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O socialismo jurídico

Friedrich Engels e Karl Kautsky


São Paulo: Boitempo, 2012 (80p.)

http://www.boitempo.com/livro_completo.php?isbn=978-85-7559-
210-6

Idealizado por Friedrich Engels e Karl tentou provar que a teoria econômica de
Kautsky, o artigo “O socialismo jurídico” Marx fora plagiada dos socialistas utópicos
foi publicado anonimamente na revista da ingleses da escola ricardiana, especialmente
social-democracia alemã, Die Neue Zeit, em de William Thompson. Essas afirmações,
1887. O objetivo era dar resposta aos bem como a falsificação da essência da
ataques à teoria econômica de Marx, assim teoria marxiana efetuada por Menger, não
como elaborar uma crítica ao reformismo poderiam passar despercebidas a Engels,
jurídico e combater a sua influência no que decidiu colocá-lo em seu devido lugar.
movimento operário. “À época da escrita
Além do artigo que dá título ao livro, este
deste livro, os reformistas, em combate às
volume – traduzido do alemão por Lívia
idéias revolucionárias de Marx, apontavam
Cotrim e Márcio Bilharinho Naves, filósofo
para uma transição controlada, objetivando
do direito brasileiro, autor do prefácio que
ganhos por meio do aumento de direitos,
contextualiza a obra e do livroMarxismo e
sem transformar plenamente as
direito: um estudo sobre Pachukanis
contradições da exploração capitalista”,
(Boitempo, 2000) – traz ainda duas cartas
afirma na orelha do livro o professor da
de Engels a Laura Lafargue (filha de Marx)
Faculdade de Direito da USP, Alysson
escritas em Londres, em 1886, que também
Leandro Mascaro, para quem O socialismo
tratam do tema.
jurídico, agora publicado pela Boitempo, é
uma das obras clássicas do marxismo sobre
a relação entre o direito e o capitalismo.
Trecho do prefácio
“Engels e Kautsky dedicam esta obra “O texto de Engels e Kautsky tem grande
justamente a combater o socialismo dos importância teórica e política e é de
juristas – ou o socialismo por meio do impressionante atualidade. Nestes tempos,
direito. O direito é, irremediavelmente, uma em que se abate sobre o marxismo uma
forma do capitalismo. Assim sendo, é a avassaladora ofensiva em nome da
revolução – e não a reforma por meio de democracia, isto é, do direito, e em que a
instituições jurídicas – a única opção ideologia jurídica penetra profundamente
realmente transformadora das condições das no movimento operário e em suas
classes trabalhadoras”, conclui Mascaro. organizações, vale a pena voltar a atenção
O texto é também uma crítica ao livro O para o ataque sem concessões que Engels e
direito ao produto integral do trabalho Kautsky dirigem contra o núcleo duro da
historicamente exposto, do sociólogo e ideologia burguesa, a sua concepção
jurista burguês austríaco Anton Menger, jurídica de mundo. [...] A crítica à visão
publicado em 1886, e que vinha obtendo jurídica aparece, de modo ainda mais
grande repercussão. Em tal obra, Menger expressivo, na análise que Engels e Kautsky

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realizam da passagem da concepção Trecho do livro
teológica de mundo feudal à concepção
“O direito jurídico, que apenas reflete as
jurídica de mundo burguesa, na qual se
condições econômicas de determinada
revela a natureza especificamente burguesa
sociedade, ocupa posição muito secundária
do direito, como forma social relacionada
nas pesquisas teóricas de Marx; ao
de maneira íntima com o processo de trocas
contrário, aparecem em primeiro plano a
mercantis: Visto que o desenvolvimento
legitimidade histórica, as situações
pleno do intercâmbio de mercadorias em
específicas, os modos de apropriação, as
escala social – isto é, por meio da
classes sociais de determinadas épocas, cujo
concessão de incentivos e créditos –
exame interessa fundamentalmente aos que
engendra complicadas relações contratuais
veem na história um desenvolvimento
recíprocas e exige regras universalmente
contínuo, apesar de muitas vezes
válidas, que só poderiam ser estabelecidas
contraditório, e não simples caos [Wust] de
pela comunidade – normas jurídicas
loucura e brutalidade, como a via o século
estabelecidas pelo Estado –, imaginou-se
XVIII. Marx compreende a inevitabilidade
que tais normas não proviessem dos fatos
histórica e, em consequência, a legitimidade
econômicos, mas dos decretos formais do
dos antigos senhores de escravos, dos
Estado. Temos aqui alguns elementos que
senhores feudais medievais etc. como
autorizam a formulação de uma ideia crítica
alavancas do desenvolvimento humano em
do direito, que permita denunciar o
um período histórico delimitado; do mesmo
“fetichismo da norma” e se oponha à teoria
modo, reconhece também a legitimidade
normativista para a qual o direito aparece
histórica temporária da exploração, da
somente como um conjunto de normas
apropriação do produto do trabalho por
garantido pelo poder coercitivo do Estado.”
outros; mas demonstra igualmente não
apenas que essa legitimidade histórica já
desapareceu, mas também que a
continuidade da exploração, sob qualquer
forma, ao invés de promover o
desenvolvimento social, dificulta-o cada
vez mais e implica choques crescentemente
violentos.”

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