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TÉCNICAS DIGITAIS
17-1
Sistema octal de numeração Hex Dec
A 10
No sistema octal a base é oito e temos B 11
oito algarismos para representar qualquer C 12
quantidade. Esses algarismos são: 0, 1, 2, 3, ...7. D 13
Para a formação de um número,
E 14
utilizam-se esses algarismos e toda vez que
F 15
tivermos uma quantidade igual ao valor da base,
soma-se um (1) ao algarismo de valor posicional
imediatamente superior como fazemos no Exemplo:
sistema decimal. Tomemos o número (2C0A)16 e
Notamos também que, em qualquer base façamos sua decomposição.
o maior algarismo é igual ao valor da base
menos um (1) e o número de algarismos é 2 x 163 + C x 162 + 0 x 161 + A x 160 ou
sempre igual ao da base.
Exemplo: 2 x 4096 + 12 x 256 + 0 x 16 + 10 x 1 =
Decompondo o número (361)8 em
potência de base oito temos: = 8192 + 3072 + 0 + 10 =
3 x 82 + 6 x 8 1 + 1 x 8 0 = (11274)10
17-2
1 x 23 + 1 x 22 + 0 x 21 + 1 x 20 = Portanto (12 )10 = (1100)2
1x8 + 1x4+0x2+1x1 =
Contagem nas diversas bases
8 + 4 + 0 + 1 = (13)10
Portanto (1101)2 = (13)10 Na tabela de contagem nos sistemas
de base decimal, binária, octal e
Como segundo exemplo o número 107 hexadecimal observa-se que um número
do sistema octal. A notação posicional seria: expresso num sistema de base menor exige
1 x 82 + 0 x 81 + 7 x 80 = maior quantidade de algarismos do que
1 x 64 + 0 x 8 + 7 x 1 = outro, de base maior, para representar a
mesma quantidade.
64 + 0 + 7 = (71)10
Portanto (107)8 = (71)10 DECI-
BINARIA OCTAL
HEXA-
MAL DEC.
Conversão do sistema decimal para outras bases 0 0 0 0
– Para conversão da base 10 para outras bases, o 1 1 1 1
método consiste em divisões sucessivas pela 2 10 = 21 2 2
base desejada, até que o quociente seja nulo. Os 3 11 3 3
restos das divisões indicarão o resultado da
4 100 = 22 4 4
conversão, sendo o primeiro resto equivalente
ao dígito menos significativo e o último ao mais 5 101 5 5
significativo. 6 110 6 6
7 111 7 7
Exemplo 1 8 1000 = 23 10 = 81
8
Façamos a conversão do número (934)10 9 1001 11 9
para base hexadecimal. 10 1010 12 A
(10 A) 11 1011 13 B
934 16 12 1100 14 C
1º resto 6 58 16 13 1101 15 D
2º resto 10 3 16 14 1110 16 E
3º resto 3 0
15 1111 17 F
Portanto (934)10 = (3A6 )16 16 10000=24 20 10=161
Exemplo 2 - - - -
Conversão do número (76)10 para a 31 11111 37 1F
base 8. 32 100000=25 40 20
76 8 - - - -
4 9 8 63 111111 77 3F
1 1 8 64 1000000=26 100=8 2
40
1 0 - - - -
99 1100011 143 63
Portanto (76010 = (114 )8 100 1100100 144 64
Exemplo 3 - - - -
Conversão do número (12 )10 para a
127 1111111 177 7F
base 2.
128 10000000=27 200 80
- - - -
12 2
255 11111111 377 FF
0 6 2
0 3 2 256 100000000=28 400 100=162
1 1 2 - - - -
3 -
1 0 - - 1000=8
17-3
Códigos 6 1 0 0 1
7 1 0 1 0
Ao códigos são formas de 8 1 0 1 1
representação de caracteres alfanuméricos. 9 1 1 0 0
São vários os códigos existentes
havendo porém vantagens de um ou outro, O código Excesso 3 é utilizado em
de acordo com a aplicação ou funções circuitos aritméticos.
internas do equipamento.
Código Johnson – Baseia-se no deslocamento
de “bits” e é utilizado na construção do
Código BCD 8421 – A sigla BCD repre-
Contador Johnsos.
senta as iniciais de “Bynary Coded
Decimal”, que significa uma codificação no
DECIMAL JOHNSON
sistema decimal em binário. Os termos
0 0 0 0 0 0
seguintes (8421) significam os pesos de
1 0 0 0 0 1
cada coluna, isto é, 8 = 23, 4 = 22, 2 = 21 e
2 0 0 0 1 1
1 = 20. O valor corresponderá à soma dos pesos
3 0 0 1 1 1
onde na coluna houver o “bit” um (1).
4 0 1 1 1 1
5 1 1 1 1 1
DECIMAL BCD 8 4 2 1 6 1 1 1 1 0
0 0 0 0 0 7 1 1 1 0 0
1 0 0 0 1 8 1 1 0 0 0
2 0 0 1 0 9 1 0 0 0 0
3 0 0 1 1
4 0 1 0 0 Código Gray ou sistema de numeração refletido
5 0 1 0 1 – Sua principal característica é que, em conta-
6 0 1 1 0 gens sucessivas, apenas um “bit” varia.
7 0 1 1 1 A codificação Gray é mostrada na tabela
8 1 0 0 0 a seguir, onde os campos em destaque
9 1 0 0 1 representam um “espelho” a ser refletido para a
contagem seguinte, acrescentando-se um “bit” 1
O número de “bits” de um código é o (um) imediatamente à esquerda.
número de dígitos binários que este possui.
O código BCD 8421 é um código de 4 DECIM. BINÁRIO GRAY
“bits”. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
1 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1
Código excesso 3 – Consiste na transformação
2 0 0 0 1 0 0 0 0 1 1
do número decimal, no binário correspondente,
3 0 0 0 1 1 0 0 0 1 0
somando-se a ele três unidades.
4 0 0 1 0 0 0 0 1 1 0
Exemplo: 5 0 0 1 0 1 0 0 1 1 1
6 0 0 1 1 0 0 0 1 0 1
(0)10 = (0000)2 7 0 0 1 1 1 0 0 1 0 0
Somando-se três unidades, teremos 0011 8 0 1 0 0 0 0 1 1 0 0
9 0 1 0 0 1 0 1 1 0 1
DECIMAL EXCESSO 3 10 0 1 0 1 0 0 1 1 1 1
0 0 0 1 1 11 0 1 0 1 1 0 1 1 1 0
1 0 1 0 0 12 0 1 1 0 0 0 1 0 1 0
2 0 1 0 1 13 0 1 1 0 1 0 1 0 1 1
3 0 1 1 0 14 0 1 1 1 0 0 1 0 0 1
4 0 1 1 1 15 0 1 1 1 1 0 1 0 0 0
5 1 0 0 0 16 1 0 0 0 0 1 1 0 0 0
17-4
Este tipo de codificação garante que, OPERAÇÕES BINÁRIAS
com a variação de apenas um “bit” de uma
contagem para outra, reduzam-se as A eletrônica em seus primórdios, tinha
conseqüências negativas geradas pela mudança sus cálculos baseados em álgebra convencional,
de estado simultânea de registradores. através de sistemas analógicos ou lineares.
Com o advento de máquinas mais
Código ASCII – O código ASCII é um tipo de sofisticadas, processadores eletrônicos, sistemas
codificação BCD, largamente utilizado em de comunicação e controle digitais, os
computadores digitais e em equipamentos de problemas vieram a ser resolvidos baseados em
comunicação de dados. A sigla ASCII é álgebra especial, não linear, mas binária, isto é,
formada pelas iniciais de American Standard baseada em dois valores. É a álgebra Booleana.
Code for Information Interchange (Código
Padrão Americano para Intercâmbio de Aritmética binária
Informações).
Consiste de um código binário de sete As regras utilizadas em operações
“bits” para transferir informações entre binárias no sistema decimal, são também
computadores e seus periféricos e em seguidas nas mesmas operações em outros
comunicação de dados a distância. sistema de numeração. Neste capitulo
Com um total de sete “bits”, podemos trataremos de algumas técnicas que tornam mais
representar 27 = 128 estados diferentes ou simples a efetuação destas operações.
caracteres, que são usados para representar os
números decimais de 0 a 9, letras do alfabeto e Adição no sistema binário – Para efetuarmos a
alguns caracteres especiais de controle. adição no sistema binário, devemos agir como
É formado por dois grupos de “bits”, uma adição no sistema decimal, lembrando que
sendo um de 4 “bits” e outro de 3 “bits”. no sistema binário temos apenas dois
algarismos.
Grupo de 4 “bits”
1 0 0 1 a
7 6 5 4 3 2 1 +
1 0 1 0 b
Grupo de 3 “bits” 1 0 0 1 1 soma
vai um
Formato do caráter no Código ASCII 1 0 0 0 transporte ou
ASCII carreamento
CARACTER
7 6 5 4 3 2 1
0 0 1 1 0 0 0 0 A tabela mostra a operação soma e o
1 0 1 1 0 0 0 1 transporte em separado. O símbolo + é o
2 0 1 1 0 0 1 0 operador soma.
Como 1 + 1 = 10 no sistema binário, o
-
resultado é 0 (zero) e o transporte para a coluna
9 0 1 1 1 0 0 1
imediatamente à esquerda é 1 (um). Esse
-
transporte é idêntico ao do sistema decimal, pois
A 1 0 0 0 0 0 1
quando tivermos uma soma igual ou maior que
B 1 0 0 0 0 1 0 a base, haverá um “vai um” que será somado ao
- dígito de valor posicional imediatamente
Z 1 0 1 1 0 1 0 superior.
- Exemplo 1:
a 1 1 0 0 0 0 1 1 vai um
b 1 1 0 0 0 1 0 a + b 1 1 a
- (11)2 + (10)2 = (101)2 +
z 1 1 1 1 0 1 0 3 + 2 = 5 1 1 b
1 0 1 soma
Exemplos de representações no código ASCII
17-5
Exemplo 2: Neste exemplo, seguindo-se as regras
anteriores, observa-se que houve um
1 1 vai um empréstimo que ficou devedor. Nesta situação
a + b 1 1 0 a efetua-se a operação “ complemento” , que
(110)2 + (111)2 = (1101)2 + consiste em inverter-se os bits “0” por “1” e
6 + 7 = 13 1 1 1 b vice-versa, somando-se “1” em seguida.
1 1 0 1soma
1 1 1 0 1 resultado parcial
a - b 1 1 1 a Exemplo 2
111 - 100 = 011 -1 0 0 b 1 0 1 0 1 a
7 - 4 = 3 0 1 1 diferença a x b x 1 0 b
10101 x 10 = 101010 0 0 0 0 0
Exemplo 2 21 x 2 = 42 1 0 1 0 1 ____
produto 1 0 1 0 1 0
1 empréstimo
a - b 1 0 0 0 a Divisão no sistema binário- Procede-se como
1000 - 111 = 1 1 1 1 b em divisões no sistema decimal.
8 - 7 = 1 0 0 0 1 diferença
Exemplo:
Nos exemplos acima foram utilizados
números tais que a > b. Consideremos agora a : b
um caso com a < b. 111100 : 1100 = 101
60 : 12 = 5
a - b
10110 - 11001 = -00011 1 1 1 1 0 0 1 1 0 0
22 - 25 = -3 - 1 1 0 1 1 0 1
0 0 1 1 0
1 0 1 1 0 a - 0 0 0 0
-1 -1 -1 empréstimo 0 1 1 0 0
1 1 0 0 1 b - 1 1 0 0
1 1 1 0 1 resultado parcial 0 0 0 0 resto
17-6
ÁLGEBRA DE BOOLE
Concluímos que a lâmpada só acenderá
Em meados do século passado G. Boole quando a Ch 1 e a Ch 2 estiverem fechada,
desenvolveu um sistema matemático de análise correspondendo a equação A . B = S
lógica. Esse sistema é conhecido como Álgebra
de Boole. Tabela Verdade da função E ou AND – É um
A álgebra booleana é baseada em apenas mapa onde colocamos todas as situações
dois estados. Estes estados poderiam, por possíveis, com os respectivos resultados.
exemplo, ser representados por tensão alta e
tensão baixa ou tensão positiva e tensão A B S=A.B
negativa. 0 0 0
Assim como na álgebra linear, 0 1 0
encontramos vários tipos de funções, como 1 0 0
veremos a seguir. 1 1 1
Simplificação de funções
Figura 17-1 Circuito da função E ou AND Podemos encontrar portas lógicas com
três ou mais entradas como mostrado na figura
Convenções: 17-3.
Chave aberta = 0
Chave fechada = 1
Lâmpada apagada = 0
Lâmpada acesa = 1
Situações possíveis:
Ch 1 aberta e Ch 2 aberta =lâmpada apagada
0 * 0 = 0
Ch 1 aberta e Ch 2 fechada =lâmpada apagada
0 * 1 = 0
Ch 1 fechada e Ch 2 aberta =lâmpada apagada
1 * 0 = 0
Ch 1 fechada e Ch 2 fechada=lâmpada acesa Figura 17-3 Portas E ou AND de três e de cinco
1 * 1 = 1 entradas.
17-7
Função OU ou OR – É aquela que assume o Tabela Verdade da função OU ou OR
valor um (1) na saída, quando uma ou mais
variáveis na entrada forem iguais a um (1), e A B S=A+B
assume o valor zero (0) se, e somente se, todas 0 0 0
as entradas forem iguais a zero (0). 0 1 1
S = A + B (S igual a A ou B) 1 0 1
1 1 1
Para melhor compreensão veja a figura
17-4
Portas OR também podem ser
encontradas com 3 ou mais entradas.
Convenções:
Chave aberta = 0
Chave fechada = 1 Figura 17-6 Exemplos de portas OR
Lâmpada apagada = 0
Lâmpada acesa = 1 Função NOT ou NÃO – A função NÃO,
complemento ou inversão, é aquela que inverte
Situações possíveis: o estado da variável, isto é, “0” inverte para”1”
e “1” inverte para “0”. Veja a figura 17-7.
Ch 1 aberta e Ch 2 aberta =lâmpada apagada
0 + 0 = 0
Ch 1 aberta e Ch 2 fechada =lâmpada acesa
0 + 1 = 1
Ch 1 fechada e Ch 2 aberta =lâmpada acesa
1 + 0 = 1
Ch 1 fechada e Ch 2 fechada =lâmpada acesa
1 + 1 = 1
Concluímos que a lâmpada acenderá Figura 17-7 Circuito da função NOT ou NÃO
quando pelo menos uma das chaves estiver
ligada, correspondendo à equação A + B = S. Convenções:
Chave aberta = 0
Chave fechada = 1
Lâmpada apagada = 0
Lâmpada acesa = 1
Situações possíveis:
Chave 1 aberta = lâmpada acesa
0 = 1
Chave 1 fechada = Lâmpada apagada
Figura 17-5 Simbologia da função OU ou OR 1 = 0
17-8
Funções XOR ou XNOR – As portas NAND e
Tabela verdade da função NOT ou NÃO NOR são ditas portas universais, porque vários
circuitos podem ser derivados, utilizando apenas
A A estes tipos de portas.
0 1 Podemos criar diversas funções combi-
1 0 nando os vários tipos de portas lógicas, dentre
elas as denominadas XOR e XNOR.
Onde A representa o inverso de A
Tabela Verdade e simbologia
Função NÃO E ou NAND – É uma combinação a) XOR ou “OU EXCLUSIVO” – Nesta
das funções “E” e “NÃO”, que é representada função teremos “1” na saída, quando as entradas
da seguinte forma: forem desiguais.
A B S=A+B
0 0 1 Figura 17-11 Simbologia XNOR
0 1 0
1 0 0 As portas XOR e XNOR são
1 1 0 denominadas portas COMPARADORAS.
A porta XOR é denominada compara-
dora de desigualdade e a porta XNOR compara-
dora de igualdade.
Formas canônicas
17-9
funções lógicas. Há circuitos cujas funções Dentre as características dos circuitos de
diferem do padrão. Estes circuitos poderão ser comutação, podemos citar o nível lógico, o
representados através de FORMAS CANÔ- tempo de propagação, a potência dissipada, a
NICAS. imunidade à ruídos e o “fan-out”.
17-10
Figura 17-13 Tempo de propagação
17-11
valores, produzem um alto consumo de Uma porta lógica pode, por exemplo,
potência. apresentar um “Fan-out” igual a 10, o que indica
Os circuitos integrados do tipo MOS que até dez entradas de portas poderiam ser
(Metal-Oxide-Semiconductor), consomem um ligadas à saída deste circuito lógico, sem afetar
mínimo de potência devido as altas impedâncias a sua operação.
inerentes a esses componentes. No entanto,
refletem em velocidades de comutação muito FAMÍLIAS DE CIRCUITOS LÓGICOS
baixas, limitando sua operação a freqüências
baixas. Pelo seu consumo bastante reduzido, Como podem ser notados, os circuitos
adequam-se perfeitamente aos equipamentos lógicos possuem características que deverão ser
portáteis operados a bateria, onde a alta observadas durante o projeto, para que o mesmo
velocidade não for necessária. utilize os componentes adequados à aplicação
do equipamento. De acordo com estas
Imunidade a ruídos características, os circuitos lógicos são
agrupados em famílias.
A imunidade a ruídos é uma medida da Entende-se por famílias de circuitos
característica de baixa ou não interferência de lógicos, os tipos de estruturas internas que
sinais externos indesejáveis. Considera-se ruído permitem a confecção dos blocos lógicos em
qualquer sinal estranho, gerado externamente ou circuitos integrados.
pelo próprio equipamento, e que é acrescentado
ou superposto aos sinais padrão do sistema. Dentre as famílias podemos destacar:
Esse ruído pode ser um nível de tensão - RTL (Resistor-Transistor Logic).
variando lentamente, picos de tensão, ou sinais - DTL (Diode-Transistor Logic).
de alta frequência e pequena duração. O ruído - HTL (High Threshold Logic).
pode provocar uma comutação no circuito - TTL (Transistor-Transistor Logic).
lógico, para um estado indesejável num - ECL (Emitter-Coupled Logic).
momento impróprio. - C-MOS (Complementary MOS).
A imunidade da maioria dos circuitos
lógicos é de aproximadamente 10% a 50% do Tecnologia MOS
valor da tensão de alimentação. Isto significa
que um pico será rejeitado, caso sua amplitude A família MOS (Metal Oxide
seja inferior a 10% ou 50% da tensão de Semiconductor) compõe-se de circuitos
alimentação. formados por MOSFETS, que são transistores
A imunidade a ruídos é uma de efeito de campo construídos a partir da
consideração de grande importância, porque a tecnologia MOS, apresentando como
maioria dos sistemas digitais gera uma características o baixo consumo e uma alta
quantidade considerável de ruído em capacidade de integração, isto é, a colocação de
comutações de alta velocidade. Além disso, uma grande quantidade de componentes lógicos
muitos equipamentos digitais são utilizados em num mesmo encapsulamento.
ambientes industriais de ruído intenso, onde
transientes provenientes das linhas de força e de Comparação entre famílias
outros equipamentos elétricos podem causar
falsas comutações nos circuitos lógicos. Família RTL (Resistor-Transistor Logic)
17-12
Família DTL (Diode-Transistor Logic) Família C-MOS (Complementary MOS)
17-13
dispositivos semicondutores não são obtidos por seu grande poder de dissipação de calor, e por
este processo. esta razão encontra maior aplicação nos
Método Híbrido – O circuito integrado híbrido é circuitos lineares.
formado pela combinação de circuitos
monolíticos e circuitos de película. Os híbridos
oferecem uma grande variedade de combinações
entre circuitos integrados e componentes,
resultando em várias funções que não poderiam
ser obtidas com circuitos integrados específicos. Figura 17-14 Encapsulamento tipo caneca(TO5)
Classificação dos circuitos integrados digitais Encapsulamento chato (Flat Pack) – Apresenta
o menor tamanho entre todos eles, sendo assim
Os circuitos integrados digitais podem empregado onde se deseja uma elevada
ser classificados basicamente em três grupos: densidade de componentes na placa. Os
SSI – Small Scale Integration (Integração em invólucros têm um formato achatado e são
Pequena Escala); apropriados para soldagem sobre circuitos
MSI – Médium Scale Integration (Integração impressos, podendo ficar muito próximos um
em Média Escala); dos outros.
LSI – Large Scale Integration (Integração em Encontram aplicações onde o espaço é
Grande Escala). crítico, como por exemplo, em aviação, sistemas
militares de alta confiabilidade e equipamentos
Os circuitos SSI representam a forma industriais especiais.
mais básica e simples dos circuitos integrados:
são amplificadores ou portas, que realizam uma
função elementar, devendo ser interligados
externamente, caso queiramos formar circuitos
funcionais completos..
Os circuitos MSI são mais complexos, Figura 17-15 Encapsulamento “ chato” (Flat
formados por várias portas interligadas, Pack)
compondo circuitos funcionais completos, a
maioria contendo doze ou mais circuitos, Encapsulamento DIP (Dual In-Line Package) –
desempenhando funções como um O DIP ou encapsulamento em linha dupla, é
decodificador, um contador, um multiplexador. assim chamado porque exibe duas fileiras
Os circuitos LSI contêm 100 ou mais paralelas de terminais, tendo sido projetado para
portas ou dispositivos equivalentes, formando adaptar-se às máquinas de inserção automática
grandes circuitos funcionais, equivalentes a de componentes em placas de circuitos
vários circuitos MSI. Seu maior campo de impressos.
aplicação é o das memórias e micro processado-
res.
Encapsulamento de integrados
17-14
Pode ser encontrado desde o MINI-DIP Circuitos Lógicos Universais – Dentre todas as
de oito pinos, ao gigante de quarenta pinos. A portas lógicas, as portas NAND e NOR, são as
maioria dos SSI apresenta-se em encapsu- mais utilizadas, pois qualquer tipo de circuito
lamentos de 8, 14 ou 16 pinos, enquanto o MSI lógico pode ser obtido através delas.
com 14, 16 ou 24 pinos. Finalmente os LSI são
encontrados mais freqüentemente com 24, 28 ou
40 pinos.
CIRCUITOS COMBINACIONAIS
Conceitos
C – Circuitos Comparadores
- Porta XOR (OU EXCLUSIVO).
- Porta XNOR (NÃO OU EXCLUSIVO)
Figura 17-19 Portas XOR e XNOR
Circuitos Lógicos Básicos – As portas E, OU e
INVERSORA, são ditas básicas porque, através
Codificadores e decodificadores
delas, todas as funções lógicas podem ser
obtidas.
Um Codificador tem a função de
“tradutor” de um código (linguagem) conhecido
ou comum, para um código desconhecido ou
incomum.
Um Decodificador tem a função de
“tradutor” de um código (linguagem)
desconhecido ou incomum, para um código
conhecido ou comum.
Da relação dos “bits” 0 e 1 do sistema
binário, com os estados lógicos 0 e 1, surgiu a
aplicação de circuitos lógicos em calculadoras,
com operações realizadas no sistema binário.
Cabe aqui uma pergunta. Por que não
empregar nas calculadoras eletrônicas circuitos
que realizem operações diretamente no sistema
decimal?
Figura 17-17 Portas básicas A resposta é simples: os circuitos teriam
que discernir 1 entre 10 níveis diferentes, contra
17-15
1 entre 2, o que os tornaria complicados, caros e Estes codificadores e decodificadores,
volumosos. são na verdade circuitos lógicos combinacionais
Para facilitar a operação da máquina, a cujas saídas dependem dos estados lógicos das
entrada dos dados a serem calculados e o entradas.
resultado das operações, devem estar na forma Um número decimal pode ser codificado
decimal, que é o código comum aos humanos. de tal maneira que a operação digital possa ser
Vê-se, então, a necessidade de desempenhada utilizando-se números binários.
componentes lógicos conversores, dotados de A conversão de um sistema para o outro é
circuitos codificadores e decodificadores que realizada por circuitos codificadores. O circuito
realizem as conversões decimal-binário ou que tem a função inversa é denominado
binário-decimal. decodificador.
17-16
Os “displays” de sete segmentos são
componentes mais comuns para representação
numérica. Estes “displays” possibilitam
representarmos números de cimais e alguns
outros símbolos. São compostos por segmentos
Figura 17 24 Representação do quatro (4)
que podem ser ativados individualmente,
permitindo combinações.
Circuito Decodificador – Como o código
interno normalmente utilizado é o binário,
torna-se necessário um decodificador que
permita a ativação individual dos segmentos.
Este decodificador possui a seguinte tabela
verdade:
17-17
Somadores e subtratores O somador que executa a soma dos
dígitos mais significativos e que possui uma
Somador – Se quisermos somar dois dígitos terceira entrada para o transporte, é denominado
binários, teremos duas entradas para o circuito Somador Completo (Full Adder), sendo
de soma, havendo quatro combinações para formado por dois “Half Adders” (HÁ) e uma
estas entradas: (0 + 0), (0 + 1), (1 + 0) e (1 + 1). porta OR.
Na aritmética binária, “1” mais “1” Um somador será composto de vários
(1+1) é igual a 0 (zero) e um dígito 1 é “Full Adder” (HÁ), para a coluna menos
transportado para a coluna da esquerda. significativa.
A + B = S T
0 + 0 = 0 0
0 + 1 = 1 0
1 + 0 = 1 0
1 + 1 = 0 1
A - B = S E
0 - 0 = 0 0
0 - 1 = 1 1
Figura 17-26 Meio Somador (Half Adder) 1 - 0 = 1 0
1 - 1 = 0 0
Para somar as colunas menos Toma 1
significativas, será suficiente o circuito acima, emprestado
com duas entradas, que é denominado Meio
Somador (Half Adder), porém ao somarmos as Analogamente ao somador, para
demais colunas teremos que considerar uma subtrairmos dígitos na coluna menos
terceira entrada, o transporte da coluna anterior. significativa, fazemos uso de um Meio Subtrator
(Half Subtractor) e, para as demais colunas,
utilizamos o Subtrator Completo (Full
Subtractor).
17-18
chave. No multiplexador, a seleção é feita de
acordo como valor digital das entradas de
seleção (S0), (S1) e (S2), com pesos binários 1,
2 e 4, respectivamente. As entradas de “A” a
“H”, corresponderão a valores decimais de 0 a
7. Na saída, teremos o nível da entrada, cujo
valor decimal corresponde ao valor binário das
entradas seletoras.
Figura 17-30 Subtrator Completo (Full Os Demultiplexadores são componentes
Subtractor) que distribuem o nível de uma única entrada,
para uma, dentre as várias saídas, de acordo
com o valor binário das entradas seletoras.
17-19
Flip-Flop
S R CLK S1 R1 Q Q
A 1 0 0 1 1 0 0
B 1 0 1 0 1 1 0
C 0 0 0 1 1 1 0
D 1 1 1 ilegal Figura 17-40 Flip-Flop JK Mestre-Escravo
17-20
Flip-Flop tipo “T” – Consiste de um FF JK com
as entradas J e K interligadas. Sua característica
é de complementar-se toda vez que a entrada
estiver igual a “1”, mantendo-se no último
estado quando a entrada for igual a “0”.
Contadores
17-21
Registradores (Shift Registers) de um componente denominado Registrador de
Deslocamento (Shift Register), que compõe-se
O flip-Flop tem a característica de de um certo número de Flip-Flops, de forma que
armazenar o valor de um “bit”, mesmo que sua as saídas de um alimentem as entradas do FF
entrada não esteja mais presente. Se seguinte. Cada estágio do registrador
necessitarmos guardar informações com uma armazenará o sinal de entrada no momento do
quantidade de “bits” maior que um (1), o Flip- Clock. Serão necessários tantos “Clocks”,
Flop será insuficiente. Para isso utilizamo-nos quantos forem os “bits” a serem armazenados.
17-22
endereço, para consulta da informação (Leitura) É conveniente lembrar que, embora as
(Leitura) ou para alteração da informação EEPROM´s permitam regravações, a sua
(Gravação). aplicação é diferente das RAM´s. As
São utilizadas em processos onde é EEPROM´s, assim como as EPROM´s,
necessária a constante alteração das PROM´s e ROM´s, são utilizadas para
informações. São normalmente identificadas armazenamento de informações que durante um
como RAM (Random Access Memory). processo são apenas consultadas, como as
As memórias apenas de Leitura (Read instruções para sequência de um programa. A
Only Memory ou ROM) são aquelas cuja característica de regravação em alguns tipos de
informação somente estará disponível para ROM, tem por finalidade permitir alterações
Leitura. nestas instruções, sem a necessidade de
São utilizadas em processos onde a substituição de componentes.
informação é necessária para consulta ou
inicialização de uma rotina. Possuem Retenção – Classificam-se em Estáticas e
capacidade de armazenamento, isto é, Dinâmicas.
quantidade de endereços, inferior às RAM´s. As memórias de armazenamento
Estático, retém os dados inseridos enquanto a
Quanto a esta classificação podemos citar: alimentação estiver presente.
As memórias Dinâmicas, por outro lado,
a) PROM (Programable Read Only possuem um efeito capacitivo, isto é, perdem as
Memory) - São memórias apenas para informações carregadas, após um determinado
leitura, que permitem que a sua tempo, necessitando de ciclos periódicos de
programação, isto é, a gravação inicial “recarga” (Refresh Cycle). As memórias
seja feita pelo usuário. Esta gravação é Estáticas são mais caras e de menor capacidade.
permanente, não permitindo alterações,
passando ela a operar como uma ROM. Endereçamento
b) EPROM (Eraseble / Programable Read
Only Memory) – São memórias que Como já foi visto anteriormente, cada
funcionam como PROM´s, que posição de memória, é acessada através de um
permitem, porém o seu apagamento e endereço, logo teremos tantos endereços
posterior regravação. O processo de quantas forem as posições de memória. A
apagamento é possível por meio de um capacidade de memória corresponderá à
“banho” ultravioleta, através de janelas quantidade de endereços possíveis.
no seu encapsulamento. Com dois “bits” como variáveis,
c) EEPROM – São EPROM´s que obtemos quatro combinações, que nos permitem
permitem sua regravação por meios acessar quatro endereços: posições 00, 01, 10 e
elétricos, sem necessidade de banhos 11. Com “n” bits variáveis podemos obter 2n
Ultravioleta. endereços.
17-23
Palavra de memória – Cada endereço de Os conversores têm por finalidade
memória corresponderá a quantidade mínima de transformar sinais digitais em analógicos e vice-
informações que poderá ser acessada. Esta versa.
informação poderá compor-se de um ou mais
“bits”. Sistemas Analógicos e Digitais
Esta quantidade de “bits” por endereço,
chamada de “palavra de memória”, dependerá Entende-se por ANALÓGICA, toda
dos circuitos associados a ela e ao código variação linear ou contínua de um sinal.
interno utilizado. Grandezas físicas como temperatura, pressão,
As palavras mais comuna compõem-se tensão, resistência, variam de forma analógica.
de 8, 16 ou mesmo 32 “bits”. A cada posição
acessada, serão lidos paralelamente 8, 16 ou 32
“bits”.
Aplicação
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O limite de amplificação, isto é, o valor
máximo de amplitude de saída, dependerá das
alimentações do amplificador, limitando-se aos
seus valores. A partir daí, o amplificador estará
saturado, mantendo a saída fixa até que a
diferença entre as entradas seja reduzida.
Conversor Digital-Analógico
Sistemas de computação digital, não são O conversor efetua vários passos até a
capazes de gerar sinais analógicos linearmente, conversão final, utilizando-se de um contador,
mas dependendo da precisão desejada, poderão um conversor D / A, um amplificador
ser utilizados mais “bits”, que gerando mais operacional atuando como comparador e Flip-
“steps”, darão condições de geração de sinais Flops.
bastante próximos dos analógicos. O circuito é basicamente constituído por
um contador de década, gerando um código
Conversor Analógico-Digital BCD 8421, que é aplicado ao conversor D/A,
que por sua vez apresenta na saída uma tensão
É utilizado quando for necessária a de referência (VR). Esta tensão de referência é
conversão de uma variável analógica em comparada no amplificador operacional, com o
variável digital. sinal analógico de entrada (Ve).
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Figura 17-53 Conversor A / D
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