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O documento discute a crise do Estado moderno e o surgimento de uma governança global, com a emergência de poderes públicos supranacionais e independentes que desafiam a soberania estatal. A autoridade dos Estados é cada vez mais compartilhada com organismos internacionais em resposta à globalização e interdependência econômica. Isso levou à formação de uma rede complexa de relações entre diferentes níveis de governo, sem uma hierarquia definida.
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Sumário elaborado com intuito de sintetizar a obra "Crise do Estado".
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Resumo "Crise do Estado" - Sabino Cassesse
O documento discute a crise do Estado moderno e o surgimento de uma governança global, com a emergência de poderes públicos supranacionais e independentes que desafiam a soberania estatal. A autoridade dos Estados é cada vez mais compartilhada com organismos internacionais em resposta à globalização e interdependência econômica. Isso levou à formação de uma rede complexa de relações entre diferentes níveis de governo, sem uma hierarquia definida.
O documento discute a crise do Estado moderno e o surgimento de uma governança global, com a emergência de poderes públicos supranacionais e independentes que desafiam a soberania estatal. A autoridade dos Estados é cada vez mais compartilhada com organismos internacionais em resposta à globalização e interdependência econômica. Isso levou à formação de uma rede complexa de relações entre diferentes níveis de governo, sem uma hierarquia definida.
i. Surgimento de organismos potentes internos (sindicatos e indústria) ii. Criação de poderes públicos internacionais instruídos pelos Estados iii. Inadequação dos serviços estatais em relação às expectativas do cidadãos b. Crise do Estado na contemporaneidade i. Cortesia positiva entre empresas transnacionais ii. Acordos internacionais e mercado global de redução de emissão de carbono: planejamento e controle global em que a regulamentação fica nas mãos dos próprios organismos internacionais e não dos Estados. c. Ordenamentos públicos globais i. Resposta à exigência de controlar a globalização: problemas ultrapassam os limites dos Estados ii. Ausência de uma tradição histórica iii. Inexistência de supremacia, ordem reticular iv. Caráter composto: integração de elementos jurídicos diversos (ordenamentos de diferentes países, normas supra estatais como as da ONU) v. Ordem funcional: organizado para atingir determinado fim de cunho econômico material II- Poderes independentes, Estados, relações Supra estatais a. Crise da unidade do Estado e do controle governamental i. Dificuldade em se delimitar o setor público não estatal e suas particularidades ii. Desafios em compreender em que medida funciona a subordinação a esta gestão internacional iii. Obstáculos em se determinar quem faz accontability dos organismos internacionais. b. Nas últimas décadas o poder do Estado foi a delegado a órgãos paralelos. É possível notar que uma parte do poder normativo se manteve com os parlamentos, mas outra, as autoridades independentes que atuam. O principal problema dessa nova realidade é a dificuldade existente em estabelecer uma subordinação dessas autoridades não estatais. i. Esses poderes independentes desafiam princípios mais reverenciados dos ordenamentos modernos como: 1. Princípio da unitariedade organizacional 2. Princípio da democraticidade 3. Princípio da tripartição dos poderes (autoridades independentes dispõem tanto de poderes normativos quanto administrativos e jurisdicionais) ii. Defeitos do sistema de autoridades independentes: 1. Fragmentação do executivo: falta de uniformidade 2. Ausência de coordenação 3. Muitas vezes as funções desempenhas são tão específicas que não podem ser delimitadas por um juiz já que eles não poderiam sugerir ações eficazes em matérias extremamente técnicas c. Cooperação internacional e supranacional i. Desterritorialização das atividades econômicas e assimetria entre economia e Estado ii. Formas dos poderes públicos em resolver tal desequilíbrio 1. Cooperação entre autoridades de diferentes nações, disposta por leis nacionais: colaboração, cooperação e troca de informações; 2. Cooperação disposta por acordos bilaterais que versam sobre tópicos específicos, estabelecendo homogeneidade no tratamento de determinadas matérias (ex: acordos entre os EUA e o Canadá referentes à concorrência); 3. Cessão de tarefas estatais a organismos supranacionais como a OMC, que trabalha sobre o projeto de redigir uma lei mundial sobre concorrência; 4. Organismos supranacionais que absorvem funções estatais, submetendo os organismos estatais às próprias decisões iii. Consequências da cooperação 1. Formação de uma rede muito densa de relacionamentos internacionais 2. Predominância da interdependência em lugar da subordinação III- Fim da soberania econômica do Estado a. Grandes modificações nas relações Estado e economia. i. O Estado passou de soberano a subordinado da Economia: antes os limites do Estado se tornavam os da Economia por porque o primeiro tinha um poder muito impositivo nos mercados em que entrava. ii. O Estado passou de pedagogo a regulador, buscando assim, satisfazer a supremacia do interesse público iii. Governo da economia passou a ser fragmentado: crescimento das autoridades independentes IV- Erosão do Estado: Um fato irreversível? a. Distinções entre o Estado contemporâneo e o burguês i. Estado não mais governado por burgueses, mas por todos ii. Estado passou a ser um dos poderes públicos existentes, não o único b. Recuo da soberania i. Força militar nacional perde relativamente a importância segurança passa a ser compreendida como tarefa supranacional (OTAN) ii. Tecnologia deixa de ser instrumento do Estado: imprensa, estradas, telecomunicações e outros nas mãos de particulares iii. Estado capturado por rede de poderes públicos supraestatais como Corte Penal Internacional, OMC, Tribunal sobre Direito ao Mar ampliação de produtores do direito na modalidade soft law. c. Mudanças internas i. Ao Estado é atribuída a imagem de gestor ineficiente, muitos passam a defender a diminuição da sua área de atuação por meio privatizações e externalizações de serviços públicos ii. Declínio de instituições típicas do Estado como empresas públicas e institutos de proteção social d. Reações do Estado i. Como visto até então, o autor expõe um panorama que mostra o declínio da força do Estado, no entanto isso não significa que a estrutura estatal tende a sucumbir, por outro lado, o Estado passou a redirecionar a suas atividades, como por exemplo identificando setores em que sua presença é necessária para desenvolver o setor econômico (tecnologia avançada e defesa) e outros em que apenas sua regulação essencial. V- Os Estados na rede internacional dos poderes públicos a. Perda da exclusividade do Estado no tocante ao ordenamento presente no território nacional, esse modelos começou a ser questionado a partir da consolidação de: i. Poderes públicos internacionais: nasceram como ordenamentos setoriais e passaram a ser um instrumento essencialmente pactual que tem tarefas próprias aos do Estado e que possuem representantes de Estados. ii. Poderes públicos internacionais: em princípio apresentam caráter econômico e é firmada entre Estados vizinhos. É possível abstrair algumas características desse poder a partir do estudos sobre a União Europeia, que apresenta 1. Tarefas próprias não exclusivas (competências concorrentes com os Estados); 2. Direito da União é um higher law sobre os direitos nacionais (busca de uma convergência recíproca); 3. Possui organismo guardião dos interesses comunitários, é um órgão disciplinar iii. Poderes públicos supranacionais e os Estados, cujas consequências são: 1. Estados condicionados por instituições superiores no exercício de sua soberania 2. Estados perdem exclusividade de funções: autolimitação 3. Órgãos estatais executando decisões provenientes de outros organismos b. Conclusão: nova ordem dos poderes públicos i. Ao longo dos séculos XV até o XIX os Estados foram progressivamente concentrando direitos, mas esse caminho se reverteu e nos dias hoje os direitos estão se dispersando; ii. Organização em rede ao invés da hierarquia tradicional; iii. Os poderes públicos se sobrepõem e se comunicam, mas não há uma ordem concisa de poderes. VI- A União Europeia como organização pública composta a. Ordenamentos estatais gerais e sua crise i. Tradicionalmente se associou ao ordenamento estatal, o monopólio do emprego legítimo da força que era exercido através de uma estrutura piramidal de comandos ii. Existência de um direito único aplicado uniformemente iii. O apogeu desse sistema veio com os nacionalismos do entreguerras, e após esse período começou a declinar iv. Declínio interno: fragmentações em organismos nacionais e regiões v. Declínio externo: Estados seguem sua soberania a organizações internacionais gerais e especializadas b. Organizações compostas se desenvolveram do bilateralismo ao multilateralismo até finalmente atingir o regionalismo, atualmente é possível classificar em seis os tipos de regionalismos: i. Associações de Estados (fórum de cooperação) ii. Acordos de preferência não recíprocos (concessões unilaterais de vantagens) iii. Zonas de livre comércio (reciprocidade de redução de barreiras aduaneiras) iv. União aduaneira: além de ser uma zona de livre comércio, adicionalmente apresentam tarifa externa comum v. Mercado Comum: inclui na união aduaneira fatores de produção como pessoas e capitais vi. União: adicionalmente integração de políticas econômicas e monetárias c. União Europeia como organização composta: morfologia e implicações i. UE detém poderes em um nível superior aos próprios Estados