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“”Não faças do amanhã o sinônimo de nunca, nem o ontem te seja

o mesmo que nunca mais. Teus passos ficaram. Olhes para trás ...
Mas vás em frente, pois há muitos que precisam
que chegues para poderem seguir-te.”
Charles Chaplin

A
Revista Arte Real chega a sua 30ª edição mensal Janeiro, Antônio Rocha Fadista. Ainda,
ininterrupta. Em dois anos e meio de efetivo e nessa coluna, divulgamos o altruístico
dedicado trabalho, em incentivo ao estudo e à “Projeto Pense Alto”, com o Irmão
pesquisa no seio das Lojas maçônicas, podemos, assim, Rodrigo Goecks à frente, que recebe o
dizer que já estamos fazendo história. Adotamos como devido apoio de nossa Revista,
máxima a frase: “Tratando a cultura maçônica com a ocupando, também, merecido espaço da
seriedade que merece!” De fato, a cultura merece coluna Informe Cultural, assim como a
prioridade. Somente através dela, é que poderemos matéria de minha lavra “A Transição dos
construir, verdadeiramente, um mundo melhor, com uma Malhetes e a Evolução da Ordem”, em
sociedade mais justa e futuras gerações mais dignas. atenção à transição de administração das
Nosso trabalho tem sido elucidar, conscientizar e Lojas e dos Grão-Mestrados.
divulgar os mais diversos temas, dentro de uma abordagem, A coluna Os Grande Iniciados
pautada em ensinamentos de nossa doutrina, respeitando destaca a matéria “Os Mistérios de Ísis”, de autoria de Marco
opiniões e interagindo com nossos diletos leitores. Essa tem Antônio de Lima, membro da SBE. Já, na coluna Ritos
sido a receita de nosso sucesso, que, traduzido em números, Maçônicos, apresentamos a segunda parte da série de
expressa o crescimento de pouco mais de 1.500 leitores, na matérias sobre “As Cruzadas – 200 anos de guerras, roubos e
primeira edição, para mais de 13.200, hoje. crimes em nome de Deus”.
Nossa curta, porém profícua trajetória, nos enche Para que possamos refletir sobre a inércia atual de
de alegria, e os resultados nos servem como um nossa Ordem, e, quando falo Ordem, é bom lembrar que a
verdadeiro sextante, nos orientando Ordem somos todos nós, na coluna
nessa jornada. Todavia, temos a lucidez Trabalhos publicamos a matéria, de
“Devemos ter, sempre, em mente que,
de que muito, ainda, temos que mais importante que a realização de autoria de nosso Irmão Ernani Souza,
melhorar. Todo esse sucesso se reveste grandes projetos, é se fazer Grande intitulada “A Maçonaria e a Mãe de Todos
de muita responsabilidade e, a cada diante das pequenas coisas que nos os Movimentos Libertários do Brasil”.
edição, conscientemente, temo-nos predispomos a realizar!” Ressaltando a importância da
comprometido em nos dedicarmos, união e da fraternidade, que devem
Revista Arte Real
sempre, um pouco mais, para que essa existir entre nós, a coluna Reflexões
ascensão seja uma constante. apresenta a matéria “Bolo de Laranja”, em
Recebemos inúmeras mensagens, solicitando uma abordagem muito inteligente do nosso Irmão José
novas adesões, parabenizando-nos, sugerindo-nos e Prudêncio Pinto de Sá.
apresentando valorosas críticas e considerações, e nos Muitos de nossos leitores nos têm enviado matérias,
temos empenhado em responder a elas, respeitosa e e, na medida do possível, temos publicado, em
atenciosamente. conformidade como temário de cada edição. Assim, peço a
Aproveitamos a oportunidade para agradecer a todos que continuem enviando suas matérias, pois teremos
todos os irmãos, leitores, colaboradores e patrocinadores, enorme prazer em publicá-las.
que nos ajudam e viabilizam a edição desse altruístico Desejamos a todos um feliz Dia dos Pais, abençoado
veículo de informação; também, desejamos um feliz Dia pelo nosso Pai Maior, e que Suas excelsas bênçãos venham
do Maçom (20), embora já tivéssemos elucidado, em anos em forma de conscientização de nosso trabalho, que temos
anteriores, quanto à confusão causada na ocasião da que executar, como Iniciados que somos. Que possamos
escolha dessa data. despertar, em nosso interior, nosso Cristo Interno e nos
Falando desta edição, a coluna Destaques transformar em ferramentas, para que o G∴A∴D∴U∴possa
apresenta, de autoria ignorada, a matéria “O Esoterismo e consolidar Sua Obra, em prol da evolução da humanidade.
Sua Finalidade”, além de “A Lei Iniciática do Silêncio”, Que isto se cumpra!
essa de autoria do meu querido Confrade da Academia Encontrar-nos-emos na próxima edição! ?
Maçônica de Letras, Ciências e Artes do Estado do Rio de a b
Capa – Os Mistérios de Ísis...............................................Capa Os Grandes Iniciados - Os Mistérios de Ísis..........................7
Editorial......................................................................................2 Ritos Maçônicos - As Cruzadas – Parte II..............................8
Destaques Trabalhos
- O Esoterismo e Sua Finalidade.....................................3 - A Maçonaria e a Mãe de Todas as Revoluções Libertárias...9
- A Lei Iniciática do Silêncio...................................................4 - Tradição com Evolução.................................................10
Informe Cultural Reflexões - Bolo de Laranja......................................................11
- Projeto Pense Alto.............................................................6 Boas Dicas – Livro ….................................................................13
- A Transição dos Malhetes e a Evolução da Ordem......6

O Esoterismo e Sua Finalidade


Autor ignorado

O
Conhecimento Esotérico pode satisfazer ao por si próprios, através de um consistente programa de
anseio da humanidade por uma doutrina que esforços inteligentemente dirigidos, para que possam
satisfaça tanto a mente quanto ao coração, que receber, depois, de acordo com seus conhecimentos, a ajuda
seja o remédio para as feridas da incompreensão do de que necessitam para maior superação.
homem e que atire abaixo as barreiras das razões e Por conseguinte, não nos equivoquemos, ao
religiões temporais. No fundo, somos todos filhos do estudarmos esses sagrados ensinamentos, pensando que
seremos superiores aos demais, ou que isso vá auxiliar-nos a
mesmo pai e participamos da mesma origem as crenças,
aumentar nosso prestígio ou riqueza pessoal. Devemos ter,
como os rios, vão sempre para o mar, que é a verdade
bem presente, que a Sabedoria Divina não está interessada
única. Para isso, em sua ampla heterogeneidade, o
em melhorar a condição material do indivíduo, nem rodeá-lo
conhecimento esotérico oferece um conjunto de
de opulência. Sua finalidade não é tornar os homens ricos cm
ensinamentos de profunda verdade e sensatez para quem posses externas, mas em consciência ou realizações internas.
se disponha a desenvolver suas Por isso, desde o
possibilidades latentes, que, por princípio, devemos entender,
sua incalculável transcendência, perfeitamente, que, se o egoísmo -
se perdem no infinito. fonte de todos os males - não for
Não há dúvida, então, de eliminado de nossas almas, não
que o homem moderno pode poderemos esperar ganhar
falar desses conhecimentos com nenhum conhecimento de
uma visão maravilhosa do positivo valor, em benefício de
esquema divino, cuja nossa perfeição e de nossos
magnificência produzirá nele semelhantes. A Sabedoria
uma devoção em direção a Deus Esotérica demanda muitos anos
não sentida antes. Assim, de purificação e preparação, antes
também, desenvolvem-se uma que seus adeptos estejam
compreensão intelectual e uma capacitados, para instruir-se nas
resposta aos variados problemas coisas mais primárias.
da vida, tornando, dessa forma, Todos nós, que tentamos
sua mente satisfeita, ao saber empreender o estudo das verdades
qual é o objetivo e a finalidade sagradas, contidas no
do universo e da sua existência. Essas perguntas todas não conhecimento esotérico, conscientes de nosso sincero interesse,
são contestadas satisfatoriamente nem nos cultos ortodoxos, devemos submeter-nos a um plano de vida e disciplina,
nem na ciência ou na filosofia acadêmica. Tudo isso lhe compatível com nossas possibilidades, que nos possa capacitar.
permitirá ordenar sua existência e ajustá-la ao plano divino, Por meio da constância e do amadurecimento, poderemos
sua primordial tarefa, fazendo-a de uma forma transmitir uma mensagem de luz e verdade aos nossos
compreensiva, de tolerância e mútuo respeito com todos os semelhantes. Se nosso propósito está bem encaminhado,
seres que o rodeiam. devemos, então, desde o princípio, oferecer nossos serviços à
A sabedoria antiga não dispõe de fórmulas humanidade, pois, em toda alma, existe esse anseio expresso. À
patenteadas para esse trabalho, nem de atalhos iniciáticos. medida que avançamos no caminho do logro, compreendemos
Aos estudantes, decididos a dar seus primeiros passos na que o doar é a única maneira de se obter e que recebemos mais,
realização da grande obra, o único caminho é o quando nos esforçamos, para transmitir ao mundo o que
conhecimento esotérico. É a oportunidade de melhorarem ganhamos.
Nossas almas, adormecidas durante séculos, administrado pelo hemisfério direito do cérebro, o qual
aspiram, com veemência, à possibilidade de servir a Deus. controla as atividades espirituais, esotéricas, sentimentais,
Nossa meta não deve ser a glória do momento, pois o atemporais, artísticas, subjetivas. Ao agirmos assim, estamos,
poder, que buscamos, é o de acumulação lenta e simbolicamente, mergulhando no misterioso além de dentro,
progressiva, O conhecimento é uma das mais nobres na subjetividade, no reino de nosso Mestre Interno, o qual
emoções humanas, e, na maioria das vezes, esse desejo denominamos Grande Arquiteto do Universo. A relevância
pode levar-nos ao erro. O ainda pouco discernimento nos do estudo desses símbolos e práticas simbólicas pode ser
leva aos equívocos por causa do entusiasmo, da mais bem entendida na célebre sentença de Hermes
precipitação ou da falsa orientação. O primeiro passo, Trismegisto: “Assim como é em cima é embaixo”. Noutras
então, está no conhecimento; o importante é separar o útil palavras, quando compreendermos que os símbolos do
do inútil, o imprescindível do supérfluo. Templo nos contam a história da Vida do Homem, e que o
Quem busca o conhecimento esotérico deve estar Homem é uma réplica do Universo, do Cosmo, poderemos
consciente de que a consecução desse intento é o máximo, a começar a avaliar melhor tal importância para o nosso
que podemos aspirar em nossas vidas. Há de desenvolvimento na Senda Maçônica.
se reconhecer que, apesar de ser um caminho Nesse esforço continuado de
árduo, a sua realização é grandiosa e aprendizagem, instala-se, em nós, um
sublime, e seu ganho é incomensurável. processo educativo, repetido seguidamente
Esotericamente, o Templo nos trabalhos maçônicos: o “desbastar da
Maçônico pode ser considerado como o Pedra Bruta”, que somos nós mesmos. Com
corpo de um Ser Vivo, sendo a cabeça, isso, tendemos para o nosso polimento,
representada pelo Oriente, de onde buscando o necessário equilíbrio estético,
emanam a sabedoria, a coordenação, a capaz de mediar e dirigir o novo Ser, que,
supervisão, o gerenciamento do organismo. paulatinamente, começamos a nos tornar.
Já os Vigilantes são equiparados aos seus Assim, o nosso desenvolvimento na
dois lados, sendo o direito, o 1º Vigilante, e Senda Maçônica será feito à medida que nos
o esquerdo, o 2º Vigilante. envolvemos e nos comprometemos com os
O Altar dos Juramentos simboliza o estudos de sua Filosofia e práticas correlatas.
coração, enquanto as colunas B∴ e J∴, os membros. Como Para finalizar tal reflexão, transcrevemos uma frase,
um Ser completo e indivisível, o Templo, também, possui extraída de um texto sagrado de uma tradicional e
outros órgãos. Assim, os demais símbolos representam as respeitável escola de esoterismo:
partes essenciais desse corpo. Portanto, nenhum deles está “Assim como a corrente de água pura da montanha
ali colocado aleatória ou ocasionalmente. Nessa ocasião, brilha mais, à medida que é exposta aos raios gloriosos do
fazemos, apenas, alguns destaques, uma vez que o devido Sol, assim, também, nossa consciência será mais iluminada
estudo, mais detalhado de símbolos e simbolismos, se à medida que a dirigirmos para a luz”.
constitui num processo contínuo de riqueza indescritível. Que os estudos do esoterismo, contidos nos símbolos
Quando adentramos o Templo, somos orientados a do Templo Maçônico, possam ser valiosos instrumentos em
fazê-lo rompendo a m∴com o p∴ e∴. Essa exigência tem
nossa busca da “Arte Real”. ?
sua razão de ser. O lado esquerdo do corpo humano é
a b

A Lei Iniciática do Silêncio


Antônio Rocha Fadista

P
latão, chamado a ensinar a arte de conhecer os homens, assim se
expressou: “os homens e os vasos de terracota se conhecem do mesmo modo: os
vasos, quando tocados, têm sons diferentes; os homens se distinguem pelo seu
modo de falar”.
O pensamento do filósofo Iniciado nos oferece uma excelente
oportunidade para uma profunda reflexão, principalmente, para todos os que
integram a Ordem Maçônica.
Nem sempre nos damos conta de como nos tornamos
prisioneiros das palavras que proferimos. Elas são a expressão das
nossas idéias, dos nossos sentimentos e das nossas emoções, e
transmitem aos ouvintes a carga de energia, positiva ou negativa, que
acumulamos em nossa mente.
A sociedade humana está cheia de palavras que magoam e que
ofendem o próximo. Infelizmente, existem palavras em excesso, tanto no
mundo profano quanto nos Templos Maçônicos.
Orientado que é para refletir sobre a realidade e sobre o significado
oculto das palavras, o Maçom sabe que, em última análise, a palavra é o reflexo
da essência interna do ser humano.
Não por acaso, a Doutrina Maçônica recomenda o Ritos Maçônicos reserva aos Irmãos o silêncio durante o
silêncio a todos os Maçons durante o período de período de aprendizado. O Rito Adonhiramita, mais radical
aprendizado, de acordo, aliás, com a Escola Pitagórica, da nesse sentido, estabelece que só os Mestres podem usar
qual a Maçonaria extraiu alguns dos Princípios que livremente a palavra.
compõem o seu acervo filosófico. Inúmeras são as Peças de Arquitetura, escritas por
A Escola, fundada pelo Filósofo de Samos na cidade Irmãos em muitos países do Mundo, sobre o uso da palavra
de Crotona, preconizava o aperfeiçoamento do ser humano em Loja e sobre a Lei Iniciática do Silêncio.
pelo estudo e pela prática da meditação e tinha um sistema À primeira vista, o silêncio poderia parecer ao Irmão
de três graus: de Preparação, de Purificação e de Perfeição. Aprendiz um condicionamento e uma restrição à sua
No Grau de Preparação, os neófitos eram, apenas, liberdade de expressão. No exercitar a autodisciplina, em seu
ouvintes e cumpriam um período de observação, durante silêncio, os Irmãos apreendem, com muito maior
o qual o objetivo era, pela prática do silêncio, intensidade, tudo o que ouvem e tudo o que veem. Na
desenvolverem a capacidade de análise e de interpretação realidade, o Aprendiz dialoga consigo mesmo e, nesse
sobre tudo que se passava a seu redor. diálogo, analisa, critica e tira suas
Para atingirem o Mestrado, no Grau próprias conclusões; em suma, pelo
de Perfeição, era necessário praticarem silêncio, a Maçonaria estimula os Irmãos
o silêncio durante cinco anos. do Primeiro Grau a desenvolverem a
Sem dúvida, constitui grande arte de pensar, a verdadeira e nobre
prova de disciplina para todos nós, Arte Real.
quando, no Primeiro Grau, ouvimos Isso não significa que os Irmãos
os Companheiros e os Mestres sem Aprendizes estejam proibidos de
expressarmos as nossas próprias usarem a palavra em Loja. Existem
opiniões sobre os assuntos tratados mesmo ocasiões em que não só podem,
em Loja. como devem se manifestar,
Chilon, um dos sete sábios da principalmente, para tratarem de
Grécia Antiga, quando perguntado assunto relevante, como por exemplo,
sobre qual a virtude mais difícil de na apreciação das informações sobre os
praticar, respondia laconicamente: candidatos à Iniciação.
calar. Ao cruzarem as portas de uma Loja Maçônica,
No Zend Avesta, que contém toda a sabedoria da trazendo consigo os conceitos de liberdade total, os Irmãos,
antiga Pérsia, encontramos normas e regras sobre o uso e o paulatinamente, aprendem a controlar os seus impulsos,
controle da palavra, cuja universalidade desafia os séculos. aprimorando o seu caráter e preparando-se para ser mais um
Ao entrarmos em nossa Sublime Instituição, líder na construção da sociedade do futuro, na qual
encontramos, na ritualística, referências à sacralidade da prevalecerão a Liberdade responsável, a Igualdade de
palavra, que, como meio de expressão dos pensamentos e oportunidades e a Fraternidade solidária. Por isso mesmo, a
dos sentimentos, deve ser sempre dosada, moderada, e prática do silêncio deve ser entendida como um exercício de
espelhar o equilíbrio interno do orador. auto-aperfeiçoamento e, jamais, deverá ser entendida como
Como dizia o Irmão Dante Alighieri na Divina uma proibição ritualística.
Comédia, exortando o seu personagem Metelo: “usa a tua Tudo se resume na prática da Lei do Amor. O amor
palavra como um ornamento”. se oferece, não se pede e não se exige. Certamente, o Grande
Na realidade, o silêncio, a meditação e a análise Arquiteto do Universo ilumina e abençoa a todos os que
são a única via que leva à libertação das paixões e dos pensam mais e falam menos, pois espiritualizam a sua
maus pensamentos. Não é por acaso que a maioria dos matéria e são os Seus filhos mais diletos. ?
a b
Projeto Pense Alto
Francisco Feitosa

C
onheça o Projeto Pense Alto, encabeçado pelo lanche, passagem e cesta básica. Os 3 melhores alunos, ao
nosso Irmão Rodrigo Goecks, auxiliado por final do curso, recebem prêmios.
voluntários. Trata-se de um projeto social, focado O Projeto Pense Alto funciona na Rua Otacílio
no ensino profissionalizante para jovens, que visa à Novaes, 172, Taquara, Jacarepaguá, Rio de Janeiro. Possui
inserção e à escalada social através da carreira em vendas, infraestrutura: sala com datashow e lousa, mais sala de
atendimento e call center. informática. Os professores são especialistas nas disciplinas.
O projeto é patrocinado pela Aliança do Brasil (BB
O Projeto pretende profissionalizar jovens (18 a 25
Seguros), e todos os recursos financeiros são geridos pelo
anos) em risco social, abrindo portas para a entrada no
Instituto da Criança e auditados pela PricewaterhouseCoopers. O
mercado formal de trabalho ou para um próprio negócio,
Instituto da Criança é a incubadora social do Pense Alto.
além de gerar impacto social em suas vidas e nas de suas
Nosso Irmão Rodrigo necessita de voluntários que
famílias, despertando-os para as possibilidades de “vencer
possam auxiliá-lo nessa empreitada altruística. Maiores
na vida” através do trabalho honesto.
informações poderão ser obtidas através dos telefones (21)
Em 2008, foram formados 33 jovens. Em 2009,
encontram-se 30 alunos matriculados no curso de 8 meses 3624-5684 ou pelo site do projeto www.pensealto.com.br .
(240 horas/aula), que acontecem aos sábados, das 08h30m A Revista Arte Real apoia o Projeto, assim como
às 17h30m, sendo oferecido café da manhã, almoço, todas as iniciativas em prol de um mundo melhor! ?
a b

A Transição dos Malhetes e a Evolução da Ordem


Francisco Feitosa

A
Revista Arte Real parabeniza os Veneráveis Em especial, gostaríamos de expressar nossa grande
Mestres que ora deixam seus cargos e, com sua alegria pela assunção do Grão-Mestrado do nosso querido
missão devidamente cumprida, engrossam, com Irmão e Confrade, membro da Academia Maçônica
mais sabedoria, as colunas de suas Lojas. Roga ao G∴A∴ Maranhense de Letras, Osvaldo Pereira da Rocha, que, no
D∴U∴ muita Luz aos que assumiram a direção de suas dia 24 de junho próximo passado, passou a empunhar, com
Lojas nesse período de transição de administração, as inúmeras virtudes que lhe são peculiares, o Malhete do
GOAM – Grande Oriente Autônomo do Maranhão.
desejando uma gestão profícua em realizações.
Poderoso Irmão Osvaldo e demais Grão-Mestres de
Congratula-se, ainda, com os Grão-Mestres que
todas as Potências Maçônicas, em suas mãos está o destino de
ora deixam e recebem o Malhete Supremo de suas
nossa Sacrossanta Ordem. A transição de Malhetes, a renovação
Obediências. Que possam expressar a vontade das Lojas
das administrações é por demais saudável e fundamental para a
jurisdicionadas e, despojados de vaidade e interesses
evolução da Instituição e, consequentemente, do Maçom e da
pessoais, empenhar-se na preservação da Maçonaria como
sociedade em si. Que o G∴A∴D∴U∴ ilumine suas mentes e
uma Escola de Iniciação, que sempre pugnou em prol do
corações, a fim de que podermos escrever uma nova e profícua
aperfeiçoamento do homem, levando-o ao encontro do seu
Princípio Criador. página na história da Maçonaria brasileira.?

a b
Os Mistérios de Ísis*
Marco Antônio de Lima

N
a sua origem, quando os homens tinham uma Osíris, foi, também, a primeira Grande Loja para os ritos secretos
natureza mais divina que humana, o conhecimento dos Mistérios, predecessores da Franco-Maçonaria primitiva. A
(Vidya) era propriedade de todos e predominou, esse respeito, disse-nos Antônio Castanho Ferreira, que
universalmente, durante a Idade de Ouro ou Satya Yuga. pertenceu às fileiras da Sociedade Brasileira de Eubiose, que o
Nessa época, não havia a necessidade dos Mistérios, pois o Templo de Ábidos foi "o primeiro santuário de iniciação aos
homem estava em contato direto com a verdade. Disse-nos o Mistérios, no antigo Egito".
insígne fundador da Sociedade Brasileira de Eubiose, Como deusa dos Mistérios, Ísis era representada com o
Professor Henrique José de Souza, que, "ao se multiplicar rosto coberto por um véu impenetrável. No Templo de Ísis, em
rapidamente, múltiplas foram, também, as idiossincrasias do Saís, havia uma fachada com os seguintes dizeres: "Sou tudo o que
corpo e da mente. E o espírito encarnado manifestou-se em foi, é e será. E nenhum mortal jamais tirou o véu que encobre minha
debilidade. Nas mentes menos cultivadas e sãs, enraizaram-se divindade aos olhos humanos".
certos exageros contrários à natureza e consequentes A iniciação nos Mistérios de Ísis compreendia as
superstições. Dos desejos e paixões, até então desconhecidos, seguintes etapas:
nasceu o egoísmo, pelo qual abusaram os homens de seu a) uma entrevista do postulante com um hierofante, que
poder e sabedoria, até que, finalmente, foi preciso limitar o julgava se ele era digno ou não de conhecer os Mistérios;
número de conhecedores. Assim, teve lugar a Iniciação e seus b) uma iniciação noturna, cujo conteúdo o postulante
Mistérios". Desde então, cada povo adotou um sistema estava proibido de revelar;
religioso de acordo com a sua capacidade intelectual e c) a seguir, o postulante era submetido a duas provas: a
necessidades espirituais, restringindo-se a bem poucos o prova do fogo e a prova da água.
verdadeiro conhecimento, que se converteu em Mistérios, a Ao final, elevado acima de si mesmo e tendo dominado
fim de que fosse resguardado de possíveis profanações. as tentações dos sentidos, ao postulante, que vencia todas as
Os Mistérios de Ísis estão diretamente relacionados provações, era conferida a invulnerabilidade e a ascensão celeste
com os ensinamentos, deixados por Osíris, quando da (o direito de penetrar na esfera da Verdade), e ele fazia um
emigração, à frente de seu povo, para o local onde hoje se acha juramento de silêncio e submissão. No entanto, após a realização
Ábidos, no Egito, fugindo das catástrofes que logo destruiriam dessas etapas, o postulante não tinha ultrapassado mais do que
a Atlântida. Os emigrantes atlantes, que se refugiaram no os umbrais da iniciação, e, a partir desse momento, começavam
Egito, levaram consigo sua religião e ali construíram templos e longos anos de estudo e aprendizagem. Segundo Edouard
monumentos (pirâmides), nos quais foram guardados os Schuré, o iniciado, "antes de se elevar a Ísis Urânia, deveria
Mistérios e onde eram feitos rituais de iniciações do faraó e dos conhecer a Ísis Terrestre, instruir-se nas ciências físicas e
membros da família real. androgônicas", estudar os hieróglifos e as lições dos mestres,
As pirâmides eram símbolo do princípio criador da aprender a ciência dos minerais e das plantas, a história do
natureza, assim como da origem da excelsa hierarquia dos homem e dos povos, a medicina, a arquitetura e a música
Espíritos (Devas, Pitris etc.), simbolizando, ainda, o universo sagrada.
fenomenal, o mundo ideal e visível. As medidas das grandes Os Mistérios de Ísis simbolizavam a dramatização do
pirâmides coincidem, ainda, com as do alegórico Templo de drama vivido pelo divino Osíris, que, vindo ao mundo como
Salomão, emblema do ciclo da Iniciação, como coincidem com benfeitor para minorar as tribulações do homem, encontrou o
as da Arca de Noé e a Arca da Aliança. Antônio Castanho mal e foi, temporariamente, vencido em seu esforço para fazer o
Ferreira, que pertenceu às fileiras da Sociedade Brasileira de bem. No entanto, ao ser ressuscitado, tornou-se vencedor da
Eubiose, disse-nos, ainda, que "a construção das pirâmides data morte e Senhor da Justiça. Desse modo, a busca de Ísis por Osíris
da época em que Alpha Polaris era a estrela polar, isto é, há 31.150 e os esforços diligentes, para ressuscitá-lo, representavam a
anos, aproximadamente. Portanto, é de uma época anterior à do busca, empreendida pelo iniciado, para recuperar as partes de si
(derradeiro) cataclismo atlante (cerca de 9 mil a.C.), tendo sido sua mesmo, esquecidas ou abandonadas. Com a reencenação dos
construção dirigida por sacerdotes daquele país que emigraram para o Mistérios, criavam-se novo corpo e nova alma, mais refinados e
Egito, e mais tarde reconstruídas pelos faraós da IV dinastia, com o mais envolvidos com a realidade do que aqueles que se
auxílio dos hierofantes egípcios, que conservaram, em seus arquivos perderam. Nas palavras de J. Houston, "nos Mistérios de Ísis e
secretos, a herança da tradição iniciática atlante e sua contagem de Osíris, morremos para uma parte de nós mesmos e renascemos
tempo relativa a essas construções". em um Eu mais profundo e fecundo, para quem a realidade
O Templo de Osíris, em Ábidos, foi construído por interior não mais está oculta e a exterior é compreendida em
Seti I, faraó da XIX dinastia, sobre as ruínas de uma construção muitos níveis."
anterior. Nesse templo, além de Osíris, eram homenageados * Matéria publicada na Revista DHÂRANÂ, órgão oficial de
Ísis, Horus, Pthah e outras divindades, hierarquicamente, sob divulgação da SBE – Sociedade Brasileira de Eubiose – edição de
a supremacia de Osíris. Ábidos, primeiro santuário do culto de fevereiro de 2003. ?
a b
As Cruzadas – Parte II
200 anos de guerras, roubos e crimes em nome de Deus
Francisco Feitosa
A Cruzada dos Mendigos chegaram a Constantinopla. O Imperador Aleixo I Comneno
perdoou-os pelos crimes cometidos e convidou Pedro para

O
apelo do papa Urbano II obteve, ao menos de uma audiência na corte.
início, uma resposta bem morna por parte dos "Aleixo, com sua experiência, julgava a expedição
soberanos e dos grandes senhores feudais, mas, muito pouco eficaz e temia que, se passasse pela Ásia, fosse
ao contrário, uma adesão entusiasta, superior às previsões, destruída pelos turcos. Por outro lado, a indisciplina dos
nas classes mais baixas. Pregadores, que viajavam pela peregrinos o obrigou a afastá-los o quanto antes dos
Europa anunciando a Cruzada, obtinham muito sucesso arredores de Constantinopla. Os ocidentais cometiam furtos
junto aos aventureiros, homens de armas, miseráveis e sem fim, faziam irrupções em palácios e nas cidades dos
camponeses famintos, que sonhavam subúrbios, roubavam até o chumbo dos
em mudar de vida. telhados das igrejas." (Runciman, 1996,
A Primeira Cruzada (1096 a p. 112.)
1099) foi chamada a dos "mendigos", Em 8 de agosto, foram
pois era composta, principalmente, por embarcados para além do estreito de
pessoas muito pobres e famílias Bósforo. Durante sua breve campanha,
camponesas, provenientes, na maioria, abandonaram-se a ferozes saques,
da França, Alemanha e Itália, que massacrando e torturando até mesmo os
esperavam encontrar, no Oriente, a habitantes cristãos da área. Dizem que
liberdade da opressão dos senhores alguns chegaram a assar crianças em
feudais e novas terras, onde pudessem espetos. Mas, nos primeiros grandes
estabelecer-se. combates militares contra o exército
Por volta de 20 de abril de 1096, turco, os "mendigos" foram
antes mesmo que a Cruzada "oficial" exterminados. Alguns se salvaram
estivesse pronta, um exército de vinte renunciando ao Cristianismo; outros,
mil pessoas, guiadas pelo monge e mulheres e crianças, por terem bela
pregador Pedro, o Eremita, partiu de Colônia. Sem fisionomia, foram vendidos como escravos. A última
provisões ou dinheiro, os cruzados, durante sua longa bandeira dos sobreviventes foi salva por uma expedição de
viagem, realizavam pilhagens. Ao chegar à cidade socorro bizantina.
húngara de Zemun, um tumulto, iniciado por uma A expedição de Pedro não foi a única do tipo "faça
discussão banal, se transformou em uma verdadeira você mesmo". Outras cruzadas menores partiram na mesma
batalha. Os cruzados atacaram a cidade, saquearam-na época. Por exemplo, Gautier Sans-Avoir, um pequeno dono
mataram quatro mil húngaros (todos cristãos) e, por isso, de terras francês, partiu de Colônia com alguns milhares de
fugiram às pressas. Em seguida, destruíram um seguidores poucos dias antes de Pedro e entrou nos
contingente militar de turcos fiéis ao imperador e territórios do Império Bizantino, encontrando as autoridades
saquearam e incendiaram Belgrado. totalmente despreparadas para sua chegada. Em Belgrado,
Ao chegarem aos arredores da cidade sérvia de pilhou os campos próximos e lutou contra a guarnição da
Nis, os seguidores de Pedro provocaram outros incidentes, cidade, saindo vencedor. Muitos cruzados foram mortos em
obrigando as tropas do governador cristão Nicetas a lutar combate, outros foram queimados vivos dentro de uma
contra eles. Muitos cruzados foram trucidados, outros igreja. O exército de Gautier foi seguido e escoltado até
foram presos (incluindo mulheres e crianças) pelo resto da Constantinopla, onde se juntaria ao de Pedro, o Eremita,
vida. Após muitas travessias, os sobreviventes, finalmente, dividindo com ele o destino trágico.
A Cruzada dos Príncipes e dos Cadetes entrar, e os cavaleiros foram massacrados durante a noite
pelas forças turcas, que corriam pelos campos.
A primeira Cruzada "oficial", que partiu, também, Depois de Tarso, foi a vez de Edessa, cidade habitada
em 1096, era composta de cavaleiros bem armados e bem na maioria por armênios cristãos, onde os cruzados
equipados, como Godofredo de Bulhões e seu irmão fundaram seu primeiro estado. Aqui, Balduíno deixou que
Balduíno. Em sua maioria, eram cavaleiros cadetes, ou uma revolta local matasse o governador legítimo, Thoros,
seja, nobres sem terras, que perderam o direito de que o havia adotado como um filho em uma cerimônia
sucessão e eram particularmente ambiciosos e ávidos por pública, e transformou a cidade em um condado de seu
terras. Muitos deles já tinham trabalhado como domínio. A seguir, utilizou o tesouro de Edessa para
mercenários, alguns até como piratas. comprar, em dinheiro, o emirado de Samosata, ocupando a
Esses cruzados, também, como seus antecessores cidade de Saruj em nome do príncipe muçulmano Barak (na
"mendigos", tiveram alguns acidentes de percurso durante prática, ele se havia tornado um mercenário pago por um
a viagem. Por exemplo, Balduíno, em Constantinopla, "infiel"), mas a tomou para si.
capturou sessenta pechenegues que Em Antióquia (conquistada graças
tentavam frear os roubos dos cruzados e à traição de um oficial armênio), os
matou vários outros. O próprio cruzados não pararam até terem
Godofredo teve desentendimentos com assassinado o último turco, fosse ele
as tropas imperiais de Bizâncio, até que homem ou mulher. Fala-se de milhares de
cedeu e aceitou jurar fidelidade ao mortos. Na confusão, também, foram
imperador. mortos muitos cristãos. Todas as casas
Um ramo da cruzada, que havia dos cidadãos, cristãos ou muçulmanos,
seguido outro caminho, encontrou um foram pilhadas. Grande parte das
vilarejo de hereges paulicianos na riquezas, das provisões e das armas
estrada e queimou as casas com os encontradas foi inconscientemente
moradores dentro. destruída.
De qualquer forma, os cruzados O cavaleiro Boemundo, futuro
provaram seu valor no campo de batalha. Conquistaram príncipe da Antióquia, comprou a cabeça do emir Yaghi-
Niceia (durante o ataque, os soldados cristãos cortaram as Siyan, que um camponês lhe levara como troféu de caça.
cabeças de muitos cadáveres inimigos e jogaram-nas do "Não se podia andar na rua sem pisar em um cadáver, e
outro lado das muralhas, para enfraquecer o moral da todos, logo, entravam em putrefação no calor do verão, mas
guarnição turca), que se entregou, no entanto, às tropas Antióquia era cristã de novo." (Runciman, 1996, p. 202.)
bizantinas, evitando um provável massacre. Em seguida, Outro massacre aconteceu na cidade de Maarat an-
expugnaram Tarso, e aqui começaram seus Numan. Quando entraram, os cruzados mataram todos que
desentendimentos. A cidade fora "libertada" pelos encontraram e saquearam e incendiaram as casas. Boemundo
cavaleiros de Tancredo, mas Balduíno, chegando com um prometera incolumidade a todos que se rendessem e se
exército mais numeroso, obrigou-os a ir embora e deixou, refugiassem em uma grande sala, próxima da porta
do lado de fora das muralhas, um destacamento de principal. Mas as coisas não aconteceram bem assim: os
trezentos cavaleiros, vindos nesse meio-tempo para ajudar homens foram trucidados, e as mulheres e as crianças foram
os homens de Tancredo. vendidas como escravos.
Apesar das súplicas, Balduíno não os deixou * Esse é um trabalho de pesquisa e compilação. ?
a b
A Maçonaria e a Mãe de Todas as Revoluções Libertárias
“Quando a voz da pátria chama / Tudo deve obedecer / Por ela a morte é suave / Por ela cumpre morrer /
Se todos nós nos juntarmos / Conseguiremos vencer.”
Frei Caneca

Ernani Souza*

E
m Pernambuco, fez-se vingar, verdadeiramente, independência de Pernambuco e elegeram uma junta
pela primeira vez, todos os movimentos libertários governativa;
de nosso país, através da mãe de todas as A Confederação do Equador (1824), movimento
revoluções libertárias do Brasil: a Revolução revolucionário, de caráter emancipacionista e republicano,
Pernambucana, de 06 de março de 1817. ou mais certamente autonomista, ocorrido no Nordeste do
Toda essa metamorfose social teve início sob o jugo Brasil, tendo Pernambuco como centro irradiador e lider da
e determinação da primeira Loja Maçônica do Brasil, revolta, que proclamava a independência do Nordeste do
Areópago de Itambé, nascida em Pernambuco, em 1796, restante do Brasil;
fundada por Manuel Arruda Câmara, ex-frade carmelita, A Revolução Praieira (1848), movimento
médico e botânico, formado pela faculdade de Montpellier revolucionário, de caráter emancipacionista e republicano,
na França. liberal e federalista, ocorrido na província de Pernambuco; a
Tal loja e suas principais filiadas, as lojas, última revolta do Brasil Império, que ganhou o nome de
Academia do Paraíso, Academia de Suassuna; Patriotismo, praieira, pois a sede do jornal, comandado pelos liberais
Restauração, Pernambuco do Oriente, revoltosos (chamados de praieiros),
Pernambuco do Ocidente e outras, localizava-se na Rua da Praia.
serviam como locais de discussão e Todos esses movimentos
difusão das ideias libertárias, surgidas libertários nascidos no Estado de
através do Iluminismo Francês. Pernambuco, foram forjados dentro de
A Revolução Pernambucana, Lojas Maçônicas ou tiveram maçons
de 06 de março de 1817, foi a como seus principais líderes.
precursora fiel da Independência do Naquela época, a Maçonaria
Brasil, da Proclamação da República, tinha grande influência na vida
da Abolição da Escravatura, dos brasileira, fomentava discussões
Direitos Civis Igualitários, da políticas e difundia, abertamente, suas
Liberdade de Imprensa, da Liberdade ideias sobre: liberdade, república e
de Religião, da Liberdade de democracia.
Pensamento, da Primeira Constituição A Revolução Pernambucana, de
Democrática do Brasil, da Primeira Universidade Popular 06 de março de 1817, durou, apenas, 75 dias e acabou
do Brasil, da Primeira Bandeira Republicana e debaixo de uma repressão violenta, cruel e impiedosa, com
Independente de nosso país, que, hoje, corresponde à atual 1.600 mortos e feridos e mais de 800 degredados.
Bandeira Oficial do Estado de Pernambuco. A Maçonaria pernambucana sempre se fez presente
Vieram, no rastro dessa Revolução, de 06 de março em todos esses momentos.
de 1817, outras significativas revoluções nativistas, Dos cinco membros do governo provisório,
oriundas, também, do Estado de Pernambuco, todas de estabelecido na nova República Pernambucana, quatro eram
caráter emancipacionista e republicano: maçons, sendo liderados por Domingos José Martins
A Convenção de Beberibe (1821), movimento (Governador), Pe João Ribeiro Pessoa de Mello e
revolucionário, de caráter emancipacionista e republicano, Montenegro, Capitão Domingos Teotônio Jorge Martins
com que os pernambucanos derrubaram o governador Pessoa, José Luís de Mendonça e o profano Manoel Corrêa
português Luís do Rego Barros, decretaram a de Araújo.
Dos quatorze mártires da Revolução Recife, em 6 de setembro de 1817.
Pernambucana, de 06 de março de 1817, oito eram maçons: De todas as revoluções libertárias, que existiram no
José Inácio Ribeiro de Abreu e Lima (Padre Roma), Brasil, a de 06 de março de 1817, foi a única que, realmente,
fuzilado na Bahia, em 29 de março de 1817; Padre João mudou, para sempre, a história desse país.
Ribeiro Pessoa de Mello e Montenegro, suicidou-se em Infelizmente, por falta de conhecimento, os jovens do
Paulista, em 20 de maio de 1817; Antônio Henrique Rabelo, Brasil e, em particular, os de Pernambuco, que,
enforcado no Recife, em 5 de julho de 1817; Domingos desinformados, atravessam, aos cânticos, a ponte de Gabara,
Teotônio Jorge Martins Pessoa, enforcado no Recife, em 10 não dão a merecida importância histórica a que fazem jus os
de julho de 1817; Domingos José Martins, fuzilado na mártires.
Bahia, em 12 de julho de 1817; José Luiz de Mendonça, O justo e perfeito seria que esses fatos históricos, de
fuzilado na Bahia, em 12 de junho de 1817; Miguel tão grande relevância para o nosso país e para nossos jovens,
Joaquim de Almeida e Castro (Frei Miguelinho), fuzilado fossem levados, curricularmente, para todas as salas de aula
na Bahia, em 12 de julho de 1817; José de Barros Lima (leão do Brasil, tornando sempre vivo e forte o brilho dessa chama
coroado), enforcado no Recife, em 10 de julho de 1817. heróica, acesa com o fogo da própria vida pelos nossos
Além dos não-maçons: Padre Pedro de Souza Tenório, mártires, no anseio de, sempre, iluminar os princípios da
enforcado no Recife, em 10 de julho de 1817 (Vigário de igualdade, liberdade e fraternidade no coração e no futuro
Itamaracá); Padre Antônio Pereira de Albuquerque, de nosso povo.
enforcado no Recife, em 6 de agosto de 1817; Amaro Encerramos com as palavras do ilustre Maçom,
Gomes da Silva Coutinho, enforcado no Recife, em 21 de Monsenhor Muniz Tavares:
agosto de 1817; Francisco José da Silveira, enforcado no “Tempo virá em que 06 de março de 1817 será para
Recife, em 21 de agosto de 1817; José Peregrino Xavier de todos os brasileiros um dia de festa nacional.”
Carvalho, enforcado no Recife, em 21 de agosto de 1817; *O autor é M∴M∴ da A∴R∴L∴S∴ Philotimia n°
Inácio Leopoldo de Albuquerque Maranhão, enforcado no 0093, do Oriente de PE.?
a b

Tradição com Evolução


“Os homens fazem a sua própria história, mas não o fazem como querem... a tradição de
todas as gerações mortas oprime, como um pesadelo, o cérebro dos vivos.
Karl Max

José Valdeci de Souza Martins

N
ossa Instituição Maçônica tem um ditado muito Podemos perceber as mudanças pelo que se segue:
sábio: “tradição com evolução”. Se perguntarmos, “A corporação de pedreiros é constituída, exclusivamente,
apenas, a cinco diferentes Irmãos qual a origem da por pessoas do sexo masculino. Essas pessoas, admitidas
Maçonaria ou, até mesmo, a sua tradição ou evolução, como membros de uma Loja, devem ser homens bons e de
provavelmente, teremos cinco versões diferentes. princípios virtuosos, nascidos livre, de idade madura, sem
Será que, em nossa Instituição Maçônica, no decorrer vínculos que o privem de pensar livremente, sendo,
de sua fundação, a tradição acompanhou a evolução? também, vedado a homens de comportamento duvidoso
Acredito que, com a evolução, muitas coisas mudam sua ou imoral”.
trajetória em relação à tradição. Nós, maçons, devemos trabalhar, seguindo nossos
A primeira mudança da atualidade foi a passagem de Landmarks, considerados as mais antigas leis que regem a
Maçonaria Operativa para Maçonaria Especulativa. Com essa Maçonaria universal. Muito já se tem escrito e discutido
mudança, onde a lenda maçônica, quando operativa, estava acerca dos Landmarks na Maçonaria. Devemos respeitar e
ligada aos antigos construtores do Templo de Salomão, hoje, acatar, escrupulosamente, os Landmarks e a tradição
Ela trata, única e exclusivamente, de trabalhar o Homem, isto maçônica, temos condições e categoria para praticá-los em
é, desbastar a Pedra Bruta. Isto é o suficiente? qualquer parte do mundo.
Devemos ser especulativos, sim, mas de forma a Diante de tantos questionamentos do que evoluiu em
sermos iluminados pelas leis máximas, expressas no Livro relação à tradição, pode-se concluir, com tudo isso, que a
da Lei, sob o modelo da alegoria do Construtor Sagrado, e verdadeira evolução está em buscar ensinamentos do
auxiliados pelos conhecimentos pagãos da antiguidade; Grande Arquiteto do Universo e guardá-los, usando-os nos
erguer o Templo Interno de nossa personalidade, a fim de momentos oportunos.
abrigarmos a Individualidade Superior, a centelha do
Enfim, somos mestres na arte de compor oposições e não
Grande Arquiteto do Universo.
podemos desprezar o repositório inesgotável de ensinamentos,
De uma forma geral e completa, a tradição, com a velados por alegorias que nos proporciona a história (ou lenda) da
evolução, especializa-se no cultivo da filosofia, liturgia, construção do Templo do Rei Salomão. Não devemos desprezar a
simbologia, História e legislação maçônica. E deveríamos nossa tradição operativa só porque a arqueologia, ainda, não
abranger nossa especulatividade, estudando os grandes obteve provas irrefutáveis; não negaremos a tradição bíblica
problemas nacionais e universais e suas implicações e somente por insuficiência de escavações arqueológicas.
consequências no futuro da Pátria e da humanidade.
O que devemos evoluir é lapidar o nosso Eu Interior,
Pelo conhecimento que temos, infelizmente, no o nosso Verdadeiro Templo de Salomão, o Templo da Paz,
Brasil, a tradição está perdendo espaço para interesses onde a paz do Grande Arquiteto do Universo está sempre
escusos. A Maçonaria foi responsável por questões onipresente em nossos corações.
políticas, e havia uma irmandade mais coesa, mais
*O autor é Membro da A∴R∴L∴S∴ Acácia Pantaneira,
compacta; existia a Liberdade, Igualdade e Fraternidade.
59 – G∴L∴M∴E∴M∴S∴ ?
a b

Bolo de Laranja
José Prudêncio Pinto de Sá

C
erta vez, um Irmão declarou que se admirava, e materiais comuns numa cozinha, que não tinham quase nada
porque a Maçonaria conseguia manter juntos em comum. Tínhamos sólidos, líquidos e pastosos, secos e
tantos diferentes em corpo e alma, tornando molhados, doces e salgados, cheirosos e inodoros, etc. Mas,
uniformes os seus procedimentos e absorvendo críticas e certamente, todos desiguais. Foi quando, numa segunda leva
agressões sem se deixar corromper, intimidar ou ameaçar. de considerações, quis saber o que aconteceria, se, usando os
E eu lhe fiz uma consideração, que é a seguinte. utensílios disponíveis e uma receita apropriada, eu peneirasse a
Pedi-lhe que imaginasse que eu lhe estava farinha, ajuntasse os ingredientes numa forma apropriada
apresentando vários ingredientes (irrelevante para o raciocínio desejado), misturasse tudo muito
e utensílios comuns, pois lhe faria bem, usando a batedeira e observando
algumas perguntas a respeito. E o resultado. Perguntei: o que eu tinha
lhe apresentei ovos partidos, suas produzido, então? Ele hesitou, e eu
gemas e claras à mostra, farinha antecipei a resposta: massa
de trigo, manteiga, fermento, suco homogênea. Questionei mais:
de laranja, raspas de casca de podemos distinguir, agora, o ovo da
laranja, sal e açúcar. A seguir, farinha, o sal do fermento, o suco de
mostrei-lhe uma batedeira, uma laranja do açúcar. Ele disse que não,
colher de pau, uma forma de que era impossível, pois estavam
assar, um fogão com forno, uma todos misturados numa massa
caneca transparente de medir, homogênea.
uma peneira, uma colher de sopa Na terceira parte da análise,
e palitos dentais de madeira. Ele eu lhe disse que, depois de batida, eu
ficou intrigado com a lista deixaria a massa descansar por uma
apresentada, mas nada questinou. hora e, depois, a colocaria numa
Então, eu lhe perguntei que forma untada e levaria ao forno
semelhança tinha a gema do ovo aquecido por cerca de quarenta
com a farinha de trigo, e ele, minutos. Passado o prazo, retiraria a
embaraçado, não teve resposta. forma do forno e observaria o
Antecipei-me e disse: nenhuma. resultado. Perguntei-lhe, então, o que
Repeti a pergunta para o sal e o suco de laranja, e ele, eu estaria vendo. E ele disse que, provavelmente, um bolo . Eu
começando a entender, disse: nenhuma. Mais uma vez, indaguei: você gosta de bolo? Respondei que sim. Insisti: por
indaguei: e entre a colher de pau e o fermento? Sua quê? Argumentou, meio atrapalhado, que era gostoso, doce e
resposta: nenhuma. que todo mundo gosta de bolo. E perguntei se, então, afinal, eu
Depois dessa primeira parte, concordamos que havia produzido um bolo de que todos gostavam, e ele
estávamos em presença (imaginária) de vários ingredientes concordou.
Passei à parte final das considerações. Falai-lhe macio e a manteiga lhe garantisse a coesão necessária para
que, usando objetos, ingredientes e equipamentos simples, um bolo. E tudo foi conseguido por meio de instrumentos
comuns e bem-conhecidos, havia transformado vários úteis, sem os quais o produto final seria muito difícil de
itens diferentes num conjunto agradável, bom e útil a conseguir.
quase todos, aprovado pela imensa maioria das pessoas Concluí as minhas observações, dizendo-lhe que os
do mundo inteiro. Para isso, eu havia combinado as suas seres humanos, em sociedade, são ingredientes sociais muito
propriedades de tal forma, que, juntos, não mais podiam diferentes entre si e têm dificuldade para uma convivência útil,
aparecer isoladamente, todos participando do produto agradável e eficaz. Para que isso possa ser obtido, é necessário
final. Mais ainda, asseverei que havia conseguido isso, que sejam amalgamados por um propósito comum, submetidos
submetendo os ingredientes a tensões, golpes e aos embates desafiadores contra os obstáculos às suas intenções
temperaturas muito fortes, que nós mesmos, humanos, e se submetam a um longo período de convivência, para a
não suportaríamos, durante muito tempo, findo o qual, os maturação de sua intimidade. Além disso, é necessário que o
ingredientes, já irreconhecíveis, ao entrarem no forno, dele calor dos grandes problemas os estimulem por tempo
saíram compondo um alimento apreciado por todos, suficiente, para que, depois de amalgamados em associação,
saboroso e nutritivo. A última indagação foi: como você transformem-se num conjunto harmonioso, apreciado e
chamaria esse bolo? Não pestanejou: bolo de laranja. Por respeitado por todos e capaz de alimentar e nutrir os valores
quê? Argumentou que era pelo gosto nítido do bolo. sociais do meio, onde se inserem, além de, juntos e
Comentei que, embora cada ingrediente ou utensílio homogeneamente, agirem em proveito do bem-comum e da
contribuísse para a formação do bolo, o nome dele coletividade. Porém, ao contrário do bolo de laranja, não existe
designaria aquele componente que se destacasse mais, nenhuma receita de bolo para isso; cada grupo deve procurar a
para facilidade de identificação, pois não teria sentido sua própria combinação.
chamá-lo de bolo de forno (a maioria dos bolos é) ou bolo Encerrei a conversa perguntando: a Maçonaria, como
de colher de pau (que ninguém entenderia). Isso não a conhecemos, está fazendo isso? Somos um bolo de laranja
impedia que a farinha desse consistência suave ao bolo, o ou uma mistura inacabada e inútil? Fiquei, desta vez, sem
açúcar o fizesse doce e agradável, o sal o temperasse com resposta final.
sutileza, o fermento o fizesse crescer, as raspas de laranja *O autor é M∴I∴ da A∴R∴L∴S∴ A Luz Vem do Oriente
lhe acentuassem o sabor, os ovos o mantivessem úmido e 3.014, G∴O∴B∴, Oriente de Porto Belo, SC, Rito Adonhiramita ?
a b

a Livro b
Gostaria de sugerir a leitura do livro do meu querido Confrade, Escritor e Acadêmico Maçom, Robson Rodrigues
da Silva, intitulado “POMPAS FÚNEBRES”, lançado no mês de julho de 2009 pela Editora A Trolha. Autor de vários livros,
nosso Irmão Robson trata o tema, por sinal, muito pouco conhecido de muitos, com profundidade e conhecimento. Trata-se
de um estudo elucidativo merecedor de leitura reflexiva e de ilustrar o acervo da mais nobre biblioteca. Recomendo com
empenho! Façam contato com o autor: robson_rodrigues@globo.com (21) 2604-7146 / 9834-9956. ?
a b

A
rte Real é uma Revista maçônica virtual, de publicação mensal, fundada em 24 de fevereiro de 2007, com registro
na ABIM – Associação Brasileira de Imprensa Maçônica – 005-JV, que se apresenta como mais um canal de
informação, integração e incentivo à cultura maçônica, sendo distribuída, diretamente, via Internet, para mais de
13.200 e-mails de Irmãos de todo o Brasil e, também, do exterior, além de uma vasta redistribuição em listas de discussões,
sites maçônicos e listas particulares de nossos leitores. Sentimo-nos muitíssimo honrados em poder contribuir, de forma muito
positiva, com a cultura maçônica, incentivando o estudo e a pesquisa no seio das Lojas e fazendo muitos Irmãos repensarem quanto
à importância do momento a que chamamos de “¼ de Hora de Estudos”. Obrigado por prestigiar esse altruístico trabalho.

Editor Responsável, Diagramação, Editoração Gráfica e Distribuição: Francisco Feitosa da Fonseca - M∴I∴ - 33º
Revisor: João Geraldo de Freitas Camanho - M∴I∴ − 33º
Colaboradores nesta edição:
Antonio Rocha Fadista – Ernani Souza – José Prudêncio Pinto de Sá – Marco Antônio de Lima
Empresas Patrocinadoras:
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Contatos:
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