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75 anos de Petróleo na Bahia

Nos tempos temerosos em que vivemos, quando os modelos de partilha


de jazidas de petróleo e a participação da Petrobrás em sua produção são
profundamente alterados sem nenhum debate com a sociedade, nada mais
oportuno que colocar em pauta nosso ouro negro, uma das principais fontes
energéticas da atualidade. Nesta manhã de sexta, 16/12, o Instituto de
Geociências (IGEO) da UFBA promoveu o seminário “75 anos de Petróleo na
Bahia”, organizado pela professora Olívia Oliveira (Diretora do IGEO/UFBA) e
professor André Ghirardi (Faculdade de Economia/UFBA).
O petróleo brasileiro foi oficialmente descoberto em janeiro de 1939,
através de um poço perfurado no bairro soteropolitano hoje conhecido como
Lobato, em homenagem ao escritor paulista que tantas campanhas fez por esta
descoberta. Entretanto, o primeiro poço comercial, ou seja, que teve viabilidade
econômica para produção, foi aberto em 14/12/1941 no município de Candeias,
também na Bahia. Essa descoberta inaugurou efetivamente a produção de
petróleo na Bacia do Recôncavo.
A abertura do evento foi feita pela professora Olívia Oliveira, que
congratulou os presentes, e pelo reitor João Carlos Salles, que elogiou a
articulação que o IGEO faz entre academia, Estado e indústria. O professor
João pontuou que “este tipo de parceria ainda é tabu em outros institutos”, e
que “a unidade tem o que ensinar à UFBA, mostrando que o exercício da
autonomia não se dá sem diálogo”.
O Coordenador Executivo de Projetos Especiais da Secretaria de
Planejamento (Seplan) e professor da UFBA, Antônio Alberto Valença, fez uma
ampla explanação sobre planejamento governamental, definido por ele como
definição de prioridades e escolhas racionais. Traçou um histórico do
planejamento estatal desde a década de 30, passando pela constituição de
1046, reforma administrativa de 1965, constituição de 1988, até chegar ao atual
Sedege – Sistema Estadual de Planejamento e Gestão Estratégica, que conta
com um plano participativo e territorializado.
O professor Edson Starteri Sampaio abordou os marcos da geologia
brasileira, desde as expedições estrangeiras do séc. 19, passando pela criação
da Comissão Geológica do Império, em 1875, o ciclo energético do carvão
mineral, a descoberta do petróleo em 1939/1941, a campanha “O Petróleo é
nosso”, a criação da Petrobrás em 1953, até chegar à criação dos cursos de
geologia nas universidades brasileiras, em 1957. Destacou como a UFBA havia
ficado inicialmente de fora, e o reitor Edgar Santos corajosamente abriu o curso
à revelia do MEC. Sublinhou a história do Programa de Pós-Graduação em
Geofísica, que durante muito tempo teve apoio direto da Petrobrás, até a
criação do curso de geofísica.
José Augusto Fernandes Filho, membro do Conselho de Administração
da Queiroz Galvão, abordou os desafios da exploração de petróleo na Bahia
sob a perspectiva empresarial, salientando a incerteza dos investimentos e
trazendo um vasto volume de dados. Antônio Rivas, ex-dirigente da Petrobras,
atual membro do Conselho de Petróleo e Gás da Federação das Indústrias do
Estado da Bahia (FIEB), seguiu na mesma linha mostrando que os custos cada
vez mais elevados têm levado a uma queda de produção no estado.
O economista e professor Fernando Cardozo Pedrão fez uma ampla
análise de conjuntura, falando sobre os impactos das eleições norte-
americanas e das crises do Capital sobre o mercado de petróleo, à luz da
geopolítica mundial. Salientou a necessidade de se pensar a longo prazo,
citando um antigo filósofo chinês: “na guerra, não há vantagens mundiais”.
O seminário foi exitoso em trazer diferentes olhares para o tema, que
está umbilicalmente ligado à própria história do Instituto. A professora Yeda
Andrade Ferreira, a primeira diretora do IGEO, foi lembrada e homenageada
durante o evento. A data celebrada torna-se ainda mais emblemática por vir no
bojo dos 70 anos da UFBA, comemorados durante todo o ano de 2016.

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