolvidos pode causar desequilíbrio postural e,
consequentemente, quedas. Este, provavelmente, é um dos mecanismos responsáveis pelo
aumento da incidência de queda em idosos, podendo haver um declínio na capacidade de
detectar e controlar a oscilação para frente e para trás do corpo. Há também a hipótese de
que há um longo período de latência na resposta de músculos periféricos, interrupção das
respostas de organização temporal dos músculos posturais e coativação
agonista/antagonista de longa duração que podem afetar o equilíbrio corporal.
A hipotensão postural é um outro fator intrínseco que se destaca, pois a redução
da pressão arterial sistólica de 20mmHg após três minutos em ortostatismo apresenta
associação significativa com o risco de cair.

 Extrínsecos:
Referem-se a fármacos, que alteram o grau de atenção, respostas motoras e pressão
arterial do idoso, constituindo um fator de risco para a ocorrência de quedas. Também se
relaciona ao uso de drogas, a polifarmácia, ou seja, o uso de cinco ou mais medicamentos
ao mesmo tempo, que aumenta o risco de reações adversas contribuindo para a fragilidade
do idoso, limitando sua autonomia e sua a qualidade de vida.
Envolvem também, fatores ambientais como: iluminação inadequada e pisos
escorregadios.

O equilíbrio corporal é um processo complexo envolvendo recepção e integração


de estímulos sensoriais, o planejamento e a execução de movimentos para controlar o
centro de gravidade sobre a base de suporte, sendo realizado pelo sistema de controle
postural, que integra informações do sistema vestibular, dos receptores visuais e do
sistema somatossensorial.
A perda de equilíbrio nos idosos pode ser explicada pelo próprio processo de
senescência, que é caracterizada pelo declínio da função vestibular e sensorial, perda de
massa muscular e, consequentemente, da força de contração, redução da velocidade de
reação devido à diminuição da excitabilidade das células e aumento da rigidez articular
devido à perda de elasticidade do tecido conjuntivo. Principais consequências:

 Força:
A força se apresenta como um importante componente relacionado ao desempenho
motor, atividades de vida diárias e maior segurança em relação à quedas. Ademais,
indivíduos que tem desempenho insuficiente na força de membros inferiores apresentam,
aproximadamente, duas vezes mais chances de ter um episódio de queda quando
comparados com aqueles que tiveram desempenho satisfatório.
Pacientes fatigados também apresentam menor capacidade de equilíbrio em apoio
unipodal, pois a musculatura não suporta adequadamente o peso corporal do indivíduo.
Além desses fatores, o Índice de Massa Corporal (IMC) também pode comprometer o
equilíbrio corporal, já que a obesidade compromete a mobilidade e as funções físicas.

 Flexibilidade:
Outra variável associada com quedas é a flexibilidade, visto que em idosos ocorre
uma redução da elasticidade de tendões, ligamentos e cápsulas articulares.
A amplitude articular torna-se mais reduzida, com a idade, principalmente em quadris,
joelhos, tornozelos e coluna vertebral, tal perda de mobilidade, produz alterações no
padrão de marcha e dificuldades no desempenho de tarefas cotidianas, aumentando a
instabilidade. A mobilidade do tornozelo, por exemplo, influencia o equilíbrio, isto é,
quanto maior a movimentação do tornozelo maior a capacidade do indivíduo se manter
em equilíbrio.
O treinamento direcionado a esta capacidade pode acarretar em diminuição do risco
de quedas.

 Equilíbrio postural:
O equilíbrio postural atua continuamente durante as mudanças de situação, ou
seja, na situação de um indivíduo estático, o controle corporal atua de uma determinada
maneira e em situação dinâmica atua de outro modo. No equilíbrio estático, a base de
suporte se mantém fixa enquanto o centro de massa corporal se movimenta. Neste caso,
o senso de equilíbrio deve manter o centro de massa corpórea dentro da base de suporte.
Há uma relação entre o déficit de equilíbrio estático e o número de quedas sofridas, então,
quanto menor a capacidade de se manter em equilíbrio parado, maior a probabilidade de
sofrer uma queda. Em uma situação de equilíbrio dinâmico, tanto o centro de massa
quanto a base de suporte se movimentam e o centro de massa jamais se alinha à base de
suporte durante a fase de apoio unipodal do movimento.

 Limite de estabilidade:
Para obter um melhor equilíbrio, um indivíduo procura manter o seu centro de massa
corporal dentro dos seus limites de estabilidade, sendo determinada pela habilidade em
controlar a postura sem alterar a base de suporte.
O teste de alcance funcional anterior, contido na Escala de Berg, é simples e rápido
para auxiliar na detecção de alterações do equilíbrio corporal em idosos. O teste é uma
medida dinâmica dos limites de estabilidade durante o deslocamento do centro de
gravidade, dentro da base de sustentação. É considerado preditor de quedas recorrentes
em idosos.

 Demência:
A demência, diminui a velocidade de realização de tarefas, diminuindo a
capacidade de equilibrar-se durante uma tarefa de alta velocidade.

 Medo de cair:
O medo de cair tem recebido atenção em alguns estudos, sendo que o idoso com
histórico de queda tem maior probabilidade de referir este receio. Quanto maior a
preocupação em relação à queda, maior é a probabilidade de sua ocorrência, além disso,
idosos que apresentam maior medo de cair são aqueles com aptidão física reduzida,
sentindo-se menos seguras e possuindo maior receio. A força, o equilíbrio dinâmico e a
flexibilidade estão dentre as variáveis físicas associadas ao medo de cair.
O idoso que já caiu tende a restringir suas atividades da vida diária e profissionais,
o que acaba resultando em descondicionamento físico e consequente atrofia muscular.
Além disso, o medo de cair pode interferir no recrutamento muscular em atividades
dinâmicas que demandam equilíbrio.
Idosos que têm medo de cair ao realizar a deambulação adotam estratégias
diferentes para manter o equilíbrio, com menor cadência de passos, o que pode resultar
em aumento da fase de duplo apoio, e diminuem o tempo na fase de oscilação, para evitar
exposição a instabilidade postural mais evidenciada no apoio unipodal. Além da
diminuição do impulso, extensão de joelhos, alargamento da base de suporte, diminuição
do comprimento e altura do passo e, consequentemente, redução da velocidade –
estratégias empregadas para diminuir o risco de queda

Intervenções

Intervenções com exercícios podem reduzir o risco e a taxa de quedas, sendo que
em um estudo de revisão sistemática com 54 ensaios clínicos randomizados confirmou-
se que o exercício, como uma única intervenção, pode prevenir quedas.
Estudos defendem também a implementação de intervenções multifacetadas para
o trabalho de prevenção de quedas na população idosa, que trabalhem principalmente a
força de membros inferiores, sobretudo dos pés e tornozelos, o equilíbrio estático e
dinâmico, além de reforçar os programas de exercício físico que oferecem um desafio
maior ao equilíbrio, oferecidos com frequência, incluindo progressão da intensidade ao
longo do tempo e sem interrupção são mais eficazes na prevenção de quedas. A literatura
tem indicado estratégias para o melhor controle postural definidas como estratégias de
tornozelo, quadril e passada. Exercícios que incidem sobre a força e flexibilidade dos
músculos dos pés e tornozelos foram considerados como componentes importantes para
uma estratégia de prevenção de quedas bem-sucedida.

Avaliação

 Escala de Equilíbrio de Berg:


Tem uma pontuação máxima de 56, possuindo cada item uma escala ordinal de 5
alternativas que variam de 0 a 4 pontos. Contempla atividades como: alcançar, girar,
transferir- -se, permanecer em pé e levantar-se.
A escala de Berg foi adaptada para aplicação no Brasil, apresentando 14 itens com
escores de 0 a 4, sendo “zero” necessidade moderada ou máxima para realizar a atividade
e “quatro” a capacidade de realizar a tarefa sem auxílio. A pontuação difere quanto ao
tempo de realização da atividade e o auxílio na realização. O risco de quedas é definido
quando o escore encontra-se abaixo de 45 pontos (NETO, et al., 2017 - Quedas em idosos
institucionalizados: riscos, consequências e antecedentes).

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