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UNIVERSIDADE LUS{ADA Direitos Reais - 18 de Janeiro de 2016 - Duragao: 2:00 horas I ‘Anténio e Bento, so proprietérios, desde Janeiro de 1990, dos terrenos xe y, contiguos um ao outro, adquiridos por sucessao hereditéria do respectivo pai, devidamente registada, Entre ambos foi entfio verbalmente acordado que Anténio utilizaria exclusivamente o terreno x € Bento exclusivamente o terreno y. Embora ambos os terrenos tivessem acesso a via piiblica, foi ainda verbalmente acordado que Antonio poderia, sempre que quisesse, aceder A via publica através de um caminho alcatroado existente no terreno y. Em Maio de 2015, Ant6nio e Bento venderam a Carlos o terreno x ea Daniel o terreno y, numa tinica escritura pitblica, devidamente registada. ‘Apésa venda, Carlos pretende continuar a utilizar 0 caminho alcatroado existente no prédio y, agora propriedade de Daniel. Daniel opde-se a tal pretensdo, com os seguintes fundamentos: a) Nao existir qualquer registo relativo a existéncia daquele caminho que, deste modo, nao lhe pode ser oponivel; b) Aescritura publica ser totalmente omissa quanto a existéncia do caminho; ©) Oprédio x nao se encontrar encravado. 1. Enquadre juridicamente a situagio e comente a atitude de Daniel, promunciando-se quanto a todas os fundamentos de recusa por este referidos, identificando devidamente cada um deles. 2. Diga se Carlos tem ao seu dispor alguma forma de reagir a atitude de Daniel. 1 Ant6nio, proprietério de uma vivenda composta por rés-do-chao e primeiro andar, ambos com acesso autonomo a via publica, celebrou com Bento, em Janeiro de 2000, um contrato-promessa de compra e venda relativo ao 1° andar, ficando acordado que a escritura piiblica de compra € venda seria realizada quando Aniénio notificasse Bento. Feita aentrega da chave e pago integralmente o prego, Bento, com o consentimento de Anténio, iniciou de imediato importantes obras de modernizagio do referido 1° andar, que o isolaram completamente do rés-do-chao, tornando-o totalmente independente, af passando a residir, com a sua familia, Por solicitacao de Bento, Anténio suportou também metade das despesas da pintura da vivenda e da reparacao do telhado, entio zealizadas. Pouco depois de celebrado 0 contrato-promessa, Anténio foi vitima de um grave acidente de -viacao, que 0 colocou em coma, do qual nunca recuperou, vindo a falecer em Agosto de 2015, sucedendo-Ihe Carlos, seu filho. Tendo tomado conhecimento do contrato-promessa, Carlos recusa celebrar a escritura publica decompra e venda, alegando necessitar do 1° andar, paranele instalar 0 seu consultério médico. Enquadre juridicamente a situagio e, na qualidade de Advogado de Bento, diga como actuaria para melhor defender os respectivos interesses. UNIVERSIDADE LUS{ADA Direitos Reais - 18 de Janeiro de 2016 - Duracao: 2:00 horas Gretha de correccao I ‘Anténio e Bento, so proprietérios, desde Janeiro de 1990, dos terrenos xe y, contiguos uum ao outro, adquiridos por sucessio hereditéria do respective pai, devidamente registada, Entre ambos foi entéo verbalmente acordado que Anténio utilizaria exclusivamente o terreno x e Bento exclusivamente 0 terreno y. Embora ambos os terrenos tivessem acesso & via piblica, foi ainda verbalmente acordado que Antonio poderia, sempre que quisesse, aceder A via publica através de um camino alcatroado existente no terreno y. Em Maio de 2015, Anténio e Bento venderam a Carlos 0 terreno x ea Daniel o terreno y, mama tinica escritura pablica, devidamente registada. ‘Ap6s a vend, Carlos pretende continuar a utilizar 0 caminho alcatroado existente no prédio y, agora propriedade de Daniel. Daniel op3e-se a tal pretensio, com os seguintes fundamentos: a) Aescritura piblica ser totalmente omissa quanto existéncia do caminho; b) Nao existir qualquer registo relativo a existéncia daquele caminho que, deste modo, no Ihe pode ser opontvel; ©) Oprédio xnao se encontrar encravado 1. Enquadre juridicamente a situagao e comente a atitude de Daniel, pronunciando- se quanto a todos os fundamentos de recusa por este referidos e identificando devidamente cada um deles. + Anténio e Bento so comproprietérios dos terrenos x ¢ y (art. 1403°/1) + Validade do acordo para 0 uso da coisa comum (art. 1406°/1) + Relago de serventia entre ambos os prédios, reveiada por sinais visiveis permanentes a) Aeescritura pablica ser totalmente omissa quanto a existéncia do caminho; a. Constituigao de servidéo por destinacao do pai de familia, no local onde existia a serventia, dado nada se declarar em contrério na escritura pilblica que determinou a separacdo do dominio dos dois prédios (art. 1549") +b) Nao existir qualquer registo relativo a existéncia daquele caminho que, deste modo, nao pode ser oponivel a terceiros; a. Na medida em que a servidao se revela por sinais visiveis e permanentes, 0 respectivo registo tem efeito meramente enunciativo, sendo opontvel a terceiros, independentemente do registo (art. 5°/2-b), CRP) 'b, Relevancia da publicidade espontanea ©) O prédio x nao se encontrar encravado a. Na medida em que o prédio dominante no se encontra encravado, a servidao constituida por destinagao do pai de familia tem a natureza de serviddo voluntaria (art. 1547°/1) b. As serviddes voluntérias constituidas por destinacio do pai de familia nao se extinguem por desnecessidade (art. 1569°/2) 2. Diga se Carlos tem ao seu dispor alguma forma de reagir A atitude de Daniel. * Carlos poderd lancar mao de uma acco de reivindicagao (arts. 1311° e 1315°) e de uma accio de restituigéo (arts. 1278°/1 e 1281°/2) 0 Anténio, proprietério de uma vivenda composta por rés-do-chao e primeiro andar, ambos com acesso auténomo a via publica, celebrou com Bento, em Janeiro de 2000, um contrato-promessa de compra e venda relativo ao 1° andar, ficando acordado que a escritura ptiblica de compra e venda seria realizada quando Ant6nio notificasse Bento. Feita a entrega da chave e pago integralmente 0 preco, Bento, com o consentimento de Anténio, iniciou de imediato importantes obras de modemizacao do referido 1° andar, que o isolaram completamente do rés-do-chao, tornando-o totalmente independente, ai passando a residir, com a sua familia. Por solicitacao de Bento, Anténio suportou também metade das despesas da pintura da vivenda e da reparagio do telhado, entéo realizadas. Pouca depois de celebrado o contrato-promessa, Anténio foi vitima de um grave acidente de viagao, que 0 colocou em coma, do qual nunca recuperou, vindo a falecer em Agosto de 2015, sucedendo-Ihe Carlos, seu filho. Tendo tomado conhecimento do contrato-promessa, Carlos recusa celebrar a escritura ptiblica de compra e venda, alegando necessitar do 1° andar, para nele instalar o seu consultério médico. Enguadre juridicamente a situacdo e, na qualidade de Advogado de Bento, diga como actuaria para melhor defender os respectivos interesses. a) Em resultado da celebracao do contrato-promessa, Bento: a. Pagoua totalidade do preco; b. Recebeu chave; . Realizou importantes obras de modernizacéo; d. Passou a residir no 1° andar com a sua familia, b) Bento tornou-se possuidor formal do 1° andar (art. 1251°) ‘a. A posse foi adquirida por tradicéo simbélica da coisa, efectuada pelo anterior ‘possuidor (art. 1263°-b)) ©) Aposse é: a. Nao titulada, porque o contrato-promessa nao é um modo legitimo de adquirir (art. 1259°/1, a contrario) b. Presumivelmente de ma fé (art. 1260°/2) A presungio de ma fé ¢ ilidida, na medida em que a entrega do 1° andar se fez com ‘o acordo de Anténio, tal significando que se trata de posse de boa fé (art. 1260°/1) d. Pacifica, porque foi adquirida sem violencia (art. 1261°/1) e. Deboa fé, porque o possuidor ignorava, ao adquiri-la, que lesava o direito de outrem (art. 1260°/1) fA posse foi adquirida por tradigao simbélica da coisa, efectuada pelo anterior possuidor (art. 1263°-b)) d) 01 andar tem saida auténoma para a via publica, esta completamente isolado do rés-do- chao e é totalmente independente, podendlo, por isso, ser objecto de propriedade horizontal ¢) A propriedade horizontal pode ser constituida por usucapio (art. 1417°/1); f) Ausucapiao é um modo de aquisicao do direito real de gozo correspondiente & posse g) Bento comportou-se como possuidor formal do 1° andar da vivenda, tendo inclusivamente, por solicitacao de Anténio, suportado metade das despesas da pintura da vivenda e da reparacio do telhado h) Nao havendo registo do titulo nem da mera posse, a usucapiio pode dar-se no termo de quinze anos, dado tratar-se de posse de boa {é (art. 1296") i) Na qualidade de Advogado de Bento, invocaria a constituigio da propriedade horizontal por usucapido e a consequente aquisicao do direito de propriedade da fraccio auténoma correspondente ao 1° andar.

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