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Maria Elisabete Cunha Alves de Freitas nº 22881

Sandra Rafaela Ribeiro dos Santos nº 22965

REVISÃO DA VIDA: TÉCNICA CONSTRUTIVISTA

Unidade Curricular: Intervenção Psicológica II

Trabalho realizado sob a orientação da

Professora Doutora Maria Xavier de Araújo

Departamento de Ciências da Educação e do Património

18 de Maio de 2011
1. Fundamentos Teóricos e Objectivos da estratégia

A Técnica Da Revisão Da Vida, tem como objectivo facilitar o processo


vivencial do paciente, focalizar a sua atenção nas configurações que
constituem a sua experiência, promover a auto-exploração, promover o
aparecimento de um novo significado da experiência do paciente,
reorganizando as estruturas emocionais centrais, para que este construa um
novo significado de si e do mundo (Abreu & Roso, 2003).

2. Procedimento

Esta técnica pode ser utilizada de duas formas, através da Construção


da Linha de Vida do Paciente, e através da Construção da História do Paciente
em Pequenos Pedaços de Papel.

Vamos descrever o procedimento aplicado à Rute, uma jovem com 21


anos que sofre de Bulimia nervosa. Numa primeira fase de exploração
empática, tentamos perceber a realidade da paciente de nome “Rute”, o que
esta sabia sobre o problema que a afectava e quais as implicações na sua
vida.

Depois de estabelecida a aliança terapêutica, seleccionamos na


conversa da Rute, a parte da mensagem que nos interessava explorar, que era
“ser/sentir-se diferente”. Deste modo tentamos alcançar o objectivo nesta
primeira fase do processo, que é a facilitação do processo vivencial do
paciente, auxiliando-o a focalizar a sua atenção nas diversas configurações
que constituem a sua experiência.

Rute falou então de uma das alturas da sua vida em que se sentiu
“diferente”. E ainda que se sentia mais “forte” e que isto era muito mau. A partir
daqui a Psicóloga pediu à Rute que falasse das suas emoções e do que sentia
nessas alturas, dado que nesta técnica, o paciente é levado a experimentar as
suas estruturas pessoais de uma forma emocional e no momento actual, de

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modo a alargar o conhecimento acerca da sua maneira emocional de reagir
(Abreu & Roso, 2003).

Construção Da Linha De Vida Do Paciente - Tendo em conta que a Rute


conseguiu atingir o objectivo inicial, foi-lhe pedido que desenhasse uma linha
cronológica, que representasse a sua linha de vida, desde o nascimento até ao
momento actual, onde registasse os momentos bons, maus e importantes de
cada ano. Em cima da linha os momentos positivos e em baixo os momentos
negativos.
É necessário que se dê espaço proporcional a todos os anos e que os
contemple todos. Por não se saber quanto espaço será utilizado, pode pedir-se
ao paciente que registe em diversas folhas soltas os diferentes
acontecimentos, e depois procede-se à execução da completa linha da vida
com todos os momentos. Neste momento, é recomendado que o terapeuta
preste atenção às emoções que possam surgir do registo dos acontecimentos
e que são importantes para trabalhar em sessão. De seguida pode pedir-se ao
paciente que atribua emoções a cada um dos acontecimentos registados na
sua linha de vida (Salvagni et al, 2007).

Ao reviver cada momento, o paciente mudará gradualmente os


esquemas de pensamento sobre si e sobre os outros. Esta mudança leva a
uma nova consciência, a uma nova visão do mundo e de si mesmo, a maior
compreensão e aceitação de si. Neste momento de mudança, segundo
Mahoney (cit. por Abreu & Roso, 2003, pp. 188) “o que efectivamente se
transforma não são as suas emoções, seus comportamentos ou sentimentos, e
sim sua relação com as emoções, os pensamentos e os comportamentos”. O
paciente, percebe neste processo, a forma como valorizava e reagia ao que o
rodeava e é como se apercebesse do como e porquê do que acontece consigo
e como isso foi acontecendo sucessivamente ao longo da sua vida (Abreu &
Roso, 2003).

Após este momento, o terapeuta revê com o paciente o processo de


mudança e as implicações da mesma. Aqui, o paciente tenta gerar uma nova
visão do seu mundo, que o faz posteriormente reflectir e começar a tentar

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aplicar essa mudança a outras vertentes da sua vida além da vida terapêutica,
fazendo-o melhorar a sua vida e diminuir os sintomas problemáticos (Abreu &
Roso, 2003).

Construção Da História Do Paciente Em Pequenos Pedaços De Papel –


Tem como objectivo compreender os processos através dos quais o paciente
produz os significados da experiência, pois o progresso psicológico do paciente
é efectuado a partir de um procedimento persistente de disposição das suas
experiências ao longo do tempo. Ao vivenciar um acontecimento, a sua
reacção emocional irá ampliar a sua concepção para que o mesmo desenvolva
uma explicação desse acontecimento, e isso faz com que ele atribua ao
acontecimento, significado e coerência.

Esta técnica implica 5 etapas - Recordação, Objectivação,


Subjectivação, Metaforização e Projecção.
Na fase da Recordação, é pedido ao paciente que recorte pedaços de
papel, dos 0 até à sua idade actual e que neles registe, para cada ano, pelo
menos um momento que seja significativo e do qual se recorde.

No vídeo apresentado aplicamos esta técnica com base na anterior e


passamos directamente para a fase de Objectivação, dado que já tínhamos
pedido à Rute, que descrevesse alguns momentos pormenorizadamente, para
que ao fazê-lo, fosse encontrando uma coerência narrativa, ou seja, um tópico
que fosse comum a todos os momentos que registou e que caracterizava a
maneira como construiu o conhecimento de si e da realidade, um momento
escolhido de entre os vários, que fosse o que melhor demonstrava esse tópico
que comum a todos. E que com a Rute foi “ser/sentir-se diferente”.

Na fase da Objectivação, é pedido ao paciente que recorde e


experiencie através dos cinco sentidos a experiência evocada. O objectivo é
que o paciente perceba a variedade e complexidade de estímulos sensoriais a
que esteve exposto, dizendo por exemplo, os odores, o que visualizou, tocou,
escutou. Na fase da Subjectivação, são englobadas as experiências
emocionais e cognitivas pertencentes aos momentos escolhidos, o que

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expande a exploração. Para a concretização destas duas fases a Psicóloga
pediu à Rute que recordasse aqueles momentos como se estivesse a vivê-los
no momento actual e que descrevesse os odores, o que visualizava, tocava e
escutava, e ainda que descrevesse também as emoções e os pensamentos
que estava a ter, sempre como se estivesse a senti-los nesse preciso
momento.

Na penúltima fase, a Metaforização, utilizam-se metáforas como


condensadores de significados. Depois das fases sensoriais, emocionais e
cognitivas, é pedido que estabeleça uma metáfora para a experiência
emocional vivida nos vários momentos que escolheu. A Psicóloga pediu então
à Rute que atribui-se um nome, ou um título, a estes episódios, como se
tratasse de um filme ou de um livro. Rute deu-lhes o nome de “O Corcunda de
NotreDame”.

Por fim, na fase da Projecção, foi pedido à paciente que com base
naqueles momentos que foi traçando e onde não se sentia “diferente”
produzisse as suas memórias do futuro e que com base nas emoções sentidas
nesses instantes, tornasse possível existirem novas emoções, cognições, e
significados nas suas experiências futuras.

Pediu-se ainda que a Rute formulasse uma metáfora nova e que tendo
esta em mente, seguisse para uma nova revisão histórica, procurando na sua
vida momentos que pudessem denotar essa nova maneira de significação.

Aqui, o paciente percebe que existem outros temas no seu passado e


que o seu reconhecimento depende da metáfora da qual parte para narrar a
sua história. É necessário então que o paciente encontre raízes na sua história
que alberguem esta sua nova maneira de significar a realidade. É ainda pedido
que o paciente identifique na sua vida diária, experiências que demonstrem
esta metáfora alternativa, para que intencionalmente se criem experiências
desse tipo.

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3. Indicações e contra-indicações

Esta técnica tem alguns aspectos positivos e outros menos positivos. É


aconselhável para pacientes com dificuldade em descrever sequências, para
uma maior compreensão do paciente, e este de si mesmo.
Pode ser utilizada em procedimentos individuais ou familiares. Por outro
lado é uma técnica muito expositiva verbalmente, o que pode ser um entrave
para pessoas com dificuldades de expressão. É contra-indicada para pacientes
com aparente incapacidade de organização dos acontecimentos numa auto-
narrativa compreensível e inteligível e em pacientes com experiências
traumáticas sérias, os quais podem não ser capazes de falar acerca dos seus
problemas e em pacientes com Perturbação Neurocognitiva grave que restrinja
a sua auto consciência ou auto-insight;
Esta técnica pode ser utilizada em diversas perturbações
nomeadamente: Fobia Social, Perturbações Alimentares, Perturbação de
Pânico, Depressão, Perturbação Obsessivo-Compulsivo, e até em adições
como o Alcoolismo (Salvagni et al, 2007).

6
BIBLIOGRAFIA
Abreu, C. N., & Roso, M. (2003). Psicoterapias Cognitiva e Construtivista.
Lisboa: Artmed. Lisboa: Artmed.

Salvagni, A. P., Tronco, C. B., Corrêa, K. N., Prates, M. A., Veríssimo, M. S., &
Lunes, M. V. (2007). Obtido em 19 de 04 de 2011, de
http://www.domusterapia.com.br/principal/ShowSecao.asp?var_chavereg=91

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