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Produção de Material

Didático

Metodologia de Pesquisa Aplicada


Universidade Federal de Lavras – UFLA
Departamento de Ciência da Computação – DCC
Centro de Educação a Distância – CEAD

M ETODOLOGIA DE P ESQUISA
A PLICADA :
G UIA DE E STUDOS

Heitor Augustus Xavier Costa

Lavras/MG – 2015
Ficha Catalográfica preparada pela Divisão de Processos Técnicos
da Biblioteca Central da UFLA

Costa, Heitor Augustus Xavier


Metodologia de Pesquisa Aplicada: Guia de Estudos. - - Lavras:
UFLA, 2015.
52 p. : il.
Uma publicação do Centro de Apoio à Educação a Distância da Univer-
sidade Federal de Lavras 1. Metodologia de Pesquisa. 2.Pesquisa
Científica. 3. Metodologia Científica. I. Costa, H. A. X. II. Universidade
Federal de Lavras. III. Centro de Educação a Distância. IV. Metodologia
da Pesquisa Científica.
CDD-001.42
-001.43
PMD-LE – Curso de Pós-graduação Lato Sensu em
Produção de Material Didático Utilizando
o Linux Educacional
Governo Federal
PRESIDENTA
Dilma Vana Rousseff
MINISTRO DA EDUCAÇÃO
Renato Janine Ribeiro
Coord. de Aperf. de Pessoal de Nível Superior (CAPES)
Universidade Aberta do Brasil (UAB)
Universidade Federal de Lavras – UFLA
REITOR
José Roberto Soares Scolforo
VICE-REITORA
Édila Vilela de Resende Von Pinho
PRÓ-REITOR DE PÓS-GRADUAÇÃO
Alcides Moino Júnior
PRÓ-REITOR ADJUNTO LATO SENSU
Daniel Carvalho de Rezende
COORDENADOR DA UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL NA UFLA
Cleber Carvalho de Castro
COORDENADOR GERAL DO CENTRO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Ronei Ximenes Martins
Departamento de Ciência da Computação – DCC
CHEFE DO DEPARTAMENTO
Joaquim Quinteiro Uchôa
COORDENADORA DO CURSO
Ana Paula Piovesan Melchiori
COORDENADOR DE TUTORIA
André Vital Saúde
REVISÃO TEXTUAL
Rosemary Chalfoun Bertolucci

REVISÃO TÉCNICA
Andre Luiz Zambalde

Este documento foi produzido em LATEX, a partir de classe desenvolvida pela equipe do curso,
utilizando-se fontes Bookman no texto e Avant Garde nos títulos. Os títulos dos capítulos foram
produzidos com a fonte CBGreek. As caixas foram produzidas com o auxílio do pacote tcolorbox,
sendo que as imagens utilizadas nessas caixas (Atividade, Saiba Mais, Para Discussão, etc.) foram
adaptadas de imagens disponibilizadas gratuitamente na Openclipart. Para referências conforme
normas da ABNT, foi utilizado o pacote ABNTEX2. O arquivo pdf gerado foi produzido para possibi-
litar impressão frente-e-verso, portanto, é natural existirem páginas pares em branco.
Sumário

1 Produção Acadêmica 3
1.1 Orientação Acadêmica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1.1.1 O Papel do Orientador . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1.1.2 O Papel do Orientado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
1.1.3 Orientação On-Line . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
1.2 Métodos Científicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
1.3 Tipos de Produção Acadêmica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
1.3.1 Resumo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
1.3.2 Resenha Crítica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
1.3.3 Artigo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
1.3.4 Projeto de Pesquisa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
1.3.5 Relatório Técnico-Científico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
1.3.6 Monografia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
1.3.7 Dissertação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
1.3.8 Tese . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
1.4 Estrutura de um Documento Acadêmico . . . . . . . . . . . . . . . . . 22

2 Pesquisa Acadêmica 27
2.1 Conceitos de Pesquisa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
2.2 Tipos da Pesquisa Acadêmica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
2.3 Fases da Pesquisa Acadêmica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
2.3.1 Escolha do Tema . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
2.3.2 Levantamento ou Revisão de Literatura . . . . . . . . . . . . . . 34
2.3.3 Justificativa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
2.3.4 Problema . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
2.3.5 Objetivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
2.3.6 Metodologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
2.3.7 Coleta de Dados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
2.3.8 Tabulação e Apresentação dos Dados . . . . . . . . . . . . . . . 37
2.3.9 Análise e Discussão dos Resultados . . . . . . . . . . . . . . . . 37
2.3.10Conclusão da Análise e dos Resultados Obtidos . . . . . . . . . 38
4 SUMÁRIO
2.3.11Redação e Apresentação do Trabalho Científico . . . . . . . . . 38
2.4 Técnicas para Coleta de Dados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
2.4.1 Observação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
2.4.2 Entrevista . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
2.4.3 Questionário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
2.4.4 Formulário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
2.4.5 Fichamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
2.5 Dicas de Escrita . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
Lista de Figuras

1.1 Exemplo de Estrutura de um Documento Acadêmico adaptado de


(NTAA, 2015) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
6 LISTA DE FIGURAS
Lista de Ícones Indicadores

Os ícones, a seguir, foram utilizados para melhor direcioná-lo no estudo deste


guia.

Atividade
Aponta uma atividade que você deve realizar. Quando esse ícone
aparecer, fique atento: ele indica que é a sua vez de fazer, de cumprir
alguma atividade, inclusive no ambiente virtual do curso.

Para Discussão
Apresenta uma ideia formulada para ser posteriormente discutida
com os demais participantes do curso.

Exemplo
Disponibiliza um ou mais exemplos para melhor esclarecer o con-
teúdo.

Importante!
Aponta uma observação importante, orientando o leitor a prestar
mais atenção à informação destacada.

Pesquise
Indica a necessidade de fazer pesquisas, buscando informações adi-
cionais sobre o tema abordado

Para Refletir
Orienta sobre a necessidade de fazer uma pausa e pensar sobre o
assunto abordado para responder a algum questionamento.
8 LISTA DE FIGURAS

Saiba Mais
Indicação de material ou leituras adicionais para aprofundamento
teórico ou prático

Síntese
Apresenta um resumo dos principais assuntos abordados no tópico
ou unidade.
Sobre os Autores

Heitor Augustus Xavier Costa


Possui graduação em Informática pela Universidade
Federal Fluminense (1994), mestrado em Informá-
tica pela Pontifícia Universidade Católica do Rio
de Janeiro (1997) e doutorado em Engenharia Elé-
trica pela Escola Politécnica da Universidade de São
Paulo (2005). Atualmente, é professor adjunto da
Universidade Federal de Lavras. Tem experiência
na área de Ciência da Computação, com ênfase em
Engenharia de Software, atuando, principalmente,
nos seguintes temas: Engenharia e Qualidade de
Software, Desenvolvimento de Aplicativos Móveis e
Informática na Educação.
10 LISTA DE FIGURAS
Introdução

Neste guia didático, o objetivo é conduzir o leitor na pesquisa acadêmica, cujo con-
teúdo consiste na abrangência de métodos científicos, tipo e etapas de uma pes-
quisa acadêmica. No desenvolvimento de uma pesquisa científica, primeiramente,
delimita-se o escopo, o qual deve estar bem definido para que o desenvolvimento
da pesquisa seja bem conduzido, não abrangendo nada a mais nem a menos. Ao
final, deve-se concluir a pesquisa apresentando o resultado obtido a partir do de-
senvolvimento. Esse resultado deve atender ao (estar "dentro"do) escopo. Assim,
pode-se perceber que o escopo foi atendido.
A elaboração deste guia baseou-se na literatura, bem como em experiências
adquiridas na orientação de trabalhos de conclusão de curso de graduação, de
iniciação científica e de especialização e de dissertações de mestrado.
2 Metodologia de Pesquisa Aplicada
U NIDADE 1
Produção Acadêmica

Objetivos da Unidade:
Nesta unidade, o objetivo foi apresentar os papéis
envolvidos em uma produção acadêmica, o que é
um método científico e os tipos de métodos cien-
tíficos mais comumente encontrados e utilizados
pelos pesquisadores.

Conteúdos Abordados:

• Papel do orientador

• Papel do orientado

• Conceito de métodos científicos

• Tipos de métodos científicos


4 Metodologia de Pesquisa Aplicada

Produção Acadêmica é o trabalho científico produzido no âmbito intelectual


acadêmico, por exemplo, artigos, trabalhos de conclusão de curso, projetos de
iniciação científica e produções técnicas e/ou artísticas. Discutir a produção aca-
dêmica é importante, pois são mecanismos de difusão e de democratização das
ações da academia para a sociedade, mostrando os resultados, a pertinência e a
relevância de suas ações. Além disso, é uma oportunidade para aumentar o co-
nhecimento em diversas áreas da comunicação, fortalecer o currículo acadêmico e
fomentar a pesquisa.

1.1 Orientação Acadêmica

1.1.1 O Papel do Orientador


A atividade de orientação é uma das competências essenciais de uma Instituição
Federal de Ensino Superior, que tem compromisso social com ensino, pesquisa e
extensão. Assim, no Departamento de Ciência da Computação (DCC) da Univer-
sidade Federal de Lavras (UFLA), em Minas Gerais, essa atividade ocorre de modo
intenso e contínuo. Os professores do DCC orientam projetos de pesquisa de alu-
nos, relativos a monografias de conclusão de cursos de graduação e especialização,
de iniciação científica e de dissertações de mestrado.
Ao orientador, compete sugerir, propor, orientar e avaliar o trabalho visando
a atender aos critérios da pesquisa científica e zelar pela correção da língua por-
tuguesa, desde a elaboração do projeto à apresentação e defesa do trabalho de
conclusão de curso na área específica ou afim. Entretanto, para o processo de
orientação ser bem sucedido e o orientando ser estimulado, esclarecido e con-
duzido ao alcance dos objetivos da pesquisa, é recomendável ao orientador ter
competências nas dimensões técnica, psicossocial e conceitual. Essas competên-
cias envolvem conhecimentos, habilidades e atitudes na condução do orientando
ao processo de descobrimento da realidade, à busca ou produção de conhecimento
e à capacitação para o desenvolvimento de pesquisas.
A competência técnica implica que o orientador utilize conhecimentos epis-
temológicos e metodológicos no processo de facilitar o aprendizado do orientando
no desenvolvimento da investigação de um objeto ou de um fenômeno, sob a pers-
pectiva que o orientando deseja abordar. Nesse caso, é indispensável ao orien-
tador ter habilidade para auxiliar o orientando ao longo das etapas de pesquisa,
por exemplo, na definição do tema, na contextualização e delimitação do problema
e na definição de objetivos. Essa habilidade é potencializada quando o orienta-
dor possui experiência no desenvolvimento de pesquisas e conhecimento sobre o
1.1. Orientação Acadêmica 5

tema a ser abordado. Consequentemente, o enunciado claro e preciso dos objeti-


vos norteia o orientando, com segurança, nas etapas metodológicas necessárias,
escolhendo o local do estudo, os sujeitos, o tipo de pesquisa, os métodos e técni-
cas mais apropriados para a coleta de dados e os instrumentos a serem utilizados;
enfim, nortear a elaboração do projeto de pesquisa em todas as suas etapas.
A atitude esperada do orientador em relação à competência técnica refere-se
a (i) conhecimento dos anseios, das expectativas e das dúvidas do orientando, (ii)
valorização da escolha do tema, (iii) o recorte da pesquisa e sua contribuição para
a ciência e tecnologia, (iv) estímulo e facilitação na sua busca de informações e
conhecimentos, mediante a indicação de autores, de pesquisas e de fontes para
consulta e coleta de dados.
O orientador deve possuir competência conceitual para ter/adquirir co-
nhecimentos sobre o tema e a metodologia da pesquisa do orientando e desenvolver
a habilidade de interpretar idéias aparentemente dissociadas e vagas. Além disso,
ele deve auxiliar o orientando a construir definições, conceitos, constructos e a ela-
borar textos que sigam raciocínio lógico, ordenado e coerente, bem como construir
e interpretar categorias de análise. A competência conceitual relaciona-se com os
valores éticos que devem nortear desde a pesquisa que envolve seres humanos e
instituições às questões relativas ao respeito da propriedade intelectual das idéias
expressadas no relatório de pesquisa.
A competência técnica e a competência conceitual estão intrinsecamente re-
lacionadas entre si e são expressas pelo orientador por meio da competência psi-
cossocial no processo de ensino-aprendizagem que ocorre na orientação. Essa
competência requer do orientador conhecimento sobre a natureza humana, sua
subjetividade, individualidade, historicidade e a velocidade que cada indivíduo
tem para elaborar idéias e conhecimento. As consequências desse conhecimento
traduzem-se na habilidade no relacionamento interpessoal, facilitando uma rela-
ção de ajuda para confiança mútua, motivação e fortalecimento do orientando no
processo de formação de um pesquisador.
Cabe salientar que se aprende a ser orientador a partir da experiência de
ter realizado pesquisas. Portanto, é relevante o orientador rememorar suas dú-
vidas e dificuldades para antecipar no esclarecimento do orientando e atentar às
dificuldades vivenciadas por ambos no processo de orientação, bem como as solu-
ções encontradas sejam sistematizadas de forma a facilitar orientações e pesquisas
futuras. Nesse processo dialético, evolui-se a pesquisa em qualquer área do conhe-
cimento fundamentada na pesquisa como estratégia para o progresso da ciência,
da tecnologia e, consequentemente, da prática profissional.
O orientador possui algumas responsabilidades tais como (RTCC, 2015):
6 Metodologia de Pesquisa Aplicada

• avaliar a relevância, a originalidade e as condições de execução do tema pro-


posto pelo aluno;

• acompanhar a elaboração da proposta do projeto e das etapas de seu desen-


volvimento;

• orientar o aluno, quando necessário, na reelaboração de projeto de pesquisa


e sugerir, se for o caso, indicações bibliográficas e fontes de dados disponíveis
em instituições públicas ou particulares ou da produção de dados oriundos
de trabalho de campo;

• atender, individualmente, cada aluno para orientar e avaliar o trabalho de


pesquisa a fim de preservar a articulação teórica-prática para produzir um
novo conhecimento;

• atender, periodicamente, a seus orientados, em horário previamente fixado;

• participar das defesas de seus orientandos, presidindo as bancas;

• assinar, juntamente com os demais membros das bancas examinadoras, fi-


chas de avaliação e as atas finais das sessões de defesa;

• ser responsável pela adequação às Normas do Comitê de Ética e Pesquisa em


Seres Humanos (CEP) ou às Normas do Comitê de Experimentação Animal,
quando o tipo de pesquisa assim o exigir;

• definir linha de pesquisa ou linha de estudo;

• seguir o regulamento de trabalho de conclusão de curso da Instituição;

• ter conversa franca com seus orientandos:


combinar limites, prazos, deveres e obrigações, estabelecer regras, dei-
xando claro que o trabalho é do aluno;
explicar que se não tiver lido previamente o trabalho, não autorizará a
defesa;

• definir horário e local de encontro/orientação (casa, biblioteca, ambiente de


trabalho);

• estimular o aluno a desenvolver o trabalho ("puxões de orelhas"de vez em


quando, estar atento aos prazos estabelecidos previamente pelo curso);
1.1. Orientação Acadêmica 7

Para Refletir
Você tem cumprido seu papel como orientador? Pensar que orienta-
dor não é apenas para conduzir um projeto de pesquisa, mas para a
formação cidadã dos alunos.

1.1.2 O Papel do Orientado


Duas dicas de como deve ser um estudante de pós-graduação: i) o orientado deve
promover modificação de comportamento; e ii) o trabalho e o esforço são do orien-
tado. O orientador só delineia o caminho, alerta quando alguma coisa está "fora
dos trilhos", orienta tecnicamente e até pode ajudar, mas o trabalho deve do orien-
tado! O orientador pode indicar literatura ou artigos, mas o orientado deve mostrar
capacidade de garimpar informações para o seu trabalho, de juntá-las de modo co-
erente e de concluir com competência. O orientador ajudará, mas é o orientado
que tem que trilhá-lo.
O orientado deve fazer o trabalho; pedir ou pagar para outrem fazê-lo é crime
intelectual, sujeito às sanções apropriadas. Além disso, ele deve fazer e seguir cro-
nogramas. Sempre haverá erros em estimativas de tempo e o cronograma pode e
deve ser renegociado com o orientador. O cronograma não deve ser utilizado como
mecanismo de pressão ou de opressão, mas de planejamento e de organização.
Lembre-se de que o trabalho deve ser calibrado para ser executado, no máximo,
no tempo previsto no cronograma do curso de pós-graduação.
O orientador não sabe tudo, nem o orientado. Deve existir conversa aberta
e franca sobre as dificuldades. Deve-se manter o orientador informado sobre a
evolução do processo ou sobre quaisquer problemas que possam interferir. É co-
mum a interferência de problemas particulares no processo. Assim, é importante
o orientado avisar ao orientador (pode ser por e-mail ou qualquer forma combinada
previamente) para ele não pensar que houve desistência ou há "corpo mole".
O orientado deve estar preparado para qualquer conversa ou discussão! O
orientado deve fazer o seu "trabalho de casa"antes das discussões, ou seja, revendo
as partes básicas do trabalho, conhecendo as peculiaridades do assunto e apro-
fundando nos detalhes significativos. É muito ruim quando o orientador percebe
que o orientado deixou de se apropriar de algo básico ou que deveria estar sabendo
de alguma coisa que não sabe. Nas primeiras conversas, isso é comum. Portanto,
o orientado deve ler artigos, livros e outras referências, trazer algumas alternativas
de solução e ter sempre uma postura crítica sobre os trabalhos. O orientado não
8 Metodologia de Pesquisa Aplicada

deve "ler"somente um ponto de vista sobre um assunto. Só porque está escrito em


um livro ou publicado em uma revista não significa que está correto ou completo.
O orientado não deve desistir! A resiliência e a persistência são qualidades
apreciadas em pesquisadores. Se o orientado não mostrá-las, é porque ainda não
está pronto para tornar-se um pós-graduado. O orientado não pode esperar que
seu orientador faça o trabalho; esse é dever do orientado! Quando alguém fez a
pós-graduação, esse "alguém"foi quem fez o trabalho todo. O orientado deve revisar
sua ortografia e sua gramática. É muito desagradável ter leitura atrapalhada por
erros de português (principalmente gramaticais e ortográficos). Erros na escrita
depreciam o autor. Pior, dão a impressão que também a obra é sem valor!
A literatura científica deve ser clara, unívoca e objetiva. Qualquer elemento
que retire a atenção do foco do trabalho (por exemplo, erros de português, orações
obscuras, falta de contexto e falta de relevância) deve ser evitado:

Clara. Curta, breve, sem circunlóquios desnecessários. Um bom leitor percebe


quando o autor está sendo evasivo e sabe que o autor está escondendo sua
ignorância ou insegurança no subterfúgio verbal. Escrever fácil é indicativo
de inteligência. A escrita rebuscada, longa, obscura, circunloquial e difícil,
geralmente encontrada em textos (pseudo)pedagógicos ou filosóficos, é uma
ferramenta que o autor utiliza para não ser criticado e para esconder sua
insegurança e ignorância.

Objetiva. Toda oração tem o objetivo de declarar ou explicar algo e, por sua vez,
deve estar aninhada em um parágrafo e alinhada com o seu objetivo, que deve
estar aninhado em uma seção e alinhado com o objetivo dessa seção e assim
por diante. Um texto científico não é uma coleção de informações e recortes,
mas deve ser fluente, elegante e atraente (pelo menos para quem gosta de
ciência).

Unívoca. Não ambígua! Uma oração deve "dizer"somente o que se pretende dizer.
Subleituras e outras camadas de entendimento são desejáveis na literatura e
em outras artes, não em textos científicos. Se houver uma palavra que possa
ser interpretada de mais de uma maneira, ela deve ser evitada. Um bom texto
científico deve ter palavras bem conceituadas e contextualizadas, de outro
modo não tem valor.

O tempo do orientado e do orientador são importantes e o respeito em re-


lação a esse tempo deve existir de ambas as partes. Ambos não devem faltar a
um compromisso agendado e, se precisar faltar, deve-se avisar com antecedência
1.1. Orientação Acadêmica 9

apropriada, preferencialmente por telefone (não usar e-mail, é comum o acadêmico


não ter tempo para ver seus e-mails diariamente).
Se no curso não há apresentação de seminários, uma sugestão é o orientado
propor seminários abertos periódicos ao seu orientador, para os alunos apresen-
tarem seus trabalhos. É produtivo ouvir sugestões e críticas construtivas sobre o
trabalho, além de ser motivante e, geralmente, diminuir o tempo de seu trabalho,
pelo fato de existirem ideias novas e externas. O orientado deve participar de se-
minários de colegas e de desconhecidos, mesmo que não sejam trabalhos de sua
área, pois o conhecimento, mesmo que superficialmente, de várias áreas pode ser
instrutivo e produtivo!
O orientado não deve cometer plágio. Não é obrigação do orientador verificar
isso. Ele sempre pensa o melhor de seus orientados. Ele confia no orientado. Essa
confiança não deve ser quebrada. A obrigação de evitar plágios é de quem escreve
o texto, isto é, do orientado. O orientador sempre sugerirá modificações, mas não
é dele o dever de verificar sua honestidade. Plágio é crime intelectual. O plágio
é justificativa para o encerramento de uma carreira acadêmica. O orientado não
deve citar trabalhos que não leu nem utilizar um texto ou uma ideia de outrem
sem referenciá-lo adequadamente.
Os cursos têm regulamentos de funcionamento, sendo obrigação do orien-
tado conhecê-los. É obrigação dos cursos informar onde esses regulamentos po-
dem ser encontrados. O orientado possui alguns deveres, tais como (RTCC, 2015):

• frequentar reuniões convocadas e agendadas pelo orientador para aprimora-


mento de sua pesquisa;

• cumprir o calendário acordado para a entrega do projeto, dos relatórios par-


ciais e do trabalho de conclusão de curso, de acordo com as instruções de
seu orientador;

• entregar trabalho de conclusão de curso para avaliação de uma banca;

• comparecer em dia, hora e local determinados para apresentar e defender a


versão final do trabalho de conclusão de curso.

1.1.3 Orientação On-Line


No artigo primeiro do decreto no 5.622 de 19 de dezembro de 2005 (DECRETO5622,
2005), a educação a distância como uma modalidade educacional na qual a me-
diação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com
10 Metodologia de Pesquisa Aplicada

a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com estudan-


tes e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou em tempos
diversos.
A principal função do tutor na educação a distância é facilitar o processo de
ensino-aprendizagem e proporcionar condições ao aluno construir sua aprendiza-
gem de maneira autônoma. Ele é responsável por orientar, acompanhar e apoiar
estudantes no processo de construção do conhecimento nos ambientes virtuais de
aprendizagem (MOTTA; PAULA; PEREIRA, 2003). O tutor deve desempenhar o pa-
pel de orientador dos trabalhos de conclusão de cursos a distância. Por não haver
"contato presencial", o orientador e o(s) orientando(s) devem rever e modificar sua
postura e, principalmente, desenvolver competências necessárias para lidar com
essa nova forma de ensinar e de aprender, em um espaço concebido nos moldes
da sociedade contemporânea, visando ao sucesso. O orientador on-line deve ser
um "animador"da construção coletiva do conhecimento de seu(s) orientado(s), por
meio da tutoria. Seu objetivo é acompanhar o desenvolvimento do(s) estudante(s) e
auxiliá-lo(s) nesse processo, motivando a realização das tarefas (CAMPOS G.; RO-
QUE; AMARAL, 2007).
A tutoria torna-se fundamental na orientação on-line de trabalhos de con-
clusão de curso, pois o desenvolvimento de um papel dinamizador na relação en-
tre aluno e material didático é parte integrante do processo e sujeito da interação
em busca da aprendizagem. O orientador comunica-se com seu(s) orientado(s)
durante a elaboração do trabalho, apresentando soluções, percebendo falta de
motivação ou de atenção. Além disso, interação utilizando escrita digital é fator
primordial ao processo de ensino-aprendizagem, por permitir a análise das intera-
ções do(s) orientado(s) e das intervenções do orientador e possibilitar o registro e o
acompanhamento do processo. A escrita digital, às vezes, pode (CAMPOS G.; RO-
QUE; AMARAL, 2007):

• ser mais facilmente analisada do que a linguagem oral;

• permitir um nível mais elaborado de reflexão;

• viabilizar o mapeamento do percurso cognitivo de cada um;

• revelar os mais tímidos;

• permitir uma formação reflexiva.

O orientador on-line deve apoiar o processo de ensino-aprendizagem do ori-


entado por meio do tutoramento, da modelagem e do treinamento (GIANELLA T.
1.2. Métodos Científicos 11

R.; STRUCHINER; RICCIARDI, 2003). O tutoramento fornece suporte ao orientado


até ele ter condições de caminhar sozinho. No treinamento, o orientador motiva os
orientado(s), analisa suas atividades e fornece feedback. Na modelagem, o orienta-
dor fornece exemplos para o estudante analisar e encontrar sua própria resposta.

Para Refletir
Quando na realização de um curso que requer um trabalho de con-
clusão, você tem desempenhado de maneira adequada seu papel de
orientado? Pensar que orientado não deve deixar o trabalho para
"em cima da hora", mas estar preparado para as reuniões com o
orientador.

1.2 Métodos Científicos


A investigação científica depende de um conjunto de procedimentos intelectuais
e técnicos (GIL, 2002) para seus objetivos serem atingidos. Método científico é o
conjunto de processos ou de operações mentais a serem empregados na investiga-
ção.
Método é um conjunto de etapas ordenadamente dispostas a serem vencidas
na investigação da verdade, no estudo de uma ciência ou no alcance de determi-
nado fim (GALLIANO, 1979). Técnica é o modo de fazer, de forma hábil, segura e
perfeita, algum tipo de atividade, arte ou oficio (GALLIANO, 1979). Assim, técnicas
distintas podem ser utilizadas ao empregar um mesmo método, embora alguma(s)
seja(m) mais adequada(s) do que outra(s).
O método não é único e nem sempre o mesmo para o estudo deste ou da-
quele objeto e/ou para este ou aquele quadro da ciência por refletir as condições
históricas do momento em que o conhecimento é construído (BARROS; LEHFELD,
1999). Seja qual for o método científico, a investigação deve seguir etapas (BUNGE)
apud (BARROS; LEHFELD, 1999):

• descobrir o problema ou a lacuna em um conjunto de conhecimentos;

• colocar precisamente o problema ou, ainda, recolocar um velho problema à


luz de novos conhecimentos;

• procurar conhecimentos/instrumentos relevantes do problema (dados empí-


ricos, teorias, aparelhos de medição, técnica de medição, etc.);
12 Metodologia de Pesquisa Aplicada

• tentar uma solução (exata ou aproximada) do problema com auxílio de ins-


trumento (conceitual ou empírico) disponível;

• Investigar a consequência da solução obtida;

• provar (comprovar a solução no confronto da solução com a totalidade das


teorias e das informações empíricas pertinentes);

• corrigir hipóteses, teorias, procedimentos ou dados empregados na obtenção


da solução incorreta.

Os métodos que fornecem as bases lógicas à investigação são (GIL, 2002;


LAKATOS E. M.; MARCONI, 2003):

Método Dedutivo Esse método pressupõe que só a razão é capaz de levar ao co-
nhecimento verdadeiro. O raciocínio dedutivo tem o objetivo de explicar o
conteúdo das premissas. Por intermédio de uma cadeia de raciocínio em or-
dem descendente, de análise do geral para o particular, chega-se a uma con-
clusão. É utilizado o silogismo para obter, a partir de duas premissas, uma
terceira premissa logicamente decorrente das duas primeiras, denominada de
conclusão. É empregado em pesquisa quantitativa.

Método Indutivo. Nesse método, é considerado que o conhecimento é fundamen-


tado na experiência, não considerando princípios preestabelecidos. No raci-
ocínio indutivo, a generalização deriva de observações de casos da realidade
concreta. As constatações particulares levam à elaboração de generalizações.
É empregado em pesquisa qualitativa.

Método Hipotético-Dedutivo Esse método consiste na adoção da linha de racio-


cínio: quando os conhecimentos disponíveis sobre determinado assunto são
insuficientes para a explicação de um fenômeno, surge o problema. Para ex-
plicar as dificuldades expressas no problema, são formuladas conjecturas/hi-
póteses. Das hipóteses formuladas, deduzem-se consequências a serem tes-
tadas. Enquanto no método dedutivo a procura é confirmar a hipótese, no
método hipotético-dedutivo, procuram-se evidências empíricas para derrubá-
la. É empregado em pesquisa quantitativa.

Método Dialético. Esse método consiste em um modo esquemático de explicação


da realidade que se baseia em oposições e em choques entre situações diver-
sas ou opostas. Além disso, busca elementos conflitantes entre dois ou mais
1.2. Métodos Científicos 13

fatos para explicar uma nova situação decorrente desse conflito. Os elemen-
tos básicos são a tese (afirmação ou situação inicialmente dada), a antítese
(oposição à tese) e a síntese (uma situação nova que carrega dentro de si
elementos resultantes desse embate). É empregado em pesquisa qualitativa.

Método da Experimentação. Pode-se definir a experimentação como um conjunto


de procedimentos estabelecidos para verificar hipóteses. Essa experimenta-
ção é realizada, controlando as circunstâncias e as variáveis capazes de in-
terferir na relação causa/efeito estudada. Em geral, as hipóteses indicam
uma relação de antecedência (variável dependente) entre os fenômenos. Na
experimentação, procura-se verificar se a relação existe mesmo e qual é a
proporção de variação encontrada em tal relação. É empregado em pesquisa
experimental.

Método Fenomenológico. Esse método não é dedutivo nem indutivo, preocupa-


se com a descrição direta da experiência tal como ela é. A realidade é cons-
truída socialmente e entendida como o compreendido, o interpretado e o co-
municado. A realidade não é única; há tantas realidades quantas forem as
interpretações e as comunicações. O sujeito/ator é importante no processo
de construção do conhecimento. Empregado em pesquisa qualitativa.

Pesquise
Como você consegue determinar a escolha de um método científico?

Para Refletir
Em seu campo de atuação, qual(is) é(são) o(s) método(s) científico(s)
mais adequado(s) para ser(em) aplicado(s)?

Atividade
1) Justificar o(s) método(s) mais adequado(s) identificado(s) em sua
reflexão. 2) Em um ambiente acadêmico de nível Fundamental, Mé-
dio, Superior e Pós-graduação, qual(is) é(são) o(s) método(s) mais
adequado(s)?
14 Metodologia de Pesquisa Aplicada

Para Discussão
Apresentar, com argumentação, aos seus colegas a atividade suge-
rida e discutir o ponto de vista deles.

1.3 Tipos de Produção Acadêmica

1.3.1 Resumo
O resumo é a apresentação concisa das principais ideias de um texto. Resulta da
capacidade analítica e compreensiva que o leitor adquire no momento em que faz
sua leitura. Quanto mais se tem domínio e compreensão do texto, maior é a capa-
cidade de síntese e de apresentação de forma breve. Na apresentação do resumo,
deve-se evitar a manifestação de opinião sobre o tema ou analisá-lo criticamente.
O acréscimo da crítica, no resumo, caracteriza outro tipo de trabalho, denominado
resumo crítico ou resenha crítica.
No meio acadêmico, o desenvolvimento de um resumo é importante, pois
permite em rápida leitura, recordar o essencial do que se estudou e apresentar a
conclusão a que se chegou (GALLIANO, 1979). Existem três tipos de resumos:

Resumo crítico. Resumo redigido por especialistas com análise crítica de um do-
cumento.

Resumo indicativo. No resumo, são indicados pontos principais do documento,


não apresentando dados qualitativos e quantitativos. De modo geral, não
dispensa a consulta ao original.

Resumo informativo. No resumo, são informados ao leitor a finalidade, a meto-


dologia, os resultados e as conclusões.

O resumo é útil para difundir as ideias contidas em obras de diversos tipos


e favorecer ao leitor a possibilidade de escolha ou consulta do texto no original.
Para elaborar um resumo, devem ser seguidos os seguintes passos:

• Leitura integral para ter uma visão de conjunto da unidade (capítulo). Alguns
preferem não fazer a leitura integral do texto achando que vão perder tempo
e partem logo para a elaboração do resumo, mas a leitura integral do capítulo
permite uma visão ampla da estrutura do texto, possibilitando diferenciar o
que é essencial e o que é secundário.
1.3. Tipos de Produção Acadêmica 15

• Delimitação das unidades de leitura do texto. Delimitar significa decompor


as partes constitutivas do texto. Cada unidade de leitura possui sentido com-
pleto e é composta por ideia central, explicitação da ideia e conclusão. Os
autores preferem escrever textos com parágrafos breves e curtos. Assim, é
possível encontrar textos em que os autores utilizam mais de um parágrafo
para expor uma ideia. Por isso, é importante separar as unidades de leitura
do texto, decompondo-o analiticamente, antes de iniciar o resumo;

• Preparação das anotações da leitura. Consiste na estruturação gráfica e vi-


sual do texto com divisões e subdivisões. O esquema pode ser elaborado por
meio de chaves, marcadores ou divisão numérica das idéias. A esquematiza-
ção do texto servirá de base à redação do resumo;

• Redação do resumo com frases breves e objetivas.

1.3.2 Resenha Crítica


A resenha crítica é uma modalidade de trabalho científico que consiste no de-
senvolvimento de uma síntese sobre uma obra para expressar um juízo de valor
sobre um assunto. Essa modalidade pode ser definida como a apresentação do
conteúdo de uma obra, acompanhada de uma avaliação crítica ou indicativa (OLI-
VEIRA, 2005). Ela deve apresentar as idéias da obra, a avaliação das informações,
a maneira como foram expostas e a justificativa da avaliação desenvolvida no re-
sumo.
Para proceder a essa avaliação, deve-se recorrer ao posicionamento de ou-
tros autores da comunidade científica em relação às defendidas pelo autor da obra
criticada para estabelecer uma comparação no que se refere ao enfoque, ao método
de investigação e à forma de exposição das ideias. Normalmente, a resenha crítica
é desenvolvida por especialistas, pois exige conhecimento completo da obra, capa-
cidade crítica e maturidade intelectual. Há requisitos básicos para a elaboração
de uma resenha crítica (SALVADOR) apud (LAKATOS E. M.; MARCONI, 2003):

• conhecimento completo da obra;

• competência na matéria;

• capacidade de juízo de valor;

• independência de juízo;

• correção e urbanidade;
16 Metodologia de Pesquisa Aplicada

• fidelidade ao pensamento do autor.

A apresentação da estrutura da resenha crítica pode variar. Em geral, dois


elementos são essenciais: resumo e crítica. Dos diversos modelos encontrados
na literatura de metodologia científica, há (LAKATOS E. M.; MARCONI, 2003):

Obra. Apresentação dos dados de identificação da referência bibliográfica.

Credenciais da autoria. Nacionalidade, formação acadêmica, outras obras escri-


tas pelo autor.

Conclusões da autoria. Síntese das principais conclusões da obra apresentada


no final de cada capítulo ou no final da obra.

Digesto. Resumo das principais ideias dos capítulos ou da obra como um todo.

Metodologia da autoria. Descrição do tipo de método e das técnicas utilizadas


pelo autor da obra.

Crítica do resenhista. Julgamento da obra do ponto de vista da coerência e


consistência na argumentação, da originalidade, do emprego adequado de
métodos e de técnicas, da contribuição para o desenvolvimento da ciência e
do estilo empregado. Cabe ressaltar que a crítica deve ser bem fundamentada
e o resenhista deve confrontar as ideias da obra com outras ideias de outras
obras e autores.

Indicação do resenhista. Indicação da obra para qual público (estudantes, es-


pecialistas) e para qual curso ou área do conhecimento.

1.3.3 Artigo
O artigo (paper) é um trabalho científico cujo objetivo é analisar um tema/ques-
tão/problema, por meio do desenvolvimento de um ponto de vista de quem o es-
creve. O paper geralmente trata do particular ou da essência do problema. Se o
autor apenas compilou informações sem fazer avaliações ou interpretações sobre
elas, trata-se simplesmente de um relato e não de um paper. Assim, a composição
de um paper decorre do estudo e do posicionamento de quem o escreve. Para isso,
o autor deve manter distanciamento crítico ou não deve transparecer suas crenças
e suas preferências.
Nesse tipo de trabalho, as reflexões devem ser do autor do paper (HEERDT
M. L.; LEONEL, 2005). Para a composição do paper, cinco passos devem ser se-
guidos ROTH (MEDEIROS, 1996): i) escolher o assunto; ii) reunir informações; iii)
1.3. Tipos de Produção Acadêmica 17

avaliar o material; iv) organizar as idéias; e v) redigir o paper. Dois tipos de papers
podem ser considerados:

Position Paper. Consiste no desenvolvimento da capacidade de reflexão e criati-


vidade diante do que está escrito (livro, artigo, revista, jornal, etc.), diante
do que é apresentado (palestra, congresso, seminário, curso, etc.) e diante
do que pode ser observado em determinada realidade (empresa, projeto, en-
tidade, viagem de estudos, etc.) (HEERDT M. L.; LEONEL, 2005). Sua com-
posição decorre do posicionamento de quem o escreve, exigindo revisão de
literatura para conhecer e sistematizar o posicionamento de outros autores
sobre o tema/questão/problema.

Paper (comunicação científica). É a informação concisa apresentada em con-


gressos, em simpósios, em reuniões, na academia e nas sociedades cientí-
ficas. Sua finalidade é fazer conhecida a descoberta e os resultados alcan-
çados com a pesquisa, podendo por fim fazer parte de anais (HEERDT M.
L.; LEONEL, 2005). A comunicação não necessita de abrangência de aspec-
tos analíticos, compondo-se basicamente da introdução, do desenvolvimento
e da conclusão. Há cinco razões para escrever artigos científicos (SALVADOR,
1980):

Expor aspectos novos descobertos, mediante o estudo e a pesquisa, a res-


peito de uma questão ou de aspectos tratados apenas superficialmente ou soluções
novas para questões conhecidas.
Expor de uma maneira nova uma questão antiga.
Anunciar resultados de uma pesquisa a ser exposta futuramente em livro.
Desenvolver aspectos secundários de uma questão que não tiveram o devido
tratamento em livro editado ou a ser editado.
Abordar assuntos controvertidos aos quais não houve tempo de preparar um
livro.

1.3.4 Projeto de Pesquisa


Projeto de pesquisa é o documento explicitador de ações a serem desenvolvidas ao
longo do processo de pesquisa (GIL, 2002). Trata-se do documento que permite
planejar as ações inerentes à pesquisa. De modo geral, um projeto de pesquisa
deve oferecer respostas às seguintes indagações:

O que pesquisar? - Determinação do objetivo da pesquisa por meio da apresen-


tação e delimitação do tema e da problematização.
18 Metodologia de Pesquisa Aplicada

Com que base teórica pesquisar? - Referencial teórico/marco teórico/revisão


de literatura.

Por que pesquisar? - Justificativa.

Que ações serão desenvolvidas na pesquisa? - Objetivos.

Quem pesquisar? - Sujeitos.

Onde pesquisar? - Unidade ou local de observação e/ou coleta de dados.

Quando pesquisar? - Cronograma.

Como pesquisar? - Determinação dos métodos e das técnicas.

Com quanto pesquisar? - Orçamento.

1.3.5 Relatório Técnico-Científico


O relatório técnico-científico é um documento que relata formalmente os resulta-
dos ou os progressos obtidos em uma investigação, descrevendo, minuciosamente,
a situação de uma questão técnica ou científica. Podem ser encontradas algumas
definições para esse tipo de documento:

• Esse relatório é definido como uma comunicação por escrito de resultados de


uma pesquisa, em que se podem identificar os passos da pesquisa, a revisão
bibliográfica, a análise/interpretação dos dados e as conclusões estabelecidas
(RAUEN, 2002).

• O relatório técnico-científico é uma descrição objetiva e pormenorizada de fa-


tos, de acontecimentos ou de atividades, que incorpora uma análise metódica
para a obtenção de conclusões que se constituam em parâmetros para a es-
colha de alternativas (OLIVEIRA, 2005). Assim, esse relatório é um tipo de
trabalho cuja finalidade é descrever as etapas das investigações realizadas
diretamente na realidade (in loco).

• O relatório técnico-científico visa pura e simplesmente a historiar seu desen-


volvimento para apresentar os caminhos percorridos, descrever as atividades
realizadas e apreciar os resultados (parciais ou finais) obtidos (SEVERINO,
2000).
1.3. Tipos de Produção Acadêmica 19

1.3.6 Monografia
Com base na etimologia da palavra, pode-se perceber que monografia resulta de
um trabalho intelectual baseado em apenas um assunto. A monografia é um
estudo realizado com profundidade e seguindo métodos científicos de pesquisa e
de apresentação de um assunto em todos os seus detalhes, como contributo à
ciência respectiva (BEBBER G. MARTINELLO, 1997). A monografia apresenta as
seguintes características (LAKATOS E. M.; MARCONI, 2003):

• Trabalho escrito, sistemático e completo.

• Tema específico ou particular de uma ciência ou parte dela.

• Estudo pormenorizado e exaustivo, abordando vários aspectos e ângulos do


caso.

• Tratamento extenso em profundidade, mas não em alcance (nesse caso, é


limitado).

• Metodologia específica.

• Contribuição importante, original e pessoal para a ciência. Este tipo de tra-


balho científico abrange dois sentidos: i) stritu, que se identifica com a tese e
a dissertação dos cursos de doutorado e mestrado, respectivamente; e ii) latu,
que se relaciona àquelas monografias desenvolvidas nos cursos de graduação
e de especialização. Ambos não dispensam a rigorosa metodologia na pes-
quisa de um tema em específico, a partir de um só problema, qualificando-as
como de natureza científica, pois do contrário se tratará de um simples es-
tudo.

1.3.7 Dissertação
Na literatura, podem ser encontradas algumas definições para dissertação, por
exemplo:

• Dissertação é um estudo teórico, de natureza reflexiva, que consiste na orde-


nação de ideias sobre determinado tema (SALVADOR, 1980).

• Dissertação é a aplicação de uma teoria existente para analisar determinado


problema (REHFELDT, 1980).

• Dissertação é o trabalho feito nos moldes da tese com a peculiaridade de ser


ainda uma tese inicial ou em miniatura (SALOMON, 1972, 1999).
20 Metodologia de Pesquisa Aplicada

Portanto, dissertação é um tipo de trabalho científico apresentado ao final


do curso de pós-graduação, visando à obtenção do título de mestre, requerendo
defesa e tendo caráter didático, pois se constitui em um treinamento ou iniciação
à investigação. Como estudo teórico de natureza reflexiva, requer sistematização,
ordenação e interpretação dos dados. Por ser um estudo formal, exige metodologia
própria do trabalho científico. Situa-se entre a monografia e a tese, pois aborda
temas em maior extensão e profundidade do que a primeira e é fruto de reflexão e
de rigor científico, próprio da tese.
A estrutura e o plano de trabalho da dissertação, praticamente, são idênti-
cos aos da tese, mas distinguem-se pela contribuição significativa na solução de
problemas importantes, colaborando para o avanço científico, na área em que o
estudo se realiza. Há dois tipos de dissertação (SALOMON, 1972, 1999):

Dissertação monográfica ou tratamento escrito de assunto específico, com


metodologia adequada e de caráter eminentemente didático.

Dissertação científica ou tratamento escrito, original, de assunto específico,


com metodologia própria que resulte de pesquisa pura ou aplicada.
Por outro lado, a dissertação pode ser (SALVADOR, 1980):

Expositiva. Quando reúne e relaciona material de diferentes fontes, expondo


o assunto com fidedignidade e mostrando habilidade no levantamento e na
organização.

Argumentativa. Quando requer interpretação das ideias apresentadas e posicio-


namento do pesquisador.

1.3.8 Tese
São várias, mas não contraditórias, as definições de teses formuladas por diferen-
tes autores:

• Tese é a opinião ou a posição que alguém sustenta e está preparado para


defender (BARRASS, 1979).

• Tese é a proposição que trata de demonstrar, enunciação prévia do assunto


ou doutrina, objeto de exame e discussão, que se deve apresentar, susten-
tar e defender em discussão pública contra objeções que lhe devem opor os
examinadores (VEGA, 1969).
1.3. Tipos de Produção Acadêmica 21

• Tese é a proposição clara e terminantemente formulada em um de seus as-


pectos formal e material e que se submete à discussão ou prova (WHITNEY,
1958).

• Tese é um instrumento de pesquisa para promover a aquisição de novos co-


nhecimentos a fim de interpretar, predizer e controlar o fenômeno em estudo
(LEITE, 1978).

• Tese é uma abordagem de um único tema, que exige pesquisa própria da área
científica em que se situa, com os instrumentos metodológicos específicos,
podendo ser de origem experimental, histórica ou filosófica, versando sobre
um tema único, específico, delimitado e restrito (SEVERINO, 2000).

A tese apresenta o mais alto nivel de pesquisa e requer a exposição e a


explicação do material coletado e a análise e a interpretação dos dados. É um
tipo de trabalho científico que levanta, coloca e soluciona problemas; argumenta
e apresenta razões baseadas na evidência dos fatos para provar se as hipóteses
levantadas são falsas ou verdadeiras. A tese pode ser considerada como um teste
de conhecimento para o candidato, que deve mostrar capacidade de imaginação,
de criatividade e de habilidade para relatar o trabalho e apresentar soluções para
um problema.
O objetivo de uma tese é adquirir novos conhecimentos e colaborar na solu-
ção de dado problema, podendo resultar de estudo teórico, de pesquisa de campo,
de trabalho de laboratório ou de trabalho experimental. A tese requer do pesqui-
sador algumas qualidades (LEITE, 1978; SIQUEIRA, 1969):

• Ter capacidade de planejar, iniciar, conduzir e concluir um projeto de pes-


quisa.

• Saber utilizar os conhecimentos adquiridos;

• Realizar um estudo exaustivo da literatura científica diretamente relacionado


com o tema escolhido.

• Contribuir para o enriquecimento do saber no âmbito do assunto focalizado.

• Requer reflexão, iniciativa e persistência no trabalho, dado que engloba a


exposição do problema e sua correspondente solução.

• Estudar e resolver uma questão ainda não explorada, esforçando-se para que
a sua tese seja uma verdadeira contribuição aos conhecimentos humanos
existentes.
22 Metodologia de Pesquisa Aplicada

Para Refletir
Em seu campo de atuação, qual(is) é(são) o(s) tipo(s) de produção
acadêmica mais adequado(s) para ser(em) aplicado(s)?

Atividade
1) Justificar o(s) tipo(s) de produção acadêmica mais adequado(s)
identificado(s) em sua reflexão. 2) Em um ambiente acadêmico de
nível Fundamental, Médio, Superior e Pós-graduação, qual(is) é(são)
o(s) tipo(s) de produção acadêmica mais adequado(s)? 3) Existe
alguma diferença entre Monografia, Dissertação e Tese? Se, sim,
qual(is)?

Para Discussão
Apresentar, com argumentação, aos seus colegas, a atividade suge-
rida e discutir o ponto de vista deles.

1.4 Estrutura de um Documento Acadêmico


A estrutura de um documento acadêmico pode variar de acordo com o orgão/ins-
tituição em que o aluno realiza um curso de graduação, de especialização, de
mestrado ou de doutorado. Porém, elementos básicos podem ser identificados e
estão presentes em alguns modelos de estrutura. Um exemplo de estrutura de
documento acadêmico é apresentado na Figura 1.1. São eles (NTAA, 2015):

Capa é um elemento obrigatório. Serve para proteger e dar melhor apresenta-


ção ao trabalho. A capa deve conter o nome do autor, o título e o subtítulo
do trabalho, o local (da instituição da apresentação do trabalho) e o ano de
entrega.

Folha de Rosto é um elemento obrigatório. Contém os elementos essenciais à


identificação do trabalho, por exemplo, nome da instituição, nome do autor,
título em destaque na página, subtítulo (se houver), local (cidade) e data.
1.4. Estrutura de um Documento Acadêmico 23

Figura 1.1: Exemplo de Estrutura de um Documento Acadêmico adaptado de (NTAA, 2015)

Errata é um elemento opcional. Deve ser inserida logo após a folha de rosto.

Folha de Aprovação é um elemento obrigatório. Deve conter: autor, título por


extenso e subtítulo (se houver), natureza, objetivo, nome da instituição, área
de concentração, data de aprovação, nome, titulação e assinatura e institui-
ção dos membros componentes da banca examinadora (ASSOCIAÇÃO BRA-
SILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2005a).

Dedicatória é um elemento opcional. Texto curto, no qual o autor presta sua


homenagem a alguém.

Agradecimentos é um elemento opcional. Texto dirigido àqueles que prestaram


contribuição à elaboração do trabalho.

Epígrafe é um elemento opcional. É uma folha contendo uma citação de um


pensamento que, de certa forma, embasou ou inspirou o trabalho.

Resumo é um elemento obrigatório. É a apresentação concisa do conteúdo do


trabalho, não devendo ultrapassar certa quantidade de palavras. Essa apre-
sentação é seguida das palavras-chave (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NOR-
MAS TÉCNICAS, 2003b).
24 Metodologia de Pesquisa Aplicada

Abstract é um elemento opcional. É a tradução do resumo. Essa tradução é


seguida das keywords (palavras-chave).

Lista de ilustrações (quadros, figuras, desenhos, mapas, ...) é um elemento


obrigatório. Deve ser elaborada de acordo com a ordem apresentada no texto,
indicando o respectivo número de página. Quando necessário, deve-se elabo-
rar listas separadas para cada tipo de ilustração.

Lista de tabelas é um elemento obrigatório. É elaborada de acordo com a ordem


apresentada no texto, com cada item designado com seu nome específico e o
respectivo número da página.

Lista de abreviaturas e siglas é um elemento opcional. É a relação alfabética


das abreviaturas ou siglas utilizadas no texto, seguida das palavras ou ex-
pressões correspondentes grafadas por extenso (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA
DE NORMAS TÉCNICAS, 2005b).

Lista de símbolos é um elemento opcional. É elaborada de acordo com a ordem


apresentada no texto com o seu significado.

Sumário é um elemento obrigatório. É uma parte do trabalho acadêmico que in-


dica, na mesma ordem em que aparecem no texto, a divisão estabelecida pelo
autor. O sumário deve indicar, para cada divisão e subdivisão, por exemplo,
o título e o número da página. Destacam-se, gradativamente, os títulos das
seções (primárias, secundárias, ...) (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS
TÉCNICAS, 2003a).

Elementos textuais é um elemento obrigatório. O corpo do trabalho é constituído


de três partes fundamentais (CEFET-SP, 2009):

Introdução é a parte inicial do texto, na qual devem constar a delimitação


do assunto tratado, objetivos da pesquisa e outros elementos necessários
para situar o tema do trabalho. Recomenda-se que seja redigida no final,
quando o autor adquiriu maior domínio sobre o tema e maior clareza dos
objetivos.
Desenvolvimento é a parte principal do texto, que contém a exposição or-
denada e pormenorizada do assunto. Divide-se em seções e subseções,
que variam em função da abordagem do tema e do método.
Conclusão é a parte final do texto, na qual se apresentam conclusões corres-
pondentes aos objetivos ou às hipóteses. Tem por finalidade recapitular
1.4. Estrutura de um Documento Acadêmico 25

sinteticamente os resultados da pesquisa elaborada. O autor manifestará


seu ponto de vista sobre os resultados obtidos, bem como o seu alcance,
sugerindo novas abordagens a serem consideradas em trabalhos seme-
lhantes.

Referências é um elemento obrigatório (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS


TÉCNICAS, 2002). Constitui uma lista ordenada dos documentos efetiva-
mente citados no texto. Não devem ser referenciadas fontes bibliográficas
não citadas no texto. Uma referência bibliográfica deve conter autor, título,
edição, local da publicação, editora e data. A pontuação apresentada na for-
mulação da referência é padronizada. Dessa forma, tem-se a vírgula após o
sobrenome do autor, sendo o nome completo do autor separado do título por
ponto final, o título é separado dos dados seguintes por ponto final, a cidade
é separada da editora por dois pontos. Após a editora, segue-se vírgula para
o ano da publicação e o término com ponto final. Exemplo: Severino, Antô-
nio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 22. ed. São Paulo: Cortez,
2002. Caso haja conveniência de referenciar material bibliográfico não citado,
deve-se fazer uma lista própria após a lista de referências, sob o título Bibli-
ografia Recomendada (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS,
1989); Essas referências são citadas no texto basicamente como (CEFET-SP,
2009):

Citação direta: transcrição do texto da maneira que consta no original con-


sultado. As citações diretas com menos de três linhas devem ser inse-
ridas no próprio texto, entre aspas duplas, citações com mais de três
linhas devem apresentar recuo da margem esquerda e com fonte menor
(Exemplo 1). A citação de referências utilizadas diretamente (transcri-
ção literal) ou indireta (redação livre) devem vir sempre acompanhada da
referência bibliográfica (Exemplo 2a, Exemplo 2b e Exemplo 2c).
Exemplo 1:
A teleconferência permite ao indivíduo participar de um encontro naci-
onal ou regional sem a necessidade de deixar seu local de origem. Tipos
comuns de teleconferência incluem o uso da televisão [...]. (NICHOLIS,
1993, p.181).

Exemplo 2a: “Para acompanhar o desenvolvimento do seu curso, o


aluno deve preparar e rever aulas.” (SEVERINO, 2002. p.32).
Exemplo 2b: Severino (2002) afirma que: “Para acompanhar o desen-
volvimento do seu curso, o aluno deve preparar e rever aulas” (p.32).
26 Metodologia de Pesquisa Aplicada

Exemplo 2c: Obter um rendimento satisfatório deve ser o objetivo de


todo estudante, segundo Severino (2002), “para acompanhar o desenvol-
vimento do seu curso, o aluno deve preparar e rever aulas”. (p.32)
Citação indireta: quando o texto escrito é baseado na ideia do autor consul-
tado. Exemplo: ... é importante valorizar a produção intelectual de cada
indivíduo, a regra é geral, leu, gostou, usou, citou, afirma Blattmann
(2003, p.63).

Glossário é um elemento opcional. Consiste de uma lista em ordem alfabética de


palavras ou expressões técnicas usadas no texto, acompanhada das respec-
tivas definições.

Anexo é um elemento opcional. Texto ou documento não elaborado pelo autor,


que serve de fundamentação, comprovação ou ilustração (ASSOCIAÇÃO BRA-
SILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2005b), mas que não se incluem no texto
para não prejudicar a sequência lógica da leitura (FRANÇA J. L.; VASCON-
CELOS, 2007). O(s) anexo(s) deve(m) ser citado(s) no texto entre parênteses e
devem aparecer em folhas distintas. Em caso de mais de um, uma Lista de
Anexos deve ser elaborada e incluída após a Lista de símbolos, por exemplo
(BACCARELLI, 2009).

Apêndice é um elemento opcional. Texto ou documento elaborado pelo autor, a


fim de complementar o texto principal (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NOR-
MAS TÉCNICAS, 2005b). Segue as mesmas regras do anexo para apresenta-
ção.
U NIDADE 2
Pesquisa Acadêmica

Objetivos da Unidade:
Nesta unidade, objetivou-se foi apresentar con-
ceitos, tipos e fases de uma pesquisa acadêmica.
Além disso, técnicas de coletar dados foram abor-
dadas para subsidiar o orientado a organizar os
dados de maneira a permitir elaborar/construir re-
sultados menos arduamente.

Conteúdos Abordados:

• Conceitos de pesquisa acadêmica

• Tipos de pesquisa acadêmica

• Fases de pesquisa acadêmica

• Técnicas de Coleta de Dados


28 Metodologia de Pesquisa Aplicada

2.1 Conceitos de Pesquisa


Pesquisar é buscar/procurar resposta para alguma coisa. Considerando a Ciência,
pesquisa é a busca por soluções para um problema para alguém que queira saber
respostas. Não se faz ciência, mas se produz ciência realizando uma pesquisa.
Pesquisa é o caminho para chegar à ciência, ao conhecimento. Mas, como alguns
autores têm definido pesquisa? Segundo alguns autores:

• Pesquisar é, de forma simples, procurar respostas para indagações propostas


(SILVA E. L. DA; MENEZES, 2005).

• Pesquisa científica é realizar concretamente uma investigação planejada, de-


senvolvida e redigida conforme as normas da metodologia consagradas pela
ciência (RUIZ, 1996).

• Pesquisa é uma atividade para a solução de problemas, utilizando processos


científicos (CERVO A. L.; BERVIAN, 1996).

• Pesquisa científica é um conjunto de procedimentos sistemáticos, baseados


no raciocínio lógico, cujo objetivo é encontrar soluções para problemas pro-
postos mediante o emprego de métodos científicos (ANDRADE, 2001).

• Pesquisa é uma atitude e uma prática teórica de constante busca para definir
um processo intrinsecamente inacabado e permanente. É uma atividade de
aproximação sucessiva da realidade que não se esgota, fazendo uma combi-
nação particular entre teoria e dados (MINAYO, 1993).

• Pesquisa é um questionamento sistemático, crítico e criativo com intervenção


competente na realidade ou o diálogo crítico permanente com a realidade em
sentido teórico e prático (DEMO, 1996).

• Pesquisa é um conjunto de ações para encontrar a solução a um problema


cujas bases são procedimentos racionais e sistemáticos (SANTOS, 1999).

• Pesquisa científica é processo composto por múltiplas etapas relacionadas en-


tre si, que acontece ou não de maneira sequencial ou contínua. Pesquisa é um
processo composto por diferentes etapas interligadas (SAMPIERI R. H.; CO-
LADO; LUCIO, 2006).

• Pesquisa significa a escolha de procedimentos sistemáticos para a descrição


e explicação de fenômenos. Esses procedimentos aproximam-se dos seguidos
2.2. Tipos da Pesquisa Acadêmica 29

pelo método científico que consiste em delimitar um problema, realizar obser-


vações e interpretá-las com base nas relações encontradas, fundamentando-
se, se possível nas teorias existentes (RICHARDSON, 1999).

• Pesquisa é um conjunto de atividades orientadas e planejadas para a busca


de um determinado conhecimento (MARTINS R. M.; CAMPOS, 2003).

• Pesquisa é a construção de conhecimento original de acordo com certas exi-


gências científicas. Para um estudo ser considerado científico, ele deve obe-
decer aos critérios de coerência, de consistência, de originalidade e de ob-
jetivação. É desejável uma pesquisa ter uma pergunta para responder, um
conjunto de passos para chegar à resposta e o grau de confiabilidade na res-
posta obtida (GOLDEMBERG, 2011).

• Pesquisa é a que se desenvolve tentando explicar um problema, utilizando o


conhecimento disponível a partir das teorias publicadas em livros ou obras
congêneres (KÖCHE, 2004).

Para Discussão
Vários autores conceituam pesquisa. Porém, há conceitos similares.
O que você acha desses conceitos com relação a essa similaridade?
Por exemplo, pode-se adotar apenas um deles? Eles são complemen-
tares? Eles realmente são similares ou são completamente diferen-
tes? Discutir com os colegas.

2.2 Tipos da Pesquisa Acadêmica


A importância de conhecer os tipos de pesquisas está na necessidade de definir
instrumentos e procedimentos para um pesquisador utilizar no planejamento da
sua investigação. O tipo de pesquisa categoriza a pesquisa na sua forma meto-
dológica de estratégias investigativas, mas o pesquisador deve usar instrumentos
adequados para encontrar respostas ao problema. Há diferentes instrumentos
para obter respostas precisas. O instrumento ideal deverá ser estipulado pelo pes-
quisador para se atingir os resultados ideais. Há algumas formas para classificar
as pesquisas quanto, por exemplo, à natureza, à abordagem, ao propósito (ob-
jetivo) e aos procedimentos efetivados para alcançar os dados (meio). As formas
clássicas são:
30 Metodologia de Pesquisa Aplicada

• Do ponto de vista da natureza:

Pesquisa Básica. O objetivo é gerar conhecimentos úteis ao avanço da ciên-


cia sem aplicação prática prevista. Envolve verdades e interesses univer-
sais.
Pesquisa Aplicada. O objetivo é gerar conhecimentos para aplicação prática,
dirigida à solução de problemas específicos. Envolve verdades e interes-
ses locais

• Do ponto de vista da forma de abordagem do problema:

Pesquisa Qualitativa. O objetivo é considerar a existência de uma relação


dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociá-
vel entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que não pode ser
traduzido em números. A interpretação dos fenômenos e a atribuição de
significados são básicas no processo. Não requer o uso de métodos e téc-
nicas estatísticas. Os pesquisadores analisam seus dados indutivamente
(lida com fenômenos). Subjetiva, pois busca desvendar o que não está
evidente, o processo.
Pesquisa Quantitativa . O objetivo é considerar o que pode ser quantifi-
cável, o que significa traduzir em números opiniões e informações para
classificá-las e analisá-las. Requer o uso de recursos e de técnicas es-
tatísticas (lida com fatos). É objetivo, pois busca desvendar o que está
evidente, o resultado.

• Do ponto de vista dos objetivos:

Pesquisa Exploratória. O objetivo é ter familiaridade com o problema, tornando-


o explícito ou à construção de hipóteses. Envolve levantamento bibliográ-
fico, entrevistas com pessoas com experiências práticas com o problema
pesquisado, análise de exemplos para estimular a compreensão. Em ge-
ral, assume as formas de Pesquisas Bibliográficas e Estudos de Caso.
Pesquisa Descritiva. O objetivo é descrever as características de determi-
nada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre
variáveis. Envolve o uso de técnicas padronizadas de coleta de dados
(questionário e observação sistemática). Em geral, assume a forma de
Levantamento.
2.2. Tipos da Pesquisa Acadêmica 31

Pesquisa Explicativa. O objetivo é identificar fatores que determinam ou


contribuem para ocorrência dos fenômenos. Aprofunda o conhecimento
da realidade, pois explica a razão e o porquê das coisas. Em geral, as-
sume as formas de Pesquisa Experimental e Pesquisa Ex post facto.

• Do ponto de vista dos procedimentos técnicos:

Pesquisa Bibliográfica. A pesquisa é elaborada a partir de material publi-


cado, constituído, principalmente, de livros, de artigos de periódicos e de
material disponibilizado na Internet.
Pesquisa Documental. A pesquisa é elaborada a partir de materiais que não
receberam tratamento analítico.
Pesquisa Experimental. A pesquisa determina um objeto de estudo, selecionam-
se as variáveis capazes de influenciá-lo, definem-se as formas de controle
e de observação dos efeitos que a variável produz no objeto.
Levantamento. A pesquisa envolve questionamento direto das pessoas, cujo
comportamento se deseja conhecer.
Estudo de Caso. A pesquisa envolve estudo aprofundado e exaustivo de ob-
jetos de maneira a permitir amplo e detalhado conhecimento.
Pesquisa Ex post facto. A pesquisa é um "experimento"que se realiza depois
dos fatos.
Pesquisa-Ação. A pesquisa é concebida e realizada em associação com uma
ação ou a resolução de um problema coletivo. Os envolvidos interagem
de maneira cooperativa ou participativa.
Pesquisa Participante. A pesquisa desenvolve-se a partir da interação entre
os envolvidos.

• Do ponto de vista dos objetos:

Pesquisa Bibliográfica. A pesquisa está relacionada ao conjunto de conheci-


mentos humanos reunidos em diversas obras. Ela constitui o ato de ler,
selecionar, fichar, organizar e arquivar tópicos de interesse para a pes-
quisa em pauta. É a base para as demais pesquisas e é uma constante
na vida de quem se propõe estudar. Na pesquisa bibliográfica, faz-se o le-
vantamento bibliográfico, que pode ser entendido como o material consti-
tuído por dados que possam ser utilizados pelo pesquisador. Acumula-se
32 Metodologia de Pesquisa Aplicada

uma documentação sobre o objeto que fornece o estado atual do conheci-


mento sobre o tema de pesquisa, isto é, "o que se diz dele". Essa pesquisa
compreende a consulta a livros e periódicos, e estes servem como meio de
atualização, uma vez que são publicados mais rapidamente que os livros.

Pesquisa de Laboratório. A pesquisa está relacionada a permitir ao pesqui-


sador a manipulação de variáveis independentes. Essa pesquisa é rea-
lizada em recinto fechado e com instrumentos próprios. Ela cria o con-
texto do objeto, ao mesmo tempo em que provoca os fenômenos e os
observa. Oferece a imediata vantagem de controlar a cronologia da pes-
quisa, desde o instante inicial do contexto.

Pesquisa de Campo. A pesquisa está relacionada na observação do contexto


no qual é detectado um problema, que passa a ser examinado e encami-
nhado para explicações por meio dos métodos e das técnicas específicas.
Trabalha com a observação de colhidos do contexto natural (formas de
um problema meramente observado, sem qualquer interferência) apre-
sentados simplesmente como eles se sucedem em determinada socie-
dade.

Pesquisa Documental. A pesquisa está relacionada à informação de forma


oral, escrita ou visualizada. Ela consiste na coleta, na classificação, na
seleção difusa e na utilização de informações, compreendendo técnicas e
métodos que facilitam a sua busca e a sua identificação.

Para Refletir
Como pode ser caracterizado o tipo de pesquisa acadêmica que você
pretende realizar no PMD?

Atividade
Explicar o tipo de pesquisa acadêmica que você pretende realizar no
PMD?
2.3. Fases da Pesquisa Acadêmica 33

Para Discussão
Apresentar aos seus colegas, com argumentação, o tipo de pesquisa
acadêmica que você pretende realizar. Discutir a argumentação de
seus colegas.

2.3 Fases da Pesquisa Acadêmica


O planejamento e a execução de uma pesquisa são parte de um processo sistema-
tizado, que compreende três fases (SILVA E. L. DA; MENEZES, 2005):

Fase Decisória. Referente à escolha do tema, à definição e à delimitação do pro-


blema de pesquisa.

Fase Construtiva. Referente à construção de um plano de pesquisa e à execução


da pesquisa propriamente dita.

Fase Redacional. Referente à análise dos dados e das informações obtidas na


Fase Construtiva. É a organização das ideias de forma sistematizada visando
à elaboração do relatório final.

Essas fases acabam por requerer procedimentos que acontecem em qua-


tro etapas da pesquisa: i) escolha do tema e elaboração do projeto de pesquisa
(assunto, justificativa, formulação do problema, determinação de objetivos, meto-
dologia); ii) coleta de material (revisão de literatura, leitura, fichamento de citações
e resumos); iii) coleta de dados, seleção e organização do material coletado (tabu-
lação de dados, análise e discussão dos resultados, conclusão da análise); e iv)
redação final e divulgação (formatação, apresentação).

2.3.1 Escolha do Tema


Nessa etapa, deve ser respondida a pergunta: "O que se pretende abordar?"
O tema é um aspecto ou uma área de interesse de um assunto que se deseja pro-
var ou desenvolver. Escolher um tema significa eleger uma parcela delimitada de
um assunto, estabelecendo limites ou restrições para o desenvolvimento da pes-
quisa pretendida. Escolher um tema é uma tarefa que exige sempre um estudo
exploratório muito sério, pois dela depende, em grande parte, o sucesso do traba-
lho. A definição do tema pode surgir com base na sua observação do cotidiano,
34 Metodologia de Pesquisa Aplicada

na vida profissional, em programas de pesquisa, em contato e relacionamento com


especialistas, no feedback de pesquisas realizadas e em estudo da literatura espe-
cializada (BARROS; LEHFELD, 1999).
Na escolha do tema, deve considerar sua atualidade, sua relevância, o co-
nhecimento a respeito, a preferência e a aptidão pessoal para lidar com o tema
escolhido. Definido isso, pode-se levantar e analisar a literatura publicada sobre o
tema. Existem dois fatores principais que interferem na escolha de um tema para
o trabalho de pesquisa:

Fatores Internos (afetividade em relação a um tema ou alto grau de interesse


pessoal). Para trabalhar em uma pesquisa, é preciso ter o mínimo de prazer.
A escolha do tema está vinculada ao gosto pelo assunto a ser trabalhado.
Trabalhar em um assunto que não seja do agrado do pesquisador torna a
pesquisa um tortura/sofrimento. Na escolha do tema, deve-se considerar
a quantidade de atividades a ser cumprida para executar o trabalho, avali-
ando o tempo disponível, subtraindo o tempo para as atividades cotidianas e
estabelecendo o limite das capacidades do pesquisador em relação ao tema
pretendido. É preciso que o pesquisador tenha consciência de sua limitação
de conhecimentos para não entrar em um assunto fora de sua área.

Fatores Externos (A significação do tema escolhido, sua novidade, sua opor-


tunidade e seus valores acadêmicos e sociais). Na escolha do tema, deve-se
ter cuidado para não executar um trabalho que não interessará a ninguém. O
trabalho merece ser feito se tiver importância para (grupo de) pessoas. Outro
fato a ser considerado é o tempo disponível para a conclusão do trabalho. O
tema escolhido deve estar delimitado no tempo possível para a conclusão do
trabalho. Ainda sobre a escolha do tema, é preciso, previamente, verificar
a disponibilidade de material para consulta. Por vezes, o tema escolhido é
pouco trabalhado por outros autores e não há fontes secundárias para con-
sulta, o que obriga o pesquisador a buscar fontes primárias, que demandam
tempo. Esse problema não impede a realização da pesquisa, mas deve ser
considerado.

2.3.2 Levantamento ou Revisão de Literatura


Nessa fase, devem ser respondidas as seguintes questões: "quem escreveu e o que
foi publicado sobre o assunto?", "quais os aspectos foram abordados?", "quais as
lacunas existentes na literatura?". Pode objetivar determinar o "estado da arte",
2.3. Fases da Pesquisa Acadêmica 35

ser uma revisão teórica, ser uma revisão empírica ou ainda ser uma revisão his-
tórica. A revisão de literatura é fundamental, pois fornece elementos para evitar
duplicação de pesquisas sobre o mesmo enfoque do tema e favorece a definição de
contornos mais precisos do problema a ser estudado.
O levantamento ou revisão de literatura é a localização e a obtenção de do-
cumentos para avaliar a disponibilidade de material que subsidiará o tema do tra-
balho de pesquisa. Esse levantamento/revisão é realizado junto às bibliotecas ou
serviços de informações existentes. Essa etapa do trabalho científico é o marco teó-
rico, a construção de uma perspectiva teórica (SAMPIERI R. H.; COLADO; LUCIO,
2006) e pode efetivar o modo de contextualizar o problema de pesquisa científica
elaborado. É o marco, pois são definidos o conceito de teoria e outros conceitos re-
lacionados com a elaboração de teorias relacionadas com os enfoques qualitativos
e quantitativos da pesquisa.

2.3.3 Justificativa
Nessa etapa, deve-se refletir sobre "o porquê"da realização da pesquisa, procu-
rando identificar as razões da preferência pelo tema escolhido e sua importância
em relação a outros temas. Devem ser respondidas perguntas, tais como, "o tema
é relevante e, se é, por quê?", "quais os pontos positivos que se pode perceber
na abordagem proposta?"e "quais vantagens e benefícios é pressuposto que a pes-
quisa irá proporcionar?". A justificativa deve convencer quem for lê-la, com relação
à importância e à relevância da pesquisa proposta.
A justificativa é o convencimento de que o trabalho de pesquisa possui fun-
damentos para ser efetivado. A comprovação do tema escolhido pelo pesquisador e
a hipótese levantada são importantes para a sociedade ou para alguns indivíduos.
Deve-se ter cuidado de não justificar a hipótese levantada, ou seja, tentar respon-
der ou concluir o que vai ser buscado no trabalho de pesquisa. A justificativa
exalta a importância do tema a ser estudado e justifica a necessidade imperiosa
de levar a efeito a pesquisa.

2.3.4 Problema
Nessa etapa, deve-se refletir sobre o problema que pretende ser resolvido na pes-
quisa, se é realmente um problema e se vale a pena tentar encontrar uma solução
para ele. A pesquisa científica depende da formulação adequada do problema, isso
porque objetiva buscar sua solução. O problema é a mola propulsora da pesquisa.
Depois de definido o tema, levanta-se uma questão para ser respondida por meio
36 Metodologia de Pesquisa Aplicada

de uma hipótese a ser confirmada ou negada. Em geral, um "bom"problema de


pesquisa atende a cinco características:

• deve ser formulado como uma pergunta;

• deve ser claro e preciso;

• deve ser empírico;

• deve ser suscetível de solução;

• deve ser limitado a uma dimensão viável.

2.3.5 Objetivos
Nessa etapa, deve-se pensar a respeito da intenção ao propor a pesquisa e sinteti-
zar o que o pesquisador pretende alcançar com a pesquisa. Objetivo é sinônimo de
meta, fim. Os objetivos devem estar coerentes com a justificativa e o problema pro-
posto. Os objetivos podem ser separados em Objetivo Geral e Objetivos Específicos.
O objetivo geral é a síntese do que se pretende alcançar e os objetivos específicos
explicitam os detalhes e são desdobramentos do objetivo geral. Os objetivos infor-
mam para a pesquisa proposta, isto é, quais os resultados que pretende alcançar
ou qual a contribuição que a pesquisa irá efetivamente proporcionar. Os enuncia-
dos dos objetivos devem começar com um verbo no infinitivo, indicando uma ação
passível de mensuração. Como exemplos de verbos utilizados na formulação dos
objetivos, pode-se citar para:

Determinar estágio cognitivo de conhecimento: apontar, arrolar, definir, enun-


ciar, inscrever, registrar, relatar, repetir, sublinhar e nomear.

Determinar estágio cognitivo de compreensão: descrever, discutir, esclarecer,


examinar, explicar, expressar, identificar, localizar, traduzir e transcrever.

Determinar estágio cognitivo de aplicação: aplicar, demonstrar, empregar, ilus-


trar, interpretar, inventariar, manipular, praticar, traçar e usar.

Determinar estágio cognitivo de análise: analisar, classificar, comparar, cons-


tatar, criticar, debater, diferenciar, distinguir, examinar, provar, investigar e
experimentar.

Determinar estágio cognitivo de síntese: articular, compor, constituir, coorde-


nar, reunir, organizar e esquematizar.
2.3. Fases da Pesquisa Acadêmica 37

Determinar estágio cognitivo de avaliação: apreciar, avaliar, eliminar, escolher,


estimar, julgar, preferir, selecionar, validar e valorizar.

2.3.6 Metodologia
Nessa etapa, devem ser definidos onde e como será realizada a pesquisa, o tipo
de pesquisa, a população (universo da pesquisa), a amostragem, os instrumentos
de coleta de dados e a forma como pretende tabular e analisar seus dados. O
caminho e os passos a seguir no decorrer do projeto representarão a metodologia,
que deve apresentar as técnicas a serem utilizadas para a coleta e análise dos
dados (entrevistas, questionamentos, testes, técnicas de agrupamento de dados,
elaboração de tabelas, descrição e codificação). Os objetivos da pesquisa e as
hipóteses a comprovar devem ser considerados para a definição da metodologia.
A metodologia é a explicação minuciosa, detalhada, rigorosa e exata da ação
desenvolvida no método (caminho) do trabalho de pesquisa. É a explicação do
tipo de pesquisa, do instrumental utilizado (questionário, entrevista), do tempo
previsto, da equipe de pesquisadores e da divisão do trabalho, das formas de ta-
bulação e tratamento dos dados, do local, do objeto de estudo, das técnicas e
das limitações da pesquisa. Enfim, de tudo aquilo que se utilizou no trabalho de
pesquisa.

2.3.7 Coleta de Dados


Nessa etapa, a pesquisa de campo propriamente dita é feita. Para obter êxito, duas
qualidades são fundamentais: a paciência e a persistência.

2.3.8 Tabulação e Apresentação dos Dados


Nessa etapa, recursos manuais ou computacionais podem ser utilizados para or-
ganizar os dados obtidos na pesquisa de campo. Com o advento da informática,
é natural escolher os recursos computacionais para dar suporte à elaboração de
índices, aos cálculos estatísticos, às tabelas, aos quadros e aos gráficos.

2.3.9 Análise e Discussão dos Resultados


Nessa etapa, os dados tabulados e organizados são interpretados e analisados. A
análise deve ser feita para atender aos objetivos da pesquisa e para comparar e
confrontar dados e provas com o objetivo de confirmar ou rejeitar a(s) hipótese(s)
ou os pressupostos da pesquisa.
38 Metodologia de Pesquisa Aplicada

2.3.10 Conclusão da Análise e dos Resultados Obtidos


Nessa etapa, os resultados obtidos com a pesquisa devem ser sintetizados. Deve
explicitar se os objetivos foram atingidos, se a(s) hipótese(s) ou os pressupostos
foram confirmados ou rejeitados e ressaltar a contribuição da pesquisa para o
meio acadêmico ou para o desenvolvimento da ciência e da tecnologia.

2.3.11 Redação e Apresentação do Trabalho Científico


Nessa etapa, o pesquisador deve redigir seu relatório de pesquisa. O texto deve
ser escrito de modo apurado, isto é, gramaticalmente correto, fraseologicamente
claro, terminologicamente preciso e estilisticamente agradável (AZEVEDO, 1998).
Normas de documentação da Associação Brasileira de Normas Técnicas devem ser
consultadas visando à padronização das indicações bibliográficas e à apresentação
gráfica do texto.

Para Refletir
1) Por que a definição do tema é importante para a elaboração de
uma pesquisa acadêmica? 2) Por que a justificativa é importante
para uma pesquisa acadêmica?

2.4 Técnicas para Coleta de Dados


Os documentos terão fontes primárias ou secundárias de pesquisa. As fontes
primárias são os documentos que geram análises para posterior criação de in-
formações, por exemplo, decretos oficiais, fotografias, cartas, artigos. As fontes
secundárias são as obras nas quais as informações foram elaboradas, por exem-
plo, livros, apostilas, teses e monografias. Nesse sentido, existem procedimentos
necessários para a organização do levantamento de dados.
População (ou universo da pesquisa) é a totalidade de elementos que pos-
suem as mesmas características definidas para determinado estudo. Amostra é
parte da população ou do universo selecionada de acordo com uma regra ou plano.
A amostra pode ser:

• Probabilísticas:

Amostras Acidentais: compostas por acaso, com pessoas que aparecem.


2.4. Técnicas para Coleta de Dados 39

Amostras por Quotas: diversos elementos constantes da população/universo,


na mesma proporção.

Amostras Intencionais: escolhidos casos para a amostra que representem o


"bom julgamento"da população/universo.

• Não-probabilísticas:

Amostras Casuais Simples: cada elemento da população tem oportunidade


igual de ser incluído na amostra.

Amostras Casuais Estratificadas: cada estrato, definido previamente, estará


representado na amostra.

Amostras por Agrupamento: reunião de amostras representativas de uma


população.

2.4.1 Observação
Na observação, são aplicados os sentidos a um objeto para adquirir conhecimento
claro e preciso. A observação deve ser exata, completa, imparcial, sucessiva e
metódica. Considerando a estruturação, a observação científica pode ser:

Observação Assistemática (Observação Não-Estruturada). Não tem planejamento


nem controle previamente elaborados.

Observação Sistemática (Observação Planejada ou Observação Controlada). Tem


planejamento, realiza-se em condições controladas para responder aos pro-
pósitos preestabelecidos.

Observação Não-Participante. O pesquisador presencia o fato, mas não parti-


cipa.

Observação Individual. Realizada por um pesquisador.

Observação em Equipe. Feita por um grupo de pessoas.

Observação na Vida Real. Registro de dados à medida que ocorrem.

Observação em Laboratório. Tudo é controlado.


40 Metodologia de Pesquisa Aplicada

2.4.2 Entrevista
A entrevista é uma das técnicas utilizadas na coleta de dados primários. Para
a entrevista ter sucesso, é necessário um plano ou um roteiro para a entrevista
para as informações necessárias não deixem de ser colhidas. As entrevistas po-
dem ter caráter exploratório ou ser de coleta de informações. Se forem de caráter
exploratório, são permitidas eventuais indagações ou levantamento de dados e
informações não contempladas no formulário; as de coleta de informações são al-
tamente estruturadas, devendo seguir um roteiro previamente estabelecido e dar
conta de respostas-núcleo do objeto de investigação, preferencialmente elaboradas
com itens e questões fechadas, com múltiplas escolhas.
A entrevista direta é aquela em que o entrevistador posiciona-se na frente do
entrevistado; ela é presencial: o entrevistador indaga e o entrevistado responde. A
entrevista indireta é aquela em que o entrevistador utiliza recursos remotos para
obter respostas às indagações; nesse caso, o entrevistado pode realizar a entrevista
por telefone, pela internet ou utilizar outras tecnologias.

2.4.3 Questionário
O questionário é um instrumento de coleta de dados, composto por uma série or-
denada de perguntas. A confecção é feita pelo pesquisador; o preenchimento é
realizado pelo informante. A linguagem utilizada no questionário deve ser simples
e direta para que o informante compreenda, com clareza, o que está sendo pergun-
tado. O questionário deve ser objetivo, limitado em extensão e estar acompanhado
de uma carta de explicação ou de autorização da pesquisa, instruções e agradeci-
mento pela atenção, disponibilidade e veracidade das informações prestadas. As
instruções devem esclarecer o propósito de sua aplicação, ressaltar a importância
da colaboração do informante, facilitar o preenchimento e fazer referência ao seu
conteúdo. Não é recomendado o uso de gírias, a não ser que se faça necessário por
conta de características de linguagem de grupo (grupo de surfistas, por exemplo).
Todo questionário deve passar por uma etapa de pré-teste para corrigir eventuais
erros de formulação.
Quanto às questões, elas precisam contemplar hipóteses de veracidade. As-
sim, precisam ser bem formuladas e claras. Por isso, é interessante (dependendo
da intencionalidade) que o questionário apresente questões diretas e indiretas, fe-
chadas e abertas, objetivas e subjetivas, que permitam respostas por alternativas
a escolher e respostas descritivas. Há várias recomendações úteis à construção de
um questionário, entre elas (YOUNG; LUNDBERG) apud (PESSOA, 1998):
2.4. Técnicas para Coleta de Dados 41

• O questionário deve ser construído em blocos temáticos, obedecendo a uma


ordem lógica na elaboração das perguntas.

• A redação das perguntas deve ser feita em linguagem compreensível ao infor-


mante. A linguagem deve ser acessível ao entendimento da média da popu-
lação estudada. A formulação das perguntas deve evitar a possibilidade de
interpretação dúbia, sugerir ou induzir a resposta.

• Cada pergunta deve focar apenas uma questão para ser analisada pelo infor-
mante.

• O questionário deve conter apenas perguntas relacionadas aos objetivos da


pesquisa. Devem ser evitadas perguntas que, de antemão, sabe-se que não
serão respondidas com honestidade.

2.4.4 Formulário
Formulário é um instrumento com uma coleção de questões pré-impressos e ano-
tadas por um entrevistador numa situação face a face com a outra pessoa (o infor-
mante), nos quais são preenchidos dados e informações levantados na pesquisa,
o que permite a formalização das comunicações e o registro desses dados (CURY,
2005). Os formulários podem ser (OLIVEIRA, 2005):

Planos. Campos desenhados e pré-impressos em papel padronizado, seguindo as


normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas.

Contínuos. Elaborados em papel, mas destinados ao preenchimento por impres-


soras de computador, em grande escala. O desenho desses formulários é feito
em gabaritos de espacejamento que permitem a impressão de acordo com as
características e necessidades do computador e da respectiva impressora.

Eletrônicos. São utilizados sistemas de software que tramitam na organização,


por meio das redes de computador, dispensando a utilização de papel. Esse
tipo de formulário pode ser utilizado em pesquisas que utilizam dos recursos
da Internet, disponibilizados em sites, enviados por e-mails.

Nesse sentido, pode-se afirmar que o formato científico do formulário difere


do questionário pela delimitação e padronização de questões, ou itens alternativos
padronizados.
42 Metodologia de Pesquisa Aplicada

2.4.5 Fichamento
O fichamento é parte importante na organização para efetivar a pesquisa de do-
cumentos. Ele permite fácil acesso aos dados fundamentais para a conclusão do
trabalho. Os registros e a organização das fichas dependem da capacidade de
organização de cada um. Os registros não são feitos necessariamente nas tradici-
onais folhas pequenas de cartolina pautada. Podem ser feitos em folhas de papel
comum ou, mais modernamente, em qualquer programa de banco de dados de um
computador. O importante é que eles estejam bem organizados e de acesso fácil
para que os dados não se percam. Existem três tipos básicos de fichamentos: i)
bibliográfico; ii) resumo ou conteúdo; iii) e citações.

Para Refletir
1) Em seu campo de atuação, qual(is) é(são) a(s) técnicas(s) de co-
leta de dados adequada(s) para ser(em) utilizada(s)? 2) A internet
pode contribuir para o desenvolvimento de uma pesquisa acadê-
mica? Existe algum "malefício"no uso da internet para esse desen-
volvimento?

Para Discussão
Apresentar a sua reflexão, com argumentos, aos seus colegas e dis-
cutir o(s) argumento(s) deles.

2.5 Dicas de Escrita


Algumas dicas (PJF, 2015):

• Deve evitar ao máx. a utiliz. de abrev., etc.

• É desnecessário fazer-se empregar de um estilo de escrita demasiadamente


rebuscado. Tal prática advém de esmero excessivo que raia o exibicionismo
narcisístico.

• Anule aliterações altamente abusivas.

• não esqueça as maiúsculas no inicio das frases.


2.5. Dicas de Escrita 43

• Evite lugares-comuns como o diabo foge da cruz.

• O uso de parênteses (mesmo quando for relevante) é desnecessário.

• Estrangeirismos estão out; palavras de origem portuguesa estão in.

• Evite o emprego de gíria, mesmo que pareça nice, sacou??...então valeu!

• Palavras de baixo calão podem transformar o seu texto numa m... .

• Nunca generalize: generalizar é um erro em todas as situações.

• Evite repetir a mesma palavra, pois essa palavra vai ficar uma palavra repeti-
tiva. A repetição da palavra vai fazer com que a palavra repetida desqualifique
o texto onde a palavra se encontra repetida.

• Não abuse das citações. Como costuma dizer um amigo meu: "Quem cita os
outros não tem ideias próprias".

• Frases incompletas podem causar.

• Não seja redundante, não é preciso dizer a mesma coisa de formas diferentes;
isto é, basta mencionar cada argumento uma só vez, ou por outras palavras,
não repita a mesma ideia várias vezes.

• Seja mais ou menos específico... .

• Frases com apenas uma palavra? Jamais!

• A voz passiva deve ser evitada.

• Utilize a pontuação corretamente o ponto e a vírgula pois a frase poderá ficar


sem sentido especialmente será que ninguém mais sabe utilizar o ponto de
interrogação.

• Quem precisa de perguntas retóricas?

• Conforme recomenda a A.G.O. P, nunca use siglas desconhecidas.

• Exagerar é cem milhões de vezes pior do que a moderação.

• Evite mesóclise. Repita comigo: "mesóclise: evitá-la-ei!”.

• Analogias na escrita são tão úteis quanto chifres numa galinha.

• Não abuse das exclamações! Nunca!!! O seu texto fica horrível!!!!!


44 Metodologia de Pesquisa Aplicada

• Evite frases exageradamente longas, pois estas dificultam a compreensão da


ideia nelas contida e, por conterem mais que uma ideia central, o que nem
sempre torna o seu conteúdo acessível, forçam, desta forma, o pobre leitor
a separá-la nos seus diversos componentes de forma a torná-las compreen-
síveis, o que não deveria ser, afinal de contas, parte do processo da leitura,
hábito que devemos estimular através do uso de frases mais curtas.

• Cuidado com a hortografia, para não estrupar a língúa portuguêza.

• Seja incisivo e coerente, ou não.

• Não fique escrevendo (nem falando) no gerúndio. Você vai estar deixando
seu texto pobre e estar causando ambiguidade, com certeza você vai estar
deixando o conteúdo esquisito, vai estar ficando com a sensação de que as
coisas ainda estão acontecendo. E como você vai estar lendo este texto, tenho
certeza que você vai estar prestando atenção e vai estar repassando aos seus
amigos, que vão estar entendendo e vão estar pensando em não estar falando
desta maneira irritante.

• Outra barbaridade que tu deves evitar chê, é usar muitas expressões que
acabem por denunciar a região onde tu moras! .. nada de mandar esse
trem...vixi..entendeu bichinho?.

• Não permita que seu texto acabe por rimar, porque senão ninguém irá aguen-
tar pois é insuportável o mesmo final escutar, o tempo todo sem parar.

Outras dicas (INSTITUTO PASSADORI, 2015):

• Revise a escrita. Certifique-se de que você não cometeu erros de ortografia,


concordância ou gramática. Em geral, esses erros acontecem por falta de
atenção, mas deixam uma imagem muito negativa sobre o autor.

• Conheça seu público. Embora pareça uma informação desnecessária, conhe-


cer sua audiência vai mudar a linguagem como você escreve.

• Evite aliterações. Utilizar aliterações em excesso pode deixar teu texto chato.
Evite termos com sons semelhantes muito próximos um do outro.

• Cuidado com as preposições. Embora as preposições sejam necessárias para


dar coerência ao seu texto, evite terminar as frases com elas.
2.5. Dicas de Escrita 45

• Fuja dos clichês. Por mais verdadeiros que eles possam ser, os clichês vão
tornar seu texto previsível e entediante. Fuja do lugar comum, encontre novas
maneiras de dizer o que precisa.

• Elimine as comparações. Assim como os clichês, as comparações deixam seu


texto sem graça. Elas são previsíveis e podem criar certa antipatia do público,
uma vez que você pode criticar algo que seus leitores admiram.

• Seja específico. Você precisa ser claro sobre o assunto discutido. Isso não
significa assumir uma posição (em certos textos você pode ser prejudicado ao
escolher um lado), mas você precisa deixar claro para os seus leitores o que
quis dizer com aquele texto.

• Não generalize. Por mais comum que uma situação possa ser, haverá uma
exceção. Esse é um bom motivo para você não generalizar o tema.

• Seja consistente. Pense sobre o que você quer dizer, encontre uma maneira
de fazer isso e mantenha-se fiel a ela. Não seja vago. Pesquise para oferecer
argumentos válidos sobre o tema.

• Não seja redundante. Evite, a qualquer custo, dizer a mesma coisa de diver-
sas formas. Isso mostra aos leitores que você não sabe o que falar sobre o
assunto. Antes de iniciar o texto, monte um roteiro na sua cabeça. Isso ajuda
a eliminar o risco de redundância.

• Esqueça as perguntas retóricas. Elas podem ter muito efeito durante um


discurso falado, mas, no papel, sua única função é tornar o texto chato. Em
vez de perder tempo com perguntas retóricas, preocupe-se em responder os
questionamentos acerca do tema.

• Não exagere. Elimine os superlativos da sua rotina de escrita. Exagerar não


vai ajudar em nada, a não ser que seu objetivo seja deixar claro para o leitor
que seus argumentos são tão vagos que você precisa aumentá-los.

Pesquise
Pesquisar outras dicas de escrita de texto para contribuir na elabo-
ração do seu trabalho de conclusão de curso.
46 Metodologia de Pesquisa Aplicada
Conclusão

Neste guia acadêmico, foram apresentados conceitos de metodologia científica.


Dessa forma, espera-se que ele seja um auxílio no processo de elaboração de um
projeto de pesquisa de um trabalho de conclusão de curso. Pois, mecanismos de
desenvolvimento, informações relevantes e implementação de um projeto de pes-
quisa foram abordados. O conteúdo apresentado neste guia é adequado ao uso no
curso PMD (Produção de Material Didático) por mostrar situações que podem aju-
dar na prevenção de falhas identificadas no processo de elaboração de um projeto
de pesquisa.
48 Metodologia de Pesquisa Aplicada
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