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Campus Salvador
Departamento de Química
Curso técnico integrado em Química
Disciplina: Análise Instrumental II
Docente: Wagna Piller
Turma: 8841/G3
Equipe técnica: Natalia Beatriz (n.28), Pamela Correia (n.30) e Ricardo Duarte (n. 31)
Salvador – Bahia
2017
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RESUMO
Para quantificar a cafeína presente em uma amostra recebida pelo professor, utilizou-se
métodos baseados na absorção da radiação na região do infravermelho, na faixa 1500 – 1800 cm-1.
Preparou-se uma curva analítica (figura 6, pág. 12) com os valores de absorbância em função de cada
um dos cinco níveis de solução padrão de cafeína (6mg/L, 10mg/L, 14mg/L, 28mg/L, 22mg/L).
Realizou-se o blackground antes das determinações. Foram obtidos: o desvio padrão e os coeficiente
de variação entre as 5 medidas da curva analítica (0,122 e 0,184%), o limite de detecção e o limite de
quantificação de cafeína para essa técnica sendo estes 0,02 e 0,07, respectivamente; e o coeficiente de
correlação com valor de 0,99959. O resultado médio obtido na quantificação da cafeína na amostra foi
de 17,824ppm.
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Sumário
1. Introdução ..................................................................................................................................... 4
2. Objetivos ........................................................................................................................................ 6
2.1. Objetivo Geral ............................................................................................................. 6
2.2. Objetivo Específico ..................................................................................................... 6
3. Parte experimental ........................................................................................................................ 7
3.1. Reagentes, vidrarias e outros materiais ............................................................................ 7
3.2. Equipamento ..................................................................................................................... 7
3.3. Procedimento Experimental .............................................................................................. 8
3.3.1. Amostra Sólida ................................................................................................... 8
3.3.2. Amostra Líquida ................................................................................................. 8
3.3.3 Curva Analítica .................................................................................................... 8
3.3.4 Determinação do teor da cafeína em amostra ...................................................... 8
4. Resultados e Discussões ................................................................................................................. 9
5. Conclusão ...................................................................................................................................... 15
6. Referências .................................................................................................................................... 16
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1. Introdução
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de equilíbrio, e as frequências vibracionais de ressonância são determinadas pelos modos
normais correspondentes à superfície de energia potencial do estado eletrônico padrão. Não obstante,
as frequências de ressonância podem ser em uma primeira aproximação relacionadas ao comprimento
da ligação e às massas dos átomos em cada ponta dela. Vale salientar que tais ligações podem vibrar
de seis modos: estiramento simétrico, estiramento assimétrico, tesoura, torção (twist), balanço
(wag) e rotação. [3] A fim de se fazer medidas em uma amostra, um feixe de radiação infravermelha
passa pela amostra, e a quantidade de energia transmitida é registrada. Pode-se registrar a quantidade
de energia absorvida ou até mesmo espalhada, mas na espectroscopia IV é mais comum utilizar a
energia transmitida, ou seja, a energia que sobra após a amostra absorver a radiação incidida.
Repetindo-se esta operação ao longo de uma faixa de comprimentos de onda de interesse (normalmente
4000-400 cm-1) um gráfico pode ser construído, sendo a abscissa o valor da energia (lembrando que a
equação de Planck relaciona comprimento de onda com energia), em que comumente utiliza-se
"número de onda" (unidade cm-1) e transmitância em % no eixo vertical. Quando olhando para o
gráfico de uma substância, um usuário experiente pode identificar informações dessa substância nele.
O equipamento utilizado para realizar tal análise é o espectrômetro de infravermelho. Os primeiros
espectrômetros de IV desenvolvidos e utilizados para análise química foram do tipo dispersivo, onde
se fazia a varredura do espectro com luz monocromática. Esses espectrômetros eram, em sua grande
maioria, do tipo analógico, de baixa sensibilidade e longo tempo de varredura (em torno de 15 minutos
por amostra) (RIFFTHS, 1975; BRAIMAN e ROTHSCHILD, 1988).
Com o advento dos microcomputadores, os espectrômetros com Transformada de Fourier passaram a
ser os mais utilizados, pois apresentam algumas vantagens sobre os dispersivos. Uma dessas vantagens
é a de Fellgett que resulta da detecção de todos os sinais simultaneamente, permitindo uma rápida
varredura do espectro. Além desta, há uma melhora da razão sinal/ruído, resultante do aumento da
intensidade ótica através da amostra devido à ausência de fenda. Há, também, a vantagem de Connes,
advinda da utilização do comprimento de onda padrão (usualmente um laser He-Ne) para medir a
posição do espelho móvel do interferômetro. Isso resulta numa escala de número de onda mais acurada
e reprodutível do que as escalas obtidas nos instrumentos dispersivos (GRIFFTHS, 1975; GRIFFTHS
et. al., 1977; BRAIMAN e ROTHSCHILD, 1988).
Vale ressaltar que os efeitos interferentes da análise está intimamente ligado ao grau de
complexibilidade da amostra, ou seja, quanto mais complexa é a amostra maior o número de
interferentes presentes, e consequentemente mais difícil se torna a construção de uma calibração
univariada confiável, sendo necessário lançar mão de cálculos estatísticos mais rebuscados, que
permitam a utilização de vários comprimentos de onda para determinação de uma única propriedade,
obtendo-se, assim, uma calibração multivariada. [4]
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2. Objetivos
2.1.Objetivo Geral
Determinar o teor de cafeína em amostra de concentração desconhecida de cafeína em
clorofórmio.
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3. Parte experimental
3.1.Reagentes, vidrarias e outros materiais
Quadro 1: Reagentes utilizados durante o experimento.
Espectrômetro Especificações
Marca Perkin Elmer
Modelo Spectrum Two
Faixa Espectral 8300 – 350 cm-1
Comprimento de onda 8
21 CFR Parte 11 Compatível Sim
Profundidade 30,0 cm
Detector Tipo LiTaO3
Altura 21,0 cm
Faixa de Operação 5 – 45 °C
Portátil Sim
Tipo de Tecnologia Infravermelho
Peso Aproximadamente 12 kg
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3.3. Procedimento experimental
3.3.1. Amostra Sólida
Com o auxílio de um pistilo e almofariz de ágata, preparou-se uma mistura de brometo de potássio
sólido e cafeína sólida. Utilizou-se uma prensa para aplicar uma pressão suficiente para que essa
solução sólido-sólido formada, se tornasse translúcida. Analisou-se a solução num espectrômetro de
marca-modelo Perkin Elmer – Espectrum Two (fig. 2, pág. 10) e obteve-se seu espectro no
infravermelho.
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4. Resultados e Discussões
A partir de uma solução padrão estoque de cafeína de concentração igual a 100ppm foram
preparadas cinco soluções de diferentes concentrações, conforme tabela 1 abaixo, utilizando como
solvente o clorofórmio, pois este é bastante apropriado para solubilizar a cafeína, quando comparado
com outros solventes como a água, por exemplo. Isso porque a molécula do solvente orgânico
(clorofórmio) apresenta uma maior semelhança com a molécula do soluto (cafeína), já que ambos
possuem baixa polaridade (Figura 1, pág. 9). Além disso, foi levado em consideração que a água
poderia facilmente solubilizar a célula de brometo de potássio, um sal altamente solúvel,
impossibilitando a análise. [3]
Tabela 1: Relação entre as alíquotas retiradas da solução de 100ppm e as concentrações das soluções preparadas.
FONTE: Google
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Figura 2: Espectrômetro Perkin Elmer - Spectrum Two utilizado na análise na região do infravermelho.
Antes iniciar às análises foi realizado um teste por amostragem sólida onde ao brometo de potássio
(Kbr) sólido foi adicionado cafeína sólida. Os dois compostos sólidos foram misturados com o auxílio
de um pistilo e almofariz de ágata, um material rígido que não se fragmenta facilmente e não
contaminaria a amostra. Após isto, à solução sólido-sólido formada foi aplicada uma pressão suficiente
para que ela se tornasse translúcida e fosse possível ser analisada no aparelho e obtido seu espectro no
infravermelho. O espectro da solução sólido-sólido será discutido mais adiante.
É importante informar que antes de qualquer varredura do espectro das soluções, foi realizada uma
varredura do espectro de background, com o objetivo de eliminar toda a interferência do ambiente
sobre as análises, como a presença de CO2, umidade do ar e outros compostos voláteis presentes. Para
a amostragem líquida o solvente clorofórmio foi utilizado como branco e inserido numa das células de
KBr (fig. 3, pág. 10), de modo a obter o seu espectro e assim eliminar sua interferência na leitura dos
padrões de cafeína[3].
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Para as análises dos padrões de cafeína, foi preciso inseri-los nas células diferentes de KBr e
coloca-las no aparelho, uma de cada vez. Vale ressaltar que a varredura do background foi realizada
entre cada análise, já que não era possível garantir o mesmo ambiente isento de interferentes para cada
[3]
solução analisada . Para cada solução foi obtido um espectro no infravermelho, no modo
transmitância, e após o fim das análises foi obtido um espectro interpolado das soluções de
concentrações diferentes (Figura 4, pág. 11).
Antes de iniciar às análises das amostras liquidas foi realizado um teste de uma amostra sólido-
sólido onde ao brometo de potássio foi o solvente e a cafeína sólida o soluto. Os dois compostos sólidos
foram misturados com o auxílio de um pistilo e almofariz de ágata, pois este é um material rígido que
não se fragmenta facilmente e não contaminaria a amostra. Após isto, à solução sólido-sólido formada
foi submetida a uma pressão suficiente para que ela se tornasse translúcida e fosse possível ser
analisada no aparelho e obtido seu espectro no infravermelho, localizado na região inferior da figura
4, p. 11. É perceptível que este espectro não é tão bem definido quanto os espectros das soluções
sólido-líquido. Isso pode ser explicado por alguns fatores no preparo da solução sólida, como por
exemplo, uma má homogeneização ao misturar o brometo de potássio com a cafeína, enquanto que a
solubilização da cafeína pelo clorofórmio é total [3]. Analisando os espectros e comparando-os com os
valores de número de onda teóricos (Figura 5, pág.12), foi possível confirmar a presença da cafeína
nas soluções.
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Figura 5: Guia para interpretação de espectros no infravermelho.
Tendo feito a obtenção dos espectros das soluções padrão de cafeína, através do próprio software do
equipamento foi construída a curva analítica (Figura 6, pág. 12), sendo possível obter o coeficiente de
correlação, R2 para fins de avaliar a correlação entre os dados obtidos.
O coeficiente de correlação aceito pela ANVISA para análise de alimentos é de 0,99000, para essa
experiência os professores orientadores flexibilizaram para 0,90000, devido à falta de experiência dos
analistas. No entanto, o coeficiente de correlação obtido foi de 0,99959, sugerindo que tanto o preparo
das soluções quanto as varreduras dos espectros no infravermelho foram de alta precisão.
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Foi realizado, em seguida, a varredura de uma amostra de cafeína em clorofórmio, de concentração
desconhecida. A análise foi realizada em triplicata para obter maior confiabilidade nos resultados
obtidos (Figura 7, pág. 13).
Figura 7: Espectro no infravermelho no modo transmitância para a amostra de cafeína.
Na tabela 2 abaixo estão os dados obtidos após a obtenção do espectro da amostra de cafeína e da
inserção da mesma na curva analítica.
Analisando os valores obtidos através do software foi possível calcular o desvio padrão e o
coeficiente de variação entre as medidas (0,122 e 0,684), para fins de avaliação da dispersão dos
resultados obtidos. Visando que o coeficiente de variação preferível é de até 10%, infere-se que as os
valores obtidos são indicativos de que a análise em triplicata apresentou alta precisão nos resultados.[6]
O cálculo do limite de quantificação (equação 1, pág. 13) determina a concentração em que ocorre um
desvio de linearidade dos padrões. Já do limite de detecção (equação 2, pág. 14) avalia a quantidade
mínima de analito detectável pelo instrumento [7]. Através da equação matemática obtida com a curva
analítica calculou- se a concentração da cafeína na amostra sendo esta 17,824ppm.
Equação 1:
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Equação 2:
Em que:
é o desvio-padrão.
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5. Conclusão
Através do presente experimento, foi possível determinar o teor de cafeína na amostra recebida,
aplicando um método de determinação baseado na absorção da radiação, isto é, na espectroscopia do
infravermelho. Assim, obteve-se os espectros das amostras líquidas e sólidas, realizando o blackground
entre as medições para construção da curva analítica. Pode-se também analisar tais espectros e
compara-los com os valores de número de onda teóricos. Obteve-se o coeficiente de correlação (R2)
da curva e calculou-se o valor do desvio padrão e do coeficiente de variação como parâmetro de
avaliação da dispersão dos resultados, concluindo que os dados apresentaram baixa dispersão,
indicando uma técnica de alta precisão. Além disso, também foi possível calcular o limite de detecção
e o limite quantificação da técnica espectroscópica empregada.
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6. Referências
[2] Procedimento Experimental disponível em: NATHASON, J. A. (1984). Caffeine and related
methylxanthines: possible naturally ocurring pesticides. Science 226 (4671): pp 184-7. Acessado em
novembro, 2017;
[8] Guia para interpretação de espectros no infravermelho disponível em: LOPES, W.A.; Fascio,M.;
Química Nova 2004,27, 670. Acessado em novembro de 2017;
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