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Sri aurobindo
Todo erro, como todo mal, nasce de uma divisão no indivisível. Porque deus
tem uma miríade de aspectos, a mente subdivide sua unidade; cria uma
violenta oposição e uma vaga tentativa de efetuar mútua exclusão na família
unida das Idéias e dos Poderes que, em movimentos convergentes, se ocupam
do universo. E então nosso pensamento erige um misterioso Destino ou um
igualmente misterioso livre arbítrio e insiste em que este ou o outro deve ser,
mas que os dois não devem coexistir. Isto é uma falsa e irreal disputa. Eu
tenho uma vontade que é plena mas não é verdade que ela é livre no sentido
de ser uma coisa à parte no mundo, determinando a si mesma e as suas ações
e frutos como se apenas ela existisse ou como se pudesse automoldar-se, a
não ser como crista e espuma visíveis de uma onda invisível. Mesmo a onda é
mais do que ela mesma; porque ela também tem atrás de si o poderoso
movimento de todo ilimitado oceano da Força e do Tempo. No entanto, não
existe um destino incalculável, nenhuma cega, cruel e inelutável necessidade
contra a qual as asas da alma têm que se lançar em vão qual uma ave
aprisionada por um monstruoso caçador numa semi-iluminada e fantástica
gaiola.
Por esta razão, exatamente, estou certo quando friso meu livre arbítrio. Se uma
Necessidade rege mesmo os deuses, é, no entanto, a minha vontade uma filha
da Necessidade, com um direito na casa de sua mãe; ou ela é mesmo uma
face da divina Necessidade que em muitas formas brinca com o mundo. Se
Kismê é a vontade de Deus, é, no entanto, esta vontade que é ativa em meu
presente momento, e não somente na hora de meu nascimento ou do
nascimento do mundo. Se minhas ações passadas determinam meu presente,
também minha ação imediata determina o momento que nascerá radicalmente
por um mecanismo ralentador para efeitos tardios numa vida bem distante. Se
a lei da Natureza e a hereditariedade e o ambiente são poderosos, eles, porém,
dependem do indivíduo para o uso, rumo ao qual se devem voltar.
O fruto de minhas ações pertence não a mim, mas a Deus e ao mundo; minha
ação pertence a Deus e a mim. Nisto eu tenho um direito. Ou, melhor, ela
pertence a Deus em mim; o direito é Seu, mas eu o usufruo. A Vontade que
trabalha em mim é o indivisível Todo que apenas parece separar-se de si em
meu corpo e personalidade, como o mar inteiro se lança numa costa particular
com um particular movimento das ondas. O Todo e Eu brincamos de esconde-
esconde um com o outro, num canto do infinito universo.
Mas como a coisa seria diferente se eu pudesse persuadir meu ego a quebrar
e emergir do molde, no qual se refugiou diante de seu divino Perseguidor! A
grande antinomia seria então desfeita e não simplesmente suavizada. Meu livre
arbítrio se tornaria vontade-de-Deus e o Destino tiraria sua máscara.
Consentindo em ser o mero escravo de Deus e conscientemente nada a não
ser instrumento Daquilo que não é preso por seus instrumentos, eu conheceria
uma liberdade que canta nas harpas do céu, mas que nenhuma fala do homem
pode enunciar; eu seria lavado e rolado nas ondas de puro poder e puro
êxtase, o imensurável e insondável êxtase de todo-ser e toda-vida e toda-força.
Eu veria o Destino iluminado fundindo-se na Vontade glorificada passando para
dentro de Deus