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Destino e Livre arbítrio

Sri aurobindo

Certamente possui uma alma prisioneira quem nunca sentiu as asas de um


Destino se sobrepor e chocar o mundo, nunca olhou além do círculo de
pessoas, coletividades e forças, nunca esteve consciente do quieto
pensamento ou do firme movimento de uma Presença nas coisas,
determinando sua marcha. Por outro lado, é um sinal de um defeito no
pensamento ou uma lacuna de coragem e clareza no temperamento ser
indefesamente vencido pelo destino ou por uma Presença escondida, e
reduzido a uma aquiescência desencorajada _ como se o Poder nas coisas
anulasse ou tornasse supérfluo e infértil o mesmo Poder em mim. Destino e
livre arbítrio nada são senão dois movimentos de uma única energia indivisível.
Minha vontade é o primeiro instrumento do meu Destino, Destino uma Vontade
que se manifesta no irresistível e subconsciente intento do mundo.

Todo erro, como todo mal, nasce de uma divisão no indivisível. Porque deus
tem uma miríade de aspectos, a mente subdivide sua unidade; cria uma
violenta oposição e uma vaga tentativa de efetuar mútua exclusão na família
unida das Idéias e dos Poderes que, em movimentos convergentes, se ocupam
do universo. E então nosso pensamento erige um misterioso Destino ou um
igualmente misterioso livre arbítrio e insiste em que este ou o outro deve ser,
mas que os dois não devem coexistir. Isto é uma falsa e irreal disputa. Eu
tenho uma vontade que é plena mas não é verdade que ela é livre no sentido
de ser uma coisa à parte no mundo, determinando a si mesma e as suas ações
e frutos como se apenas ela existisse ou como se pudesse automoldar-se, a
não ser como crista e espuma visíveis de uma onda invisível. Mesmo a onda é
mais do que ela mesma; porque ela também tem atrás de si o poderoso
movimento de todo ilimitado oceano da Força e do Tempo. No entanto, não
existe um destino incalculável, nenhuma cega, cruel e inelutável necessidade
contra a qual as asas da alma têm que se lançar em vão qual uma ave
aprisionada por um monstruoso caçador numa semi-iluminada e fantástica
gaiola.

Todos os tempos e todas as nações sentiram e jogaram com a idéia do


Destino. Os gregos foram perseguidos pelo pensamento de uma Necessidade
misteriosa e inefável presidindo sobre os divinos caprichos dos deuses. O
maometano submete-se calmo e inerte ao jugo do Kismê. O hindu fala de
Karma... quando sofre uma calamidade ou um fracasso ou quando quer se
omitir de perseverança e esforço masculino. E todas essas noções são
aparentadas _ na imprecisão geral elas continuam sua sombria existência e no
vago lusco-fusco, no qual gostam de deixar seu último significado. A ciência
atual introduziu uma predestinação, igualmente arbitrária e sem forma, de uma
Lei de Natureza e Hereditariedade, para contradizer a idéia da
responsabilidade numa alma que é livre e à qual são naturais o querer e o agir.
Onde não houver alma, não haverá liberdade. A natureza elabora sua lei
original no homem; nossos pais nossas mães com tudo o que carregavam em
si representam uma segunda predestinação vital e as gerações mortas se
impõem às vivas: a pressão do ambiente entra como um terceiro Destino para
nos tirar a pequena chance de liberdade que eventualmente conseguimos catar
neste infinito espiralar de forças... E então acreditamos mais uma vez numa
tremenda tessitura de nosso destino, agora pela dança regrada de imensos
Poderes materiais. São de novo os velhos deuses, mas despidos de
inteligência e de chance de simpatia humana, inexoráveis porque não
conscientes de si nem de nós.

É duvidoso se fé no Destino ou no livre arbítrio faz muita diferença para a ação


de um homem, mas certamente é de grande importância para seu
temperamento e seu ser interior; porque coloca sua marca no molde de sua
alma. O homem que faz da fé no Destino uma justificativa para aquiescência
encontraria algum outro pretexto se este estivesse faltando. Sua idéia é
somente um traje decorativo para seu temperamento característico; ela veste
sua indolência e aquiescência com uma vistosa roupa de luz ou a envolve com
um manto de dignidade. Mas quando a vontade deste mesmo homem se
apodera de um objeto ou de uma ação, nós não o vemos seguindo-a com
menos esforçada decisão ou, talvez, com menos impaciência ou obstinação
infantil que o mais livre devoto do livre arbítrio. Não são nossas idéias
intelectuais que regem nossa ação, mas nossa natureza e temperamento....

No entanto, um grande homem de ação frequentemente pegará a idéia do


Destino para divinizar para si mesmo a poderosa energia pela qual se sente
impelido no caminho de seus feitos que modificam o mundo. Ele é como uma
bala atirada de um titânico canhão situado num esconderijo longíquo, atrás
desta primeira linha de trincheiras que vemos lançada pela Vida no mundo
material; ou ele é como um planeta arremessado para fora das mãos da
Nastureza com seu estoque de primeva energia suficiente para seu tempo
dado, seu pre-traçado serviço à vida do mundo, sua órbita estabelecida em
volta de uma distante e soberana Luz. Ele expressa na idéia do Destino sua
viva e constante experiência da energia que o projetou aqui para baixo, seja
para quebrar como um Poder divino de Pensamento as coisas firmes e
assentadas do mundo ou para travar através das montanhas um caminho, pelo
qual novos rios de destino humano podem descer abundantemente....ele
precede; o ímpeto das águas divinas segue. Seu movimento decide seus
cursos; aqui o Indus deve fluir, lá o Ganges deve lentamente avançar, amarelo
e leonino, até o mar. Por isso achamos que os maiores homens de ação que o
mundo conheceu foram crédulos do Destino ou de uma Vontade divina. César,
Maomé, Napoleão... teve nosso passado trabalhadores mais colossais do que
estes? O superhomem acredita mais prontamente no Destino, sente-se mais
vitalmente consciente de deus que a medíocre mente humana.

Uma palava de Napoleão é prenhe da verdade real desta coisa. Interrogado


por que, já que falara continuamente de Destino, ele achava válido estar
sempre pensando e planejando, ele respondeu de maneira inteiramente certa:
“Porque é ainda o Destino que quer que eu planeje.” Esta é a verdade. Há uma
Vontade ou Força no mundo que determina o resultado de muitas ações como
parte do grande todo; há uma Vontade em mim que determina, escondida por
meu pensamento e escolha pessoais, o papel que eu devo assumir ao
determinar o todo. É isto de que minha mente se apodera e o que chama
minha vontade. Mas eu e meu são máscaras. É toda–existência que me dá
minha realidade; é Toda – Vontade e Todo-Conhecimento que, enquanto eu
calculo, trabalham em mim para seu próprio incalculável propósito.

Por esta razão, exatamente, estou certo quando friso meu livre arbítrio. Se uma
Necessidade rege mesmo os deuses, é, no entanto, a minha vontade uma filha
da Necessidade, com um direito na casa de sua mãe; ou ela é mesmo uma
face da divina Necessidade que em muitas formas brinca com o mundo. Se
Kismê é a vontade de Deus, é, no entanto, esta vontade que é ativa em meu
presente momento, e não somente na hora de meu nascimento ou do
nascimento do mundo. Se minhas ações passadas determinam meu presente,
também minha ação imediata determina o momento que nascerá radicalmente
por um mecanismo ralentador para efeitos tardios numa vida bem distante. Se
a lei da Natureza e a hereditariedade e o ambiente são poderosos, eles, porém,
dependem do indivíduo para o uso, rumo ao qual se devem voltar.

O fruto de minhas ações pertence não a mim, mas a Deus e ao mundo; minha
ação pertence a Deus e a mim. Nisto eu tenho um direito. Ou, melhor, ela
pertence a Deus em mim; o direito é Seu, mas eu o usufruo. A Vontade que
trabalha em mim é o indivisível Todo que apenas parece separar-se de si em
meu corpo e personalidade, como o mar inteiro se lança numa costa particular
com um particular movimento das ondas. O Todo e Eu brincamos de esconde-
esconde um com o outro, num canto do infinito universo.

Eu posso realizar minha parte completamente para fins contrários à Toda –


Vontade em mim. Isto acontece quando eu empresto meu poder de vontade
para ser servente da parte nervosa de minha mente que, ignorante e
apaixonada, adora seu próprio si, abertamente ou debaixo de muitas
camuflagens, como seu próprio Deus. Isto está em mim, esse egoísta, essa
fome que sente acima de si, na pesada mão do Destino, a opressão de um
tirano ou a resistência de um poder cego e não inteligente. Porque sempre
absorvido em suas próprias necessidades e ponto de vista. Ele ajuda o Todo
através dessa fricção e oposição que são tão essenciais ao mecanismo do
mundo. Por isso ele não entende o firme professor e Sua inflexivel e no entanto
amante compulsão nas coisas, e tem que progredir através de autovontade e
luta e sofrimento porque ele não consegue ainda aprender a prosseguir por
obediência. Mas eu posso também, através de uma intuição na minha
natureza, uma aspiração no meu coração e uma razão em minha mente,
colocar-me a serviço de um forte ideal, uma Força inteligente que serve a Deus
com ou sem conhecimento d’Ele. E então minha vontade é uma verdadeira
vontade; ela compartilha, ela dá sua quota, ela retorna a seu Mestre com seu
talento usado ou aumentado. E até uma certa medida ela é livre; porque uma
grande liberdade é esta, ser libertado do Animal e do escuro poder egoísta em
nós mesmos, livre para escolher o direito ou ser escolhido por ele.

Mas como a coisa seria diferente se eu pudesse persuadir meu ego a quebrar
e emergir do molde, no qual se refugiou diante de seu divino Perseguidor! A
grande antinomia seria então desfeita e não simplesmente suavizada. Meu livre
arbítrio se tornaria vontade-de-Deus e o Destino tiraria sua máscara.
Consentindo em ser o mero escravo de Deus e conscientemente nada a não
ser instrumento Daquilo que não é preso por seus instrumentos, eu conheceria
uma liberdade que canta nas harpas do céu, mas que nenhuma fala do homem
pode enunciar; eu seria lavado e rolado nas ondas de puro poder e puro
êxtase, o imensurável e insondável êxtase de todo-ser e toda-vida e toda-força.
Eu veria o Destino iluminado fundindo-se na Vontade glorificada passando para
dentro de Deus

Despertado do silêncio e do sono

Eu consenti por tua causa em ser.

Por teu intermédio ampliei meu arco mortal de vida...


Sri
Aurobindo

Da revista ANANDA nº 50 - 1981

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