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M A C R O E C O N O M I A: S I S T E M A M O N E T Á R I O

Capítulo 5: Sistema Monetário, a oferta e a demanda por moeda.

1
A agregação dos diferentes conceitos, tais como: Renda Nacional, o Produto
Nacional e Despesa Agregada vistos no tópico Contabilidade Nacional só foi possível
graças a uma forma comum de medição. Todos esses conceitos são expressos em uma
unidade comum, a moeda. Assim, cuidaremos de esclarecer o que vem a ser a moeda,
como fazemos seu controle, como determinamos sua oferta, quais fatores justificam sua
demanda, etc.

1. MOEDA

A moeda é um objeto que desempenha três funções:

 Meios de troca;
 Unidade de conta;
 Reserva de valor.

A seguir faremos um breve relato das três funções que a moeda realiza.

O aparecimento da moeda foi uma consequência do desenvolvimento econômico.


A especialização dos indivíduos em unidades isoladas fez com que para satisfazer todas

1
Disponível em: http://sellerink.com.br/blog/series/tintas-e-impressos-de-seguranca/page/2/ Acesso em
Out. 2013.

2
suas necessidades ele recorresse a outros indivíduos para obter por meio de trocas
outros produtos que necessitava.

1.1 Formas de moedas

A moeda exige que sua aceitação seja generalizada. Ela evoluiu da forma em
mercadoria para a forma papel/moeda/escritural. No passado várias mercadorias
assumiram o papel de moeda: trigo, sal, gado, etc. Os vários problemas que surgiram
devido à utilização dessas mercadorias como moeda levaram os indivíduos para a
utilização das moedas metálicas. Os metais mais utilizados foram a prata e o ouro.

As principais propriedades que a mercadoria monetária tem que possuir para ter sua
utilização como moeda são:

a) Baixo custo de transação e estocagem;


b) Estabilidade de seu valor;
c) Elasticidade de produção próxima de zero;
d) Deve ser facilmente divisível;
e) Apresentar elevada durabilidade;
f) Ter volume reduzido.

A necessidade de possuir essas propriedades impediu que diversas mercadorias


fossem usadas como moedas, inclusive as citadas como exemplo acima. A utilização de
moedas de ouro trouxe um pequeno problema: a garantia da qualidade e da quantidade
de ouro em cada moeda. Desse modo, passou-se a cunhar as moedas através de um
órgão que se responsabilizasse pela quantidade e qualidade do ouro de cada moeda, esse
órgão geralmente foi alguma entidade ligada a governo. Passamos a ter um risco a mais,
pois mesmos os governos quando tinham necessidade de se financiar diminuíam a
quantidade de ouro nas moedas com a finalidade de aumentar sua quantidade em
circulação. Era a XXXXXXXXX
2
Para evitar o desgaste das
moedas em circulação, e por
praticidade passou-se a emitir
certificados representativos da
quantidade de moeda: o papel
moeda. O papel moeda mantinha
sua conversibilidade em ouro,
que correspondia ao seu lastro,
apenas substituindo-o, em face de
sua grande facilidade de manuseio. Assim, o uso do papel moeda generalizou-se e todos
o aceitam independente da existência ou não do lastro, passamos para um novo estágio

2
Disponível em: http://www.girafamania.com.br/nascimento/brasil-imperio.jpg Acesso em Out. 2013

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em que o papel moeda se tornou inconversível e sua aceitação passou a ser garantida
por lei. Temos assim uma relação de confiança.

Temos então a moeda fiduciária, isto é, que temos confiança, pois sabemos que
todos aceitam como forma de liquidação de dívidas, para adquirir mercadorias, os
governos aceitam como liquidação de impostos, tem poder liberatório, etc.

Um sério problema que pode ocorrer à moeda fiduciária é ela não conseguir
desempenhar as funções de reserva de valor e unidade de conta. Se o governo resolve
elevar a emissão de moeda de forma desenfreada a moeda sofre deterioração em seu
poder de compra (pelo aumento de preço das demais mercadorias). Nesse caso, ela
também perde a noção de referência, a unidade de conta e passa-se a usar outros
indexadores.

Devemos ressaltar que em ambiente de elevada inflação, a moeda perde primeiro


sua função de reserva de valor, uma vez que os agentes econômicos tentam desfazer-se
dela o mais rápido possível, segundo deixa de ser unidade de conta, pois busca-se
outros referenciais para cotar seus preços e por fim, mantém-se como meio de troca
apenas por determinação legal.

A evolução das economias e os volumes atingidos estimularam os bancos a utilizar


um novo tipo de moeda: a moeda escritural. Os bancos comerciais são os principais
depositários das reservas (moedas, papel moeda) dos agentes econômicos. Portanto, nos
bancos estão dois tipos de depósitos: a vista e a prazo. Nos depósitos a prazo, os
depositantes recebem dos bancos um certificado que somente será resgatado decorrido
algum prazo. Como exemplo de um certificado de depósito a prazo, temos um CDB.

Com a modernização do sistema bancário, a quantidade de moeda, também chamada


de meios de pagamento, passou a constituir-se tanto do papel moeda emitidos pelos
governos e de posse dos indivíduos ( moeda manual ), como dos depósitos à vista (
moeda escritural ) no sistema bancário:

M = moeda manual + moeda escritural

O agregado monetário básico do qual decorre todos os demais, é chamado de Base


Monetária. Ela é constituída por papel moeda emitida pelo governo que está em poder
do público e do volume de reservas mantidos pelos bancos comerciais, assim podemos
escrever:

B = PMPP + R

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Onde : “ B “ representa a Base Monetária;

“ PMPP “ representa Papel Moeda em Poder do Público;

“ R “ representa Reservas mantidas pelos bancos comerciais.

1.2 A oferta de moeda

O estoque de ativos que pode ser usado para liquidação de dívidas é o que
chamamos de moeda. A criação de moedas é que então definimos como meios de
pagamento. Os meios de pagamento, portanto, se constituem da totalidade de haveres
em poder do setor não bancário e que assim pode ser usado na liquidação de dívidas
contraídas em moeda nacional. Podemos então escrever:

M = PMPP + DV

Onde: “ M “ representa o volume de meios de pagamento;

“ PMPP “ representa Papel Moeda em Poder do Público;

“ DV ” representa os Depósitos a Vista nos bancos comerciais.

O fato dos bancos comerciais aceitarem depósitos a vista lhes permite dividir com
o Banco Central a condição de alterar os meios de pagamento utilizando um mecanismo
conhecido como multiplicador dos meios de pagamento. Sabemos que todo depósito a
vista tem liquidez incondicional. Assim, todos os bancos ao receberem depósitos a
vistas do público devem cumprir suas obrigações legais, isto é, manter três tipos de
reservas e o que sobra emprestar novamente ao público.

As obrigações legais as quais o sistema bancário está sujeito são:

1. Moeda que deve ficar no próprio caixa dos bancos: Esta é feita para operações
em seu dia a dia, isto é, para fazer pagamento sobre o excesso de recebimento
em operações diárias, são os chamados encaixes bancários.

2. Reservas voluntárias: Estas devem ficar no Banco Central e são destinadas a


atender a compensação de cheques.

3. Reservas compulsórias ou obrigações legais: Estas são recolhimentos feitos ao


Banco Central que representa proporção de seus depósitos a vista e tem a
função de conceder segurança mínima ao sistema bancário. As reservas

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compulsórias fazem parte dos instrumentos de política monetária que o Banco
Central pode fazer uso a qualquer momento e funciona como um excelente
controle de liquidez da economia.

Quando os bancos ao receberem algum depósito do público compõem suas


reservas de acordo com o que foi escrito acima, emprestam o que sobra novamente ao
público, criando assim novo poder de compra, uma vez que o fato de ter havido um
empréstimo não retira o poder de compra do primeiro depositante. Desse modo o banco
atuou como um agente que criou moeda, ou seja, ampliou os meios de pagamentos.
Vejamos então como funciona o mecanismo conhecido como multiplicador dos meios
de pagamentos:

Vamos considerar uma hipótese simpli-ficadora, a de que o público não retém


papel moeda, isto é, todos os recursos são depositados no sistema bancário. Vamos
supor ainda que uma parcela de 30% vai compor as reservas legais e que o banco pode
emprestar o restante. Considere então uma expansão inicial de R$ 1.000,00. Ao receber
um depósito de R$ 1.000,00 o passivo do banco
aumentou nesse valor e naturalmente seu ativo
também foi aumentado desse valor.

O banco conforme hipótese formulada


mantém R$ 300,00 sob a forma de reservas e
pode emprestar R$ 700,00. De acordo com
hipótese formulada, o público não retém papel
moeda, isto é, quem tomou os R$ 700,00 de
algum modo, seja como depósito ou como
pagamento a outros faz retornar ao banco esses mesmos R$ 700,00 que ampliam
novamente o passivo e o ativo do banco nessa mesma magnitude.

Desse modo, o banco retém R$ 210,00 sob a forma de reservas legais, podendo
emprestar R$ 490,00 que provoca um aumento dos meios de pagamento de acordo com
a seqüência mostrada abaixo:

1.000 + 700 + 490 + ...........+ 0

Como sabemos isto representa uma progressão geométrica ( PG ), cujo a1 = 1000 e


cuja razão q = 0,7 e desse modo temos:

Σ ai = 1.000 + 700 + 490 + ........ = a1 / ( 1 – q ) = 1.000 / ( 1 – 0,7 )

Ou Σ ai = 3.333,33

Observe que os R$ 1.000,00 iniciais foi multiplicado por um termo que corresponde
ao inverso da taxa de reservas mantidas pelos bancos, ou seja, ( 1/0,3 ). Esse fator é
chamado de multiplicador dos meios de pagamento ou multiplicador bancário. Ou seja,

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para um saldo de meios de pagamento, M = 3.333,33 a base monetária, B = 1.000,00
implica um m = 3,333.

Tomemos outro exemplo: Considere agora


que os bancos devem manter 30% de reservas
legais e que o público possa reter 10% de papel
moeda. Assim uma expansão inicial de R$
1.000,00 o público reteria R$ 100,00 e banco
retiraria R$ 270,00 como obrigação legal. Assim
o banco poderia emprestar novamente R$
630,00 que passaria a sofrer o mesmo cálculo,
ou seja, o público retém R$ 63,00 e banco R$
170,1 como reserva e restando apenas R$ 396,90
e nossa seqüência ( PG ) seria:

1.000 + 630 + 696,90 + .......... + 0

Nesse caso a1 = 1.000 e q = 0,63 e Σ ai = 2.702,71

Observe que nesse caso, os 10% que o público retém funciona como um
amortecedor no processo de criação de meios de pagamento, apenas os bancos
comerciais e o Banco Central têm o poder de criação de meios de pagamento. A razão
da PG agora é dada por d ( 1 – r ), onde “ d “ é a parcela de meios de pagamento retida
pelo público e “ r “ é a relação: reservas/depósitos a vista no sistema bancário. Assim o
multiplicador bancário é dado por:

Em nosso exemplo, o saldo dos meios de pagamentos é M = 2.702,71 e a base


monetária é R$ 1.000,00 e nosso multiplicador é 2,70271, ou seja: m = 2,70271.

m =

Notemos que o público pode alterar o valor do multiplicador dos meios de


pagamento quando tem maior ou menor preferência por reter moeda. Quanto maior for a
preferência do público em reter moeda menor é o valor do multiplicador bancário. O
poder do Banco Central em alterar o valor do multiplicador bancário e
conseqüentemente o sado dos meios de pagamento recai apenas na sua condição
institucional de emissor de moeda ( aumentar a base monetária ), ou modificar o nível
de reservas compulsórias.

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2. OS PRINCIPAIS AGREGADOS MONETÁRIOS NACIONAIS

O grande desenvolvimento que atingiu o sistema financeiro tem permitido a


ampliação da liquidez dos ativos, assim o principal agregado do qual decorre todos os
outros é chamado de M1 ( base monetária ), que é igual ao Papel Moeda em Poder do
Público mais os Depósitos a Vista nos bancos comerciais, ou seja:

M1 = PMPP + DV

M2 = M1 + Títulos públicos em poder do setor privado;

M3 = M2 + Depósito de poupança;

M4 = M3 + Depósitos a prazo + outros títulos privados.

Durante algum tempo no Brasil existiu o M5 que era igual ao M4 mais VOB,
Valores a Ordem do Banco Central, que correspondia ao bloqueio de recursos da
população determinado por plano econômico, cujo objetivo era debelar um principio de
hiperinflação.

3. AS ISNTITUIÇÕES DO SUBSISTEMA NORMATIVO

3.1 O Conselho Monetário Nacional ( CMN )

Este é um órgão normativo, dita as diretrizes de atuação no setor financeiro


tornando-o compatível com o setor real da economia. Dentre algumas de suas
atribuições, o CMN desempenha de manter equilibrado a politica monetária,
creditícia, cambial e fiscal.

3.2 O Banco Central do Brasil ( Bacen )

Este é um órgão executivo. Ele é quem faz cumprir todas as disposições


oriundas do CMN que regulam os mercados financeiros, é de sua competência a
emissão de papel moeda nos limites autorizados pelo CMN. Cabe ao BC a
fiscalização das instituições bancárias do País. O Banco Central é também o
banqueiro do governo, pois administra a dívida pública interna e externa.
Financia o governo através da colocação de títulos públicos no mercado. Tem o
monopólio da emissão de papel moeda e moedas metálicas.

3.3 A comissão de Valores Mobiliários ( CVM )

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Este é um órgão de fiscalização. Sua atuação é fundamentalmente no
mercado de capitais, assegurando o pleno funcionamento das bolsas de valores,
protegendo o acionista minoritário, fiscalizando a emissão de títulos e
fortalecendo o mercado de valores.

4. AS CONTAS DO SISTEMA MENETÁRIO E AS FUNÇÕES DO BANCO


CENTRAL

As contas que representam o balanço do banco central são consequências de suas


funções, então veremos as funções do banco central.

4.1 Banco dos bancos

O Banco Central é um órgão regulador, na medida em que fiscaliza todos os


agentes que compõem o sistema financeiro nacional. Desse modo ele desempenha
importante papel ao tomar medidas com função de manter a estabilidade do sistema.

4.2 Depositário das reservas internacionais do País

O Banco Central mantém em seu ativo um estoque de moedas estrangeiras. Desse


modo ele pode intervir no mercado de cambio quando necessário. Também proporciona
ao sistema a segurança para a entrada e saída de modo fácil de moedas estrangeiras. Dai
a necessidade de um volume de reservas cambiais que seja compatível com os objetivos
da politica econômica dos governos.

4.3 Banqueiro do governo, isto é, contabiliza o Tesouro Nacional

Como banqueiro do governo recebe depósitos do tesouro em seu passivo e realiza


empréstimos ao tesouro em lado ativo. Também tem a função de guardar títulos
públicos. No Brasil, o Banco Central ainda tem a função de realizar empréstimo ( ativo )

3
Disponível em: http://www.bancax.org.br/configuracoes_home/campo_c/economia-brasileira-inicia-
o-ano-em-crescimento-mostra-indice-do-banco-central.html Acesso em Out. 2013.

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aos governos Estaduais, Municipais e outras entidades de governo. Ainda administra
alguns programas especiais que aparecem em seu passivo e o lado do ativo aparece sob
a denominação de empréstimos ao setor privado.

4.4 Banco emissor de papel moeda

A maior dívida do Banco Central, contabilizada em seu passivo é representada pela


emissão de moeda necessária ao funcionamento do sistema financeiro.

No balancete do Banco Central ainda consta, recursos próprios, Imobilizado. Vale


ainda destacar que o Banco Central capta recursos externo e assumiu parte do
endividamento externo realizado pelo setor privado e por entidades governamentais,
consta o item Empréstimos externos. A seguir descreveremos o balancete do Banco
Central:

Balancete do Banco Central

ATIVO PASSIVO

Reservas internacionais Papel moeda emitido

Empréstimo ao Tesouro e a outros Depósito do Tesouro Nacional


outros órgãos Governamentais

Depósitos dos bancos Comerciais

Redescontos -Voluntários

Títulos públicos federais -Compulsórios

Caixa Empréstimos externos

Empréstimos ao setor privado Recursos especiais

Imobilizado Outras exigibilidades

Outras aplicações Recursos próprios

O mais importante a ser destacado no balancete do Banco Central é a composição do


passivo do banco em dois grandes grupos: O Passivo Monetário e o Passivo não
Monetário. Assim, podemos inferir quais são os fatores que provocam contração ou
expansão da base monetária:

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- Qualquer aumento no ativo não compensado por uma elevação no passivo não
monetário ampliará a base monetária;

- Qualquer diminuição do passivo não monetário não acompanhado por redução do


ativo também ampliará a base monetária.

5. INSTRUMENTOS DE CONTROLE MONETÁRIOS

O Banco Central exerce o controle de política monetária basicamente através de


três instrumentos que em momento adequado deve ser usado para permitir o mercado
financeiro consiga atender aos objetivos fixados pelo governo. São eles:

- As reservas compulsórias;

- O redesconto;

- Operações de open-market.

A determinação do tamanho das reservas compulsórias altera a magnitude do


multiplicado dos meios de pagamentos, alterando assim a massa de recurso que fica a
disposição do público.

O principal fator de utilização do redesconto é a taxa de juros de redesconto, isto é,


os juros a serem cobrado pelo Banco Central quando faz repasse para os bancos
comerciais. Essa taxa normalmente serve como balizador do mercado. Se a taxa de juros
do redesconto estiver muito acima da taxa praticada pelo mercado, os bancos comerciais
serão mais cautelosos na concessão de crédito, pois na hipótese de recorrerem ao Banco
Central terão prejuízo e em caso contrário serão estimulados na concessão de crédito,
pois compensa recorrer ao Banco Central em caso de necessidade. No Brasil, o
redesconto quase sempre foi usado de forma punitiva, isto é, os bancos não se tornam
iliquídos por medo de serem liquidados pelo Banco Central.

As operações de open-market é o principal instrumento de controle monetário


utilizado no Brasil, pois permite diariamente realizar a expansão ou contração da base
monetária. Como sabemos o Banco Central possui em seu ativo um grande estoque de
títulos públicos, assim ele vende títulos públicos quando quer contrair a base monetária
e compra títulos quando quer expandir.

6. A DEMANDA POR MOEDA

Os motivos que levam os agentes econômicos a reterem moeda são basicamente três:

- O motivo portfólio ou precaução;

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- O motivo transação;

- O motivo especulação ( introduzido por Keynes ).

A moeda é classificada como um ativo financeiro com as mesmas funções dos


títulos e às aplicações financeiras. A única diferença é que sua posse não rende juros,
como as aplicações financeiras. O juro representa o que se deixa de ganhar pela
retenção de moeda, assim o custo de oportunidade é o preço de se usar a liquidez no seu
valor máximo. Então, quanto maior a taxa de juros de uma economia menor a
disposição do público em reter moeda, pois se perde o custo de oportunidade.

Outro fato é que a moeda apresenta um comportamento de um bem comum,


variando de forma inversa com seu preço ( juro ) e de forma direta com o nível de renda

A moeda é o principal meio de troca utilizado nas modernas economias. Assim, o


principal motivo que leva ao aumento de sua demanda é o necessário a realizar as trocas
que permitam o funcionamento da economia sem estrangulamento e sem causar
anomalia no sistema de preços. Também podemos destacar a facilidade e segurança que
a posse de moedas desempenha na função de meios de troca. O comportamento da
quantidade de moeda no mercado é descrito pela equação quantitativa da moeda, esta
equação fornece uma relação entre a quantidade de moeda e o valor total de transações
realizadas ou liquidadas pela moeda:

MV = PT

Onde : “ M “ – representa a quantidade de moeda;

“ V “ – representa a velocidade de circulação da moeda;

“ P “ – o nível geral de preços;

“ T “ – representa o número de transações.

A velocidade de circulação da moeda pode ser vista como a quantidade de vezes que
ela muda de mãos, isto significa que uma série de transações é liquidada com a mesma
moeda. Assim, podemos ver facilmente que a quantidade de moeda ( M ) multiplicada
pela quantidade vezes que ela muda de mãos ( V ) é igual ao valor de todas as
transações ( P T ).

Fazemos uma pequena modificação na equação quantitativa da moeda quando ao


invés de considerarmos o valor total de todas as transações, consideramos o produto,

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isto é, a Renda da economia, e isso perfeitamente factível, pois sabemos que quanto
maior o produto, isto é o que se produz, maior é o número de transações. Assim:

MV = PY

Onde: “ Y “ – representa o Produto Real da economia;

“ V “ – representa agora a velocidade renda da moeda, significando o


número de vezes que a moeda circulou criando renda em um período.

Desse modo, podemos modificar a equação quantitativa da moeda para:

= . Y e chamando = k , temos = kY

Onde “ k “ representa o inverso da velocidade renda e pode ser interpretado como um


coeficiente de retenção média de moeda. Esse coeficiente é conhecido como “
coeficiente Marshalliano ou coeficiente de Cambridge “. Assim temos:

kY = ou k =

Para exemplificar, suponha uma País com um Produto Nacional de 1 Trilhão de


dólares e com um saldo de meios de pagamento de 200 bilhões de dólares.

Nesse caso:

k = ou k = = e V = = 5

Ou seja, para um Produto de 1 trilhão de dólares foram necessário apenas 200 bilhões
de dólares. Isto significa que a moeda passou de mãos em mãos cinco vezes para gerar
esse Produto.

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No momento que admitimos alguma hipótese sobre as variáveis presentes na
equação quantitativa da moeda, estamos transformando uma equação de definição ( uma
tautologia ) em uma teoria. Assim, supondo que haja equilíbrio entre a oferta e a
demanda por encaixes reais ( pleno emprego ), a equação quantitativa se transforma em
uma função de demanda por moeda para o motivo transação. Assim:

Se = kY podemos observar que quanto maior a renda maior é a


demando por moeda, ou seja a moeda pode ser considerado um bem normal pois reage
positivamente a variação na renda.

Outra hipótese aceita é a da constância da velocidade da renda no curto prazo. Isto é


razoável, pois esta depende basicamente de fatores institucionais como:

- Intervalo de recebimento dos agentes na economia;

- Grau de desenvolvimento do sistema financeiro;

- Verticalização de economia.

Quanto ao intervalo de recebimento, suponha uma economia com um conjunto de


empresas homogêneas que produz um único produto e para o qual utiliza apenas o fator
trabalho que é obtido de um conjunto de trabalhadores também homogêneo que recebe
um pagamento ao longo de um período determinado. Os trabalhadores recebem seu
salário em data determinada e vão gastando de forma homogênea ao longo do período
na aquisição do que é produzido pelas empresas, desse modo o fluxo financeiro dos
trabalhadores e das empresas é invertido ao longo do período.

Considere inicialmente que o conjunto de trabalhadores recebe seus salários de R$


300,00 no mês e comece a gasta-lo uniformemente a razão de R$ 10,00 por dia de modo
que no décimo dia do mês eles estão com R$ 200,00, no vigésimo dia estão com R$
100,00 e no trigésimo dia estão com saldo zero e ao mesmo tempo as empresas cujo
fluxo de caixa é invertido, no dia seguinte ao pagamento estão com saldo zero, no
décimo dia estão com R$ 100,00, no vigésimo dia estão com R$ 200,00 e no trigésimo
dia estão com R$ 300,00 e os trabalhadores estão com saldo zero. Veja que tanto para os
trabalhadores como para as empresas o saldo médio ao longo do mês é de R$ 150,00.
Observe que com R$ 150,00 foi possível realizar transações no montante de R$ 300,00.
Ou seja, o estoque de moeda girou duas vezes no período, assim a velocidade renda da
moeda foi 2.

Admita agora que o pagamento das empresas passe a ser quinzenalmente e os


trabalhadores mantiveram o mesmo padrão de gastos, isto é R$ 10,00 por dia. Assim no
dia do pagamento receberão R$ 150,00 de modo que no quinto dia os trabalhadores
estão com R$ 100,00 e as empresas com R$ 50,00, no décimo dia, os trabalhadores
estão com R$ 50,00 e as empresas com R$ 100,00 e no décimo quinto dia os
trabalhadores estão com saldo zero e as empresas com R$ 150,00. Observe que agora o

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saldo médio tanto das empresas como dos trabalhadores é R$ 75,00 e para o mesmo
volume de transações durante o mês a velocidade renda da moeda passou para 4.

Notamos que quanto menor é o intervalo de recebimento menor é o sado médio e


maior é a velocidade renda da moeda e naturalmente menor é o coeficiente
marshalliano.

Quanto ao grau desenvolvimento do sistema financeiro de um País, quanto mais


moderno, isto é, mais informatizado, maior é a velocidade renda da moeda, pois os
agentes econômicos ao encontrarem maior facilidade de resgate preferem manter seus
saldos monetários nos bancos enquanto não os usam para consumo. Fazem resgates
conforme suas necessidades.

Quanto ao grau de verticalização da economia, quanto mais verticalizadas são as


empresas maior o número de transações que são liquidadas sem a circulação de moeda,
simplesmente por transferências contábeis, conseqüentemente, menor é a velocidade
renda da moeda.

Considerando que o valor da velocidade renda da moeda, portanto, o coeficiente de


Cambrigde é constante no curto prazo podemos usar a equação quantitativa da moeda
para dar uma primeira explicação para o aparecimento da inflação, quando ela
estabelece uma relação entre a quantidade de moeda e o Produto Nominal:

Se M = k P Y então: ∆M = ∆P ∆Y ou

Assim:

Variação % M = Variação % P + Variação % Y

Analisando a equação acima observamos que uma variação no estoque de moeda vai
refletir diretamente na variação de preços, ou seja, um aumento no estoque de moeda
vai corresponder a um aumento generalizado de preços, isto é, inflação. Essa
consideração leva em conta que o Produto no curto prazo é constante, e essa suposição é
plausível, pois a economia já se encontra em equilíbrio no mercado de trabalho ou
existe uma demora natural na resposta ao aumento na Produção, pois as fábricas levam
tempo para ampliarem seus parques fabris e contratar mais mão de obra e enquanto isso
a oferta de moeda já impactou o nível de preços.

- A influencia da taxa de juros

Outro fato que afeta diretamente a demanda por moeda é a taxa de juros, que é vista
como um custo de oportunidade e assim quando o agente que é considerado racional

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deixa de adquirir títulos que rendem uma taxa de juros optando pela retenção da moeda
ele está perdendo a remuneração correspondente ao custo de oportunidade. Assim,
quanto maior for a taxa de juros, menor será a demanda por moeda. Consideramos
também que o agente econômico racional não sofre de ilusão monetária, isto é, ele é
capaz de diferenciar a taxa de juros real da taxa de juros nominal.

A taxa de juros real é medida em termos de poder de compra, isto é, descontada a


taxa de inflação, assim:

r = i - π

Onde: “ r “ representa a taxa de juros real;

“ i “ representa a taxa de juros nominal;

“ π “ representa a taxa de inflação.

Sabemos que a taxa de juros que determina a demanda por moeda é a taxa de juros
nominal, pois ela mostra quanto o agente está perdendo em termos reais ante a
possibilidade de aplicar em títulos ( a taxa real de juros do título mais a perda de poder
aquisitivo da moeda ). Quanto maior a taxa nominal de juros, menor será a demanda por
moeda.

Devemos ainda observar que o agente ao fazer a aplicação em um título ele


desconhece a taxa real de juros, pois não conhece a inflação do período de aplicação.
Ele conhece a taxa de juros nominal e tem uma expectativa de inflação. Mas ele está
interessado é na taxa real que vai representar o retorno que ele deseja obter com a
aplicação. Esse dilema leva a dois conceitos:

- Taxa de juros ex ante: É aquela que se espera receber no momento da aplicação.

- Taxa de juros ex post: É aquela que efetivamente ocorreu ao final do período.

Mantida a taxa real de juros ex ante, qualquer modificação na expectativa de


inflação irá alterar a taxa nominal de juros. Esse fato é conhecido como efeito Fischer,
que de forma analítica fica:

i = r + πe

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Onde “ i “ representa a taxa de juros nominal;

“ r “ representa a taxa de juros real;

“ πe “ representa a inflação esperada para o período.

Verificamos através dessa equação que a taxa de juros nominal se eleva com
elevação da taxa de juros real e com a elevação da inflação esperada.

Veja que de acordo com a equação quantitativa da moeda, uma expansão


monetária no presente gera um desequilíbrio entre o encaixe real e a demanda que
exigiria para obtenção do equilíbrio, uma elevação de preços. Ou seja: expansão
monetária hoje gera inflação hoje. Sendo assim, uma boa política de estabilização de
preços seria: cessar a emissão de moedas.

Ao considerarmos a taxa nominal de juros como um fator explicativo da demanda


por moeda e a expectativa de inflação como um fator para explicar a formação da taxa
de juros no presente estamos admitindo uma relação entre o comportamento futuro da
demanda por moeda e a inflação no presente.

Observe que se os agentes criarem uma expectativa de que o governo cessará a


emissão de moeda no futuro, eles irão rever a suas expectativas de inflação para baixo,
reduzindo a taxa nominal de juros no presente ampliando a demanda por moeda no
presente. Percebemos então que se o governo possui credibilidade, com um simples
anúncio de austeridade futura ele controla a inflação presente.

Existe também uma explicação para a demanda por moeda que não pode deixar de
considerada: A moeda é um ativo como outro qualquer na economia e assim faz parte
do leque de opção que o investidor usa para alocar sua riqueza. Devemos então
considerar o rendimento dos diversos ativos existentes, inclusive a moeda e fazer
comparação.

Considere o seguinte modelo:

( )d = ( r1 , r2 , r3 , ............rn , πe , W )

Onde “ r1 à rn “representa a rentabilidade dos “ n “ ativos existentes na


economia;

“ π e “ representa a expectativa de inflação;

“ W “ representa o estoque de riqueza.

Esse modelo é chamado de “ Modelo de Tobin de preferência pela liquidez “, onde


a demanda por moeda varia inversamente com a rentabilidade dos demais ativos, com a
expectativa de inflação e diretamente com o nível de riqueza da sociedade.

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Aceitamos facilmente que um aumento no estoque de riqueza, mantidas outras
condições, ampliará a demanda de todos os ativos, inclusive a de moeda. Quanto ao
retorno, um aumento na rentabilidade de determinado título provocará um aumento na
demanda por esse título reduzindo a demanda dos demais, inclusive na de moeda. Um
aumento na expectativa da inflação esperada provocará uma queda na rentabilidade da
moeda, reduzindo sua demanda e aumentando a dos demais ativos.

Por fim, veremos o comportamento da demanda por moeda através do modelo


Tobin-Baumol. Sabemos que a demanda por moeda é função da renda ( riqueza ) e da
taxa nominal de juros, ou o custo de oportunidade. Análise se baseia entre reter moeda
ou aplicar em outros títulos. O custo de se reter moeda é a perda do custo de
oportunidade, ou seja, o juro que se deixou de ganhar. O beneficio é o fato de não ter
custo de deslocamento até o banco, não incorrer no custo de transação, taxas bancárias,
atc.

Sabemos de acordo com a teoria quantitativa da moeda que quando há apenas um


recebimento no período de análise a velocidade de circulação da moeda é 2, quando há
dois recebimentos por período a velocidade passa para 4, e assim sucessivamente.
Sabemos também que o saldo de encaixes reais que os agentes econômicos mantém é
igual à renda dos agentes dividido pelo número de recebimentos naquele período.
Assim:

( A )

Onde “ Y “ representa a renda do período;

“ N “ representa o número de recebimentos.

Esse modelo considera dois custos: o de oportunidade que diminui com o número
de recebimentos e o de deslocamento ( transação ) que aumenta com o número de
recebimentos, assim podemos escrever:

CT = i( ) + Cd N

Ou considerando “ N “ como a variável a ser minimizada, podemos derivar o


custo total em relação a N e temos:

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= 0 => N* = ou substituindo em “ A “ ,

temos:

= ou seja, temos uma explicação

fundamentada através do modelo Tobin-Baumol de demanda por moeda que mostra


analiticamente porque a demanda por moeda varia diretamente com a renda e
inversamente com a taxa de juros.

Graficamente podemos representar o modelo indicando como varia o custo de


reter moeda e de idas e vindas ao banco como segue:

C
CT

Cd N

i( )

N
N*

Os mercados financeiros:

1. MERCADO MONETÁRIO

É neste mercado onde se exerce o controle de liquidez da economia, é


portanto, um instrumento de política econômica. É nele onde se realizam as operações
de curtíssimo prazo, onde se equalizam as necessidades momentâneas de caixa dos
bancos comerciais e do Tesouro Nacional. É através deste mercado onde se fazem as
operações por um dia, denominadas “ overnight “. O controle de liquidez da economia é
feito através da compra ou venda de Letras do Tesouro Nacional ( LTN ), quando o
governo quer reduzir a liquidez, ele vende LTN, retirando assim moeda de circulação,
quando ele quer expandir a liquidez, compra LTN, colocando mais moeda em
circulação.

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O controle de liquidez na economia também é feito via depósito compulsório.
Para diminuir a quantidade de moeda em circulação aumenta-se o depósito compulsório
através da rede bancária, geralmente sobre os depósitos à vista, feitos pelo público. É
também através deste mercado que o governo tenta combater os efeitos da inflação.

2. O MERCADO DE CRÉDITO

É neste mercado onde são efetuados os financiamentos de curto e médio


prazo. É onde são financiados o consumo de bens duráveis e de capital de giro das
empresas.
As operações são realizadas basicamente através de bancos comerciais e das
companhias financeiras.

3. O MERCADO DE CAMBIO

É neste mercado onde são realizadas as operações de conversão de moedas,


tanto de moeda nacional para moeda estrangeira como o contrário. São feitas através de
bancos comerciais e corretoras sob a supervisão do Banco Central.
Quem atua neste mercado com maior frequência são os exportadores, que
vendem divisas e os importadores que compram divisas, tudo isso através de um
intermediário financeiro, isto é, um banco ou uma corretora.
Outra característica deste mercado é que as operações realizadas são de curto
prazo e à vista. Um dado assustador é que este mercado é o de maior fluxo de dados que
se conhece atualmente no mundo, da ordem de U$$ 1,1 trilhões de dólares

4. O MERCADO DE CAPITAIS

Neste mercado existem financiamentos de médio, longo e de prazo


indeterminado. Aqui também são feitos financiamentos de capital de giro e de capital
fixo de empresas, com uma diferença, não se empresta dinheiro, compra-se uma
participação no empreendimento.
Neste caso, devemos nos deter em outro aspecto, ao se comprar uma
participação em um empreendimento qualquer, assume-se um risco, se o
empreendimento for lucrativo, você participa deste lucro, porém, se o empreendimento
deu prejuízo você também participa dele.
É neste mercado onde existem as operações em bolsa de valores, de compra e
ou venda de participações em empreendimentos ( compra e ou venda de ações ).

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