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‘LICENCIATURA EM ENGENHARIA DE MINAS E GEORECURSOS PETROLEO E GAS Por: Antonio José da Costa Silva INSTITUTO SUPERIOR TECNICO Departamento de Engenharia de Miinas Secgdo de Mineralugia e Planeamento Mineiro Outubro de 2004 WOVOES BASICAS DE GROLOGIA DO PETROLEO INTRODUGAO Geologia, significa o estudo da Terra, incluindo a sua composicdo, ¢ as RodificapSes estruturais a que ten estado aujeita, desde « sua formagdo, ou seja ao longo de cerca de 4,5 mil milhées de anos. A Terra, cuja origem, tal como os outros Planetas, resultou da concentraréo de gas ¢ poeiras provenientes do sistema solar Primitivo, tem evolusdo constantemente através dos tempos geoldgicos, até se formar no nosso conhecido Planeta Azul, com os seus oceanos, Continentes ¢ massas de ar. Mas a Terra & um planeta vivo, continu a mudar, por vezes violentamente, com eruppées vulcdnicas, terramotos ou cheias, mais frequentemente, através de meios menos violentos, mas Permanentes, que incluem processos destructivos (como a erosée) ou constructivos (como a sedimentagao). A Geologia procura, assim, compreender os mecanismos geolégicos actuais, com vista a poder interpretar os acontecimentos antigos, muitos dos quais de importancia Para a formarao © preservagio de depésitos de hidrocarbonetos. 4 Geologia do Petréles, por sua vez, utiliza todos oa elementos fornecidos pela Geologia - alem de outros elenentos, obtides por meio de técnicas especificas - na pesquisa do Petréleo. 0 objective final desta pesquisa ¢ a descoberta de hidrocarbonetos a quantidade suficiente para serem explorados comercialnente. 1 - CaMFOST¢AO E ESTRUTURA DA TRERA Podemos considerar que a parte superficial da crosta terrestre ¢ aquela de que possuimos mais conhecimentos. De facto, os processos de eroséo tém revelado a composigao e estrutura da Terra, até Profundidades que Podem atingir alguns kildmetros. Também em miitos Pogos de pesquisa de petréleo tém sido atingidos varios kilometros de Profundidade, contribuindo Para o conhecimento da composigéo e, por vezes, tambem da estrutura superficial da Terra. Ao contrario, as caracteristicas das partes mais interiores da Terra S80 inacessiveis 4 obtengio de informacdes directas, e neios indirectos (fundamentalmente atraves da interpretacdo de ondas sismicas, Provocadas por terramotos, ou mesmo artificialmente), tés de ser utilizados. Uma ideia desta inacessibilidade podera ser dada pele comparapaéo entre a Profundidade donde Provém algumas rochas, Produzidas pela actividade vulcanica - cerca de 200 kms, e a distanc: até ao centro da Terra de aproximadamente 6,300 kms. De ‘qualquer maneira, a andlise dos meios directos ¢ indirectos permitiu dividir a estrutura da Terra em trés partes principais (Fig.1): Fig. 1. Estrutura interna da terra, L RA ~ Forma a parte rigida mais exterior da Terra com una espessura de 65-100 kms e inclui as crostas continental e oceanica. A croste continental tem uma espessura média de 20-40 kma, podendo ser mais espessa sob as grandes cadeias de montanhas, © é principalmente conatituida por rochas sialicas (formadas a base de silica e aluminio), com densidade aproximada de 2,7. A crosta oceanica tem uma espessura mais ou menos uniforme de 8 kms sendo predominantemente constituida por rocha siméticas (silica e magnésio), com densidade média de 2,95 (Fig. 2). Sedimanrns Fig. 2, Relacdo entre a crosta continental e a crosta oceanica. MANTO - Situado abaixo da Litosfera, possui uma espessura de sproximadamente 2.900 ims, dos quais os 200 kms superiores formm a astenosfera, A astenosfera, que se apresenta préximo do ponto de fuséo, Pode ‘actuar como um liquido altamente viscoso, ste liquido, quando sujeito a pressdes, pode fluir, provocando deformagées da crosta actividade vulednica. 0s elementos principais do manto sdo silicatoe de ferro e magnésio, dar o manto apresentar uma densidade superior litosfera. NUCLEO - 0 micleo tem aproximadamente 7.000 kms de didmetro e constituido por uma parte central, sélida, com cerca de2.600 kms de diametro, e uma parte exterior, no estado liquide, com uma espessura proximada de 2.200 kms. 0s elementos predominantes séo o ferro e o niquel. Admite-se que o campo magnético terrestre, se deve acs efeitos da rotapo da Terra sobre o niicleo. Sem divide, que a parte que interessa fundementalmente Geologie, particularmente @ Geologia do petrdleo, ¢ a litosfera. Aqui se encontrem 8 Fochas, ¢ se desenvolveram os processos, responaiveis pela formecéo o acumulago dos hidrocarbonetos. Porém, antes de nos referirmos especificamente a essas rochas e processos, assim como a alguns dos meios utilizados para o seu estudo, introduziremos sumariamente alguns principios sobre tecténica global ou teoria da tecténica das placas, na qual se baseia a explicapéo de alguns daqueles Processos. Basicamente, esta teoria considera que a superficie da Terra (incluindo continentes © oceanos) é formada por varios blocos da litosfera - as chamadas placas tecténicas, que se encontram intermitentemente em movimento, flutuando sobre a astenosfera. A maior parte destas placas suportam as massas continentais, mas existem também placas oceanicas, debaixo dos mares Tratando-se duma teoria ainda ndo definitivamente provada, séo bastantes, no entanto, os diferentes tipos de evidéncia a favor da teoria das placas e do movimento dos continentes. De facto, desde os principios de 1900, quando Wegener primeiro considerou a existéncia duma grande mas: continental original, chamada Pangaea, a qual se dividiu, possivelmente devido a forgas causadas pelo movimento de rotagdo da Terra, ate mais recentemente, a partir principalmente de 1960, quando o conceito da deriva dos continentes foi associado & Teoria da tecténica das placas, varios factores parecem suportar tal teoria. Certamente, um dos factores mais Positivos resulta da maneira como as margens atldnticas da América do Sul e da Africa se ajustam, sugerindo uma separapdo, a partir duma fractura original (Fig. 3). Fig. 3. Posigio da América do Sul e da Africa antes da deriva dos continentes. Alguns dos outros factores, apontando no mesmo sentido, sao: Presenga de determinados fosseis em rochas da mesma idade, e@ en quntinentes tdo separados como a América do Sul, Austrelia o a Africa Meridional, sugeren um desenvolvimento comm, 0 qual foi interrompido Por separapao dos continentes. Bxisténcia de alinbementos estruturais que terminam ebrutanente nes ca rade do nets, Continentes, para reaparecerem nos continentes an eutro lade do Oceano. Observagées de Paleomagnetisno, consistindo em comparer o alinhamento paunetico doa mineraia de ferro, que ficaram “presos" na altura da formagdo e arrefecimento das roches, e que apresentam alinhamento semelhante em diferentes continentes, Durante © movimento dos continentes, seré, certamente, nas respectives margens que a actividade tecténica seré mais intensa, Dependendo da - natureza desta actividade tecténica, podem formar-se diferentes tipos de Berens Continentais com caracteristices proprias, que irdo condicionar 9 modo de sedimentagdo e a respectiva capacidade Pera a formapio acumulagao de hidrocarbonetos Fundenentalmente, existem trés tipos de margens continental (1) Margens Cont: Tipo | Separacéo¢ afastamento das masses continentaia (Fig. 4). Neste Cnt") ag ontinentes separam-se a partir de uma fractura doreal ("Rift") ao longo do qual haverd intruséo do maga basiltico. sta intruséo iré constituir uma nova croata oceanica ec, centstusntemente, o alargamento do oceano que separara as masses continentais. — Deste processo resulta uma extenséo das margens Gontinentais com formaréo de blocos separades por falhas, onde se depositerio sedimentos de origem lagunar e marinha. Fig. 4. Separagio dos continentes @ partir de una frac fura dorsal. Ao longo desta fractura ha uma ~ intrusdo de magma basaltico, que vai consti euir Rova crosta ocednica. (2) Bete tipo de margens sao consideradas estaveis, devido @ pouca inportancia das manifestapses vulcdnicas © encontramse nas cestas Atlanticas da América do Sul e Africa. le Tipo Convergente: resultam principalmente da convergéncia de uma placa continental e de uma placa’ oceanica, Neste “caso, como se trata de placas de densidade diferente, a pleca de menor densidade, isto é, a continental, tenderé a cavalger a place cocamica, a qual nergulharé debaixo da placa continental, fundindo-se na estenosfera. Deste processo, resulta a formare de wma fossa oceanica ao longo da costa,e de uma cadeia montanhosa, no continente (Fig. 5). Continente Montanha fossa Oceanica Fig. 5. Subduccdo resultante da conver- géncia entre uma placa contine: tal e uma placa ocednica. Ae “margens deste tipo séo consideradas actives, por serem Garacterizadas por forte sismicidade e actividede vuledhica, éncontrando-se, sob virias formas, nas costas do Oceano Pacifico. Este mecanismo, em que uma das placas se afunda de baixo da outra, chama-se subduccéo. Mas as margens de tipo Convergente tambéa podem ser originadas por um fendweno chamado de colisée, 0 qual ocorre quando duas places continentais se encontram, sem possibilidade de subducgéo, devido Senelbanpa de densidades. Neste caso, existe uma inten deformacdo, por compresséo, das margens continentais em presenca, com formacdo de altas cadeias wontenhoses (Fig. 6). A existéacta- dos Himalai: Por exemplo, deve-se @ coliado entre a Place Indo-Australiana e a Placa gurcasiatica, (3) Montanhas Fis. 6. Formagio de nontanhas por coli sao entre duas placas contined tais. amadas Transformantes © movimento lateral dos blocos falhados): site tipo de margens ccorre quando duas placas se moven lateralmente, uma em relacpio cutra, sem haver convergéncia ou divergéncia das mesmas. Deste movimento resultam bacias onde se Podem depositar sedimentos de origen marinha, Bacias deste tipo encontram-se ao longo da Falha de Santo André, no Sul de California. Sualquer tipo de margem continental pode fornecer Condigdes favordveis para a deposicds des Sedimentos necessdrios formacio © acumulagéo de petrolecs (Ver Capitulo 5). Assim, ‘campos petroliferostipicos de ™argens —continentais divergentes, encontram-se nas Costas Atldnticas de Africa e América do Sul e nas costas do Golfo de México. Campos petroliferos Sssociados com margens continentais tipo convergente encontram-se, premio, ma Indonesia (Sumatra). por sua vez, os campos de Petroleo existentes no Sul da Califdrnia tdo tipicos de bacias sedimentares, que se formaram ao longo de usa falha transfornante. 2 - IDABE GBOLSGICA B COLIBA GEOLSGICA A idade das rochas, assim como de outros fendmenos geoldgicos, como Perfodos de erosdo ou deformagao, pode ser referida em termos absolutos ou relativos. A idade absoluta corresponde a determinacdo do tempo exacto em que as rochas ou os fenémenos geolégicos se formaram. A idade relativa é baseada na ccorréncia das rochas, ou outros fenémenos geolégicos, numa sequéncia, em que se determina a idade de uma rocha (ou outro fenémeno geolégico) em relagao a outra. Di A idade absoluta ¢ determinada por meios radicactivos. ste método baseia-se na perticularidade dos dtomos radicactivos se “desgastaren" espontaneamente, por decomposigio, © com formacdo de particules radioactivas novas. Chama-se “netade da vida" dum atomo radioactive ao perfodo de tempo que leva metade desse dtomo a “desgastar-se", transformando-se num novo stomo ou dtomo-filho. Deste modo, com a passagen do tempo, a quantidade do stomo inicial diminui, com correspondente aumento da quantidade do atomo-filho. € conhecido o pertodo de tempo, equivalente 4 "metade da vida", para os dtomos radioactivos mais comuns existentes nas rochas. Este periodo de tempo varia como tipo de tomo radioactive, sendo por vezes relativamente curto (milhares de anos), mas, noutros casos, bastante extenso (milhées de anos) e, portanto, til para a medigéo de idade absoluta da maioria das rochas. A determinagdéo da idade absoluta duma rocha, contendo um determinado mineral radioactivo, pode, assim, ser efectuada, se for conhecido o Perfodo de tempo correspondente a "metade da vida" dos atomos radicactivos daquele mineral. Basta entéo, medir a quantidade de dtomos radioactivoa iniciais, ainda presentes na rocha, e comparé-la com a quantidade de tomos-filhos, que entretanto foram criados. As edigées radiométricas nas rochas sedimentares so normalnente dificeis, visto os elementos constituintes néo serem originais, isto ¢, Provéa de outras fontes. Una maneira de ultrapassar esta dificuldade 6 efectuar medigdes nas rochas eruptivas e metamcrficas (ver caprtulo rochas ¢ minerais) que estdo associadas com aqueles rochas sedimentares. Usa combinagdo deste proceso, com os dados adquiridos pelo métedo de idade relativa, permite, geralmente, datar satisfatoriamente o6 sedinentos: envolvidos. a de rochas sedimentares, o método de datagdo mais utilizado € 0 da idade relativa. Dois elementos principais interven na determinagdo da idade relativa Sebreposicdo ~ Nua sequéncia normal de rochas sedimentares as rochas mais antigas foram depositadas primeiro, e estdo no fundo da sequéncia ¢ as Fockas mais recentes estéo no tope. Se esta sequéncia for afectada por determinados fenémenos geolégicos (falhas, dobras, intruséo de roches cruptivas ou eroséo) a idade relativa desses fenémenos, pode tanbém ser determinada, cono é ilustrado na Fig. 7. 0 principio a aplicar, é@ que se um Geterminado fenémeno geolégico afecta uma camada sedimentar, ease fenémeno 6 mais recente que a camada afectada. Fig. 7. Idade relativa, Sequéncia de fendmenos:19 depo- sigdo das camadas sedimentares(1), (2) © (3): 29 aparecimento da falhas 39 formagao da super- ficie de eroséo (discordancia): 49 deposicao das camadas (4) e (5). Fésseis - A medida que as camadas sedimentares sdo depositadas, plantas © animais sdo incluidos nos sedimentos. Estes animaia plantas transformar-se-do fdsseis se os seus restos (esqueletos) ou tragos forem subsequentemente preservados. Por outro lado, durante o tempo geolégico também se observa uma evolugéo das plantas © animais com eliminapio de algumas espécies © criapao de Guiras- Assim, a ocorréncia de um determinado tipo de féeseis pode indicar a idade relativa das rochas que os contém (Fig. 8). S10 Fossil mais Tecente oo. i Ce Fossil mai: do uso de fosseis na determina- gao da_idade relativa. A camada A, conten il mais antigo, é anterior a ca Para este fim, os féaseis ideais séo aqueles que tém a méxina distribuipao Seografica combinada com a minima distribuigso mo tempo, iste é a sua eliminapéo ou evolupéo foi bastante répida. Os fosseis sao Particularmente iiteis na correlaao de rochas que varian de litologia dum lugar para outro, mas por incluiren fésseis contemporaneos, possuem a mesma idade relativa. Na Andiistria do petréleo, © tipo de fusseis mais usados ado os Bicrofdsseis, cujo estudo constitui a Micropaleontologia. Tntre estes Bicrofdsseis os Foraminiferos (animais uniceluleres, em grande parte marinhos, de tamanho microscdpico e com carapacas calcsreas) constituem o grupo wais importante, Alguns outros microfdsseis tanbém bastante usados sao os radiolértes (animais unicelulares de esquelete silicioso), Cocolites (placas microscdpicas de natureza calcdria, segregadas por organismos marinhos), diatomicias ( algas microscdpicas de “esqueleto" silicioso) e grande variedade de algas de “esqueleto" calesreo (Fig. 9) roraniniferos SA) O3 Diatonacias ¢ Esnoros an ios Polen Cocolitos: Fig. 9, Tipos de microfésseis mais comuns utilizados na pesquisa de petréleo. Mais vecentemente, e como complement da_-Micropaleontologia, Jesenvolveurse a Palinologia ou estudo de fosseis de polén @ esporos. 4 Palinologia pode ser bastante importante »m correlagée, devido & resisténcia do polén e dos esporos a destruipdo, assim como & Possibilidade de estes fésseis poderem ser encontrados tanto em sedimentos depositados em meio marinho como terrestre. 4 sua aplicagdo particularmente Gtil nos sedimentos terciarios mais recentes (ver coluna geolégica), devido ao grande desenvolvimento da Flora durante aquele periodo. Embora a Micropaleontologia e a Palinologia sejam fundamentalmente aplicadas na correlapéo das rochas sedimentares, também podem ser utilizadas para fornecer indicagées do meio ambiente em que os sedimentos foram depositados . De facto, as variacées das condigdes de sedimentacdo Provocam mudancas no tipo de fdsseis depositados com os sedimentos, Deste modo, o estudo da natureza desses fdsseis, e suas ocorréncias, permitird deduzir das condigées ambientais (profundidades de agua, temperatura, meio terrestre ou marinho) em que viviam os microorganismos, quando da sua deposigao com os sedimentos. COLUNA GBOLéGICA Antes da descoberta dos meios radionétricos, 0 desenvolvimento duma_escala do tempo geologico, baseava-se, essencialmente, nos Principios de idade relativa, Cedo se tornou evidente que era possivel estabelecer correlagées de camadas sedimentares entre localidades diferentes. Destas observacdes 4 escala regional, resultou 0 conceito de unidades cstratigréficas (grupos de canadas sedinentares agrupadas por composicdo, correlagéo ¢ sequéncia), as quais representavan um determinede tempo geoldgico. © desenvolvimento deste conceito, levou a divisdo do tempo geoldgico em determinados intervalos, aos quais foram atribuides diferentes termos. fenbén foram introduzidos termos para as rochas pertencentes aqueles intervalos. Assim, chamou-se SISTEMA ao grupo de rochas depositado durante om tmervalo de tempo especifico, ao qual se chanou PERIODO. Grupos de FERTODOS formam uma ERA. 8 PERIODOS foram, por sua ver, dividide a EPOCAS © IDADES. De mesma maneira, a um conJunto de Sistemas chana-se GRUPO, © os Sistemas foram divididos em SERTES e ANDARES A relacao entre estes termos é, portanto, a seguinte: ERA PERTODO ‘SISTEMA EPOCA SERIE DADE ANDAR 4 sequéncia dos fenémenos geolégicos é fundamental pera a elaboragio da Coluna Geolégica. Durante bastante teapo, os fenémenos feolégicos foram colocados na Coluna Geolégica unicamente com base ea idades relativas. Com a descoberta dos meios radicadtricos, os fendeenos deolegicos foram ndo sé ordenados em sequéncia, como tambem foi determinada a idade absolute da sua ocorréncia. A Coluna Geoldgica a seguir apresentada, reflecte a integragdo destes doie— Rétodos. GRUPO SISTEMA SERIE ANDAR CRONOLOGTA em milhdes de anos ERA Perfopo epoca TDADE (Tempo Atémico) Holocénico Quaternaria : Plistocénico Pliocénico Miocéaico Terciéria _—-Oligocénico ou Eocénico Cenozdica Paleocénico Superior Cretacico Inferior Secundaria Superior ze (aim) Mesozdica dssico Medio Jurdssico “ese Inferior (Lias) Maestrichtiano Campaniano Santoniano Coniaciano Turoniano Cenomaniano Albiano Apciano Barreniano Hauteriviano Valanginiano Berriasiano Portlandiano Kimeridgiano Oxfordiano Caloniano Batoniano Bajociano Aaleniano Toarciano Pliensbachiano Sinemuriano Hetangiano Superior Teidssico Medio Inferior Se oe Carbonico Prindria Devgnico ou Silurico Paleozoica — Ordovicico Cambrico Precimbrico 65 135 190 225 600 4.500 -43 - A costa continental, como vinos, & formada por rochas. Fstas, por sua Pundames spe stittidas por minerais. oe quais so definidos fundamentelmente pela sua mentee seo duimica e estrutura cristalina, (isto € Pelo modo como os seus elementos uimicos estado arranjados), 4 composicdo quimica necessita de endlises laboratoriais, mas a estrutura cristalina, quando os cristais estde bem desenvolvidos © reservados, verte: muitas vezes, a identificacéo de alguns dos principais ninerats (Fig. 10), definida como a resisténcia dum mineral a ser riscado, Guantificada por uma escala de 10 minerais, ordenados segundo a sua dureza: 1 - Taleo 6 - Ortoclase (mais mole) 2 - Gesso 7 - quartz 3 - Calcite 8 ~ Topazio 4 - Fluorite 9 ~ Corumdum 5 ~ Apatite 10 - Diamante (mais duro) Tembeim se usam objectos comuns, para comparacses da dureza, como a unha (dureza 2,5) e 0 canivete (dureza 6). 2. Gor da rig. 4. lustro - determinado pela Baneira como um mineral reflecte a luz. A mcr Parte dos minerais tée lustro metdlico ou néo wetdlico, mas elguns possuem lustro submetalico, Calcite Gesso Pirite Granada Fig. 10. Alguns dos minerais mais comuns, representados pelas suas formas cristalinas. -14 - 5. Clivagem - tendéncia que alguns minerais tém de se dividirem ao longo de planos de fraqueza, os quais estéo relacionados com a estruturs cristalina do mineral. 8. Eractura - quando um mineral se parte ao longo duma superficie sem qualquer orientagdo. # tipica a fractura conchoidal do quartzo. duimicas_imediatas - método aplicado com frequéncia aca carbonatos, os quais reagem diferentemente ao dcido cloridico. Bate nétodo tem muita aplicardo nos poros de petréleo, para distinguir amostras de Calcite (reacrao rapida) e de Dolomito (reaceao lenta). Na crosta terrestre foram identificados mais de 2.000 minerais, os quaii Fesultam da conbinagdo de mais de 100 elementos quimicos. No. entanto, destes elementos quimicos, sd oito elementos (oxigénio, silica, aluminio, ferro, calcio, scdio, magnésio e potdssio) constituen mais de 99% da crosta terrestre. Da mesma maneira, os minerais mais comuns, encontrados nas rochas, reduzem-se a um niimero relativamente reduzido (Quadro 1). QUADRO 1 Minerais mais comuns encontrados nas rochas SILICATOS OXIDOS SULFURETOS CARBONATOS ~SULFATOS FOSFATOS. Granada ] ricos em Magnetite Galena Gesso Apatite Olivina | ferroe Hematite —Pirite Anidrite Piroxena/ magnésio Limonite Barite Anfibola Quartzo Feldspato] sem ferro Argila nea Mica Destes minerais os mais importantes pertencem ao grupo dos silicates, dos oxides e dos carbonatos, estando os sulfatos, sulfuretos @ fosfatod representados em menores proporcées. ROCHAS As rochas podem ser classificadas, quanto 4 sua composigéo e origem, em rochas igneas, sedimentares e metanérficas. IGNEAS As rochas igneas resultaram do arrefecimento e cristalizagéo do magma (matéria em fus&o existente no interior da Terra). Por este motivo, as rochas igneas sdo consideradas as rochas originais da Terra. As rochas igneas podem ser divididas em plutdnicas (ou intrusivas) e vwulcdnicas (ou extrusivas), conforme séo formadas no interior da Terra ou A sua superficie. Distinguem-se, fundamentalmente, pela sua textura, que € a maneira como os minerais se apresentam na rocha. Nas rechas vulcdnicas ou extrusivas, o arrefecimento do magma € rapido, com formagdo de diminutos cristais, ndo visiveis a olho nu, que constituem a textura af » tipica daquelas rochas. Por vezes, o arrefecimento do magma & tdo rdpido que ndo se chegam a formar cristais, e a textura Nas rochas plutdnicas, ao contrério, o arrefecimento ¢ lento, e os eristais tém tempo de se desenvolver. Forman-se, assim, cristais maiores ea textura € faneritica, isto ¢, os minerais constituem cristais visiveis a olho nu. Se 0 arrefecimento comeca por ser lento, para depois se tornar répido, devido ao contacto com a dgua ou com a superficie, formam-se grandes cristais (Fenocristais), que ficam depois envolvidos por uma matriz finamente cristalina. A textura, neste caso, chama-se porfiritica. A composic&o das rochas igneas depende da temperatura em que comesou a diferenciagéo do magma, com separagéo dos varios elementos quimicos que vao constituir os minerais, antes de comepar o processo do seu arrefecimento (Quadro 2). Se as rochas igneas forem diferenciadas a alta temperatura, os elementos predominantes sao 0 célcio, o ferro e o magnésio, com formepao de feldspatos calcicos (plagioclases) anfibolas e piroxenas, dando origem as rochas do grupo dos Gabro: Se a temperatura de diferenciagdo do magma for mais baixa, os elementos que predominam so o aluminio, a silica, 0 sddio e © potdssio, com formagéo de feldspatos scdicos e potdéssicos, micas e quartzo, dando origem &s rochas do grupo dos @1 Diminuigdo da temperatura de formagdo Se a temperatura de diferenciapéo é intermédia as rochas tém ma composi¢éo mista, entre os granitos e os gabros, dando origem ao grupo dos Os granitos, os gabros e os dioritos, sdo rochas igneas plutcnicas ou intrusivas, de textura faneritica, ou seja, de grdo mais’ ou menos frosseiro. Isto significa, como vimos, que o magma que lhes deu origem, sofreu um arrefecinento lento. Mas 0 mesmo magma, que acima deu origem aos gabros, granitos e dioritos, pode ter um arrefecimento rapido, dando origem a rochas vulcanicas ou extrusivas, quimicamente equivalentes, mas de textura afanitica, ou seja, de grao fino. As rochas vulednicas correspondentes aos gabros, granitos e dioritos, sido, respectivamente, b: itos (Quadro 2). QUADRO 2 Diferenciagdo das rochas igneas (Plutcnicas e Vulcdnicas) conforme os minerais constituintes e a temperatura de formacdo. Olivina Piroxena ssi Plagioclase Gabros (Pluténica) Calcica Basaltos (Vulcfnica) ’ ae a 2 Anfibola Dioritos (Plutcnica) g Biotite Andesitos (Vulcanica) og Plagioclase y Sddica_ 7 a ‘9 Felspatos 3 Potdssicos Granitos (Plutdnica) 2 Muscovite Riolitos (Vulcénica) Quartzo ROCHAS_ SE As rochas sedimentares derivan de materiais pré-existentes, os quais foram Posteriormente depositados, na sua maior parte, depois dum maior ou menor transporte. Em condigdes normais os materiais sdo depositados em camadac cu ssttates, cuja sucesso, uns sobre os outros, di origen ao aspects estratificado, tipico das rochas sedimentares. Os meios de deposigdo das rochas sedimentares séo variados, abrangendo os meios marinho, lagunar, lacustre, fluvial, edlico e glaciar, entre Gutros. Por vezes, na deposi¢ao de algumas rochas sedimentares interven uma combinagao de varios destes meios. As rochas sedimentares podem ser classificadas segundo vérios critérios, no entanto, as classificagées mais comuns sao baseadas na Litologia e na Origen. Sste tipo de classificagée baseia-se na composicéo mineraldgica das rochas, a qual pode ser simples ou complexa. 708, be acordo com este critério, as rochas-tipo principais, sdo os ARE 0s SALCARIOS, © 0s XISTOS ARGILOSOS, conforme o mineral predominante é respectivamente, o quartzo, a calcite e a argila. Mas as rochas sedimentares incluem, muitas vezes, uma mistura destes Binerais Principais, além de outros acessérics, e a classificarao das Fochas resultantes depende da proporpéo em que esses minerais entram na constituipéo des rochas. Normalmente, é o mineral predominante que determina a classificaréo e 0 mineral secundério 0 qualificative, Ceao cxemplificado na Fig. 11, comegando no vértice da argila (xistos argilosos Calcite catrio Calcarit / ari a ‘Areiloso — ALgatig so Xintos: Arenito tatearia calegrin KistoareiYoso Arenjto argife 30 "Quartzo Xistoargiloso —ranito ‘Arenoso Argiloso Fig. 11. ClassificagZo fundamental das Tochas se¢inentar: Puros) ¢ avangando em relagéo ao vértice da calcite, temos com o aumento Progressivo de calcite, xistos argilosos calcérios, passando a calcérios argilosos e, por fim, a caleérios puro: A classificagdo Litoldgica duma rocha sedimentar pode, no entanto, néo caracterizar suficientemente essa rocha, sendo necessdrio complementar a classificapao com indicapéo da sua orig GLASSTFICAGAO CONFORME A ORIGEM Quanto 4 sua origem as rochas sedimentares, podem considerar-se de natureza cldstica, quimica ou orgdnica (Quadro 3). QUADRO 3 Classificacdo das rochas sedimentares conforme a sua origem CLASTICAS QUIMICAS ORGANTCAS OUTRAS CARBONATOS EVAPORITOS Conglomerados = Calcérios —Gesso Turfa Chert Arenitos Dolomitos —Anidrite Carvao ou Dolomias Siltitos Sal Diatomitos Argilitos / / Xistos Argilosos Calcarios Calcoarenitos (4) Rochas de natureza Clastica Estas rochas seo formadas por clastos, os quais sdo fragnentos, ou gros, provenientes de rochas pre-existentes, cuja origem se deve a um processo de desgaste, chamado erosdo. A erosdo pode ser de natureza mecdnica (como resultado da agua, vento, calor, etc) ou de natureza quimica. Os fragmentos resultantes sio transportados pelos agentes de transporte, principalmente pelos rics e ventos, e mais tarde depositados. Segue-se um processo de litificacdo ou endurecimento, muitas vezea com ajuda dum cimento, o que resulta uma roche cleatica. As rochas clasticas podem ser classificadas de acordo com o tamanho dos gros ou fragmentos que as compéem (Fig. 12> ? étne tom Pedreguiho CcramntohFeies, (Areile Fig. 12. Dimensoes dos grios das rochas clasticas ii metro em milimetros). ng S séo formados por agregados de grdos ou fragnentos de diametro > 2um, podendo portanto, incluir Pedregulhos, calhaus, cascalho ¢ granulos. Geralmente, estes elementos estdo unidos por uma matriz de areia e/ou argila. Gs conglomerados séo, por vezes, bons reservatcrios de petrdleo, Gependendo da quantidade da matriz © forma dos gréos. Os Arenitos, com graos variando entre Vg © 2mm, podem ser fonsiderados de grfo fino, médio ou grasseiro.” Dependends se sao formados por gréos mais ou menos do mesmo tamanho, ou por uma mistura de grdos grosseiros a finos, assim a sua calibragem ¢ considerada boa ou md. Embora os arenitos mais comuns sejam, essencialmente, constituidos por fraguentos ou gréos de quartzo, virtualmente eles podem ter qualquer composigdo, sendo entéo designados, como vince ne Fig. 11, Ge acordo com a sua composigdo mineralcgica. Assim, teremos, por exemplo, arenitos quartzosos, feldspaticos, calesries oo argilosos. Num caso extremo os arenitos podem ser formades quase unicamente por fragnentos de calcario, constituindo os cal E Os arenitos constituen os reservatérios de petréleo mais frequentes. No entanto, a sua porosidade © permeabilidade varia Gnormenente dependendo da sua pureza (ausdncia de argila), calibragem © grau de cimentapao (Ver Capitulo 10). Guando os clastos ou gros tém diametro entre V/16-1/256 mm as rochas resultantes so os Siltitos. fate tipo de rochas tém Porosidade © permeabilidade limitadas devido ao diminuto tamacho dos grdos e frequente alto teor em argila. Se os grdos os partyculas, téa didmetro inferior a V/o5g mm, a rochas resultantes séo argilosas. Estas rochas podem dar origen a ‘Sistoe-argilosos (constituidos em lamelas) ou argilitos (de aspecto compacto) . De maneira geral, as rochas argilosas, devido & sua gramlaridade extremamente fina, ndo sio consideradas rochas de reservatério. Sao, no entanto, consideradas rochas potencialmente favordveis para a formagao do petréleo dado a sua capacidade para preservarem matéria organica (ver capitulo 8). iat -a Este tipo de rochas resulta da precipitacdo, ou concentragdo por evaporapao, do material em solupéo na agua do mar ou de lagunas, quando essa soluéo esta saturada. (ii) a Como exemplos mais comuns deste tipo de rochas, temos os o: os i (precipitapao de carbonato de calcio ou calcio e magnésio); 0 chert (precipitagdo da silica); 0 gesso e a anidrite (concentragdo de sulfato de cdlcio); e a halite ou sal (concentragde de cloreto de sddio) a qual, por vezes, se encontra associada com a ¢ (cloreto de potdssio). (iii) Rochas de Nat: Estas rochas sdo formadas por acumulagdo de conchas e esqueletos, ou Por precipitagdo de carbonato de calcio, resultante da actividade de organismos. Exemplos tipicos de rochas formadas desta maneira sdo os calcd ifais (formados com base em esqueletos de corais) e as acumulagées de turfa e carvéo (restos de plantas). Todas as rochas pré-existentes, quando sujeitas aos agentes metancrficos (presséo, calor, agentes quimicos) se poden transformar em rochas de textura e, por vezes, composicdo diferentes. Os agentes quimicos sdo os principais responsdveis pela formacdo ou eliminagdo de alguns constituintes minerais. A’ pressdo © o calor afectam principalmente a textura das rochas, Provocando a recristalizagdo e orientagéo dos minerais e dando origem « rochas metamcrficas foliadas. A intensidade da foliacéo depende do grau de metamorfismo, de caracter regional, a que as rochas estiverem sujeitas. Assim, por exemplo, os granitos transformam-se em gneisses © os xistos argilosos em ardési Existem também rochas metamérficas nao foliadas que podem ser constituidas Por ‘um ‘nico mineral, como é 0 caso do mérmore (calcite) ou do quertrite (quartzo). Estas rochas resultam normalmente dum metanorfismo mais localizade ou de contacto. IMPORTANCIA DAS As rochas sdo fundamentais para a industria do petroleo na medida em que & nas rochas que se encontra a origem dos hidrocarbonetos (Rochas-nde) © o lugar onde estes hidrocarbonetos se conservam (Rochas reservatério). Yer este assunto mais em detalhe nos capitulos 8 e 10. De todas as rochas, as sedimentares sdo aquelas que usualmente estdo associadas com hidrocarbonetos. Todas as rochas~mée conhecidas sdo de origem sedimentar. As mais tipicas sio os xistos-argilosos pretos, ricos em matéria organica, mas alguns calcérios e alguns evaporitos também aéo rochas-mae potenciais. Os xistos-argilosos devido 4 sua diminuta permesbilidade também ado importantes como rochas de cobertura, impedindo que os hidrocarbonetos se escapem dos jazigos petroliferos. As rochas reservatorio para serem produtivas necessitam de porosidade Cespago entre os grdos) © permeabilidade (possibilidade destes espacos comunicarem entre si). Das rochas sedimentares conhecidas, os arenitos es carbonatos constituem os reservatérios mais comuns e prolificos em todo o Mundo. No entanto, outras rochas sedimentares © também, por vezes, rochas igneas © metanérficas (se porosas e permedveis como resultado de fracturagio ou alteragéo) podem construir reservatérios adequados. 4 PROCESSOS E COMDIGOES GERAIS DE FORMACAO DAS ROCHAS SEDIMENTARES Como vimos, es rochas sedimentares tém uma importancia fundamental para a Pesquisa de petréleo. Nao s6 por constituirem as rochas reservatério mais comuns (arenitos, calcdrios e dolomitos), como também por darem origem as rochas-me (como os xistos argilosos). No entanto, 08 processos de formagdo destas rochas (erosdo, transporte e “eposigdo), sdo bastante variados, contribuindo para uma grande diversificagéo das respectivas texturas e, assim, do seu potencial coms rochas reservatdrio ou rochas~mde. De um odo simplificado, aqueles processos de formagdo podem ser considerados de natureza continental ou marinha. Os processos de naturesa lacustre, desertica ou glaciar, pelas suas caracteristicus proprias, ose referidos separadamente. a )S_DE_NATUREZA CONTINENTAL 0s afloramentos das rochas, qualquer que seja a sua origem, estéo continuanente sujeitos aos efeitos de meteorizagdo. Esta pode ser mecnica, pela acrao do vento, chuva, temperatura, plantas, etc, ou quimica, devido acs agentes quimicos contidos na atmosfera dgua da chuva, rios @ solos. 0 resultado final & a produpéo de materiais gue so transportados ¢ subsequentemente depositados. X remogéo dos materiais formados por meteorizacdo chama-se erosio. 4 erosdo, transporte e deposigéo de sedimentos em meio continental, Pode ocorrer de muitas maneiras mas, _fundamentalmente, dist inguiremos (i) do, transporte e deposicéo ocasionados pelo movimento iais ngo das encostas. Este movimento @ provocado pela gravidade, muitas vezes com ajuda de enxurradas. Os fragmentos acumulam-se no fundo das encostas fragnentos ou blocos maiores, constituindo a base do depésito, e, Progressivamente, os fragmentos mais pequenos, distribuindo-se pelos niveis superiores. Este tipo de depdsitos tem normalmente extensdo limiteda mas, se preservados, podem ter potencial como reservatcrio com os (44) Broséo, transporte © deposicéo pelos rios. A dgua em movimento dos rios constitui um dos agentes de erosdo e transporte mais importantes, De facto, ndéo sd remove e transporta os materiais resultantes da meteorizagao como também contem elementos 23 - abrasivos que véo degradando 0 leito rochoso e cavando o respective vale, Os mieriis sdo transportades por arrasto, ao longo do fundo do vale, dependendo o tamanho dos materiais, da velocidade da corrente, © cambéa em suspensio, no caso de particulas mais pequenas. 0s rics Fanbém transportan elementos em solupio, isto é, dissolvidos “na agua (Fig. 13). Fig. 13, Modos de transporte dos materiais por um rio, A velocidade de wm rio depende da rapidez com que a sgua se move Fara susante. Normalmente, este movimento é provecado pela diferenca de elevarao ou gradiente entre a nascente ¢ a for. fate gradiente ¢ sempre mais acentuado na parte superior dos rios, ‘ornando-se progressivamente menos acentuado ao aproximar-se da foz. © gradiente mais abrupto, ¢ a velocidade maior, nos ries jovens, es quais Ppossuem maiores capacidades de erosdo e transporte. i medida que © rio se desenvolve vai cortando o vale procurando atingir a sua base de equilibrio. Este, serd o nivel do mar ou de tm lago, conforme o rio desagua num ou noutro (Fig. 14). Rireccio da corrente Nivel do mer Perfil potencial de equilibrio Fig. 14. Perfil de equilibrio de um rio. Quando o perfil dum rio se aproxima da base de equilibrio a sua capacidade de erosdo reduz-se, e inicia~se a deposigdo. Este Processo pode continuar, até o rio atingir o estado de maturidade, com estabelecimento dum estado de equilibrio, ou pode ser interrompido, devido a movimentos da crosta, rejuvenescendo o rio © iniciando outro ciclo de erosdo - deposigéo. Alguns depdsitos de origem fluvial, como os depdsitos em bancos de areia e de canal, ou ainda os depdsitos em delta, assumem particular importancia, por constituirem zonas de alto potencial petrolifero, em varias partes do mundo. Deps: @ Bancos de Areia e de Canal A maior parte dos rios formam meandros. Como a velocidade da gua maior, na parte exterior de um meandro, o rio tende a erodir a sua margem exterior. Ao contrdrio, mo interior do meandro, devido a Perda de velocidade da gua, 0 rio tende a depositar os materiais mais grosseiros (areia fina), transportados em suspensdéo, com formagdo de bancos de areia (Fig. 15). Meandro de ur rio ‘A Banco de are Nad Fig. 15. Meandro de um rio. A corrente do ‘rio é mais rapida na parte exteri or e mais lenta na parte interior. © perfil A-B mostra o depdsito de um banco de a1 tior do Estes bancos de areia, constituem, normalmente, depdsitos bem calibrados (isto é, sem grande variag&o no tamanho dos graos), 0 que lhes confere boas caracteristicas reservatoriais (ver Capitulo 10). Sedimentos séo também depositados no canal do rio. Como a velocidade da dgua ¢ sujeita a flutuagdes, existem diferencas no tipo de deposigdo e calibragdo desses sedimentos. Geralmente, os materiais mais grosseiros sdo depositados primeiro, sendo Progressivamente cobertos por materiais mais finos. Bmbora a calibrarao dos depésitos de canal seja moderada, eles podem ter boa porosidade © permeabilidade, as quais aumentam para a base do depésito. 0s canais abandonados, devido ao desvio do curso do rio, podem, Posteriormente, ser cobertos por outros sedimentos, por mudanga das condipdes de sedimentapao, e construir assim bons reservatérios em subsuperficie Mas os depdsitos ocasionados pela accdo das correntes fluviais podem, tambem, em alguns casos, dar origem a rochas-mée. Isto sucede quando em ¢pocas de inundagdo as planicies aluviais se enchem de agua. Neste caso, como as dguas de inundagdo se movem, a partir do canal, cada vez com menos velocidade, os sedimentos mais finos tendem a depositar-se progressivamente a uma maior distancia do canal. Estes. sedimentos finos podem incluir materia orgdnica, e, assim, dar origem a rochas-mae, 70 de depdsitos desenvolve-se quando um rio, transportando sedimentos, perde velocidade, ao desaguar mm lago ou nar, ocasionando a deposieao de parte daqueles sedimentos. 0s sedimentos mais finos podem ser transportados e depositados mais longe, prolongendo o delta para a zona maritima marginal. Num delta tipico, o rio bifurca-se, ou divide-se, em verios canais chamados distribuitérios (Fig. 16). Rntre os canais podem formar—se Zonas pantanosas, onde sedimentos finos se depositam, durante as cheias. ~ 26 Depésito de praia Distributarios canal abandonado zona pantanosa Oceano Fig. 16. Delta tipico mostrando os diferentes tipos de deposigao. Quando os distributérios atingem o ocesno, as ondas removes os sedinentos depositados pelo rio, sendo os sedimentos mais fince (silte e argila), levados em suspenséo, para serem deporitados em aguas mais profundas, A areia, transportada por correntes maritimas, vai constituir praias nas margens do delta. Outros depésitos de areia se formam na base dos distributérics. Os sedimentos deltaicos (que embora de origen continental se Prolongan muitas vezes, até 4 zona maritima marginal) podem incluie rechas reservatdrio e rochas-mde. Os reservatorios, encontram-se, Principalmente, nos sedimentos depositados aos longo dos caneig distributarios, formando depésitos tipo canal, nas praias marginais ou nos depésitos constituidos na boca dos distributérios. 0s sedimentos finos, depositados entre os canais d tributérios, nas Zonas Pantanosas, e aqueles transportados, peles ondas, para aguas mais Profundas, podem incluir matéria orgénica e constituir rochas-nae. Alguns deltas possuem uma estratificacdo entrecruzada tipica, e Rostram uma sequéncia de sedimentario caracteristica, consistinde de trés tipos distintos de camadas (Fig. 17 (2) Rio Camadas do tecto Camadas frontais Camadas do fundo Fig. 17. Escrutura de um delta, mostrando as canadas do tecto, frontais e do fundo. Série Frontal ("Foreset beds") - camadas constituidas por nateriais mais grosseiros, os quais sdo depositados em primeiro lugar, ao longo do declive da bacia (podem ter pendores até 35*), devido a perda de velocidade dos rios, quando atingem o mar. ‘undo ("Bottomset beds") - os sedimentos grosseiros da série frontal, passam gradualmente a sedimentos mais finos (normalmente argilosos), nas zonas mais profundas, cobrindo o fundo do mar. Estes depésitos de fundo chamam-se, miitas vezes, depésitos de prodelta. Coma continuagdo da sedimentacdo, as camadas da serie frontal Progridem em direcgdo ao mar e cobrem a série de fundo. Série _de tecto ("Topset beds") - 4 medida que o delta se vai construindo, 0 rio estende-se mais em direcpéo ao mar, e novos sedimentos se depositam, em camadas mais ou menos horizontais, sobre delta, formando as camadas de tecto. Esta sequéncia, caracteristica dos deltas fluviais, aparece, no entanto, muitas vezes, alterada devido 4 accdo das ondas e¢ a ocasionais deslizementos submarinos. A sedimentagéo em meio marinho ¢ fortemente condicionada pela Profundidade de gua, a qual permite diferenciar 4 zonas (Fig. 18). Maré alta ona ITtoral Mare baixg Zona nerftica Plataforma Continental —200 metrop— — Zona batial Pendor — 2000 metrox- Continental \ \ Zona abissal Bacia Ocednica Fig. 18. Diterentes zonas marftimas, conforme as profun- didades da Agua. Cada uma destas zonas, distingue-se pelo tipo de erosao, deposigio e de vida marinha. Zona Litoral: situada entre o ponto mais alto da maré cheia e o Ponto mais baixo da maré baixa. Nesta zona as ondas fazem-se sentir mais fortemente, causando o maximo de eroséo. A vida marinha consiste de plantas e animais marinhos e terrestres. Zona Neritica: situada abaixo da zona litoral e estendendo-se até a Profundidade de agua de 200 metros, aproximadamente no limite da Plataforma continental. Nesta zona depositem-se grande parte dos sedimentos marinhos e a actividade da vida marinha é mais intensa, quer em organismos benténicos (vivendo no fundo do mar), quer organismos pelegicos (incluindo os nadadores, ou nectdnicos, e os que flutuam, ou planctonicos). Zona _Batial: compreendida entre as profundidades de gua de 200 e 2000 metros ¢ associada com o talude continental. Os sedimentos s&o geralmente finos © acumulam-se precariamente no declive, provocando, muitas vezes, avalanches ao longo de vales submarinos. A vida marina varia dependendo da profundidade atingida pela luz. Zona Abissal: fica abaixo dos 2000 metros de profundidade de dgua. Os sedimentos que atingem esta zona provem da plataforma e declive continental e sdo trazides por correntes de avalanche (tipo turbiditos). Restos de conchas e esqueletos de pequenos organismos flutuantes também se depositam no fundo, Nao havendo luz, a vida marinha é limitada e especializada. ALGUNS ASPECTOS DA EROSAO E DEPOSIGAO EM METO MARINHO A io_marinha é, principalmente, causada pelas ondas e pelas correntes actuando ao longo da costa. © movimento e forma das ondas dependem da velocidade © direcefo do vento, sendo também afectadas pelas condigées do fundo do mar e da natureza da costa. As ondas que se dirigem para a costa sdo as responsdveis pela erosdo em resultado da pressdo © abrasdo exercida sobre a costa ou falésia, contra as quais se quebram. A abrasdo dd-se quando as ondas transportam sedimentos que funcionam como abrasivos. A acco das ondas tende a erodir mais rapidamente os pontos mais salientes duma linha de costa de contorno irregular, e a degradar qualquer falésia existente. 0 resultado final seré uma linha de costa de configurapéo mais ou menos linear e formapao de praias e terragos de declive suave (Fig. 19). Costa Submersa Costa Joven Fig. 19. Ciclos de erosao marinha. A sequéncia da Fig. 19, representa um ciclo de erosdéo marinha, o qual tende a formar com um perfil de equilibrio. Este perfil de equilibrio pode ser mantido, enquanto o fornecimento de sedimentos e © transporte destes, pelas correntes, estd equilibrado, no havendo, portanto, erosio da costa. No entanto, se cessar o- fornecimento de novos sedimentos, ou houver um aumento da forca das correntes, a praia é ent&o removida e desaparece, sendo os materiais transportados e distribuidos noutros lugares. a = 30 A deposicéo 19 tem caracteristicas diferentes, conforme se trata de deposigéo de materiel de natureza cldstica ou de carbonatos Deposicéo 4 A deposicdo de materiais clasticos em meio marinho, depende em grande parte da existéncia de sedimentos de origem terrestre os quais sdo transportados para o mar pelos rios. Os sedimentos mais grosseiros (conglomerados) sdo normalmente depositados relativamente perto da costa, na zona de rebentacdo, passando Progressivamente a sedimentos mais finos (areia, silte e argila) a4 medida que a dist@ncia aumenta da costa No entanto, sedimentos relativamente Brosseiros, tipo arenoso, podem ser depositados em zones mais profundas, quando transportados por correntes de avalanche (turbiditos), ao longo de vales submarinos. A deposi¢do clastica mais ou menos grosseira, efectuada perto da costa, resulta, muitas vezes, como vimos atrds, da redistribuigdo dos sedimentos pelas correntes, existentes 20 longo da costa. Este movimento da areia ao longo da costa dd origem a alguns depositos caracteristicos (Fig. 20), os quais sio de interesse para @ pesquisa de petrdleo, por possuirem geralmente boa porosidade e Permeabilidade, ou incluirem sedimentos finos com potencial para rochas~mae. Fig. 20. Tipos de depdsitos clisticos formados ao longo da costa. (ii) Destes depésitos, os mais comuns sdo os abaixo descritos Depésitos de Praia: incluem sedimentos tipo cascalheira ¢ areia, os auais, devido a0 transporte pelas correntes costeiras, estdo normalmente, bem calibrados e arredondados, originando excelentes reservatorios. Uh: a: formadas a alguma distancia da costa e mais ou menos Paralelas a esta, s&o formadas de areia e também de cascalheira, se situadas néo muito afastadas da costa. Pe Mais ou menos ligedas 4 costa, alongam-se no sentido da corrente. Sao constituidas pelo mesmo tipo de clasticos que as ilhas-barreira, e tem caracteristicas reservatoriais semelhantes. Depésitos de Laguna: estes depésitos consistem de cldsticos de gréo fino, evaporitos e, em alguns casos, se o fornecimento de clasticos limitado, de carbonatos. A sua deposipao efectua-se nas aguas Pouco profundas, cujo acesso ao mar é Limitado. Dep ragos: a areia transportada pelas correntes ao longo da costa pode dar origen a formagdo de terracos fora da praia. Estes terragos constituem, assim, como que extensdes maritimas da praia. De maneira geral, estes depdsitos costeiros sdo constituidos de areias mais ou menos bem calibradas, dando origem a bons reservatérios. Além disso, encontram-se em excelente posi¢éo para receberem 0 petréleo, eventualmente gerado nas rochas-mie, depositadas em aguas mais profundas ou nas lagunas. Deposicao | A deposicéo de carbonatos em meio marinho pode ser primiria ou secundaria. A deposigdo primaria resulta da precipitagéo quimica de carbonate de cdlcio ou de depdsitos formados em resultado da actividade ou restos de plantas e animais (Ex: recifes). A deposipao pode-se considerar secundéria, quando os carbonatos sao originados por cimentapao de materiais provenientes de outros carbonates (Rx: calcoarenitos) Os carbonates sdo, essencialmente, rochas reservatcrios, embora em determinadas condigées possam originar rochas-mée, se ricos em matéria organica. - 32 = © meio ambiente onde se depositam os carbonatos , geralmente, diferente daquele onde se depositan os sedimentes clasticos, ¢ depende de varias condigées essenciais, como fornecinent. Limitado de materiais cldsticos, temperatura, profundidade o transparéncia da dua. Estes diferentes factores podem combinar-se, originando varios anbiontes deposicionais, e assim diferentes tipos de carbonatos. Alguns exemplos: Carbonatos de origem A formasdo de recifes pode ocorrer de varias maneiras, mas depende, Principalmente, da actividade metabdlica de plantas animais, os ccurelace, Genenvolveram "in situ", originando a precipitagdo « acumularéo de carbonato de célcio. Recifes podem, nc entanto, tanbém ser formados por restos orgénicos (esqueletos), de organismos Sedentérios, que se foram acumulendo, iando origem ao recite ou, mrinicmenentes Por depositos de carbonato de calcio, precipitads quimicamente. Os Trecifes mais tipicos sdo os recifes de coral, enbora também sejam importantes os recifes construidos por algas calcdreas Os corais sdo animais de esqueleto externo que para se desenvolverem Precisam de dguas transparentes e quentes, luz do sol o adequada Salinidede. Deste modo, os corais crescem ou diminuen conforme a Profundidade da agua. tipos de recife conforme a natureza do fundo, ‘aie serviu de base para o inicio da construgéo do recife (Fig. 21). 33 - Recife de Franjs Lacuna = tecite de nartai Laguna ui2 - recifes que se podem desenvolver directamente sobre as costas dos continentes ou ilhas, quando a quantidade de material cléstico é nula ou muito limitada. Bs a ~ recifes separados das costas ou ilhas por uma lagoa, a qual pode ter limitado acesso ao mar. Este tipo de recife desenvolve-se muitas vezes de forma linear, ao longo de alinhamentos tectdnicos, ou na margem exterior da plataforma continental. A acgdo das ondas tende a quebrar parte destes recifes, originando fragmentos de talude, os quais se depositan na base do recife, Particularmente no lado do recife virado para o mar (Fig. 22). Estes depdsitos de talude aumentam o potencial reservatorial dos recifes. Terre, Parte traseira Parte frontal do recife do recife pisos ie Nivel do nar Lama ea TNe eEvaporites Taludes ria e argila Fig. 22. Perfil dum recife de barreira, A deposipao nas lagoas, situadas atras dos recifes de barreira, é fungae do seu acesso limitado ao mar, e influenciada pela forte evaporagdo da agua do mar e pela precipitagdo dos diversos constituintes nela dissolvidos. Séo, assim, comuns os depdsitos de evaporitos, como gesso e sal, intercalados com depdsitos de calearios compactos, proveninentes da precipitapao de carbonate de calcio (posterior dolowitizarao deste carbonato pode tranforma-los em rochas reservatério - Ver Cap. 10). Mas a precipitagdo de carbonato de calcio, pode, em determinadas condigdes, também dar origem & formagdo de grdos mais ou menos esféricos (oolitos), os quais constituem, geralmente, rochas com bom potencial para reservatdrio. Um recife de barreira, que se desenvolve 4 volta uma ilha vulednica, a qual se vai afundando, chama-se 0 recife vai crescendo § medida que a profundidade da dgua aumenta, podendo a ilha ficar totalmente submersa, ficando o recife, de forma circular, & superficie. Este tipo de recifes sao comuns na parte Sul do Pacifico. Re ~ Este tipo de recifes resulta dum aumento répido de profundidade do mar ocasionando um rapido crescimento em altura do recife. De uma maneira geral, todos os recifes sdo considerados de extrema importancia na pesquisa de petréleo. A sua estrutura caleéria, & base de esqueletos de organismos marinhos, é propicia & preservagio de porosidade e permeabilidade. Quando isto acontece, os recifes podem ser altamente produtivos, como por exemplo, no México, Canada e Médio Oriente (Libia). Carbonatos_depositados_na Plataforma Conti Quando 0 fornecimento de materiais cldsticos ¢ limitado, sedimentos mais finos, formados por uma lama rica em carbonato de calcio, podem depositar-se na Plataforma Continental. As rochas calcsrias, derivadas desta lama, do normalmente compactes, ¢ tém potencial reservatorial limitado, a néo ser que sofram posterior dolomitizacée (Ver Cap. 10). Sdo conhecidos numerosos reservatcrios constituidos por bancos dolomiticos, cuja origem se deve & dolomitizagéo da lama calccirea.

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