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PODER JUDICIÁRIO
São Paulo
Registro: 2017.0000972003
ACÓRDÃO
Apelação nº 1126330-60.2016.8.26.0100
Relatora: Fernanda Gomes Camacho
Órgão Julgador: 5ª Câmara de Direito Privado
Apelante: Paulo Alberto Fachin
Apelado: Editora Abril S.A.
Comarca: São Paulo - 43ª Vara CÍvel
Processo de Origem: 1126330-60.2016.8.26.0100
Juiz Prolator: Miguel Ferrari Junior
VOTO nº 5989
Vistos.
Trata-se de ação relativa a reparação por danos morais
julgada improcedente pela r. sentença de fls.220/232, cujo relatório fica adotado,
com fundamento no artigo 487, inciso I, do Código de Processo Civil. Pela
sucumbência, o autor foi condenado a arcar com o pagamento das despesas
processuais e honorários advocatícios fixados em 10% sobre o valor atualizado da
causa.
Inconformado, apela o autor, sustentando, em síntese,
que sua moral foi atingida em razão de publicação veiculada pela revista Exame, de
responsabilidade da apelada, na qual seu nome foi erroneamente vinculado a uma
empresa em recuperação judicial, causando-lhe inúmeros prejuízos e dissabores.
Ademais, o dever de cuidado na divulgação de dados foi negligenciado pela
apelada, considerando que a reportagem foi veiculada em revista de grande
circulação, especializada no setor de negócios e finanças. Além disso, a apelada se
limitou a publicar uma errata na versão online, que sequer foi repetida na edição
posterior da revista impressa, inexistindo, portanto, qualquer retratação efetiva.
Considerando o dano moral causado ao apelante, bem como a circulação quinzenal
da revista, com uma tiragem de 150 mil exemplares, pleiteia a reforma da sentença
com a condenação da ré ao pagamento de indenização por danos morais no valor
de R$1.000.000,00 (fls.234/240).
A parte contrária apresentou contrarrazões (fls.245/266).
Regularmente processado e preparado o recurso
(fls.241/242 e fls.275/276).
É o relatório.
O recurso não comporta provimento.
Consta dos autos que na revista “Exame”, de publicidade
da editora ré, foram veiculadas notícias com o seguinte teor:
“ENTRA RUIM, SAI PIOR. Fraudes, brigas entre empresas e
credores, decisões judiciais controversas. Na teoria a recuperação judicial é uma
ótima forma de salva empresas. Já na prática...
(...)
De acordo com credores ouvidos por EXAME, os casos mais
complexos são aqueles em que é quase impossível dizer onde está o dinheiro
da empresa ou de seus donos. Paulo Fachin, dono da produtora e
comercializadora de soja e milho Ceagro, que fatura 800 milhões de reais,
levantou 1,5 bilhão com grandes bancos. A garantia era uma série de
contratos de venda de soja os investidores ficavam com os pagamentos da
venda em garantia e, em caso de inadimplência ou rompimento dos contratos,
ficavam com a soja. Parecia uma garantia reforçada. Mas não existia tanta soja
assim em julho de 2015, os compradores não receberam as encomendas e,
claro, não pagaram as faturas. Os credores alegam, desde então, que a soma
de ativos da Ceagro é menor do que os financiamentos que a empresa tomou, e
os bancos agora querem saber onde foi parar o dinheiro que emprestaram. O
banco Indusval chegou a gastar alguns milhares de dólares numa investigação
para desvendar se o dono mandou dinheiro para o exterior mas, por enquanto,
só encontrou uma conta nos Estados Unidos com U$40.000,00 (o banco nega a
investigação)” (fls.72/73) (g.n.).