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A cada dia, pelo menos 15 meninas de até 14 anos são estupradas no Brasil

Estupro e outras agressões é a segunda maior causa de morte entre adolescentes.

São Paulo – Dados do Sistema de Informações de Agravos de Notificação do Ministério da


Saúde expõem o tamanho da desproteção de meninas que mal completaram 14 anos. Entre
2011 e 2016, foram notificados 32.809 estupros, o que representa 5.468 por ano, 455 por mês
e 15 por dia. Em 45% dos casos, os estupros são repetidos. Entre aquelas de 15 a 19 anos,
foram 16.680, com taxa de repetição de 25%. Um número que pode ser bem maior devido à
subnotificação.

Das meninas de 10 a 14 anos que se tornaram mães no período, houve notificação de estupro
em 3.276 casos. Desse total, 21,8% tiveram parto prematuro, 53,4% começaram tardiamente a
fazer o pré-natal e 17,4% dos bebês nasceram com baixo peso.

Por conta do racismo, do machismo e das estruturas sociais, as meninas negras estão em
maior desvantagem.

“ A leitura que me submeto a pensar é que precisamos fala de saúde da população negra, para
além dos consultórios. Precisamos falar de ações sociais que dialoguem a favor da luta contra
o racismo. É preciso pensar essas situações como problema de saúde pública”, diz a diretora
de Políticas Sociais do Sindicato dos Psicólogos de Estado de São Paulo, a psicóloga e militante
do negro, Cinthia Cristina da Rosa Vilas Boas.

De acordo com ela, o Anuário Brasileiro de Segurança Pública indica em 2015 foram
registrados o equivalente a um estupro a cada 11 minutos. Cerca de 70% das vítimas de
estupro são crianças e adolescentes. Quem mais comete o crime são homens próximos às
vítimas, segundo dados do Ipea de 2011. “Trabalhando na política do SUAS no município de
Campinas, em alta e média complexidade pude notar em vários atendimentos e processos
históricos escritos e contados que essa realidade não se alterou. Esses crimes continuam
sendo praticados pelos homens, porém agora não são somente os próximos. Os casos de
estupro acontecem em vários locais, dentro e fora das residências. Essas especificidades criam
características especificas que apontam para luta a favor do Estatuto da criança e do
adolescente (ECA).”

Nem todos os casos são notificados, nem todos os casos são registrados. Nem todas as
delegacias da mulher funciona e quando funciona, são com trabalhadores homens que
reproduzem a mesma lógica machista, perversa e violenta, com que acontecem os estupros.
Acredito que as politicas sociais tem um importante papel nessas estatística, porém o Estado
não se responsabiliza em fazer acontecer essas politicas, e muitas vezes se isenta e não
permite que o controle social atue, impedindo assim seu acontecimento efetivo.

O estupro e a gravidez de adolescentes trazem implicações na saúde gestacional, no parto e no


nascimento.
Box - Estupro é o ato de “constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter
conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso” (art.
213 da Lei nº 12.015/2009). O estupro é considerado um dos crimes mais perversos, por
interferir na saúde física, psíquica e, principalmente, sexual e reprodutiva das vítimas. A
ocorrência de estupro na infância ou adolescência pode estar associada à maior
vulnerabilidade à depressão, ao suicídio, à gravidez, ao menor uso de métodos
anticoncepcionais, maior risco de repetição da agressão e ocorrência de infecções
sexualmente transmissíveis. Logo, o estupro possui determinantes e consequências específicas
que requerem a formulação de políticas, envolvendo as instituições de Segurança Pública,
Saúde, Educação e Assistência Social.

Mães adolescentes 10 a 14 anos Nascidos vivos entre 2011 e 2016: 162.853 Negras: 67,5%
Brancas: 19,2 Solteiras: 74,7% Casadas ou em união estável: 23,2%

Mães adolescentes 15 a 19 anos Nascidos vivos entre 2011 e 2016: 3.125.746 Negras: 63,3%
Brancas: 24% Solteiras: 61,7% Casadas ou em união estável: 36,8%

Maternidade e notificação de Estupro Mães de 15 a 19 anos 7.538 nascidos vivos de mães com
notificação de estupro entre 2011 a 2016 As mães com notificação de estupro tiveram: • maior
percentual de parto prematuro (15,4%); • início tardio do pré-natal: somente 63,3% iniciaram
o pré-natal no primeiro trimestre de gestação; • menos consultas pré-natal: 48,3% realizam
sete ou mais consultas de pré-natal; • maior proporção de bebês com baixo peso ao nascer
(12,3%) e com Apgar de 1º minuto na faixa de 0-3 (1,9%).

Para o advogado e coordenador da Comissão da Criança e do Adolescente do Conselho


Estadual dos Direitos da Pessoa Humana de São Paulo (Condepe), Ariel de Castro Alves, os
dados demonstram o quanto as crianças e adolescentes estão desprotegidas. “Boa parte das
violências sexuais ocorrem nos ambientes familiares e são praticadas nas residências das
vítimas e por pessoas que deveriam protege-las, como pais, padrastos, padrinhos, entre
outros. Em razão da violência ocorrer em ambiente doméstico e da impunidade, é que as
situações se tornam repetitivas e reiteradas. Faltam delegacias especializadas de proteção de
crianças e adolescentes, inclusive SP é único estado do País que não tem nenhuma. São
necessários centros de referências especializados de apoio às vítimas, com assistência social e
psicológica as vítimas. É necessário também que a educação sexual nas escolas visando a
prevenção. Além de reforçar o programa saúde da família. E ter centros médicos de referência
para crianças e adolescentes vítimas de violência sexual, inclusive pros casos de aborto legal.
Muitas vezes as meninas de menos de 14 anos são casadas informalmente, ou namoram
adultos e têm filhos. Isso demonstra a necessidade de educação, prevenção e atenção social.
Não adianta tratar esses casos só no âmbito policial, criminal e judicial. Aqueles que se
revoltaram com a liberdade artística nos museus, não se revoltam com esses números
estarrecedores.

Diretora de Políticas Sociais do Sindicato dos Psicólogos de Estado de São Paulo, a psicóloga e
militante do negro, Cinthia Cristina da Rosa Vilas Boas,
Ela lembra que o estupro, que é uma agressão, é a segunda maior causa de morte de
adolescentes, perdendo apenas para acidentes de transporte terrestre. “Se levarmos o
significado da palavra ao pé da letra, violência é a qualidade do que é violento, ação ou efeito
de empregar a força física ou intimidação moral, sobre outras pessoas. Com isso cria-se
características para as tais ditas violências. Temos a violência interpessoal, a consideradas
entre as relações mais próximas familiares, dentro ou fora de casa em varias s etárias da vida;
a autodirigida, a considerada contra si mesma; e a coletiva, que acomete grupos maiores”. Ela
lembra que as violências não acontecem sozinhas, elas estão interseccionadas com várias
conjunturas sociais como desigualdades sociais e econômicas, racismo, machismo, lgbtfobia
entre outros. Sendo assim, as violências podem ser de cunhos físicos, sexuais, psicológicos,
domésticos, emocionais, verbais, financeiros. A vergonhosa prevalência da violência contra as
mulheres no Brasil é histórica. É a famosa violência disfarçada de amor, de ciúmes doentio e
patológico. O Estupro, o coito forçado, ou a violação do direito ao prazer e desejo, é uma
agressão. O não consentimento ao toque no corpo, sobre tudo das mulheres, também é uma
violência. Violência esta que trás vários sofrimentos psíquicos. Nesse sentindo, acredito que há
varias causas de mortes, e aqui cito a morte psíquica. Quando a mulher já não quer mais saber
de si, da convivência com outras pessoas, do isolamento, é uma morte. Talvez não esteja entre
as principais violências ditas. Porém se pensarmos as causas de mortes atuais, notamos que
elas não vem associadas as ações anteriores, aos dados de violência interpessoal, por exemplo.
As principais causas de mortes entre adolescentes brasileiros de 10 a 15 anos são, violência
interpessoal, acidentes de trânsito, afogamento, leucemia e infecções respiratórias. Já jovens
na faixa de 15 a 19 anos morrem em decorrência de violência interpessoal, acidentes de
trânsito, suicídio, afogamento e infecções respiratórias. Estes são dados de 2015 do IPEA.

Cerca de 70% das vítimas de estupro são crianças e adolescentes. Quem mais comete o crime
são homens próximos às vítimas, segundo dados do Ipea de 2011. Trabalhando na politica do
SUAS no município de Campinas, em alta e média complexidade pude notar em vários
atendimentos e processos históricos escritos e contados que essa realidade não se alterou.
Esses crimes continuam sendo praticado pelos homens, porém agora não são somente os
próximos. Os casos de estupro acontecem em vários locais, dentro e fora das residências. Essas
especificidades criam características especificas que apontam para luta a favor do Estatuto da
criança e do adolescente (ECA).

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