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PARASHÁ BERESHIT

Produzido pela Comunidade Zera Tov

O livro de Bereshit é o livro que inicia uma grande história do que futuramente viria a ser um
grande povo, o primeiro livro da chamada Torá. Mas, antes de qualquer explicação, a definição do
que é a Torá é muito importante. O conceito que está presente nesse termo é o intermédio pelo qual
o Pai trabalha em nossos corações.
David H. Stern em seu livro do CJNTT nos dá uma base explicativa do que é a Torá:

“No judaísmo a palavra ‘Torá’ pode signicar:


(1) Chumash (o Pentateuco, os cinco livros de Moisés); ou
(2) O Chumash mais os Profetas e os Escritos, ou seja, o Tanakh (conhecido pelos cristãos como o
Antigo Testamento; ou
(3) Isso mais a Torá Oral, que inclui o Talmud e outros mateirais legais; ou
(4) Isso mais todas as instruções religiosas dos rabinos, incluindo materiais éticos e homiléticos.”
(David H. Stern, Comentário Judaico do Novo Testamento, página 50)

Como podemos ver, o significado da Torá é muito mais do que cinco livros ou seu significado
literal, que em português seria “instrução”; a Torá vem como a base de toda a fé no Deus de Israel,
através dela podemos ter a esperança de um dia o Salvador veio e irá voltar, e que Deus, acima de
tudo, nos ama e se importa, dando princípios para nossa preservação. Podemos ver tal aspecto em
um capítulo no livro do Rabino Marcelo M. Guimarães denominado “O Criador e o Homem”, no
capítulo “A Torá, base de toda a Bíblia”:

“O povo hebreu, após caminhar por três meses no deserto, chegou finalmente, à planície diante dos
grandes e imponentes montes denominados Sinai. No topo mais alto de um desses montes, D’us
chamou Moisés e pediu-lhe que santificasse o povo:

‘Mosheh desceu da montanha [para estar] com o povo e o separou para Deus, e eles lavaram suas
roupas.’ - Sh’mot [Êxodo] 19:14

Pois, no terceiro dia, Ele falaria ao povo hebreu. Ao soar o shofar, todo o povo que estava ao pé do
monte se estremeceu. O monte fumegava; Moisés falava e D’us lhe respondia por uma voz audível.
Moisés marcou limites para que o povo não subisse mais do que deveria, pois a santidade de D’us
havia ocupado aquele lugar sagrado. Moisés permaneceu sobre o cume do monte, estando o povo lá
embaixo, e D’us lhe deu as duas tábuas de pedra, nas quais estavam gravadas as dez leis,
conhecidas como “decálogo”. Esse fato culminou na supremacia da revelação divina, que
presenteou a humanidade com leis que trariam princípios vivos de santidade, sem as quais ninguém
poderia ver ou chegar à presença de D’us. Daí para frente, Moisés passou a receber de D’us todas as
instruções que D’us tinha dado para o povo judeu em específico, como também para a humanidade,
os rolos da santa Torá, mais tarde compilados em um só rolo, o Sefer Torá, atualmente conhecido
como Chumash ou Pentateuco, ou seja, os cinco primeiros livros da Bíblia.

Mas a Torá não parou no decálogo, pois no total, existem 613 leis, conhecidas como as Mitzvot ou
“mandamentos”, além de centenas de princípios sábios para a preservação da vida e da saúde, além,
claro da visão de um Messias que nos traria a vida eterna, resgatando e restaurando a natureza caída
do homem. As leis da Torá se resumem, sobretudo, em amar a D’us e ao próximo.

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A base da fé judaica e cristã está nos princípios da Torá. Poucas pessoas sabem que a Torá foi
praticamente ditada a Moisés pelo próprio D’us. Nela estão registrados princípios e leis irrevogáveis
para uma segura qualidade de vida, de justiça e de amor. Nessas leis e princípios vamos encontrar
alguns específicos para a preservação do povo judeu, mas, na sua maioria, quis D’us alcançar o
coração do homem preparando-o ainda para algo maior que viria: o Messias, em suas duas vindas –
a primeira como Salvador e Redentor para aqueles que nEle cressem, independentemente de serem
judeous ou gentios (não judeus), trazendo uma mudança interior no coração de cada indivíduo; e,
posteriormente, sua segunda vinda, como Rei dos reis para julgar as nações e aqui estabelecer um
reino de paz e amor.
Assim, a Torá é a base de todos os livros da Bíblia, como os livros históricos, os livros proféticos, o
próprio evangelho de Yeshua, as cartas do apóstolo Paulo, de João, de Pedro e de tantos outros está
em conformidade com os ensinamentos da Torá. Jesus, Yeshua, quando sua primeira vinda à terra,
não cessou de ensinar ao povo, por meio de parábolas, os santos princípios da Torá.” (Marcelo M.
Guimarães, O Criador e o Homem, páginas 73 e 74)

Quanto mais se aprofunda em tais ensinamentos dados pelo próprio Pai, mais iremos nos aproximar
dEle e do que é bom para nós, a Torá é além de uma instrução. Os livros da Torá mostram a
instrução mais divina e perfeita que poderia ser passada para que alguém vivesse de maneira
perfeita. A imagem do D’us invisível em palavras.

“Toda escritura é inspirada por Deus e valiosa para ensinar a verdade, convencer do pecado,
corrigir erros e treinar no viver correto;”- 2 Timóteo 3:16

Tudo que foi colocado em simples palavras por um Ser além de qualquer física deve ser tido como
extraordinário; tais palavras são do próprio Deus mostrando sua glória para que não nos ceguemos,
as palavras da lei são as principais sementes pelas quais alguém vai entender o porque aquilo que
um Ser Criador disse que é objetivamente bom é verdadeiro. Não há moral, certo ou errado, sem um
Ser trascedente de todas as coisas, essa é a primeira verdade que deve ser tida para visualizar o por
quê a lei de Deus é verdadeira. As dúvidas que coloquei diante de mim me fizeram aprofundar no
que Ele é, as dúvidas da vida levam a uma única resposta, a última resposta viável sempre será
Deus.

“A Torá está viva até hoje. Sendo a Torá a Palavra viva de D’us, ela é imutável, ou seja, os mesmo
princípios daquela época, excetos as leis sacrificiais cumpridas por Yeshua, estão em vigor até os
dias de hoje e são bençãos para aqueles que as cumprem, independentemente de serem judeus, não
judeus, cristãos ou não. Por exemplo, se honramos nossos pais, há a promessa de que nossos dias
serão prolongados nesta Terra. Essa lei de honrar pai e mãe pode vale para qualquer ser humano,
crente ou incrédulo, judeu ou não judeu.
Sob um prisma estritamente pessoal, posso ver a Torá viva, revelando-nos fatos passados, presentes
e futuros. No judaísmo messiânico, pode-se ver o desenvolvimento pessoal, por meio dos livros da
Torá, espelhando etapas de nossa vida. Podemos fazer uma correlação em grandes proporções da
história do povo hebreu registrada nos livros da Torá com nosso crescimento espiritual. A pessoa de
Yeshua está presente nos textos da Torá e, muitas vezes, Ele é tipificado por personagens como
Isaque, Moisés e outros.” (Marcelo M. Guimarães, O Criador e o Homem, páginas 77 e 78)

Essa definição de Torá, como lido e explicado anteriormente, nos leva a espera da pessoa do nosso
Salvador Jesus e a instrução divina para que saibamos reconhecer Ele e viver até sua segunda vinda.
Pois pela Torá é possível descobrir o fantástico plano para o resgate, a remissão definitiva do
homem caído e separado do Criador pelo pecado. Deus vê na pessoa do Messias a sua final solução.

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“Nossa sagrada Torá começa com a letra “bêt” (segunda letra do alfabeto hebraico, composto por 22
letras): “Bereshit bará Elokim”. No Midrash Rabá (cap.1 par. 14), nossos sábios indagam por que o
mundo foi criado com a letra bêt. Trazem como resposta, que bêt também é o início da palavra
berachá, bênção.
Ascensão e berachá são dois conceitos que caminham juntos. Quando o indivíduo tem sucesso –
ascensão – costuma-se dizer que ele teve berachá. A Torá começa com a letra bêt para nos ensinar,
que sua finalidade é auxiliar o homem para que ele tenha progresso em todos os campos,
principalmente no espiritual.
Nossos sábios dizem que os Talmidê Chachamim não têm descanso neste mundo e nem no Mundo
Vindouro, pois está escrito: “Yelechu mechayil el chayil” (Tehilim 84:8) –
Avançam de uma ascensão a outra – estão, portanto, ocupados o tempo todo em elevar-se. Os
grandes sábios da Torá são sempre denominados de Talmidê Chachamim (discípulos de sábios).
Mesmo um sábio que estudou Torá durante todos os anos de sua vida e atingiu o apogeu dos
conhecimentos, continua sendo chamado de talmid – discípulo, pois o verdadeiro sábio é aquele que
durante toda sua vida se considera talmid. Porque somente assim continuará em sua escalada para a
aquisição de mais conhecimentos e de mais valores.” (Rabino Isaac Dichi, Nos Caminhos da
Eternidade, páginas 18 e 19)

Dada a instrução do que é a Torá e o objetivo de redenção na pessoa de Jesus, podemos ver com
clareza os assuntos que são tratados nas porções e a divindade de Yeshua, que é muito requisitada
para entender o que está acontecendo na criação.

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Bereshit
No princípio D’us criou os céus e a terra.
1:1

COMENTÁRIOS BERESHIT 1:1

“No Princípio – Os primeiros capítulos do Gênesis narram os primórdios da Criação. Por serem
muito profundos, é difícil compreender todo seu conteúdo sem um conhecimento prévio dos
ensinamentos da Torá...” (Torá, A Lei de Moisés; página 1)

1. O AGENTE DA CRIAÇÃO

“No princípio criou: [Em Hebraico: Bereshit Bará.] Este versículo carece de uma interpretação
especial. Como nossos mestres de abençoada memória ensinam {Cartas de Rabi Akiva, letra ‘Bet’,
Bereshit Rabá 1:6; Vayicrá Rabá 36:4}: [D’us criou o mundo] para a Torá que é chamada de ‘o
começo de seu caminho’ e para Yisrael que é chamado de ‘o começo dos seus grãos’. Contudo, de
acordo com seu significado simples, leríamos da seguinte forma: ‘No começo da criação do Céu e
da terra, a terra estava sem forma e vazia, com escuridão sobre a face das profundezas e D’us disse:
‘Haja Luz’.’” (Torá Rashi, Bereshit – Gênese; página 10)

“No princípio – Bereshit (por causa de Reshit): O Talmud proclama que o Universo não teria sido
criado se não fosse pelo mundo espiritual, pela palavra Divina, pela Torá, chamada Reshit, princípio
de tudo (Pessachim 68).” (Torá, A Lei de Moisés; página 1)

“O grande Rabino Hoshaya abriu [com o verso de (Provérbios 8:30),] “Eu [a Torá] era um amon
para Ele e Eu era uma ferramente para Ele todos os dias.” Amon significa “educador” (babá). Amon
significa “coberto”. Amon significa “escondido”. E há quem diga que amon significa “grande”.
Amon significa “babá”, como em (Bamidbar 11:12):

Bamidbar 11:12 - Concebi eu porventura todo este povo? Dei-o eu à luz? para que me dissesses:
leva-o ao teu colo, como a ama(omen) leva a criança que mama, à terra que juraste a seus pais?

Amon significa “cobertos”, como em (Eichah 4:5):

Eichah 4:5 – os que estavam cobertos(emunim) em camersim abraçam monturos.

Amon significa “escondido”, como em (Esther 2:7):

Esther 2:7 – Mardoqueu tinha uma prima chamada Hadassa, que havia sido criada(omen)1 por
ele,

1No lugar de “criado”, o midrash interpreta como “ocultado”.

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Amon significa “grande”, como em (Nahum 3:8):

Nahum 3:8 – És tu melhor que Nô-Amon, [que esta assentada entre os canais]…

Que se traduz:

És tu melhor que Alexandria a Grande, [que está assentada entre os canais]…

De forma alternativa: Amon significa arquiteto(uman). Assim a Torá disse:

Mishlei 8:30 – Então eu estava com ele, e era seu arquiteto(uman); era cada dia as suas delícias,
alegrando-me perante ele em todo o tempo;

Na prática do mundo, quando um rei de carne e osso constrói um palácio, não constrõe
exclusivamente com sua habilidade, e sim com a destreza de um arquiteto. E o arquiteto não
constrói com seu próprio conhecimento, e sim utiliza livros e pergaminhos para saber como fazer
quartos e portas. De maneira igual, o Santo, consultou a Torá e criou o mundo, porque a Torá
declara que “No princípio, criou Deus...”. E princípio (Reshit) não é se não a Torá, pois diz:

Mishlei 8:22 – O Senhor me possuiu no princípio(Reshit) de seus caminhos, desde então, e antes
de suas obras.2”

Rashi em seu comentário acerca do porquê o mundo foi criado cita a Torá como um dos motivos,
alegando pelo livro de Provérbios que a Torá é “o começo de seu caminho”, ou seja, o começo do
caminho do Eterno, assim como visto anteriormente em Provérbios(Mishlei) 8:22.

Podemos concluir com essa explicaçã do Talmud, Bereshit Rabbah e do próprio livro de Provérbios
8 que a Torah é a planta do mundo veja uma explicação do Rabino Yts'chak Amnon:

“Quando construimos um prédio precisamos de uma base para o solo, se não colocarmos uma base
firme, o prédio cairá; foi assim que D'us criou o mundo com uma base (a Torá). Quando compramos
uma máquina de lavar, por exemplo, ela vem com as instruções do fabricante.
Existe o produto, o fabricante e consequentemente existe as instruções dadas pelo fabricante, assim
temos uma visão do nosso mundo; existe o mundo, os homens, e onde estãos as instruções ‘do
fabricante’?”

2 Na passagem de Mishlei quem fala é a Sabedoria personificiada. Tendo em conta que a preposição b da palavra inicial
da Bíblia (be-reshit) pode ter sentido de “no; com; por”, aqui o autor do Midrash não segue o sentido literel bíblica “No
princípio”, mas sim “com”, dando a frase o sentido de “‘por intermédio’ do Princípio(Reshit), criou D’us...”

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“O grande rabino Hoshaya abriu com o verso de Provérbios 8:30, ‘Então eu estava com Ele, e era
seu arquiteto(Amon); era cada dia as suas delícias, alegrando-me perante Ele em todo o tempo;’ …
Alternativamente, Amon signifca “artesão”. A Torá está dizendo: ‘Eu era a ferramenta de artesanato
de Hashem’. No caminho do mundo, um rei de carne e osso que constrói um castelo não o faz de
seu próprio conhecimento, mas sim do conhecimento de um arquiteto, e o arquiteto não o constrói a
partir de seu próprio conhecimento, mas sim pergaminhos e livros para saber como fazer quartos e
portas. Então, Hashem olhou para a Torá e criou o mundo.” (Bereshit Rabbah 1.1)

Assim como Rashi também entendeu, todas as respostas podem ser encontradas segundo Provérbios
8. Pois em Provérbios 8, a Sabedoria descreve como ela estava trabalhando com o Pai no início,
quando Ele criou o mundo.
A revelação dos escritos nazarenos nos diz que o Mashiach é a Sabedoria de Deus e também que
Ele estava no princípio com D’us, como o que forma tudo o que foi criado.

1 Coríntios 1:24 – mas para os que são chamados, tanto judeus quanto gregos, esse mesmo
Mashiach é o poder de D’us e a sabedoria de D’us!

1 Coríntios 1:30 – É por meio da atuação dele que vocês estão unidos ao Mashiach Yeshua. Ele se
tornou, para nós, sabedoria por parte de D’us, bem como justiça, santidade e redenção!

João 1:3 – Todas as coisas foram feitas através dEle, e sem Ele não foi feito qualquer coisa.

João 1:10 – Ele estava no mundo, e o mundo foi feito através dEle, mas o mundo não o conheceu.

1 Coríntios 8:6 – Para nós, existe um Deus, o Pai, de quem são todas as coisas e para quem nós
existimos, e um Senhor Yeshua haMashiach, por meio de quem são todas as coisas e por meio de
quem nós existimos.

Colossenses 1:15-16 – Ele é a imagem do D’us invisível, o primogênito de toda a criação; Porque
nEle foram criadas todas as coisas, no céu e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos ou
domínios ou principados ou autoridades – todas as coisas foram criadas por meio dEle e para Ele.

Apocalipse 22:13 – Eu sou o Alfa e o Omega, o primeiro e o último, o início e o fim.

2. A CONSCIÊNCIA DA CRIAÇÃO DIVINA


“os céus e a terra – No primeiro versículo do Gênesis, vemos a intenção evidente de dar ao homem
a consciência de que tudo se deve à Criação Divina. Os mitos antigos atribuem a existência do
mundo ao resultado das lutas dos múltiplos deuses, ou como nascido da casualidade e do capricho.
Porém, a Torá quer nos mostrar o Universo como expressão da vontade Divina; a Criação como
princípio de tudo, e não a Criação em si, mas a Providência – isto é, Deus – como Criador,
Legislador e Condutor do Universo.” (Torá A Lei de Moisés, página 1)

Uma grande prova da veracidade dessa afirmação pode ser analisada quando usamos como exemplo
o relato babilônica da criação, denominado Enuma Elish.
O relato de Enuma Elish mostra assim como o Gênese bíblico diversas características parecidos
como a criação do homem por um deus e firmamentos do céu. Mas a verdadeira diferença - quando
tratamos da comparação dos dois relatos - é a importância do Criador e a própria suficiência de um
grande Criador.

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Em suma, Bereshit 1 é sobre a Criação, enquanto Enūma Elish é sobre o criador. É por isso que,
perto do final de Enūma Elish, os deuses abençoam Marduk, herói da história, enquanto no final da
conta da Criação, D’us, herói da história, abençoa e santifica o sábado, sua criação final. Além
disso, em Bereshit 1, D’us vê várias vezes que o que ele criou é bom, enquanto em Enūma Elish os
deuses em diversas ocasiões expressam aprovação para Marduk e o que ele prometeu fazer ou fez.
O grande D’us de Israel não necessita de aprovações, Ele é Sábio e Poderoso, suas obras são
perfeitas e Ele mesmo atesta isso.

3. O ELOHIM DA CRIAÇÃO

“criou D’us – Elohim(D’us) tem, em hebraico, a forma plural, para indicar que D’us compreende e
unifica todas as forças infinitas e eternas. E para que não se pense que são muitos deuses, o verbo
Bará (criou) foi empregado no singular, imediatamente depois de Elohim.” (Torá, A Lei de Moisés,
página 1)

“D’us criou: No versículo [o nome] utilizado [pelo Criador] não é o Tetragrama [lido como ‘Ad-nai
– o Todo Poderoso’] [e sim Elokim – D’us], pois no início era Sua intenção criar o mundo com o
atributo da Justiça, mas Ele percebeu que o mundo não iria suportar [este nível] e assim Ele fez
preceder o atributo de Misericórdia, combinando-o com o da Justiça, E essa é a razão pela qual está
escrito, mais adiante: ‘no dia em que Hashem Elokim – o Todo Poderoso [revelando-se via Seu
atributo de Misericórdia] D’us [revelando-se via Seu atributo de Justiça] fez o céu e a terra’.” ( Torá
Rashi, Bereshit – Gênese; página 10)

No início de seu comentário Rashi mostra que “Elohim” mostra um atributo de Juiz, já que o nome
Adonai seria como seu “nome próprio” indicando proximidade e um atributo da sua Misericórdia;
seria lógico que D’us primeiro mencionasse Seu “nome próprio” e então o seu atributo de justiça.
Ele não fez isso pelo o que Rashi aponta.

Elohim tem um significado muito além do que é apresentado quando se trata de D’us quando vemos
em Bereshit 1:1 que diz “Bereshit bará Elohim” que seria algo como “No princípio criou Elohim”;
aqueles que foram escolhidos pelo Eterno para O representarem, também são chamados de elohim.
Isso não implica que existam vários deuses, mas sim que existem seres, cujas funções são as de
representar o Eterno quando estes interagem com os homens.

Elohim é a forma plural de eloah que significa “Poderoso”. Vem de “el” que significado
“poderoso”, “poder”, “força”. Estas três palavras “El”, “Eloah” e “Elohim”, são utilizadas nas
Escrituras como sinônimas em referência ao Criador. As três foram traduzidas para o português
como “D’us” na maioria das versões portuguesas. A palavra “El” aparece cerca de duzentas vezes
nas escrituras, na maior parte das vezes como referência ao Criador. Em alguns casos significa
“poder”;

Gênesis 31:29 – Poder havia em minha mão para vos fazer mal, mas o D’us de vosso pai me falou
ontem à noite, dizendo: Guarda-te, que não fales com Jacó nem bem nem mal.

Provérbios 3:27 – Não detenhas dos seus donos o bem, estando na tua mão poder fazê-lo.

Já “elim” (a forma plural de “el”) não é usado em referência ao Criador, mas apenas a outros
poderes ou seres espirituais, assim também como deuses pagãos;

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Êxodo 15:11 – Quem entre os deuses é semelhante a ti, Senhor? Quem é semelhante a ti?
Majestoso em santidade, terrível em feitos gloriosos, autor de maravilhas?

Jó 41:25 – Levantando-se ele, tremem os valentes; em razão dos seus abalos se purificam.

Moisés obteve o título de Elohim;

Êxodo 4:16 – E ele falará por ti ao povo; e acontecerá que ele te será por boca, e tu lhe serás por
D’us.

Êxodo 7:1 – Então disse D’us a Moisés: Eis que te tenho posto por D’us sobre Faraó, e Arão, teu
irmão, será o teu profeta.

Assim também como os juízes;

Êxodo 21:6 – Então seu senhor o levará aos juízes, e o fará chegar à porta ou ao umbral da porta,
e seu senhor lhe furará a orelha com uma sovela; e o ele o servirá para sempre.

Isso aconteceu com Moisés e com os juízes, porque ambos exerciam funções divinas, não por
mérito próprio, mas porque o Eterno assim decretou. Resumindo, os anjos, são elohim, porque
representam o Eterno, e o próprio Mashiach é um Elohim, na medida em que é o Principal (Reshit)
representante do Eterno.

Yeshua haMashiach é a Palavra divina, é aquele que recebeu todo o poder no céu e na terra, mas
porque o Eterno o colocou nessa posição. Contudo, só há um Elohim, e todos outros que falam em
nome dEle, são Elohim por procuração, da mesma forma que um advogado representa o seu cliente,
ou da mesma forma que um administrador, administra a empresa do dono da empresa, porque o
dono lhe deu poderes para isso. Contudo, nada é feito ou decidido sem o aval do dono da empresa;

Mateus 28:18 – Foi me dado toda autoridade no Céu e na Terra.

4. OS CÉUS

A palavra hebraica que é traduzida como “céus” é “shamayim”. É uma palavra que aparece na
forma dual. Há três formas para os substantivos no idioma hebraico, singular, dual e plural. Neste
caso a palavra “shamayim” fala de céus.
Isto ensina-nos que existem vários tipos de céus. Os céus superiores podem estar divididos em
várias secções, e o mesmo poderá acontecer com os céusm inferiores. Em 2 Coríntios 12:2-4, o
apóstolo Paulo disse que tinha estado no paraíso no terceiro céu:

“Conheço um homem no Messias, que há catorze anos (se no corpo, não sei, se fora do corpo, não
sei; Elohim o sabe) foi arrebatado ao terceiro céu. E sei que o tal homem (se no corpo, se fora do
corpo, não sei; Elohim o sabe) Foi arrebatado ao paraíso; e ouviu palavras inefáveis, que ao
homem não é lícito falar.”

Ou seja, a Palavra mostra-nos que pelo menos três céus existirão, mas não quer dizer que sejam só
esses, aliás, sabendo nós que o Eterno habita na luz inacessível, certamente que Paulo nunca poderia
estar a vislumbrar o céu onde o Eterno habita, por isso, é razoável crer que existirão mais céus.
O Talmud fala de sete céus, segundo os diferentes termos utilizados no hebraico

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que aparecem nas Escrituras. Os sete são:

1. Vilón, cf. Isaías 40:22 .


2. Rakia, cf. Génesis 1:17.
3. Shechakim, cf. Éxodo 30:36; Job 14:19; Salmo 78:23-24.
4. Zevul, cf. 1 Reis 8:13; Isaías 63:15.
5. Maón, cf. Deuteronómio 26:15.
6. Makón, cf. 1 Reis 8:39.
7. Aravot, cf. Salmo 68:4;

Contudo, se são três, sete ou mais céus, o Eterno saberá. A nós foi-nos dado conhecimento que
foram criados céus e terra. O resto se não nos é revelado, talvez é porque não nos pertença saber
(Deuteronómio 29:29). Contudo, sabemos pelas Escrituras que existe mais do que um céu.

5. POR QUE A TORÁ COMEÇA COM O RELATO DA CRIAÇÃO?

“No princípio: Rabi Yitschac disse: Não seria necessário [adequado] iniciar-se a Torá a não ser a
partir [do versículo]: ‘Este mês será para vocês [o primeiro dos meses]’ (Êxodo 12:2), que é o
primeiro versículo cuja ordem os judeus receberam [considerando-se que o principal objetivo da
Torá é transmitir os mandamentos]. Então, por que razão a Torá se inicia com ‘No princípio’?
Conforme [relata o versículo] ‘A força de Suas obras Ele contou para o Seu povo a fim de lhes dar a
herença das nações’ (Salmos 111:6). Se as nações do mundo disserem ao povo de Yisrael: ‘Vocês
são ladrões, pois conquistaram as terras dos sete povos [de Canaã]’, os judeus lhes responderão: ‘A
terra inteira pertence a D’us; Ele a criou [e é por isso que precisamos aprender a história da Criação]
e deu-a a quem Ele considerou adequado dar. Foi por sua vontade que Ele a deu para eles [no início]
e quando Ele assim o desejou, tirou deles e a deu a nós’.” (Torá Rashi, Bereshit – Gênese, página
10)

6. BERESHIT OU BARISHONA?

“A Escritura não pretende ensinar a sequência da Criação ou dizer quais coisas surgiram antes, pois,
se fosse para ensinar isso, deveria ter utilizado o texto: "Primeiramente/Barishona Ele criou, os
Céus e a terra", já que (o termo) Reshit nas escrituras só é usado quando está ligado à próxima
palavra [segundo constatamos no tipo de construção gramatical dos versiculos seguintes]: ‘No
início /bereshit do reinado de Yehoyakim’: ‘o princípio do / reshit seu reinado’: ‘o início/reshit do
seu grão […] e se interpretarmos que o versículo pretende ensinar que estes (o Céu e a Terra) foram
criados em primeiro lugar e que o seu significado é: No início de tudo, Ele os criou; alegando que
há versículos em que a linguagem é abreviada e se omite uma palavra […] seremos surpreendidos
com a revelação de que as águas vieram primeiro como está escrito: ‘E o Espírito de D’us pairava
por sobre a face das águas’ enquanto ainda as Escrituras nem haviam revelado quando a criação da
água ocorrera! Disto decorre que as águas antecederam à terra. Além do que, os céus foram criados
a partir do fogo e da água.” (Torá Rashi, Bereshit – Gênese, páginas 10 e 11)

Segundo Rashi, a maior prova de que não é a verdadeira sequência da criação é que o fim do
segundo versículo sugere que as águas já existiam antes dos céus e da terra, pois, os céus foram
criados a partir do fogo e da água. Assim, é claro que quando as Escrituras não tratam da criação da
água, não trataram da criação antes dos céus e da terra.

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“Rashi propõe que o primeiro versículo do Gênesis seja traduzido assim: ‘No princípio, ao criar
D’us os céus e a terra, a terra a terra era vã etc.’” (Torá, A Lei de Moisés, página 1)

7. SEIS COISAS PRECEDEM A CRIAÇÃO

“No início da criação de D’us …” - Seis coisas precederam a criação do mundo;


Alguns foram criados e alguns deles decididos a serem criados. A Torá e o Trono da Glória foram
criados. Como sabemos que a Torá foi? Como diz (Mishlei 8:22):

Mishlei 8:22 – D’us me fez no início do seu caminho

Como sabemos que o Trono da Gloria foi? Como diz (Tehilim 93:2):

Tehilim 93:2 – Seu trono é estabelecido como antigo…

A criação dos Patriarcas foi uma decisão de criação, como diz (Hoshea 9:10):

Hoshea 9:10 – Achei a Israel como uvas no deserto, vi a vossos pais como a fruta antes do seu
tempo da figueira no seu princípio;

Israel foi planejado, como diz (Tehilim 74:2):

Tehilim 74:2 – Lembra-te do povo que adquiriste em tempos passados, da tribo da tua herença,
que resgataste, do monte Sião, onde habitaste.

O templo foi uma decisão de criação, como diz (Yimeryahu 17:12):

Yimeryahu 17:12 – Um trono da glória, posto bem alto desde o princípio, é o lugar do nosso
santuário.

O nome do Mashiach foi uma decisão de criação, como diz (Tehilim 72:17):

Tehilim 72:17 – Antes do sol, seu nome já existia…

Rabino Ahavah disse em nome do Rabino Zeira: Mesmo o arrependimento já existia (Tehilim 90:2-
3):

Tehilim 90:2-3 – Antes que os montes nascessem, […] Fazes os homens voltarem ao pó,

No entanto, não sei qual foi o primeiro – se a Torá precedeu o Trono da Glória ou o Trono da Glória
precedeu a Torá. Rabino Abba bar Cahana disse: (Mishei 8:22):

Mishlei 8:22 – D’us me fez no início do seu caminho, o primeiro de suas obras antigas.
Isto é antes daquilo que está escrito em (Tehilim 93:2):

Tehilim 93:2 - Seu trono é estabelecido como antigo.” (Bereshit Rabbah 1.4)

8. A CRIAÇÃO E O TEMPO SEGUNDO O RABINO SFORNO


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No Princípio - No início dos tempos; Este é o primeiro momento que é indivisível em períodos
mais curtos. Não houve um conceito "tempo" anterior a isto, ou seja, houve apenas uma
continuidade ininterrupta. (O autor percebe o "tempo" como uma das criações.)
Criou - Ele havia convertido o "nada" em "algo". Não havia necessidade de invocar o "tempo" para
conseguir isso.

D’us - A expressão "elo-ha" refere-se a algo duradouro, eterno. É por isso que Moisés (D'varim
32,17) se refere aos demônios, ‫שדים‬, como ‫ה‬-‫( לא אלו‬Não D’us), vendo que eles não são eternos,
estão sujeitos à morte como ensinaram nossos sábios (Chagigah 16). O motivo pelo qual o termo
"elo- ha" aqui aparece no modo plural, ou seja, "elo-him", é ensinar-nos que D’us é a origem de
todas as várias manifestações visíveis e invisíveis no universo. Isto é o que o profeta (Yeshayahu
6,3) tem em mente quando ele descreveu D’us como ‫מלא כל הארץ כבודו‬, "o globo inteiro é uma
manifestação de Sua glória". Não existe outra existência a menos que tenha emanado de Sua
existência . Isto é o que Nechemyah 9,6 tinha em mente quando ele disse ‫ואתה מחיה את כלם‬,
"Você fornece vida para todos eles".

Os Céus - Todo modo plural, quando acompanhado de uma penúltima e acentuada sílaba
vocalizada com um patach, sinaliza 2 de algo que é equi-distante de todos os lados. Isso é algo
possível apenas em conexão com um planeta em órbita. Isso é algo que não é possível, ou seja, que
dois pontos são equidistantes do centro, a menos que façam parte de um planeta esférico em órbita.
A Torá, portanto, diz que D’us criou o fenômeno que neste momento está distante de nós de tal
maneira que todos os lados estão distantes de nós, ou seja, o fenômeno é um planeta, algo esférico.

E a Terra – O centro orbitado pelo planeta.

9. OS ELEMENTOS DA CRIAÇÃO NÃO SÃO NADA SEM O CRIADOR

“Um filósofo disse uma vez a Rabá Gamliel: “Seu Deus é apenas um grande artista porque
encontrou grandes materiais que o ajudaram: Caos(tohu), confusão(vohu), a escuridão, o vento
(ruach), a água e as profundezas”. O Rabino Gamliel respondeu: “Que saia a alma deste homem!
Em relação com todos a Escritura usa o termo criação!
Caos e confusão, como diz em (Yeshayahu 45:7):

Yeshayahu 45:7- Eu faço a paz, e crio o mal;

Escuridão, como diz em (Yeshayahu 45:7):

Yeshayahu 45:7- Eu formo a luz, e crio as trevas;

Água, como diz em (Tehilim 148:4):

Tehilim 148:4 – Louvai-o, céus dos céus, e as águas que estão sobre os céus. - Por que? - (v.5) pois
mandou, e logo foram criados.

Vento, como diz em (Amos 4:13):

Amos 4:13 – Porque eis aqui o que forma os montes, e cria o vento,

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Profundezas, como diz em (Mishlei 8:24):

Mishlei 8:24 – Quando ainda não havia profundezas, fui gerada, quando ainda não havia fontes
carregadas de águas.” (Bereshit Rabbah 1.9)

10. O PROFUNDO E O ESCONDIDO

“Rabino Yehudah Bar Simon abriu com (Daniel 2:22):

Daniel 2:22 – Ele revela o profundo e o escondido; conhece o que está em trevas, e com ele mora a
luz.

“Ele revela o profundo” - isto é o inferno, como diz (Mishlei 9:18):

Mishlei 9:18 – Mas não sabem que ali estão os mortos; os seus convidados estão nas profundezas
do sheol.

“E o escondido” - isto é, o Jardim do Éden, como diz (Yeshayahu 4:1-6):

Yeshayahu 4:6 – e será um abrigo e sombra para o calor do dia, refúgio e esconderijo contra a
tempestade e a chuva.

Outra interpretação: “Ele revela o profundo e o escondido” se refere as obras dos ímpios, como diz
(Yeshayahu 29:15):

Yeshayahu 29:15 – Ai daqueles que descem às profundezas para esconder seus planos do Senhor,
que agem nas trevas e pensam: “Quem é que nos vê? Quem ficará sabendo?”

“Ele conhece o que está em trevas” também se refere as obras dos ímpios como diz o verso de
(Yeshayahu 29:15): “que agem nas trevas”.
“e com Ele mora a luz” - estes são os atos dos jutos, como está escrio (Mishlei 4:18):

Mishlei 4:18 – A vereda do justo é como a luz da alvorada, que brilha cada vez mais até a plena
claridade do dia.

E diz (Tehilim 97:11):

Tehilim 97:11 – A luz semeia-se para o justo, e a alegria para os retos de coração.

Rabino Abba Srungia disse: “e com Ele mora a luz” - este é o Mashiach, como diz (Yeshayahu
60:1):

Yeshayahu 60:1 – Levanta-te, resplandece, porque vem a tua luz, e a glória do Senhor vai
nascendo sobre ti;

Disse Rabino Yehudah bar Simon: Desde o começo da criação do mundo “Ele revela o profundo”
pois está escrito “No princípio D’us criou os céus”, mas não é explicado como. Onde é que é
explicado? Aqui (Yeshayahu 40:22):

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Yeshayahu 40:22 – Ele é o que está assentado sobre o círculo da terra, cujos moradores são para
ele como gafanhotos; é Ele o que estende os céus como cortina, e os desenrola como tenda, para
neles habitar;

“e a terra”, mas ela não é explicada. Onde é explicada? Em outro lugar:

Yob 37:6 – Porque à neve diz: Cai sobre a terra;

“e disse D’us: Haja luz”, sem explicar como. Onde explica? Em outro lugar:

Tehilim 104:2 – Ele se cobre de luz como de um vestido, estende os céus como uma cortina.”
(Bereshit Rabbah 1.6)

11. A COMPLEXIDADE DO HOMEM

“‘No princípio, Deus criou ...’ Rabino Tanchuma abriu [com o versículo (Tehilim 86:10):

Tehilim 86:10 – Porque tu és grande e fazes maravilhas; só tu és D’us.

Rabino Tanchum disse: Com uma bolsa, se você perfurar um buraco no lado com um pino, todo o
seu ar sai dela. Enquanto a pessoa é feita com todos os tipos de cavidades e furos, e seu ar não do
corpo. Quem poderia fazer tal coisa? ‘… Você, D’us, sozinho’.” (Bereshit Rabbah 1.3)

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A terra era sem forma e vazia, com escuridão
Bereshit sobre a face das profundezas,
1:2 e o espírito de D’us pairava sobre a superfície da água.

COMENTÁRIOS BERESHIT 1:2

1. O ESPÍRITO DE D’US

“E o espírito de D’us pairava: O trono de D’us estava suspenso no ar e flutuava sobre a face da
água com o sopro da boca de D’us, e sob o comando da Sua palavra, tal como uma pomba que
sobrevoa o seu ninho.” (Torá Rashi, Bereshit – Gênese, página 12)

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