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ESTADO DE RONDÔNIA
PROCURADORIA GERAL DO ESTADO
PROCURADORIA TRABALHISTA

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA DO TRABALHO DA


COMARCA DE PORTO VELHO – RO

Autos do Processo nº 0000309-49.2013.5.14.0002


Autor: Francisco Laerte de Freitas e outro.
Requerido: Estado de Rondônia

O ESTADO DE RONDÔNIA, pessoa jurídica de direito público interno,


por sua procuradora ex vi legis, nos autos da ação de restituição de honorários contratuais
em epígrafe,vem, perante Vossa Excelência, apresentar sua CONTESTAÇÃO com supedâneo
nas razões de fato e de direito a seguir aduzidas:

DOS FATOS

Trata-se de ação proposta pelos autores, visando a restituição de


honorários advocatícios contratuais, em decorrência da Reclamatória Trabalhista n. 897/91,
que pleiteava diferenças salariais a título de abono de 40% e do auxilio –moradia de 30%,

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movida em face do Estado de Rondônia, que tramitou perante a 2ª Vara do Trabalho de


Porto Velho.

Da referida reclamação trabalhista originou-se o Precatório


Complementar n° 0089740-66.1991.5.14.0002 que após submeter-se a audiência
conciliatória realizada em 19.05.2019 perante o Juízo Auxiliar de Conciliação de Precatórios
do Tribunal Regional do Trabalho da 14ª Região foi efetuado o pagamento dos créditos
integrais dos autores, conforme aduzido na exordial.

Aduzem ainda que, os autores tiveram que desembolsar valores


relativos aos honorários advocatícios contratuais, cujo custo, a ver deles deve ser suportado
pelo requerido.
Entretanto, a pretensão dos autores não merece prosperar, devendo
seus pedidos serem julgados totalmente improcedentes.

PRELIMINARMENTE

INCOMPETÊNCIA

Sobre a incompetência, Carlos Henrique Bezerra Leite, aduz em seu


Curso de Direito Processual do Trabalho, ano 2010, p. 177 o seguinte:

“A incompetência em razão da matéria é de natureza absoluta e,


consequentemente, deve ser declarada de ofício pelo juiz,
independente de provocação das partes do processo. Mais cabe ao
réu alegá-la antes de discutir o mérito, ou seja, em sede preliminar
(CPC, art. 301, II), sob pena de arcar com as curtas do retardamento
(CPC, ART. 267, § 3º, segunda parte).”

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Havendo retribuição pecuniária em razão de um serviço prestado, a


competência será sempre da Justiça do Trabalho na hipótese de litígio derivado desta
relação contratual, o que alcança, inclusive, a ação de cobrança de honorários advocatícios
contratuais.

Portanto, a ação de restituição de honorários contratuais, na


hipótese de prestação de serviços marcada pela pessoalidade, deve ser julgada pela Justiça
Laboral.

Assim, o Estado de Rondônia requer a extinção do presente processo


sem resolução do mérito, por falta de pressuposto extrínseco para regular processamento
do feito, nos termos do artigo 269, IV do Código de Processo Civil.

PRESCRIÇÃO

A Prescrição, regida pelo principio da actio nata, consiste na perda do


direito de ação, inércia por certo lapso de tempo do titular de um direito subjetivo violado
em buscar a sua recomposição, sua fluência se inicia tão logo haja a lesão do direito. Se um
ato viola o direito subjetivo, o titular deve se valer dos meios que a ordem jurídica coloca a
sua disposição para a recomposição de seu patrimônio jurídico. E, tão logo nascido o direito
de ação pela lesão ou ameaça do direito, tem, início a fluência do lapso prescricional.

Nos termos do art 1º do Decreto n. 20.910/32, complementado pelo


Decreto Lei nº 4.597/42, in verbis:

“Art. 1º As dívidas passivas da União, dos Estados e dos Municípios,


bem assim todo e qualquer direito ou ação contra a Fazenda federal,
estadual ou municipal, seja qual for a sua natureza, prescrevem em
cinco anos contados da data do ato ou fato do qual se originarem.”

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À luz do citado dispositivo legal, verifica-se claramente a ocorrência


da perda do direito de ação de reivindicar a restituição dos honorários contratuais dos
requerentes, bem como o pagamento de qualquer acréscimo em função da correção
monetária e de juros, já que com o nascimento da reclamatória primeira, que se deu em
18.06.1991, o direito pleitear a referida restituição, o que somente veio fazer em
14.05.2012, fora do período legal que rege a prescrição na espécie.

Portanto, há de ser reconhecida a prescrição no presente caso, por


ser questão de pacificação social e segurança jurídica, valores fundamentais do direito
moderno.

Assim o Estado requer seja conhecida à prescrição, extinguindo o


processo com julgamento do mérito, conforme inciso IV do Art. 269 do Código de Processo
Civil.

MÉRITO

O art. 791 da CLT, ao estabelecer que “empregados e os


empregadores poderão reclamar pessoalmente perante a Justiça do Trabalho”, deixou
evidente a facultatividade da presença do advogado nos processos trabalhistas.Nessa linha
de ideias, não se pode afirmar que há a obrigação de ressarcimento, sendo que a
contratação de advogado é facultativa.

Ressalte-se trazer a lume o fato de que os valores dos honorários


advocatícios deverão ser pagos de acordo com os valores mínimos estabelecidos na tabela
de honorários advocatícios da OAB/RO.

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Os honorários advocatícios são regidos pelo Código Civil brasileiro


(Lei de n. 5.869/73) em seu artigo 20, que assim dispõe:

“Art. 20. A sentença condenará o vencido a pagar ao vencedor as


despesas que antecipou e os honorários advocatícios. Esta verba
honorária será devida, também, nos casos em que o advogado
funcionar em causa própria.
§ 1º O juiz, ao decidir qualquer incidente ou recurso, condenará nas
despesas o vencido.
§ 2º As despesas abrangem não só as custas dos atos do processo,
como também a indenização de viagem, diária de testemunha e
remuneração do assistente técnico.

§ 3º Os honorários serão fixados entre o mínimo de dez por cento


(10%) e o máximo de vinte por cento (20%) sobre o valor da
condenação, atendidos:
a) o grau de zelo do profissional;
b) o lugar de prestação do serviço;
c) a natureza e importância da causa, o trabalho realizado pelo
advogado e o tempo exigido para o seu serviço.

§ 4o Nas causas de pequeno valor, nas de valor inestimável, naquelas


em que não houver condenação ou for vencida a Fazenda Pública, e
nas execuções, embargadas ou não, os honorários serão fixados
consoante apreciação eqüitativa do juiz, atendidas as normas das
alíneas a, b e c do parágrafo anterior.

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§ 5o Nas ações de indenização por ato ilícito contra pessoa, o valor da


condenação será a soma das prestações vencidas com o capital
necessário a produzir a renda correspondente às prestações
vincendas (art. 602), podendo estas ser pagas, também
mensalmente, na forma do § 2o do referido art. 602, inclusive em
consignação na folha de pagamentos do devedor.“

Deste modo, a lei brasileira define os critérios de valoração do


quantum dos honorários advocatícios em termos de percentual sobre o valor da
condenação, evitando assim a cobrança de honorários abusivos.

Diante da regra da legislação processual brasileira, esse percentual


varia de 10% a 20%, entretanto, a prática jurisprudencial revela outra realidade.

Nesse sentido, se posiciona a jurisprudência do STJ, decidiu


reiteradas vezes que os honorários advocatícios são devidos em percentuais inferiores a
20%, diante do exorbitante valor da condenação, segundo o julgado a seguir ementado:

“TRIBUTÁRIO – CONTRIBUIÇÃO DESTINADA AO SESC E AO SENAC –


EMPRESA PRESTADORA DE SERVIÇO – INCIDÊNCIA – HONORÁRIOS
ADVOCATÍCIOS – POSSIBILIDADE DE REVISÃO QUANDO O VALOR É
EXORBITANTE OU IRRISÓRIO.
1. A controvérsia restringe-se à possibilidade de revisão de
honorários advocatícios, pelo STJ, na hipótese de fixação de
sucumbência em valores irrisórios ou exorbitantes.
2. A jurisprudência do STJ firmou-se no sentido de que a via especial
é inadequada para rever o valor fixado a título de honorários

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advocatícios, à exceção das hipóteses em que se mostre irrisório


ou excessivo.
3. Da atenta leitura dos autos, verifica-se que os honorários foram
fixados em 5% sobre o valor exorbitante da causa, portanto R$
288.522,00 (duzentos e oitenta e oito mil, quinhentos e vinte dois
reais), configurado valor exorbitante em relação à pouca
complexidade da demanda (contribuição para SESC e para o
SENAC pelas empresas prestadoras de serviço); destarte, nesse
ponto, mercê reparo o acórdão a quo para reduzir o quantum
honorários para patamar de 1%. Agravo regimental improvido.
(AgRg no RESP 1.076.302/SP, min. Rel. Humberto Martins, 2°
Turma, DJ 11.11.2008).”

Deste modo, os valores legais balizam a fixação dos honorários


advocatícios pelo juiz de acordo com os critérios de:

a) grau de zelo do profissional;


b) o lugar de prestação de serviço;
c) a natureza e importância da causa, o trabalho realizado pelo
advogado e o tempo exigido para o seu serviço.

Podendo, entretanto, fixar os honorários em percentuais inferiores


aos de 10%, diante do exorbitante valor da condenação.

Por fim, destaque-se que o sistema jurídico brasileiro enfatiza


proteção ao direito de acesso à justiça, preceito este considerado direito fundamental, como
se infere no teor do art. 5°, incisos XXXV e LXXIV, CF/88:

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“Art. 5° - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer


natureza, garantindo-se aos brasileiros e estrangeiros residentes no
País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

XXV – a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou


ameaça a direito;
[...]
LXXIV – o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos
que comprovarem insuficiência de recursos;”

Este fundamento Constitucional percorre a legislação


infraconstitucional e a jurisprudência dos Tribunais, indicando a assistência gratuita e
integral, caso se comprove a insuficiência de recursos.

Assim, quando comprovada a insuficiência de recursos, não há que se


falar em condenação de honorários advocatícios, conforme o art. 3°, inciso V, da lei de n.
1.060/50. Mas veja-se que, esse benefício não se trata de isenção, mas de suspensão do
pagamento, conforme se infere no teor do art. 12 da lei n. 1060/50, que estabelece normas
para a concessão de assistência judiciária aos necessitados, in verbis:

Nesse sentido, o STJ ainda define casos excepcionais em que não há


condenação de honorários advocatícios ou em que haverá a condenação, indicados pelas
súmulas de n° 345, 306, 303, 201, 111, 110, 105 e 14:

“Súmula 345: “São devidos honorários advocatícios pela Fazenda


Pública nas execuções individuais de sentença proferida em ações
coletivas, ainda que não embargadas”.

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Súmula 306: “Os honorários advocatícios devem ser compensados


quando houver sucumbência recíproca, assegurado o direito
autônomo do advogado à execução do saldo sem excluir a
legitimidade da própria parte”.
Súmula 303: “Em embargos de terceiro, quem deu causa à constrição
indevida deve arcar com os honorários advocatícios”.
Súmula 201: “Os honorários advocatícios não podem ser fixados em
salários-mínimos”.
Súmula 111: “Os honorários advocatícios, nas ações previdenciárias,
não incidem sobre as prestações vencidas após a sentença”.

Súmula 110: “A isenção do pagamento de honorários advocatícios,


nas ações acidentárias, e restritas ao segurado”.
Súmula 105: “Não ação de mandado de segurança não se admite
condenação em honorários advocatícios”.
Súmula 14: “Arbitrados os honorários advocatícios em percentual
sobre o valor da causa, a correção monetária incide do respectivo
ajuizamento”.”

Portanto, os honorários advocatícios são balizados pela Lei, e fixados


pelo juiz no caso concreto, sem a intervenção do Ministério da Justiça ou da Ordem dos
Advogados, a necessidade de pagamento de honorários advocatícios, não barra o acesso à
justiça, tendo em vista que, quando concedido o benefício da assistência gratuita, não há
que se falar na cobrança dos respectivos honorários.

Logo incabível a restituição dos honorários advocatícios, ante a


ausência de comprovação ilegalidade ou arbitrariedade praticada pelos agentes públicos, a
ensejar reparação de danos.

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DO PEDIDO
Diante todo o exposto, requer o Estado de Rondônia:

A extinção do presente processo sem julgamento do mérito, em face


da preliminar de ilegitimidade passiva arguida, com base no art. 267, IV do CPC;

Caso superada a preliminar supracitada, no mérito pugna o Estado de


Rondônia, para que os pedidos formulados pelo autor sejam julgados totalmente
improcedentes;

Em atenção ao princípio da eventualidade, caso a Fazenda Pública


seja vencida, que o nobre magistrado fixe os honorários advocatícios no mínimo legal (§ 4º
do art. 20 do CPC).

Protesta e requer provar o alegado por todos os meios de prova em


direito admitidos, notadamente a testemunhal e documental, e ainda pelo depoimento
pessoal do Reclamante.

Nestes termos,
Pede-se deferimento.

Porto Velho, 04 de junho de 2013.

Lívia Renata de Oliveira Silva


Procuradora do Estado

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