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Direito Eleitoral
João Paulo
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MELO, Celso Antonio Bandeira de. Curso de direito ARAÚJO, Luiz Alberto David e NUNES JÚNIOR, Vidal
administrativo. 14 ed. São Paulo: Malheiros, 2002, p Serrano. Curso de direito constitucional. 10 ed. São
46. Paulo: Saraiva, 2006, p. 239.
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DECOMAIN, Pedro Roberto. Elegibildiade e ALMEIDA, Roberto Moreira de. Direito eleitoral. 2 ed.
inelegibilidades. 2 ed. São Paulo: Dialética, 2004, p. 9. Salvador: Juspodivm. 2009, p. 33.
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GOMES, José Jairo. Direito eleitoral. 3 ed. Belo
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Horizonte: Del Rey Editora, 2008, p. 6. Op. cit. pp 8/9.
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b) de imposição de naturalização, pela norma III – os que, mesmo que por causa transitória,
estrangeira, ao brasileiro residente em estado não puderem exprimir sua vontade.”
estrangeiro, como condição para permanência
OBS: PARA NÃO CONFUNDIR, O QUE
em seu território ou para o exercício de
CARACTERIZA A SUSPENSÃO DOS
direitos civis.”
DIREITOS POLÍTICOS É A INCAPACIDADE
Ensina, ainda, José Jairo Gomes que: “É ABSOLUTA E NÃO A RELATIVA.
da Justiça Federal a competência para as
causas referentes à nacionalidade e à
naturalização (CF, art. 109, X). Ademais, o DA SUSPENSÃO POR CONDENAÇÃO
Ministério Público Federal tem legitimidade CRIMINAL TRANSITADA EM JULGADO.
para “promover ação visando ao
É aplicação do Princípio do Estado de
cancelamento de naturalização , em virtude de
Inocência a suspensão dos direitos políticos por
atividade nociva ao interesse nacional. Como
sentença criminal transitada em julgado. Dessa
conseqüência, reassume o sentenciado o
forma, a decisão condenatória criminal da qual
status de estrangeiro.”7
ainda caiba recurso não será caso de suspensão
DA SUSPENSÃO POR INCAPACIDADE de direitos políticos.
ABSOLUTA
Uma vez que se trata de suspensão,
A incapacidade civil absoluta significa a assim que ocorrer o cumprimento da pena, o
impossibilidade de determinada pessoa exercer condenado terá novamente os direitos políticos.
por si mesma os atos da vida civil. A Por conta disso, enuncia a Súmula 09 do TSE
incapacidade civil absoluta encontra-se tratada que: “A suspensão de direitos políticos
no art. 3º do Código Civil, que dispõe o que se decorrente de condenação criminal transitada
segue: em julgado cessa com o cumprimento ou a
extinção da pena, independendo de
“São absolutamente incapazes de exercer
reabilitação ou prova de reparação de danos.”
pessoalmente os atos da vida civil:
Por fim, vale trazer, mais uma vez, a lição
I – os menores de dezesseis anos;
do professor José Jairo Gomes, no seguinte
II – os que, por enfermidade ou deficiência sentido: “Não importa a natureza da pena
mental, não tiverem o necessário aplicada, pois, em qualquer caso, ficarão
discernimento para a prática desses atos; suspensos os direitos políticos. Logo, é
irrelevante: 1) que a pena aplicada seja
7
Op. cit. p. 9.
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restritiva de direitos; 2) que seja somente Segundo José Jairo Gomes: “Em seu art.
pecuniária; 3) que o réu seja beneficiado com 143, § 1º, a Lei Maior impera que “o serviço
sursis (CP, art. 77); 4) que tenha logrado militar é obrigatório nos termos da lei”,
livramento condicional (CP, art. 83); 5) que a competindo às Forças Armadas “atribuir
pena seja cumprida no regime de prisão serviço alternativo aos que, em tempo de paz,
aberta, albergue ou domiciliar. Igualmente, após alistados, alegarem imperativo de
irrelevante é perquirir quanto ao elemento consciência, entendendo-se como tal o
subjetivo do tipo penal, havendo a suspensão decorrente de crença religiosa e de convicção
de direitos políticos na condenação tanto por filosófica ou política, para se eximirem de
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ilícito doloso quanto por culposo.” atividades de caráter essencial militar”. A Lei
n. 8.239/91 regulamenta o tema . A obrigação
Por outro lado, a condenação por
para com o serviço militar começa no dia 1º
contravenção penal transitada em julgado
de janeiro do ano em que a pessoa completar
também é causa para a suspensão dos direitos
18 anos de idade.”9
políticos.
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Op. cit, p. 12. Op. cit. p. 13.
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“A lei que alterar o processo eleitoral entrará “Cumpre, portanto, à Justiça Eleitoral a nobre
em vigor na data de sua publicação, não se missão de resguardar a democracia e o
aplicando à eleição que ocorra até um ano da Estado Democrático, nos moldes do disposto
data de sua vigência.” no art. 1° e incisos da Constituição federal,
efetivando, praticamente, a soberania popular,
Com isso, deve-se observar que a Lei
a cidadania e o pluralismo político como
entra em vigor imediatamente. Mas, no entanto,
princípios fundamentais trilhados pelo
não se aplica à eleição que ocorra até um ano da
legislador constituinte.”13
data de sua vigência. Esse princípio aplica-se
inclusive para as Emendas Constitucionais. O Poder Judiciário Eleitoral possui uma
curiosidade, nele inexiste a carreira de Juiz
O princípio da anualidade aplica-se,
Eleitoral. Este, no TSE e nos Tribunais Regionais
inclusive, para aquelas Resoluções do Tribunal
Eleitorais é escolhido dentre magistrados de
Superior Eleitoral que modificam o processo
outros Tribunais e Advogados, enquanto que os
eleitoral.
Juízes Eleitorais de Primeira Instância são
escolhidos entre os Juizes de Direito, nos termos
dispostos pelo Ordenamento Jurídico.
ÓRGÃOS DA JUSTIÇA ELEITORAL.
Esse fato tem suscitado aplausos e
O Direito Eleitoral surgiu como forma de
críticas. Alguns entendem que a estrutura fica
regulamentar e fiscalizar o processo eleitoral, ou
comprometida por não ter profissionais
seja, o processo de escolha democrática
especializados para exercer a magistratura.
daqueles que irão ocupar cargos de gestão de
Outros afirmam que, por outro lado, isso faz da
interesses públicos.
Justiça Eleitoral um Órgão mais respeitado ao
Para cumprir este papel, desde algum não permitir que haja um engessamento da
tempo têm as Constituições Federais traçado estrutura, com a atuação de pessoas com novas
uma estrutura dentro do Poder Judiciário para idéias.
organizar e fiscalizar o processo eleitoral. É o que
Surge, então, o Princípio da periodicidade
se conhece por Poder Judiciário Eleitoral.
da investidura das funções eleitorais. Sobre o
Aquele Órgão encontra-se organizado aludido princípio, leciona o professor Francisco
pela Constituição Federal, pelo Código Eleitoral e Dirceu Barros afirmando que: “Os órgãos da
pelos Regimentos Internos de cada Tribunal. Justiça Eleitoral se submetem ao princípio da
Sobre o assunto, ensina o professor Marcos
13
RAMAYANA, Marcos. Direito eleitoral. 4 ed. Rio de
Ramayana que: Janeiro: Impetus, 2006, p. 44.
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IMPEDE QUE, TENDO EXERCIDO POR 4 motivo justificado, servirão por dois anos, no
ANOS CONSECUTIVO A FUNÇÃO CITADA, mínimo, e nunca por mais de dois biênios
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Art. 119. O Tribunal Superior Eleitoral compor- Dispõe, ainda, o Código Eleitoral da
se-á, no mínimo, de sete membros, seguinte forma:
escolhidos:
§ 1º Não podem fazer parte do Tribunal
I - mediante eleição, pelo voto secreto: Superior Eleitoral cidadãos que tenham entre
si parentesco, ainda que por afinidade, até o
a) três juízes dentre os Ministros do Supremo
4º (quarto) grau, seja o vínculo legítimo ou
Tribunal Federal;
ilegítimo, excluindo-se neste caso o que tiver
b) dois juízes dentre os Ministros do Superior sido escolhido por último.
Tribunal de Justiça;
§ 2º A nomeação que trata o inciso II deste
II - por nomeação do Presidente da República, artigo não poderá recair em cidadão que
dois juízes dentre seis advogados de notável ocupe cargo público de que seja demissível
saber jurídico e idoneidade moral, indicados ad nutum; que seja diretor, proprietário ou
pelo Supremo Tribunal Federal. sócio de empresa beneficiada com
subvenção, privilégio, isenção ou favor em
Parágrafo único. O Tribunal Superior Eleitoral
virtude de contrato com a administração
elegerá seu Presidente e o Vice-Presidente
pública; ou que exerça mandato de caráter
dentre os Ministros do Supremo Tribunal
político, federal, estadual ou municipal.
Federal, e o Corregedor Eleitoral dentre os
Ministros do Superior Tribunal de Justiça.
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segurança” deve ser entendida com cuidado. Isso j) a ação rescisória, nos casos de
porque o órgão competente para julgar mandado inelegibilidade, desde que intentada dentro de
de segurança contra ato do Presidente da cento e vinte dias de decisão irrecorrível,
República é o STF. Assim, a competência da possibilitando-se o exercício do mandato
Justiça Eleitoral para decidir Mandado de eletivo até o seu trânsito em julgado. (O
Segurança deve respeitar o quanto determinado supremo Tribunal Federal julgou procedente a
na Constituição Federal, não tendo essa Ação Direta e Inconstitucionalidade de número
competência o TSE apenas pelo fato do 1.459 para excluir do dispositivo citado a
mandado de segurança contra ato do Presidente expressão “possibilitando-se o exercício do
da República, ser de matéria eleitoral. Por outro mandato eletivo até seu trânsito em julgado”.)
lado, a competência para julgar mandado de Vale ressaltar que a ação rescisória só é
segurança contra ato de Ministro de Estado é do cabível contra decisões do TSE.
Superior Tribunal de Justiça. O restante do
II - julgar os recursos interpostos das
dispositivo continua plenamente válido).
decisões dos Tribunais Regionais nos termos
f) as reclamações relativas a obrigações do Art. 276 inclusive os que versarem matéria
impostas por lei aos partidos políticos, quanto administrativa. (em relação ao recurso
à sua contabilidade e à apuração da origem interposto das decisões dos Tribunal Regionais
dos seus recursos; Eleitorais que versem sobre matéria
administrativa, já decidiu o TSE, no acórdão
g) as impugnações á apuração do resultado
11.405/1996 no seguinte sentido: “Não cabe ao
geral, proclamação dos eleitos e expedição de
Tribunal Superior Eleitoral apreciar recurso
diploma na eleição de Presidente e Vice-
especial contra decisão de natureza
Presidente da República;
estritamente administrativa.” Por decisão
h) os pedidos de desaforamento dos feitos estritamente administrativa, entende-se aquela
não decididos nos Tribunais Regionais dentro decisão como sendo a administrativa não
de trinta dias da conclusão ao relator, eleitoral.
formulados por partido, candidato, Ministério
Parágrafo único. As decisões do Tribunal
Público ou parte legitimamente interessada.
Superior são irrecorríveis, salvo nos casos do
i) as reclamações contra os seus próprios Art. 281.
juizes que, no prazo de trinta dias a contar da
conclusão, não houverem julgado os feitos a
eles distribuídos.
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atendendo ao caráter regulamentar e sem tribunal que a respondeu. Os juízes eleitorais não
restringir direitos ou estabelecer sanções têm competência para responder a consultas.
distintas das previstas nesta Lei, poderá
Podem formular consultas a autoridade
expedir todas as instruções necessárias para
federal ou órgão nacional do partido político ao
sua fiel execução, ouvidos, previamente, em
TSE e ao TRE a autoridade pública ou partido
audiência pública, os delegados ou
político. Daí se extrai que o simples candidato
representantes dos partidos políticos.”
não pode ser consulente.
Assim, para que as instruções sejam
Os vereadores podem ser consulentes em
produzidas, faz-se necessário a oitiva prévia dos
virtude da similitude com os outros membros do
delegados e representantes de partido, o que,
poder legislativo, nos termos do art. 29, IX, da
por óbvio, diminuiu a discricionariedade do TSE
CF. Os partidos políticos, através do diretório
para editar instruções.
nacional podem consultar o TSE e através do
Vale, ainda, ressaltar que as instruções diretório regional o TRE.
têm força de lei, o que, por óbvio, não significa
O TRE pode consultar o TSE, mas
que são leis, mas apenas que são obrigatórias.
somente através de seu órgão colegiado, seu
Como são leis, apenas possuem força de lei, não
presidente ou corregedor. Um juiz sozinho do
podem contrariar lei alguma, sob pena de
TRE não pode oferecer consulta.
invalidação.
São objetos da consulta os atos em
Também expedem resoluções o TSE e os
matéria eleitoral, portanto, não cabe consulta em
TREs quanto à normatização de suas
relação a plebiscitos, referendos e iniciativa
administrações. Além disso, tem competência o
popular, pois as consultas são exclusivas em
TSE de responder a consultas. A justiça
matéria eleitoral.
eleitoral tem competência para responder a
consultas hipotéticas, nunca em casos A consulta não pode envolver caso
concretos, emanadas de autoridades públicas concreto, pois diz respeito à generalidade dos
ou partidos políticos. Têm competência para casos que ocorrerão no futuro. A consulta tem
responder as consultas tanto os TRE quanto o eficácia erga omnes, alcançando a parte
TSE. consulente e todas as outras que estiverem em
igualdade de condições.
A resposta dada à consulta tem eficácia
espacial ou territorial determinada pelo âmbito do
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Sobre a impossibilidade da consulta tratar interpretação de lei entre dois ou mais tribunais
sobre caso concreto, já decidiu o Tribunal eleitorais.
Superior Eleitoral que:
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idoneidade moral, indicados pelo Tribunal de § 4º - Das decisões dos Tribunais Regionais
Justiça. Eleitorais somente caberá recurso quando:
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Art. 28. Os Tribunais Regionais deliberam por do Congresso Nacional e das Assembléias
maioria de votos, em sessão pública, com a Legislativas;
presença da maioria de seus membros.
b) os conflitos de jurisdição entre juizes
§ 1º No caso de impedimento e não existindo eleitorais do respectivo Estado;
quorum, será o membro do Tribunal
c) a suspeição ou impedimentos aos seus
substituído por outro da mesma categoria,
membros ao Procurador Regional e aos
designado na forma prevista na Constituição.
funcionários da sua Secretaria assim como
§ 2º Perante o Tribunal Regional, e com aos juizes e escrivães eleitorais;
recurso voluntário para o Tribunal Superior
d) os crimes eleitorais cometidos pelos juizes
qualquer interessado poderá argüir a
eleitorais;
suspeição dos seus membros, do Procurador
Regional, ou de funcionários da sua e) o habeas corpus ou mandado de
Secretaria, assim como dos juizes e escrivães segurança, em matéria eleitoral, contra ato de
eleitorais, nos casos previstos na lei autoridades que respondam perante os
processual civil e por motivo de parcialidade Tribunais de Justiça por crime de
partidária, mediante o processo previsto em responsabilidade e, em grau de recurso, os
regimento. denegados ou concedidos pelos juizes
eleitorais; ou, ainda, o habeas corpus quando
§ 3º No caso previsto no parágrafo anterior
houver perigo de se consumar a violência
será observado o disposto no parágrafo único
antes que o juiz competente possa prover
do art. 20.
sobre a impetração;
Sobre a competência dos Tribunais
f) as reclamações relativas a obrigações
Regionais Eleitorais, o Código Eleitoral estatui o
impostas por lei aos partidos políticos, quanto
que se segue:
a sua contabilidade e à apuração da origem
Art. 29. Compete aos Tribunais Regionais: dos seus recursos;
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sem prejuízo das sanções decorrentes do disposição constitucional ou legal; Tais datas
excesso de prazo. são fixadas hoje em Lei, não existindo mais essa
competência para os Tribunais Regionais
II - julgar os recursos interpostos:
Eleitorais. Mas, mesmo assim, alguns concursos
a) dos atos e das decisões proferidas pelos tem cobrado esse dispositivo como se fosse
juizes e juntas eleitorais. verdadeiro, conforme se observa da seguinte
questão elaborada no concurso para analista do
b) das decisões dos juizes eleitorais que
TRE/MG, no ano de 2009:
concederem ou denegarem habeas corpus ou
mandado de segurança. No que se refere às atribuições dos TREs,
julgue os itens que se seguem.
Parágrafo único. As decisões dos Tribunais
Regionais são irrecorríveis, salvo nos casos I Dos atos e decisões proferidos pelos juízes e
do Art. 276. juntas eleitorais cabe recurso ao respectivo
TRE.
Art. 30. Compete, ainda, privativamente, aos
Tribunais Regionais: II É competência privativa dos TREs fixar a
data das eleições de governador, deputados
I - elaborar o seu regimento interno;
estaduais, prefeitos e vereadores, quando não
II - organizar a sua Secretaria e a Corregedoria determinada por disposição constitucional.
Regional provendo-lhes os cargos na forma
III Para o aprimoramento de suas funções,
da lei, e propor ao Congresso Nacional, por
cabe aos TRÊS propor diretamente ao
intermédio do Tribunal Superior a criação ou
Congresso Nacional a criação ou supressão
supressão de cargos e a fixação dos
de cargos e a fixação dos respectivos
respectivos vencimentos;
vencimentos.
III - conceder aos seus membros e aos juizes
IV Além de aprovar a divisão dos estados em
eleitorais licença e férias, assim como
zonas eleitorais, os TREs podem, por
afastamento do exercício dos cargos efetivos
necessidade imperiosa e inadiável, decidir
submetendo, quanto aqueles, a decisão à
pela criação de novas zonas.
aprovação do Tribunal Superior Eleitoral;
V Cabe ao TRE de cada estado da Federação
IV - fixar a data das eleições de Governador e
ordenar o registro e o cancelamento do
Vice-Governador, deputados estaduais,
registro dos candidatos aos cargos eletivos
prefeitos, vice-prefeitos , vereadores e juizes
municipais e estaduais.
de paz, quando não determinada por
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IX- expedir títulos eleitorais e conceder XVIII -fornecer aos que não votaram por
transferência de eleitor; motivo justificado e aos não alistados, por
dispensados do alistamento, um certificado
X - dividir a zona em seções eleitorais;
que os isente das sanções legais;
XI mandar organizar, em ordem alfabética,
XIX - comunicar, até às 12 horas do dia
relação dos eleitores de cada seção, para
seguinte a realização da eleição, ao Tribunal
remessa a mesa receptora, juntamente com a
Regional e aos delegados de partidos
pasta das folhas individuais de votação; (A Lei
credenciados, o número de eleitores que
6.996/82, em seu art. 12, substituiu a folha de
votarem em cada uma das seções da zona
votação individual por listas de eleitores emitida
sob sua jurisdição, bem como o total de
por computador no processamento eletrônico de
votantes da zona.
dados.)
XIV - nomear, 60 (sessenta) dias antes da “As Juntas Eleitoral são compostas por dois
eleição, em audiência pública anunciada com ou quatro membros, mais seu Presidente, que
pelo menos 5 (cinco) dias de antecedência, os é Juiz de Direito, o que forma um colegiado de
membros das mesas receptoras; três ou cinco membros no total. Não há razão
para a existência Junta de cinco membros e,
XV - instruir os membros das mesas
receptoras sobre as suas funções;
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na prática, essa composição não tem deverá atuar com imparcialidade em suas
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apresentado vantagem.” decisões. Por conta disso, existem uma série de
impedimentos para que alguém possa ocupar o
Aquele mesmo Autor ainda esclarece que:
múnus de integrante de uma Junta Eleitoral.
“Os demais membros das Juntas, com
Assim, explica o professor Joel Cândido que:
exceção de seu Presidente, que será sempre
Juiz de Direito com as garantias “Nos impedimentos, a enumeração do art. 36,
constitucionais, poderão ser leigos, vale dizer, § 3°, do Código Eleitoral, evidentemente, não
não ter formação jurídica.”18 é exaustiva, mas meramente exemplificativa.
Mesmo assim, a lei deveria punir
Sobre o referido órgão colegiado, o
criminalmente a omissão, de parte do membro
Código Eleitoral determina que:
da Junta (inclusive dos escrutinadores e
Art. 36. Compor-se-ão as juntas eleitorais de auxiliares) na auto-declaração de
um juiz de direito, que será o presidente, e de impedimentos óbvios para a sua investidura,
2 (dois) ou 4 (quatro) cidadãos de notória não nos parecendo de muita lógica tenha isso
idoneidade. sido omitido quando dos mesários isso se
exigiu (CE, art. 120, § 5°). A boa formação da
§ 1º Os membros das juntas eleitorais serão
Junta Eleitoral, quer pela qualidade
nomeados 60 (sessenta) dia antes da eleição,
profissional; de seus juizes, quer pela
depois de aprovação do Tribunal Regional,
correção do processo de suas nomeações, é
pelo presidente deste, a quem cumpre
caminho seguro para o sucesso do pleito e
também designar-lhes a sede.
para a normalidade do funcionamento das
§ 2º Até 10 (dez) dias antes da nomeação os instituições eleitorais.”19
nomes das pessoas indicadas para compor as
Estabelece, assim, o Código Eleitoral que:
juntas serão publicados no órgão oficial do
Estado, podendo qualquer partido, no prazo § 3º Não podem ser nomeados membros das
de 3 (três) dias, em petição fundamentada, Juntas, escrutinadores ou auxiliares:
impugnar as indicações.
I - os candidatos e seus parentes, ainda que
Apesar de ser formada também por leigos, por afinidade, até o segundo grau, inclusive, e
a Junta Eleitoral por ser órgão da Justiça Eleitoral bem assim o cônjuge;
17
CÂNDIDO, Joel J. Direito eleitoral brasileiro. 11 ed.
Bauru: Edipro, 2005, p. 51.
18 19
Idem. Op cit, p. 52.
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Art. 40. Compete à Junta Eleitoral; necessidade de que seja acompanhado por pelo
Parquet.
I - apurar, no prazo de 10 (dez) dias, as
eleições realizadas nas zonas eleitorais sob a É interessante observar que apesar da
sua jurisdição; própria legislação eleitoral por muitas vezes se
referir a Ministério Público Eleitoral, como o faz o
II - resolver as impugnações e demais
art. 24 do Código Eleitoral, por exemplo, em
incidentes verificados durante os trabalhos da
verdade, tal órgão não existe dentro do Ministério
contagem e da apuração;
Público como órgão autônomo.
III - expedir os boletins de apuração
Determina a Constituição no art. 128, I, que:
mencionados no Art. 178;
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Por outro lado, o Ministério Público dos Público, nomeado pelo Presidente da República
Estado, através dos Promotores de Justiça, com a aprovação do Senado Federal, exercerá
deverá atuar perante a Justiça Eleitoral de as funções eleitorais.
primeiro grau, em todos os processos que sejam
Cabe ao Procurador Geral Eleitoral atuar
da competência daquele órgão do Poder
perante o Tribunal Superior Eleitoral, sendo
Judiciário.
substituído por suas faltas e impedimentos pela
20
O professor Francisco Dirceu Barros , autoridade indicada na Lei. Pode, ainda, havendo
exatamente por isso, leciona acerca dos necessidade, ter auxiliares, nomeados dentre os
Princípios da Federalização e da Delegação. membros do Ministério Público Federal com
atuação na Capital Federal. Vale, no entanto,
De acordo com o Princípio da
ressaltar que tais auxiliares não terão assento
Federalização, as atribuições eleitorais do
nas sessões.
Ministério Público deverão ser exercidas pelo
Ministério Público Federal, como visto, sendo o As atribuições do Procurador Geral
Chefe do Ministério Público da União, como será Eleitoral estão previstas no art. 24 do Código
visto adiante, o Procurador Geral Eleitoral. Eleitoral assim redigido:
Por outro lado, essa atribuição eleitoral do “Art. 24. Compete ao Procurador Geral, como
Ministério Público Federal é delegada por Lei ao Chefe do Ministério Público Eleitoral;
Ministério Público dos Estados para que atuem
junto à Justiça Eleitoral de Primeiro Grau. É o I - assistir às sessões do Tribunal
que se denomina Princípio da Delegação. Superior e tomar parte nas discussões;
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Para que se possa entender a importância Desta forma, de acordo com o professor
do alistamento eleitoral, mister se faz o Djalma Pinto, o alistamento eleitoral é “o
entendimento do que seja capacidade eleitoral. E processo através do qual o indivíduo é
essa pode ser definida com a aptidão para introduzido no corpo eleitoral. Consiste na
adquirir direitos políticos. inscrição do interessado no rol dos eleitores.
Trata-se, por assim dizer, do mecanismo de
Os direitos políticos de maior expressão
aquisição da cidadania. Por ele se adquire a
são o direito de votar e ser votado, daí se falar
aptidão para participar da condução dos
em capacidade eleitoral ativa e capacidade
negócios públicos.”
eleitoral passiva. Neste ponto é importante se
consultar as lições do professor Djalma Pinto, nos Ora, se cidadania significa juridicamente a
seguinte sentido: “A capacidade eleitoral ativa capacidade de votar e de ser votado, o
consiste na prerrogativa assegurada a cada alistamento eleitoral é o termo inicial da
cidadão de escolher, através do voto, os
representantes que, durante certo período, 21
PINTO, Djalma. Direito eleitoral. 2 ed. São Paulo:
Atlas, 2005, p. 142.
22
Idem.
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Por óbvio, tal faculdade irá até iniciar-se o feita no próprio dia da eleição, perante as mesas
dever de votar, o que ocorre aos alfabetizados receptoras, ou mesas nomeadas apenas para
maiores de 18 e menores de 70 anos de idade. recebimento de justificativas.
Dessa forma, quem alcançar a idade Art. 15. O brasileiro nato que não se alistar até
informada estará obrigado a se alistar e a votar. os 19 anos ou o naturalizado que não se
Se não o fizer, ficará sujeito a imposição de alistar até um ano depois de adquirida a
multa, a ser fixada pelo juiz eleitoral. Poderá, nacionalidade brasileira incorrerá em multa
para que não seja punido com multa, justificar a imposta pelo juiz eleitoral e cobrada no ato da
sua ausência ao pleito. Essa justificativa poderá inscrição.
ser entregue ao Juiz Eleitoral até 60 dias após as
eleições. Vale, ainda, ressaltar que, como já é de
conhecimento de todos, a justificativa poderá ser
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Parágrafo único. Não se aplicará a pena ao O RAE só poderá ser preenchido por
não-alistado que requerer sua inscrição servidor da Justiça Eleitoral, conforme dispõe o
eleitoral até o centésimo qüinquagésimo art. 9° da resolução 21.538/2003, sendo que o
primeiro dia anterior à eleição subseqüente à eleitor deverá estar presente no momento do
data em que completar 19 anos (Código preenchimento. Os analfabetos poderão apor a
Eleitoral, art. 8º c.c. a Lei nº 9.504/97, art. 91). sua impressão digital.
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05 - Bahia 27 - Tocantins
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Vale, também, ressaltar que o Código Eleitoral Art. 49. Os cegos alfabetizados pelo sistema
ainda dispõe que: "Braille", que reunirem as demais condições
de alistamento, podem qualificar-se mediante
Art. 47. As certidões de nascimento ou
o preenchimento da fórmula impressa e a
casamento, quando destinadas ao alistamento
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impresso nas cores preto e verde com marca impressão digital de seu polegar, bem como a
d’água, constando ao fundo as Armas da expressão "segunda via", quando for o caso.
República sendo contornado por serrilha.
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§ 1º O título será entregue, no cartório ou no poderá ser controlado pelos partidos políticos,
posto de alistamento, pessoalmente ao que também serão responsáveis pela lisura das
eleitor, vedada a interferência de pessoas eleições.
estranhas à Justiça Eleitoral.
Por isso, estabelece a Resolução 21.538 do TSE:
§ 2º Antes de efetuar a entrega do título,
Art. 27. Os partidos políticos, por seus
comprovada a identidade do eleitor e a
delegados, poderão:
exatidão dos dados inseridos no documento,
o servidor destacará o título eleitoral e colherá I - acompanhar os pedidos de alistamento,
a assinatura ou a impressão digital do polegar transferência, revisão, segunda via e
do eleitor, se não souber assinar, no espaço quaisquer outros, até mesmo emissão e
próprio constante do canhoto. entrega de títulos eleitorais, previstos nesta
resolução;
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delegados em cada zona eleitoral, que se § 2º Consideram-se, para os efeitos deste artigo,
revezarão, não sendo permitida a atuação como informações personalizadas, relações de
simultânea de mais de um delegado de cada eleitores acompanhadas de dados pessoais
partido. (filiação, data de nascimento, profissão, estado
civil, escolaridade, telefone e endereço).
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Art. 32. O uso dos dados de natureza estatística As hipóteses de cancelamento e exclusão
do eleitorado ou de pleito eleitoral obriga a quem de eleitores encontra-se perfeitamente delineada
os tenha adquirido a citar a fonte e a assumir no art. 71 do Código Eleitoral que determina:
responsabilidade pela manipulação inadequada
ou extrapolada das informações obtidas.
Art. 71. São causas de cancelamento:
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B) infração ao art. 42 do Código Eleitoral ocorre realizado em nível nacional pelo TSE. Sobre o
quando há um alistamento em domicílio eleitoral assunto, dispõe a Resolução 21.538 que:
diverso do que deveria corresponder a inscrição
de certo eleitor. Art. 33. O batimento ou cruzamento das
informações constantes do cadastro eleitoral
C) falecimento do eleitor, evidentemente, é causa terá como objetivos expurgar possíveis
de cancelamento de inscrição. É obrigatório o duplicidades ou pluralidades de inscrições
envio de informações dos cartórios de Registro eleitorais e identificar situações que exijam
de Pessoas Civis para a Justiça Eleitoral, no dia averiguação e será realizado pelo Tribunal
15 de cada mês, dos óbitos ocorridos no mês Superior Eleitoral, em âmbito nacional.
anterior de pessoas alistáveis.
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IV - naquela cujo título não haja sido utilizado corregedorias regionais, à zona eleitoral a que
para o exercício do voto na última eleição; pertencer a inscrição.
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Art. 81. O documento de justificação Art. 82. O eleitor que não votar e não pagar a
formalizado perante a Justiça Eleitoral, no dia multa, caso se encontre fora de sua zona e
da eleição, prova a ausência do eleitor do seu necessite prova de quitação com a Justiça
domicílio eleitoral. Eleitoral, poderá efetuar o pagamento perante
o juízo da zona em que estiver (Código
§ 1º A justificação será formalizada em
Eleitoral, art. 11).
impresso próprio fornecido pela Justiça
Eleitoral ou, na falta do impresso, digitado ou § 1º A multa será cobrada no máximo
manuscrito. previsto, salvo se o eleitor quiser aguardar
que o juiz da zona em que se encontrar
§ 2º O encarregado do atendimento entregará
solicite informações sobre o arbitramento ao
ao eleitor o comprovante, que valerá como
juízo da inscrição.
prova da justificação, para todos os efeitos
legais (Lei nº 6.091/74, art. 16 e parágrafos). § 2º Efetuado o pagamento, o juiz que
recolheu a multa fornecerá certidão de
§ 3º Os documentos de justificação entregues
quitação e determinará o registro da
em missão diplomática ou repartição consular
informação no cadastro.
brasileira serão encaminhados ao Ministério
das Relações Exteriores, que deles fará § 3º O alistando ou o eleitor que comprovar,
entrega ao Tribunal Regional Eleitoral do na forma da lei, seu estado de pobreza,
Distrito Federal para processamento. perante qualquer juízo eleitoral, ficará isento
do pagamento da multa (Código Eleitoral, art.
§ 4º Os documentos de justificação
367, § 3º).
preenchidos com dados insuficientes ou
inexatos, que impossibilitem a identificação § 4º O eleitor que estiver quite com suas
do eleitor no cadastro eleitoral, terão seu obrigações eleitorais poderá requerer a
processamento rejeitado pelo sistema, o que expedição de certidão de quitação em zona
importará débito para com a Justiça Eleitoral. eleitoral diversa daquela em que é inscrito
(Res./TSE nº 20.497, de 21.10.99).
§ 5º Os procedimentos estipulados neste
artigo serão observados sem prejuízo de
orientações específicas que o Tribunal
PROCEDIMENTO PARA CANCELAMENTO DA
INSCRIÇÃO ELEITORAL.
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O processo de exclusão pode ser iniciado Dispõe, sobre o assunto, o Código Eleitoral,
de ofício pelo juiz, bem como por manifestação seguinte sentido:
de delegado de partido político, pelo Ministério
Público ou por qualquer cidadão (lembrando “Art. 77. O juiz eleitoral processará a exclusão
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Por isso, sobre as fraudes ocorridas em cartório, Art. 58. Quando houver denúncia
dispõe a Resolução 21.538 que: fundamentada de fraude no alistamento de
uma zona ou município, o Tribunal Regional
Art. 56. O corregedor-geral ou regional, no
Eleitoral poderá determinar a realização de
âmbito de sua jurisdição, sempre que
correição e, provada a fraude em proporção
entender necessário ou que tomar
comprometedora, ordenará, comunicando a
conhecimento da ocorrência de indícios de
decisão ao Tribunal Superior Eleitoral, a
irregularidades na prestação dos serviços
revisão do eleitorado, obedecidas as
eleitorais, pessoalmente ou por intermédio de
instruções contidas nesta resolução e as
comissão de servidores especialmente por ele
recomendações que subsidiariamente baixar,
designada, como providência preliminar à
com o cancelamento de ofício das inscrições
correição, inspecionará os serviços eleitorais
correspondentes aos títulos que não forem
da circunscrição, visando identificar
apresentados à revisão (Código Eleitoral, art.
eventuais irregularidades.
71, § 4º).
Parágrafo único. A comissão apresentará
§ 1º O Tribunal Superior Eleitoral determinará,
relatório circunstanciado da inspeção ao
de ofício, a revisão ou correição das zonas
corregedor, que determinará providências
eleitorais sempre que:
pertinentes, objetivando a regularização dos
procedimentos ou a abertura de correição. I - o total de transferências de eleitores
ocorridas no ano em curso seja dez por cento
Art. 57. O corregedor regional realizará
superior ao do ano anterior;
correição ordinária anual na circunscrição e
extraordinária, sempre que entender II - o eleitorado for superior ao dobro da
necessário ou ante a existência de indícios de população entre dez e quinze anos, somada à
irregularidades que a justifique, observadas de idade superior a setenta anos do território
as instruções específicas do Tribunal daquele município;
Superior Eleitoral e as que subsidiariamente
III - o eleitorado for superior a sessenta e
baixar a Corregedoria Regional Eleitoral.
cinco por cento da população projetada para
Quando a fraude for em nível comprometedor, aquele ano pelo Instituto Brasileiro de
será realizada a revisão do eleitorado, a fraude Geografia e Estatística - IBGE (Lei nº 9.504/97,
comprometedora tem as suas bases no art. 92 da art. 92).
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três dias consecutivos, por meio da imprensa § 3º O juiz eleitoral poderá, se julgar
escrita, falada e televisada, se houver, e por necessário, exigir o reforço, por outros meios
quaisquer outros meios que possibilitem seu de convencimento, da prova de domicílio
pleno conhecimento por todos os quando produzida pelos documentos
interessados, o que deverá ser feito sem ônus elencados nos §§ 1º e 2º.
para a Justiça Eleitoral.
§ 4º Subsistindo dúvida quanto à idoneidade
do comprovante de domicílio apresentado ou
ocorrendo a impossibilidade de apresentação
Art. 64. A prova de identidade só será
de documento que indique o domicílio do
admitida se feita pelo próprio eleitor mediante
eleitor, declarando este, sob as penas da lei,
apresentação de um ou mais dos documentos
que tem domicílio no município, o juiz
especificados no art. 13 desta resolução.
eleitoral decidirá de plano ou determinará as
providências necessárias à obtenção da
prova, inclusive por meio de verificação in
Art. 65. A comprovação de domicílio poderá
loco.
ser feita mediante um ou mais documentos
dos quais se infira ser o eleitor residente ou
ter vínculo profissional, patrimonial ou
Art. 66. A revisão de eleitorado ficará
comunitário no município a abonar a
submetida ao direto controle do juiz eleitoral e
residência exigida.
à fiscalização do representante do Ministério
Público que oficiar perante o juízo.
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observados os impedimentos legais, tantos e) o eleitor que não comprovar sua identidade
auxiliares quantos bastem para o ou domicílio não assinará o caderno de
desempenho dos trabalhos, bem como a revisão nem receberá o comprovante
utilização de instalações de prédios públicos. revisional;
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Art. 72. Compete ao Tribunal Regional § 1º A sentença de que trata o caput deverá:
Eleitoral autorizar, excetuadas as hipóteses
I - relacionar todas as inscrições que serão
previstas no § 1º do art. 58 desta resolução, a
canceladas no município;
alteração do período e/ou da área abrangidos
pela revisão, comunicando a decisão ao II - ser publicada a fim de que os interessados
Tribunal Superior Eleitoral. e, em especial, os eleitores cancelados,
exercendo a ampla defesa, possam recorrer
da decisão.
Art. 73. Concluídos os trabalhos de revisão,
ouvido o Ministério Público, o juiz eleitoral
deverá determinar o cancelamento das § 2º Contra a sentença a que se refere este
inscrições irregulares e daquelas cujos artigo, caberá, no prazo de três dias, contados
eleitores não tenham comparecido, adotando da publicidade, o recurso previsto no art. 80
as medidas legais cabíveis, em especial do Código Eleitoral e serão aplicáveis as
quanto às inscrições consideradas disposições do art. 257 do mesmo diploma
irregulares, situações de duplicidade ou legal.
pluralidade e indícios de ilícito penal a exigir
§ 3º No recurso contra a sentença a que se
apuração.
refere este artigo, os interessados deverão
Parágrafo único. O cancelamento das especificar a inscrição questionada, relatando
inscrições de que trata o caput somente fatos e fornecendo provas, indícios e
deverá ser efetivado no sistema após a circunstâncias ensejadoras da alteração
homologação da revisão pelo Tribunal pretendida.
Regional Eleitoral.
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II - submetê-lo-á ao Tribunal Regional, para A resolução 21.538 ainda revela por quanto
homologação, se entender pela regularidade tempo os documentos devem permanecer
dos trabalhos revisionais. guardados na Justiça Eleitoral, nos seguintes
termos:
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DECOMAIN, Pedro Roberto. Elegibilidade e
inelegibilidades. 2 ed. São Paulo: Dialética, 2004, pp
09/10.
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a) trinta e cinco anos para presidente e ice- ATENÇÃO: Se o militar tiver menos de 10
presidente da República e senador; anos de serviço, deve se afastar
definitivamente da atividade. O TSE tem
b) trinta anos para governador e vice-
entendido que só há necessidade de
governador de estado e do Distrito Federal;
afastamento do serviço militar quando o
c) vinte e um anos para deputado federal, candidato nessas circunstâncias for aceito
deputado estadual ou distrital, prefeito, vice- pela convenção partidária. Somente após
A idade mínima prevista na Constituição Federal Assim, a filiação desses candidatos ocorre
deve levar em conta a data da posse e não da somente com o pedido de candidatura, o que
realização da eleição.
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Executivo, uma vez que o substituiu nos 2 Esse período de afastamento prévio é o
mandatos anteriores. que se chama de desincompatibilização. Esse
instituto assegura a igualdade entre os
Por outro lado, para evitar qualquer fraude ao
candidatos, ao evitar que a máquina estatal seja
Sistema Eleitoral Brasileiro, o Chefe do Executivo
utilizada por quem se encontra hodiernamente no
reeleito não poderá concorrer, no período
poder.
subseqüente, ao mandato de vice da chefia que
exerce. Dessa forma, se o Presidente da Marcos Ramayana leciona, sobre o
República foi reeleito, não poderá o mesmo assunto, que: “As desincompatibilizações ou
concorrer na eleição subseqüente ao mandato de afastamentos podem ser basicamente de duas
Vice-presidente. espécies: definitivas ou temporárias. A forma
definitiva ocorre por renúncia ao mandato
O Prefeito reeleito de um município não poderá
eletivo, pedido de exoneração dos que
ser candidato a prefeitura de outro município para
ocupam funções de confiança, ou , ainda, a
o período subseqüente, uma vez que o TSE
aposentadoria.”28
considera como sendo o mandato de prefeito,
mesmo que de outro município, o mesmo cargo Estabelece o art. 14, § 5º, da Constituição
eletivo.27 Federal que: “Para concorrerem a outros
cargos, o presidente da República, os
governadores de estado e do Distrito Federal
DA DESINCOMPATIBILIZAÇÃO e os prefeitos devem renunciar aos
respectivos mandatos até seis meses antes
Dá-se o nome de incompatibilidade a
do pleito.”
inelegibilidade imposta em razão do exercício de
cargo ou função, público ou privado que possa Por esse dispositivo, devem se
colocar em risco a lisura das eleições, pela desincompatibilizar o Presidente da República, o
facilitação do abuso do poder político ou Governador de Estado e do Distrito Federal e o
econômico. Prefeito. Como a inelegibilidade limita o exercício
da capacidade passiva, que é direito político,
Para que a incompatibilidade não seja
deve ser interpretado restritivamente. Por isso, o
declarada, é necessário o afastamento do cargo
Vice-presidente, o Vice-governador e o Vice-
ou função, conforme determinado pelo
prefeito não necessitam se desincompatibilizar
Ordenamento Jurídico.
quando forem concorrer a outros cargos. No
28
Op cit., p. 106.
27
Ac. 32.539, de 17.12.08, do TSE.
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entanto, se concorrem a outros cargos, ficam a) até 6 (seis) meses depois de afastados
impossibilitados, sob pena de incidir em definitivamente de seus cargos e funções:
inelegibilidade, de suceder ou substituir o Chefe
do Executivo nos seis meses anteriores ao pleito 1. os Ministros de Estado:
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Secretários Federais dos Ministérios e as Eleitoral, até 6 (seis) meses antes do pleito, a
pessoas que ocupem cargos equivalentes; prova de que fizeram cessar o abuso apurado,
do poder econômico, ou de que transferiram,
b) os que tenham exercido, nos 6 (seis) meses por força regular, o controle de referidas
anteriores à eleição, nos Estados, no Distrito empresas ou grupo de empresas;
Federal, Territórios e em qualquer dos
poderes da União, cargo ou função, de g) os que tenham, dentro dos 4 (quatro)
e) os que, até 6 (seis) meses antes da eleição, h) os que, até 6 (seis) meses depois de
tenham exercido cargo ou função de direção, afastados das funções, tenham exercido
administração ou representação nas cargo de Presidente, Diretor ou
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i) os que, dentro de 6 (seis) meses anteriores tocante às demais alíneas, quando se tratar de
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nos 4 (quatro) meses anteriores ao pleito, sem situações, os inelegíveis para o Senado
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Essa medida visa afastar a continuidade II – Tício era Governador do Estado “x”. Tício
da permanência de uma mesma família no poder. queria ser candidato a Presidente da República e
Exatamente nesses termos, encontra-se preciosa renunciou ao governo do Estado “x”, poruqe seu
lição de Francisco Dirceu Barros que afirma: “A cunhado queria ser candidato ao governo do
finalidade é evitar a casta hereditária, ou seja, Estado “x”. Aponte a solução jurídica,
o art. 14, § 7º, da Constituição Federal visa a considerando que Tício estava no segundo
evitar a perpetuação de uma mesma família no mandato , portanto, não poderia ser candidato à
poder e o uso da máquina administrativa em reeleição ao governo do Estado “x”.
favor do candidato parente, proporcionando,
Resposta: nesse caso, o cunhado de Tício não
assim, uma maior igualdade no processo
poderia concorrer ao Governo do Estado, em
eleitoral.”29
virtude de não caber mais reeleição. Mesmo com
Ainda para facilitar o entendimento, a renúncia o cunhado Tício ainda continuaria
seguem dois exemplos práticos citados pelo inelegível para cargo eletivos na jurisdição do
professor Francisco Dirceu Barros: Estado “X”.
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(oito) anos após o cumprimento da pena, hediondos; (Incluído pela Lei Complementar
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órgão competente, salvo se esta houver sido j) os que forem condenados, em decisão
suspensa ou anulada pelo Poder Judiciário, transitada em julgado ou proferida por órgão
para as eleições que se realizarem nos 8 (oito) colegiado da Justiça Eleitoral, por corrupção
anos seguintes, contados a partir da data da eleitoral, por captação ilícita de sufrágio, por
decisão, aplicando-se o disposto no inciso II doação, captação ou gastos ilícitos de
do art. 71 da Constituição Federal, a todos os recursos de campanha ou por conduta vedada
ordenadores de despesa, sem exclusão de aos agentes públicos em campanhas
mandatários que houverem agido nessa eleitorais que impliquem cassação do registro
condição; (Redação dada pela Lei ou do diploma, pelo prazo de 8 (oito) anos a
Complementar nº 135, de 2010) contar da eleição; (Incluído pela Lei
Complementar nº 135, de 2010)
h) os detentores de cargo na
administração pública direta, indireta ou k) o Presidente da República, o
fundacional, que beneficiarem a si ou a Governador de Estado e do Distrito Federal, o
terceiros, pelo abuso do poder econômico ou Prefeito, os membros do Congresso Nacional,
político, que forem condenados em decisão das Assembleias Legislativas, da Câmara
transitada em julgado ou proferida por órgão Legislativa, das Câmaras Municipais, que
judicial colegiado, para a eleição na qual renunciarem a seus mandatos desde o
concorrem ou tenham sido diplomados, bem oferecimento de representação ou petição
como para as que se realizarem nos 8 (oito) capaz de autorizar a abertura de processo por
anos seguintes; (Redação dada pela Lei infringência a dispositivo da Constituição
Complementar nº 135, de 2010) Federal, da Constituição Estadual, da Lei
Orgânica do Distrito Federal ou da Lei
i) os que, em estabelecimentos de Orgânica do Município, para as eleições que
crédito, financiamento ou seguro, que tenham se realizarem durante o período remanescente
sido ou estejam sendo objeto de processo de do mandato para o qual foram eleitos e nos 8
liquidação judicial ou extrajudicial, hajam (oito) anos subsequentes ao término da
exercido, nos 12 (doze) meses anteriores à legislatura; (Incluído pela Lei Complementar
respectiva decretação, cargo ou função de nº 135, de 2010)
direção, administração ou representação,
enquanto não forem exonerados de qualquer l) os que forem condenados à
responsabilidade; suspensão dos direitos políticos, em decisão
transitada em julgado ou proferida por órgão
judicial colegiado, por ato doloso de
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inscritos. E no proporcional, são válidos os votos um eleitor a mais do que a metade do votos
nominais e os votos de legenda. Esses últimos válidos
são dados ao partido ou coligação, e servirão
Se não houver a maioria absoluta no primeiro
para ajudar a definir o quociente partidário.
turno, o candidato eleito será aquele que obtiver
a maior soma de votos no segundo turno
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Assim, o art. 106 não foi em parte recepcionado candidatos que tiverem mais votos até serem
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pela Constituição Federal, em seu art. 77, § 2 preenchidos todos os cargos
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Ocorreram 111.000 votos validos O partido que obteve a melhor média depois
dessa nova divisão obterá mais uma cadeira
O quociente eleitoral é de 11.000
Apo’s repete-se a operação, sempre
Participaram da eleição 4 partidos e 2 coligações
acrescentando mais 1 ao número de cadeiras
O partido A obteve 65.000, que divididos pelo obtidas
quociente eleitoral, resulta em 5.909, ou seja, o
E assim se sucederá até que todas as cadeiras
partido terá 5 cadeiras
tenham sido obtidas
O partido B obteve 18.000 votos que divididos
Os suplentes são aqueles candidatados que,
pelo quociente eleitoral resultará em 1.636,
entre os que não conseguiram as vagas, foram
sendo que o partido terá direito a 1 vaga na
os mais votados
câmara de vereadores
Não há perda de mandato para o candidato eleito
A coligação C/D obteve 16.000 votos, que
e o suplente que deixarem seus partidos, ou
divididos pelo quociente eleitoral, resultará em
cometerem alguma espécie de infidelidade
1.454, e terá direito a 1 cadeira
partidária
O partido E e a coligação F/G não atingiram o
Se o suplente desfiliar-se, mesmo assim terá
quociente eleitoral, não tendo, pois, cadeira na
direito à suplência na posição originária na lista
câmara dos vereadores
do partido em que concorreu
Nos primeiros cálculos foram preenchidas apenas
É possível o candidato que não tenha recebido
7 vagas, faltando ainda 4 vagas para serem
votos ser eleito nos termos do quociente
ocupadas na câmara
partidário, nos termos da resolução 20.731 do
As sobras ou restos são as cadeiras faltantes TSE
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eleitoral e votação, atualizando alguns regras que havendo lei federal que o indique, e Lei
ainda eram ligadas ao modelo antigo de votação, Orgânica do Município e até resolução do TSE
que era feito através de cédulas. poderão ser solução para o impasse.”30
A sua parte geral dispõe acerca das Assim, determina a Lei das Eleições que:
eleições, dispondo como dia para ocorrer o pleito,
em concordância, como é óbvio, com a “Art 1º As eleições para Presidente e Vice-
houver, no último domingo deste mesmo mês. Federal, Deputado Estadual, Deputado
Distrital e Vereador dar-se-ão, em todo o País,
Segundo escreve Joel J. Candido: no primeiro domingo de outubro do ano
respectivo.
“A posse dos eleitos será nas seguintes Parágrafo único. Serão realizadas
datas: Presidente, Vice-Presidente da simultaneamente as eleições:
República, Governador, Vice-Governador de
I - para Presidente e Vice-Presidente da
Estado e do Distrito Federal, no dia 1º de
República, Governador e Vice-Governador de
janeiro (CF, arts. 82 e 28) e Senadores e
Estado e do Distrito Federal, Senador,
Deputados Federais, no dia 1º de fevereiro
Deputado Federal, Deputado Estadual e
(CF, art. 57, § 4º). Os Deputados Estaduais e
Deputado Distrital;
Distritais terão sua posse no dia indicado nas
respectivas Constituições e Lei Orgânica,
II - para Prefeito, Vice-Prefeito e Vereador.”
enquanto que a dos Prefeitos e Vice-Prefeitos
Municipais será no dia 1º de janeiro (CF, art. Por outro lado, o art. 2º da Lei das
29, III). Já os Vereadores tomarão posse no Eleições vem esclarecer que, uma vez ocorrendo
dia indicado em lei, normalmente ocorrendo segundo turno, se houver falecimento de
na mesma data da posse do Prefeito e Vice- candidato antes de realizada a eleição, será
Prefeito. Como, pelo art. 4º, § 4º, do ADCT, a convocado dentre os remanescentes o de maior
posse dos vereadores eleitos em 1988 e deu votação.
em 1º de janeiro de 1989, nesse dia e mês de
cada ano subseqüente às eleições municipais
deverá ser a data da posse da edilidade. Não 30
CÂNDIDO, Joel J. Direito eleitoral brasileiro. 11 ed.
São Paulo: Edipro, 2005, pp 366/367.
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não se faz mais possível substituição. Dessa candidato a Vice-Presidente com ele
“Art. 2º Será considerado eleito o candidato a Determina, pois, a Lei das Eleições que:
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um ano do pleito eleitoral, bem como até a data Por seu turno, o art. 5º estabelece que
da convenção, tenha órgão de direção são considerados válidos apenas os votos dados
constituído na circunscrição , de acordo com o a candidatos e legendas, enterrando uma vez por
respectivo estatuto. todas o anterior sistema, previsto no art. 106 do
Código Eleitoral que dava algum valor para o
Segundo Joel Cândido: voto em branco nas eleições proporcionais.
31
Op. cit. p. 370.
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representação da coligação, no que se refere Por conta disso, determina o art. 7º da Lei
ao processo eleitoral; das Eleições que:
IV - a coligação será representada perante a “As normas para a escolha e substituição dos
Justiça Eleitoral pela pessoa designada na candidatos e para a formação de coligações
forma do inciso III ou por delegados indicados serão estabelecidas no estatuto do partido,
pelos partidos que a compõem, podendo observadas as disposições desta Lei.
nomear até:
§ 1º Em caso de omissão do estatuto, caberá
a) três delegados perante o Juízo Eleitoral; ao órgão de direção nacional do partido
estabelecer as normas a que se refere este
b) quatro delegados perante o Tribunal artigo, publicando-as no Diário Oficial da
Regional Eleitoral; União até cento e oitenta dias antes das
eleições.
c) cinco delegados perante o Tribunal
Superior Eleitoral. § 2o Se a convenção partidária de nível
inferior se opuser, na deliberação sobre
coligações, às diretrizes legitimamente
o
§ 4 O partido político coligado somente estabelecidas pelo órgão de direção nacional,
possui legitimidade para atuar de forma nos termos do respectivo estatuto, poderá
isolada no processo eleitoral quando esse órgão anular a deliberação e os atos dela
questionar a validade da própria coligação, decorrentes. (Redação dada pela Lei nº
durante o período compreendido entre a data 12.034, de 2009)
da convenção e o termo final do prazo para a
impugnação do registro de candidatos. § 3o As anulações de deliberações dos atos
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escolha de candidatos, os partidos políticos dos Deputados não exceder de vinte, cada
poderão usar gratuitamente prédios públicos, partido poderá registrar candidatos a Deputado
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candidaturas de cada sexo. (Redação dada pela VII - certidões criminais fornecidas pelos órgãos
Lei nº 12.034, de 2009) de distribuição da Justiça Eleitoral, Federal e
Estadual;
§ 4º Em todos os cálculos, será sempre VIII - fotografia do candidato, nas dimensões
desprezada a fração, se inferior a meio, e estabelecidas em instrução da Justiça Eleitoral,
igualada a um, se igual ou superior. para efeito do disposto no § 1º do art. 59.
IX - propostas defendidas pelo candidato a
§ 5º No caso de as convenções para a escolha Prefeito, a Governador de Estado e a Presidente
de candidatos não indicarem o número máximo da República. (Incluído pela Lei nº 12.034, de
de candidatos previsto no caput e nos §§ 1º e 2º 2009)
deste artigo, os órgãos de direção dos partidos
respectivos poderão preencher as vagas § 2º A idade mínima constitucionalmente
remanescentes até sessenta dias antes do pleito. estabelecida como condição de elegibilidade é
verificada tendo por referência a data da posse.
Art. 11. Os partidos e coligações solicitarão à
Justiça Eleitoral o registro de seus candidatos até § 3º Caso entenda necessário, o Juiz abrirá prazo
as dezenove horas do dia 5 de julho do ano em de setenta e duas horas para diligências.
que se realizarem as eleições.
Aliás, sobre este dispositivo, encontra-se
§ 1º O pedido de registro deve ser instruído com interessante jurisprudência do Tribunal Superior
os seguintes documentos: Eleitoral, no seguinte sentido:
I - cópia da ata a que se refere o art. 8º;
II - autorização do candidato, por escrito; “Agavo regimental. Recurso especial. Pedido
III - prova de filiação partidária; de registro de candidatura. Negativa de
IV - declaração de bens, assinada pelo prestação jurisdicional. Ausência de omissão,
candidato; contradição ou obscuridade. Quitação
V - cópia do título eleitoral ou certidão, fornecida Eleitoral. Ausência às urnas. Multa. Ausência
pelo cartório eleitoral, de que o candidato é de intimação. Subsistência. Pagamento de
eleitor na circunscrição ou requereu sua inscrição multa após o pedido de registro. Suprimento
ou transferência de domicílio no prazo previsto no posterior de falhas do pedido. Não-
art. 9º; provimento.
VI - certidão de quitação eleitoral; (...) 4. A norma do art. 11, § 3º, da Lei 9.504, de
1997, que visa ao suprimento de falhas no
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§ 2º A Justiça Eleitoral poderá exigir do candidato substituir candidato que for considerado
prova de que é conhecido por determinada opção inelegível, renunciar ou falecer após o termo final
de nome por ele indicado, quando seu uso puder do prazo do registro ou, ainda, tiver seu registro
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manter os números atribuídos à sua legenda na publicadas as decisões a eles relativas. (Incluído
do art. 8º, é permitido requerer novo número ao prazo previsto no § 1o, inclusive com a realização
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destinadas a treinamento.(Parágrafo incluído pela pelo sufrágio universal e pelo voto direto e
Lei nº 10.408, de 10.1.2002) secreto, com valor igual para todos, e, nos
termos da lei, mediante (...).
Art. 60. No sistema eletrônico de votação
O sufrágio é direito de participar das
considerar-se-á voto de legenda quando o eleitor
decisões da Nação, até mesmo porque todo o
assinalar o número do partido no momento de
poder emana do povo que o exerce através de
votar para determinado cargo e somente para
representantes ou diretamente nos termos da
este será computado.
Constituição Federal. Aquele direito é exercido
Art 61. A urna eletrônica contabilizará cada através do voto, que deverá ser direto e secreto.
voto, assegurando-lhe o sigilo e inviolabilidade, Sem o exercício do sufrágio da maneira imposta
garantida aos partidos políticos, coligações e pela Constituição Federal, fica desatendida a
candidatos ampla fiscalização. democracia.
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cominando pena de detenção de até seis somada § 2º Ocorrendo qualquer prisão o preso será
a multa entre 60 e 100 dias multa. imediatamente conduzido à presença do juiz
competente que, se verificar a ilegalidade da
Ainda, mais, visando o exercício daquele
detenção, a relaxará e promoverá a
direito, o CE ainda estabelece que:
responsabilidade do coator.
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quadro geral de percursos e horários veículos de aluguel não atingidos pela requisição
§ 1º - O transporte de eleitores somente será feito transporte de que trata esta Lei não eximem o
§ 3º - As reclamações serão apreciadas nos três dias após a realização da eleição incorrerá na
dias subseqüentes, delas cabendo recurso sem multa de três a dez por cento sobre o salário
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Pena - reclusão de quatro a seis anos e Por conta disso, a propaganda deve
pagamento de 200 a 300 dias multa (Art. 302 do ocorrer nos termos previstos no Ordenamento
Código Eleitoral); Jurídico para que não se permita o desequilíbrio
do pleito eleitoral.
IV - obstar, por qualquer forma, a prestação dos
Sobre o assunto, leciona o professor Joel
serviços previstos nos artigos 4 e 8 desta Lei,
Cândido, no seguinte sentido: “Propaganda
atribuídos à Justiça Eleitoral:
Política é gênero; propaganda eleitoral,
Pena - reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos; propaganda intrapartidária e propaganda
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partidária são espécies desse gênero. ATENÇÃO: Com o direito de antena, acaba-se
Propaganda Eleitoral ou Propaganda Político por proibir a propaganda partidária paga, seja
Eleitoral é uma forma de capacitação de votos através de outdoor ou pela imprensa escrita,
usada pelos partidos políticos, coligações ou televisionada ou falada.
candidatos, em época determinada por lei,
Bem, como a propaganda política é
através da divulgação de suas propostas,
realizada pelo acesso gratuito ao rádio e à
visando à eleição a cargos eletivos.”32
televisão, a Lei dos Partidos Políticos prevê que a
A propaganda político-partidária é regida propaganda, nesse caso, pode ocorrer em cadeia
pelo princípio da legalidade. Segundo esse ou através de inserções.
princípio, a propaganda realizada por candidatos
A propaganda em cadeia deve ser
e partidos deve seguir o previsto no
requerida ao Tribunal Superior Eleitoral até o dia
Ordenamento Jurídico, até mesmo porque, tem-
1º de Dezembro do ano anterior à veiculação da
se afirmado que a propaganda sem limites é
propaganda. Vale ressaltar que tal prazo é
utopia33, pois os bens mais importantes para a
decadencial, o que significa que se não for
sociedade devem ser preservados, dentre eles a
requerido até a data indicada (1º de dezembro do
democracia e a soberania nacional.
ano anterior à veiculação da propaganda) a
propaganda em cadeia não será veiculada no
ano posterior. Assim, terá perdido o partido o
PROPAGANDA PARTIDÁRIA.
direito a essa forma de propaganda.
A propaganda partidária visa a divulgação
A cadeia se forma às quintas feiras, como
dos ideais partidários, bem como qual é a
é comum, mas a lei permite que pode ser
posição dos partidos políticos frente a tema
autorizada a veiculação em outro dia da semana.
importantes para a sociedade. A presente
A cadeia tem por característica suspender a
espécie da propaganda tem como fundamento o
programação normal do rádio e da televisão
chamado direito de antena, previsto no art. 17, §
enquanto é transmitida.
3º da Constituição Federal, segundo o qual: “Os
partidos políticos têm direito a recursos do Por outro lado, as inserções ocorrem com
fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à propagandas curtas, realizadas no intervalo da
televisão, na forma da lei.” programação transmitida pelo rádio e pela
televisão, não havendo, pois, simultaneidade
entre todos as emissoras e rádio e televisão, ao
32
CÂNDIDO, Joel J. Direito eleitoral brasileiro. 11 ed.
Bauru: Edipro, 2005, p. 149. contrário da propaganda em cadeia. As inserções
33
CÂNDIDO, Joel J. Op cit. p. 150.
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34
GOMES, José Jairo. Direito eleitoral. 3 ed. Belo
Horizonte: Del Rey Editora, 2008, PP 282/283.
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eventos com este relacionados e das que não o responsável pelo programa;
será fixado pelo órgão nacional de direção quaisquer outros recursos que distorçam ou
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nos últimos 30 (trinta) dias desse período, até Assim, dispõe a Lei dos Partidos Políticos,
o
o 15 (décimo quinto) dia do semestre sobre o assunto visto que:
seguinte. (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009)
Art. 46. As emissoras de rádio e de televisão
o
§ 5 Das decisões dos Tribunais Regionais ficam obrigadas a realizar, para os partidos
Eleitorais que julgarem procedente políticos, na forma desta Lei, transmissões
representação, cassando o direito de gratuitas em âmbito nacional e estadual, por
transmissão de propaganda partidária, caberá iniciativa e sob a responsabilidade dos
recurso para o Tribunal Superior Eleitoral, que respectivos órgãos de direção.
será recebido com efeito suspensivo.
(Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009) § 1º As transmissões serão em bloco, em
cadeia nacional ou estadual, e em inserções
§ 6o A propaganda partidária, no rádio e na de trinta segundos e um minuto, no intervalo
televisão, fica restrita aos horários gratuitos da programação normal das emissoras.
disciplinados nesta Lei, com proibição de
propaganda paga. (Incluído pela Lei nº 12.034, § 2º A formação das cadeias, tanto nacional
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Art. 47. Para agilizar os procedimentos, nacionais, e de igual tempo nas emissoras
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partidária, que deve ser realizada entre os dias pecuniária de 20 mil a 50 mil UFIR, ou no valor
10 e 30 de junho do ano das eleições, para que da propaganda, se esse for maior, por se tratar
possa ser inscrito como candidato. de propaganda eleitoral extemporânea, nos
termos previstos no § 3º do art. 36 da Lei das
Antes da convenção, não se pode falar Eleições.
em candidato, mas apenas de candidato a
candidato. Por conta disso, permite-se que o Assim, estabelece o § 1º do art. 36 da Lei
cidadão, que queira candidatar-se a cargo eletivo das Eleições que: “Ao postulante a candidatura
realize propaganda prévia à convenção a cargo eletivo é permitida a realização, na
partidária. Essa propaganda, no entanto, não quinzena anterior à escolha pelo partido, de
pode ser ostensiva, pois só poderá atingir os propaganda intrapartidária com vista à
filiados ao partido político pelo qual se pretende indicação de seu nome, vedado o uso de
candidatar. Essa propaganda é que se chama de rádio, televisão e outdoor.”
propaganda intrapartidária.
Geralmente, a propaganda intrapartidária
Assim, a propaganda intrapartidária é a é feita enviando-se as conhecidas malas diretas
realizada pelos candidatos a candidatos no aos filiados a partidos políticos.
período anterior à convenção que visa convencer
os convencionais (filiados a partidos políticos que PROPAGANDA ELEITORAL.
compõem a convenção partidária) de que são
pessoas capacitadas a concorrer a cargo eletivo A propaganda eleitoral visa divulgar as
através daquele partido político. propostas dos candidatos a cargo eletivos. É
vedada a propaganda eleitoral extemporânea,
ATENÇÃO: Por serem dirigidas a filiados de assim reconhecida como aquela que ocorre antes
partidos políticos apenas veda-se a do dia 5 de julho do ano das eleições. A
propaganda intrapartidária através de rádio, propaganda eleitoral só pode ocorrer após o dia 5
televisão e outdoors. Essa propaganda só de julho, por ser este o último dia para registro de
pode ser realizada nos 15 dias que antecedem candidatos.
a convenção partidária.
Essa propaganda é essencial à
A utilização de propaganda intrapartidária democracia por permitir ao eleitorado o
para veicular a terceiros, que não filiados daquele conhecimento das propostas dos candidatos a
partido político, enseja aplicação de penalidade cargos eletivos. Mas, por óbvio, como já afirmado
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em relação às outras formas de propaganda ano das eleições. A segunda, no entanto, ocorre
política, a propaganda eleitoral segue os ditames nos termos enunciados nas Leis pertinentes.
previstos pelo Ordenamento Jurídico.
DA PROPAGANDA PROIBIDA.
Assim, a propaganda deve cingir-se ao
quanto previsto na Lei. Com isso, o Código A propaganda eleitoral deve seguir o
Eleitoral, em seu art. 242, preceitua que: “A quanto afirmado no Ordenamento Jurídico.
propaganda, qualquer que seja a sua forma ou Assim, o desatendimento torna-a proibida. Essas
modalidade, mencionará sempre a legenda proibições estão previstas tanto no Código
partidária e só poderá ser feita em língua Eleitoral, quanto na Lei das Eleições (Lei
nacional, não devendo empregar meios 9.504/97).
publicitários destinados a criar,
artificialmente, na opinião pública, estados Enquanto que a propaganda proibida
mentais, emocionais ou passionais.” deve ser rechaçada pela Justiça Eleitoral, a
propaganda eleitoral lícita não pode ser
Como a propaganda eleitoral está impedida. Sobre o assunto, leciona o professor
submetida à Lei, é necessário que sobre a José Jairo Gomes, no seguinte sentido:
mesma exista controle de legalidade, realizada,
no presente caso, pela Justiça Eleitoral. O “Desde que exercida em harmonia com a
Código Eleitoral, no parágrafo único do art. 242, legislação eleitoral não pode a propagada ser
estabelece o controle, ao afirmar que: “Sem coibida por autoridade pública, tampouco por
prejuízo do processo e das penas cominadas, particular. Tanto é assim que o Código
a Justiça Eleitoral adotará medidas para fazer Eleitoral prevê como crime a conduta de
impedir ou cessar imediatamente a “inutilizar, alterar ou perturbar meio de
propaganda realizada com infração do propaganda devidamente empregado” (art.
disposto neste artigo.” 331). Também tipificou o “impedir o exercício
da propaganda”.”36
Se a propaganda não seguir o previsto
nas Normas Jurídicas, será considerada ilícita. Sobre a propaganda eleitoral proibida, o
Existem, basicamente, 2 tipos de propagandas Código Eleitoral sobre uma série de restrições
ilícitas: a propaganda eleitoral extemporânea e a sobre a propaganda visando a preservação da
propaganda eleitoral proibida. A primeira a
acontece quando é feita antes de 5 de julho do
36
Op. cit. p. 289.
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ordem pública. Tais restrições encontram-se no terá seus responsáveis punidos na forma da lei,
art. 243 do Código Eleitoral, no seguinte sentido: como bem enuncia o Código Eleitoral, no § 1º do
art. 243: “O ofendido por calúnia, difamação
ou injúria, sem prejuízo e independentemente
“Não será tolerada propaganda: da ação penal competente, poderá demandar,
I - de guerra, de processos violentos para no Juízo Civil a reparação do dano moral
subverter o regime, a ordem política e social respondendo por êste o ofensor e,
ou de preconceitos de raça ou de classes; solidariamente, o partido político dêste,
II - que provoque animosidade entre as forças quando responsável por ação ou omissão a
armadas ou contra elas, ou delas contra as quem que favorecido pelo crime, haja de
classes e instituições civis; qualquer modo contribuído para êle.”
III - de incitamento de atentado contra pessoa
Além da responsabilização dos ofensores,
ou bens;
o Código Eleitoral garante, ainda, o direito de
IV - de instigação à desobediência coletiva ao
resposta para ofendido, nos exatos termos do §
cumprimento da lei de ordem pública;
2º do art. 243: “É assegurado o direito de
V - que implique em oferecimento, promessa
resposta a quem fôr, injuriado difamado ou
ou solicitação de dinheiro, dádiva, rifa, sorteio
caluniado através da imprensa rádio,
ou vantagem de qualquer natureza;
televisão, ou alto-falante, aplicando-se, no que
VI - que perturbe o sossego público, com
couber, os artigos. 90 e 96 da Lei nº 4117, de
algazarra ou abusos de instrumentos sonoros
27/08/1962.”
ou sinais acústicos;
VII - por meio de impressos ou de objeto que A Lei das Eleições (Lei 9.504/97) veda,
pessoa inexperiente ou rústica possa ainda, a propaganda realizada em bens públicos
confundir com moeda; e nos que dependam de autorização ou
VIII - que prejudique a higiene e a estética concessão do Poder Público. Estipula o art. 37 da
urbana ou contravenha a posturas municiais Lei 9.504/97 que: “Nos bens cujo uso dependa
ou a outra qualquer restrição de direito; de cessão ou permissão do Poder Público, ou
IX - que caluniar, difamar ou injuriar quaisquer que a ele pertençam, e nos de uso comum,
pessoas, bem como órgãos ou entidades que inclusive postes de iluminação pública e
exerçam autoridade pública.” sinalização de tráfego, viadutos, passarelas,
pontes, paradas de ônibus e outros
equipamentos urbanos, é vedada a veiculação
É lógico que qualquer tipo de propaganda,
de propaganda de qualquer natureza,
eleitoral ou não, que contiver ofensa a terceiros
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MATERIAL TEÓRICO
Direito Eleitoral
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inclusive pichação, inscrição a tinta, fixação bonecos e cavaletes ao longo de via pública,
de placas, estandartes, faixas e desde que esses sejam móveis.
assemelhados.”
Também, como visto, proíbe-se a
Bem público é definido pelo professor propaganda em bem que dependa de
Diógenes Gasparini como sendo: “todas as autorização, cessão ou permissão do Poder
coisas materiais ou imateriais pertencentes às Público. São exemplos de tais bens: as bancas
pessoas jurídicas de direito público e as de revistas e jornais, veículos de transporte
pertencentes a terceiros quando vinculadas à coletivo e veículos prestadores de serviços
prestação de serviço público.” públicos. Por outro lado, também se proíbe a
propaganda em taxis e aviões.
Ocorre, no entanto, que para fins
eleitorais, os bens públicos possuem um conceito ATENÇÃO: Vale ressaltar que não existe
mais extenso, querendo significar todos os bens proibição para propaganda eleitoral em
que tenham acesso público. Assim, são veículos particulares, desde que este não seja
considerados como públicos não apenas os bens utilizado pela Administração Pública (através
pertencentes à Administração Pública, como os de aluguel) ou sirva para transporte coletivo
bens de uso comum (ex. praias) e bens de ou serviço. A propaganda eleitoral em veículo
particulares, mas que tenham acesso do público pertencente a particular que não ostente as
(como shopping centers, bares, estádios características permitidas faz parte da
particulares de clubes de futebol, cinemas, liberdade de expressão consagrada
teatros etc.). constitucionalmente.
111
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caso contrário, o efeito visual seria idêntico ao de aviso, o direito contra quem tencione usar o
outdoor, o que se deseja evitar. local no mesmo dia e horário.
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que contenha qualquer propaganda de partido estabelecer em seu art. 39, § 6º que: “É vedada
candidato. (Incluído pela Lei nº 12.034, de distribuição por comitê, candidato, ou com a
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MATERIAL TEÓRICO
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exatos termos do art. 27 da aludida norma Tem decidido o Tribunal Superior Eleitoral
jurídica. que: “1. O uso de outdoor, por si só, já
caracteriza propaganda ostensiva, pois
É permitido, ainda, a venda de material
exposta em local público de intenso fluxo e
institucional, durante a campanha, desde que não
com forte e imediato apelo visual. Constitui
haja divulgação de nome e número de candidato.
mecanismo de propaganda de importante
Assim, não é possível a propaganda eleitoral
aproximação do pré-candidato ao eleitor. 2.
através da venda desses materiais, mas apenas
MP período pré-eleitoral, a veiculação de
a propaganda político-partidária.
propaganda guarda, no mínimo, forte
propósito de o parlamentar ter seu nome
lembrado. Afasta-se, assim, a tese de mera
DIVULGAÇÃO DE ATUAÇÃO PARLAMENTAR E
promoção pessoal. Evidencia, portanto,
MENSAGENS DE FELICITAÇÃO.
propaganda extemporânea, a incidir a sanção
O parlamentar é agente político, e como do § 3º do art. 36 da Lei 9.504/97. 3. Agravo
tal tem o dever de prestar contas à sociedade, regimental desprovido.” (TSE – AREspe n.
principalmente a seus eleitores. Não se impede 26.235/MG – DJ 03/06/2008).
que o parlamentar, através de informativos. Esse
tipo de prestação de contas não é proibido, mas
não pode, por óbvio, ser utilizado para servir de PROPAGANDA NA IMPRENSA ESCRITA.
plataforma eleitoral, pois equivaleria a verdadeira
Atualmente, tem permitido o Tribunal
propaganda eleitoral, principalmente se ocorre
Superior Eleitoral que sejam realizadas
em período vedado pela lei.
entrevistas com candidatos e pré-candidatos,
Por outro lado, é comum, principalmente inclusive com a informação da plataforma política
em eventos comemorativos como aniversários de de cada um. Esse entendimento encontra-se
cidades, serem fixados diversas mídias, consubstanciado na Resolução TSE 22.718, em
principalmente outdoors e faixas desejam seu art. 16-A que enuncia: “Os pré-candidatos e
felicitações pela passagem da data a ser candidatos poderão participar de entrevistas,
comemoradas. O TSE não tem visto com bons debates e encontros antes de 6 de julho de
olhos tal tipo de truque, por entender que se trata 2008, inclusive com a exposição de
de propaganda subliminar eleitoral, determinando plataformas e projetos políticos, observado,
a aplicação da multa prevista do § 3º do art. 39 pelas emissoras de rádio e televisão, o dever
da Lei das Eleições. de conferir tratamento isonômico aos que se
encontrarem em situação semelhante.” Este
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MATERIAL TEÓRICO
Direito Eleitoral
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entendimento agora é respaldado não só pela São permitidas, até a antevéspera das
jurisprudência quanto pela própria Lei. eleições, a divulgação paga, na imprensa
escrita, e a reprodução na internet do jornal
É possível que o meio de comunicação
impresso, de até 10 (dez) anúncios de
impresso, através de seus colunistas e do próprio
propaganda eleitoral, por veículo, em datas
editorial manifestem opiniões acerca de
diversas, para cada candidato, no espaço
candidatos, desde que não seja feita como forma
máximo, por edição, de 1/8 (um oitavo) de
de denegrir a imagem e nem de alavancar a
página de jornal padrão e de 1/4 (um quarto)
candidatura de nenhum concorrente ao pleito
de página de revista ou tabloide. (Redação
eleitoral, desde que tal matéria não tenha sido
dada pela Lei nº 12.034, de 2009)
paga.
116
MATERIAL TEÓRICO
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forma equivocada acaba por atingir a própria gratuito definido nesta Lei, vedada a
democracia. veiculação de propaganda paga.”
Cabe à Justiça Eleitoral o poder de polícia A Lei 12.034/2009, ainda introduziu alguns
sobre a propaganda eleitoral. Vale ressaltar que parágrafos no dispositivo citado, com a seguinte
para suspender o ato ilegal de propaganda o juiz redação:
pode atuar de ofício. Ou seja, sem provocação.
§ 1o A propaganda eleitoral gratuita na
Por outro lado, para que seja aplicada televisão deverá utilizar a Linguagem
penalidade por conta da propaganda irregular, é Brasileira de Sinais - LIBRAS ou o recurso de
necessário que seja feito pedido à Justiça legenda, que deverão constar
Eleitoral que, portanto, não poderá atuar de obrigatoriamente do material entregue às
ofício. emissoras. (Incluído pela Lei nº 12.034, de
2009)
Essa teoria encontra-se na súmula 18 do
Tribunal Superior Eleitoral que dispõe:
§ 2o No horário reservado para a propaganda
“Conquanto investido de poder de polícia, não
eleitoral, não se permitirá utilização comercial
tem legitimidade o juiz eleitoral para, de ofício,
ou propaganda realizada com a intenção,
instaurar procedimento com a finalidade de
ainda que disfarçada ou subliminar, de
impor multa pela veiculação de propaganda
promover marca ou produto. (Incluído pela Lei
eleitoral em desacordo com a Lei n.º
nº 12.034, de 2009)
9.504/97.”
§ 3o Será punida, nos termos do § 1o do art.
37, a emissora que, não autorizada a
DA PROPAGANDA NO RÁDIO E NA funcionar pelo poder competente, veicular
TELEVISÃO. propaganda eleitoral. (Incluído pela Lei nº
12.034, de 2009)
A propaganda no radio e na televisão é a
que mais inspira cuidados pelo alcance da mídia. Pela sua importância, a propaganda no
Inicialmente, cabe ressaltar, não é permitida a rádio e na televisão ainda segue outras
propaganda eleitoral paga pelo rádio e televisão. proibições, como as que são estão dispostas no
art. 45 da Lei das Eleições:
Sobre o assunto, dispõe o art. 44 da Lei
das Eleições que: “A propaganda eleitoral no
rádio e na televisão restringe-se ao horário
117
MATERIAL TEÓRICO
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com o nome do candidato ou com a variação coligação. (Incluído pela Lei nº 12.034, de
118
MATERIAL TEÓRICO
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MATERIAL TEÓRICO
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§ 3º O descumprimento do disposto neste a) das sete horas às sete horas e vinte e cinco
artigo sujeita a empresa infratora às minutos e das doze horas às doze horas e
penalidades previstas no art. 56. vinte e cinco minutos, no rádio;
b) das treze horas às treze horas e vinte e
§ 4o O debate será realizado segundo as cinco minutos e das vinte horas e trinta
regras estabelecidas em acordo celebrado minutos às vinte horas e cinqüenta e cinco
entre os partidos políticos e a pessoa jurídica minutos, na televisão;
interessada na realização do evento, dando-se
ciência à Justiça Eleitoral. (Incluído pela Lei nº II - nas eleições para Deputado Federal, às
12.034, de 2009) terças e quintas-feiras e aos sábados:
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MATERIAL TEÓRICO
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vinte horas e cinquenta minutos, na televisão, renovação do Senado Federal se der por 1/3
nos anos em que a renovação do Senado (um terço); (Redação dada pela Lei nº 12.034,
Federal se der por 1/3 (um terço); (Redação de 2009)
dada pela Lei nº 12.034, de 2009)
c) das sete horas e dezoito minutos às sete
c) das sete horas às sete horas e dezoito horas e trinta e cinco minutos e das doze
minutos e das doze horas às doze horas e horas e dezoito minutos às doze horas e trinta
dezoito minutos, no rádio, nos anos em que a e cinco minutos, no rádio, nos anos em que a
renovação do Senado Federal se der por 2/3 renovação do Senado Federal se der por 2/3
(dois terços); (Incluído pela Lei nº 12.034, de (dois terços); (Incluído pela Lei nº 12.034, de
2009) 2009)
d) das treze horas às treze horas e dezoito d) das treze horas e dezoito minutos às treze
minutos e das vinte horas e trinta minutos às horas e trinta e cinco minutos e das vinte
vinte horas e quarenta e oito minutos, na horas e quarenta e oito minutos às vinte e
televisão, nos anos em que a renovação do uma horas e cinco minutos, na televisão, nos
Senado Federal se der por 2/3 (dois anos em que a renovação do Senado Federal
terços); (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009) se der por 2/3 (dois terços); (Incluído pela Lei
nº 12.034, de 2009)
IV - nas eleições para Deputado Estadual e
Deputado Distrital, às segundas, quartas e V - na eleição para Senador, às segundas,
sextas-feiras: quartas e sextas-feiras:
a) das sete horas e vinte minutos às sete a) das sete horas e quarenta minutos às sete
horas e quarenta minutos e das doze horas e horas e cinquenta minutos e das doze horas e
vinte minutos às doze horas e quarenta quarenta minutos às doze horas e cinquenta
minutos, no rádio, nos anos em que a minutos, no rádio, nos anos em que a
renovação do Senado Federal se der por 1/3 renovação do Senado Federal se der por 1/3
(um terço); (Redação dada pela Lei nº 12.034, (um terço); (Redação dada pela Lei nº 12.034,
de 2009) de 2009)
b) das treze horas e vinte minutos às treze b) das treze horas e quarenta minutos às treze
horas e quarenta minutos e das vinte horas e horas e cinquenta minutos e das vinte e uma
cinquenta minutos às vinte e uma horas e dez horas e dez minutos às vinte e uma horas e
minutos, na televisão, nos anos em que a vinte minutos, na televisão, nos anos em que
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por 2/3 (dois terços); (Incluído pela Lei nº representação de cada partido na Câmara dos
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§ 6º Aos partidos e coligações que, após a eleitoral gratuita, dividido em dois períodos
aplicação dos critérios de distribuição diários de vinte minutos para cada eleição,
referidos no caput, obtiverem direito a parcela iniciando-se às sete e às doze horas, no rádio,
do horário eleitoral inferior a trinta segundos, e às treze e às vinte horas e trinta minutos, na
será assegurado o direito de acumulá-lo para televisão.
uso em tempo equivalente.
§ 1º Em circunscrição onde houver segundo
Art. 48. Nas eleições para Prefeitos e turno para Presidente e Governador, o horário
Vereadores, nos Municípios em que não haja reservado à propaganda deste iniciar-se-á
emissora de rádio e televisão, a Justiça imediatamente após o término do horário
Eleitoral garantirá aos Partidos Políticos reservado ao primeiro.
participantes do pleito a veiculação de
propaganda eleitoral gratuita nas localidades § 2º O tempo de cada período diário será
aptas à realização de segundo turno de dividido igualitariamente entre os candidatos.
eleições e nas quais seja operacionalmente
viável realizar a retransmissão. (Redação Art. 50. A Justiça Eleitoral efetuará sorteio
dada pela Lei nº 12.034, de 2009) para a escolha da ordem de veiculação da
propaganda de cada partido ou coligação no
§ 1o A Justiça Eleitoral regulamentará o
primeiro dia do horário eleitoral gratuito; a
disposto neste artigo, de forma que o número
cada dia que se seguir, a propaganda
máximo de Municípios a serem atendidos seja
veiculada por último, na véspera, será a
igual ao de emissoras geradoras disponíveis.
primeira, apresentando-se as demais na
(Redação dada pela Lei nº 12.034, de 2009)
ordem do sorteio.
§ 2º O disposto neste artigo aplica-se às Art. 51. Durante os períodos previstos nos
proclamação dos resultados do primeiro turno inserções de até sessenta segundos, a critério
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I - o tempo será dividido em partes iguais para Art. 53. Não serão admitidos cortes
a utilização nas campanhas dos candidatos às instantâneos ou qualquer tipo de censura
eleições majoritárias e proporcionais, bem prévia nos programas eleitorais gratuitos.
como de suas legendas partidárias ou das
que componham a coligação, quando for o § 1º É vedada a veiculação de propaganda que
caso; possa degradar ou ridicularizar candidatos,
sujeitando-se o partido ou coligação
II - destinação exclusiva do tempo para a infratores à perda do direito à veiculação de
campanha dos candidatos a Prefeito e Vice- propaganda no horário eleitoral gratuito do
Prefeito, no caso de eleições municipais; dia seguinte.
Art. 52. A partir do dia 8 de julho do ano da legendas com referência aos candidatos
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Art. 54. Dos programas de rádio e televisão determinar a suspensão, por vinte e quatro
cada partido ou coligação poderá participar, que deixar de cumprir as disposições desta
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Art. 57. As disposições desta Lei aplicam-se III - por meio de mensagem eletrônica para
VHF e UHF e os canais de televisão por candidato, partido ou coligação; (Incluído pela
Art. 57-A. É permitida a propaganda eleitoral (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009)
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no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a R$ endereços eletrônicos. (Incluído pela Lei nº
nº 12.034, de 2009)
§ 2o A violação do disposto neste artigo
campanha eleitoral, por meio da rede mundial prévio conhecimento, o beneficiário à multa
direito de resposta, nos termos das alíneas a, 30.000,00 (trinta mil reais). (Incluído pela Lei
§ 1o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.034, de penalidades previstas nesta Lei, se, no prazo
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quarenta e oito horas. (Incluído pela Lei nº usuários que tentarem acessar seus serviços,
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b) deferido o pedido, a divulgação da resposta julho de 1965 - Código Eleitoral, cópia da fita
dar-se-á no mesmo veículo, espaço, local, da transmissão, que será devolvida após a
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pelo reclamante ou representante, por cópia deverá ter lugar no início do programa do
protocolada do pedido de resposta, partido ou coligação;
preservará a gravação até a decisão final do
processo; e) o meio magnético com a resposta deverá
ser entregue à emissora geradora, até trinta e
c) deferido o pedido, a resposta será dada em seis horas após a ciência da decisão, para
até quarenta e oito horas após a decisão, em veiculação no programa subseqüente do
tempo igual ao da ofensa, porém nunca partido ou coligação em cujo horário se
inferior a um minuto; praticou a ofensa;
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e 5º do art. 135. (Incluído pela Lei nº 4.961, de c) alguém com falsa identidade em lugar do
4.5.1966) eleitor chamado.
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argüida quando de sua prática, não mais § 1º Se o Tribunal Regional na área de sua
podendo ser alegada, salvo se a argüição se competência, deixar de cumprir o disposto
basear em motivo superveniente ou de ordem neste artigo, o Procurador Regional levará o
constitucional. fato ao conhecimento do Procurador Geral,
que providenciará junto ao Tribunal Superior
para que seja marcada imediatamente nova
§ 1º Se a nulidade ocorrer em fase na qual não eleição.
possa ser alegada no ato, poderá ser argüida
§ 2º Ocorrendo qualquer dos casos previstos
na primeira oportunidade que para tanto se
neste capítulo o Ministério Público
apresente.
promoverá, imediatamente a punição dos
§ 2º Se se basear em motivo superveniente culpados.
deverá ser alegada imediatamente, assim que
se tornar conhecida, podendo as razões do
recurso ser aditadas no prazo de 2 (dois) dias. AÇÕES ELEITORAIS.
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Art. 4° A partir da data em que terminar o § 5° Se o terceiro, sem justa causa, não
prazo para impugnação, passará a correr, exibir o documento, ou não comparecer a
após devida notificação, o prazo de 7 (sete) juízo, poderá o Juiz contra ele expedir
dias para que o candidato, partido político ou mandado de prisão e instaurar processo por
coligação possa contestá-la, juntar crime de desobediência.
documentos, indicar rol de testemunhas e
requerer a produção de outras provas, Art. 6° Encerrado o prazo da dilação
inclusive documentais, que se encontrarem probatória, nos termos do artigo anterior, as
em poder de terceiros, de repartições públicas partes, inclusive o Ministério Público, poderão
ou em procedimentos judiciais, ou apresentar alegações no prazo comum de 5
administrativos, salvo os processos em (cinco) dias.
tramitação em segredo de justiça.
Art. 7° Encerrado o prazo para alegações,
Art. 5° Decorrido o prazo para os autos serão conclusos ao Juiz, ou ao
contestação, se não se tratar apenas de Relator, no dia imediato, para sentença ou
matéria de direito e a prova protestada for julgamento pelo Tribunal.
relevante, serão designados os 4 (quatro) dias
seguintes para inquirição das testemunhas do Parágrafo único. O Juiz, ou Tribunal,
impugnante e do impugnado, as quais formará sua convicção pela livre apreciação
comparecerão por iniciativa das partes que as da prova, atendendo aos fatos e às
tiverem arrolado, com notificação judicial. circunstâncias constantes dos autos, ainda
que não alegados pelas partes, mencionando,
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Art. 10. Recebidos os autos na Secretaria Art. 13. Tratando-se de registro a ser
do Tribunal Regional Eleitoral, estes serão julgado originariamente por Tribunal Regional
autuados e apresentados no mesmo dia ao Eleitoral, observado o disposto no art. 6°
Presidente, que, também na mesma data, os desta lei complementar, o pedido de registro,
distribuirá a um Relator e mandará abrir vistas com ou sem impugnação, será julgado em 3
ao Procurador Regional pelo prazo de 2 (dois) (três) dias, independentemente de publicação
dias. em pauta.
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§ 4º Findo o prazo acima, serão os autos pelo TSE, nos termos do art. 216 do Código
conclusos ao relator. (Incluído pela Lei nº Eleitoral;
4.961, de 4.5.1966)
B – o efeito suspensivo pode ser concedido em
O RCED de eleição eleitoral é conhecido AIJE, caso o Tribunal Eleitoral decida por sua
pelo Juiz Eleitoral e julgado pelo TRE. Das aplicação para não causar prejuízo de impossível
eleições federais e estaduais é conhecido pelo ou difícil reparação, nos termos do art. 26-C da
TRE e julgado pelo TSE. E em relação às Lei Complementar 64/90;
eleições presidenciais não caberá RCED por
ausência de previsão constitucional. C – o recurso contra indeferimento de registro de
candidatura, uma vez que o cidadão pode
O RCED julgado pelo Tribunal terá um praticar todos os atos da campanha eleitoral,
revisor, coisa que não ocorre em nenhum inclusive ter seu nome na urna, enquanto o
recurso, apenas na ação aqui tratada. Por outro recurso contra aquela decisão não for julgado.
lado, no julgamento, o prazo para manifestação
oral será de 20 minutos para as partes (enquanto Exatamente por não ter efeito suspensivo,
que no recurso eleitoral em sentido estrito, o tem-se permitido, quando há fumus boni iuris e
prazo para sustentação oral será de 10 minutos). periculum in mora, o ajuizamento de ação
cautelar, perante a Justiça Eleitora, com o fito de
Vale ressaltar que o RCED serve para suspender os efeitos das decisões recorridas,
cassar a diplomação realizada. Mas, o Réu enquanto o recurso não é julgado.
continuará no cargo até que o TSE decida sobre
o recurso intentado contra a decisão do TRE, ou Nos recursos eleitorais, o órgão
quando é o TSE que decide originariamente o jurisdicional prolator da decisão poderá
RCED. reconsiderá-la, mas, ao contrário do que
normalmente se verifica no Direito Processual
O rito dos recursos que vai ser seguido Civil, não poderá, em regra, o órgão prolator da
pela RCED vai ser tratado no seguinte tópico decisão fazer a análise do seguimento, ou não,
com as observações que foram feitas acima. do recurso, mesmo que este não tenha os
requisitos exigidos na Lei.
RECURSOS ELEITORAIS.
Sobre o rito dos recursos, estabelece o
Como se sabe, o recurso é um Código Eleitoral que:
inconformismo dirigido ao Poder Judiciário, em
virtude de uma decisão judicial prolatada contra Art. 257. Os recursos eleitorais não
os interesses do recorrente. terão efeito suspensivo.
Em regra, o recurso não possui efeito Art. 258. Sempre que a lei não fixar prazo
suspensivo. Este só é concedido nos seguintes especial, o recurso deverá ser interposto em
casos: três dias da publicação do ato, resolução ou
despacho.
A – o recurso interposto em ação de RCED,
continuando o Réu no cargo eletivo até decisão
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Art. 258. Sempre que a lei não fixar Art. 266. O recurso independerá de
prazo especial, o recurso deverá ser têrmo e será interposto por petição
interposto em três dias da publicação do art. devidamente fundamentada, dirigida ao juiz
Resolução ou despacho. eleitoral e acompanhada, se o entender o
recorrente, de novos documentos.
Art. 259. São preclusivos os prazos
para interposição de recurso, salvo quando Parágrafo único. Se o recorrente se
neste se discutir matéria constitucional. reportar a coação, fraude, uso de meios de
que trata o art. 237 ou emprego de processo
Parágrafo único. O recurso em que se de propaganda ou captação de sufrágios
discutir matéria constitucional não poderá ser vedado por lei, dependentes de prova a ser
interposto fora do prazo. Perdido o prazo determinada pelo Tribunal, bastar-lhe-á
numa fase própria, só em outra que se indicar os meios a elas conducentes. (Incluído
apresentar poderá ser interposto. pela Lei nº 4.961, de 4.5.1966)
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como apêndices do Estado. É esse registro registra seu estatuto no Tribunal Superior
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Op. cit., p. 78.
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político em processo de registro na Justiça Art. 11. O partido com registro no Tribunal
Eleitoral tem o direito de obter lista de eleitores, Superior Eleitoral pode credenciar,
com os respectivos números de títulos e zona respectivamente:
eleitoral.
I - delegados perante o Juiz Eleitoral;
Se ocorrer alguma modificação no
programa ou no estatuto do partido político, tal II - delegados perante o Tribunal Regional
alteração deverá ser registrada no Ofício Civil Eleitoral;
competente (cartório de registro de pessoas
III - delegados perante o Tribunal Superior
jurídicas da Capital Federal) e somente após,
Eleitoral.
encaminhadas para registro no TSE.
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estatuto jurídico dos partidos políticos. O estatais além daquelas estabelecidas pelo
princípio constitucional da autonomia Ordenamento Jurídico.
partidária – além de repelir qualquer
O programa do partido contém os seus
possibilidade de controle ideológico do
objetivos políticos (que infelizmente no Brasil,
Estado sobre os partidos políticos – cria, em
pela cultura política quase nula, na prática não
favor desses corpos intermediários, sempre
possuem qualquer tipo de valor), enquanto que o
que se trata da definição de sua estrutura, de
estatuto contém as normas internas, inclusive a
sua organização ou de seu interno
organização, dos partidos políticos.
funcionamento, uma área de reserva
estatutária absolutamente indevassável pela A Lei 9.096/95 estabelece que:
ação normativa do Poder Público, vedando,
nesse domínio jurídico, qualquer ensaio de
ingerência legislativa do aparelho estatal.
Art. 14. Observadas as disposições
Ofende o princípio consagrado pelo art. 17, §
constitucionais e as desta Lei, o partido é livre
1º, a Constituição a regra legal que,
para fixar, em seu programa, seus objetivos
interferindo na esfera de autonomia partidária,
políticos e para estabelecer, em seu estatuto,
estabelece, mediante específica designação, o
a sua estrutura interna, organização e
órgão do partido político competente para
funcionamento.
recusar as candidaturas parlamentares
natas.”41 Art. 15. O Estatuto do partido deve conter,
entre outras, normas sobre:
A regra da autonomia partidária se
encontra escrita no art. 3º da LOPP, que dispõe: I - nome, denominação abreviada e o
“É assegurada, ao partido político, autonomia estabelecimento da sede na Capital Federal;
para definir sua estrutura interna, organização
e funcionamento.” II - filiação e desligamento de seus membros;
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processo para apuração das infrações e assim classificados os principais órgãos dos
direito de defesa;
a) de deliberação: as convenções municipais,
regionais e nacionais;
VI - condições e forma de escolha de seus
candidatos a cargos e funções eletivas; b) de direção e de ação: os diretórios distritais,
municipais, regionais e nacionais;
VII - finanças e contabilidade, estabelecendo,
inclusive, normas que os habilitem a apurar c) de ação parlamentar: as bancadas; e
as quantias que os seus candidatos possam
d) de cooperação: os conselhos de ética
despender com a própria eleição, que fixem
partidária, os conselhos fiscais e consultivos, os
os limites das contribuições dos filiados e
departamentos trabalhistas, estudantis, femininos
definam as diversas fontes de receita do
e outros com a mesma finalidade.
partido, além daquelas previstas nesta Lei;
Segundo entende o TSE, a questão
VIII - critérios de distribuição dos recursos do relativa ao funcionamento dos partidos não é
Fundo Partidário entre os órgãos de nível matéria eleitoral. Por conta disso, como já
municipal, estadual e nacional que compõem afirmado, as querelas entre órgãos partidários
o partido; não é de competência da Justiça Eleitoral.
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§ 1º O apoiamento de eleitores será obtido eleitoral (Lei nº 9.096/95, art. 9º, § 2º c.c. o art. 4º
mediante a assinatura do eleitor em listas ou da Lei nº 10.842/2004).
formulários organizados pelo partido político em
formação, para cada zona eleitoral, encimados § 3º No caso de dúvida acerca da autenticidade
pela denominação da sigla partidária e o fim a das assinaturas ou da sua correspondência com
que se destina a adesão do eleitor, devendo os números dos títulos eleitorais informados, o
deles constar, ainda, o nome completo do eleitor chefe de cartório determinará diligência para a
e o número do respectivo título eleitoral. sua regularização.
§ 2º O eleitor analfabeto manifestará seu apoio § 4º O chefe de cartório dará publicidade à lista
mediante aposição da impressão digital, devendo ou aos formulários de apoiamento mínimo,
constar das listas ou formulários a identificação publicando-os em cartório.
pelo nome, número de inscrição, zona e seção, § 5º Os dados constantes nas listas ou
município, unidade da Federação e data de formulários publicados em cartório poderão ser
emissão do título eleitoral (Res.-TSE nº impugnados por qualquer interessado, em
21.853/2004). petição fundamentada, no prazo de 5 (cinco) dias
§ 3º A assinatura ou impressão digital aposta contados da publicação.
pelo eleitor nas listas ou formulários de Art. 12. Obtido o apoiamento mínimo de eleitores
apoiamento a partido político em formação não no estado, o partido político em formação
implica filiação partidária (Res.- TSE nº
constituirá, definitivamente, na forma de seu
21.853/2004). estatuto, órgãos de direção regional e municipais,
Art. 11. O partido político em formação, por meio designando os seus dirigentes, organizados em,
de seu representante legal, em requerimento no mínimo, um terço dos estados, e constituirá,
acompanhado de certidão do Registro Civil das também definitivamente, o seu órgão de direção
Pessoas Jurídicas, da Capital Federal, informará nacional (Lei nº 9.096/95, art. 8º, § 3º).
aos tribunais regionais eleitorais a comissão DO REGISTRO DOS ÓRGÃOS PARTIDÁRIOS
provisória ou pessoas responsáveis para a NOS TRIBUNAIS REGIONAIS
apresentação das listas ou formulários de
assinaturas e solicitação de certidão de ELEITORAIS
apoiamento perante os cartórios.
Art. 13. Feita a constituição definitiva e
§ 1º Os tribunais regionais eleitorais designação dos órgãos de direção regional e
encaminharão aos cartórios eleitorais as municipais, o presidente regional do partido
informações prestadas na forma do caput. político em formação solicitará o registro no
respectivo tribunal regional eleitoral, por meio de
§ 2º O chefe de cartório dará imediato recibo de requerimento acompanhado de:
cada lista ou formulário que lhe for apresentado
e, no prazo de 15 (quinze) dias, após conferir as I – exemplar autenticado do inteiro teor do
assinaturas e os números dos títulos eleitorais, programa e do estatuto partidários, inscritos no
lavrará o seu atestado na própria lista ou registro civil;
formulário, devolvendo-o ao interessado,
permanecendo cópia em poder do cartório
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Art. 15. Caberá a qualquer interessado impugnar, III – certidões expedidas pelos tribunais regionais
no prazo de 3 (três) dias, contados da publicação eleitorais que comprovem ter o partido político em
do edital, em petição fundamentada, o pedido de formação obtido, nos respectivos estados, o
registro. apoiamento mínimo de eleitores a que se refere o
§ 1º do art. 7º desta resolução (Lei nº 9.096/95,
Art. 16. Havendo impugnação, será aberta vista art. 9º, I a III);
ao requerente do registro, para contestação, pelo
mesmo prazo. IV – prova da constituição definitiva do órgão de
direção nacional, com a designação de seus
Art. 17. Em seguida, será ouvida a Procuradoria dirigentes, autenticada por tabelião de notas,
Regional Eleitoral, que se manifestará em 3 (três) quando se tratar de cópia.
dias; devolvidos os autos, serão imediatamente
conclusos ao relator que, no mesmo prazo, os § 1º Das certidões a que se refere o inciso III
deverão constar, unicamente, o número de
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eleitores que apoiaram o partido político no Art. 25. Após o deferimento do registro do
estado e o número de votos dados na última estatuto, o partido político deverá informar ao
eleição geral para a Câmara dos Deputados, não Tribunal Superior Eleitoral o número da inscrição
computados os votos em branco e os nulos. no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica
(CNPJ), para anotação.
§ 2º O partido político em formação deve indicar,
no pedido de registro, o número da legenda. Art. 26. Ficarão automaticamente sem efeito,
independentemente de decisão de qualquer
Art. 20. Protocolizado o pedido de registro, será órgão da Justiça Eleitoral, os registros dos
autuado e distribuído, no prazo de 48 (quarenta e órgãos de direção municipais e regionais, se
oito) horas, a um relator, devendo a Secretaria indeferido o pedido de registro do estatuto e do
publicar, imediatamente, na imprensa oficial, órgão de direção nacional.
edital para ciência dos interessados (Lei nº
9.096/95, art. 9º, § 3º).
Art. 21. Caberá a qualquer interessado impugnar, CAPÍTULO II DA ANOTAÇÃO DOS ÓRGÃOS
no prazo de 3 (três) dias, contados da publicação DIRETIVOS PARTIDÁRIOS E DOS
do edital, em petição fundamentada, o pedido de DELEGADOS
registro.
SEÇÃO I DA ANOTAÇÃO DOS ÓRGÃOS
Art. 22. Havendo impugnação, será aberta vista PARTIDÁRIOS NOS TRIBUNAIS REGIONAIS
ao requerente do registro, para contestação, pelo ELEITORAIS
mesmo prazo.
Art. 27. O órgão de direção regional comunicará
Art. 23. Em seguida, será ouvida a Procuradoria- ao respectivo tribunal regional eleitoral,
Geral Eleitoral, em 10 (dez) dias; havendo falhas, imediatamente, por meio de sistema específico
o relator baixará o processo em diligência, a fim disponibilizado pela Justiça Eleitoral, a
de que o partido político possa saná-las, em igual constituição de seus órgãos de direção partidária
prazo (Lei nº 9.096/95, art. 9º, § 3º). regional e municipais, seu início e fim de
vigência, os nomes, números de inscrição no
§ 1º Se não houver diligências a determinar, ou Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) e do título de
após o seu atendimento, o relator apresentará os eleitor dos respectivos integrantes, bem como as
autos em Mesa para julgamento, no prazo de 30 alterações que forem promovidas, para anotação
(trinta) dias, independentemente de publicação (Res.- TSE nº 23.093/2009).
de pauta (Lei nº 9.096/95, art. 9º, § 4º).
§ 1º Deverão ser informados, além dos dados
§ 2º Na sessão de julgamento, após o relatório, exigidos no caput, os números de telefone, fac-
as partes, inclusive o procurador geral eleitoral, símile e endereço residencial atualizado dos
poderão sustentar oralmente suas razões, no membros da comissão provisória, comissão
prazo improrrogável de 20 (vinte) minutos cada. executiva ou órgão equivalente (Res.-TSE nº
Art. 24. Deferido ou não o registro do estatuto e 23.093/2009).
do órgão de direção nacional, o Tribunal fará § 2º Apenas no Distrito Federal será autorizada a
imediata comunicação aos tribunais regionais anotação de órgãos de direção zonais, que
eleitorais, e estes, da mesma forma, aos juízos corresponderão aos órgãos de direção
eleitorais. municipais para fins de aplicação das normas
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Art. 30. O órgão de direção nacional comunicará II – quatro delegados perante o tribunal regional
ao Tribunal Superior Eleitoral, imediatamente, por eleitoral;
meio de sistema específico disponibilizado pela III – cinco delegados perante o Tribunal Superior
Justiça Eleitoral, a constituição de seu órgão de Eleitoral.
direção, seu início e fim de vigência, os nomes,
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municípios, obviamente não existe nas partido que, em cada eleição para a Câmara
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VII – pessoa jurídica sem fins lucrativos que Evidentemente, tem decidido o TSE que:
receba recursos do exterior; “Filiação partidária. Pedido de registro. Não
pode filiar-se a partido político quem esteja
VIII – entidades beneficentes e religiosas;
com os direitos políticos suspensos. Matéria
IX – entidades esportivas que recebam suscetível de exame em pedido de registro.
recursos públicos; Ainda não se declarasse a nulidade da
filiação, nessa sede, não haveria como
X – organizações não governamentais que
reconhecer eficácia da filiação, para atender
recebam recursos públicos;
ao requisito da anterioridade de um ano em
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Art. 18. Para concorrer a cargo eletivo, o Parágrafo único. Os prazos de filiação
eleitor deverá estar filiado ao respectivo partidária, fixados no estatuto do partido, com
partido pelo menos um ano antes da data vistas a candidatura a cargos eletivos, não
fixada para as eleições, majoritárias ou podem ser alterados no ano da eleição.
proporcionais.
Para candidatura, faz-se necessário que o
Art. 19. Na segunda semana dos meses de candidato esteja filiado a partido político há pelo
abril e outubro de cada ano, o partido, por menos um ano. É o princípio da anualidade
seus órgãos de direção municipais, regionais aplicado às candidaturas a cargos eletivos.
ou nacional, deverá remeter, aos juízes Ocorre, no entanto, que é possível que o estatuto
eleitorais, para arquivamento, publicação e do partido exija um prazo maior de filiação para
cumprimento dos prazos de filiação partidária concorrer a cargos eletivos. Obviamente, não se
para efeito de candidatura a cargos eletivos, a permite a fixação de um prazo menor.
relação dos nomes de todos os seus filiados,
da qual constará a data de filiação, o número ATENÇÃO. A declaração de inelegibilidade
dos títulos eleitorais e das seções em que não impede a filiação em partido político. O
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Art. 21. Para desligar-se do partido, o filiado nova filiação, fica configurada dupla filiação,
faz comunicação escrita ao órgão de direção sendo ambas consideradas nulas para todos
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Na dupla filiação, ambas as filiações são ano da eleição (Lei n° 9.096/95, art. 20, caput e
declaradas nulas. parágrafo único).
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Art. 7º Para utilização do Filiaweb, o usuário Art. 8º As relações de que trata o art. 4º desta
deverá estar habilitado perante a Justiça resolução deverão ser elaboradas pelo partido
em aplicação específica do sistema de filiação,
Eleitoral, mediante obtenção de senha.
intitulada Filiaweb, e submetidas à Justiça
§ 1º O representante legal do diretório municipal Eleitoral pela rede mundial de computadores, em
ou zonal, comprovada sua legitimidade para o ambiente próprio do sítio do Tribunal Superior
ato, terá seu número de inscrição eleitoral Eleitoral reservado aos partidos políticos.
cadastrado pelo cartório eleitoral como
administrador do respectivo órgão de direção Parágrafo único. Para efeito do disposto nesta
partidária e obterá a senha provisória para uso do resolução, adotar-se-á a seguinte nomenclatura:
sistema, a ser alterada no primeiro acesso, a qual I – relação interna - conjunto de dados de
ficará sob sua exclusiva responsabilidade. eleitores filiados a partido político, relativos a um
§ 2º O usuário habilitado na forma do § 1º deste município e zona eleitoral, destinada ao
artigo poderá fazer o cadastramento, em gerenciamento pelo órgão partidário responsável
ambiente específico do Filiaweb, de outros por seu fornecimento à Justiça Eleitoral;
administradores e operadores do sistema. II – relação submetida - relação interna liberada
§ 3º O sistema de filiação fará o controle do pelo órgão partidário para processamento pela
período de validade da composição do diretório Justiça Eleitoral;
partidário, de acordo com a documentação III – relação fechada - situação da relação
apresentada perante o cartório ou, desde que submetida pelo órgão partidário após o
haja viabilidade técnica, a partir de banco de encerramento do prazo legal para fornecimento
dados de gerenciamento de informações dos dados à Justiça Eleitoral;
partidárias, na forma estabelecida em instruções
específicas do Tribunal Superior Eleitoral. IV – relação oficial - relação fechada que,
desconsiderados eventuais erros pelo
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§ 5º Não havendo registro de decisão no Filiaweb prevista no caput deste artigo apenas ao juiz da
até o décimo dia posterior ao prazo estabelecido zona eleitoral em que for inscrito.
no § 4º deste artigo, a situação das filiações será
automaticamente atualizada, passando ambas a § 6º Quando a comunicação de que trata o § 4º
figurar como canceladas, consoante prevê o deste artigo for recebida no cartório após o dia
parágrafo único do art. 22 da Lei nº 9.096/95. imediato ao da nova filiação, o sistema alterará a
situação das filiações anotadas para os partidos
§ 6º Para os fins do disposto no § 1º deste artigo, envolvidos, que passarão a figurar como sub
incumbirá aos partidos políticos orientar seus judice, e gerará ocorrência relativa à duplicidade
filiados a manterem atualizados seus dados de filiações, nos termos da lei, a ser examinada e
cadastrais perante a Justiça Eleitoral. decidida pelo juiz eleitoral competente, na forma
desta resolução.
CAPÍTULO IV
Art. 14. As funcionalidades de reversão de
Da Desfiliação cancelamento e de reversão de exclusão de
Art. 13. Para desligar-se do partido, o filiado fará registro de filiação estarão disponíveis no
Sistema de Filiação Partidária exclusivamente
comunicação escrita ao órgão de direção
municipal ou zonal e ao juiz eleitoral da zona em para cumprimento de determinações judiciais,
que for inscrito. sendo necessária, para utilizá-las, a identificação
do processo em que determinada a providência.
§ 1º A desfiliação comunicada pelo eleitor, (artigo alterado pela Resolução nº 23.198, de
consoante prevê o art. 21 da Lei nº 9.096/95, 16.12.2009.)
deverá ser registrada na relação correspondente
CAPÍTULO V
no sistema de filiação partidária.
Da Disponibilidade das Informações
§ 2º Decorridos dois dias da data da entrega da
comunicação no cartório eleitoral, o vínculo torna- Art. 15. A publicação das relações oficiais de que
se extinto para todos os efeitos. cuida o parágrafo único do art. 10 desta norma se
fará no sítio do Tribunal Superior Eleitoral na
§ 3º Não comunicada a desfiliação à Justiça
Eleitoral, o registro de filiação ainda será Internet, permanecendo os dados disponíveis
considerado, inclusive para o fim de identificação para consulta por qualquer interessado,
de dupla filiação. (parágrafo alterado pela juntamente com serviço de emissão de certidão
Resolução nº 23.198, de 16.12.2009.) de filiação partidária.
§ 4º Quem se filia a outro partido terá até o dia Parágrafo único. O serviço de que cuida o caput
deste artigo estará disponível no sítio do Tribunal
seguinte ao da nova filiação para fazer a
Superior Eleitoral na Internet, ficando autorizada
comunicação, à Justiça Eleitoral, da desfiliação a criação de link de acesso nas páginas dos
ao partido anterior. tribunais regionais eleitorais.
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Parágrafo único. O sistema de validação efetuará Art. 28. A adequada e tempestiva submissão das
o cotejo entre as informações fornecidas pelo relações de filiados pelo sistema eletrônico será
usuário e as constantes da assinatura digital de inteira responsabilidade do órgão partidário.
geradas pela página e arquivada na base de (artigo alterado pela Resolução nº 23.198, de
dados da Justiça Eleitoral. 16.12.2009.)
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Art. 25. O estatuto do partido poderá do eleitor, a intensa mudança de legenda por
estabelecer, além das medidas disciplinares parte dos eleitos falseia a representação
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I - os órgãos de direção dos partidos Art. 30. O partido político, através de seus
elaborarão projetos comuns de estatuto e órgãos nacionais, regionais e municipais, deve
programa; manter escrituração contábil, de forma a permitir
o conhecimento da origem de suas receitas e a
II - os órgãos nacionais de deliberação dos destinação de suas despesas.
partidos em processo de fusão votarão em
reunião conjunta, por maioria absoluta, os Art. 31. É vedado ao partido receber, direta
projetos, e elegerão o órgão de direção nacional ou indiretamente, sob qualquer forma ou
que promoverá o registro do novo partido. pretexto, contribuição ou auxílio pecuniário ou
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III - despesas de caráter eleitoral, com a Art. 35. O Tribunal Superior Eleitoral e os
especificação e comprovação dos gastos com Tribunais Regionais Eleitorais, à vista de
programas no rádio e televisão, comitês, denúncia fundamentada de filiado ou delegado
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Art. 44. Os recursos oriundos do Fundo § 5o O partido que não cumprir o disposto
Partidário serão aplicados: no inciso V do caput deste artigo deverá, no ano
subsequente, acrescer o percentual de 2,5%
I - na manutenção das sedes e serviços (dois inteiros e cinco décimos por cento) do
do partido, permitido o pagamento de pessoal, a Fundo Partidário para essa destinação, ficando
qualquer título, observado neste último caso o impedido de utilizá-lo para finalidade diversa.
limite máximo de 50% (cinquenta por cento) do (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009)
total recebido; (Redação dada pela Lei nº 12.034,
de 2009)
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