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Psicologia Animal: como a psicologia explica

o adestramento?
Publicado por Psicologo Online Felipe de Souza - Tudo sobre Psicologia | Comportamento
Olá amigos!
Pode parecer estranho falarmos em psicologia animal se levarmos em conta a definição da
psicologia como o estudo da alma (psique significa alma em grego). Porém, como já
mencionei em outros textos, sempre quando vamos pensar a psicologia temos que pensar
em psicologias, no plural, pois no fundo são diversas abordagens que divergem em vários
aspectos.
A ideia de psicologia animal faz mais sentido se pensarmos a psicologia como o estudo do
comportamento e o estudo do comportamento não só dos seres humanos, mas também de
outros organismos. A psicologia como estudo do comportamento é a definição da
comportamental (ou behaviorismo) para a psicologia.
Tomando por base o exemplo de outras ciências, a psicologia comportamental começou a
utilizar animais para a pesquisa experimental em laboratórios, na medida em que muitas
pesquisas são inviáveis para humanos. Por exemplo, quando os cientistas vão testar um
novo medicamento, fazem pesquisas em outros organismos, só depois os resultados – se
forem positivos – serão transpostos para os seres humanos.
E isto explica o fato de estudarmos o comportamento de ratinhos na faculdade de psicologia.
No final deste texto, você poderá ver como funciona, na prática, o treinamento de um ratinho
para realizar um comportamento totalmente inusitado: jogar basquete.
Então, tendo em vista esta questão da necessidade de se fazer pesquisas em laboratórios
e a impossibilidade de fazê-la com seres humanos, os comportamentalistas ou behavioristas
passaram a estudar a fundo o comportamento animal.
Isto deu não só um grande conhecimento que depois foi extrapolado para a nossa vida,
como também ensinou muito sobre como os diferentes organismos se comportam e reagem
ao seu meio ambiente.

Um exemplo prático de adestramento


Aqui em casa nós temos a alegria de conviver com duas cachorrinhas basset daschound, a
mãe de 12 anos e a filha de 4. Como todos os que já conviveram com os bassets, eles são
criaturas muito amorosas e extremamente agitadas nos primeiros meses.
O que muitas pessoas não sabem é que é possível educar sem punir, sem bater, sem gritar.
Com os conhecimentos da psicologia comportamental fazemos de um modo totalmente
diferente e em pouco tempo, elas já passaram a entender, por exemplo, que não podiam
comer os fios dos computadores, nem morder os livros ou roupas.
E como isto é feito?
Por incrível que pareça, é extremamente simples.
Quem já viu o programa do Dr. Pet na TV vai reconhecer na hora o esquema no qual há o
reforçamento do comportamento desejado e o não reforçamento do comportamento
indesejado.
Em termos técnicos da psicologia comportamental, falamos em condicionamento operante.
Em síntese, o condicionamento operante é aquele na qual o organismo muda o seu
comportamento a partir dos antecedentes e das consequências. Ou seja, alterando o que
vem antes do organismo agir e/ou depois de ter agido, nós conseguimos fazer com que o
animal faça mais o comportamento X e faça menos (até a extinção) do comportamento
indesejado Y.
Por exemplo, imagine um cachorro que fica perto da mesa quando todos estão almoçando.
Como ele sente muito bem o cheiro de cada elemento da comida, ele começa a latir, pedindo
que lhe deem um pouco. Embora a família não queira dar comida, fica com dó quando o
cachorro late e dá um dia sim, outro dia não, dois dias dá, um dia não. Enfim, com o tempo
o cachorro vai associar o ato de latir com receber a comida, mas com um esquema de
reforçamento no qual ele nunca vai saber quando vai ganhar e quando não vai ganhar, pois
um dia ganha e outro dia não ganha.
Isto fará com que ele lata todas as vezes e como o latir é normalmente incômodo, a família
não aguenta e continua dando.
Como resultado, temos que o cachorro vai latir todas as vezes em que a família estiver
almoçando. Considerando o latido um som aversivo, podemos fazer com que o cachorro
pare de latir utilizando, portanto, a psicologia comportamental.
Em primeiro lugar, é preciso definir com clareza qual é o comportamento desejado ou qual
é o comportamento indesejado. No nosso exemplo, o comportamento indesejado é latir.
Analisando a sequência do que acontece antes (antecedentes) e do que acontece depois
(consequentes) podemos descrever a situação do seguinte modo:
- Almoço – latir – ganha comida
O condicionamento operante estabelecido (mas que pode ser mudado) é de que ao latir ele
ganhará comida. O latir, com isso, será reforçado e apresentará uma grande probabilidade
de aumentar de frequência.
Para diminuir o latido, temos que parar de dar comida, ou seja, temos que parar de reforçar
o comportamento. O importante é que se pare completamente de dar comida, ainda que no
começo o cachorro lata mais ou mais alto. Com o tempo – algumas semanas – o cachorro
entenderá que o ambiente mudou, não adianta ele latir, ele não vai ganhar comida. Com
este novo condicionamento, a tendência de ele latir, no almoço, será menor.
Se nunca mais se der comida no almoço de família, com o tempo ele parará de latir naquele
momento, de uma forma completa.
Com este exemplo, podemos ver como fazer com que o organismo pare de emitir um
comportamento indesejado.
Para fazer com que o organismo passe a emitir mais um comportamento desejado, como
fazer xixi em um único local ou fazer carinho de um determinado jeito, temos que reforçar
quando ele emitir o comportamento. Para que o condicionamento seja ainda mais efetivo, o
ideal é reforçar algumas vezes sim e algumas vezes não logo após o animal fazer o
comportamento desejado.

Um exemplo em vídeo do condicionamento operante


Como mencionei no início, vamos assistir ao condicionamento operante na prática, na
criação de um comportamento totalmente novo em dois ratinhos: fazer com que eles joguem
basquete!
O título do vídeo é: “Encadeamento de resposta: a construção de comportamentos
incríveis”.
Vídeo-didático utilizado na apresentação com o mesmo título realizado no I Congresso
Brasileiro de Terapia por Contingências de Reforçamento. Campinas, 2012. Autores:
Helder Lima Gusso, Rodrigo Puppi, Fabíola Fleishfresser, Guilherme Ramos e Karina
Pinheiro.

Conclusão
Quando eu tinha acabado de me formar, um amigo meu viu uma reportagem na TV a
respeito da psicologia animal e ficou brincando comigo se seu seria uma psicólogo animal.
Apesar de ser uma brincadeira, é interessante notar que uma grande abordagem da
psicologia entende a definição da psicologia como o estudo científico do comportamento,
inclusive o comportamento de outros organismos, não só dos seres humanos.
Com isso, a psicologia comportamental criou um grande volume de conhecimentos sobre o
comportamento de outras criaturas, inclusive de nossos amados cachorrinhos. O que, em
princípio, pode parecer até uma maldade (utilizar os animais para estudos científicos) se
justifica se pensarmos que os resultados das pesquisas trouxeram conhecimentos muito
benéficos.
Por exemplo, para treinar um animal para fazer um comportamento X, é muito mais eficaz
utilizar o esquema do reforçamento (ou seja, dar em troca algo que o animal vai gostar) do
que punir, bater, agredir quando o animal emite um comportamento indesejado.
Com isso, no adestramento, as pessoas que estudam sabem como é muito melhor criar o
animal com carinho do que simplesmente ameaçar a toda hora.

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