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Nesta Edição

Capa – Sacramento da Última Ceia – Salvador Dali.............Capa Trabalhos


Editorial......................................................
Editorial ....................................2 - Os Estatutos de Schaw..............................................................6
Destaques – O Filtro da Loja.......................................................3 - Exagero de Elogios na Maçonaria..........................................8
Informe Cultural – - As Origens do REAA.............................................................10
- XVII Encontro Nacional da Cultura Maçônica........................5 Reflexões – Paganini...................................................................13
Academia da Leitura – Por Que Ler é Importante?...............5 Lançamentos – Livros.................................................................14

Editorial
“Defender a América e o Brasil é defender, para a Humanidade, a terra generosa de onde brota a
esplendente Árvore de um novo e glorioso capítulo da civilização”.

H
Professor Henrique José de Souza

gênero humano e de suas civilizações, bem como de seu


á muito tem se falado que o nosso país é a Terra da
Promissão, a atual Canaã, onde o Povo de Deus renascimento, uma Era Dourada, que surgiria no fim da
habitará. Fato registrado em diversas Escrituras sucessão de quatro Impérios e no surgimento do Quinto. Este
desde a Antiguidade. À Luz da Ciência Iniciática das Idades, último não seria baseado no poderio bélico ou financeiro, mas
reservada a poucos, o Brasil é a Terra do próximo Avatara, por na Onipotência do Senhor dos Mundos.
alguns, chamado de Cristo Universal, e, no Oriente, de
Maitreia-Buda. Os Tempos são chegados, embora a dormência
espiritual da grande massa, mais uma vez, não permita que
Frases, como “Brasil Celeiro do Mundo”, “Pátria do caiam as vendas que lhes cobrem os olhos da ignorância.
Evangelho”, “Berço da Nova Civilização”, tornaram-se Assim, tem se repetido a história da humanidade, iludida
verdadeiros jargões na boca do povo, embora de modo pelo falso brilho das coisas efêmeras, de tal modo, que perde,
inconsciente por não saber ele como se concretizarão tais na própria estação, a singular oportunidade de embarcar no
previsões. trem da evolução: “Ele veio e, mais uma vez, vós não os
reconhecestes!”
A queda do Império Americano já é notória,
publicamente, admitida até por eles próprios, quando um dos Estamos vivenciando um momento muito especial da
candidatos à eleição presidencial colocou como meta de seu humanidade, em que a porta, novamente, abre-se àqueles que
governo fazer os EUA voltarem a ser a primeira nação do sublimaram as coisas terrenas e abriram os olhos do espírito.
mundo. Pouco a pouco, a verdade desmascara o rombo da A um Verdadeiro Iniciado é inconcebível ser pego dormindo!
dívida americana e confirma a profecia de Daniel, há mais de Quem nasceu ou vive, atualmente, no Brasil, local da
2.500 anos. manifestação do Cristo Universal, ao longo de suas
existências, reuniu valores para tal e, portanto, tem méritos
Os profetas judaicos, frequentemente, falavam sobre o para ser partícipe desse Advento.
destino de nosso país, a exemplo de Jeremias, quando
anunciou que o Povo de Deus habitaria uma Terra de onde Deveremos estar atentos para não sermos pegos
mana leite e mel. Exatamente, a mesma frase de Dom Bosco, dormindo, acumulando, alucinadamente, ilusórios
em 1883, para se referir ao Brasil: “...esta é a Terra Prometida, patrimônios materiais, que de nada nos servirão. A maior
de onde mana leite e mel”. Assim como Isaías, quando falou riqueza, que deveremos adquirir, é a Noção da Verdade, a
sobre a Nova Jerusalém, surgindo no final dos Tempos. busca do nosso crescimento espiritual, a expansão de nossa
O profeta Daniel fala sobre a queda gradativa do consciência.

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Sabemos que cada indivíduo se encontra em todas as previsões, será o palco da manifestação do Avatara
determinado degrau da escada evolucional e contemplará do Novo Ciclo.
essa mesma Verdade como a conseguir enxergar. É óbvio que Entendemos ser oportuno abordar tal assunto nesta
deveremos ter, acima de tudo, tolerância para os que estão edição, no mês em que comemoramos mais um aniversário
galgando os degraus que já ultrapassamos, pois esses, ainda, do “descobrimento oficial” de nosso país pelos portugueses,
não adquiriram uma visão privilegiada dos planos evolutivos. povo responsável, dentro da história oculta, pela sequência
dos acontecimentos, que possibilitarão firmar a Raça Dourada
Nós da Revista Arte Real muito temos que ascender e o Quinto Império em terras brasileiras.
nessa infinita escada, porém, como Arautos que nos
propusemos ser, temos como principal função a de informar e Neste mês, nos dias 13 e 14, estará acontecendo o XVII
elucidar nossos leitores nos mais diversos temas, a fim de Encontro Nacional da Cultura Maçônica, em São Luís, MA,
levá-los à reflexão, conscientizando-os, principalmente, quando os maiores ícones da cultura maçônica estarão
quanto ao real objetivo do Maçom em seu papel de Iniciado reunidos. A coluna Informe Cultural aborda, em detalhes, o
nos Mistérios. assunto. Ainda, falando em cultura, mais uma vez, o Sul de
O que se espera de um Iniciado é que ele busque Minas dará sua preciosa contribuição, realizando, de 25 a 27
transformar a Iniciação Simbólica recebida em Iniciação Real, de maio, em Alfenas, MG, o IV Encontro Maçônico Sul-
colocando em prática os ensinamentos que lhe foram Mineiro, cujo tema será “Matemática e Maçonaria”. Na
ministrados. Com isso, possibilitará a abertura dos olhos do próxima edição, informaremos a programação completa do
espírito para a Verdade e para esse grande e singular evento!
momento da humanidade, quando o Brasil, confirmando Tenham todos uma boa e reflexiva leitura! ?

Destaques
O F ILTRO DA L OJA
Valdemar Sansão

É
esse o segredo da vida dotada de força. Apenas, com
a inteligência, não se pode ser um ser moral, nem
fazer política. A razão não basta, as coisas decisivas
passam-se para além dela. Os homens que fizeram grandes
coisas amaram sempre a música, a poesia, a forma, a
disciplina, a religião e a nobreza. Iria mesmo ao ponto de
afirmar que só as pessoas que, assim, procedem conhecem a
felicidade! São esses os chamados imponderáveis que dão o
cunho próprio ao senhor, ao homem; aquilo que, ainda, vibra
na admiração do povo pelos atores é um resto
incompreendido disso.

“A quem muito se deu, dele muito se exigirá; e a quem


muito se entregar, muito se lhe pedirá.”

Um templo maçônico é construído, unindo-se tijolo a edifício como formado por um único bloco. Por isso, a Trolha
tijolo com a argamassa reparada pelo pedreiro, que, assim, pode ser considerada como um emblema de tolerância e
levanta suas paredes e verifica a sua perfeição com o auxílio indulgência, com que todo Maçom deve dissimular as faltas e
do Prumo e do Nível, tornando a aparência rude em lisa com defeitos de seus Irmãos. Porém é o Mestre quem diz que sua
a Trolha, utilizada para estender o reboco e cobrir todas as obra está perfeita. Dentro desse templo, construímos uma Loja.
irregularidades, para anunciar que está tudo correto, Ela é construída com a energia dos Irmãos; encerra todas as
proclamando: tudo está justo e perfeito, fazendo parecer o virtudes dos seus membros e, também, todos os seus vícios. Se

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permitirmos que as virtudes prevaleçam, ela se encherá de brilho Lembremo-nos de que todo Maçom possui um
e refletirá, em seus criadores, o aura de felicidade, de paz, de compromisso com o futuro da Ordem e deve participar das
harmonia, de satisfação, de bem-estar físico e espiritual. atividades da Loja. Cada um em seu nível, dentro de suas
condições e capacidade, mas é tarefa do Venerável orientar,
Vício é o hábito mau, oposto à virtude, que é o hábito
coordenar e comandar ( = mandar com ), cabendo-lhe procurar
bom. Vício é tudo quanto se opõe à natureza humana, sendo
todos os recursos para: Buscar a satisfação dos IIr∴, orientando-os
contrário à ordem da razão; é hábito profundamente arraigado,
em suas atividades ritualísticas, filosóficas e sociais; Manter e
que determina, no indivíduo, um desejo quase doentio de alguma
melhorar o desempenho da Oficina, cujo funcionamento pleno
coisa, que é ou pode ser nocivo. É tudo o que é defeituoso, o que
deve voltar-se inteiramente para o cumprimento do programa
se desvia do bom caminho. Sendo coisas extremas, os vícios estão
estabelecido pela Constituição e Regulamento Geral; Procurar,
em oposição não só à virtude, senão também entre si; as virtudes,
sempre, fazer mais e melhor, capacitando a Oficina para que haja
pelo contrário, concordam sempre entre si. Quando permitirmos
vida, trabalho, ação e comunhão de ideias entre os Irmãos; mantê-
que os vícios, os erros, o egoísmo e o individualismo dominem,
los unidos e integrados para que se completem e complementem
isso nos devolverá a sensação de opressão, angústia, desânimo,
as partes; ouvir a todos e procurar concordância de ideias, de
desilusão.
opiniões, num trabalho conjunto, harmonioso e produtivo;
Mas quem é o filtro que se coloca diante de nossos
Estimular a participação, o raciocínio e a reflexão de todos os
defeitos de modo a não permitir que eles se amplifiquem dentro
Obreiros nas tarefas que executam, dando-lhes objetivos e
do templo e transformem a Loja? Quem é que amplia nossas
solicitando-lhes o auxílio, ganhando, com isso, benefícios de toda
qualidades, tornando os trabalhos justos e perfeitos? Quem é que,
ordem pelo desempenho.
com suas críticas, ajuda a Loja a crescer? Quem é que, com seus
elogios, enche-nos de orgulho, mas nos alerta de que, nas Lojas Esses são os caminhos para que o sistema gerencial de
Maçônicas, os ótimos são apenas bons? Quem é que, diante de uma Loja Maçônica se torne um conjunto de elementos
nossas divergências, lembra-nos de que os motivos que nos unem nitidamente participativos. Eis os atributos e qualificações de que
são maiores do que aqueles que nos separam? É o Venerável o Venerável Mestre deve ser, naturalmente, dotado para vencer o
Mestre, Irmão, que, no decorrer de sua administração, deve saber primeiro obstáculo de sua administração, a incapacidade natural,
filtrar as queixas, amplificar as qualidades; que se cala como um que o homem tem para obter compreensão, cooperação e auxílio
sábio para evitar desavenças; que fala como um profeta aos que dos outros.
sabem ouvi-lo. Juiz por Instalação… Salomão por mérito... Sempre existirão diferentes formas de se compreender e
Manifestação de respeito, fidelidade, subordinação e digno de solucionar um problema ou melhorar alguma coisa. É preciso
reverência. O peso, que exerce o Venerável Mestre na buscar a solução que satisfaça aos objetivos fixados, às
administração da Loja, é decisivo. Ele é o que suas ações necessidades do momento e à opinião sensata dos Mestres e da
exemplificam. maioria dos envolvidos. Cooperar, trabalhando para que todos
Em Maçonaria, como em qualquer outra instituição sejam beneficiados; tomar cuidado para não enveredar pelo
humana, são comuns as homenagens a Maçons que se distinguem caminho do individualismo, valorizando as qualidades peculiares
por seus méritos; elas, todavia, devem ser prestadas com suas e, também, dos ouros, lembrando, porém, que não é ele, por
parcimônia e recebidas com humildade: parcimônia, para que não “estar” Venerável Mestre, o valor mais elevado, mas, sim, que,
se transformem em moeda vil, em balcão de comendas; juntos, os atributos e conhecimentos, que habilitam alguém a
humildade, para que o homenageado tenha em mente que o desempenhar essa honrosa função, adquirem mais forças.
dever está acima das galas momentâneas.
Ao Venerável Mestre cabe continuar servindo,
O que se espera do Venerável Mestre? Que não seja, direcionando a ação e fomentando a cooperação entre todos,
apenas, um condutor de reuniões. (Se bem que, de cada reunião, porque seu papel é interpretar os fatos e tomar as decisões mais
deva nascer o encaminhamento para a solução dos problemas eficazes. Com seu exemplo, outros, em igualdade de condições,
propostos. Se uma reunião for estéril e o seu resultado ineficaz, farão o mesmo. Assim, teremos melhores dirigentes e,
estarão comprometidas e desacreditadas as reuniões seguintes). consequentemente, uma Maçonaria mais em concordância com
Sem sombra de dúvidas, podemos afirmar que o Veneralato é seus fundamentos originais.
uma investidura que impõe, ao Maçom, importantes e sérias
responsabilidades, cuja incumbência deve ser efetuada com Rogamos, humildemente, a bênção divina para que um
galhardia, zelo e satisfação, ainda que sejam as tarefas difíceis e a dia, em isso acontecendo, possamos dar como alcançado o nosso
jornada árdua. É, pois, um sacerdócio e uma magistratura à altura intento. Permita-nos, Senhor do Universo, a realização dos sonhos
do Rei Salomão. que acalentamos! ?

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Informe Cultural
XVII E NCONTRO DA C ULTURA M AÇÔNICA

A
Francisco Feitosa
bela cidade de São Luís completa 400 anos de Irmãos Maçons de diversas partes do Brasil, que, em muito,
fundação em 08 de setembro de 2012, cujas irão engrandecer o Encontro.
comemorações, desde janeiro, já fazem parte da Na oportunidade, serão lançados livros maçônicos e
programação festiva da cidade. se realizará a exposição de trabalhos sobre o tema do
Encontro. Os selecionados serão divulgados, posteriormente,
Em face da histórica trajetória, a Maçonaria Unida do em livro, publicado pela Editora “A Trolha Ltda”.
Maranhão, associando-se engalana o ambiente com a
realização do XVII Encontro Nacional O evento tem o apoio da
da Cultura Maçônica, nos dias 13 e 14 Associação Brasileira da Imprensa
de abril próximo, tendo como tema Maçônica – ABIM - do Instituto
central “A Educação Pública no Brasileiro de Pesquisas Maçônicas -
Brasil”, com as participações de INBRAPEM, da União Brasileira dos
diversos Irmãos Maçons de todo o Escritores Maçons - UBRAEM - da
país, seus familiares e convidados, Associação das Academias
Pesquisadores, Historiadores, Imortais Brasileiras Maçônicas de Letras -
Acadêmicos, Escritores, Jornalistas, AABML.
verdadeiros ícones da cultura No dia 14 de abril, acontecem
maçônica brasileira. diversos painéis com os seguintes
temas: História da Educação Pública
O Grande Oriente Autônomo no Brasil; O Professor Necessário
do Maranhão – GOAM – sob a batuta do Soberano Grão- para o Século XXI; Responsabilidade Educacional; A
Mestre Irmão Oswaldo Pereira Rocha, foi o escolhido para a Educação de Ensino Superior no Brasil.
coordenação desse importante Encontro. Fará parceria com o Ao final, ler-se-á a Carta de São Luís; entregar-se-ão o
Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão - IHGM - e a Troféu Imprensa e os Certificados de Participação aos
Universidade Federal do Maranhão – UFMA. inscritos; anunciar-se-ão o local do XVIII Encontro,
A programação consta de palestras, proferidas por finalizando com a fala do Soberano Grão-Mestre Osvaldo
Professores Universitários maranhenses e por eminentes Pereira Rocha, seguida de Jantar de Confraternização! 

Academia da Leitura
P OR Q UE L ER É I MPORTANTE ?*

L
er é importante porque leva a pessoa a ter contato com várias ideias diferentes,
adquirindo, assim, uma visão mais ampla do mundo e dos conflitos que
envolvem a humanidade e a sociedade. Quando se tem uma visão mais ampla,
se tem, também, mais material para formar as próprias ideias e resolver, de melhor
forma, os próprios problemas.
Ler, também, é um exercício de imaginação e prazer, pois ao ler, diferente do
que acontece quando se assiste a um vídeo, as imagens se formam na sua mente, pela
sua bagagem cultural e pelo seu estado emocional. Isso equivale a dizer que o texto se

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renova a cada leitura, visto, que amanhã, o mesmo leitor já Conhecimento: através da leitura, falamos e escrevemos
saberá mais do que sabe hoje e estará em outro estado melhor, sabemos o que aconteceu na nossa história, o porquê
emocional; o mesmo texto terá para ele um significado novo. de nosso clima e do idioma que falamos, dentre muitas outras
É importante frisar, também, aquilo que todo mundo diz, e é possibilidades.
uma grande verdade: ao ler, a pessoa pode conhecer e ir a
lugares, o que, de outra forma, seria impossível. A leitura é Leitura dinâmica: quem lê muito, começa a refletir mais
um passaporte com visto permanente para todos os lugares, rápido. Logo, adquire mais agilidade na leitura. Passa os
culturas e mundos, reais ou até imaginários. É uma fonte de olhos e já entende o sobre o que o texto está falando, a opinião
diversão e prazer. do escritor e a conclusão alcançada.
Existem vários porquês da importância da leitura!
Todo mundo sabe que ler é essencial, mas a maioria Vocabulário: esse item é fato, pois quem lê tem um
acha muito difícil! Com o intuito de despertar seu repertório de vocábulos muito mais avançado do que
interesse pela leitura, vejamos alguns motivos pelos quais aquele que não possui essa prática.
você deve começar ou continuar a ler:
Escrita: com conhecimento, reflexão e vocabulário, é
Entendimento: uma boa leitura leva a pessoa ao óbvio que o indivíduo conseguirá desenvolver
entendimento de assuntos distintos. Afinal, o que é seu texto com muito mais destreza e
entender senão compreender, perceber. Como facilidade. Quem lê, se expressa bem por
você saberá conversar sobre determinado tema meio da escrita.
se não tem percepção ou se não o compreende?
Diversão: sim, a leitura promove
Cultura: através da leitura temos diversão, pois quem lê é levado a lugares
possibilidade de ter contato com várias a que não poderia ir “com as próprias
culturas diferentes. Sabemos como pernas”.
determinado povo se comporta, os Informação: através da leitura,
motivos pelos quais age de forma ficamos informados sobre o que
distinta da nossa. Além disso, acontece no mundo e na nossa
compreendemos melhor o outro região.
quando passamos a saber a E, finalizando, é na escrita
história de vida que o cerca. que está registrado todo o
Consequentemente, lidamos conhecimento acumulado pela
melhor com quem é diferente de humanidade em toda a sua
nós e não temos uma opinião história; então, para saber como chegamos aqui, só lendo...
pobre e geral das circunstâncias. Contribuiremos, como de praxe, disponibilizando
mais um livro virtual. Para baixá-lo, basta clicar no título: O
Reflexivos: lendo, tornamo- nos reflexivos, ou seja, formamos Rei do Mundo, Obra do Irmão Augustinho Koschdoski. 
uma ideia própria e madura dos fatos. Quando temos
entendimento dos vários lados de uma mesma história, *matéria baseada em texto publicado no blog
somos capazes de refletir e chegar a um consenso, que nos http://devaneioseloucuras-raquel.blogspot.com
traz crescimento pessoal.

T RABALHOS
O S E STATUTOS S CHAW

A
DE
ntes de a Grande Loja da Escócia ser fundada, já existiam muitas
Lojas Maçônicas naquela nação. E essas Lojas eram livres de
quaisquer regulamentos ou regras, centralizadas, isto é, subordinadas
a um poder central.
Em 28 de dezembro de 1598, William Schaw, do Burgo de Schawpark,
publicou uma série de ordens, conhecidas como os Estatutos de Schaw. Fê-lo
em virtude de seu ofício, como Vigilante Geral (Guardião), isto é, um oficial
administrativo, indicado pela Coroa Real, com o título de “Mestre do Trabalho
do Rei”.
Segundo alguns historiadores, com esse “título”, ele presidia qualquer
Loja, quando um dos Vigilantes estava ausente, ou temporariamente suspenso.

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As funções desse Guardião Geral eram totalmente será informado que um Venerável foi eleito pelo período de
administrativas, tanto para as Lojas, como para uma um ano, a fim de poder serem enviadas suas diretrizes ao
associação oficial. O título de “Mestre Chefe dos Maçons” era Venerável eleito.
para diferenciar-se do de “Mestre Maçom do Rei”. 8. Nenhum Mestre tomará mais de três aprendizes ao longo
A cópia principal dos Estatutos, assinados por de sua vida, a não ser que este obtenha um consentimento de
William Schaw, está preservada no livro de atas da Loja todos os Veneráveis, Diáconos e Mestres do condado onde
Mary’s Chapel # 01 de Edimburgo. O manuscrito traz a vive o Aprendiz que pretende tomar.
assinatura de William Schaw. Segue abaixo sua transcrição: 9. Nenhum Mestre tomará nem se valerá de um
Aprendiz por menos de sete anos, tampouco será permitido
“Em Edimburgo, no vigésimo oitavo dia de dezembro do ano fazer deste Aprendiz um irmão e Companheiro de Ofício, até
do Senhor de 1598. Estatutos e instruções que devem observar que tenha exercido outros sete anos, até o término de seu
todos os Mestres Maçons deste reino, empossados por aprendizado, salvo dispensa especial, concedida pelos
William Schaw, Mestre de Obras de Sua Majestade, o rei Veneráveis, Diáconos e Mestres, reunidos para avaliá-lo, e que
Jaime VI, e Venerável Geral do mencionado Ofício, com o tenha sido comprovado suficientemente seu valor,
consentimento dos Mestres abaixo firmados. qualificação e habilidade daquele a que se pretende fazer
Companheiro de Ofício; isso tudo, sob pena de uma multa de
1. Primeiramente, observar e guardar o que seus quarenta libras a ser recebida daquele que tenha sido feito
predecessores guardaram de memória, ou seja, todas as Companheiro de Ofício sem a devida instrução necessária,
instruções anteriormente estabelecidas referentes aos sem prejuízo das penas que possam ser aplicadas à Loja à
privilégios de seu Ofício, e em particular serem sinceros uns qual este pertença.
com os outros e viverem juntos na caridade, havendo se
convertido, por juramento em Irmãos e Companheiros de 10. Não será permitido a nenhum Mestre vender seu
Ofício. Aprendiz a outro Mestre, nem liberar, através de pagamento,
2. Obedecer a seus Veneráveis, Diáconos e Mestres em tudo o o Aprendiz dos anos de ensinamento que a ele é devido, sob
que seja referente a seu Ofício. pena de uma multa de quarenta libras.
3. Serem honestos, fiéis e diligentes em seu trabalho e se 11. Nenhum Mestre receberá aprendizes sem informar ao
comportar com retidão diante de seus Mestres ou Venerável da Loja à qual pertença, a fim de que o nome do
proprietários das obras empreendidas, sendo estas pagas por referido Aprendiz e o dia de sua iniciação possam ser,
empreitada, ou por alojamento e alimento ou por semana. devidamente, registrados.
4. Ninguém empreenderá uma obra, grande ou pequena, que 12. Nenhum Aprendiz será iniciado sem que seja respeitada a
não seja capaz de executar com competência, sob pena de mesma regra, a saber, que seu ingresso seja devidamente
multa de quarenta libras ou do quarto valor da referida obra, registrado.
sem prejuízo das indenizações e compensações a pagar aos
proprietários da mesma, segundo estimativa e juízo do 13. Nenhum Mestre ou Companheiro de Ofício será recebido
Venerável Geral, ou em sua ausência, segundo a estimativa ou admitido sem a presença de, pelo menos, seis Mestres e de
dos Veneráveis, Diáconos e Mestres do condado onde a dois Aprendizes Iniciados, sendo Venerável de Loja um
referida obra está sendo construída. desses seis; no dia da recepção, o referido Companheiro de
5. Nenhum Mestre tomará para si obra de outro Mestre Ofício ou o Mestre será devidamente registrado, e seu nome e
depois de este ter contratado com o proprietário da obra, seja marca serão inscritos em livro próprio, em conjunto com os
por contrato, acordo de fidelidade ou acordo verbal, sob pena nomes dos seis que o receberam, além dos Aprendizes,
de multa de quarenta libras. aceitos igualmente, que registraram o nome dos instrutores
6. Nenhum Mestre retomará uma obra na qual outros Mestres que devem eleger cada recipiendário. Tudo isso com a
já tenham trabalhado anteriormente, até que seus condição de que nenhum homem será admitido sem que seja
predecessores tenham recebido o pagamento pelo trabalho examinado e se prove, suficientemente, sua habilidade e valor
cumprido, sob pena da mesma multa. no Ofício a que se consagra.
7. Em cada uma das Lojas em que se distribuem os maçons,
será escolhido e eleito, a cada ano, um Venerável que estará a 14. Nenhum Mestre trabalhará em uma obra de Maçonaria
cargo da mesma, por sufrágio dos Mestres das referidas Lojas sob a autoridade ou direção de outro homem de Ofício que já
e com o consentimento do Venerável Geral, se este estiver tenha tomado, a seu encargo, uma obra de Maçonaria.
presente. Se não for possível para este último comparecer,

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15. Nenhum Mestre ou Companheiro de Ofício acolherá um 19. Nenhum Mestre acolherá nem empregará Aprendiz ou
cowan* para trabalhar com ele, nem enviará nenhum dos seus Ajudante que tenha se livrado do serviço de outro Mestre e,
ajudantes para trabalhar com os cowans, sob pena de uma no caso de ter agido por ignorância, não o manterá quando
multa de vinte libras cada vez que alguém contrariar essa for informado da situação, sob pena de uma multa de
regra. quarenta libras.
16. Não se permitirá a um Aprendiz Iniciado empreender 20.Todas as pessoas pertencentes ao Ofício de Maçom se
tarefa ou obra para um proprietário por valor superior a dez reunirão em tempo e lugar devidamente anunciado, sob pena
libras, sob pena da mesma multa precedente, a saber, vinte de uma multa de dez libras, em caso de ausência.
libras; depois de ter executado essa tarefa, não iniciará outra 21.Todos os Mestres, convocados para uma assembleia ou
sem permissão dos Mestres ou do Venerável do lugar. reunião, prestarão o juramento solene de não ocultar nem
17. Se existir alguma disputa, querela ou desentendimento dissimular as faltas ou infrações que tenham cometido, assim
entre os Mestres, os Ajudantes ou os Aprendizes iniciados, como as faltas ou infrações que tais homens de Ofício tenham
que as partes em questão comuniquem a causa de sua querela conhecimento de ter cometido contra os proprietários das
aos Veneráveis e aos Diáconos de sua Loja em um prazo de obras sob seu encargo; tudo isso, sob pena de uma multa de
vinte e quatro horas, sob pena de multa de dez libras, a fim de dez libras a ser paga por aqueles que as tenham dissimulado.
que possam reconciliar-se e chegar a um consenso e suas 22. Ordena-se que todas as multas, previstas anteriormente,
diferenças possam ser aplainadas pelos referidos Veneráveis, sejam aplicadas sobre os delinquentes e contraventores das
Diáconos e Mestres; se ocorrer uma das partes se empenhar e instruções pelos Veneráveis, Diáconos e Mestres das Lojas às
ser obstinada em sua questão, esta será excluída dos quais pertençam os culpados e que o produto seja distribuído
privilégios de sua Loja e não lhe será permitido voltar a “ad pios usus”, segundo a consciência e parecer dessas
trabalhar nela até que reconheça seu erro diante dos aludidos pessoas.
Irmãos. E com o fim de que essas instruções sejam executados e
18. Todos os Mestres empreendedores de obra velarão para observadas tal como estão determinadas, todos os Mestres,
que os andaimes e as passarelas estejam solidamente reunidos no dia indicado, desde já se comprometam e se
instalados e dispostos, a fim de que nenhuma pessoa, obriguem a obedecer fielmente. É por isso que o Venerável
empregada na referida obra, se machuque em consequência Geral requereu que seja firmado o presente manuscrito de seu
de sua negligência ou de sua imperícia, sob pena de serem próprio punho, a fim de que uma cópia autêntica seja
privados do direito de trabalhar como Mestres responsáveis encaminhada a cada Loja particular desse reino. 
de obas e de serem condenados pelo resto de seus dias a *Trabalho de compilação realizado nos sites
trabalhar sob as ordens de outro Mestre Principal que tenha http://lojamaconica.blogspot.com e
obras sob seu encargo. http://www.luzdeluxor.org/

E XAGEROS DE E LOGIOS NA M AÇONARIA

Q
“Seja você a transformação José Valdecir de Souza
uando me preparei para editar este artigo, muitas e
muitas coisas me passaram pela mente. E perguntei a
mim mesmo: afinal, o que fazemos na Maçonaria? o
que realizamos? Por definição, “A Maçonaria é uma instituição
essencialmente iniciática, filosófica, filantrópica, progressista e
evolucionista”. Proclama a prevalência do espírito sobre a
matéria. Pugna pelo aperfeiçoamento moral, intelectual e social
da humanidade, por meio do cumprimento inflexível do dever,
da prática desinteressada da beneficência e da investigação
constante da verdade. Seus fins supremos são: Liberdade,
Igualdade e Fraternidade.

A vaidade pueril e o sórdido interesse levam os


homens pelo nariz, até a morte, este esquecimento definitivo e
motejador supremo. O fundo da maior parte das almas é a

Revista Arte Real 62 8


vaidade. Ora, que é a vaidade? “É o vácuo. Multiplicai os não há como detectar, através dela, a personalidade de cada
zeros quantas vezes quiserdes, sempre valerão zero; amontoai um! Somos seres humanos, todos nós sujeitos a vários
nadas e a nada chegareis, nada, nada. Nada, eis aí o programa defeitos de caráter. Alguns, algumas vezes, são dominados
da maioria dos homens”! (Eliphas Levi). pela vaidade e prepotência. Não obstante a sociedade
A Maçonaria prega a prática da virtude, mas, maçônica lute contra esses sentimentos, nem sempre seus
infelizmente, existem Irmãos com tamanha vaidade e muito membros assimilam tais ensinamentos, o, que, realmente, não
orgulho, como se fosse seu único oxigênio. O maçom que se deveria acontecer!
presa não precisa de autoelogio e nem age de modo tão No sentido prático, atitude, que raramente acontece,
vaidoso. Isso desmerece as tradições da nossa Sagrada para que não haja retaliações maçônicas e profanas, o que
Instituição. Ao autêntico maçom, interessa, apenas, a sua qualquer Irmão pode e deve fazer, constatando certas atitudes
conduta ética. Devemos usar nossos instrumentos simbólicos, de Irmãos, é procurar se informar sobre qual a Loja, que ele
que, na verdade, têm como principal frequenta, e denunciar sua atitude à
tarefa auxiliar-nos em nosso duro Ordem. Comportamentos sórdidos
trabalho diário de edificadores de não condizem com a filosofia
Templos, lutando contra os vícios e maçônica e devem ser denunciados,
vaidades e enaltecendo as próprias preferencialmente, com provas
virtudes. testemunhais.
Não esqueçamos, jamais, de
A Maçonaria é uma
que, como Mestres Maçons, mesmo
Instituição de princípios morais;
participando dos Graus Superiores,
somos pessoas do Bem, voltadas
deveremos entender que o essencial
somente para o lado das virtudes, a
para o verdadeiro maçom é o seu
fim de tornar feliz a humanidade,
crescimento espiritual, a sua
infelizmente, alguns se tornam
regeneração, a sua vitória sobre a
vaidosos e orgulhosos. Geralmente,
vaidade e os vícios, a aceitação da
trabalhando-se bem os instrumentos
humildade e o bem que possa fazer
simbólicos, com o tempo, aprende-
aos seus semelhantes, e que a
se que ser maçom não faz de
política interna, a proteção mútua,
ninguém melhor ou pior do que os
principalmente na parte material, é
outros. Aprende-se que ser maçom é
importante, mas não essencial.
aprender eternamente sobre si
Para sermos Maçons, mesmo, para que, assim, possa
devemos nos identificar com a nossa tornar-se alguém melhor… mais útil
Ordem. Os detalhes construtivos à sociedade!
serão um trabalho árduo e (por que
A Maçonaria, no desejo de manter os seus adeptos sob
não dizermos?) demorados. Afinal, não nos aprimoramos de
controle mútuo, adota sinais, palavras, gestos, que nos
um dia para outro. Para termos um bom aprendizado,
identifiquem como tal. Tal prática nos coloca numa situação
devemos nos aprimorar nos Graus que nos foram concedidos.
servil. Enquanto a naturalidade desaparece, o sentimento de
Quanto mais nos afastarmos dos verdadeiros princípios, mais
soberba e vaidade pessoal passa a dominar. Orgulhamo-nos
nos afundaremos em uma construção que, por nossa vontade,
de fazer parte de um grupo seleto de iluminados que se
deverá ficar velha e empoeirada. Na Maçonaria,
iluminam a si mesmos. Nossa sina como humanos será ter de
redescobrimos, dentro de nós mesmos, uma vontade pura de
continuar a acreditar nos outros, na amizade, embora, às
ser uma pessoa melhor, mas, em nossos tempos de iniciados,
vezes, as decepções possam surgir. Mas, se assim não fosse,
não sendo construtores de nós mesmos, sentimo-nos
então, nossas vidas seriam bem mais decepcionantes.
perdidos, precisando de ajuda para começar a reforma.

Devemos ser conscientes de que, na verdade, não “Vanitas Vanitatum et Omnia Vanitas” (Vaidade das
devemos julgar toda uma sociedade pela ação isolada de um vaidades e tudo é vaidade). Palavras do Eclesiastes sobre o
de seus membros. Existem maçons e “maçons”! Embora, após nada das coisas deste mundo, sobre cujo sentido os
uma indicação, haja uma rigorosa averiguação do indicado, verdadeiros maçons devem meditar. 

Revista Arte Real 62 9


A S O RIGENS DO R∴E∴A∴A∴*

A
Maçonaria Operativa tinha somente dois Graus: Hiram, que sabemos, de sobejo, não ter compromisso com a
Aprendiz e Companheiro. Mestre não era Grau, e realidade histórica ou religiosa e que, por sinal, ninguém sabe
sim uma função que competia ao responsável pela quem foram, em realidade, seus inventores. Sabe-se que ela
construção. Não tinha quaisquer influências da Alquimia, levou mais ou menos uns sessenta anos para tomar a redação,
Cabala, Astrologia, Rosa-Crucianismo, Ocultismo, enfim, de que hoje conhecemos, bem como suas mensagens ficarem,
qualquer segmento esotérico, como, hoje, muitos Maçons definitivamente, consagradas.
pretendem que assim seja. Não tinha Templos, as reuniões,
como todos sabem, eram realizadas em tabernas. Durante a Se o Grau de Mestre já foi um acréscimo dentro da
reunião de Maçons, não se abria qualquer Livro da Lei. Não própria Maçonaria simbólica, achar que os Maçons ficariam
existia o simbolismo das ferramentas. Os Símbolos eram satisfeitos com ele, sendo o último seria muita inocência
desenhados no chão com giz ou carvão. Dois Símbolos, que já nossa.
existiam e constam dos “Old Charges”, eram as Colunas, hoje,
conhecidas como J e B, mas, naquela época, não portavam, no Enquanto a Maçonaria Inglesa, através do seu
meio de seu relacionamento
corpo, as referidas direto com a
e polêmicas letras, Igreja Anglicana e
geradoras de tanta com o Estado,
discussão, permaneceu,
também, tradicionalmente,
apresentando ligada à Bíblia, a
outros Maçonaria
significados Francesa, numa
simbólicos, um liberalidade a
tanto diferentes toda prova,
dos que hoje aceitou e adotou
conhecemos. uma amálgama
de doutrinas de
O concepções
Escocesismo ou heterogêneas, o
Escocismo é que acabou sendo
caracterizado por o substrato para o
uma série de aparecimento dos
Ritos, que Altos Graus do
nasceram na França a partir do ano 1649 e que tiveram um Escocesismo ou Escocismo e, por continuidade, do Rito
desenvolvimento bastante peculiar e sincrético, recebendo as Escocês Antigo e Aceito. Se nos ativermos à história do Rito,
mais variadas denominações e influências, quer filosóficas, no início, os franceses acompanharam os Modernos das Lojas
morais, bíblico-judaicas, herméticas, rosa-crucianas, inglesas, mas começaram a acrescentar, progressivamente, os
templárias, políticas, religiosas e sociais, além de os Altos Graus. Há quem atribua aos franceses a criação do
modismos das épocas dos cavalheiros e gentis-homens das Terceiro Grau, ou seja, o Grau de Mestre.
monarquias e reinados e, também, da História da Alguns autores atribuem um desenvolvimento
Humanidade, tudo isso acontecendo num período bastante cronológico na criação dos Altos Graus: seis Graus até 1737,
transformador de costumes. sete Graus até 1747, nove Graus até 1754, dez Graus até 1758,
vinte e cinco Graus até 1801 e, daí para frente, trinta e três
Em 1725, foi criado o Grau de Mestre e, em 1738, Graus. Entretanto, essa cronologia é rejeitada por outros.
acrescentado oficialmente aos dois primeiros Graus e Apesar de a história estar aí para nos comprovar os
incorporado definitivamente à Ordem. Criaram a lenda de acréscimos de Graus e mais Graus na Maçonaria, no decorrer
do século XVIII, encetados pelos franceses.

Revista Arte Real 62 10


A causa da criação acima dos três primeiros é, ainda, ideal maçônico na Fraternidade e num mundo sem fronteiras,
um tanto obscura e divergente entre os autores. Poderia ser de tentando impingir uma falsa antiguidade e nobreza à
fundo político, ou por interesses pessoais, ou por colação de Maçonaria.
títulos cavalheirescos e pomposos, que alimentariam a Fez uma proposta às Lojas inglesas para acrescentarem
vaidade dos nobres, ou, ainda, por razões espirituais ou até mais três Graus aos já existentes (Mestre Escocês, Noviço e
jesuíticas, já que o jesuitismo era ligado aos Stuarts, Cavaleiro do Templo). A Maçonaria inglesa rejeitou. Estes três
caracterizando, assim, uma causa política. Graus teriam sido, segundo Ragon, criados por Ramsay.
Fez uma proposta às Lojas francesas para que se
Porém, com relação às origens, aparecem três acrescentassem mais sete Graus Suplementares. Também, não
possibilidades: o famoso discurso do Cavaleiro Ramsay; o foi aceita. Mas, de qualquer forma, a partir daí, começaram as
Capítulo de Clermont; o Conselho dos Imperadores do introduções templárias e rosa-crucianas, e os Altos Graus
Oriente e do Ocidente. começaram a aparecer. Muitos autores não aceitam este fato,
Conforme alguns autores, ainda, considerando as rejeitam a participação de Ramsay. Entretanto, outros, como
origens do Rito, referem-se a sete categorias, a saber: Graus Ragon, a apoiam.
Simbólicos primitivos e universais; Graus de
desenvolvimento dos Graus Simbólicos e universais; Graus Segundo Paul Naudon, o fato mais importante,
baseados no Iluminismo do Tribunal da Santa Vingança ou acontecido após o polêmico discurso de Ramsay, foi a criação
Santa Vehme; Graus judaicos e bíblicos; Graus Templários; do Capítulo de Clermont pelo Cavaleiro de Bonneville em
Graus Alquímicos e Rosa-Crucianos; Graus Administrativos e 1754. Os Irmãos, que criaram este Corpo, pretendiam
Superiores. continuar os mesmos princípios da Loja de Saint-Germian-en-
Entre as lendas do início das origens dos Altos Graus, Laye, fundada muito tempo antes, ou seja, praticar os Altos
aparece o Cavaleiro de Ramsay (André Michél – 1686-1743), Graus, criando sete Graus e opondo-se à política da Grande
homem erudito, nascido na Escócia, partidário dos Stuarts, Loja da França, posteriormente, dissolvida, em 24 de
protegido do Bispo de Fenelon, com ligações em todas as dezembro de 1772.
cortes da Europa, a quem se atribui ter sido o inspirador da
criação dos Graus Superiores e ter ajudado a elaboração dos O Capítulo de Clermont teve uma duração efêmera,
Graus Simbólicos. mas valeu pelas consequências, pois uma das suas
ramificações originou o Conselho dos Imperadores do
O seu famoso discurso, escrito em 1737, talvez, nunca Oriente e do Ocidente, Grande e Soberana Loja de Jerusalém,
lido em qualquer Loja, ou apresentado em qualquer organizadora de um Rito de vinte e cinco Graus, chamado
assembleia de Maçons, podendo até ser apócrifo segundo Rito de Perfeição ou de Heredom. Seus membros,
alguns autores, pois acredita-se que haja, pelo menos, quatro conhecedores de várias tradições místicas e gnósticas antigas,
versões do mesmo, foi distribuído fartamente em todas as trouxeram para este Corpo Maçônico as influências
Lojas da França e países vizinhos. Nesse documento, Ramsay templárias, rosa-crucianas e egípcias, além de se dizerem
faz apologia de que a Maçonaria seria originária dos herdeiros dos Ritos de Clermont e das correntes escocesas de
Templários, o que não é verdade; tece comentários, pela Kilwinning e Heredom. Estava, assim, decretada a influência
primeira vez, enfatizando hierarquia na Ordem, proclama o esotérica na Ordem. Em 1762, sob os auspícios desse

Revista Arte Real 62 11


Conselho, foram publicados os Regulamentos e Constituição da calcado em cima do Rito de Heredom, ou de Perfeição. Esses
Maçonaria de Perfeição, elaborados por nove comissários quatro Irmãos e mais seis fundaram o primeiro Supremo
(Constituição de Bordeaux, em 21 de setembro de 1762). Conselho do Mundo em 31 de maio de 1801 na cidade de
Charleston. A partir daí, surgiu uma das maiores balelas do Rito
A fundação dessas potências mencionadas não nos dão nascente, só conhecida depois de 4 de dezembro de 1802,
conta nem ideia do processo político-maçônico dos bastidores, quando foi expedida uma circular comunicando o que havia
das desavenças internas, das histórias e estórias relatadas, das acontecido, divulgando o sistema de 33 Graus e afirmando que a
perseguições entre os Irmãos, chegando-se até a agressões, dos sua organização teria sido feita em 1786 por Frederico II da
interesses pessoais, das vaidades, de tal forma, que, quando Prússia.
analisamos os fatos, chegamos à conclusão de que muita coisa,
acontecida no presente, já aconteceu no passado. Os homens A versão, dada pelo Supremo Conselho da França, refere
continuam os mesmos. A Maçonaria mudou; os homens, não. que Carlos Stuart, filho de Jaime III, considerado chefe de toda a
Maçonaria, conferiu o título de Grão-Mestre a Frederico II, o
Em 1761, o Conselho de Imperadores teria fornecido, Grande, rei da Prússia (1712-1786), nomeando-o seu sucessor e,
através do Irmão Chaillon de Joinville, substituto Geral da como tal, também, chefe dos Altos Graus. Em 1782, ele
Ordem, e mais oito Irmãos da alta hierarquia, que, também, confirmava as Constituições e Regulamentos de Bordeaux. Daí a
teriam assinado o documento, uma patente constitucional de quatro anos, transferia seus poderes a um Conselho de
Grande Inspetor do Rito de Perfeição ao Irmão Etienne, ou Inspetores Gerais e, ao mesmo tempo, acrescentava mais oito
Stephen Morin, autorizando-o a estabelecer e perpetuar a Graus, publicando sua famosa Constituição em 1786.
Sublime Maçonaria em todas as partes do mundo e investindo-o
de poderes de sagrar novos Inspetores. Chegando à Colônia Entretanto essa versão não tem o menor reconhecimento
francesa de São Domingos (hoje Haiti), no mesmo ano pôs-se a entre os bons autores maçônicos, entre eles, Findel, Ragon,
trabalhar. Há fortes suspeitas de que este documento seja Lindsay Rebold, Thory Clavel e tantos outros. Um deles, Rebold,
fraudado. Também, segundo muitos autores, Etienne teria afirma que Frederico foi iniciado em 15 de agosto de 1738 em
comercializado esses Altos Graus. Na realidade, o Rito de Brunswich e que, em 1744, a Loja "Três Globos" de Berlim,
Perfeição ficou muito mal-trabalhado durante mais ou menos fundada por artistas franceses, foi, por ele, elevada à categoria de
trinta anos. Foi esquecido o seu conteúdo esotérico, e sua Grande Loja, pela qual foi aclamado como Grão-Mestre,
ritualística, muito mal-usada. Mas, de qualquer forma, os exercendo mandato até 1747. Dessa época para frente, afastou-se
americanos aceitaram, muito bem, o Rito e, ainda, acharam que da Ordem e, quando apareceram os Altos Graus, não só não os
os vinte e cinco Graus eram insuficientes para abranger toda a aprovou, como, também, os combateu. Eles foram introduzidos
iniciática maçônica. na Alemanha pelo Marques de Bernez.
Então, como aconteceu e por que essa grande mentira?
Morin teria entregue certificados ou carta patente a Simplesmente, porque o grupo de dez Maçons,
outros Irmãos, e um deles, um Irmão de nome Henry A. fundador de um novo Rito, não tinha o respaldo histórico e
Francken, também, de origem judaica, teria estabelecido o Rito credibilidade para se impor perante o mundo maçônico da
em Nova Iorque. Outro grupo introduziu o Rito em Charleston época, sendo mais estratégico e cômodo atribuir a fundação, em
em 1783. 1786, do Rito Escocês Antigo e Aceito a Frederico da Prússia,
Na mesma colônia francesa, São Domingos (Haiti), imputando, inclusive, ao Rito uma origem anterior: Frederico
alguns anos mais tarde, apareceram os Maçons, o Conde gozava de boa reputação política, simpático à causa da
Alexandre François Auguste de Grasse Tilly e o seu sogro Jean separação dos Estados Unidos da Inglaterra, inclusive, enviando
Baptiste Delahogue, os quais, posteriormente, em 1793, soldados à América para combater as forças inglesas. Só que, em
mudaram-se para Charleston. Grasse Tilly já tinha pensado em 1801, Frederico já tinha falecido. O interessante é que, até a
fundar um Supremo Conselho nesta cidade. Lá encontraram presente data, muitos Rituais dos Graus Superiores mencionam
mais dois Maçons: Frederik Dalcho e John Mitchel. Existem essa balela.
autores que afirmam ter sido de Dalcho a ideia de criar mais oito
Graus; outros sustentam que o último Grau foi criado por Grasse Estava, assim, fundado, no dia 31 de maio de 1801, nos
Tilly. Estados Unidos, o Rito Escocês Antigo e Aceito, calcado numa
Assim, começou um trabalho de poucos Irmãos, mentira histórica, aceita ainda hoje como se fora uma verdade
desconhecidos nos Estados Unidos e, especialmente, no mundo intocável. 
maçônico da Europa, que culminou com a criação de um Rito, *Extraído do site http://lojamaconica.blogspot.com

Revista Arte Real 62 12


Reflexões
P AGANINI

A
Autor Ignorado
lguns diziam que ele era muito estranho. Outros, que
era sobrenatural. As notas mágicas que saíam de seu
violino tinham um som diferente, por isso ninguém
queria perder a oportunidade de ver seu espetáculo. Numa certa
noite, o palco de um auditório, repleto de admiradores, estava
preparado para recebê-lo. A orquestra entrou e foi aplaudida. O
maestro foi ovacionado. Mas, quando a figura de Paganini surgiu,
triunfante, o público delirou. Paganini coloca seu violino no
ombro, e o a que se assiste a seguir é indescritível. Breves e
semibreves, fusas e semifusas, colcheias e semicolcheias parecem
ter asas e voar com o toque daqueles dedos encantados.

De repente, um som estranho interrompe o devaneio


da plateia. Uma das cordas do violino de Paganini arrebenta.
O maestro parou. A orquestra parou. O público parou. Mas
Paganini não parou. Olhando para sua partitura, ele continua
a tirar sons deliciosos de um violino com problemas. O
que está afetando sua estima ou seu desempenho profissional.
maestro e a orquestra, empolgados, voltam a tocar. Mal o
Mas uma coisa eu sei. Nem tudo está perdido. Ainda, existe
público se acalmou, de repente, outro som perturbador
uma corda, e é tocando nela que você exercerá seu talento.
derruba a atenção dos assistentes. Outra corda do violino de
Tocando nela é que você irá vibrar. Aprenda a aceitar que a
Paganini se rompe. O maestro parou de novo; a orquestra,
vida, sempre, deixar-lhe-á uma última corda. Quando você
também, mas Paganini, não. Como se nada tivesse acontecido,
estiver desanimado, nunca desista. Ainda, existirá a corda da
esqueceu as dificuldades e avançou tirando sons do
persistência inteligente, do "tentar mais uma vez", do dar um
impossível. O maestro e a orquestra, impressionados, voltam
passo a mais com um enfoque novo. Desperte o Paganini que
a tocar. O público não poderia imaginar o que iria acontecer a
existe dentro de você e avance para vencer. Vitória é a arte de
seguir. Todas as pessoas pasmadas gritaram: oooh! Que ecoou
continuar, onde os outros resolvem parar. Quando tudo
pela abobadilha daquele auditório. Uma terceira corda do
parece ruir, dê uma chance a você mesmo e vá em frente.
violino de Paganini se quebra. O maestro para. A orquestra
Toque na corda da motivação e tire sons de resultados
para. A respiração do público para. Mas Paganini não para.
positivos. Mas antes pergunte: quem motiva o motivador?
Como se fosse um contorcionista musical, tira todos os sons
Isto é, quem motiva seu cérebro, que motiva sua mão, que
da única corda que sobrara daquele violino destruído.
toca seu violino?
Nenhuma nota foi esquecida. O maestro empolgado se anima.
A orquestra se motiva. O público parte do silêncio para a
Não se frustre, não se desespere, lembre-se: ainda
euforia, da inércia para o delírio. Paganini atinge a glória. Seu
existe a última corda, a do aprender de novo para deslumbrar
nome corre através do tempo. Ele não é, apenas, um violinista
e gerar soluções. Nunca a vida lhe quebrará todas as cordas.
genial. É o símbolo do profissional que continua diante do
Se os resultados estão mal, é a sua oportunidade de tocar a
impossível.
última corda, a da imaginação, que reinventa o futuro com
inovação contínua. É, sempre, a corda esquecida que lhe dará
MORAL DA HISTÓRIA
o maior resultado. Mas, se, por acaso, você estiver mesmo no
Eu não sei o tipo de problemas que você está tendo.
fundo do poço, essa é sua chance de tocar na melhor corda do
Pode ser um problema pessoal, conjugal, familiar, sei lá o
universo: Deus. 

Revista Arte Real 62 13


Lançamentos
“Tudo é Uma Questão de Atitude – Sonho e Visão” é um livro
que vai te ajudar a replanejar sua vida, reconhecer a importância de
uma atitude positiva, e outros aspectos essenciais como perdoar e
elogiar. Cada artigo serve como tema para profunda reflexão, levando
o leitor a buscar entender a si mesmo, ingrediente fundamental no
processo de autotransformação. Recomendo como livro de cabeceira.
? Feitosa.

“Indicamos aos nossos diletos leitores, como livro de cabeceira,


a excelente obra de nosso Irmão e Amigo, Alfredo Netto, que,
magistralmente, uniu seu vasto conhecimento com a arte de bem escrever,
traduzindo-se em um livro que, levará o ávido leitor a profundas reflexões
e, consequentemente, a um eterno aprendizado!” Feitosa.
Os direitos autorais foram cedidos à Loja Maçônica União e Solidariedade -
GLESP, acordado que o lucro advindo da venda se reverta para obras de
Filantropia.?

“O Mito Jesus – A Linhagem e a Descendência do Mestre!” - O


autor apresenta, em três livros, um trabalho sério de 15 anos de
pesquisas, baseado em documentos, sobre a identidade, a genealogia
e a relação do Mestre Jesus com diversas personalidades do mundo
atual.
Um trabalho único e ousado, já que pouquíssimos autores
ousaram adentrar nessa linha de pesquisa que, com certeza, vai de
encontro a “verdade” imposta pelo Vaticano!
Recomendamos sua leitura!

 

A
rte Real é uma Revista maçônica virtual, de publicação mensal, fundada em 24 de fevereiro de 2007, com registro
na ABIM – Associação Brasileira de Imprensa Maçônica – 005-JV, que se apresenta como mais um canal de
informação, integração e incentivo à cultura maçônica, sendo distribuída, gratuitamente, via Internet, hoje, para
24.127 e-mails de Irmãos de todo o Brasil e, também, do exterior, além de uma vasta redistribuição em listas de discussões,
sites maçônicos e listas particulares de nossos leitores. Sentimo-nos muitíssimo honrados em poder contribuir, de forma
muito positiva, com a cultura maçônica, incentivando o estudo e a pesquisa no seio das Lojas e fazendo muitos Irmãos
repensarem quanto à importância do momento a que chamamos de “Quarto de Hora de Estudos”. Obrigado por prestigiar
esse altruístico trabalho!

Editor Responsável, Diagramação, Editoração Gráfica e Distribuição: Francisco Feitosa da Fonseca - M∴I∴ - 33º
Revisão Ortográfica: João Geraldo de Freitas Camanho - M∴I∴ - 33º
Colaboradores nesta edição: José Valdecir de Souza – Valdemar Sansão.
Contatos: MSN - entre-irmaos@hotmail.com / E-mail – revistaartereal@entreirmaos.net / Skype – francisco.feitosa.da.fonseca /  (35) 3331-1288 / 8806-7175

Suas críticas, sugestões e considerações são muito bem-vindas.

Temos um encontro marcado na próxima edição!

 
Revista Arte Real 62 14

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