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ROSSI ,C. G. F. T. , et al.

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MICROEMULSÕES: UMA ABORDAGEM BÁSICA E PERSPECTIVAS


PARA APLICABILIDADE INDUSTRIAL

CÁTIA GUARACIARA FERNANDES TEIXEIRA ROSSI1


TEREZA NEUMA DE CASTRO DANTAS1
AFONSO AVELINO DANTAS NETO2
MARIA APARECIDA MEDEIROS MACIEL1*

1- Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Departamento de Química, Campus Universitário, 59078-970,
Natal, RN, Brasil.
2- Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Departamento de Engenharia Química, Campus Universitário,
Campus Universitário, 59072-970 Natal, RN, Brasil

RESUMO: ROSSI ,C. G. F. T. ; DANTAS,T. N. de C.; NETO, A. A.D.; MACIEL, M. A. M. Microemulsões:


uma abordagem básica e perspectivas para aplicabilidade industrial. Revista Universidade Rural: Série Ciências
Exatas e da Terra, Seropédica, RJ: EDUR , v. 26, n. 1-2, p. 45-66, jan-dez., 2007. Microemulsões se formam a
partir de uma aparente solubilização espontânea de dois líquidos imiscíveis (água, óleo) na presença de um tensoativo
e, se necessário, um cotensoativo; sendo caracteristicamente sistemas dispersos (microgotículas dispersas), monofásicos,
termodinamicamente estáveis, transparentes ou translúcidos, com baixíssima tensão interfacial e com capacidade de
combinar grandes quantidades de dois líquidos imiscíveis em uma única fase homogênea. Tensoativo é um tipo de
molécula anfifílica que possui na sua estrutura, duas regiões de polaridades opostas (hidrofílica e hidrofóbica). A
presença destas duas regiões distintas em uma mesma molécula possibilita adsorções nas interfaces ar-água, óleo-
água e sólido-água. Em função da sua composição química, os sistemas microemulsionados (SME) apresentam grande
diversidade estrutural, sendo constituídos de microgotículas dispersas, com diâmetro variando entre 5 - 100 nm. Os
SME podem ser do tipo óleo em água (O/A; o sistema é rico em água), onde as microgotículas são ditas diretas, ou do
tipo água em óleo (A/O; o sistema é rico em óleo), onde as microgotículas são ditas inversas.
O objetivo principal deste artigo é discutir conceitos básicos de microemulsão, tais como: formação de
SME, tipos de estruturas, propriedades físicas e parâmetros que influenciam no comportamento de SME, bem como
enfatiza algumas pesquisas científicas que foram desenvolvidas com o uso de microemulsões.

Palavras chave: microemulsão; conceitos básicos; aplicabilidade

ABSTRACT : ROSSI ,C. G. F. T. ; DANTAS,T. N. de C.; NETO, A. A.D.; MACIEL, M. A. M. Microemulsions:


A balic approach and perspectives for industrial aplicability. Revista Universidade Rural: Série Ciências
Exatas e da Terra, Seropédica, RJ: EDUR , v. 26, n. 1-2, p. 45-66, jan-dez., 2007. Microemulsions are formed
from an apparent spontaneous solubilization of two immiscible liquids (water, oil) in the presence of a surfactant and,
if necessary, a co-surfactant. They are characteristically dispersed media (dispersed microdroplets), monophasic,
thermodynamically stable, transparent or translucent systems, with very low interfacial tension and with the capacity
to combine great amounts of two liquids in a single homogeneous phase. Surfactant is an amphiphilic molecule-type
that posses in its structure, two opposite polarity areas: a polar group (hydrophilic) and other non-polar (hydrophobic).
The presence of these two different areas in the same molecule makes possible its adsorptions in air-water, oil-water,
and solid-water interfaces. As a function of its chemical composition, the microemulsion systems (MES) can present
a great structural diversity, being formed by dispersed and dynamics microdroplets, with a particle diameter varying
in the range of 5 - 100 nm. They present a mononuclear layer of amphiphilic molecules involving the microdloplets as
a membrane, being of the type oil-in-water (O/W), where the system is water-rich and the microdroplets are called
“direct”, or of the type water-in-oil (W/O), where the system is oil-rich and the microdroplets are said “inverse”.
The main objective of this research is to discuss basic concepts about microemulsion, such as: MES
formation, micellar aggregates formed in the MES, physical properties, and parameters that have influence in the
behavior of MES, as well as to emphasize some scientific researches that were developed with the use of microemulsions.

Key words: microemulsion; basic concepts; applications

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INTRODUÇÃO solubilização espontânea de dois líquidos


imiscíveis (água, óleo) na presença de um
Sistemas microemulsionados (SME) tensoativo e, se necessário, um cotensoativo;
foram originalmente descritos por Hoar e sendo caracteristicamente sistemas dispersos
Schulman (1943). No entanto, o termo (microgotículas dispersas), monofásicos,
microemulsão (ME) só foi utilizado por termodinamicamente estáveis, transparentes
Schulman et al. (1959), no final da década de ou translúcidos, com baixíssima tensão
1950. Dentre muitos trabalhos que foram interfacial e com capacidade de combinar
divulgados para microemulsões, destaca-se a grandes quantidades de dois líquidos
publicação de um livro pioneiro que foi imiscíveis em uma única fase homogênea”.
intitulado “Microemulsions: Theory and Atualmente, o termo microemulsão vem sendo
Practice” (PRINCE, 1977). Ao longo dos anos, utilizado para designar sistemas de fases
microemulsões foram investigadas por muitos microeterogêneas que podem apresentar de
outros autores que confirmaram a teoria de que três a cinco constituintes, tais como: a-)
fluidos macroscopicamente homogêneos tensoativo, água e fase óleo; b-) tensoativo,
podem ser formados sem que seja necessário cotensoativo, água e fase óleo; c-) mistura de
adicionar energia quando se misturam dois tensoativos, cotensoativo, água e fase óleo
adequadamente os seguintes componentes: (FORMARIZ et al., 2005; OLIVEIRA et al.,
tensoativo e cotensoativo (componentes 2004; TENJARLA, 1999; BOURREL e
anfifílicos específicos), solvente orgânico SCHERCHTER, 1998; HUNTER, 1992;
hidrofóbico (fase óleo) e água. Desta forma, RUCKENSTEIN e KRISHNAN, 1979a,
o antigo conceito de que água e óleo não se 1979b; RUCKENSTEIN, 1978; OVERBEEK,
misturam sofreu modificações significativas, 1978; FRIBERG e BOTHOREL, 1988;
tendo sido comprovado que a adição de um LEVINE e ROBINSON, 1972; ADAMSON,
terceiro componente em um sistema composto 1969).
por dois líquidos que sejam entre si,
parcialmente ou totalmente imiscíveis (como Estruturas de Microemulsões
é o caso de óleo e água) pode resultar na As emulsões consistem em dispersões
diminuição (ou aumento) da solubilidade de dois líquidos imiscíveis ou parcialmente
destes líquidos. Se o terceiro componente for miscíveis (óleo em água ou vice-versa) que
um tensoativo, haverá redução da tensão apresentam gotículas que variam entre 100 -
interfacial entre os líquidos imiscíveis, 10000 nm. Diferentemente das microemulsões
tornando-os capazes de se dispersarem um no não são termodinamicamente estáveis e
outro (OLLA et al., 1999; PAUL e MOULIK, necessitam de fornecimento de energia para
1997; ATTWOOD e FLORENCE, 1985; sua formação (JOHNS e
S C H U L M A N e R O B E RT S , 1 9 8 2 ; HOLLINGSWORTH, 2007; BOUCHEMAL
SCHULMAN et al., 1959; SCHULMAN e et al., 2004; NAKAJIMA, 1997).
FRIEND, 1949; SCHULMAN e RILEY, 1948; Sistemas microemulsionados (SME),
F R I B E R G, 1 9 7 7 ; F R I B E R G e em função da sua composição química,
BURACZEWSKA, 1977; SHINODA e apresentam uma grande diversidade estrutural
FRIBERG, 1975; SHINODA e KUNIEDA, e são constituídos de microgotículas dispersas
1973; MATSUMOTO e SHERMAN, 1969; e dinâmicas, que possuem diâmetro variando
PRINCE, 1977, 1969; SHINODA, 1963). entre 5 - 100 nm. Apresenta uma camada
Neste contexto, o aperfeiçoamento dos estudos mononuclear de moléculas anfifílicas que
com microemulsões conduziu a algumas envolve as microgotículas como uma
modificações e dentre os conceitos mais membrana. Semelhante às emulsões, as
recentes, encontra-se que “as microemulsões microemulsões podem ser do tipo óleo em
se formam a partir de uma aparente água (O/A), onde o sistema é rico em água e

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as microgotículas são ditas diretas (Figura 1a)


ou do tipo água em óleo (A/O), onde o sistema
é rico em óleo e as microgotículas são ditas
inversas (Figura 1b). Em cada caso, as
moléculas dos tensoativos se comportam de
forma que as cabeças polares estejam voltadas
para a fase aquosa, e suas caudas apolares para
a fase óleo. Atualmente, sabe-se que as
transformações das microestruturas são
guiadas por mudanças nas variáveis intensivas
do sistema (temperatura, fração volumétrica
da fase dispersa ou potencial químico),
Figura 1b - Estrutura de uma microgotícula inversa (A/O)
também conhecidas como variáveis de campo.
O processo de transição de microestruturas
está correlacionado com mudanças drásticas Processos de formação de sistemas micro-
nas propriedades de transporte, onde se emulsionados
incluem o transporte de carga de íons e de Quando um SME se forma os
espécies moleculares. Portanto, o tipo de componentes combinados (em uma
estrutura que se forma em um determinado determinada proporção) produzem um filme
SME depende da natureza dos componentes misto adsorvido que torna-se responsável pela
(tensoativo, cotensoativo, água e fase óleo) e redução (para valores minimizados) da tensão
das condições termodinâmicas (temperatura, superficial. Várias teorias foram propostas para
pressão e a presença de um campo de forças) explicar o processo de formação deste filme,
(SINTOV e SHAPIRO, 2004; CRUZ e dentre elas, encontra-se que durante a obtenção
UCKUN, 2001; PAUL e MOULIK, 2001, de um SME o papel do cotensoativo é reduzir
1997; MO et al., 2000; TEXTER, 2000; a tensão interfacial otimizando a estabilização
MOULIK e PAUL, 1998; SCHELLY, 1997; termodinâmica das microem ulsões.
ANTALEK et al., 1996; CONSTATINIDES, Originalmente, GRIFFIN (1954) objetivando
1995; FELDMAN et al., 1995; JADA et al., selecionar qual seria o tensoativo ideal de uma
1989; FRIBERG e BOTHOREL, 1988; determinada emulsão, desenvolveu um estudo
LANGEVIN, 1988; BHARGAVA et al., 1987; denominado de “balanço hidrofílico-
LINDMAN e STILBS, 1987; LEUNG e lipofílico” (BHL), onde as contribuições das
SHAH, 1986; CHATENAY et al., 1985; partes polar e apolar de tensoativos não-
BERTHOD, 1983; FRIBERG e VENABLE, iônicos foram quantificadas. De acordo com
1983; DANIELSSON e LINDMAN, 1981; os resultados obtidos a predominância do
BOWCOTT e SCHULMAN, 1955; LAGUES caráter hidrofílico ou lipofílico do tensoativo,
et al., 1978). determina suas características específicas, bem
como direciona o tipo de sua aplicabilidade.
Especificamente, para que se tenha ação
antiespumante, o valor teórico de BHL deve
estar entre 1,5-3,0; ação emulsionante para
emulsões do tipo A/O apresentam BHL na
faixa entre 3,0 – 6,0; ação espumante apresenta
BHL entre 7,0 – 9,0; emulsionante do tipo O/
A, BHL 8,0 – 18,0; detergentes, BHL 13,0 –
15,0; solubilizante, BHL 15,0 – 20,0.
Atualmente, para todos os tensoativos citados
Figura 1a - Estrutura de uma microgotícula direta (O/A)
na literatura os valores teóricos de BHL variam

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entre 1 – 50. Neste contexto, quanto mais proposta de que a energia livre do processo de
hidrofílico for um tensoativo maior será o valor formação das microemulsões seria composta
de BHL (geralmente acima de 10) e tensoativos
de dois termos: G1 e G2 (PAUL e
lipofílicos apresentam valores de BHL na faixa
entre 1 – 10 (BOUCHEMAL et al., 2004). MO ULI K, 199 7; RUC KEN STE IN
Conclusivamente, a possibilidade da e KRISHNAN, 1979a, 1979b).
formação de um sistema microemulsionado
depende do equilíbrio hidrófilo-lipófilo do G G1  G2 2
tensoativo, que é determinado não somente pela sendo G é a variação de energia livre de
sua estrutura química, como também, por
fatores tais como: temperatura, força iônica, formação da microemulsão; G1 é a variação
presença de cotensoativo, entropia de formação da energia livre que está correlacionada à
das microgotículas e variação dos potenciais adsorção dos tensoativos na interface, bem
químicos dos constituintes do sistema. Este como da dispersão das gotículas no meio con-
equilíbrio foi matematicamente avaliado com
tínuo, G 2 é a variação de energia livre que
o uso da Equação 1. Os dois primeiros termos
desta equação resultaram em um valor positivo depende dos seguintes fatores: tensão interfacial
para a energia livre de Gibbs, que é compensado e área das microgotículas ( G2 = ãÄA; sendo
pelo termo final ¦(j), que mede a entropia de ã a tensão interfacial e ÄA é a variação da área
dispersão das gotas (ou esferas rígidas) no meio
interfacial). Neste modelo, ã é extremamente
disperso. O cálculo desta função está baseado
na expressão de Carnahan-Starling para pressão pequeno (   0) e positivo, com G2 > 0 e
osmótica de um conjunto de esferas rígidas e | G2 | < | G1 |, sendo G1 < 0, fornece a va-
seu valor, embora não seja grande (» -0,1 a - riação de energia livre negativa.
1,0 mN/m), é suficiente para estabilizar o
sistema (FORMARIZ et al., 2005; OLIVEIRA
et al., 2004; CUNHA JR. et al., 2003; MITTAL, Propriedades físicas de microemulsões
1999; PAUL e MOULIK, 1997; Através de dados físico-químicos é
WENNERSTROEM et al., 1997; possível confirmar a formação de
OVERBEEK; 1978; HANSEN e
microemulsões, bem como efetuar
McDONALD, 1976).
modificações no seu comportamento para fins

G  A γ sc   ψ 0 σ      1 específicos. Dentre as propriedades mais
comuns utilizadas destacam-se:
sendo G é a variação da energia livre; sc é a) reologia (DJORDJEVIC et al., 2005;
a tensão superficial do sistema sem carga WOOD, 2001; SCHERLUND et al., 2000;
elétrica na interface; A é a área interfacial e  é
a fração volumétrica da gota de microemulsão MOULIK e PAUL, 1998; TOKUMOTO,
[ou esfera rígida, dada por  = (d3)/6, com  1996);
igual à densidade do sistema e d, o diâmetro da b) condutividade elétrica (KRAUEL et al.,
esfera] e 0 é a variação elétrica, que é 2005; DJORDJEVIC et al., 2005; LV et
uma função da curvatura da partícula. al., 2005; SINTOV e SHAPIRO, 2004;
De modo geral, a estabilidade de
LAWRENCE e REES, 2000; MO et al.,
microemulsões depende da tensão interfacial,
da entropia de formação das microgotículas e 2000; MOULIK e PAUL, 1998;
da variação dos potenciais químicos dos seus CHATENAY et al., 1985);
componentes. A Equação 2 representa a

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c) viscosidade (KRAUEL et al., 2005; tamanho das partículas que compõem o


SINTOV e SHAPIRO, 2004; MOULIK sistema disperso e do comprimento de onda
e PAUL, 1998; SANTOS, 1994; utilizado. A Tabela 1 destaca como exemplo,
BENNETT et al., 1985); o diâmetro das partículas de alguns agregados
d) difusão da luz (SILVA, 2001; micelares, bem como aparência do sistema
ABOOFAZELI et al., 2000; SANTOS, (SILVA, 2001; SANTOS, 1994; BASSETT et
1994; BASSETT et al., 1981); al., 1981). O fenômeno da dispersão da luz
e) birrefringência elétrica (HYDE, 2001; pelas microemulsões pode ser eficazmente
BRINON et al., 1999; CAZABAT et al., avaliado pela técnica denominada de
1980; PRINCE, 1977; WILTON e “espalhamento dinâmico de luz” (Dynamic
FRIBERG, 1971); Light Scattering), que fornece informações
f) sedimentação (PRINCE, 1977). diretas sobre o movimento translacional das
gotículas de microemulsão, que permite
Dentre as técnicas mais sofisticadas destacam- através de relações empíricas adequadas,
se: calcular o tamanho da gotícula micelar, bem
a) difração de raios-X (CHEN et al., 2007; como “espalhamento estático de luz”, que
PANG e BAO, 2002); fornece a massa molar como principal
b) difração de nêutrons (HYDE, 2001); resultado, (ABOOFAZELI et al., 2000).
c) microscopia eletrônica de transmissão –
TEM (CHEN et al., 2007; KANG et al.,
2004; PANG e BAO, 2002; CELEBI et
al., 2002);
d) cromatografia líquida de alta eficiência –
HPLC (LV et al., 2005; SINTOV e
SHAPIRO, 2004; TROTTA et al., 2003;
KREILGAARD et al., 2000);
e) ressonância magnética nuclear - RMN
(KRAUEL et al., 2005; LV et al., 2005;
KREILGAARD et al., 2000; MOULIK e
PAUL, 1998).
Nos itens a seguir encontram-se algumas
considerações sobre as técnicas mais usuais.

Difusão da luz
O meio disperso de um SME apresenta
a propriedade de espalhamento de ondas
eletromagnéticas (semelhante ao que ocorre
com a luz). A dispersão da luz é função do

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Tabela 1 – Propriedades de agregados micelares

Agregados Diâmetro das partículas (Å) Aparência


Moléculas de água 2,7 Transparentes
Micelas 35-75 Transparentes
Soluções micelares 50-150 Transparentes/translúcidas
Microemulsões 100-2000 Translúcidas
Emulsões 2000-100000 Opaca/branca
Unidade de resolução/visual 500000 Discretos agregados

Birrefringência
No processo de inversão de fases, uma
A birrefringência ou dupla refração é
microemulsão do tipo O/A (óleo em água)
um fenômeno caracterizado pela variação do
pode transformar-se em um sistema do tipo
índice de refração de um meio, em função da
A/O (água em óleo), ou vice-versa, sem
direção da propagação da luz, ou do seu estado
qualquer descontinuidade aparente nas suas
de polarização (PRINCE, 1977). C o m o
propriedades físicas (CAZABAT et al., 1980).
exemplo, destacam-se as micelas cilíndricas e
Durante o processo de inversão de fases os
lamelares que exibem birrefringência colorida
agregados tornam-se anisotrópicos,
(pleiocroísmo), são dispersões anisotrópicas
caracterizado pela aparição de um gel
que apresentam uma das suas dimensões
viscoelástico de aparência opalescente,
superiores a outras. Os agregados isotrópicos
voltando a ser opticamente isotrópico, após a
esféricos por sua vez, não apresentam
inversão (PRINCE, 1977). A Figura 2 mostra
birrefringência (não são capazes de desviar o
um exemplo representativo de um processo de
plano de luz incidente) (HYDE, 2001;
inversão de fases de uma microemulsão
BRINON et al., 1999; WILTON e FRIBERG,
originalmente O/Apara uma microemulsão A/O.
1971).

Figura 2 – Processo de inversão de fase de uma microemulsão do tipo O/A


para uma microemulsão do tipo A/O

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Condutividade elétrica que são elásticas e sua viscosidade depende


De maneira abrangente, propriedades do tempo de cisalhamento, bem como da
macroscópicas de microemulsões como velocidade de cisalhamento. Geralmente, a
condutividade elétrica está correlacionada viscosidade se eleva em função da
com os tipos de microestruturas presentes no concentração de tensoativos. Entretanto, há
fluido (MOULIK e PAUL, 1998). A sistemas que apresentam baixas viscosidades
condutividade elétrica é uma ferramenta com altas concentrações de tensoativos
sensível e frequentemente utilizada na (WOOD, 2001).
investigação de mudanças estruturais em A viscosidade de soluções diluídas de
macro e microemulsões (MO et al., 2000). tensoativos iônicos e não iônicos pode ser
Medidas de condutividade apresentam-se utilizada para se obter informações sobre a
como um importante meio na determinação forma, o tamanho e o grau de hidratação de
de domínios contínuos aquosos ou oleosos em micelas (MOULIK e PAUL, 1998). Em um
um sistema microemulsionado (LAWRENCE sistema disperso, a viscosidade aumenta com
e REES, 2000). o aumento da fração volumétrica da fase
dispersa. Como na inversão de fase ocorre uma
Sedimentação transição microestrutural, o mecanismo de
Uma das principais diferenças entre transferência de fase deve variar. Por exemplo,
uma emulsão e uma microemulsão é a elevada no domínio de estruturas bicontínuas (que são
estabilidade da microemulsão, com ao mesmo tempo O/A e A/O) o cisalhamento
consequente resistência à sedimentação. deve envolver a quebra e a reestruturação das
Normalmente, uma emulsão quebra sob a ação microestruturas esféricas, sendo necessário
de uma força física (gravidade ou força apenas a rotação ou a deformação das
centrífuga), o que não ocorre com uma microestruturas, que fornece uma menor
microemulsão. A velocidade de sedimentação viscosidade (BENNETT, 1985). Geralmente,
é geralmente avaliada submetendo-se a o cisalhamento de uma microemulsão
dispersão a uma centrifugação durante 5 específica (O/A ou A/O) envolve a quebra ou
minutos, se neste tempo não ocorrer processo a deformação de microestruturas locais,
de sedimentação, muito provavelmente, se originando variações de viscosidade que são
tem uma microemulsão (PRINCE, 1977). funções da distribuição óleo/água ou água/óleo
na dispersão (MOULIK e PAUL, 1998). Nas
Reologia e viscosidade microemulsões contendo agregados não-
Define-se reologia como sendo a esféricos, a viscosidade pode ser controlada e
ciência de deformação e fluidez de líquidos depende da proporção cotensoativo/
(WOOD, 2001; TOKUMOTO, 1996). tensoativo, na monocamada do filme misto
Especificamente, está relacionada com a (SANTOS, 1994).
descrição de propriedades mecânicas sob
várias condições de deformação. Soluções Diagramas de Fases de Microemulsões
diluídas de tensoativos (iônico ou não-iônico) Como dito anteriormente, as
que na maioria das vezes, comportam-se como microemulsões são sistemas interfaciais
líquidos newtonianos. As viscosidades dessas sofisticados produzidos espontaneamente pela
soluções podem ser utilizadas para obtenção auto-organização de moléculas tensoativas nas
de informações que caracterizam o tipo, interfaces óleo-água, formando microestru-
tamanho, forma e hidratação de micelas turas dispersas em um meio contínuo
(MOULIK e PAUL, 1998). constituído por três ou mais constituintes
Soluções de tensoativos em ( t en s oa t i vo, fa s e ól e o e fa s e á gu a )
concentrações elevadas apresentam um (ATTWOOD e FLORENCE, 1985).
comportamento reológico mais complexo, já

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Microemulsões formadas por tensoativos Microemulsões livres de tensoativos


iônicos e não-iônicos Pequenas regiões de microemulsões
Sistemas microemulsionados que se têm sido identificadas em sistemas contendo
formam com o uso de tensoativos iônicos apenas água, solvente orgânico (como por
(fortemente hidrofílicos, não sendo capazes de exemplo, hexano) e um álcool de cadeia curta
solubilizar a fase oleosa) podem ou não conter (como por exemplo, propan-2-ol ou álcool
um cotensoativo hidrofóbico (como exemplo, isopropílico). Nestes sistemas, a região
álcoois). No caso da inclusão do cotensoativo interfacial contém somente moléculas de
no SME, a natureza química deste componente álcool. No entanto, comprovou-se que a
será de caráter não-iônico, ocorrendo a estrutura do hidrocarboneto é de fundamental
associação do cotensoativo ao tensoativo importância para a formação do sistema
iônico, diminuindo desta forma, a repulsão microemulsionado (KHMELNITSKY et al .,
entre as cabeças polares dos tensoativos, sendo 1989; KEISER et al., 1979; BORYS et al.,
este um fator adicional para a formação e 1979; SMITH et al., 1977).
estabilidade da microemulsão (OLIVEIRA et
al., 2004; CUNHA JR. et al., 2003; MEHTA e Representação de Diagramas de Fases de
BALA, 2000; KREUTER, 1994). Na maior Microemulsões
parte dos sistemas utiliza-se um álcool como A representação de qualquer tipo de
cotensoativo, no entanto, aminas ou ácidos sistema microemulsionado é feita através de
carboxílicos podem ser utilizados com a mesma diagramas de fases que se classificam em
finalidade (CUNHA JR. et al., 2003; ternários, quaternários e pseudoternários, que
KREUTER, 1994). O cotensoativo ideal é variam de acordo com a natureza química e
aquele que apresenta pouca solubilidade nas com a quantidade de constituintes de cada
fases óleo e água e dissolve apenas pequenas SME.
quantidades do tensoativo (LEITE, 1995).
Como exemplos de tensoativos iônicos,
destacam-se os sistemas contendo micelas de Sistemas ternários
sabões (tensoativos graxos) que são alvo de
O diagrama ternário (constituído de
interesse de estudos voltados para
tensoativo, fases oleosa e aquosa) é
aplicabilidade industrial (DANTAS NETO et
representado por um diagrama triangular
al., 2003; DANTAS et al., 2003; 2002a; 2002b;
equilátero, onde a região de microemulsão
2 00 1; F RIBE RG e V E N ABL E 19 83 ;
pode variar em função do tipo de tensoativo e
PODZIMEK e FRIBERG, 1980; FRIBERG e
do óleo (PAUL e MOULIK, 2001;
BURACZEWSKA, 1977; SHINODA e
KREUTER, 1994; KAHLWEIT e STREY,
FRIBERG 1975).
1987). A Figura 3 mostra um exemplo
Nas microemulsões formadas por
representativo.
tensoativos não-iônicos se destaca como
característica principal, a necessidade de
menores quantidades de tensoativo para a
formação da microemulsão (MYERS, 1999).
O uso deste tipo de tensoativo é bastante
difundido na literatura (CHEN et al., 2007;
ZHANG et al., 2005; KLYACHKO e
LEVASHOV, 2003; CELEBI et al., 2002;
PANG e BAO, 2002; DANTAS et al., 2001;
MEHTA e BALA, 2000; SHINODA e
KUNIEDA, 1973).
Figura 3 – Representação de um diagrama ternário

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Sistemas quaternários
O diagrama quaternário
(caracteristicamente 3D; Figura 4) consiste em
uma extensão de diagramas de fases ternários
(2D), sendo formados a partir de quatro
constituintes: tensoativo, cotensoativo, fase
óleo e fase aquosa (PAUL e MOULIK, 2001;
TENJARLA, 1999). Este tipo de sistema pode
ser representado através de um tetraedro, onde
cada vértice do tetraedro representa um dos
componentes puros (BELLOCQ e ROUX,
1987).

Figura 5 – Representação de diagramas pseudoternários


contendo água/tensoativo em uma razão constante

Figura 4 – Representação de um diagrama quaternário

Sistemas pseudoternários
Denominou-se que um sistema pseu-
doternário é aquele que possui aspecto de
diagramas ternário apesar de ser formado por
quatro constituintes, onde agrupam-se dois
constituintes de modo que a relação água/
tensoativo ou a relação cotensoativo/
tensoativo sejam constantes (FRIBERG,
1977). Este sistema é caracteristicamente 2D,
já que há ocorrência de agrupamentos (água/
tensoativo ou cotensoativo/tensoativo). As
Figuras 5 e 6 mostram exemplos represen-
tativos. Geralmente, a relação água/tensoativo
é utilizada em estudos de difusão da luz e a
relação tensoativo/cotensoativo, no estudo do
comportamento de fases da microemulsão que
se forma.

Figura 6 – Representação de diagramas pseudoternários


contendo cotensoativo/tensoativo na razão C/T constante

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54 Microemulsões: uma abordagem básica ...

Classificação de Winsor em óleo com micelas do tipo água em óleo


Em função dos diferentes tipos de (A/O); Região C: microemulsão apresentando
fases existentes em sistemas estrutura bicontínua (O/A e A/O); Região D:
microemulsionados foi possível postular uma microemulsão rica em tensoativo,
classificação que estabelece quatro tipos de possivelmente apresentando estruturas
sistemas (descritos na Figura 7), que foi lamelares (SCHULMAN e ROBERTS, 1982).
denominada de WINSOR (WINSOR, 1950,
1948).
a) Winsor I (WI): quando a fase
microemulsionada está em equilíbrio com
uma fase óleo em excesso.
b) Winsor II (WII): quando a fase
microemulsionada está em equilíbrio com
uma fase aquosa em excesso.
c) Winsor III (WIII): é caracterizado por ser
um sistema trifásico, onde a
microemulsão está em equilíbrio com as
fases aquosa e oleosa ao mesmo tempo.
Figura 8 - Representação de diferentes estruturas de
d) Winsor IV (WIV): é um sistema
microemulsão
monofásico, em escala macroscópica,
constituído por uma única fase de Parâmetros que influenciam o
microemulsão. comportamento das microemulsões
Geralmente, para se formar uma
microemulsão três constituintes são
necessários: um solvente polar estruturado
(água), um solvente apolar (óleo) e um
tensoativo. Como as microemulsões somente
ocorrem sob certas condições, é necessário
entender a influência que alguns fatores
exercem sobre suas propriedades. A escolha
do tensoativo adequado a um sistema
microemulsionado pode ser feita pelo caráter
hidrofílico deste tensoativo. Quando se deseja
Figura 7 – Classificação de fases de Winsor
uma microemulsão do tipo A/O por exemplo,
deve-se utilizar um tensoativo mais
Tipos de Estruturas de Sistemas hidrofóbico; consequentemente, um tensoativo
Microemulsionados de caráter hidrofílico deve ser utilizado para
Dependendo das concentrações obtenção de microemulsões do tipo O/A (rico
relativas dos constituintes de uma determinada em água) (CAPEK, 2004).
microemulsão, pode-se identificar uma grande Com relação aos sistemas quaternário
diversidade de estruturas entre a fase contínua e pseudoternário, a estrutura molecular do
e a fase dispersa (TENJARLA, 1999; KHAN, cotensoativo influencia significativamente a
1996). A Figura 8 representa aleatoriamente forma e a extensão da região de microemulsão.
os diferentes tipos de estruturas encontradas No caso do cotensoativo ser um álcool, quanto
em um sistema microemulsionado; onde a maior for a sua cadeia hidrocarbônica, menor
Região A corresponde a uma microemulsão será a região de microemulsão, como pode ser
que é rica em água com micelas do tipo óleo observado na Figura 9 (BARROS NETO,
em água (O/A); Região B: microemulsão rica 1996; LEITE, 1995).

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Figura 9 – Influência do cotensoativo na formação de microemulsões (a) butanol (b) hexanol e (c) octanol

Um outro exemplo representativo uma transição do tipo: WI’! WIII’! WII. Para
pode ser dado por um sistema tensoativos iônicos o aumento da temperatura
microemulsionado constituído de água salina, ocasiona uma maior solubilidade do
um constituinte apolar (óleo), um tensoativo tensoativo, elevando a solubilidade da água
iônico e um cotensoativo alcoólico, onde o na microemulsão, conduzindo a uma transição
aumento da salinidade ocasiona a inversão das do tipo: WII’! WIII’! WI (Figura 10)
fases. Neste caso, em um diagrama (WENNERSTROEM et al ., 1997; BARROS
pseudoternário, se a quantidade de sal aumenta NETO, 1996).
da esquerda para a direita, a baixos teores de
salinidade, a camada microemulsão é uma
solução contínua em água que se encontra em
equilíbrio com a fase oleosa (Winsor II) o
aumento do teor salino promove a formação
de Winsor III, ou seja, a fase
microemulsionada é contínua em óleo e está
em equilíbrio com a fase aquosa (Figura 7).
Esta transição ocorre em função da adição do Figura 10 – Evolução dos sistemas Winsor em função
sal, que diminui a hidrofilia do tensoativo, ao da variação da temperatura
mesmo tempo em que aumenta sua afinidade
pelo óleo. A valores intermediários de meio A estrutura da fase óleo em função do ta-
salino, a microemulsão torna-se bicontínua, ou manho da cadeia hidrocarbônica pode influ-
seja, possui quantidades iguais de óleo e água, enciar nas propriedades da interface. As mo-
formando um sistema trifásico (Winsor III) léculas de óleo com pequeno volume
(WATARAI, 1997). No entanto, molecular (hidrocarboneto de cadeia curta) ou
microemulsões contendo tensoativos não- alta polaridade (aumento da aromaticidade,
iônicos são pouco sensíveis a variações de por exemplo), conduz a fortes efeitos de
salinidade (BARROS NETO, 1996; solvatação tensoativo-óleo sobre a interface.
KAHLWEIT e STREY, 1987). Por outro lado, Por outro lado, o aumento no comprimento da
a temperatura modifica as propriedades do cadeia do óleo conduz a uma redução das
filme de tensoativo, resultando em mudanças interações entre as microgotículas diminuin-
estruturais. Para tensoativos não-iônicos, a do a solubilização da microemulsão. A razão
baixas temperaturas, gotículas de óleo na cotensoativo/tensoativo é um fator fundamen-
microemulsão são formadas (Winsor I). Um tal para o aumento da solubilização do siste-
aumento de temperatura conduz a uma ma. O domínio da existência das
formação gradual de uma fase bicontínua microemulsões em diagramas pseudoternários
(Winsor III) que, a temperaturas mais elevadas, aumenta com a razão cotensoativo/tensoativo
transforma-se em uma microemulsão com (LEUNG e SHAH, 1986; SCHULMAN e
gotículas de água (Winsor II). Portanto, ocorre ROBERTS, 1982).

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56 Microemulsões: uma abordagem básica ...

Aplicabilidade de Microemulsões apresentada pelas microestruturas formadas


contendo a difenilcarbazida.
Com relação ao número crescente de Zhang et al . (2005), investigaram a
pesquisas aplicadas com o uso de tensoativos, influência de aditivos como salicilato de sódio
Rossi et al. (2006), divulgaram recentemente e cloreto de sódio em água na capacidade de
(em um artigo intitulado “Tensoativos: uma solubiliz ação de bis(2-et il-h exil)
abordagem básica e perspectivas para sulfosuccinato de sódio (AOT) em pentanol.
aplicabilidade industrial”) aspectos teóricos A capacidade de solubilização em água do
básicos para esta classe de compostos, bem AOT é aumentada através de salicilato de
como avanços (nas últimas duas décadas) na sódio e diminuída através de cloreto de sódio.
aplicabilidade tecnológica, com enfoque Os comportamentos de filtração dos sistemas
específico para o uso de tensoativos na foram estudados modificando a concentração
indústria de petróleo. Comparativamente, o de água e a temperatura. Comparando os
uso de sistemas microemulsionados também sistemas de microemulsão do tipo A/O
sofre sistematicamente avanços tecnológicos, (sistema pentanol e hexano) o pentanol tem
como pode ser evidenciado a seguir. uma capacidade de solubilização de AOT em
Rossi et al. (2007), investigaram a água muito menor. A adição de aditivos como
eficiência de inibição a corrosão em aço AISI o cloreto de sódio (NaCl) e salicilato de sódio
1020 do tensoativo óleo de coco saponificado (NaSal) tem efeitos opostos na capacidade de
(OCS), pelo método eletroquímico de curvas solubilização de AOT em água.
de polarização linear. Este tensoativo foi Segundo Holmberg (2003), as
avaliado também em um sistema microemulsões frequentemente superam a
microemulsionado (OCS-ME) do tipo O/A incompatibilidade de reagentes em síntese
com região de trabalho Winsor IV [OCS-ME: orgânica. As microemulsões podem ser
15% de OCS, 15% de butanol (30% de C/T), consideradas como uma alternativa aos
10% de fase óleo (querosene) e 60% de fase sistemas bifásicos como agente de
aquosa (água bidestilada)]. Este sistema transferência de fase. De acordo com este
mostrou-se eficaz na solubilização da trabalho o uso da microemulsão e a adição de
difenilcarbazida (DC), que foi disponibilizada um agente de transferência da fase podem ser
neste sistema, para a avaliação do seu potencial combinadas, conduzindo a uma elevada
anticorrosivo. O resultado obtido para o OCS reatividade. Demonstrou-se também, que a
em meio salino, mostrou inibição significativa aceleração de uma reação pode ser obtida pela
da corrosão de aço carbono. No entanto, o escolha apropriada do tensoativo na
valor observado para o sistema OCS-ME foi formulação. A relação de óleo em água de uma
superior (63% OCS livre e 77% OCS-ME). microemulsão pode ser usada como um
De acordo com o esperado, a eficiência de modelo de regioseletividade.
inibição a corrosão da substância DC Dantas et al. (2002b), estudaram
solubilizada no sistema microemulsionado através de técnicas de medida de polarização,
(DC-OCS-ME; em meio salino), ampliou o o efeito inibidor de tensoativo na corrosão do
poder anticorrosivo do sistema. A eficiência aço carbono (AISI 1010) em meio ácido
máxima observada atingiu 14% de acréscimo clorídrico a 0,1M (HCl). Brometo de
(92% de inibição para DC-OCS-ME). De dodecilamônio (DDAB) foi usado como uma
acordo com os autores deste trabalho, este solução micelar em 0,1M da solução de HCl e
fenômeno pode ser justificado pela adsorção como componente ativo de um sistema
do tensoativo OCS na interface líquido sólido microemulsionado do tipo O/A, contendo
formando uma camada protetora mais butanol, hexano e 0,1M de uma solução
homogênea sobre o metal, possibilitando aquosa de HCl. A adsorção de DDAB se
maior contato interfacial devido a área ajustou à equação da isoterma de Langmuir

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para ambas as interfaces estudadas, e a a sua liberação lenta e a prolongação do seu


inclinação de Tafel (bc) foi observado na escala efeito farmacológico, bem como atuar como
catódica, quando a concentração do inibidor sistemas protetores contra a hidrólise
foi aumentada. Os resultados obtidos das enzimática. Comprovou-se que microemulsões
medidas eletroquímicas foram discutidos, e em colesterol tendem a se concentrar em certos
observou-se que a microemulsão teve um tumores sólidos, garantindo, assim, a liberação
efeito melhor da inibição do que a solução de agentes antineoplásticos no seu sítio
micelar do tensoativo, cuja eficiência de farmacológico (AZEVEDO et al., 2005;
inibição à corrosão foi de 99,9%. DALMORA et al., 2001; LYONS et al., 2000).
Forte (1992) estudou o processo de Recentemente, estes sistemas passaram a ser
remoção do cromo, cobre, ferro, manganês, considerados como sendo nanosistemas
níquel e chumbo utilizando o sistema encapsuladores eficazes (ALIABADI et al.,
microemulsionado composto por: óleo de coco 2007; REDDY et al., 2006; FLORENCE et
saponificado (tensoativo), butanol al., 2005; PRICHANONT et al., 2000a,
(cotensoativo), querosene (fase óleo) e fase 2000b; CORTESI et al., 1997) que vêm sendo
aquosa constituída de água salina (2% NaCl) amplamente utilizados como sistemas de
contendo o metal em estudo. A temperatura liberação de fármacos pelo comprovado
foi mantida constante para todos os ensaios aumento da capacidade de solubilização de
(27±1°C) e a razão C/T foi igual a 4. A substâncias hidrofílicas e lipofílicas, bem
extração foi realizada na região de Winsor II como pela redução de efeitos adversos
no diagrama pseudoternário e forneceu (MACIEL et al., 2006; GOMES et al., 2006;
percentuais de extração superiores a 98% para FORMARIZ et al., 2005; OLIVEIRA et al.,
todos os metais. A reextração foi realizada 2004; SHABOURI, 2002; KAWAKAMI et al.,
utilizando HCl (8M) como agente de 2002; LAWRENCE e REES, 2000).
reextração (DANTAS et al., 2003). Recentemente, Reddy et al. (2006) otimizaram
Os sistemas microemulsionados o uso do agente anticâncer etoposida pelo seu
também vêm sendo amplamente utilizados encapsulamento em um sistema micelar
como sistemas de liberação de fármacos (microemulsão contendo o tensoativo
devido a inúmeras vantagens, podendo-se polisorbato 20).
destacar: o aumento da capacidade de Valenta e Schultz (2004) prepararam
solubilização de fármacos e a diminuição de três microemulsões diferentes (A, B, C) e uma
efeitos adversos. O aumento da semisólida D que foram investigadas pelas
biodisponibilidade de fármacos está propriedades viscoelástica e permeabilização
correlacionado com a solubilização de da fluorescência do sódio através da pele. As
substâncias pouco solúveis, bem como com a microemulsões foram obtidas (A-D) e as
diminuição da dose administrada, garantindo misturas com carragenina (A’-D’) foram
além de vantagens econômicas, a diminuição caracterizadas através da reologia (medidas
de efeitos adversos. Como exemplos, a oscilatórias). Consequentemente, as
veiculação da camptotecina (com comprovado formulações apresentadas como misturas com
efeito toxicológico) e do metotrexato que vêm carragenina puderam ser tomadas como
sendo encapsulados em sistemas sistemas alternativos portadores de droga para
microemulsionados e são administrados para uso tópico farmacêutico como também
o tratamento de câncer (FORMARIZ et al., cosméticas. A composição da microemulsão
2005; OLIVEIRA et al., 2004; ALVAREZ- A era a seguinte: 2,5 g de Brij 97, 7,2 g de
FIGUEROA e BLANCO-MÉNDEZ, 2001; água e 0,34 g de tributirina; da microemulsão
LAWRENCE e REES, 2000; CORTESI et al., B: 1,87 g de Brij 97, 5,17 g de água e 0,47 g
1997). As microemulsões podem atuar ainda, de migliol; da microemulsão C: 2,5 g de Brij
como reservatórios para o fármaco, garantindo 97, 6,62 g de água e 0,78 g do óleo de soja; e

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58 Microemulsões: uma abordagem básica ...

da microemulsão D: 0,75 g de eumulgin O5, limites e descrever estruturas diferentes em


0,75 g de eumulgin O10, 2,75 g de água e 0,8 diversas regiões do diagrama. Conclusi-
g de óleo de parafina. Todos os sistemas foram vamente, os autores afirmaram que a vantagem
estudados a uma temperatura entre de 70- do uso de sistema ME é o favorecimento da
80°C. absorção da droga, podendo ou em alguns
Chen et al. (2004) estudaram a casos mais eficientes que outros métodos,
triptolida, que possui atividade anti- utilizando a mesma quantidade da droga.
depressiva, anti-fertilidade e anti-câncer. A Hu et al. (2000) conseguiram incor-
finalidade deste estudo foi investigar o uso das porar AZT (3-azido-3-deoxitimidina) e seus
microemulsões para a administração pró-fármacos em AcLDL (lipoproteínas de
transdêrmica da triptolida. Os diagramas de baixa densidade acetiladas) com o uso de sis-
fase pseudoternários foram desenvolvidos e temas microemulsionados, tendo obtido bons
as várias formulações de microemulsão foram resultados. Esta forma de incorporação se
preparadas usando o ácido oléico como óleo, mostrou mais eficaz que o método do contato,
o Tween 80 como tensoativo e o propileno também avaliado no trabalho. A quantidade
glicol como cotensoativo. O tamanho da gota de molécula de AZT por partícula de AcLDL
das microemulsões foi caracterizado por DLS. encontrada foi maior quando o AZT foi
A habilidade transdermal do triptolida nas incorporado na microemulsão, mostrando-se
microemulsões foi avaliada in vitro usando mais eficaz em combater os macrófagos que
celas de difusão de Franz providas com peles estivessem infectados com o HIV. Estes
de rato e a triptolida foi analisada através de resultados indicam que a AcLDL é um bom
HPLC. A microemulsão com a triptolida carreador no aumento da liberação do fármaco
mostrou uma permeação in vitro por peles de AZT.
rato comparável a de uma solução aquosa de
propileno glicol a 20%, contendo 0,025% de REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
triptolida. Nenhuma irritação de pele foi
observada para a microemulsão ME6 ABOOFAZELI, R.; BARLOW, D.J.;
estudada. No entanto, a solução aquosa do LAWRENCE, M.J. Particle size analysis of
propileno glicol a 20%, que contém 0,025% concentrated phospholipids microemulsions:
de triptolida, revelou uma irritação I. Total intensity light scattering. American
significativa na pele. Os resultados indicaram Association of Pharmaceutical Scientists,
que os sistemas estudados em microemulsão, v.2, n.2, p.1-13, 2000.
especialmente o sistema ME6, podem ser
veículos promissores para a administração ADAMSON, A.W. A model for micellar
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descrição conceitual do sistema, os parâmetros ALIABADI, H.M.; ELHASI, S.; MAHMUD,
teóricos relacionados à formação de fases A.; GULAMHUSEIN, R. Encapsulation of
internas e alguns aspectos da estabilidade de hydrophobic drugs in polymeric micelles
ME foram descritos. O diagrama de fase through co-solvent evaporation: the effect of
pseudoternário foi usado para caracterizar solvent composition on micellar properties and

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