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Didático
M ETODOLOGIA DE P ESQUISA
A PLICADA :
G UIA DE E STUDOS
Lavras/MG – 2015
Ficha Catalográfica preparada pela Divisão de Processos Técnicos
da Biblioteca Central da UFLA
REVISÃO TÉCNICA
Andre Luiz Zambalde
Este documento foi produzido em LATEX, a partir de classe desenvolvida pela equipe do curso,
utilizando-se fontes Bookman no texto e Avant Garde nos títulos. Os títulos dos capítulos foram
produzidos com a fonte CBGreek. As caixas foram produzidas com o auxílio do pacote tcolorbox,
sendo que as imagens utilizadas nessas caixas (Atividade, Saiba Mais, Para Discussão, etc.) foram
adaptadas de imagens disponibilizadas gratuitamente na Openclipart. Para referências conforme
normas da ABNT, foi utilizado o pacote ABNTEX2. O arquivo pdf gerado foi produzido para possibi-
litar impressão frente-e-verso, portanto, é natural existirem páginas pares em branco.
Sumário
1 Produção Acadêmica 3
1.1 Orientação Acadêmica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1.1.1 O Papel do Orientador . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1.1.2 O Papel do Orientado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
1.1.3 Orientação On-Line . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
1.2 Métodos Científicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
1.3 Tipos de Produção Acadêmica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
1.3.1 Resumo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
1.3.2 Resenha Crítica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
1.3.3 Artigo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
1.3.4 Projeto de Pesquisa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
1.3.5 Relatório Técnico-Científico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
1.3.6 Monografia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
1.3.7 Dissertação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
1.3.8 Tese . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
1.4 Estrutura de um Documento Acadêmico . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
2 Pesquisa Acadêmica 27
2.1 Conceitos de Pesquisa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
2.2 Tipos da Pesquisa Acadêmica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
2.3 Fases da Pesquisa Acadêmica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
2.3.1 Escolha do Tema . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
2.3.2 Levantamento ou Revisão de Literatura . . . . . . . . . . . . . . 34
2.3.3 Justificativa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
2.3.4 Problema . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
2.3.5 Objetivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
2.3.6 Metodologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
2.3.7 Coleta de Dados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
2.3.8 Tabulação e Apresentação dos Dados . . . . . . . . . . . . . . . 37
2.3.9 Análise e Discussão dos Resultados . . . . . . . . . . . . . . . . 37
2.3.10Conclusão da Análise e dos Resultados Obtidos . . . . . . . . . 38
4 SUMÁRIO
2.3.11Redação e Apresentação do Trabalho Científico . . . . . . . . . 38
2.4 Técnicas para Coleta de Dados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
2.4.1 Observação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
2.4.2 Entrevista . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
2.4.3 Questionário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
2.4.4 Formulário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
2.4.5 Fichamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
2.5 Dicas de Escrita . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
Lista de Figuras
Atividade
Aponta uma atividade que você deve realizar. Quando esse ícone
aparecer, fique atento: ele indica que é a sua vez de fazer, de cumprir
alguma atividade, inclusive no ambiente virtual do curso.
Para Discussão
Apresenta uma ideia formulada para ser posteriormente discutida
com os demais participantes do curso.
Exemplo
Disponibiliza um ou mais exemplos para melhor esclarecer o con-
teúdo.
Importante!
Aponta uma observação importante, orientando o leitor a prestar
mais atenção à informação destacada.
Pesquise
Indica a necessidade de fazer pesquisas, buscando informações adi-
cionais sobre o tema abordado
Para Refletir
Orienta sobre a necessidade de fazer uma pausa e pensar sobre o
assunto abordado para responder a algum questionamento.
8 LISTA DE FIGURAS
Saiba Mais
Indicação de material ou leituras adicionais para aprofundamento
teórico ou prático
Síntese
Apresenta um resumo dos principais assuntos abordados no tópico
ou unidade.
Sobre os Autores
Neste guia didático, o objetivo é conduzir o leitor na pesquisa acadêmica, cujo con-
teúdo consiste na abrangência de métodos científicos, tipo e etapas de uma pes-
quisa acadêmica. No desenvolvimento de uma pesquisa científica, primeiramente,
delimita-se o escopo, o qual deve estar bem definido para que o desenvolvimento
da pesquisa seja bem conduzido, não abrangendo nada a mais nem a menos. Ao
final, deve-se concluir a pesquisa apresentando o resultado obtido a partir do de-
senvolvimento. Esse resultado deve atender ao (estar "dentro"do) escopo. Assim,
pode-se perceber que o escopo foi atendido.
A elaboração deste guia baseou-se na literatura, bem como em experiências
adquiridas na orientação de trabalhos de conclusão de curso de graduação, de
iniciação científica e de especialização e de dissertações de mestrado.
2 Metodologia de Pesquisa Aplicada
U NIDADE 1
Produção Acadêmica
Objetivos da Unidade:
Nesta unidade, o objetivo foi apresentar os papéis
envolvidos em uma produção acadêmica, o que é
um método científico e os tipos de métodos cien-
tíficos mais comumente encontrados e utilizados
pelos pesquisadores.
Conteúdos Abordados:
• Papel do orientador
• Papel do orientado
Para Refletir
Você tem cumprido seu papel como orientador? Pensar que orienta-
dor não é apenas para conduzir um projeto de pesquisa, mas para a
formação cidadã dos alunos.
Objetiva. Toda oração tem o objetivo de declarar ou explicar algo e, por sua vez,
deve estar aninhada em um parágrafo e alinhada com o seu objetivo, que deve
estar aninhado em uma seção e alinhado com o objetivo dessa seção e assim
por diante. Um texto científico não é uma coleção de informações e recortes,
mas deve ser fluente, elegante e atraente (pelo menos para quem gosta de
ciência).
Unívoca. Não ambígua! Uma oração deve "dizer"somente o que se pretende dizer.
Subleituras e outras camadas de entendimento são desejáveis na literatura e
em outras artes, não em textos científicos. Se houver uma palavra que possa
ser interpretada de mais de uma maneira, ela deve ser evitada. Um bom texto
científico deve ter palavras bem conceituadas e contextualizadas, de outro
modo não tem valor.
Para Refletir
Quando na realização de um curso que requer um trabalho de con-
clusão, você tem desempenhado de maneira adequada seu papel de
orientado? Pensar que orientado não deve deixar o trabalho para
"em cima da hora", mas estar preparado para as reuniões com o
orientador.
Método Dedutivo Esse método pressupõe que só a razão é capaz de levar ao co-
nhecimento verdadeiro. O raciocínio dedutivo tem o objetivo de explicar o
conteúdo das premissas. Por intermédio de uma cadeia de raciocínio em or-
dem descendente, de análise do geral para o particular, chega-se a uma con-
clusão. É utilizado o silogismo para obter, a partir de duas premissas, uma
terceira premissa logicamente decorrente das duas primeiras, denominada de
conclusão. É empregado em pesquisa quantitativa.
fatos para explicar uma nova situação decorrente desse conflito. Os elemen-
tos básicos são a tese (afirmação ou situação inicialmente dada), a antítese
(oposição à tese) e a síntese (uma situação nova que carrega dentro de si
elementos resultantes desse embate). É empregado em pesquisa qualitativa.
Pesquise
Como você consegue determinar a escolha de um método científico?
Para Refletir
Em seu campo de atuação, qual(is) é(são) o(s) método(s) científico(s)
mais adequado(s) para ser(em) aplicado(s)?
Atividade
1) Justificar o(s) método(s) mais adequado(s) identificado(s) em sua
reflexão. 2) Em um ambiente acadêmico de nível Fundamental, Mé-
dio, Superior e Pós-graduação, qual(is) é(são) o(s) método(s) mais
adequado(s)?
14 Metodologia de Pesquisa Aplicada
Para Discussão
Apresentar, com argumentação, aos seus colegas a atividade suge-
rida e discutir o ponto de vista deles.
1.3.1 Resumo
O resumo é a apresentação concisa das principais ideias de um texto. Resulta da
capacidade analítica e compreensiva que o leitor adquire no momento em que faz
sua leitura. Quanto mais se tem domínio e compreensão do texto, maior é a capa-
cidade de síntese e de apresentação de forma breve. Na apresentação do resumo,
deve-se evitar a manifestação de opinião sobre o tema ou analisá-lo criticamente.
O acréscimo da crítica, no resumo, caracteriza outro tipo de trabalho, denominado
resumo crítico ou resenha crítica.
No meio acadêmico, o desenvolvimento de um resumo é importante, pois
permite em rápida leitura, recordar o essencial do que se estudou e apresentar a
conclusão a que se chegou (GALLIANO, 1979). Existem três tipos de resumos:
Resumo crítico. Resumo redigido por especialistas com análise crítica de um do-
cumento.
• Leitura integral para ter uma visão de conjunto da unidade (capítulo). Alguns
preferem não fazer a leitura integral do texto achando que vão perder tempo
e partem logo para a elaboração do resumo, mas a leitura integral do capítulo
permite uma visão ampla da estrutura do texto, possibilitando diferenciar o
que é essencial e o que é secundário.
1.3. Tipos de Produção Acadêmica 15
• competência na matéria;
• independência de juízo;
• correção e urbanidade;
16 Metodologia de Pesquisa Aplicada
Digesto. Resumo das principais ideias dos capítulos ou da obra como um todo.
1.3.3 Artigo
O artigo (paper) é um trabalho científico cujo objetivo é analisar um tema/ques-
tão/problema, por meio do desenvolvimento de um ponto de vista de quem o es-
creve. O paper geralmente trata do particular ou da essência do problema. Se o
autor apenas compilou informações sem fazer avaliações ou interpretações sobre
elas, trata-se simplesmente de um relato e não de um paper. Assim, a composição
de um paper decorre do estudo e do posicionamento de quem o escreve. Para isso,
o autor deve manter distanciamento crítico ou não deve transparecer suas crenças
e suas preferências.
Nesse tipo de trabalho, as reflexões devem ser do autor do paper (HEERDT
M. L.; LEONEL, 2005). Para a composição do paper, cinco passos devem ser se-
guidos ROTH (MEDEIROS, 1996): i) escolher o assunto; ii) reunir informações; iii)
1.3. Tipos de Produção Acadêmica 17
avaliar o material; iv) organizar as idéias; e v) redigir o paper. Dois tipos de papers
podem ser considerados:
1.3.6 Monografia
Com base na etimologia da palavra, pode-se perceber que monografia resulta de
um trabalho intelectual baseado em apenas um assunto. A monografia é um
estudo realizado com profundidade e seguindo métodos científicos de pesquisa e
de apresentação de um assunto em todos os seus detalhes, como contributo à
ciência respectiva (BEBBER G. MARTINELLO, 1997). A monografia apresenta as
seguintes características (LAKATOS E. M.; MARCONI, 2003):
• Metodologia específica.
1.3.7 Dissertação
Na literatura, podem ser encontradas algumas definições para dissertação, por
exemplo:
1.3.8 Tese
São várias, mas não contraditórias, as definições de teses formuladas por diferen-
tes autores:
• Tese é uma abordagem de um único tema, que exige pesquisa própria da área
científica em que se situa, com os instrumentos metodológicos específicos,
podendo ser de origem experimental, histórica ou filosófica, versando sobre
um tema único, específico, delimitado e restrito (SEVERINO, 2000).
• Estudar e resolver uma questão ainda não explorada, esforçando-se para que
a sua tese seja uma verdadeira contribuição aos conhecimentos humanos
existentes.
22 Metodologia de Pesquisa Aplicada
Para Refletir
Em seu campo de atuação, qual(is) é(são) o(s) tipo(s) de produção
acadêmica mais adequado(s) para ser(em) aplicado(s)?
Atividade
1) Justificar o(s) tipo(s) de produção acadêmica mais adequado(s)
identificado(s) em sua reflexão. 2) Em um ambiente acadêmico de
nível Fundamental, Médio, Superior e Pós-graduação, qual(is) é(são)
o(s) tipo(s) de produção acadêmica mais adequado(s)? 3) Existe
alguma diferença entre Monografia, Dissertação e Tese? Se, sim,
qual(is)?
Para Discussão
Apresentar, com argumentação, aos seus colegas, a atividade suge-
rida e discutir o ponto de vista deles.
Errata é um elemento opcional. Deve ser inserida logo após a folha de rosto.
Objetivos da Unidade:
Nesta unidade, objetivou-se foi apresentar con-
ceitos, tipos e fases de uma pesquisa acadêmica.
Além disso, técnicas de coletar dados foram abor-
dadas para subsidiar o orientado a organizar os
dados de maneira a permitir elaborar/construir re-
sultados menos arduamente.
Conteúdos Abordados:
• Pesquisa é uma atitude e uma prática teórica de constante busca para definir
um processo intrinsecamente inacabado e permanente. É uma atividade de
aproximação sucessiva da realidade que não se esgota, fazendo uma combi-
nação particular entre teoria e dados (MINAYO, 1993).
Para Discussão
Vários autores conceituam pesquisa. Porém, há conceitos similares.
O que você acha desses conceitos com relação a essa similaridade?
Por exemplo, pode-se adotar apenas um deles? Eles são complemen-
tares? Eles realmente são similares ou são completamente diferen-
tes? Discutir com os colegas.
Para Refletir
Como pode ser caracterizado o tipo de pesquisa acadêmica que você
pretende realizar no PMD?
Atividade
Explicar o tipo de pesquisa acadêmica que você pretende realizar no
PMD?
2.3. Fases da Pesquisa Acadêmica 33
Para Discussão
Apresentar aos seus colegas, com argumentação, o tipo de pesquisa
acadêmica que você pretende realizar. Discutir a argumentação de
seus colegas.
ser uma revisão teórica, ser uma revisão empírica ou ainda ser uma revisão his-
tórica. A revisão de literatura é fundamental, pois fornece elementos para evitar
duplicação de pesquisas sobre o mesmo enfoque do tema e favorece a definição de
contornos mais precisos do problema a ser estudado.
O levantamento ou revisão de literatura é a localização e a obtenção de do-
cumentos para avaliar a disponibilidade de material que subsidiará o tema do tra-
balho de pesquisa. Esse levantamento/revisão é realizado junto às bibliotecas ou
serviços de informações existentes. Essa etapa do trabalho científico é o marco teó-
rico, a construção de uma perspectiva teórica (SAMPIERI R. H.; COLADO; LUCIO,
2006) e pode efetivar o modo de contextualizar o problema de pesquisa científica
elaborado. É o marco, pois são definidos o conceito de teoria e outros conceitos re-
lacionados com a elaboração de teorias relacionadas com os enfoques qualitativos
e quantitativos da pesquisa.
2.3.3 Justificativa
Nessa etapa, deve-se refletir sobre "o porquê"da realização da pesquisa, procu-
rando identificar as razões da preferência pelo tema escolhido e sua importância
em relação a outros temas. Devem ser respondidas perguntas, tais como, "o tema
é relevante e, se é, por quê?", "quais os pontos positivos que se pode perceber
na abordagem proposta?"e "quais vantagens e benefícios é pressuposto que a pes-
quisa irá proporcionar?". A justificativa deve convencer quem for lê-la, com relação
à importância e à relevância da pesquisa proposta.
A justificativa é o convencimento de que o trabalho de pesquisa possui fun-
damentos para ser efetivado. A comprovação do tema escolhido pelo pesquisador e
a hipótese levantada são importantes para a sociedade ou para alguns indivíduos.
Deve-se ter cuidado de não justificar a hipótese levantada, ou seja, tentar respon-
der ou concluir o que vai ser buscado no trabalho de pesquisa. A justificativa
exalta a importância do tema a ser estudado e justifica a necessidade imperiosa
de levar a efeito a pesquisa.
2.3.4 Problema
Nessa etapa, deve-se refletir sobre o problema que pretende ser resolvido na pes-
quisa, se é realmente um problema e se vale a pena tentar encontrar uma solução
para ele. A pesquisa científica depende da formulação adequada do problema, isso
porque objetiva buscar sua solução. O problema é a mola propulsora da pesquisa.
Depois de definido o tema, levanta-se uma questão para ser respondida por meio
36 Metodologia de Pesquisa Aplicada
2.3.5 Objetivos
Nessa etapa, deve-se pensar a respeito da intenção ao propor a pesquisa e sinteti-
zar o que o pesquisador pretende alcançar com a pesquisa. Objetivo é sinônimo de
meta, fim. Os objetivos devem estar coerentes com a justificativa e o problema pro-
posto. Os objetivos podem ser separados em Objetivo Geral e Objetivos Específicos.
O objetivo geral é a síntese do que se pretende alcançar e os objetivos específicos
explicitam os detalhes e são desdobramentos do objetivo geral. Os objetivos infor-
mam para a pesquisa proposta, isto é, quais os resultados que pretende alcançar
ou qual a contribuição que a pesquisa irá efetivamente proporcionar. Os enuncia-
dos dos objetivos devem começar com um verbo no infinitivo, indicando uma ação
passível de mensuração. Como exemplos de verbos utilizados na formulação dos
objetivos, pode-se citar para:
2.3.6 Metodologia
Nessa etapa, devem ser definidos onde e como será realizada a pesquisa, o tipo
de pesquisa, a população (universo da pesquisa), a amostragem, os instrumentos
de coleta de dados e a forma como pretende tabular e analisar seus dados. O
caminho e os passos a seguir no decorrer do projeto representarão a metodologia,
que deve apresentar as técnicas a serem utilizadas para a coleta e análise dos
dados (entrevistas, questionamentos, testes, técnicas de agrupamento de dados,
elaboração de tabelas, descrição e codificação). Os objetivos da pesquisa e as
hipóteses a comprovar devem ser considerados para a definição da metodologia.
A metodologia é a explicação minuciosa, detalhada, rigorosa e exata da ação
desenvolvida no método (caminho) do trabalho de pesquisa. É a explicação do
tipo de pesquisa, do instrumental utilizado (questionário, entrevista), do tempo
previsto, da equipe de pesquisadores e da divisão do trabalho, das formas de ta-
bulação e tratamento dos dados, do local, do objeto de estudo, das técnicas e
das limitações da pesquisa. Enfim, de tudo aquilo que se utilizou no trabalho de
pesquisa.
Para Refletir
1) Por que a definição do tema é importante para a elaboração de
uma pesquisa acadêmica? 2) Por que a justificativa é importante
para uma pesquisa acadêmica?
• Probabilísticas:
• Não-probabilísticas:
2.4.1 Observação
Na observação, são aplicados os sentidos a um objeto para adquirir conhecimento
claro e preciso. A observação deve ser exata, completa, imparcial, sucessiva e
metódica. Considerando a estruturação, a observação científica pode ser:
2.4.2 Entrevista
A entrevista é uma das técnicas utilizadas na coleta de dados primários. Para
a entrevista ter sucesso, é necessário um plano ou um roteiro para a entrevista
para as informações necessárias não deixem de ser colhidas. As entrevistas po-
dem ter caráter exploratório ou ser de coleta de informações. Se forem de caráter
exploratório, são permitidas eventuais indagações ou levantamento de dados e
informações não contempladas no formulário; as de coleta de informações são al-
tamente estruturadas, devendo seguir um roteiro previamente estabelecido e dar
conta de respostas-núcleo do objeto de investigação, preferencialmente elaboradas
com itens e questões fechadas, com múltiplas escolhas.
A entrevista direta é aquela em que o entrevistador posiciona-se na frente do
entrevistado; ela é presencial: o entrevistador indaga e o entrevistado responde. A
entrevista indireta é aquela em que o entrevistador utiliza recursos remotos para
obter respostas às indagações; nesse caso, o entrevistado pode realizar a entrevista
por telefone, pela internet ou utilizar outras tecnologias.
2.4.3 Questionário
O questionário é um instrumento de coleta de dados, composto por uma série or-
denada de perguntas. A confecção é feita pelo pesquisador; o preenchimento é
realizado pelo informante. A linguagem utilizada no questionário deve ser simples
e direta para que o informante compreenda, com clareza, o que está sendo pergun-
tado. O questionário deve ser objetivo, limitado em extensão e estar acompanhado
de uma carta de explicação ou de autorização da pesquisa, instruções e agradeci-
mento pela atenção, disponibilidade e veracidade das informações prestadas. As
instruções devem esclarecer o propósito de sua aplicação, ressaltar a importância
da colaboração do informante, facilitar o preenchimento e fazer referência ao seu
conteúdo. Não é recomendado o uso de gírias, a não ser que se faça necessário por
conta de características de linguagem de grupo (grupo de surfistas, por exemplo).
Todo questionário deve passar por uma etapa de pré-teste para corrigir eventuais
erros de formulação.
Quanto às questões, elas precisam contemplar hipóteses de veracidade. As-
sim, precisam ser bem formuladas e claras. Por isso, é interessante (dependendo
da intencionalidade) que o questionário apresente questões diretas e indiretas, fe-
chadas e abertas, objetivas e subjetivas, que permitam respostas por alternativas
a escolher e respostas descritivas. Há várias recomendações úteis à construção de
um questionário, entre elas (YOUNG; LUNDBERG) apud (PESSOA, 1998):
2.4. Técnicas para Coleta de Dados 41
• Cada pergunta deve focar apenas uma questão para ser analisada pelo infor-
mante.
2.4.4 Formulário
Formulário é um instrumento com uma coleção de questões pré-impressos e ano-
tadas por um entrevistador numa situação face a face com a outra pessoa (o infor-
mante), nos quais são preenchidos dados e informações levantados na pesquisa,
o que permite a formalização das comunicações e o registro desses dados (CURY,
2005). Os formulários podem ser (OLIVEIRA, 2005):
2.4.5 Fichamento
O fichamento é parte importante na organização para efetivar a pesquisa de do-
cumentos. Ele permite fácil acesso aos dados fundamentais para a conclusão do
trabalho. Os registros e a organização das fichas dependem da capacidade de
organização de cada um. Os registros não são feitos necessariamente nas tradici-
onais folhas pequenas de cartolina pautada. Podem ser feitos em folhas de papel
comum ou, mais modernamente, em qualquer programa de banco de dados de um
computador. O importante é que eles estejam bem organizados e de acesso fácil
para que os dados não se percam. Existem três tipos básicos de fichamentos: i)
bibliográfico; ii) resumo ou conteúdo; iii) e citações.
Para Refletir
1) Em seu campo de atuação, qual(is) é(são) a(s) técnicas(s) de co-
leta de dados adequada(s) para ser(em) utilizada(s)? 2) A internet
pode contribuir para o desenvolvimento de uma pesquisa acadê-
mica? Existe algum "malefício"no uso da internet para esse desen-
volvimento?
Para Discussão
Apresentar a sua reflexão, com argumentos, aos seus colegas e dis-
cutir o(s) argumento(s) deles.
• Evite repetir a mesma palavra, pois essa palavra vai ficar uma palavra repeti-
tiva. A repetição da palavra vai fazer com que a palavra repetida desqualifique
o texto onde a palavra se encontra repetida.
• Não abuse das citações. Como costuma dizer um amigo meu: "Quem cita os
outros não tem ideias próprias".
• Não seja redundante, não é preciso dizer a mesma coisa de formas diferentes;
isto é, basta mencionar cada argumento uma só vez, ou por outras palavras,
não repita a mesma ideia várias vezes.
• Não fique escrevendo (nem falando) no gerúndio. Você vai estar deixando
seu texto pobre e estar causando ambiguidade, com certeza você vai estar
deixando o conteúdo esquisito, vai estar ficando com a sensação de que as
coisas ainda estão acontecendo. E como você vai estar lendo este texto, tenho
certeza que você vai estar prestando atenção e vai estar repassando aos seus
amigos, que vão estar entendendo e vão estar pensando em não estar falando
desta maneira irritante.
• Outra barbaridade que tu deves evitar chê, é usar muitas expressões que
acabem por denunciar a região onde tu moras! .. nada de mandar esse
trem...vixi..entendeu bichinho?.
• Não permita que seu texto acabe por rimar, porque senão ninguém irá aguen-
tar pois é insuportável o mesmo final escutar, o tempo todo sem parar.
• Evite aliterações. Utilizar aliterações em excesso pode deixar teu texto chato.
Evite termos com sons semelhantes muito próximos um do outro.
• Fuja dos clichês. Por mais verdadeiros que eles possam ser, os clichês vão
tornar seu texto previsível e entediante. Fuja do lugar comum, encontre novas
maneiras de dizer o que precisa.
• Seja específico. Você precisa ser claro sobre o assunto discutido. Isso não
significa assumir uma posição (em certos textos você pode ser prejudicado ao
escolher um lado), mas você precisa deixar claro para os seus leitores o que
quis dizer com aquele texto.
• Não generalize. Por mais comum que uma situação possa ser, haverá uma
exceção. Esse é um bom motivo para você não generalizar o tema.
• Seja consistente. Pense sobre o que você quer dizer, encontre uma maneira
de fazer isso e mantenha-se fiel a ela. Não seja vago. Pesquise para oferecer
argumentos válidos sobre o tema.
• Não seja redundante. Evite, a qualquer custo, dizer a mesma coisa de diver-
sas formas. Isso mostra aos leitores que você não sabe o que falar sobre o
assunto. Antes de iniciar o texto, monte um roteiro na sua cabeça. Isso ajuda
a eliminar o risco de redundância.
Pesquise
Pesquisar outras dicas de escrita de texto para contribuir na elabo-
ração do seu trabalho de conclusão de curso.
46 Metodologia de Pesquisa Aplicada
Conclusão
CURY, A. Organização e Métodos: Uma Visão Holística. 8. ed. São Paulo, 2005.
PJF. 30 Bem Humoradas Dicas para que sua Escrita seja Levada a Sé-
rio. Portal da Justiça Federal - Portal do Desenvolvimento. Jornal Con-
versa Pessoal - Secretaria de Recursos Humanos do Senado Federal,
2015. Disponível em: <http://portal.cjf.jus.br/cjf/banco-de-conteudos-1/
30-bem-humoradas-dicas-para-que-sua-escrita-seja>. Acesso em: 27 jan. 2015.
RUIZ, J. A. Metodologia Científica: Guia para Eficiência nos Estudos. 4. ed. São
Paulo, 1996. 48 p.