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ISBN — 0-87083-161-5
1ª Edição — Janeiro/1988
2ª Edição Revisada-Agosto/1992
Impresso no Brasil
pela Copiadora Árvore da Vida
ESTUDO-VIDA DE APOCALIPSE
MENSAGEM 1
UM PREFÁCIO
Pela misericórdia do Senhor, neste estudo-vida
chegamos ao último livro da Bíblia, o livro de
Apocalipse. Devido ao sutil. inimigo de Deus, o livro
de Apocalipse tem ficado fechado e poucos cristãos o
compreendem. Dificilmente alguém vê algo de vida,
da economia de Deus e do testemunho de Jesus neste
livro. Assim, tivemos encargo da parte do Senhor de
termos um estudo-vida deste livro.
Apocalipse é um livro de profecia (1:3; 22:7), pois
a revelação que ele contém está em caráter de
profecia. A maioria das visões referem-se a coisas por
vir. Mesmo as sete epístolas às sete igrejas nos
capítulos dois e três, no sentido de sinais, são
profecias a respeito da igreja na terra até a volta do
Senhor. Embora este seja um livro de profecia, não o
é meramente em palavras, mas em visões reveladas
àquele que vê. Aos olhos de Deus, todas as coisas
profetizadas neste livro já aconteceram e todas foram
mostradas àquele que vê, visão após visão.
No livro de Apocalipse, a maioria dos verbos e
predicados não estão no tempo futuro, mas no
passado, indicando que os eventos relatados neste
livro já ocorreram. Rigorosamente falando,
Apocalipse não é apenas uma profecia, mas também
uma revelação das coisas que já aconteceram.
Enquanto elas, aos nossos olhos, podem não parecer
ter ocorrido, aos olhos de Deus já ocorreram. Aos
olhos de Deus, tudo o que é relatado neste livro
ocorreu há aproximadamente dois mil anos. Todos
nós precisamos crer nisso. Os cristãos, na sua
maioria, consideram Apocalipse um livro de.
predições e têm curiosidade' em compreendê-las.
Muitos deles lêem este livro apenas por causa de sua
curiosidade, mas precisamos dizer ao Senhor: “6
Senhor, salva-nos disto. Não queremos conhecer este
livro por curiosidade”. Digo categoricamente, uma
vez mais, que Apocalipse não é meramente um livro
de profecia, mas um relato de coisas que já
ocorreram.
Em Apocalipse, duas coisas principais já
aconteceram. A primeira é que o testemunho de Jesus
foi cumprido pela eternidade. Você não viu a Nova
Jerusalém? O apóstolo João viu-a há quase dois mil
anos. Você crê que está na Nova Jerusalém? Se
parecemos loucos por dizer isso, somos loucos
segundo a Bíblia. A Nova Jerusalém, a consumação
final e máxima da obra de Deus através dos séculos,
foi completamente edificada e nós estamos nela! De
acordo com os dois últimos capítulos de Apocalipse, a
edificação da Nova Jerusalém foi cumprida. Esse
primeiro item é do lado positivo.
Do lado negativo, a segunda coisa principal
também já aconteceu — Satanás, o inimigo de Deus,
foi tratado. Aos olhos de Deus e até mesmo aos olhos
de nosso irmão João, Satanás foi lançado para dentro
do lago de fogo (20:10). Satanás, a serpente, está no
lago de fogo e nós estamos na Nova Jerusalém. Você
viu isso? Se virmos que Satanás está no lago de fogo,
não suplicaremos a Deus para tratar com ele. Pelo
contrário, louvá-Lo-emos porque o inimigo já foi
tratado. Sempre que Satanás nos perturbar, devemos
dizer-lhe: “Satanás, você está no lugar errado. Você
não devia estar aqui. Você pertence ao lago de fogo.
Volte para lá e não venha mais para cá”. Você alguma
vez já fez isso? Todos devemos fazê-lo.
A Bíblia é sempre consistente, inclusive quanto à
questão de Satanás, o inimigo de Deus. Em Gênesis 3,
Satanás veio até a humanidade de uma maneira
muito sutil, na forma de uma serpente. Em
Apocalipse, Satanás é deliberadamente chamado “a
velha serpente” (12:9; 20:2). No livro de Gênesis, a
serpente não era tão velha, mas no livro de
Apocalipse ela envelheceu; no mínimo está com seis
mil anos. Com uma intenção definida, o livro de
Apocalipse propositadamente chama-a de “a velha
serpente”. Na época do livro de Apocalipse,
entretanto, Satanás não é apenas “a velha serpente”,
mas também tornou-se um dragão (12:9; 20:2). De
acordo com Apocalipse, esse dragão primeiramente é
expulso do céu para a terra (12:7-9). Então, após três
anos e meio, ele é amarrado e lançado dentro do
abismo (20:1-3). Em Apocalipse 20, vemos que, por
ser ainda de alguma forma útil nas mãos de Deus, o
Senhor libertará Satanás do abismo no fim dos mil
anos (20:7). Após sua libertação, Satanás tentará ao
máximo prejudicar a humanidade: “E sairá a enganar
as nações que estão sobre os quatro cantos da terra,
Gogue e Magogue, cujo número é como a areia do
mar, para as ajuntar em batalha” (20:8 — VRC). Mas,
logo em seguida, conforme 20:10, o diabo será
lançado dentro do lago de fogo, que é o seu destino e
destinação. O livro de Apocalipse tem ficado fechado
porque expõe Satanás, desvendando a sua sorte e
destinação, Mas agora, no fim dos tempos, cremos
que o Senhor abrirá este livro e nosso coração,
espírito e olhos para podermos ver claramente que o
inimigo de Deus está agora no lago de fogo. Aleluia!
Satanás, a velha serpente, está no lago de fogo e nós
estamos na Nova Jerusalém!
A Nova Jerusalém é o testemunho de Jesus. A
igreja de hoje também é o testemunho de Jesus. Hoje,
nós, nas igrejas, somos o testemunho de Jesus. Todos
precisamos ver isso ao máximo, esquecendo de nós
mesmos, de nossas fraquezas, de nossos pecados
habituais e até mesmo do fato de estarmos na terra.
Quando alguém lhe pergunta onde está, você deve
responder: “Estou na Nova Jerusalém”. Na Nova
Jerusalém não há insetos, rãs, escorpiões ou
serpentes. Além do mais, nessa cidade não há pecado,
morte ou mundo. Não há nada, exceto Cristo e o povo
redimido e transformado de Deus. Se virmos isso,
louvaremos o Senhor e gritaremos: “Aleluia!”
Apocalipse 1:1 diz: “Revelação de Jesus Cristo,
que Deus lhe deu para mostrar aos seus servos as
coisas que em breve devem acontecer, e que ele,
enviando por intermédio do seu anjo, notificou ao seu
servo João.” A revelação deste livro é composta
principalmente de sinais, isto é, símbolos com
significado espiritual, tais como os sete candelabros
simbolizando as igrejas e as sete estrelas
simbolizando os mensageiros [anjos] das igrejas
(1:20). Até mesmo a Nova Jerusalém é um sinal,
representando a consumação final e máxima da
economia de Deus (caps. 21-22). Este livro, então, é
um livro de símbolos, através dos quais a revelação
torna-se-nos conhecida. O Evangelho de João é um
livro de sinais significando como Cristo veio para ser
nossa vida a fim de produzir a igreja, a Sua noiva. O
Apocalipse de João também é um livro de sinais
mostrando como Cristo está agora cuidando da igreja,
e como Ele está vindo para julgar e possuir a terra, e
introduzir a igreja, Sua Noiva, na economia plena de
Deus.
I. UM LIVRO DE CONCLUSÃO
Apocalipse é um livro de conclusão. Se o livro de
Apocalipse fosse eliminado da Bíblia, haveria uma
grande lacuna, pois haveria um começo, mas nenhum
fim. Embora haja o começo no livro de Gênesis, sem o
livro de Apocalipse não há conclusão ou consumação.
Após ter um bom início e passar por tantos trabalhos,
há a necessidade de Deus ter uma consumação. Sem o
Apocalipse não há conclusão da economia de Deus.
Deus é grande, Ele é um Deus de propósito. Para o
cumprimento do Seu propósito, a Sua economia
precisa ser cumprida. Muitos estudiosos da Bíblia
têm negligenciado a questão da economia de Deus. Se
não tivéssemos Apocalipse, não poderíamos ver a
consumação da economia de Deus. De fato,
acharíamos até mesmo difícil perceber o que é a
economia de Deus, pois não veríamos o resultado, o
desfecho da Sua economia. Mas, nesse livro, a
revelação da economia de Deus fica muito clara
porque ele contém a sua conclusão.
Sem Apocalipse também não teríamos qualquer
conclusão para a redenção de Cristo. Cristo veio em
carne e morreu na cruz para realizar a redenção.
Contudo, que a redenção realiza? Dizer que a
redenção de Cristo apenas salva os pecadores e
leva-os para o céu é uma conclusão muito pobre. Esse
tipo de conclusão não é tão significativa. Em
Apocalipse, entretanto, vemos que Cristo nos
redimiu, comprando-nos com o Seu sangue, para
fazer de nós um reino e sacerdotes. Assim, este livro
desvenda a conclusão da redenção de Cristo.
Apocalipse 1:6 diz que Cristo “nos constituiu
reino, sacerdotes para o seu Deus e Pai”. Os crentes
redimidos pelo sangue de Cristo não somente
nasceram de Deus para o Seu reino (Jo 3:5), mas
também foram feitos reino para a economia de Deus,
que é a igreja (Mt 16:18-19). João, o escritor desse
livro, estava nesse reino (1:9) e todos os crentes
redimidos e renascidos são parte desse reino (Rm
14:17).
Um dos principais aspectos desse livro é que
Deus está restaurando o Seu direito sobre a terra,
para fazer dela o Seu reino (11:15). Quando Cristo
veio, Ele introduziu o reino de Deus Consigo (Lc
17:21; Mt 12:28). Esse reino foi aumentado até à
igreja (Mt 16:18-19), a qual introduzirá a consumação
do reino de Deus a toda a terra. Por um lado, o reino
de Deus hoje está na igreja, mas por outro, está vindo
por meio dos crentes vencedores (12:10). Então Cristo
e os crentes vencedores reinarão sobre todas as
nações no reino milenar (2:26-27; 12:5; 20:4, 6).
A redenção por meio do sangue de Cristo não
apenas nos fez reino para Deus, mas também
sacerdotes para Ele (1Pe 2:5). O reino é para o
domínio de Deus, ao passo que os sacerdotes, sendo
aqueles que expressam a Sua imagem, são para a Sua
expressão. Esse é o sacerdócio régio, real, (1Pe 2:9)
para o cumprimento do propósito original de Deus
em criar o homem (Gn 1:26-28). Esse sacerdócio real
está sendo exercitado hoje na vida da igreja (5:10).
Ele será praticado intensivamente no reino milenar
(20:6), e se consumará, de maneira final e máxima,
na Nova Jerusalém (22:3, 5).
O livro de Apocalipse também apresenta uma
consumação maravilhosa da igreja. Nesse livro vemos
a economia de Deus, a redenção de Cristo e o
testemunho da igreja. Sem Apocalipse, poderíamos
ler as epístolas repetidas vezes sem perceber que a
igreja é o testemunho de Cristo. Em qual das epístolas
vemos as igrejas resplandecendo como candelabros
na noite escura? Somente no livro de Apocalipse
podemos ver isso. Em Apocalipse, ás igrejas
primeiramente são os candelabros resplandecendo.
Por fim, na eternidade, a igreja será a Nova
Jerusalém, uma montanha de ouro. Essa é a
maravilhosa consumação da igreja. A situação atual é
uma mentira e não devemos crer nela. Não diga
meramente; “Quão maligna é a Igreja Católica e quão
miseráveis são as igrejas protestantes”. Precisamos
olhar para o outro lado, o lado eterno, onde vemos a
Nova Jerusalém. Mesmo hoje, durante a noite escura,
temos os candelabros resplandecendo.
Junto com a economia de Deus, a redenção de
Cristo e o testemunho da igreja, Apocalipse também
desvenda o destino do inimigo. Se não tivéssemos o
livro de Apocalipse, não saberíamos qual é o destino
de Satanás e ninguém seria capaz de compreender
por que Deus tem tolerado e ainda está tolerando o
Satanás sutil, maligno e sujo. Entretanto, se
penetrarmos neste livro e virmos a conclusão do
relato sobre Satanás, ficaremos felizes e riremos da
serpente. Portanto, em Apocalipse temos a conclusão
de quatro itens principais: a economia de Deus, a
redenção de Cristo, o testemunho da igreja e o
destino de Satanás.
II. O CONTEÚDO
Agora chegamos ao conteúdo de Apocalipse. Não
pense que rãs, escorpiões, gafanhotos, chifres,
serpentes e cavalos são o conteúdo deste livro. Até
mesmo não devemos dizer que os sete selos, as sete
trombetas e as sete taças são em si mesmos o
conteúdo deste livro. Não, este livro não tem seu
maior interesse nessas coisas. Apocalipse, em
primeiro lugar, é um livro de Cristo; em segundo, um
livro da igreja; e em terceiro, um livro da economia de
Deus.
1. Os Sete Selos
Na administração de Deus, o primeiro grupo de
itens são os sete selos. Um selo indica que alguma
coisa está fechada, escondida e não aberta ao público.
Os primeiros quatro selos abrangem a história do
mundo, deste a ascensão de Cristo até o final desta
era (6:1-8). Essa história e abordada brevemente,
ainda que de modo completo, nesses quatro selos.
Com a abertura desses selos, vemos quatro cavalos
cada um deles com um cavaleiro. O cavaleiro do
primeiro cavalo é a pregação do evangelho, o do
segundo e a guerra, o do terceiro é a fome e o do
quarto é a morte. Assim, nesses quatro primeiros
selos temos o evangelho, a guerra, a fome e a morte.
Se você conhece a história do mundo, perceberá que
tem Sido exatamente essa a situação durante os vinte
séculos passados. Desde a ascensão de Cristo, o
evangelho tem sido pregado. Por todos os séculos,
junto com a pregação do evangelho, tem havido
guerra. Desde que o Império Romano enviou seus
exércitos para destruir a cidade de Jerusalém em 70
a.D. , a guerra tem sido intensificada século após
século. No início deste século houve a Primeira
Guerra Mundial e, depois dela, uma guerra
grandemente intensificada — a Segunda Guerra
Mundial. A guerra sempre causa a fome a fome
introduz a morte. Esses quatro cavalos são o
conteúdo dos quatro primeiros selos.
O quinto selo abrange o clamor dos santos
martirizados (6:9-11). Isso ocorrerá próximo do final
desta era e perto do começo da grande tribulação:
Devido à pregação do evangelho através dos séculos,
muitos santos foram martirizados. Perto do fim desta
era, esses santos martirizados clamarão a Deus por
vingança.
O sexto selo, que ocorre bem próximo ao tempo
da grande tribulação, abrange o tremor da terra e do
céu (6:1217). A abertura do sexto selo, haverá um
grande terremoto (6:12), que será uma advertência
aos habitantes da terra. Algumas pessoas malignas
dizem: “Quem é Deus? Nós somos Deus!” Embora
possam dizer que são Deus, quando o verdadeiro
Deus vier para sacudir suas habitações, então saberão
quem é Deus. Tenho encontrado algumas pessoas que
argumentam comigo, dizendo: “Sr. Lee, o senhor
prega sobre Deus. Não sabe que nós somos Deus?”
Respondo: “Veremos quem é Deus. Embora Deus
tenha certa dose de tolerância, Sua tolerância é
limitada. Um dia você a esgotará e Seu dedo mínimo
sacudirá a terra. Então você conhecerá quem é Deus”.
Antes de começar a grande tribulação, Deus enviará
uma advertência a todos os habitantes da terra,
lembrando-os de que há um Deus. Na época do sexto
selo, Deus não apenas sacudirá a terra, mas também
os céus. Apocalipse 6:12 e 13 dizem: “Vi quando o
Cordeiro abriu o sexto selo, e sobreveio grande
terremoto. O sol se tornou negro como saco de crina,
a lua toda como sangue, as estrelas do céu caíram
pela terra, como a figueira quando abalada por vento
forte deixa cair os seus figos verdes”. Naquela época,
a terra não mais será um lugar agradável para os
homens malignos viverem jactanciosamente.
O selo mais difícil de compreender é o sétimo. O
sétimo selo, que perdurará pela eternidade, consiste
em sete trombetas. Não confunda os selos com as
trombetas. Os selos são secretos, mas as trombetas
são públicas. Quando sela alguma coisa, você a torna
secreta e privada, mas quando faz soar uma trombeta,
você torna algo público.
3. As Sete Taças
As sete taças, uma parte do conteúdo negativo da
sétima trombeta como a última das pragas da ira de
Deus sobre os homens será o término da grande
tribulação (15:1, 6-8; 16:1-21). As sete taças, como os
sete selos e as sete trombetas, são compostas de um
grupo das primeiras quatro e depois da quinta, sexta
e sétima. Esse arranjo e significativo. Certamente o
escritor do livro de Apocalipse deve ser Deus. Quem
mais teria a sabedoria exigida para escrevê-lo? Se este
livro foi escrito segundo a imaginação de João, então
João devia ser Deus. O livro de Apocalipse
certamente foi composto de uma maneira
maravilhosa.
III. AS SEÇÕES
O livro de Apocalipse tem cinco seções: a
introdução (1:. 1-8), as coisas vistas (1:9-20), as coisas
atuais (2:1-3:22), as coisas por vir (4:1-22:5) e a
conclusão (22:6-21). Na introdução temos a revelação
de Cristo e o testemunho de Jesus. Embora
Apocalipse inclua a economia de Deus ela não e o
ponto crucial deste livro. Os dois itens cruciais, que
são o ponto central de Apocalipse, são Cristo e a
igreja, isto é, a revelação de Cristo e o testemunho de
Jesus. Após essa introdução, temos as coisas vistas os
sete candelabros e o Filho do homem com as sete
estrelas. Depois, nos capítulos dois e três, temos as
coisas atuais — as sete igrejas locais. A seção seguinte,
que aborda as coisas por vir, tem duas partes. A
primeira (4:1-11:19) consiste em uma visão geral das
coisas por vir, deste a ascensão de Cristo até a
eternidade futura. Na segunda parte (12:1-22:5),
encontramos os detalhes das coisas importantes
abordadas na primeira parte. Essas duas partes
parecem-se com Gênesis capítulos um e dois. Em
Gênesis 1 temos um relato geral da criação de Deus;
em Gênesis 2 temos os detalhes da criação do homem
por Deus. No mesmo princípio, em 4:1 até 11:9, temos
uma visão geral das coisas por vir; em 12:1 até 22:5,
os detalhes das coisas importantes por vir. Não
considere os últimos onze capítulos como uma
continuação dos primeiros onze, pois a visão geral
das coisas por vir conclui-se no final do capítulo onze.
Após todos os detalhes das coisas por vir,
desvendados na segunda parte dessa seção, temos em
22:6-21 a conclusão do livro de Apocalipse.
ESTUDO-VIDA DE APOCALIPSE
MENSAGEM 2
A REVELAÇÃO ÚNICA, FINAL E MÁXIMA DE CRISTO
Nesta mensagem chegamos à revelação de Cristo.
Ao lermos o livro de Apocalipse, poucos cristãos
prestam plena atenção à revelação de Cristo nele
contida. Este termo “a revelação de Jesus Cristo” é
encontrado em 1:1 e os estudiosos da Bíblia têm tido
opiniões diferentes sobre a sua interpretação. Alguns
dizem que este termo significa que o livro de
Apocalipse é um livro dado por Cristo como uma
revelação. Esta interpretação, que torna a revelação
de Cristo muito objetiva, não é precisa. Se lermos
todo o livro de Apocalipse, veremos que este termo
indica que Apocalipse 1 é o desvendar do próprio
Cristo. É uma figura, um retrato de Cristo, não
meramente uma revelação dada por Cristo.
Precisamos ver que Cristo é o centro, o âmago e a
figura predominante de todo o livro. Assim,
precisamos tomar o termo “a revelação de Jesus
Cristo” de uma maneira subjetiva. Não é
simplesmente uma revelação dada por Cristo, mas
uma revelação que desvenda Cristo para nós.
Cristo é revelado nas profecias, nos tipos e nas
palavras claras do Velho Testamento. Em certo
sentido, não precisamos do Novo Testamento, pois se
lermos o Velho, prestando cuidadosa atenção às
profecias, tipos e palavras claras referentes a Cristo,
teremos uma revelação Dele. Por meio dessas
revelações, podemos visualizar que tipo de Cristo é
1
Apocalipse é uma palavra de origem grega, que significa revelação. (N. do R.)
Jesus Cristo. No entanto, por mais perfeitas que
sejam as revelações de Cristo no Velho Testamento,
elas não são completas. Precisamos, portanto, ir ao
Novo Testamento, o qual é inteiramente uma
revelação de Cristo. Se meramente lermos os
Evangelhos, Atos e as Epístolas, veremos muitos
aspectos de Cristo, mas não veremos os aspectos
abordados no livro de Apocalipse. Nesta mensagem
precisamos ver os aspectos únicos e peculiares da
revelação de Cristo contidos neste livro.
A. O Cordeiro-Leão
Em Sua ascensão, Cristo é o Cordeiro-Leão
(5:5-6). No Evangelho de João, João Batista declarou:
“Eis o Cordeiro de Deus” (Jo 1:29). Mas, na cena nos
céus, após a ascensão de Cristo, Ele é revelado
principalmente como o Leão, não como o Cordeiro.
Enquanto João chorava, porque “ninguém foi achado
digno de abrir o livro” (5:4), um dos anciãos
disse-lhe: “Não chores: eis que o Leão da tribo de
Judá, a Raiz de Davi, venceu para abrir o livro e os
seus sete selos” (5:5). Antes da crucificação, João
podia ter motivo para chorar, contudo, foi tolice ele
chorar após a ascensão. Você hoje está chorando? Se
ainda estiver, isso significa que não teve a visão do
Cristo ascendido em Apocalipse 5. Você precisa
contemplar o Leão da tribo de Judá. Gênesis 49:8 e 9
profetizam a respeito de Cristo como o Leão de Judá e
somente em Apocalipse é-nos dito que Cristo é o Leão
da tribo de Judá. O Leão da tribo de Judá, a Raiz de
Davi, venceu e é digno de abrir os selos da economia
de Deus. Após João ouvir essa declaração de um dos
anciãos, ele viu “no meio do trono e dos quatro seres
viventes e entre os anciãos, de pé, um Cordeiro, como
tinha sido morto” (5:6). Ele viu o Leão como o
Cordeiro. Cristo é o Leão ou o Cordeiro? Ele é ambos.
Assim, podemos chamá-Lo de Cordeiro-Leão.
Por que Cristo é tanto o Leão como o Cordeiro?
Porque temos dois problemas principais — o pecado e
Satanás. A maioria dos cristãos apenas se importa
com o problema do pecado e se esquece do problema
de Satanás. Não pense que seu marido seja tão difícil;
não o acuse, mas a Satanás que está atrás dele. Da
mesma forma, toda esposa é boa. As coisas ruins que
surgem de nossa esposa, na verdade, não resultam
dela, mas de Satanás que está atrás dela. O cordeiro
contrapõe-se ao pecado e resolve o problema do
pecado; o Leão trata com Satanás. Como o Cordeiro,
Cristo cumpriu a redenção, tendo nos lavado dos
nossos pecados. Como o Leão, Ele tratou com
Satanás. Ele é adequado para ir ao encontro de nossas
necessidades e resolver os nossos problemas. Agora o
pecado acabou, Satanás foi eliminado e fomos
redimidos e resgatados da mão usurpadora do
inimigo.
A. Entre as Igrejas
Primeiramente, Cristo está administrando o
propósito de Deus entre as igrejas, exercendo um
cuidado sacerdotal pelas igrejas (1:11-18). No capítulo
um, Cristo é revelado como o Filho do homem vestido
numa veste de Sumo Sacerdote. Hoje, na
administração de Deus, Cristo exerce Seu cuidado
sacerdotal entre as igrejas. Entre as igrejas Ele está
vestido com uma veste sacerdotal. Além do mais, Ele
está “cingido á altura do peito com uma cinta de
ouro” (1:13). É interessante notar que Ele não está
cingido nos lombos, mas no peito. Isso indica que
toda a Sua obra foi cumprida e que agora Ele está
exercendo um cuidado amoroso para com as Suas
amadas igrejas. Hoje, Cristo não trabalha mais, mas
cuida de nós. Ele inclusive repreende-nos e
castiga-nos em amor. Hoje, Ele é o Sacerdote amável
que cuida das Suas igrejas.
B. Nos Céus
Apocalipse nos mostra claramente que, por um
lado, Cristo está entre as igrejas e que, por outro, está
nos céus, levando a cabo a economia de Deus. A prova
mais forte disso está em 5:7, que, falando do fato de
Cristo receber o rolo, diz: “Veio, pois, e tomou o livro
da mão direita daquele que estava sentado no trono”.
O rolo da economia de Deus foi colocado nas mãos de
Cristo; Ele agora tem a economia de Deus e a leva a
cabo. Não vemos essa revelação em nenhum outro
livro do Novo Testamento. Enquanto Cristo está nos
céus levando a cabo a economia de Deus, que está
relacionada principalmente com o julgamento da
terra por Deus, Ele cuida do Seu povo (7:1-3; 8:3-5).
Isso está plenamente revelado nos capítulos sete e
oito. Deus tem dois povos — os filhos de Israel e os
santos redimidos. Não importa o quanto esta terra
seja julgada por Cristo em administração de Deus, Ele
cuidará do Israel escolhido e da igreja redimida.
Aleluia, estamos todos sob o cuidado de Cristo na Sua
administração. Creio categoricamente que Cristo está
cuidando da nação de Israel. Não importa o que as
outras nações digam ou façam, pois a nação de Israel
está sob o cuidado da administração universal de
Cristo. As outras nações podem tentar certas coisas,
mas tudo será em vão por causa do cuidado vigilante
do Administrador universal. Todos nós precisamos
adorar Cristo como o Administrador, como Aquele
que está nos céus administrando todas as coisas para
o cumprimento da economia de Deus.
D. Sobre os Mortos
Por fim, como Administrador de Deus, Cristo
julgará os mortos (20:11-15). Não pense que se você
morrer, tudo estará bem. Você pode desejar morrer,
mas o Senhor quer fazê-lo viver. Se não quiser que
Ele o vivifique hoje para a salvação, no final da velha
criação Ele o ressuscitará para julgamento. Naquela
ocasião, Ele não o ressuscitará num sentido positivo,
e, sim, num sentido negativo. João 5:28 e 29 dizem:
“Vem a hora em que todos os que se acham nos
túmulos ouvirão a sua voz e sairão... os que tiverem
praticado o mal, para a ressurreição do juízo”. Os
incrédulos mortos não permanecerão enterrados pela
eternidade; serão ressuscitados, julgados e lançados
no lago de fogo.
I. OS CANDELABROS
Primeiramente, em Apocalipse as igrejas são
desvendadas como sendo os candelabros (1:11-20).
Em nenhum outro livro do Novo Testamento esse
termo é usado com respeito à igreja. Em outros livros
é-nos dito que a igreja é a reunião dos escolhidos de
Deus, que ela é o Corpo de Cristo e a casa de Deus.
Mas, com exceção de Apocalipse, não nos é dito que a
igreja é o candelabro. Como os candelabros, as igrejas
resplandecem nas trevas. A palavra candelabro
capacita-nos a compreender muito sobre a igreja e
sua função. A igreja não é a lâmpada, ela é o
candelabro, o suporte que mantém a lâmpada. Sem a
lâmpada, o candelabro é inútil e não significa nada,
mas o candelabro mantém a lâmpada
resplandecendo. Como vimos na mensagem
precedente, Deus é a luz e o Cordeiro é a lâmpada
(21:23). Assim, Cristo é a lâmpada e a igreja é o
candelabro que segura a lâmpada. Deus está em
Cristo e Este, como a lâmpada, é sustentado pelo
suporte para resplandecer a glória de Deus. Esse é o
testemunho da igreja.
B. O Filho Varão
Como vimos, o filho varão é a parte mais forte do
povo de Deus. Entre o povo de Deus, mesmo entre
nós na restauração do Senhor hoje, há a parte mais
forte. Essa parte mais forte será arrebatada para o
trono de Deus antes da grande tribulação. Em outras
palavras, a mulher será deixada na terra para passar
pela tribulação, mas a parte mais forte, o filho varão,
será arrebatada para o trono de Deus antes da
tribulação. Por que o filho varão será arrebatado
antes da tribulação? Porque Deus precisa dele para
lutar contra Satanás nos céus e lançá-lo abaixo.
Embora Deus tenha muitos anjos que lutarão contra
Satanás, a vitória final sobre o inimigo não será ganha
pelos anjos, mas pelo filho varão. Deus precisa do
filho varão. Deus envergonhará Satanás usando o
próprio homem que ele corrompeu para derrotá-lo.
Deus pode dizer: “Satanás, você corrompeu o homem
que criei, mas consegui um filho varão, saído desse
homem corrompido, para derrotá-lo. E ele não o
derrotará na terra, mas no céu”. O filho varão sairá
lutando até o trono lá em cima, para lançar abaixo
Satanás dos céus à terra. Essa é uma parte do
testemunho de Jesus. Embora Jesus tenha derrotado
Satanás na cruz, ainda há a necessidade de a igreja
executar Sua vitória sobre o inimigo. Porque tantos
membros do Corpo falharam nessa questão, apenas a
parte mais forte do Corpo — o filho varão — executará
a vitória de Cristo sobre Satanás. O filho varão será
arrebatado aos céus para realizar esse trabalho.
O arrebatamento não é meramente para nossa
bênção. Não devemos dizer apenas: “Que bom, para
mim, ser arrebatado aos céus!” Precisamos perceber
que Deus tem uma necessidade ao sermos
arrebatados — precisamos ser arrebatados ao céu
para que possamos lutar contra o inimigo. Se ao ouvir
isso, você disser: “Não quero ir para lá e estar
envolvido numa guerra”, tal significa que você não
está qualificado para ser arrebatado antes da
tribulação. Se você não for para o céu encontrar-se
com Satanás e lançá-lo abaixo, então ele descerá à
terra para encontrar-se com você e vencê-la.
Precisamos ser o filho varão. Desejo ardentemente
ser uma parte do filho varão. Não estou satisfeito
simplesmente em ser uma parte da mulher. Desejo
estar incluído nesta parte mais forte. Esse também é
um aspecto do testemunho de Jesus.
A. As Primícias
Aquela parte da lavoura que amadurece primeiro
é chamada primícias. As primícias serão arrebatadas
para Sião, nos céus, antes da grande tribulação. Como
14:4 indica, as primícias são “os que seguem o
Cordeiro para aonde quer que vá”. Sendo as
primícias, são arrebatados para a casa de Deus em
Sião como o desfrute cheio de frescor para Deus. Isso
é para a satisfação de Deus. Segundo a figura do
Velho Testamento, as primícias da colheita
amadurecida não eram levadas para o celeiro, mas
introduzidas no templo de Deus (Êx 23:19). Isso
indica que os primeiros vencedores serão levados até
a casa de Deus no céu para o Seu desfrute. O
arrebatamento não é principalmente para o nosso
desfrute, mas para o de Deus. O arrebatamento é para
derrotar o inimigo e satisfazer a Deus. Precisamos ser
não somente os candelabros de hoje, mas também o
filho varão para lutar contra o inimigo de Deus e as
primícias de hoje para satisfazer o desejo de Deus.
B. A Messe
Após as primícias, no capítulo quatorze, temos a
messe. O versículo 15 diz: “Outro anjo saiu do
santuário, gritando em grande voz para aquele que se
achava sentado sobre a nuvem: Toma a tua foice e
ceifa, pois chegou a hora de ceifar, visto que a seara
da terra' já secou.” A messe estará amadurecida perto
do fim da grande tribulação. Será arrebatada para o
ar, onde Cristo estará sobre a nuvem. Por que a messe
será deixada para passar pela grande tribulação?
Porque campos verdes, não amadurecidos, precisam
da luz forte do sol para amadurecer. Em certo
sentido, a grande tribulação será a luz forte do sol que
amadurecerá todos os santos que não estiverem
prontos antes da tribulação. Simplificando, se hoje
você não desistir do mundo e viver para Cristo, Ele o
deixará na terra para passar pela grande tribulação.
Naquela ocasião, com toda certeza você desistirá do
mundo e perceberá que a melhor maneira de viver é
viver para Cristo. Todos os filhos de Deus devem fazer
isso, caso contrário, nunca poderão amadurecer. Se
você não crê nas minhas palavras, peço-lhe que
aguarde. Talvez sinta que o mundo é tão atraente
para desistir dele. Se for assim o Senhor pode dizer:
“Uma vez que você ama tanto o mundo, deixo-o no
mundo e o deixo descobrir se ele é realmente
atraente”. O Senhor, então, sacudirá o mundo, e, por
fim, você dirá: “Senhor, eu me arrependo”. Tal
arrependimento, entretanto, pode ser muito tardio.
Não espere até que a grande tribulação venha para
arrepender-se. Arrependa-se agora! Mais cedo ou
mais tarde, todo verdadeiro cristão precisa
arrepender-se. Tenho plena convicção de que, por
fim, toda pessoa salva perceberá que o mundo não é
atraente, mas nocivo. Quanto mais você ama o
mundo, mais é envenenado por ele. O mundo está em
inimizade com Deus e todos nós devemos
desprezá-lo. Mais cedo ou mais tarde, o Senhor
levá-lo-á a perceber o quanto Ele odeia este mundo.
Dia virá quando todos nós estaremos amadurecidos.
Mas, não diga: “Não me importo em estar
amadurecido. Uma vez que sou salvo, tudo estará
bem”. Você pode ser capaz de argumentar comigo
com sua vontade forte e obstinada, mas dia virá
quando perceberá que precisa amadurecer. Advirto-o
a não aguardar a ceifa. Pela Sua graça, apresente-se
para ser uma parte das primícias.
VI. A NOIVA
Em 19:7-9, vemos a igreja como a Noiva. Efésios
5 revela que a igreja é a Noiva de Cristo, mas não
revela a Noiva de uma maneira tão íntima. Em
Apocalipse 19, todavia, vemos quão íntima é a igreja
como a Noiva. Nesse trecho da Palavra vemos que a
Noiva usará veste resplandecente, estando vestida
com justiça resplandecente e pura, e será convidada
para a festa de casamento do Cordeiro (vs. 79). Essa é
uma questão bastante íntima. Para o inimigo de
Deus, precisamos ser o filho varão; para a satisfação
de Deus, precisamos ser as primícias; para Cristo,
precisamos ser a Noiva. Quando estivermos ansiosos
para ser a Noiva, Cristo terá a Sua satisfação. Não
somente Cristo ficará satisfeito, mas nós também
ficaremos contentes. Apocalipse 19:7 diz:
“Alegremo-nos, exultemos”. Em princípio, uma noiva
é a pessoa mais agradável e feliz. Hoje, como a igreja,
o complemento de Cristo, estamos sofrendo e sendo
submetidos a muitos tratamentos. Mas está vindo o
dia quando não haverá mais perseguições,
sofrimentos ou tratamentos. Nunca vi uma noiva que
tivesse sido tratada no dia do seu casamento. Oh!
precisamos ser a Noiva! Quando tivermos nos
tornado a Noiva, todos os difíceis tratamentos terão
acabado.
VII. O EXÉRCITO
A igreja também é o exército (19:14-19; 17:14). A
parte da igreja que será o filho varão para lutar contra
o inimigo, nos céus, também será o exército para lutar
com Cristo contra Satanás na terra. Após todos os
arrebatamentos terem sido completados e os crentes
terem sido julgados no trono do julgamento de Cristo,
todos os vencedores voltarão à terra com Cristo como
o Seu exército para lutarem contra o anticristo e seu
exército. , Tanto Cristo como o anticristo terão um
exército. Embora um exército seja celestial e o outro
terreno, ambos lutarão na terra. Em outras palavras,
o anticristo lutará contra Cristo e Seu exército, e
Cristo, em contrapartida, lutará juntamente com o
Seu exército. O falso Cristo será tão ousado a ponto de
lutar contra o verdadeiro, mas o verdadeiro Cristo
guerreará contra o falso. Em 17:14, vemos que o
exército celestial de Cristo será composto de todos os
vencedores, aqueles que foram chamados e
escolhidos. Por fim, no final dessa guerra, Cristo
derrotará o anticristo.
I. O DEUS TODO-PODEROSO
O livro de Apocalipse diz-nos que Deus é o Deus
Todo-poderoso (1:8; 19:6, 15). Na língua hebraica, o
título Deus significa o Poderoso, Aquele que é
poderoso. Mas em Apocalipse, vemos que Deus não é
apenas poderoso, mas Todo-poderoso. Ele é poderoso
de todas as maneiras, em todos os aspectos, em tudo
e com todos. O título Deus significa que Ele é o
Todo-poderoso.
A. O Senhor
Esse Todo-poderoso é o Senhor. Ser o Senhor
significa que Ele é o possuidor do universo. Podemos
dizer que Ele é o proprietário de todo o universo. Ele
é o Soberano, a autoridade, neste universo. O que nós
ou os outros dizemos, nada significa. Mas o que Deus
diz significa tudo porque Ele é o Senhor. Quando Ele
diz “Sim”, isto quer dizer sim, e quando diz “Não”,
quer dizer não. Deus não é somente o Senhor, o
possuidor e a autoridade, Ele também é o Amo. Todo
o universo, incluindo os anjos e todos os seres
humanos, está debaixo Dele. Temos um Amo que nos
possui. Antes de ter sido salvo, eu não sabia a quem
pertencia. Contudo, agora posso gritar: “Deus é meu
Amo, Aquele que me possui. Aleluia! Ele é o meu
Senhor!”
B. O Alfa e o Ômega
Apocalipse 1:8 diz que o Senhor Deus é o Alfa e o
Ômega. O Deus eterno e Todo-poderoso é o Alfa, o
começo para a origem e o Ômega, o fim para a
completação de Seu propósito eterno. Ele era o Alfa
~o livro de Gênesis e, agora, no livro de Apocalipse,
Ele é o Ômega. Tudo o que Ele deu origem, Ele
completará. Governamentalmente, Ele continua o
Seu operar universal, o qual Ele deu origem desde a
eternidade e há de levar à completação (21:6).
II. O PAI
Primeiramente, o próprio Deus Todo-poderoso é
o Pai. O Pai é nada menos que o próprio Deus. Ele
sendo o Pai significa que é a fonte. O Pai também é o
Senhor e, como 1:4 deixa claro, Ele é Aquele que é,
que era e está vindo.
III. O ESPÍRITO
Em Apocalipse, a seqüência do Deus Triúno é
diferente da encontrada em Mateus. Em Mateus
28:19, a seqüência do Deus Triúno é o Pai, o Filho e o
Espírito Santo. Mas em 1:4 e 5, a seqüência é mudada.
Os sete Espíritos de Deus são relacionados em
segundo lugar em vez de terceiro. Isso revela a
importância da função intensificada do Espírito
setuplicado de Deus. Esse ponto está confirmado pela
repetida ênfase acerca do falar do Espírito em 2:7, 11,
17, 29; 3:6, 13, 22; 14:13; 22:17. Na abertura das
Epístolas, somente o Pai e o Filho são mencionados,
de quem graça e paz são dadas aos recebedores. Aqui,
entretanto, o Espírito também é incluído, de quem
graça e paz são dispensadas às igrejas. Isso também
indica a necessidade crucial do Espírito para o mover
de Deus reagir à degradação da igreja.
IV. O FILHO
Após estudar o livro de Apocalipse várias vezes,
descobri que ele contém vinte e seis itens sobre o que
é o Filho. Uma vez que há vinte e seis letras no
alfabeto3, podemos dizer que Cristo é todas as letras,
de A a Z. Ele é suficiente para formarmos qualquer
palavra. Você quer formar a palavra luz? Ele é o l, o u
e o z. Você quer formar a palavra amor? Ele é o a, o m,
o o e o r. Com Cristo podemos formar qualquer coisa
positiva. Após termos as palavras, temos as
sentenças, os parágrafos e os capítulos e, desde que
tenhamos os capítulos, temos a Bíblia toda. A Bíblia
inteira é formada com Cristo. Consideremos agora
brevemente cada um dos vinte e seis aspectos de
Cristo encontrados em Apocalipse.
A. Jesus Cristo
O Filho é Jesus Cristo, Jesus é Jeová, o Salvador,
e Cristo é o Ungido de Deus para levar a cabo a Sua
economia.
B. A Fiel Testemunha
O Filho é a fiel Testemunha (1:5; 3:14). Ele é a
Testemunha de Deus. Embora Ele seja Deus, Ele
também é a Testemunha de Deus. Sem Ele não
3
Alfabeto inglês. (N. do R.).
podemos conhecer, ver ou ganhar Deus. Deus é
testificado por Ele.
E. O Filho de Deus
O Filho é o Filho de Deus (2:18). Como o Filho de
Deus, Ele é o próprio Deus. Ele é o verdadeiro Deus
com divindade.
F. O Filho do Homem
O Filho também é o Filho do homem (1:13).
Como o Filho do homem, Ele é um homem genuíno
com humanidade . Ele é tanto o próprio Deus como o
homem adequado.
K. O Santo
Aquele que vive é o Santo (3:7), Aquele que tem a
natureza santa de Deus, que santifica.
L. O Verdadeiro
Cristo também é o Verdadeiro (3:7). Alguém que
é genuíno e real de todas as formas.
M. O Fiel
Em 19:11, vemos que Cristo é o Fiel, Aquele que é
digno da nossa confiança.
N. O Amém
O Filho também é o Amém (3:14). O título Amém
tem vários significados: realidade, sim, assim seja.
Ele sendo o Amém' significa mais do que podemos
dizer. Há treze anos fui convidado para uma reunião
em Tyler, Texas. Naquele reunião, eu estava um
pouco cauteloso, não ousando dizer “Amém” em voz
alta. No final de algumas das orações, dizia em voz
baixa: “Amém”. Após algum tempo, alguém veio a
mim dizendo: “Irmão Lee, provavelmente você não
conhece o costume desta terra. Neste tipo de culto,
você deve ficar silencioso”. No íntimo do meu
coração, eu disse: “O lugar mais silencioso é o
cemitério. Vocês estão tentando fazer de seu culto da
igreja um cemitério”. Que está errado com o nosso
“Amém”? é o mesmo que invocar o nome do Senhor.
Quando dizemos “Amém”, queremos dizer “Ó Senhor
Jesus”. Aprendamos todos nós a dizer “Amém”!
V. A Palavra de Deus
O Filho é a Palavra de Deus (19:13), a expressão
de Deus. Por Cristo ser a Palavra, Ele e a Bíblia são
um. Não leia a Bíblia sem lê-Lo e não contate a Bíblia
sem contatá-Lo. Ao chegarmos à Bíblia, precisamos
perceber que Ele próprio é a Palavra de Deus.
W. A Estrela da Manhã
Em 22:16 vemos que o Filho é a estrela da
manhã. Em Malaquias 4:2, Ele é revelado como o Sol,
mas aqui Ele é revelado como a Estrela da manhã.
Sendo o Sol, Ele está relacionado principalmente com
as pessoas da terra, mas sendo a Estrela da manhã,
Ele está relacionado com os Seus crentes vigilantes,
expectantes. Para aqueles que vigiam e esperam a Sua
volta, o Senhor aparecerá como a estrela da manhã.
Embora deseje vê-Lo como o Sol, agora estou
aguardando para vê-Lo como a Estrela da manhã.
Todos nós O amamos nesse Seu aspecto de Estrela da
manhã e Ele aparecerá a nós dessa forma.
X. A Lâmpada
Em 21:23, Cristo é revelado como a Lâmpada que
contém Deus como a luz. A luz é a própria essência da
lâmpada e a lâmpada irradia a luz. Deus é a essência
de Cristo e Cristo irradia Deus.
Y. O Esposo
Em 21:2, vemos que a Nova Jerusalém é a esposa
de Cristo. Isso implica em Cristo ser o Marido que
toma o povo redimido de Deus como a Sua esposa.
Z. O Outro Anjo
Finalmente, Cristo é o outro Anjo (7:2; 8:3; 10:1;
18:1) enviado por Deus para levar a cabo a Sua
comissão. No Velho Testamento, Cristo apareceu
como o anjo do Senhor várias vezes (Êx 3:2-6; Jz
6:11-24; Zc 1:11-12; 2:8-11; 3:1-7), vindo cuidar do
povo de Deus para o cumprimento do Seu plano.
Agora, neste livro, Ele novamente é o Anjo enviado
por Deus para levar a cabo o Seu propósito.
Se colocarmos todos os vinte e seis itens juntos,
teremos uma visão clara do que é o Filho. O Pai e o
Espírito são um com o Filho. Se o Filho não fosse
tantos itens, o Pai não poderia ser expresso
adequadamente e o Espírito não teria tanto para
expressar.
ESTUDO-VIDA DE APOCALIPSE
MENSAGEM 5
A NOVA VINDA DE CRISTO
A maioria dos cristãos se apegam ao conceito de
que o livro de Apocalipse é um livro sobre a segunda
vinda de Cristo. É absolutamente correto manter esse
conceito porque Apocalipse realmente aborda a
segunda vinda de Cristo. Entretanto, ao longo dos
anos, os cristãos nunca estiveram claros a respeito da
segunda vinda do Senhor. Devido a essa falta de
clareza, tem havido muita disputa e contenda sobre
isso. A revelação a respeito da segunda vinda de
Cristo não é simples, pelo contrário, é bem
complicada e tem vários aspectos. Portanto, para a
maioria dos cristãos, tem sido difícil compreender
totalmente a nova vinda do Senhor.
Durante os últimos cento e cinqüenta anos,
muitos livros foram escritos, especialmente pelos
Irmãos Unidos, sobre a segunda vinda de Cristo.
Alguns dos principais mestres entre os Irmãos
Unidos mantiveram opiniões diferentes sobre a volta
do Senhor, e a primeira divisão entre eles foi o
resultado dessas diferentes opiniões. O testemunho
dos assim chamados Irmãos Unidos foi levantado em
1828 ou 1929 sob a liderança de John Nelson Darby.
Darby ensinava que Cristo voltaria antes da grande
tribulação, enquanto que Benjamin Newton, outro
principal mestre, dizia que Cristo voltaria após a
tribulação. Pelo fato de esses dois grandes mestres
apegarem-se a diferentes opiniões, houve muitos
debates sobre essa questão. Por fim, isso acarretou a
primeira divisão no meio dos assim chamados Irmãos
Unidos, entre aqueles que estavam sob a liderança de
Darby e os que estavam sob a liderança de Newton.
Estive associado ao grupo de Benjamin Newton por
sete anos e meio, durante os quais aprendi todos os
seus ensinamentos. Certamente eles tinham uma
base sólida para dizer que a segunda vinda de Cristo
seria após a grande tribulação. Se você ler os
melhores escritos de todos os grandes mestres
durante os últimos cento e cinqüenta anos,
descobrirá que alguns ensinam que a vinda de Cristo
seria antes da tribulação e outros, que se seguiria à
tribulação.
Durante o século passado, o Senhor levantou
alguns estudiosos meticulosos da Palavra, tais como
G. H. Pember, Robert Govett e D. M. Panton. Esses
homens descobriram que a segunda vinda de Cristo
não é uma questão simples. Eles viram que, por um
lado, Cristo voltará após a tribulação, mas por outro,
também voltará antes da tribulação. Esses estudiosos
da Bíblia proporcionaram uma prova categórica para
comprovar a correção desse ponto de vista. A volta de
Cristo tem pelo menos dois aspectos — um antes da
tribulação e outro após a tribulação. Além do mais,
esses estudiosos da Palavra também descobriram que
o arrebatamento dos santos será de mais de dois
tipos. Isso significa que alguns santos serão
arrebatados antes da tribulação e outros depois dela.
Não reaja tão apressadamente a essas afirmações.
Reagi assim quando jovem, mas por fim fui
persuadido e convencido. A Bíblia não é tão simples
como alguns pensam que ela seja.
Nesta mensagem, ponderaremos sobre o tema da
nova vinda de Cristo. Agradecemos a Deus por todos
os mestres da Palavra que vieram antes de nós.
Somos-lhes gratos e tudo o que vemos, vemos como
aqueles que estão sobre os seus ombros. Se quisermos
compreender a segunda vinda de Cristo, precisamos
estudar a Bíblia e também ler os livros escritos por
esses grandes mestres. Seremos capazes, então, de ter
uma visão clara do assunto. Se fizermos isso, seremos
plenamente convencidos de que a vinda de Cristo tem
dois aspectos: o aspecto secreto, privado e o aspecto
aberto, público.
I. O ASPECTO SECRETO
B. A Hora — Desconhecida
A hora da vinda secreta do Senhor é
desconhecida (3:3; Mt 24:36, 42; 25:13). Quando
Cristo vier novamente, virá como o Enviado. Por
causa disso, em Apocalipse Ele é chamado de Anjo,
Alguém que é enviado por Deus. Na Sua segunda
vinda, como na primeira, Cristo virá como alguém
que foi enviado por Deus. Por essa razão, somente o
Pai sabe a hora da vinda secreta de Cristo (Mt 24:36;
Mc 13:32). O PaI é o que envia e o Filho é o Enviado.
Somente o que envia nem mesmo o Enviado, sabe a
hora.
Algumas pessoas, que parecem saber mais do
que o Senhor Jesus, predisseram a hora da Sua vinda.
Durante o último século e meio, houve muitas
predições, nenhuma das quais foi cumprida. Alguns
prediziam que o Senhor Jesus viria em certa data e
exortaram as pessoas a se prepararem, tomando
banho e vestindo roupas brancas e limpas. Outros
subiram ao topo de um monte para esperar a volta do
Senhor. Após a Primeira Guerra Mundial, muitos
mestres publicaram livros sobre profecia, referentes
especialmente à volta do Senhor. Alguns desses
escritores também predisseram a hora da volta do
Senhor. Todas essas predições sobre a hora da volta
do Senhor revelaram-se falsas. Seja cuidadoso para
não predizer nada. Segundo a Bíblia, a hora da vinda
secreta do Senhor é desconhecida.
I. CO-PARTICIPANTE NA TRIBULAÇÃO EM
JESUS
A frase “em Jesus” governa as palavras
tribulação, reino e perseverança, e precisamos
dar-lhe muita atenção. Essa frase ocorre muito
raramente no Novo Testamento. A frase “em Cristo”
ou “em Jesus Cristo”, pelo contrário, é usada muitas
vezes. No Novo Testamento, a verdade está
principalmente em Cristo, mas aqui, a frase “em
Jesus” é empregada. Isso nos diz que se quisermos
ser aqueles que aguardam a volta do Senhor,
precisamos ser os que são co-participantes na
tribulação, no reino e na perseverança “em Jesus”.
Quando falamos sobre salvação, graça, desfrute e
todas as outras boas coisas, dizemos que estamos “em
Cristo”, pois essa frase refere-se a todas as coisas do
lado positivo da salvação de Deus. Mas, dizer que
somos co-participantes na tribulação, no reino e na
perseverança em Jesus significa que estamos
sofrendo. Quando Jesus viveu na terra como um
homem, Ele sofria constantemente. De acordo com os
fatos da Sua vida, Seu nome, Jesus, denota uma
pessoa que sofre, um homem de dores (Is 53:3).
Assim, quando dizemos que estamos em Cristo, isso
significa que somos salvos, estamos desfrutando a
graça de Deus, temos paz com Ele e estamos debaixo
da Sua bênção. Mas, quando dizemos que somos
co-participantes na tribulação, no reino e na
perseverança “em Jesus”, isso significa que estamos
sofrendo e estamos sendo perseguidos, enquanto
seguimos Jesus, o Nazareno. No livro de Apocalipse,
a frase “em Cristo” não é usada. Em Efésios, pelo
contrário, o termo “em Cristo” ou “Nele” é usado
repetidamente, sendo encontrado em cada capítulo
dessa epístola. O livro de Apocalipse é para aqueles
que estão sofrendo tribulação “em Jesus”. Isso
significa que aqueles que estão aguardando a vinda
do Senhor Jesus precisam ser pessoas que sofrem
tribulação em Jesus. Em outras palavras, aqueles que
aguardam a volta do Senhor são os que sofrem. Aos
olhos de Deus, somos os seguidores de Cristo, mas
aos olhos das pessoas, especialmente da religião,
somos os seguidores de Jesus.
A. A Respeito de Deus
Consideremos agora o progresso da revelação
divina nas Escrituras com mais detalhes.
Primeiramente, Deus revela-se a nós (Gn 1:1). Em
Gênesis 1:26 Deus é revelado como Eloim, uma
palavra hebraica que significa o Poderoso. A palavra
portuguesa Deus é a tradução da palavra hebraica
Eloim. Depois disso, em Gênesis 2:7, Deus é revelado
como Jeová, que significa “Eu sou o que sou”. Deus é
o grande Eu Sou, o Eterno. Como o Eterno, Ele é a
realidade de todas as coisas positivas. Este nome,
Jeová, denota Deus em Seu relacionamento com o
homem. A respeito da Sua criação, Deus é revelado
como Eloim; a respeito do Seu relacionamento com o
homem, Ele é revelado como Jeová. Jeová é a forma
do Velho Testamento do nome Jesus, e Jesus é a
forma de Jeová no Novo Testamento. Em outras
palavras, no Velho Testamento Jesus era chamado de
Jeová, e no Novo Testamento Jeová é chamado de
Jesus. Todo o Velho Testamento, que compreende
trinta e nove livros, é sobretudo uma revelação dos
dois títulos divinos: Eloim e Jeová.
B. A Respeito de Cristo
O segundo passo no progresso da revelação
divina é a revelação concernente a Cristo (Mt 1:1). Em
determinada época, Deus se encarnou como um
homem chamado Jesus Cristo. Assim, seguindo o
Velho Testamento, temos os quatro Evangelhos que
revelam uma Pessoa maravilhosa chamada Jesus
Cristo. O nome Jesus significa, sobretudo, o Salvador
(Mt 1:21) e o título Cristo significa, sobretudo, o
Ungido (Mt 16:16). Jesus não é apenas o nosso
Salvador, mas também o Ungido de Deus ou, usando
os termos de hoje, o Designado de Deus. Deus
designou-O para levar a cabo a Sua economia eterna.
Ele não é somente Jesus para salvar-nos, mas
também Cristo para levar a cabo o plano eterno de
Deus.
Para que Cristo leve a cabo o plano eterno de
Deus, Ele precisa da igreja. E para produzir a igreja,
há necessidade de duas coisas: a redenção e o
dispensar da vida. Após redimir o homem criado,
caído, Cristo tinha de dispensar vida para dentro dos
redimidos. Para isso, há necessidade do Espírito da
vida, do Espírito que dá vida. Portanto, após os
quatro Evangelhos, temos a redenção e o dispensar
da vida em Atos e nas Epístolas. Nesses livros, o
sangue de Jesus Cristo é mencionado.
freqüentemente. Juntamente com o sangue, temos o
Espírito. O sangue é para a redenção e o Espírito é
para o dispensar da vida. Após sermos redimidos e
regenerados, tornamo-nos os membros vivos do
Corpo de Cristo, a igreja. Tal como a igreja, o Corpo é
o meio pelo qual Cristo leva a cabo a economia eterna
de Deus. Por meio disso vemos que, na economia de
Deus, a igreja é uma questão crucial. Sem ela, Cristo
não pode realizar nada. Se Ele quiser levar a cabo o
plano eterno de Deus, precisa ter a igreja.
C. A Respeito do Espírito
Deus é revelado como Eloim e como Jeová e
Cristo é revelado como Jesus e Cristo. A revelação
sobre o Espírito, entretanto, não é simples (Mt
28:19), pelo contrário, é um mistério. Poucos cristãos
alguma vez já discutiram por causa da revelação de
Deus, e não muitos discutiram por causa da revelação
de Cristo. Mas, quando chegamos à questão do
Espírito, há muita discussão porque a revelação do
Espírito é um mistério. O Espírito é misterioso
porque está relacionado com a vida. Há muitos
aspectos da revelação do Espírito: o Espírito da
verdade ou realidade (Jo 14:16-17), o Espírito da vida
(Rm 8:2), o Espírito de poder (Lc 24:49), o Espírito
de Deus (Rm 8:9), o Espírito de Cristo (Rm 8:9), o
Espírito de Jesus (At 16:7), o Espírito de Jesus Cristo
(Fp 1:19), o Espírito Santo (At 5:32) e os sete
Espíritos (Ap 1:4; 4:5; 5:6).
Você conhece a diferença entre o Espírito da vida
e o Espírito de poder? As pessoas do assim chamado
movimento pentecostal ou carismático falam sobre o
Espírito de poder. Apenas o Senhor sabe se eles têm
ou não o poder genuíno. Tenho ouvido muito sobre o
assim chamado falar em línguas, mas não tenho visto
poder na obra desses que falam línguas. O batismo do
Espírito Santo dá poder às pessoas. Mas tantos desses
que supostamente falam em línguas, hoje, são tão
sem poder como os que não falam em línguas. Eles
podem ter o poder para balbuciar incorretamente,
mas não têm poder para salvar almas. Embora alguns
nunca tenham falado tais “línguas”, milhares de
pessoas têm sido salvas pela pregação deles. Este é o
verdadeiro poder. Não apenas não há verdadeiro
poder no assim chamado movimento carismático
nem também há qualquer vida. Após falar em línguas,
muitos continuarão discutindo com sua esposa ou
fumando cigarros. Isso é vida? Não! A vida
transforma as pessoas. Precisamos tanto do Espírito
de poder como do Espírito da vida.
Estamos aqui por causa do testemunho de Jesus.
Esse testemunho não é um termo ou uma forma, ele é
uma vida. Como precisamos abrir-nos a Ele para que
possa dispensar mais vida para dentro de nós. Se
realmente temos Cristo como a nossa vida,
andaremos, viveremos e comportar-nos-emos em
Cristo. Agora podemos entender porque as Epístolas
repetidamente falam do Espírito. Como vimos, o livro
de Apocalipse fala dos sete Espíritos de Deus. Para a
vida da igreja, há a necessidade desse Espírito
intensificado. Desse Espírito intensificado, a
verdadeira igreja vem à existência. Embora não me
oponha a nenhum dom pentecostal genuíno, posso
testificar que no passado não vi nenhuma igreja
adequada edificada pelo assim chamado movimento
pentecostal. Considere o movimento carismático
católico de hoje: está saturado com a adoração a
Maria. Se esse movimento é correto, como pode
tolerar a adoração de ídolos? Por tolerar a idolatria,
prova não ser correto. A sujeira pode ser acrescentada
a uma bola de neve, mas não a um diamante. O assim
chamado movimento carismático é como uma bola de
neve na qual coisas sujas podem ser acrescentados.
Os nossos olhos precisam ser abertos para vermos
que hoje Deus deseja as verdadeiras, vivas e práticas
igrejas em cada localidade.
D. A Respeito da Igreja
Agora chegamos à última, parte da revelação
divina, a revelação a respeito da igreja. E difícil
conhecer a igreja porque Satanás, o inimigo sutil, não
quer que os cristãos vejam o que é a verdadeira igreja.
1. A Igreja Universal
A igreja como o Corpo de Cristo (1Co 12:12-13),
universalmente é uma (Ef 1:22-23; 4:4-6). Cristo
como o único Cabeça tem um único Corpo, o qual é
constituído de todos os Seus crentes genuínos.
2. As Igrejas Locais
A igreja universal como o Corpo de Cristo é
expressa pelas igrejas locais. As igrejas locais, como a
expressão do único Corpo de Cristo (Ap 1:12, 20),
localmente são uma (At 8:1; 13:1; Rm 16:1; 1Co 1:2).
Apocalipse 1:4 diz: “João, às sete igrejas que estão na
Ásia”. A Ásia era uma província do antigo Império
Romano, na qual estavam as sete Cidades
mencionadas em 1:11. As sete igrejas estavam
naquelas sete cidades respectivamente, e não todas
em uma única cidade. Este livro não trata da igreja
universal que é única, mas das igrejas locais em
muitas cidades. A igreja é primeiramente revelada
como universal em Mateus 16:18 e, a seguir, como
local em Mateus 18:17. Em Atos, a igreja era praticada
à maneira de igrejas locais, tais como a igreja em
Jerusalém (8:1), a igreja em Antioquia (13:1), a igreja
em Éfeso (20:17) e as igrejas nas províncias da Síria e
Cilícia (15:41). Todas as Epístolas foram escritas para
as igrejas locais, com exceção de poucas que foram
escritas para alguns indivíduos. Nenhuma foi escrita
para a igreja universal. Sem as igrejas locais, não há o
aspecto prático e a realidade da igreja universal. A
igreja universal torna-se real nas igrejas locais.
Conhecer a igreja universalmente deve ser
consumado em conhecer a igreja local. É um grande
avanço conhecermos e praticarmos as igrejas locais.
O livro de Apocalipse, com relação à igreja, está no
estágio avançado, pois é escrito para as igrejas locais.
Se quisermos conhecer esse livro, temos de avançar
da compreensão da igreja universal à percepção e
prática das igrejas locais. Somente aqueles que estão
nas igrejas locais estão posicionados corretamente,
com o ângulo correto e a perspectiva adequada para
ter as visões neste livro.
Em 1:11, a voz disse a João: “O que vos, escreve-o
num livro, e envia-o às sete igrejas que estão na Ásia:
a Éfeso, e a Esmirna, e a Pérgamo, e a Tiatira, e a
Sardes, e a Filadélfia, e a Laodicéia” (VRC). Este
versículo é redigido de uma forma bem importante.
Neste versículo vemos que enviar este livro “às sete
igrejas” equivale a enviá-lo às sete cidades. Isso
mostra claramente que a prática da vida da igreja nos
primeiros dias era a de uma igreja para uma cidade,
uma cidade com uma igreja. Em nenhuma cidade
havia mais do que uma igreja. Isso é a igreja local,
local no sentido de cidade, não no sentido de rua. A
jurisdição de uma igreja numa localidade deve
abranger a cidade toda na qual a igreja está, não deve
ser maior nem menor do que o limite da cidade.
Todos os crentes dentro daquele limite devem
constituir a igreja única dentro daquela cidade.
Assim, uma igreja equivale a uma cidade e uma
cidade equivale a uma igreja. Isso é o que chamamos
de igrejas locais.
Apocalipse 1:4 fala das “sete igrejas”. Sete é o
número para a completação no operar de Deus, assim
como os sete dias para a criação de Deus (Gn
1:31-2:3), os sete selos (5:5), as sete trombetas (8:2) e
as sete taças (15:7) para o mover de Deus na terra.
Desse modo; as sete igrejas são para o mover de Deus
em completação.
A igreja precisa ter a sua expressão. Se falarmos
sobre a igreja sem ter a sua expressão, o nosso falar é
inteiramente teórico, não é prático. Para a igreja ser
real e prática, há a necessidade das igrejas locais. Se
você não tem as igrejas locais, não tem a igreja. Da
mesma forma, se você não tiver os membros, você
não tem o Corpo. Se não tiver a igreja local, não
poderá ter a igreja universal, pois a igreja universal é
composta de todas as igrejas locais, tal como o corpo
humano é composto dos seus muitos membros. Ter
apenas a igreja universal é estar numa “Feira da
Vaidade”. Mas nós de fato temos as igrejas locais na
prática. Se nos perguntam onde está a igreja,
podemos apontar as igrejas em Anaheim, São
Francisco, Chicago, Nova Iorque e muitos outros
lugares.
Alguns amigos cristãos têm discutido comigo,
dizendo: “Por que você diz que vocês são a igreja e
que nós não somos?” Algumas vezes tenho replicado:
“Se você diz que vocês são a igreja, por favor,
mostre-me que são a igreja. Mostre-me onde está a
igreja”. Alguns têm respondido dizendo que têm
enviado muitos missionários. Bem no fundo, no
interior, eles sabem que não são a igreja. O fato é o
fato. Se você é a igreja, então porque não se chama de
igreja? Você sabe o que você é. Não finja ou tenha a
presunção de ser o que você não é. Uma vez que sou
um homem, tenho de designar-me como um homem.
Que mais posso fazer? Em 1963 pediram-me para
falar em certo lugar no Missouri. Ao final da reunião,
o anfitrião levantou-se e de uma maneira agradável,
humilde, polida, disse: “Irmão Lee, por favor,
diga-nos por que vocês chamam a si mesmos de a
igreja em Los Angeles?” Repliquei: “Irmão, se não
chamarmos a nós mesmos de a igreja, então do que
nos chamaríamos? Simplesmente somos a igreja. Isto
não é apenas a verdade, mas também o fato”. Somos o
que somos. Embora possamos fingir ou ter a
presunção de ser alguma coisa a mais, isto não é o que
realmente somos. Antes da restauração do Senhor
chegar aos Estados Unidos, nenhum cristão disse que
era a igreja em Los Angeles. Por isso, quando
chegamos a Los Angeles, tivemos de chamar a nós
mesmos de a igreja em Los Angeles.
Apocalipse 1:20 diz: “Quanto ao mistério das sete
estrelas que viste na minha mão direita, e os sete
candeeiros de ouro, as sete estrelas são os anjos das
sete igrejas, e os sete candeeiros são as sete igrejas.”
Quando João viu as sete estrelas na mão direita de
Cristo e os sete candeeiros de ouro no meio dos quais
Cristo estava, isto foi um mistério para ele. Ele não
percebeu o significado das sete estrelas celestiais e
dos sete candelabros de ouro. Por isso, o Senhor
desvendou-lhe o mistério, dizendo: “As sete estrelas
são os anjos das sete igrejas, e os sete candeeiros são
as sete igrejas”. O significado disso não era um
mistério apenas para João, mas também para os
crentes de hoje. Todos os crentes precisam da
revelação desse mistério para verem as igrejas e os
seus mensageiros.
As igrejas, simbolizadas pelos sete candeeiros de
ouro, são “o testemunho de Jesus” (1:2, 9) em
natureza divina, resplandecendo na noite negra
localmente, ainda que coletivamente. As igrejas
devem ser de natureza divina — de ouro. Elas devem
ser os suportes, até mesmo os candeeiros, que sustêm
a lâmpada com o óleo (Cristo como o Espírito que dá
vida), resplandecendo nas trevas local e
coletivamente. Elas são candeeiros individuais
localmente, contudo, ao mesmo tempo são um grupo,
uma coleção de candeeiros universalmente. Elas
estão não somente resplandecendo localmente, mas
também sustentando universalmente o mesmo
testemunho, tanto para as localidades como para o
universo. Elas são da mesma natureza e do mesmo
formato. Elas sustêm a mesma lâmpada para o
mesmo propósito, e estão plenamente identificadas
umas com as outras, não tendo nenhuma distinção
individual. As diferenças das igrejas locais,
registradas nos capítulos dois e três, são todas de
natureza negativa e não positiva. Negativamente, em
suas falhas, elas são diferentes e separadas umas das
outras; mas, positivamente, em sua natureza, formato
e propósito, são absolutamente idênticas e ligadas
umas às outras. É fácil, aos crentes, ver a igreja
universal, mas 'é-lhes difícil ver as igrejas. A
revelação das igrejas locais é o desvendar final e
máximo do Senhor com respeito à igreja. Foi dada
aqui, no último livro da Palavra Divina. Para
conhecerem plenamente a igreja, os crentes devem
seguir o Senhor desde os Evangelhos, por meio das
Epístolas, até o livro de Apocalipse, até que estejam
capacitados a ver as igrejas locais como são
desvendadas aqui. Em Apocalipse, a primeira visão é
acerca das igrejas. As igrejas, com Cristo como seu
centro, são o ponto focal na administração divina
para a realização do propósito eterno de Deus.
Se não houvesse igrejas locais, eu não poderia
suportar continuar vivendo. Preferiria morrer.
Suponha que não haja nenhuma igreja local. Que
faríamos? Não teríamos nenhum objetivo, alvo e
propósito, e a nossa vida cristã não teria significado.
As igrejas locais são o objetivo, o alvo e o significado
da nossa vida cristã. Enquanto está desfrutando a
vida da igreja numa localidade, você pode não
apreciá-la muito, mas se as igrejas fossem removidas,
então você perceberia que tinha sido despojado de
toda bênção. Sem a vida da igreja não podemos viver,
pois perderíamos o objetivo e o significado de ser um
cristão hoje.
Espero que todos nós, especialmente os jovens,
vejamos que a meta final da revelação de Deus é as
igrejas locais. A revelação de Deus continua
progressivamente, apenas parando quando Ele
atingiu as igrejas locais. As igrejas locais são a meta
final de Deus. Deus introduziu a Sua revelação nas
igrejas locais. Essa é a razão pela qual as igrejas estão
cheias de revelação, luz e verdade. Fora delas há falta
de luz, revelação e alimento. Mas as igrejas estão
cheias de revelação porque são a meta final da
revelação de Deus. Assim, todas as riquezas da
revelação divina estão aqui.
Se você vir isso, então perceberá que não somos
demasiadamente zelosos pela igreja. O nosso espírito
testifica isso. Sempre que não testificamos sobre as
igrejas locais, o nosso espírito se abate. Sempre que
tentamos ser sábios e procuramos não levantar
oposição contra nós, evitando discussão sobre a
igreja, imediatamente ficamos mortos. Mas quando
ousadamente falamos da igreja em sua expressão
local, somos estimulados, nosso espírito fica vivo e
ardente, e temos vontade de gritar, clamar e até
mesmo de trovejar. Percebo que é melhor não
ofender as pessoas. Entretanto, quando tento não
ofender as pessoas, ofendo o Senhor. Mas quando
digo categoricamente às pessoas que as igrejas locais
são a meta final do Senhor, sinto que o Senhor está
comigo. Segundo toda a Bíblia, o Filho do homem,
Cristo, está andando no meio das igrejas locais. Se
você estiver buscando Cristo, então deve vir para as
igrejas locais. O Filho do homem está se movendo
entre as igrejas e cuidando delas. Se você quiser
participar desse cuidado, precisa estar nas igrejas
locais. Hoje o nosso encargo é conduzir o povo de
Deus ao Seu objetivo e o nosso propósito é ajudar os
santos a atingir a meta final de Deus.
Antes de virmos às igrejas locais, éramos
errantes. Nunca tivemos a sensação de que havíamos
chegado ao lar ou que havíamos atingido o nosso
destino. Mas no dia em que viemos para as igrejas,
percebemos que chegáramos ao lar. Após vagar por
anos a fio, reconhecemos que finalmente
alcançáramos o nosso destino. Quando chegamos à
vida da igreja pela primeira vez, algo no íntimo do
nosso interior disse: “Este é o lugar”, e reconhecemos
que estávamos em casa. Por termos chegado ao nosso
destino, não precisamos viajar mais. Assim, hoje,
muitos cristãos sequiosos são viajantes, viajam de
uma denominação, ou grupo, para outra. Mas no dia
em que chegamos à vida da igreja, cessou o nosso
vagar. As igrejas locais são o que Deus deseja hoje.
Este é o último estágio da Sua revelação. A nossa
necessidade é simplesmente viver a vida da igreja em
sua expressão local. O nosso testemunho é de que não
somos uma organização somos as expressões locais
do Corpo de Cristo.
B. Divinos em Natureza
Os candelabros são de ouro. Como vimos, o ouro
prefigura a natureza de Deus. Os candelabros aqui
sendo de ouro, significa que as igrejas são
constituídas com a natureza divina de Deus. Temos a
vida e a natureza do Pai (2Pe 1:4), o ouro do Pai,
possuindo a Sua divina natureza de ouro. Que
maravilha termos essa substância divina!
A. Obras
Consideremos agora as virtudes da igreja em
Éfeso. Primeiramente, ela fez muitas obras para o
Senhor. A igreja em Éfeso não era nem indolente,
nem descuidada; era muito boa no trabalho para o
Senhor.
B. Labor
Esta igreja não apenas trabalhava para o Senhor,
mas também laborava por Ele (vs, 2-3). Precisamos
distinguir entre obra e labor. O labor é mais elevado
do que a obra. Enquanto a obra é comum, o labor é
especial. Aqueles que trabalham em tempo integral
em nossa casa de reunião em Anaheim não apenas
trabalham, mas laboram. Se tivéssemos contratado
uma empreiteira e usado empregados sindicalizados,
eles teriam trabalhado sem laborarem.
C. Perseverança
A igreja em Éfeso também tinha a virtude da
perseverança. Isso significa que a igreja era afligida e,
em sofrimento, perseverava.
V. O FALAR DO ESPÍRITO
A primeira parte de 2:7 diz: “Quem tem ouvidos,
ouça o que o Espírito diz às igrejas.” No começo de
cada uma das sete epístolas nos capítulos dois e três,
é o Senhor quem fala (2:1, 8, 12, 18; 3:1, 7, 14). Mas,
no final de todas as sete epístolas, é o Espírito quem
fala às igrejas (2:7, 11, 17, 29; 3:6, 13, 22). Mais uma
vez isso prova que o Cristo que fala é o Espírito. Tudo
o que Cristo fala é o falar do Espírito. Ninguém pode
argumentar contra isso. Quem estava falando à igreja
em Éfeso? Cristo, o Filho do homem segurando os
mensageiros na Sua destra e andando no meio das
igrejas. Como o versículo 7 indica, o que fala, por fim,
é o Espírito. Isso prova que Cristo é o Espírito que
fala. Isso não somente indica que o Espírito é o
Senhor e o Senhor é o Espírito, mas também enfatiza
a importância vital do Espírito nas trevas da
degradação da igreja, como é indicado pelo Espírito
sete vezes intensificado em 1:4. A mesma ênfase
também é observada em 14:13 e 22:17. É tolice dizer
que Cristo hoje não é o Espírito que fala, e é ridículo
separar o Espírito que fala de Cristo. Os dois são um.
Se o que fala fosse apenas Cristo sem ser o
Espírito que fala, Ele nunca poderia falar algumas.
palavras dentro do nosso espírito e o Seu falar não
seria muito subjetivo e tocante. Mas, como a nossa
experiência testifica, se enquanto temos estas
epístolas estamos abertos a Ele em nosso espírito, o
Espírito imediatamente nos fala algo de Cristo dentro
de nós. Porque o que fala não é o Cristo objetivo, mas
o Espírito subjetivo; Ele fala não apenas nas letras
pretas no papel branco da Bíblia, mas também no
nosso espírito. Uma vez que ouçamos o Seu falar, algo
indelével é trabalhado dentro de nós e nada pode
removê-la. O nosso Cristo hoje é o Espírito que fala.
Regozijo-me com esse fato e ousadamente o
proclamo.
A. Para as Igrejas
Por um lado, cada uma das sete epístolas é a
palavra do Senhor para determinada igreja; mas por
outro, é a palavra do Espírito para todas as igrejas.
Cada igreja deve atentar não somente à epístola
escrita particularmente para ela, mas também às
epístolas escritas às outras igrejas. Isso implica que
todas as igrejas, como o testemunho do Senhor no
Espírito, devem ser iguais. Visto que o Espírito hoje
está falando às igrejas, devemos estar nas igrejas a
fim de estarmos corretamente posicionados para
ouvir o falar do Espírito. De que outra maneira
poderíamos ouvir o que o Espírito está dizendo?
O Espírito está falando às igrejas, não a qualquer
religião, denominação ou grupo de cristãos sequiosos.
Essa é a razão pela qual não muitos cristãos podem
ouvir o falar do Espírito. O Espírito nem mesmo fala
somente a uma igreja, mas às igrejas. Embora
algumas supostas igrejas queiram ser únicas, não
devemos ser uma igreja única ou específica. Se
formos, perderemos o falar do Espírito porque o
Espírito está falando às igrejas. Em nenhuma das sete
epístolas o Espírito fala a uma igreja específica. Todas
as igrejas devem ser comuns, não únicas. Durante os
anos passados, ouvi muitos dizerem que cada igreja
deve ser distinta. Aqueles que se apegam a este
conceito dizem que cada igreja tem a sua
especificidade local. Embora esta idéia pareça
atraente, na verdade é bem aversiva. Tornar única a
sua igreja local é separar-se de todas as outras igrejas.
Se fizer isso, você corta relações com o falar do
Espírito. Que é melhor — ser único ou ser comum?
Embora você possa dizer que é melhor ser comum, o
fato é que todos gostam de ser únicos. Em seu
coração, você quer que a igreja em sua localidade seja
única. Entretanto, não tente ser único nas igrejas
locais. Todos nós precisamos ser comuns porque o
Espírito fala às igrejas, não a nenhuma igreja
específica. Quando estamos na igreja e entre as
igrejas, temos a posição correta e o ângulo certo para
ouvir o falar do Espírito.
B. De Volta ao Princípio
Essa questão de comer da árvore da vida leva-nos
de volta ao princípio (Gn 2:9, 16), porque no princípio
havia a árvore da vida. A árvore da vida sempre nos
leva de volta ao princípio onde nada há senão o
próprio Deus. Não há nenhuma obra, labor,
perseverança ou qualquer outra coisa apenas o
próprio Deus. Na vida da igreja, repetidas vezes
precisamos ser levados de volta ao princípio,
esquecendo-nos de todas as outras coisas e
desfrutando o próprio Deus como a árvore da vida.
C. Desfrutar Cristo como o Suprimento de
Vida
Quando voltamos ao princípio com a árvore da
vida, desfrutamos Cristo como o suprimento de vida.
Comer da árvore da vida, isto é, desfrutar Cristo como
nosso suprimento de vida, deve ser a questão
primordial na vida da igreja. O conteúdo da vida da
igreja depende do desfrute de Cristo. Quanto mais O
desfrutamos, mais rico será o conteúdo. Mas
desfrutar Cristo requer que O amemos com o
primeiro amor. Se abandonarmos o nosso primeiro
amor para com o Senhor, perderemos o desfrute de
Cristo e o testemunho de Jesus; daí, o candelabro
será removido de nós. Amar o Senhor, desfrutá-Lo e
ser o Seu testemunho — esses três pontos se
harmonizam.
Se quisermos ser levados de volta ao princípio,
devemos nos esquecer de todas as coisas e
simplesmente desfrutar Cristo como o suprimento de
vida. Para isso, precisamos amá-Lo acima de todas as
coisas, acima da nossa obra por Ele e do que quer que
tenhamos para Ele. Simplesmente O amando,
seremos levados de volta ao princípio, onde não nos
importamos com nada a não ser com o próprio Deus
como o nosso suprimento de vida na árvore da vida.
Essa é a maneira adequada de mantermos a vida da
igreja e sermos guardados nela. Aqui temos o melhor
amor, a árvore da vida como nosso suprimento de
vida e o candelabro com a luz resplandecente. Que
maravilhoso! Quanto mais O amamos, mais temos o
direito de comê-Lo e desfrutá-Lo como a árvore da
vida. Então, como resultado disso, a luz do 'Seu
testemunho resplandecerá brilhantemente.
ESTUDO-VIDA DE APOCALIPSE
MENSAGEM 11
A IGREJA EM ESMIRNAA VIDA DE RESSURREIÇÃO E
A COROA DA VIDA
O Senhor foi soberano ao escolher as igrejas para
cumprir o Seu propósito. Ele escolheu sete cidades na
Ásia Menor: Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira,
Sardes, Filadélfia e Laodicéia. De acordo com o grego,
o nome de cada cidade é muito significativo,
combinando exatamente com o seu significado
espiritual. Como já enfatizamos, Éfeso significa
desejável, indicando que a igreja em Éfeso era
preciosa para o Senhor e desejável aos Seus olhos. Em
grego, Esmirna significa mirra. A mirra é uma
especiaria doce, a qual, em figura, denota sofrimento.
Em tipologia, a mirra significa o doce sofrimento de
Cristo. Assim, a igreja em Esmirna era uma igreja
sofredora, prefigurando a igreja sob a perseguição do
Império Romano, desde a última parte do primeiro
século até a primeira parte do quarto século. Essa
igreja perseguida sofreu na doçura e fragrância de
Cristo. Em outras palavras, essa igreja estava na
tribulação de Jesus e na comunhão dos Seus
sofrimentos. A igreja em Esmirna sofreu como o
próprio Cristo, tendo-se tornado uma continuação do
Seu sofrimento. Em Colossenses 1:24, Paulo disse:
“Preencho o que resta das aflições de Cristo, na
minha carne, a favor do seu corpo, que é a igreja.”
Paulo estava completando os sofrimentos de Cristo.
Embora ninguém possa continuar a redenção de
Cristo, Seus sofrimentos precisam ser completados
por todos os Seus seguidores, tanto individual como
coletivamente. Na igreja em Esmirna vemos a
continuação coletiva dos sofrimentos de Jesus. Essa
igreja era verdadeiramente o testemunho de Jesus,
porque era uma continuação dos Seus sofrimentos.
A. O Primeiro e o Último
Consideremos agora aquele que fala à igreja em
Esmirna. No versículo 8, o Senhor diz: “Estas coisas
diz o primeiro e o último, que esteve morto e tornou a
viver”. O Senhor disse a essa igreja sofredora que Ele
era o Primeiro e o Último. Isso significa que não
importa quão grandes sejam os sofrimentos pelos
quais Ele passou, eles não podiam eliminá-Lo ou
danificá-Lo. Ele era o Primeiro e, por fim, também o
Último. No sofrimento, a igreja deve saber que o
Senhor é o Primeiro e o Último, Aquele que é
sempiterno e imutável. Qualquer que seja o ambiente,
Ele permanece o mesmo; nada pode precedê-Lo, e
nada pode existir após Ele. Todas as coisas estão
dentro do limite do Seu controle.
Quando o Senhor falou à igreja em Esmirna que
Ele era o Primeiro e o Último, estava indicando que a
igreja tinha de ser vitoriosa. A igreja não deveria ser
frustrada por nenhum tipo de sofrimento. Ela precisa
passar por todos os tipos de sofrimentos e chegar ao
fim porque o Senhor, que é a vida e o Cabeça da
igreja, é o Primeiro e o Último.
A. A Tribulação
No versículo 9, o Senhor disse à igreja em
Esmirna: “Conheço a tua tribulação.” O conteúdo
desta epístola não é nada senão a tribulação, o
sofrimento e a perseguição. Para a igreja, a tribulação
é um teste de vida. Até que ponto a igreja experiência
e desfruta a vida de ressurreição de Cristo, só pode
ser testado por meio da tribulação. Além disso, a
tribulação também introduz as riquezas da vida de
ressurreição de Cristo. O propósito do Senhor, ao
permitir que a igreja sofra tribulação, não é apenas
testificar que a Sua vida de ressurreição vence a
morte, mas também capacitar a igreja a entrar nas
riquezas da Sua vida. Portanto, a tribulação é
preciosa para a igreja.
A. A Coroa da Vida
No versículo 10, vemos a promessa para o
vencedor — a coroa da vida. Por fim, a vida
tornar-se-á uma coroa. Ela será a glória dos mártires
vitoriosos. Uma coroa no Novo Testamento sempre
denota um prêmio em adição à salvação (3:11; Tg
1:12; 2Tm 4:8; 1Pe 5:4; 1Co 9:25). A coroa da vida,
como um prêmio àqueles que são fiéis até a morte em
vencer a perseguição, denota a força vencedora que é
o poder da vida de ressurreição (Fp 3:10); também
significa que esses vencedores obtiveram “a
extra-ressurreição dentre os mortos”, isto é, a
suprema ressurreição (Fp 3:11 — gr.).
N. O ENSINAMENTO DE BALAÃO
No versículo 14, o Senhor diz: “Tenho, todavia,
contra ti algumas coisas, pois que tens aí os que
sustentam a doutrina de Balaão, o qual ensinava a
Balaque a armar ciladas diante dos filhos de Israel,
para comerem coisas sacrificadas aos ídolos e
praticarem a prostituição”. Nestas epístolas, o Senhor
deseja, segundo a economia de Deus, que O comamos
como a árvore da vida (2:7), o maná escondido (2:17)
e o rico produto da boa terra (3:20); mas a igreja
mundana afastou-se da vida e voltou-se para meros
ensinamentos, desviando, assim, a atenção dos
crentes do desfrute de Cristo como o seu suprimento
de vida, o qual é para o cumprimento da propósito de
Deus. O desfrute de Cristo edifica a igreja, ao passo
que os ensinamentos resultam numa religião.
Este versículo menciona “a doutrina de Balaão”.
Balaão era um profeta gentio que levou o povo de
Deus a tropeçar. Por causa de uma recompensa (2Pe
2:15; Jd 11), ele levou a fornicação e a idolatria ao
povo de Deus (Nm 25:1-3; 31:16). Na igreja mundana,
alguns começaram a ensinar as mesmas coisas. Hoje,
tanto no protestantismo como no catolicismo, o
mesmo ensinamento prevalece. A idolatria sempre
introduz a fornicação (Nm 25:1-3; At 15:29). Quando
a igreja mundana desconsiderou o nome, a Pessoa do
Senhor, ela se voltou à idolatria, o que resultou em
formicação.
No cristianismo de hoje, muitos dos pregadores
contratados não ensinam as pessoas a tomar Cristo
como o seu suprimento de vida. Pelo contrário,
sutilmente ensinam as pessoas a comer sacrifícios de
ídolos, isto é, a tomar coisas más, diabólicas e
demoníacas. Esses ensinamentos levam as pessoas a
desviar-se da Pessoa de Cristo, conduzindo-as à
fornicação espiritual. Cristo deve ser o único Marido
da igreja, o único Noivo de todos os santos. Mas
tantos ensinamentos no cristianismo de hoje levam as
pessoas a absorver as coisas demoníacas e a estar
relacionadas com outras coisas afora Cristo. Isso, de
fato, é comer sacrifícios a ídolos e cometer
formicação.
Que significa negar o nome e a fé do Senhor?
Como vimos, a fé, aqui, não denota a fé subjetiva, a
capacidade de crer; denota a fé objetiva, os itens nos
quais cremos. A fé do Senhor inclui o que Ele fez por
nós em Sua obra redentora, Sua morte e ressurreição,
e todos os itens nos quais precisamos crer para ser
salvos. Essas coisas constituem a nossa fé. O nome
denota a Pessoa do Senhor. Não devemos negar o
nome, nem a fé do Senhor. Devemos sempre reter o
Seu nome e crer Nele.
Quando jovem, fui batizado numa igreja
presbiteriana chinesa onde havia alguns Balaãos. Em
determinada manhã de domingo, um desses Balaãos
pronunciou uma palestra sobre educação sanitária,
falando especificamente sobre como matar
mosquitos. Mais tarde, alguém propôs que
determinado objeto fosse colocado no edifício da
igreja e que todos da congregação se inclinassem
diante dele. Quando alguns de nós se opuseram a
isso, aquele Balaão disse: “Mesmo que Jesus Cristo
ressuscitasse do túmulo e me dissesse para não me
inclinar diante desse objeto, eu o faria”. Por essa
observação, ele revelou que não cria na ressurreição
do Senhor Jesus. Esse é um exemplo de negar a
Pessoa do Senhor e a nossa fé Nele. Se você ler a
história e estudar o cristianismo de hoje, descobrirá
muitas coisas como essa. Em muitas das assim
chamadas igrejas, o modernismo está prevalecendo.
Os modernistas não crêem que Jesus é Deus, que Ele
nasceu de uma virgem e que morreu na cruz pela
nossa redenção. Eles meramente crêem que Ele foi
crucificado como um mártir e não crêem que Jesus
Cristo ressuscitou. O ensinamento de Balaão sempre
leva as pessoas a entrar em união com as coisas
mundanas. Isso é comer sacrifícios de ídolos e
cometer fornicação espiritual.
I. O QUE FALA
A. O Filho de Deus
O versículo 18 diz: “Estas coisas diz o Filho de
Deus, que tem os olhos como chama de fogo, e os pés
semelhantes ao bronze polido.” A Igreja Católica
apóstata enfatiza muito Cristo como o Filho de Maria.
Assim, aqui, o Senhor, protestando contra a apostasia
da Igreja Católica, diz que Ele é o Filho de Deus.
A. Declarando-se Profetisa
Aqui o Senhor mostra que a igreja apóstata é
uma profetisa autodesignada. Um profeta é alguém
que fala por Deus com a autorização de Deus. A Igreja
Católica apóstata pressupõe-se autorizada por Deus a
falar por Ele. Ela exige que as pessoas a ouçam em vez
de ouvirem a Deus.
D. Doente no Leito
O Senhor também disse: “Eis que a prostro de
cama”. Uma cama normalmente é usada para dormir
e descansar, e, de maneira anormal, para doença. O
Senhor mostra aqui que a igreja apóstata está doente
de modo incurável e permanecerá assim até o seu
julgamento final. Os atos malignos de Jezabel
fizeram-na adoecer; ela não está nem um pouco
saudável. Toda a igreja apóstata está numa condição
doente. Olhe para a sua situação: algumas coisas são
celestiais e outras são terrenas; algumas coisas são de
Deus e mais coisas são de Satanás; algumas coisas são
santas e outras são seculares, comuns e mundanas.
Esse fermento não está apenas naquela igreja
apóstata, mas espalhou-se para a assim chamada
igreja reformada. Jezabel é demoníaca, satânica,
diabólica e até mesmo infernal. Não é algo
insignificante para nós termos os olhos abertos para
ver as coisas demoníacas e diabólicas na Igreja
Católica. Simplesmente não conseguimos imaginar
quão deplorável é essa igreja apóstata.
V. OS VENCEDORES — O RESTANTE DE
TIATIRA
No versículo 26, o Senhor diz: “Ao vencedor, e ao
que guardar até ao fim as minhas obras, eu lhe darei
autoridade sobre as nações”. Vencer aqui significa
vencer o catolicismo. Os vencedores, o restante de
Tiatira, não têm o ensinamento de Jezabel (v. 24),
não conheceram as coisas profundas de Satanás,
apegaram-se ao testemunho do Senhor até que Ele
volte (v. 25) e guardaram as Suas obras até o fim (v.
26). “Minhas obras” no versículo 26 refere-se às
coisas que o Senhor cumpriu e está fazendo, tais
como a Sua crucificação, ressurreição, intercessão,
etc., em contraste com as obras da igreja apóstata sob
a influência de Satanás.
5
Substantificar significa “dar forma concreta a” (Novo Dicionário da Língua Portuguesa — Aurélio B.
Holanda Ferreira).
II. A CONDIÇÃO DA IGREJA
I. O QUE FALA
A. O Santo, o Verdadeiro
O versículo 7 diz: “Estas coisas diz o santo, o
verdadeiro”. Para a igreja do amor fraternal, o Senhor
é o “santo, o verdadeiro”, por meio de quem e com
quem a igreja restaurada pode ser santa, separada do
mundo, e verdadeira, fiel para Deus.
C. A Coroa
Uma coroa foi dada pelo Senhor a Igreja
restaurada. Sendo um galardão do Senhor, ela deve
ser guardada até Ele voltar.
1. O Nome de Deus
No versículo 12, o Senhor também promete ao
vencedor, dizendo: “Gravarei também sobre ele o
nome do meu Deus, o nome da cidade do meu Deus, a
nova Jerusalém que desce do céu, vinda da parte do
meu Deus, e o meu novo nome.” Primeiramente, o
Senhor diz que escreverá sobre o vencedor o nome de
Deus. Um nome é uma designação. O seu nome
designa o que você é. Para o vencedor levar o nome de
Deus significa que Deus foi trabalhado nele. Somente
quando Deus for trabalhado em nós é que somos
dignos de levar o Seu nome. Isso não significa que nos
tornamos Deus; significa que Deus foi trabalhado em
nós e que somos um com Ele. Portanto, o Senhor nos
dá uma designação-Deus. “Deus” está sobre o
vencedor, indicando que ele foi saturado de Deus.
Quando você o vir, verá Deus.
2. O Nome da Cidade de Deus, a Nova
Jerusalém
Em segundo lugar, o Senhor promete escrever
sobre o vencedor o nome da cidade de Deus, a Nova
Jerusalém. Para o vencedor levar o nome da Nova
Jerusalém significa que ele é uma parte dela. Isso
mostra que a Nova Jerusalém vindoura foi trabalhada
em seu ser. Assim, o vencedor também leva a
designação da Nova Jerusalém. A escrita do Senhor
sempre corresponde aos fatos. Seria ridículo escrever
a palavra “leão” sobre um macaco ou escrever a
palavra “cordeiro” sobre um gato. Quando o Senhor
escreve os nomes de Deus e da Nova Jerusalém sobre
nós, isso revela que somos um com Deus e parte da
Nova Jerusalém.
I. O QUE FALA
A. o Amém
Em 3:14, o Senhor diz: “Estas coisas diz o Amém,
a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação
de Deus”. A cada uma das sete igrejas, o Senhor se
refere, respectivamente, ao que Ele é e ao que Ele faz,
de acordo com a situação e condição delas. Aqui, para
a igreja em Laodicéia, Ele se refere a Si mesmo como
o Amém. Amém, em grego, significa “firme”,
“inamovível” ou “confiável”. O Senhor é Aquele que é
firme, inamovível e confiável.
C. Desventurada
Aos olhos do Senhor, as assembléias são
desventuradas porque estão orgulhosas por ser ricas
no vão conhecimento de doutrina, mas são,
lamentavelmente, pobres de experiência das riquezas
de Cristo.
D. Miserável
A igreja restaurada degradada também é
miserável porque está nua, cega e cheia de vergonha e
trevas.
E. Pobre
A orgulhosa igreja degradada é pobre na
experiência de Cristo e na realidade espiritual da
economia de Deus. Ela se importa sobretudo com
conhecimentos vãos, mas raramente com as
experiências vivas de Cristo. Essa é a verdadeira
pobreza que a faz desventurada e miserável.
F. Cega
Aos olhos do Senhor, a igreja em Laodicéia não é
somente pobre nas riquezas de Cristo, mas também
cega nas coisas espirituais genuínas. Ela não tem o
verdadeiro discernimento espiritual. Embora tenha
um pouco de conhecimento sobre coisas espirituais,
ela não tem discernimento algum.
G. Nua
Nós, cristãos, todos recebemos Cristo como a
nossa justiça objetiva para cobrir-nos como uma
veste. Isto é para a nossa justificação diante de Deus.
Após sermos justificados em Cristo, precisamos viver
por Ele e expressá-Lo para que Ele possa ser a nossa
justiça subjetiva como outra veste esplêndida, para
cobrir o nosso andar diário. Devido à falta da
experiência subjetiva de Cristo, a igreja restaurada
degradada está nua aos olhos do Senhor. O
conhecimento vão de doutrinas desvanece debaixo
dos olhos flamejantes do Senhor, deixando aqueles
que se apegam a elas, nuamente expostos. Somente o
Cristo experienciado pode ser a nossa cobertura
debaixo dos Seus olhos julgadores.
V. A EXORTAÇÃO DO SENHOR
No versículo 19, 0 Senhor exortou a igreja em
Laodicéia, dizendo: “Sê, pois, zeloso, e arrepende-te.”
O conhecimento morto tornou morna a igreja
degradada. Ela precisa tornar-se intensamente
ardente, abandonando o conhecimento morto e frio e
até mesmo precisa quebrar o cativeiro de suas formas
doutrinárias. Ela precisa antes estar fervendo do que
estar correta, mas morta de acordo com a doutrina
morta. Ela precisa amar o Senhor e pagar qualquer
preço para ganhá-Lo, mesmo à custa do sacrifício das
“doutrinas”. Uma igreja morna precisa ser quente,
estar ardendo a qualquer custo. Ela precisa se
arrepender de sua mornidão, não ficar mais
orgulhosa do seu conhecimento. Ela tem apreciado
demais o seu conhecimento morto. Precisa depreciar
todo o seu conhecimento e arrepender-se de estar
satisfeita com a vaidade do conhecimento e não com a
realidade de Cristo.
A. A Vinda do Senhor
No versículo 20, o Senhor disse que se alguém
ouvir a Sua voz e abrir a porta, Ele virá a ele. Como já
ressaltamos, o Senhor está do lado de fora da igreja
degradada, batendo à sua porta. A porta é a porta da
igreja, não de indivíduos, mas a porta é aberta por
crentes individuais. O Senhor está tratando toda a
igreja, mas a aceitação do tratamento do Senhor tem
de ser uma questão pessoal. O tratamento do Senhor
é objetivo, mas a aceitação dos crentes deve ser
subjetiva. Se ouvirmos a voz do Senhor para a igreja e
pessoalmente abrirmos a porta, o Senhor virá a nós e
a Sua presença será a nossa porção.
I. UM TRONO NO CÉU
O versículo 2 diz: “Imediatamente eu me achei
em espírito, e eis armado no céu um trono.” No céu
há primeiramente um trono, e o livro de Apocalipse
está focalizado nele. Iniciando a partir do capítulo
quatro, este livro desvenda a administração universal
de Deus. O trono de Deus em Apocalipse é o centro da
Sua administração. Enquanto o trono nas epístolas é
o trono da graça, do qual recebemos misericórdia e no
qual achamos graça (Hb 4:16), o trono aqui é o trono
de julgamento, do 'qual o mundo recebe julgamento.
Esse é o trono de Deus no céu. Todo o universo,
especialmente a terra, está debaixo desse trono. O
que quer que Satanás faça no ar e o que quer que o
homem faça na terra esta debaixo do trono de Deus
no céu. Hoje, o homem pode fazer qualquer coisa que
queira, mas o trono de Deus no céu ainda é a
autoridade sobre todos os homens e sobre todas as
coisas. Ninguém pode fazer coisa alguma e nada pode
acontecer fora do governo do trono de Deus.
Aparentemente, esse trono é invisível e não é
percebido pelo homem, mas na verdade ele está atrás
da cena que governa todos e tudo. No tempo de Deus
e para o cumprimento do Seu propósito, o julgamento
adequado sempre procede deste trono, para a
humanidade e sobre as coisas que acontecem na
terra. No livro de Apocalipse, o resultado consumado
provém da completação da execução do julgamento
de Deus. Esse Julgamento procede do trono e aclara a
confusão tanto no céu como na terra, causada pela
rebelião de Satanás e pela queda do homem.
V. A ADORAÇÃO A DEUS
Em 4:8-11, vemos a adoração a Deus. Aqui, ainda
não temos a adoração do Cordeiro, pois o Cordeiro
não aparece até o capítulo seguinte. Este capítulo
apenas representa a cena na qual Cristo ascendeu. A
adoração a Deus aqui é pelos quatro seres viventes
que representam todos os seres (vs. 8-9) e pelos vinte
e quatro anciãos que representam todos os anjos (vs.
10-11). Nessa cena, todos os seres estão adorando a
Deus. No versículo 8, os seres viventes dizem: “Santo,
Santo, Santo é o Senhor Deus, o Todo-poderoso,
aquele que era, que é e que há de vir.” A menção da
palavra “Santo” três vezes, como em Isaías 6:3,
implica a idéia de Deus ser triúno. A menção da
existência de Deus em três tempos verbais também
implica a idéia de Deus ser triúno. Os louvores dos
quatro seres viventes (v. 9) e dos vinte e quatro
anciãos (v. 11) são compostos de três coisas,
implicando que eles estão louvando o Deus Triúno.
As primeiras duas coisas, “glória e honra”, são as
mesmas em ambos os lugares, mas a última é
diferente. A última coisa nos louvores dos quatro
seres viventes é “graças”, porque eles foram
redimidos e estão gratos pela redenção da graça de
Deus, ao passo que a última coisa nos louvores dos
vinte e quatro anciãos é “poder”, porque, como os
governantes do universo, e não como seres
redimidos, eles valorizam o poder de Deus pelo qual
governam.
No versículo 11, os vinte e quatro anciãos dizem:
“Tu és digno, Senhor e Deus nosso, de receber a
glória, a honra e o poder, porque todas as cousas tu
criaste, sim, por causa da tua vontade vieram a existir
e foram criadas.” Deus é um Deus de propósito, tendo
uma vontade do Seu próprio prazer. Ele criou todas
as coisas para a Sua vontade, a fim de realizar e
cumprir o Seu propósito. Este livro, desvendando a
administração universal de Deus, mostra-nos o Seu
propósito. Assim, no louvor dos vinte e quatro
anciãos com respeito à Sua criação, esta está
relacionada com a Sua vontade.
Como aqueles que levam a cabo a administração
de Deus no universo, os vinte e quatro anciãos
angélicos proferem em seus louvores a vontade da
criação de Deus. As pessoas podem perceber
facilmente a criação de Deus, mas raramente
conhecem a vontade, o propósito de Sua criação. O
louvor dos anciãos angélicos é uma introdução ao
conteúdo deste livro, o qual desvenda a vontade, o
propósito da criação de Deus — ter uma habitação
eterna para a Sua satisfação e expressão. Essa é a
cidade santa, a Nova Jerusalém. Na Nova Jerusalém,
a vontade de Deus na criação será completamente
revelada e cumprida. Deus ficará plenamente
satisfeito e será totalmente expresso na e por meio da
Nova Jerusalém. Essa é a vontade de Deus em Sua
criação e o objetivo do livro de Apocalipse. O louvor
dos anciãos angélicos nos indica essa questão e
Apocalipse prossegue em torno desse ponto e, por
fim, nos leva a isso, à consumação final e máxima da
vontade de Deus em Sua criação.
ESTUDO-VIDA DE APOCALIPSE
MENSAGEM 18
O DIGNO CORDEIRO-LEÃO
No capítulo 4, vemos a cena nos céus após a
ascensão de Cristo. O trono de Deus é o centro da
cena no capítulo quatro e Deus está assentado no
trono pronto para executar Sua administração
universal para o cumprimento de Seu propósito
eterno. No capítulo cinco existe a mesma cena depois
que Cristo para ali ascendeu. Como veremos nesta
mensagem, o centro dessa cena é o digno
Cordeiro-Leão.
I. O SEGREDO
DA ADMINISTRAÇÃO DE DEUS
Apocalipse 5:1 diz: “Vi na mão direita daquele
que estava sentado no trono um livro escrito por
dentro e por fora, de todo selado com sete selos.” A
administração de Deus é um segredo, um mistério.
Através dos séculos, muitos homens sábios tentaram
diligentemente saber qual é o segredo deste universo.
Falharam, porque não tinham a revelação. No livro de
Apocalipse, o último livro da Bíblia, temos um
desvendar da economia de Deus.
Em 5:1, Aquele que está sentado no trono tem
um livro em Sua mão, selado com sete selos. Esses
sete selos, na verdade, são o conteúdo do livro e o
conteúdo de Apocalipse, pois este livro é a abertura, o
desvendar dos sete selos. O livro por si mesmo tem de
ser a nova aliança, o grande título de escritura
decretado com o sangue do Cordeiro. A nova aliança é
um livro que aborda a redenção da igreja, de Israel,
do mundo e do universo. O livro de Apocalipse é um
registro do pensamento de Deus acerca da igreja, de
Israel, do mundo e do universo. Quando Cristo
morreu na cruz, Ele provou a morte não somente pelo
homem, mas por todas as coisas (Hb 2:9). Aqui,
vemos o segredo da administração de Deus no
universo. O Novo Testamento decretado pela morte
de Cristo tem sido um mistério para a humanidade. A
nova aliança é o segredo do universo e o conteúdo do
livro de Apocalipse. Ao lermos Apocalipse,
precisamos perceber que, em visão após visão,
estamos vendo o que está incluso nessa nova aliança,
o que está contido nesse livro secreto e selado.
Agora, após a ascensão de Cristo, não deve haver
mais um segredo, pois ele foi desselado pela morte,
ressurreição e ascensão de Cristo. Antes da Sua morte
havia um mistério que nenhum homem conhecia
qualquer coisa a respeito. Mas, pela Sua morte,
ressurreição e ascensão, Ele cumpriu todas as
exigências de Deus. Assim, como veremos, Ele abriu o
mistério e revelou-o a João, ordenando-lhe colocá-lo
por escrito. Portanto, esse livro é apenas o segredo
aberto ou o livro, nas mãos de Deus. Não é mais um
segredo — é um mistério aberto. Agora, enquanto
estamos lendo Apocalipse, estamos lendo o conteúdo
do livro que foi desselado pelo Cristo ascendido. Esse
ponto é muito importante e poucos cristãos estão
cientes dele. A maioria dos cristãos tem o livro de
Apocalipse, mas não muitos têm o livro desselado
porque não percebem que Apocalipse é o livro
desselado.
B. A Raiz de Davi
No versículo 5, é dado a Cristo o título de “a Raiz
de Davi”. Esse título (Ele também é a Raiz do pai de
Davi: Jessé; Is 11:1) significa que Cristo é a origem de
Davi. Portanto, Davi, como o Seu antepassado,
chamou-O “Senhor” (Mt 22:42-45). Ele é a raiz de
Davi. Em nosso conceito, Cristo nasceu de Davi,
sendo, desse modo, um descendente de Davi. Mas,
aqui, é dito que Cristo é a raiz de Davi, significando
que Davi é proveniente de Cristo. A Bíblia também diz
que Cristo é o renovo de Davi (Jr 23:5). Portanto, Ele
é tanto a raiz como o renovo. Em Isaías 11:1 e 10,
vemos que Cristo também é um renovo e raiz de
Jessé.
Vimos que Cristo tanto é um descendente como a
raiz de Davi. Aos olhos de Deus, Davi foi a única
pessoa que lutou a batalha e ganhou autoridade,
lutando a batalha por Deus e ganhando Sua plena
autoridade. O fato de Cristo, o Cordeiro-Leão, ser a
raiz dessa pessoa, significa que Ele é maior do que
Davi. Por isso é que Ele segura a chave de Davi (3:7).
Tudo o que Davi foi, teve e fez, foi totalmente oriundo
dessa raiz. Portanto, como a raiz de Davi, Cristo é
mais poderoso e mais vitorioso do que Davi, e tem
mais da autoridade divina de Deus.
C. O Cordeiro Morto
No versículo 6, João disse que ele viu “um
Cordeiro em pé, como tinha [tendo] sido morto.” De
acordo com o grego, “tendo sido morto” indica que o
Cordeiro foi morto bem recentemente. Quando João
viu Cristo como o Cordeiro, Ele havia acabado de ser
morto. Isso também indica que a cena nos céus
descrita neste capítulo é imediatamente após a
ascensão de Cristo ao céu.
D. Tendo Vencido
Como o Leão da tribo de Judá, Cristo venceu
Satanás, o inimigo de Deus. Ele resolveu esse
problema para Deus, e removeu os impedimentos
para o cumprimento do propósito de Deus. Portanto,
Ele é digno de abrir o livro referente à economia de
Deus.
SELOS DE UM A QUATRO
Nesta mensagem chegamos aos primeiros quatro
selos com os quatro cavalos e os quatro cavaleiros
(6:1-8).
I. A ABERTURA
DO SEGREDO DA ADMINISTRAÇÃO DE
DEUS PELO CORDEIRO
Apocalipse 6:1 diz: “Vi quando o Cordeiro abriu
um dos sete selos, e ouvi um dos quatro seres
viventes, dizendo, como se fosse voz de trovão: Vem.”
A abertura dos sete selos pelo Cordeiro aconteceu
imediatamente após a ascensão de Cristo aos céus.
Por meio da Sua encarnação, crucificação e
ressurreição, Cristo é plenamente qualificado em Sua
ascensão, para abrir o mistério da economia de Deus
que está contido nos sete selos. Pelo fato de a
economia de Deus com respeito às criaturas estar
contida nos sete selos, os quatro seres viventes estão
interessados em anunciar, respectivamente, a
abertura dos primeiros quatro selos.
A. O Martírio
Durante a era da pregação do evangelho, muitos
santos foram martirizados por causa da palavra de
Deus e do testemunho de Jesus. Estêvão, Pedro e
quase todos os outros apóstolos foram martirizados.
O apóstolo João foi exilado e Paulo foi aprisionado
sendo mais tarde sentenciado à morte. Ao longo dos
séculos, aonde quer que a pregação do evangelho
tenha ido, houve martírio. Milhares daqueles que
foram fiéis ao testemunho do Senhor foram
martirizados. Em certo sentido, inclusive o irmão Nee
foi martirizado. Quase todos os meus antigos
cooperadores sofreram martírio durante os últimos
vinte e seis anos, sendo mantidos em prisão até
morrerem.
O martírio dos santos não é por causa da
oposição deles a qualquer regra humana, mas por
causa da palavra de Deus e do testemunho de Jesus. A
palavra de Deus é as boas novas, o evangelho, que
proclamam às pessoas. O testemunho de Jesus é a
vida que vivem. A sociedade humana com a cultura
humana está inteiramente sob a influência maligna
de Satanás, como diz em 1 João 5:19: “O mundo
inteiro jaz no maligno”. Tanto a pregação da palavra
de Deus como a vida do testemunho de Jesus são
contra a tendência satânica do mundo. Certamente
Satanás odeia isso. Assim, sempre e onde quer que os
santos preguem a palavra de Deus e vivam o
testemunho de Jesus, Satanás instiga as pessoas a
perseguirem-nos inclusive até a morte. Isso é uma
luta, não entre homens e os santos, mas entre Satanás
e Deus. Tempo virá quando Deus vingará os santos
executando o Seu justo julgamento sobre a terra, a
qual está sob a influência maligna de Satanás.
B. O Clamor
Apocalipse 6:1 O, falando das “almas dos que
tinham sido mortos por causa da palavra de Deus e
por causa do testemunho que sustentavam” (v. 9),
diz: “Clamaram em grande voz, dizendo: Até quando,
ó Soberano Senhor, santo e verdadeiro, não julgas
nem vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a
terra?” Em 6:9, vemos que as almas estão debaixo do
altar. Isso assinala os sacrifícios mortos sobre o altar.
Quando um sacrifício era morto sobre o altar, o seu
sangue escorria, descendo até debaixo da base do
altar. A alma (vida) da carne está no sangue (Lv
17:11). O fato de as almas dos santos martirizados
estarem debaixo do altar indica que, aos olhos de
Deus, eles todos foram oferecidos a Deus como
sacrifícios sobre o altar e que o sangue, a vida deles,
foi derramado lá. Agora, a posição deles é debaixo do
altar. Em figura, o altar está no átrio exterior do
tabernáculo e do templo, e o átrio exterior simboliza a
terra. Portanto, “debaixo do altar” é debaixo da terra,
onde está a alma dos santos martirizados. É o paraíso,
para onde foi o Senhor Jesus após a Sua morte (Lc
23:43). É no coração da terra (Mt 12:40), e deve ser a
seção confortável do Hades, onde está Abraão (At
2:27; Lc 16:22-26).
Hoje, os santos martirizados estão no paraíso
debaixo do altar, isto é, debaixo da terra. É
totalmente errôneo dizer que esses santos estão no
céu. A original Scofield Reference Bible tem uma nota
sobre Lucas 16:23, que in9ica que o paraíso era
debaixo da terra antes da ressurreição (de Cristo, mas
que pela e com a ressurreição de Cristo, ele foi
transferido de debaixo da terra para o terceiro céu.
Entretanto, no dia de Pentecoste, cinqüenta dias após
a ressurreição do Senhor, Pedro disse: “Davi não
subiu aos céus” (At 2:34). Mesmo no dia de
Pentecoste, Davi ainda não estava no céu. Em seu
livro As Primícias e a Colheira, na página 54, G. H.
Lang, um mestre posterior entre os Irmãos Unidos,
diz que “a Escritura em parte alguma declara” que
após a ascensão de Cristo, o paraíso foi transferido de
debaixo da terra para o terceiro céu, “mas que é
totalmente contra isso”. Ele também enfatiza o
versículo em Atos 2, onde Pedro diz que Davi não
estava no céu. Menciono isso para que possamos
perceber que todos os santos martirizados ainda
estão no paraíso debaixo do altar.
Muitos cristãos não sabem que o paraíso é no
Hades. A prova mais forte de que o paraíso é no
Hades é a palavra do Senhor para o ladrão salvo em
Lucas 23:43: “Em verdade te digo que hoje estarás
comigo no paraíso.” Atos 2:27 e 31 revelam que após o
Senhor Jesus morrer, Ele foi para o Hades. Mateus
12:40 indica que o Hades fica no “coração da terra”,
para onde o Senhor Jesus foi por três dias e três
noites após a Sua morte. No Hades, há uma seção
agradável comparada ao seio de Abraão, para onde foi
Lázaro (Lc 16:23). Esse não é o paraíso nos céus, mas
o paraíso no Hades. Usando 2 Coríntios 12:2-4,
alguns têm argumentado que quando Paulo foi
“arrebatado ao paraíso” ele foi “arrebatado até ao
terceiro céu”. Mas 2 Coríntios 12:2-4 não prova que o
paraíso é no terceiro céu; pelo contrário, prova o
oposto. A palavra “e” no início do versículo 3, prova
que Paulo sendo “arrebatado até ao terceiro céu” e ele
ser “arrebatado ao paraíso”, mencionado nos
versículos 3 e 4, são duas coisas diferentes. A palavra
grega traduzida como “arrebatado” nos versículos 2 e
4 deveria ser simplesmente “tomado”. Por um lado,
Paulo estava vivendo na terra, mas por outro, ele foi
“tomado” para os céus e para “o paraíso”. Dessa
forma, Paulo recebeu uma visão completa de todo o
universo. No que se refere à humanidade, o universo
tem três seções: os céus, a terra e debaixo da terra (cf.
Fp 2:10). Paulo veio a conhecer as coisas na terra, as
coisas nos céus e as coisas no paraíso. Ele teve a
maior revelação do universo no que se refere ao
homem.
Quando os santos salvos morrem, todos eles se
tornam nus, não tendo mais um corpo. Um ser
humano não ter um corpo, significa que está nu, que
não está numa condição normal. Ninguém pode ficar
na presença de Deus no terceiro céu nessa condição
nua, anormal. Assim, os santos mortos precisam ser
mantidos num lugar agradável até a época da sua
ressurreição, quando Deus os vestirá com um corpo
ressurreto e eles serão uma pessoa completa numa
condição normal.
Alguns podem querer saber sobre Filipenses
1:23, onde Paulo disse que tinha um desejo de “partir
e estar com Cristo”. Paulo parecia estar dizendo: “Se
eu morrer, estarei com Cristo”. Estar com Cristo não é
uma questão absoluta, é relativa. Mesmo agora
estamos com Cristo. Aonde quer que formos,
estaremos com Ele. É claro que enquanto estivermos
neste corpo físico, não estaremos tão perto de Cristo
como estaremos quando morrermos” passando deste
mundo e entrando em outro reino. Mas isso não
significa que quando os crentes morrerem' serão
levados aos céus. Isso não ocorrerá até o dia da
ressurreição e arrebatamento.
Outros podem usar 1 Tessalonicenses 4 para
argumentar que os santos mortos estão com Cristo no
céu. Eles dizem que quando voltar, Ele trará os
crentes mortos com Ele e isso prova que eles devem
estar com Ele agora no céu. Mas leia este capítulo
cuidadosamente. Ele diz que “os mortos em Cristo
ressuscitarão primeiro” e que aqueles, “os vivos, os
que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com
eles, entre nuvens” (1Ts 4:16-17). De acordo com 1
Tessalonicenses 4, os santos mortos serão
ressuscitados e, juntamente com os vivos, serão
arrebatados para o ar para encontrar-se com Cristo.
Precisamos ler a Bíblia cuidadosamente e não seguir
os ensinamentos tradicionais, superficiais, de hoje.
Precisamos estar claros de que os santos salvos não
estão nos céus, mas num lugar agradável que a Bíblia
chama de paraíso, o lugar que o Senhor Jesus visitou
após ter morrido.
Após aguardarem por um longo tempo, próximo
ao fim desta era, os santos martirizados clamarão por
vingança, urgindo com o Senhor para julgar e vingar
seu sangue “dos que habitam sobre a terra”.
C. A Aprovação do Senhor
O versículo 11 do capítulo 6 diz: “Então, a cada
um deles foi dada uma vestidura branca, e lhes
disseram que repousassem ainda por pouco tempo,
até que também se completasse o número de seus
conservos e seus irmãos, que iam ser mortos como
igualmente eles foram.” A veste branca aqui significa
que o martírio deles foi aprovado por Deus. Aqueles
“que iam ser mortos” refere-se àqueles que serão
martirizados durante a grande tribulação (20:4).
Segundo a palavra “ainda por pouco tempo, até
que também se completasse o número”, esse clamor
dos santos martirizados deve ocorrer próximo ao fim
desta era. Ainda estamos nos primeiros quatro selos.
O quinto selo ainda não veio. Entretanto, creio que
estamos perto do tempo do quinto selo.
E. Dá Sendo Omitido
Em Apocalipse 7, Dã é omitido. No relato aqui,
como em Crônicas capítulos dois até nove, a tribo de
Dã é omitida por causa da sua idolatria (Jz 18:30-31;
1Rs 12:29-30; 2Rs 10:29; cf. Gn 49:17). Entretanto,
Dã ainda será contada durante o milênio (Ez 48:1)
por causa da bênção de Jacó sobre ele para que, pela
salvação do Senhor, Dã ainda possa ser uma das
tribos (Gn 49:16-18).
A EDIFICAÇÃO DE DEUS
As lâmpadas em Êxodo 25 são para a edificação
do tabernáculo, especialmente para mover-se dentro
do tabernáculo. Sem a luz, é impossível se mover. A
luz é para o mover, e o mover é para a edificação de
Deus. As sete lâmpadas, portanto, são para a
edificação do tabernáculo, a habitação de Deus na
terra.
As sete lâmpadas em Zacarias 3 e 4 são para a
restauração da edificação de Deus. O princípio é o
mesmo na reconstrução do templo, como o foi na
edificação do tabernáculo. O mesmo é verdade com
respeito ao livro de Apocalipse. Se abordarmos esse
livro com visão curta, seremos incapazes de ver que
os sete Espíritos, que são os sete olhos do Cordeiro e
as sete lâmpadas diante do trono de Deus, são para a
edificação de Deus. Mas se tivermos uma visão global,
veremos que os sete Espíritos são absolutamente para
a edificação de Deus. Apocalipse começa com as sete
igrejas locais e termina com a Nova Jerusalém.
Apesar de esse livro abranger o julgamento de Deus,
esse não é o alvo. O julgamento não é para o
julgamento em si, mas é para a edificação de Deus. A
Nova Jerusalém, a habitação eterna de Deus procede
desse julgamento. Desse modo, as sete lâmpadas, os
sete olhos e os sete Espíritos são todos para a
edificação de Deus. Estamos aqui para a
substantificação do eterno propósito de Deus em Sua
edificação divina.
I. O SÉTIMO SELO
O sétimo selo, que começará antes da grande
tribulação, consiste em sete trombetas, pois as sete
trombetas são o conteúdo do sétimo selo. Se
quisermos entender a profecia deste livro, devemos
perceber claramente que o mistério da economia de
Deus está selado com sete selos. Como já
enfatizamos, o livro no capítulo cinco é o novo
testamento decretado por Cristo com o Seu precioso
sangue. Esse novo testamento é o livro da economia
de Deus selado com sete selos, que são o conteúdo do
livro. Vimos que os primeiros quatro selos não são
consecutivos, mas simultâneos, e que o quinto e sexto
selos são consecutivos. O sétimo selo inclui todas as
coisas, desde depois do sexto selo até a eternidade
futura. Desta maneira, o sétimo selo, consistindo em
sete trombetas, é todo-inclusivo: Como veremos, as
setes taças são parte da sétima trombeta. O sétimo
selo consiste em sete trombetas e a sétima trombeta
consiste, parcialmente, em sete taças. Tanto o sétimo
selo como as sete trombetas estendem-se até a
eternidade. A sétima trombeta encerrará esta era e
introduzirá o reino, o novo céu e a nova terra.
Alguns podem ter o conceito de que as sete
trombetas seguem os sete selos, e de que as sete taças
sucedem as sete trombetas. Esse conceito é natural.
Ao compreendermos a Palavra, não devemos ter
nenhuma confiança em nossos conceitos naturais,
antes devemos abandoná-los e vir ao Senhor,
dizendo: “Senhor, mostra-nos o Teu caminho”. Desde
1933, fui ajudado pelo estudo do irmão Nee sobre o
livro de Apocalipse. Por causa do conceito natural que
estava profundamente embutido em meu
pensamento, eu cria que as sete trombetas eram a
continuação dos sete selos e que as sete taças seguiam
as sete trombetas. Esse conceito perturbava-me
constantemente. Estudava e estudava até que um dia
a luz veio e vi que o sétimo selo contém as sete
trombetas. As sete trombetas são o equivalente ao
sétimo selo. Elas são, na realidade, o sétimo selo. O
conteúdo dos primeiros quatro selos é os quatro
cavalos; o conteúdo do quinto selo é o clamor dos
santos martirizados; o conteúdo do sexto selo é a
resposta de Deus ao clamor dos santos martirizados e
uma advertência aos habitantes da terra, e o conteúdo
do sétimo selo é as sete trombetas.
Do mesmo modo que os primeiros quatro selos,
as primeiras quatro trombetas, que não são ainda um
julgamento direto sobre os homens, formam um
grupo. A primeira trombeta consiste num julgamento
sobre a terra incluindo as árvores e toda relva, como
ocorreu no Egito (Êx 9:18-25; 10:15); a segunda, num
julgamento sobre o mar incluindo os seres vivos e os
navios; a terceira, um julgamento sobre os rios e
fontes das águas, como ocorreu no Egito (Êx 7:17-21);
a quarta, num julgamento sobre o sol, a lua e as
estrelas para escurecê-los, como também ocorreu no
Egito (Êx 10:21-23). Por meio dos julgamentos dessas
quatro trombetas, a terça parte da terra, do mar, dos
rios e das hostes dos céus foi danificada, fazendo
assim com que não fossem mais bons para o homem
viver. Antes das sete trombetas, já terá havido um
julgamento na terra e nas hostes dos céus relativo ao
sexto selo. A extensão do dano daquele julgamento
não será tão definitivo como o dano das primeiras
quatro trombetas. Na quinta trombeta, Satanás e o
anticristo colaborarão para atormentar os homens;
na sexta trombeta haverá um julgamento adicional
sobre os homens quando os duzentos milhões de
cavaleiros matarem a terça parte dos homens; na
sétima trombeta haverá muitas coisas — o reino
eterno de Cristo, o terceiro ai compreendendo as sete
taças, o julgamento dos mortos, o galardão sendo
dado aos profetas, aos santos e às pessoas tementes a
Deus, e a destruição dos destruidores da terra. Na
sétima trombeta, haverá julgamentos adicionais
sobre a terra, o mar, os rios e o sol por meio das sete
taças (16:1-21). Esses serão os mais severos
julgamentos de Deus sobre a terra e o céu.
Devemos abandonar o conceito de que os sete
selos, as sete trombetas e as sete taças são
consecutivos. Não. Repetindo, as sete trombetas são o
conteúdo do sétimo selo e as sete taças são uma parte
da sétima trombeta. Essa é a chave para
compreendermos a profecia deste livro. Somente
Deus poderia ter escrito o livro de Apocalipse, porque
só Ele tem a sabedoria para compô-lo de tal maneira
maravilhosa. Quem mais tem a sabedoria para
escrever um livro com tais sinais e símbolos, como os
dos quatro cavalos que abrangem plenamente toda a
história dos últimos vinte séculos? O fato de os sete
selos, as sete trombetas e as sete taças não serem
consecutivos revela a sabedoria de Deus ao escrever
este livro. Se não tivermos luz para ver esse arranjo,
mesmo que possamos ler Apocalipse repetidas vezes
ainda assim ficaremos confusos.
V. A TERCEIRA TROMBETA: O
JULGAMENTO SOBRE OS RIOS E AS
FONTES DAS ÁGUAS
Os versículos 10 e 11 descrevem a terceira
trombeta: “O terceiro anjo tocou a trombeta, e caiu do
céu sobre a terça parte dos rios e sobre as 'fontes das
águas uma grande estrela ardendo como tocha. O
nome da estrela é Absinto; e a terça parte das águas se
tornou em absinto, e muitos dos homens morreram
por causa dessas águas, porque se tornaram
amargosas.” Vemos novamente que a terça parte dos
rios e das fontes das águas serão danificados. A água é
crucial para a vida humana. Os opositores de Deus e
aqueles que praticam o mal contra Ele ainda
desfrutam a criação de Deus. Embora eles bebam a
água da criação de Deus, continuam a se opor a Ele.
Um dia, Deus dará a impressão de dizer: 'Agora farei
cair do céu absinto para dentro de sua água e ela
tornar-se-á amarga”. O julgamento de Deus, aqui,
ainda tem uma limitação, pois Ele se restringe à terça
parte dos rios e fontes.
III. OS GAFANHOTOS
A grande tribulação não inclui nem o sexto selo,
nem as primeiras quatro trombetas, porque ela
começa com o primeiro ai ao soar da quinta trombeta.
O sexto selo será uma calamidade sobrenatural e as
primeiras quatro trombetas serão julgamentos sobre
a terra, o mar, os rios e as hostes celestiais. Mas esses
julgamentos não são uma parte da grande tribulação.
As primeiras quatro trombetas são muito severas,
mas não causam dano ao homem diretamente. Após
elas vem a grande tribulação, que atormentará o
homem diretamente. Antes da quinta trombeta, o
homem não será tocado diretamente; somente a
terra, o mar, os rios e as hostes celestiais serão
danificados diretamente. Isso pode ser considerado
como um preâmbulo para a grande tribulação
vindoura. O julgamento de Deus sobre a terra, o mar,
as águas e os céus é uma advertência para o homem.
No tempo da quinta trombeta, o próprio homem será
diretamente atormentado.
Os versículos de 3 a 5 dizem: “Também da
fumaça saíram gafanhotos para a terra; e foi-lhes
dado poder como o que têm os escorpiões da terra, e
foi-lhes dito que não causassem dano à erva da terra,
nem a qualquer cousa verde, nem a árvore alguma, e
tão-somente aos homens que não têm o selo de Deus
sobre as suas frontes. Foi-lhes também dado, não que
os matassem, e, sim, que os atormentassem durante
cinco meses. E o seu tormento era como tormento de
escorpião quando fere alguém.” Os gafanhotos aqui
não são como os gafanhotos em Êxodo 10:12-15,
porque têm caudas semelhantes a escorpiões, e
ferrões, e causam dano aos homens (v. 10). Eles
devem ser endemoninhados, porque saem da fumaça
que sobe do lugar de habitação dos demônios (v. 2).
As pragas das quatro primeiras trombetas não são
diretamente sobre o homem, ao passo que os ais das
três últimas trombetas o são. Aqueles que não serão
feridos pelos gafanhotos endemoninhados são os
israelitas que têm o selo de Deus em suas frontes
(7:3-8).
Nos versículos de 7 a 10 temos as características
desses gafanhotos. Os versículos 7 e 9 são muito
semelhantes a Joel 2:4, 5, 25, e 1:6, palavras ditas
acerca de Israel. Isso, juntamente com o fato de os
israelitas precisarem ser selados por Deus para
escaparem ao dano causado pelos gafanhotos, pode
indicar que o ai da quinta trombeta diz respeito,
principalmente, aos israelitas. O versículo 7 diz: “O
aspecto dos gafanhotos era semelhante a cavalos
preparados para peleja; nas suas cabeças havia como
que coroas parecendo de ouro; e os seus rostos eram
como rostos de homens”. Esses gafanhotos são como
um exército, semelhante aos mencionados no livro de
Joel, no qual nos é dito que Deus enviará um exército
de gafanhotos. Embora os gafanhotos em Apocalipse
9 não devam ser identificados com os de Joel, eles
estão relacionados. A aparência dos gafanhotos é de
cavalos preparados para a guerra, e eles têm coroas
semelhantes a ouro na cabeça. Seus cabelos são como
cabelos de mulher, e seus dentes como dentes de
leões (v. 8). Eles têm couraças como couraças de
ferro, e o som das suas asas é como o som de carros
de muitos cavalos que correm para a batalha (v. 9).
O versículo 10 diz que: “Tinham ainda caudas
como escorpiões”. Na Bíblia, escorpiões simbolizam
demônios, os espíritos malignos que seguem Satanás.
Em Lucas 10:19, o Senhor disse: “Eis aí vos dei a
autoridade para pisardes serpentes e escorpiões, e
sobre todo o poder do inimigo.” Nós, os que cremos
em Cristo, vencemos os escorpiões, os servidores
demoníacos de Satanás. O versículo 10 de Apocalipse
9 também diz que “nas suas caudas tinham poder
para causar dano aos homens, por cinco meses”.
Embora o tormento do primeiro ai causará danos
diretamente ao homem, o tempo ainda será limitado
por Deus a um período de cinco meses. O tormento
será tão torturante que “naqueles dias os homens
buscarão a morte, e não a acharão; também terão
ardente desejo de morrer, mas a morte foge deles” (v.
6). Durante esses cinco meses, aqueles que são
atormentados por esses terríveis gafanhotos
endemoninhados preferirão morrer do que viver.
Certamente o abalo da terra e o escurecimento do sol
não são nada comparados a isso. Esse é o primeiro
dos três ais anunciados pela águia no meio do céu em
8:13.
IV. O ANTICRISTO
Ao falar dos gafanhotos, o versículo 11 diz: “E
tinham sobre si rei, o anjo do abismo; em hebreu era
o seu nome Abadom, e em grego Apoliom” (VRC). O
anjo do abismo é a besta, o anticristo que sairá do
poço do abismo (11:7; 17:8). Em hebraico o anjo do
abismo é chamado de Abadom, que significa
destruição, como em Jó 26:6; 28:22; e Provérbios
15:11. Em grego, terá o nome de Apoliom, que
significa destruidor.
O anticristo é uma pessoa especial, sendo a
composição de duas pessoas: o espírito de César Nero
e o corpo de um outro César do Império Romano.
Nero iniciou a perseguição dos cristãos no primeiro
século e seu é o espírito que é guardado no abismo até
o dia em que será solto para entrar no corpo de um
outro César. O César para dentro de quem esse
espírito entrará será morto e será ressuscitado com o
espírito de César Nero. Esse será o anticristo. Satanás
soltará então, os gafanhotos, que serão organizados
como um exército sob o governo da besta, o
anticristo, que será seu rei. Os gafanhotos passarão a
atormentar por cinco meses aqueles que não têm a
marca de Deus na fronte.
De acordo com a Bíblia, o universo é composto
de três seções: os céus, a terra e a região debaixo da
terra (Fp 2:10). No início da grande tribulação, isto é,
após a primeira metade dos últimos sete anos,
Satanás será lançado do céu para a terra e,
simultaneamente, o anticristo, o rei dos gafanhotos
endemoninhados e diabólicos, será solto do abismo e
subirá para encontrar-se com Satanás. Desse modo,
um espírito diabólico encontrar-se-á com um homem
diabólico. Embora eles venham de duas direções,
Satanás de cima e o anticristo de baixo, terão um
único objetivo: atormentar a humanidade criada por
Deus. Esses dois personagens virão juntos e
colaborarão para atormentar a humanidade tanto
quanto possível. Consideraremos o anticristo com
mais detalhes quando chegarmos aos capítulos treze e
dezessete.
Como vimos, a grande tribulação durará três
anos e meio. Antes daquela época, ocorrerão as
calamidades sobrenaturais do sexto selo e das quatro
primeiras trombetas. Mas de acordo com Mateus
24:22, a grande tribulação será limitada a um tempo
curto, que se iniciará somente depois que o anticristo
erigir o abominável da desolação no Santo Lugar.
Onde você estará quando ocorrer a grande
tribulação? Não diga: “Desde que eu esteja entre o
povo celestial, estarei bem”. Como povo celestial de
Deus, nós não temos a marca que está sobre o
remanescente escolhido dos israelitas. O povo
celestial não deveria estar lá, pois Deus não tem
nenhuma intenção de deixar-nos na terra com o
remanescente de Israel. A intenção de Deus é
arrebatar-nos para os céus. Entretanto, se você quiser
ser arrebatado aos céus, há uma condição a ser
cumprida: você tem de estar maduro. A maneira de
Deus tratar com os israelitas difere de Sua maneira de
tratar com os crentes. Se eu fosse um israelita,
poderia clamar a Deus, e Ele poderia ter misericórdia
de mim e colocar uma marca sobre minha fronte. Eu
seria, então, preservado durante a tribulação. Mas
Deus não sela os crentes; em vez disso, Ele os
arrebata aos céus. Porém, para isso eles precisam
estar maduros.
Meu encargo nesta mensagem é enfatizar quando
começará a grande tribulação e o que ela causará.
Como vimos, Satanás cairá do céu para a terra e terá a
chave para abrir o abismo e soltar os gafanhotos
endemoninhados. Ao mesmo tempo, a besta, o
anticristo, o rei dos gafanhotos, será solta do abismo.
O exército de gafanhotos atormentará, então, as
pessoas por cinco meses. O tormento será tão severo
que as pessoas quererão morrer, mas a morte fugirá
delas. Hoje, as pessoas procuram evitar a morte,
ainda que ela os persiga. Naquele tempo, eles
desejarão morrer, mas ela se esquivará deles. Que
sofrimento isso será! Que grande tribulação! No
entanto, isso é apenas o primeiro ai, o início da
grande tribulação. Dois outros ais ainda estão por vir.
Os três ais das três últimas trombetas constituem
a grande tribulação. O primeiro ai será a quinta
trombeta, o segundo ai será a sexta trombeta e o
último ai será as sete taças da sétima trombeta. Os
três ais são introduzidos muito solenemente. Como
vimos, 8:13 diz: “Ai, ai, ai dos que moram na terra,
por causa das restantes vozes da trombeta dos três
anjos que ainda têm de tocar”. Apocalipse 9:12 diz: “O
primeiro ai passou. Eis quê depois destas cousas vêm
ainda dois ais”. Finalmente, ao introduzir o último ai,
11:14 diz: “Passou o segundo ai. Eis que sem demora,
vem o terceiro ai.” O sexto selo e as quatro trombetas
são simplesmente um preâmbulo ao sofrimento da
grande tribulação.
Provavelmente, essa grande tribulação,
juntamente com as calamidades sobrenaturais do
sexto selo e das quatro primeiras trombetas, é a “hora
da provação que há de vir sobre o mundo inteiro, para
experimentar os que habitam sobre, a terra” (3:10). O
Senhor prometeu à igreja em Filadélfia que as
guardaria dessa hora. Se você quiser ser guardado da
hora da provação, precisa estar pronto para ser
arrebatado desta terra. Não devemos falar
levianamente a respeito da vinda do Senhor ou do
arrebatamento dos santos. De acordo com a Palavra
pura, se quisermos ser arrebatados antes da
tribulação, precisamos estar maduros e prontos para
Ele nos tomar desta terra. Se estivermos maduros e
prontos, então tudo quanto ocorrer na terra não nos
afetará. Louvado seja o Senhor por termos um modo
de escapar.
ESTUDO-VIDA DE APOCALIPSE
MENSAGEM 25
O JULGAMENTO ADICIONAL SOBRE OS HOMENS: A
SEXTA TROMBETA
Além da introdução (1:1-8) e da conclusão
(22:6-21), o livro de Apocalipse tem três seções
principais. Em 1:19, o Senhor disse a João: “Escreve,
pois, as cousas que viste, e as que são, e as que hão de
acontecer depois destas.” Deste modo, as três
principais seções são “as coisas que viste” (1:9-20),
“as coisas que são” (2:1-3:22) e “as que hão de
acontecer” (4:1-22:5). No capítulo um, há os sete
candelabros de ouro com Cristo em seu meio, os
quais são “as coisas que viste”, e nos capítulos dois e
três há as sete igrejas que são “as coisas que são”. A
seção sobre “as que hão de acontecer” começa com a
cena no céu, no capítulo quatro. Como revela o
capítulo cinco, Cristo entra nesta cena como o Único
que é digno de abrir o mistério da economia de Deus.
Como já enfatizamos, os primeiros quatro selos
apresentam uma história breve do mundo desde a
ascensão de Cristo até Sua volta, retratando como
uma corrida de quatro cavalos. Próximo ao fim desta
era, na época do sexto selo, os santos martirizados
clamarão a Deus. O sexto selo será a resposta de Deus
ao seu clamor. Ele abalará o universo como uma
advertência àqueles que habitam na terra e como uma
introdução à grande tribulação vindoura. Em seguida,
as sete trombetas aparecerão como o conteúdo do
sétimo selo. As quatro primeiras trombetas serão o
julgamento de Deus sobre a terra, o mar, os rios e as
hostes celestiais. A terra não será mais um lugar
adequado para o homem habitar, por causa desse
julgamento. Porque as calamidades do sexto selo e
das quatro primeiras trombetas não causam dano ao
homem diretamente, mas somente danificam a terra,
fazendo com que não mais seja adequada para o
homem nela viver, elas não fazem parte da grande
tribulação. Como já salientamos na última
mensagem, a quinta trombeta marca o início da
grande tribulação. A grande tribulação mencionada
em Mateus 24:21 é composta dos três ais da quinta,
sexta e sétima trombeta.
Na quinta trombeta, a humanidade será
atormentada diretamente. Ao soar da quinta
trombeta, Satanás descerá do céu para a terra, e o
anticristo subirá do abismo, e juntos eles farão com
que os homens sejam atormentados por cinco meses.
Ao contrário das calamidades anteriores, o tormento
dos gafanhotos endemoninhados tocará diretamente
o ser do homem. Como vimos, no início dos últimos
três anos e meio, o anticristo mudará de idéia a
respeito dos israelitas, interromperá a adoração a
Deus e atormentará o homem criado por Deus para Si
mesmo. Esse será o início da grande tribulação. Esse
tormento, como o primeiro ai, será tão severo que
ninguém será capaz de suportá-lo. Depois dele,
haverá o segundo ai, que é a sexta trombeta.
A. Descendo do Céu
O versículo um diz que João viu outro Anjo
“descendo do céu”. Cristo está agora descendo do céu.
Esta visão é um indício de que, antes da sétima
trombeta, Cristo estará ainda a caminho da terra.
A. As Duas Testemunhas
Chegamos agora ao testemunho das duas
testemunhas (vs. 3-12). Todos os estudiosos da Bíblia
concordam que uma das duas testemunhas é Elias.
Mas há algum desacordo sobre a identidade da outra,
se é Enoque ou Moisés. Alguns argumentam a favor
de Enoque porque, além de Elias, ele é o único que
nunca morreu. De acordo com Hebreus 9:27, está
ordenado ao homem morrer uma vez. Os que
sustentam esse ponto de vista dizem que, visto que
Enoque e Elias nunca morreram, eles devem ser as
duas testemunhas que morrerão uma vez durante a
grande tribulação. Por Moisés já haver morrido, ele
não pode morrer pela segunda vez. Mas que dizer
sobre Lázaro? Contrariamente a esse modo de
pensar, ele morreu, foi ressuscitado e então morreu
outra vez. Por que dizemos que as duas testemunhas
são Moisés e Elias? Dizemos isso porque essa
afirmativa está firmemente baseada nos fatos da
Bíblia. A Bíblia revela que Moisés e Elias são as duas
testemunhas de Deus. O que eles fazem em 11:5 e 6
são os mesmos feitos de Moisés e Elias (Êx 7:17, 19;
9:14; 11:1; 2Rs 1:10-12; 1Rs 17:1). Moisés transformou
a água em sangue e Elias fez descer fogo do céu.
Conseqüentemente, de acordo com seu ministério, as
duas testemunhas têm de ser Moisés e Elias. Além
disso, eles apareceram diante do Senhor no monte da
transfiguração (Mt 17:1-3). Moisés, representando a
lei, e Elias, representando os profetas (Lc 16:16),
testificam ambos por Deus. O Velho Testamento é
composto de escritos representativos desses dois
homens, a lei e os profetas. A lei foi dada por
intermédio de Moisés, e Elias foi o principal profeta.
Daí, o Velho Testamento ser chamado de “a lei e os
profetas” (Lc 16:16). Esses dois ministérios já foram o
testemunho de Deus. Durante séculos, a lei
representada por Moisés e os profetas representados
por Elias foram as testemunhas de Deus na terra. A
missão de Elias foi predita (MI4:5; Mt 17:11).
B. Seu Testemunho
O versículo 7 diz que as duas testemunhas
tinham “concluído o testemunho”. Seu testemunho
será por Deus como o Senhor da terra (v. 4) e contra o
anticristo. Durante a grande tribulação, as duas
testemunhas darão um testemunho adequado por
Deus e contra o anticristo (Dt 17:6; 19:15; Mt 18:16).
Embora muitos haverão de ver a ressurreição e o
arrebatamento das duas testemunhas, eles não se
arrependerão. Isso indica que não devemos confiar
em milagres. Muitos mantêm o conceito: errado de
que os outros serão convencidos por milagres, mas
essas duas testemunhas, que serão mortas
fisicamente, serão repentina e miraculosamente
ressuscitadas e arrebatadas aos céus. Não obstante,
as pessoas não se arrependerão.
D. Dando Galardão
A. A Necessidade
B. As Promessas
C. Os Fatos
D. O Momento
Agora chegamos ao momento do arrebatamento
dos vencedores. De acordo com Apocalipse 3:10,
precederá “a hora da provação”. Além disso, o
capítulo doze indica que o filho varão será arrebatado
para o trono de Deus antes dos últimos três anos e
meio, isto é, antes da grande tribulação (12:5-6, 14,
17). Além do mais, as cento e quarenta e quatro mil
primícias estarão de pé no monte Sião antes que o
anticristo obrigue as pessoas a adorar a ele e à sua
imagem na época da grande tribulação (14:1-5, 9-12).
Se você ler o capítulo quatorze cuidadosamente, verá
que depois que as primícias são levadas para o monte
Sião no céu, o anticristo, na terra, erigirá sua imagem
no templo e obrigará as pessoas a adorá-la. A não ser
que você não creia na Bíblia, não há nenhuma dúvida
a esse respeito. Se cremos no que a Bíblia diz, então
precisamos admitir que alguns cristãos serão
arrebatados ao terceiro céu, não para o ar, antes que o
anticristo persiga o povo de Deus.
E. O Lugar
F. As Condições
A. O Fato
O fato do arrebatamento da maioria dos crentes é
que “a seara [messe]... já secou” (14:14-16). Em 14:1-5
vemos que as primícias são levadas para o monte Sião
nos céus. Nos versículos de 6 a 13, há a perseguição
sob o anticristo, que estabelecerá sua imagem e
forçará as pessoas a adorá-la. Depois disso, é-nos dito
que a messe já secou. Por isso, de acordo com
Apocalipse 14, há dois tipos de arrebatamento: o
arrebatamento das primícias e o arrebatamento da
messe.
B. As Pessoas Arrebatadas
1. Os Santos Ressuscitados
As pessoas que são arrebatadas no
arrebatamento da maioria dos crentes são,
primeiramente, os santos ressuscitados (1Ts 4:15; 1Co
15:23). Em 1 Tessalonicenses 4:15 diz que “nós, os
vivos, os que ficarmos até à vinda do Senhor, de modo
algum precederemos os que dormem.” Ao soar da
última trombeta, que será a sétima trombeta, os
santos mortos serão ressuscitados e, com os santos
vivos, serão tomados para o ar a fim de lá se
encontrarem com o Senhor.
C. O Momento
1. Na Última Trombeta
O momento do arrebatamento da maioria dos
crentes será na última trombeta, isto é, na sétima
trombeta, próximo ao fim da grande tribulação (1Co
15:52; 1Ts 4:16; Ap 10:7; 11:14-15). Alguns dizem que
a última trombeta em 1 Tessalonicenses 4 e 1
Coríntios 15 não é a sétima trombeta de Apocalipse
11, mas que é uma outra trombeta, talvez
assemelhando-se à trombeta tocada para a
movimentação do exército judeu. Essa é uma
estranha interpretação. Não vejo como alguém pode
aceitar isso, pois não é uma interpretação de acordo
com a Bíblia. Quando o apóstolo Paulo escreveu 1
Coríntios 15, ele falou da última trombeta. Você crê
que ele queria dizer que era a última trombeta do
exército judeu? Que ridículo! Donde as pessoas tiram
esse conceito? Que maneira errônea de se interpretar
a Bíblia! Alguns propõem essa interpretação porque
ensinam que todos os santos serão arrebatados antes
da tribulação, mas sabem que a última trombeta, a
sétima, será tocada perto do fim da tribulação. Desse
modo, para dizer que todos os santos serão
arrebatados antes da tribulação, precisam dizer que a
última trombeta em 1 Coríntios 15 e 1 Tessalonicenses
4 tem de ser uma trombeta diferente da sétima e
última trombeta no livro de Apocalipse. Eles se
afastam da verdade da Bíblia que desvenda que a
maioria dos crentes serão arrebatados ao soar da
sétima trombeta, a última trombeta, que será perto
do fim da grande tribulação. Essa é uma forte prova
de que a maioria dos crentes passará pela maior parte
da grande tribulação. Portanto, o ensinamento de que
todos os crentes serão arrebatados antes da
tribulação está em absoluto desacordo com as
Escrituras.
5. Na Consumação do Século
O arrebatamento da maioria dos crentes será na
“consumação do século” (Mt 13:39). A consumação
do século é o fim da grande tribulação. De acordo com
Mateus 13:39, esse será o tempo da ceifa. Cristo veio
para semear a semente no campo a fim de produzir
uma messe para Deus. Essa messe será colhida na
consumação desta era. A consumação desta era será
os últimos três anos e meio. Começando pela
reedificação da cidade de Jerusalém, um período de
setenta semanas foi determinado. As primeiras
sessenta e nove semanas, estendendo-se do decreto
para reedificar Jerusalém até a crucificação de Cristo,
abrangem um tempo de quatrocentos e oitenta e três
anos. Após a crucificação de Cristo, há um longo
intervalo. Por fim, o intervalo será terminado e a
última semana, os últimos sete anos, começará. A
última metade dessa última semana será a
consumação da era do Novo Testamento, que se
estende da cruz até o fim da grande tribulação.
Ninguém sabe a duração que terá o intervalo entre a
crucificação de Cristo e o início da septuagésima
semana. Porém, Daniel 9 revela claramente que o fim
desta era será os sete anos da última semana. A
consumação do século é a última metade desses sete
anos. Perto do fim desses três anos e meio, a maioria
dos santos será tomada. Os vencedores serão
arrebatados algum tempo antes dos últimos três anos
e meio. A época em que isso ocorrerá é desconhecida.
Enquanto a época do arrebatamento dos vencedores é
desconhecida, a do arrebatamento da maioria dos
crentes é conhecida, pois nos é dito que será na
sétima trombeta, que é próxima ao fim da grande
tribulação.
D. O Lugar
Agora chegamos ao lugar para o qual a maioria
dos crentes será arrebatada. A Primeira Epístola aos
Tessalonicenses 4:17 revela que o lugar é “nos ares”, e
Apocalipse 14:14-16 indica que será “sobre a nuvem”.
Os vencedores serão arrebatados para o trono, para a
presença do Filho do homem no terceiro céu.
Entretanto, 1 Tessalonicenses 4 diz-nos que a maioria
dos crentes será arrebatada para os ares, e Apocalipse
14 revela que a messe será ceifada para a nuvem.
Naquele tempo, Cristo não mais estará envolto na
nuvem, mas estará sentado sobre a nuvem nos ares.
E. A Condição
A condição do arrebatamento da maioria dos
santos é que a messe esteja madura. Apocalipse 14:15
diz: “Outro anjo saiu do santuário, gritando em
grande voz para aquele que se achava sentado sobre a
nuvem: Toma a tua foice e ceifa, pois chegou a hora
de ceifar, visto que a seara da terra já secou.” Por isso,
a maturação é a condição do arrebatamento da
maioria dos crentes.
A REPRODUÇÃO DO CANDELABRO
Agora chegamos ao quarto aspecto da
experiência do candelabro: a reprodução. Tanto em
Êxodo como em Zacarias, o candelabro era
unicamente um. Mas no livro da consumação, há sete
candelabros representando sete igrejas locais. Isso
indica que Cristo, como é simbolizado pelo
candelabro em Êxodo, e o Espírito de Deus, como é
simbolizado pelas sete lâmpadas do candelabro em
Zacarias, são não só para a produção da igreja
universal, mas também para a reprodução das igrejas
locais. Um candelabro é reproduzido em sete
candelabros. Todas as igrejas locais, como os muitos
candelabros, são a reprodução de Cristo e do Espírito
como o único candelabro. Quanto mais os críticos se
opuserem às igrejas locais, mais reprodução haverá.
A oposição simplesmente abre caminho para mais
reprodução. Não se importe com a oposição.
Importe-se simplesmente com a substância, com a
edificação e com a expressão. Quanto mais tivermos
essas três coisas, mais veremos a reprodução. Que é
essa reprodução? É, na verdade, uma multiplicação
da maravilhosa expressão de Cristo como o Espírito
que dá vida de uma maneira prática. Essa é a
reprodução da igreja. Estou alegre em dizer que tenho
plena certeza de que essa reprodução pavimentará o
caminho para o Senhor voltar. Por meio dela, o
Senhor terá uma cabeça-de-ponte sobre a qual
colocar Seus pés, a fim de voltar para tomar posse de
toda a terra.
ESTUDO-VIDA DE APOCALIPSE
MENSAGEM 32
EXPERIENCIANDO A VIDA TRANSFORMADORA E
EDIFICANTE DE CRISTO
Em 1925, comecei a ler, estudar e pesquisar o
livro de Apocalipse. A coisa mais difícil com que me
defrontei foi passar pelos três primeiros capítulos,
especialmente os dois capítulos referentes às sete
igrejas. Nas sete epístolas às sete igrejas há muitos
versículos difíceis que quase ninguém consegue
explicar. Um dos versículos mais difíceis é 3:12, onde
o Senhor disse: “Ao vencedor, fá-lo-ei coluna na
santuário do meu Deus, e daí jamais sairá; gravarei
também sobre ele o nome do meu Deus, o nome da
cidade do meu Deus, a nova Jerusalém que desce do
céu, vinda da parte do meu Deus, e o meu novo
nome.” Quando li esse versículo há cinqüenta e um
anos, passei por momentos muito difíceis para
entendê10. Que significa dizer que o Senhor nos fará
uma coluna no templo de Deus e que Ele escreverá o
nome de Deus, o nome da Nova Jerusalém, e Seu
novo nome sobre nós? Nenhum dos livros que
consultei acerca desse assunto pôde responder minha
pergunta. Embora até mesmo um aluno da quarta
série possa entender as palavras, é muito difícil
apreender o verdadeiro significado desse versículo.
Apocalipse 3:12 tem sido um versículo difícil para
todos os expositores, porque nenhum deles teve a
experiência adequada. Ao longo dos anos, por fim vim
a perceber que essa promessa é a maior entre as sete
promessas nas sete epístolas de Apocalipse dois e
três. Nesta mensagem precisamos considerar essa
promessa do Senhor ao vencedor na igreja em
Filadélfia.
A MAIOR BÊNÇÃO
Não podemos entender 3:12 a não ser que
tenhamos a experiência necessária. A promessa do
Senhor, aqui, não é dar-nos alguma coisa, mas
transformar-nos em algo. Toda vez que ponderamos
sobre as promessas do Senhor, sempre pensamos que
Ele nos dará alguma coisa. De acordo com o nosso
conceito, uma promessa está relacionada com uma
bênção. Para nós, sem uma bênção, não pode haver
qualquer promessa. Mas em 3:12 o Senhor não disse:
“Dar-lhe-ei”; Ele disse: “Fá-lo-ei”. Em 3:12 o Senhor
não promete nos dar santidade ou uma bênção
celestial. Não, Ele aqui promete fazer com que nos
tornemos algo: uma coluna no templo de Deus.
Tornar-se uma coluna no templo de Deus
envolve duas coisas: transformação e edificação.
Desde que vim para este país, meu encargo tem sido
sobre esses dois assuntos. A maior bênção que o
Senhor pode nos proporcionar é transformar-nos e
edificar-nos em Seu templo. A maioria dos cristãos
tem sido incapaz de entender o que significa ser feito
uma coluna no templo de Deus. Que isso significa? E
que significa ter o nome de Deus, o nome da Nova
Jerusalém e o novo nome do Senhor escrito sobre
nós? Mas aqueles que alcançaram o nível da igreja em
Filadélfia têm a compreensão adequada dentro de si.
Se tivermos nesse nível, então estaremos prontos
para o Senhor transformar-nos. Se usarmos o pouco
poder que recebemos do Senhor a respeito de Sua
palavra e O levarmos a sério, então estaremos prontos
para ser transformados e estaremos na posição
adequada para o Senhor fazer de nós 'uma coluna.
Isso requer que, em primeiro lugar, sejamos
transformados em material precioso e, em segundo
lugar, que sejamos edificados em uma coluna. Como
podemos nós, que somos barro, tornarmo-nos uma
coluna no templo de Deus? Não há nenhum outro
modo exceto ser transformado de barro em pedra
preciosa e então, ser edificado na edificação de Deus.
Antes de 3:12, temos a promessa do Senhor em 2:17,
que indica que podemos ser transformados em uma
pedra branca, comendo-O como o maná escondido.
Essa é realmente a maior bênção. Envolve o nosso
próprio ser, pois está relacionado com o que somos. A
maior bênção não é o que o Senhor nos dá, mas o que
o Senhor faz de nós.
Suponha que eu seja uma massa de barro. Não
importa o que você me dê, quer seja ouro ou
diamante, ainda sou barro. Mesmo que você me
introduzisse no céu e me colocasse em frente do
próprio Deus, eu ainda seria barro. A maior bênção é
que o Senhor quer transformar-me em algo
relacionado com a Sua habitação. Na vida da igreja
não devemos esperar bênçãos objetivas. Antes,
precisamos perceber que a bênção do Senhor é
sempre para fazer algo em nós, para transformar-nos
em material precioso e, então, edificar-nos na
edificação de Deus. Se tomar essa palavra para dentro
de você, ela revolucionará totalmente o seu conceito.
Se você teve essa visão, ainda haverá de esperar que o
Senhor o abençoe com coisas exteriores? Não,
devemos abandonar essa expectativa. Se realmente
tivemos essa visão, perceberemos claramente que na
vida da igreja a intenção do Senhor não é fazer algo
fora de nós, mas algo totalmente relacionado com o
nosso próprio ser. Ele nos transformará num outro
ser.
NOSSA NECESSIDADE DE
TRANSFORMAÇÃO E EDIFICAÇÃO
Quando o apóstolo João comeu o livrinho, ele era
doce na sua boca mas amargo em seu estômago
(10:10). Nossa experiência é a mesma. Quando vimos
a visão, ficamos felizes porque a visão era tão doce.
Mas após ver essa visão, no decorrer dos anos
tivemos um sentimento amargo em nossa
experiência. Esse sentimento amargo refere-se à
situação pobre entre os cristãos de hoje. Mesmo entre
nós que estamos tão próximos ao ministério do
Senhor há muitos que não se importam com a
edificação de Deus. Eles se importam com suas
bênçãos e com sua espiritualidade pessoal. Outros se
importam em ser fundamentalista e
doutrinariamente corretos, mas não se importam
C0m a edificação de Deus. Eles precisam ser
revolucionados e transformados. Posso dizer uma
palavra franca, honesta e amorosa para esses
queridos? Esqueçam-se da doutrina e olhem para
vocês mesmos. Quem e que é você? Pouco importa se
a doutrina é correta ou não. O que realmente importa
é o que vocês são. Por anos a fio vocês têm se
preocupado com a doutrina, mas houve alguma
mudança? Ainda são os mesmos que eram há vinte e
cinco anos? Talvez nunca tenham experienciado
qualquer transformação e edificação. Vocês podem
considerar-se como espirituais, bíblicos, fiéis e
corretos. Mas em que parte do seu ser vocês foram
transformados e com quem foram edificados? Dia a
dia abraça a Bíblia, empenhando-se para ser
fundamentalmente correto na doutrina, mas que você
me diz de seu ser? Houve uma mudança em você?
EXPERIENCIANDO A VIDA
TRANSFORMADORA E EDIFICANTE DE
CRISTO
Tudo isso é baseado em nova substantificação e
experiência de Cristo. A sua experiência de Cristo
pode ser demasiado velha. Sempre que você fica de pé
para testificar sua experiência de Cristo, esta é velha.
Todos nós precisamos de alguma experiência de
Cristo nova e recente. Essa nova experiência de Cristo
tem de ser Ele fazendo de nós uma coluna e
escrevendo o nome da Nova Jerusalém sobre nós.
Essa é uma experiência nova e por causa dela temos o
Seu novo nome. Somente você sabe qual é esse nome,
porque só você tem tido as experiências que o
produziram. Todos precisamos ter essas novas
experiências de Cristo para que nos tornemos uma
coluna. Espero que muitos de nós, que conhecemos o
Senhor há tanto tempo, digamos: “Senhor, eu Te
louvo. Nunca havia percebido que necessito da Tua
transformação. Senhor, tenho sido um individualista
durante todos esses anos. Mas agora peço-Te para
fluir através de mim e levar embora minha
individualidade natural e substituí-la por Tua
essência. Quero ser transformado e edificado por Ti
com os outros membros no Teu Corpo. Senhor, odeio
ser natural e individualista. Quero ter algumas
experiências novas do Cristo que transforma e edifica.
Quero experienciar a vida transformadora e
edificadora de Cristo”. Talvez você tenha
experienciado a vida salvadora de Cristo. Sua vida
salvou-o do pecado e do mundo, mas talvez nunca
experimentou a vida transformadora e edificadora de
Cristo. Embora tenha sido salvo do pecado e do
mundo, você foi transformado e edificado com os
outros? Ao longo dos anos você tem sido natural e
individualista. Que o Senhor tenha misericórdia de
nós. Precisamos orar: “Senhor, abre os meus olhos
para que possa ter uma visão e experienciar-Te de
uma nova maneira como a vida que transforma e
edifica, para que tenhas a oportunidade de fazer de
mim uma coluna no templo de Deus, e para que me
torne uma parte da Nova Jerusalém.
ESTUDO-VIDA DE APOCALIPSE
MENSAGEM 33
A PEDRA COM OS SETE OLHOS PARA A EDIFICAÇÃO
DE DEUS
A PEDRA INSCULPIDA
Zacarias 3:9 diz: “Porque eis aqui a pedra que
pus diante de Josué; sobre esta pedra única estão sete
olhos; eis que eu lavrarei a sua escultura, diz o Senhor
dos Exércitos, e tirarei a iniqüidade desta terra num
só dia.” A referência à pedra insculpida indica que
essa pedra é Cristo. É difícil entender essa questão de
se insculpir a pedra. Em poucas palavras, significa
que o Senhor Jesus, como a pedra de edificação, foi
insculpido, tratado por Deus na cruz, por causa da
iniqüidade do Seu povo. Em um dia, por meio
daquele insculpir na cruz, o Senhor Jesus removeu
todos os pecados do povo de Deus. Isso é o
equivalente a João 1:29 que diz: “Eis o Cordeiro de
Deus, que tira o pecado do mundo!” Por meio da
última metade de Zacarias 3:9 sabemos que a pedra
com sete olhos é Cristo.
A ERA DA PEDRA
No princípio era a Palavra, a expressão de Deus.
Um dia o próprio Deus, expresso como a Palavra,
tornou-se carne. Esse foi Seu primeiro passo para
expandir-se. Essa carne era o Cordeiro do Deus justo,
o Deus que julga e condena o pecado. O Cordeiro
remove o pecado para cumprir as exigências justas de
Deus. Esse foi o segundo passo da expansão de Deus.
Quando Ele foi crucificado, Ele foi insculpido, e esse
insculpir removeu a iniqüidade do povo de Deus em
um dia. Além disso, Ele também é o Leão, indicando
que derrotou todos os inimigos. Como o Leão Ele
efetuou uma derrota absoluta sobre o inimigo. Ele é
tanto o Cordeiro redentor como o Leão vencedor para
a expansão de Deus. Esse Cordeiro-Leão agora é a
pedra. Você sabe o que o Senhor Jesus é hoje? Ele é a
pedra. Ele é o Cordeiro e o Leão para ser a pedra.
Tendo removido a iniqüidade e tendo der-
rotado todos os inimigos, Ele agora está
edificando. Essa era não é meramente a era do
Cordeiro e do Leão; é principalmente a era da pedra.
Agora podemos compreender por que, em Sua última
visita a Jerusalém, o Senhor Jesus mostrou aos
construtores judeus que estavam rejeitando não
apenas o Cordeiro, o Redentor e o Leão, o Vencedor,
mas também a pedra, a principal pedra, angular.
Após Sua morte e ressurreição, a era tornou-se a era
da igreja, que é a edificação de Deus. Cristo é a rocha
para a edificação da igreja, quando Ele, Ele mesmo,
disse a Pedro: “Tu és uma pedra, e sobre esta rocha
edificarei a Minha igreja” (Mt 16:18-lit.). Após a
crucificação e a ressurreição, a era tornou-se a era da
rocha, a era da pedra. Essa é a era da edificação.
O cristianismo, tendo perdido o alvo, quase fez
desta era simplesmente uma era de redenção. Alguns
assim chamados cristãos de vida interior avançaram
um pouco mais e falam sobre o Leão vencedor. Parece
que ao longo dos séculos ninguém jamais percebeu
claramente que esta era não é apenas a era de
redenção e de vitória, mas principalmente de
edificação. Cristo hoje é a pedra. Todos nós
precisamos ver que esta era é a era da edificação.
Louvado seja o Senhor porque agora Ele é o
Cordeiro-Leão-pedra. Tanto Sua vitória como Sua
redenção foram para Ele ser a pedra. Se não tivesse
derrotado o inimigo e removido a iniqüidade, não
haveria nenhuma maneira de Ele cumprir o trabalho
de edificação de Deus. Aleluia! nosso Senhor Jesus é
agora o Cordeiro-Leão-pedra!
Essa pedra tem sete olhos. Esse é o ponto crucial.
Esses sete olhos são os sete Espíritos de Deus, e esses
são as sete lâmpadas ardentes, flamejantes. Qual é a
função dos olhos? Certamente é a de ver. , Os sete
olhos de Cristo, entretanto, não são para ver coisas,
mas para Ele nos ver, olhar para nós. Sem dúvida, os
sete olhos da pedra de edificação são para transfundir
e infundir. Sempre que Ele olha para nós, podemos
perceber se Ele está contente ou descontente. Não há
nenhuma necessidade de Ele dizer alguma coisa.
Olhando para nós, Ele transfunde tudo o que Ele é
para dentro do nosso ser. Conseqüentemente, os
olhos são para transfundir e infundir. Como já
mencionamos, os sete Espíritos de Deus são para o
dispensar de vida porque, na Bíblia, o Espírito é o
Espírito da vida. As sete lâmpadas são para iluminar,
sondar, expor e julgar no mover de Deus. Isso é para a
administração de Deus. O transfundir pelos olhos, o
dispensar de vida pelos Espíritos de Deus, e o
iluminar, o sondar, o expor e o julgar pelas sete
lâmpadas são todos encontrados no livro de
Apocalipse. Tudo isso é para a Nova Jerusalém. Antes
de entrarmos na igreja, nunca ouvimos falar de nada
assim, Mas apos estarmos na igreja, experienciamos
algo resplandecendo em nós para pôr a descoberto
cada segredo de toda a nossa Vida.
UM TESTEMUNHO PESSOAL
Antes de entrar na igreja, fui salvo e amava o
Senhor. Não amava o mundo; antes, era um jovem
cristão puro que buscava o Senhor, estudava a Bíblia
e orava todos os dias. Entretanto, depois de entrar na
igreja, fui totalmente sondado, não por qualquer
mestre, mas por algo interior. Naquele tempo, não
tinha os termos que temos hoje. Não obstante,
experienciei o sondar e fiz uma confissão completa ao
Senhor. Antes de entrar nas reuniões da igreja,
costumava fazer uma confissão completa, item após
item. Que sondar e escavar isso era! Muitos de nós
tivemos experiências semelhantes. Essa era a
experiência do iluminar, do sondar, do expor e do
julgar do Senhor. Posso ainda relembrar o
julgamento pelo qual passei quando vim para as
reuniões. Odiava a mim mesmo, a minha natureza, o
meu velho homem e minha disposição. Oh! como
odiava e julgava a mim mesmo! Experienciava isso de
modo especial à mesa do Senhor. Por um lado, estava
me lembrando do Senhor; por outro, estava sob Seu
julgamento. Parecia que Ele estava me dizendo: “Você
é tão carnal, tão natural e tão em si mesmo. Você
ainda está demais na velha criação”. Quando me
sentava à mesa do Senhor, ficava sob esse julgamento
interior. Esse era o trabalho das lâmpadas
flamejantes na igreja. Jamais experienciara isso
antes. Como resultado dessas sete lâmpadas
flamejantes, o Senhor Jesus tornou-se tão precioso,
tão querido e tão amável para mim. Anteriormente,
Jamais tivera tal sentimento profundo da
preciosidade e da amorosidade do Senhor. Isso foi o
transfundir e o infundir do próprio Senhor Jesus para
dentro do meu ser. Quão querido, precioso e acessível
era o Senhor para mim! Ele era um fascinante tesouro
para mim. Eu O amava mais do que nunca. Fui
verdadeiramente infundido por Ele. Posso testificar
que naquela época estava no terceiro céu e que todo
pecado e fraqueza estavam debaixo dos meus pés.
Não tinha nenhuma necessidade de tentar vencer
qualquer coisa.
Após esse infundir, houve o dispensar de vida. As
sete lâmpadas tornaram-se os sete olhos e estes
tornaram-se os sete Espíritos. O iluminar, o sondar, o
expor e o julgar resultaram no transfundir do Senhor
Jesus para dentro de mim, e esse transfundir teve por
conseqüência o dispensar de vida. Recebi mais vida, a
vida que é simplesmente o próprio Cristo. Mais de
Cristo foi acrescentado para dentro do meu ser. Ele
foi profundamente dispensado para dentro de todo o
meu ser. Naqueles dias, eu não tinha a terminologia,
mas tinha a experiência. Como resultado, tive alguma
transformação, e amava a igreja e todos os santos que
se reuniam comigo. Isso era a edificação.