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RESUMO
O Laboratório de Mecânica de Rochas (LMR) do Centro de Pesquisas da PETROBRAS (CENPES) foi inaugurado em
1990, com o objetivo de prestar apoio às operações de fraturamento hidráulico. Desde então, vem atuando na áre~ de
estabilidade de poços pela determinação dos parâmetros elásticos e de resistência de formações rochosas em diversas
bacias sedimentares brasileiras. Outra importante área de estudo do LMR é o desenvolvimento de rotinas para obtenção
de corpos-de-prova (CP). Foram criadas metodologias de preparação de amostras para as rochas mais difíceis de serem
ensaiadas em laboratório: arenitos inconsolidados (principal rocha-reservatório dos campos gigantes da Bacia de
Campos) e folhelhos. O LMR e o Laboratório de Física de Rochas (LFR) do CENPES vêm trabalhando em conjunto
para fazer a caracterização mecânica das formações sedimentares brasileiras. Os métodos e as ferramentas de trabalho
são próprios de cada laboratório. No LMR, são utilizadas as relações entre as tensões impostas e as conseqüentes
deformações sofridas por uma amostra de rocha ensaiada em compressão para análise de seu comportamento mecânico.
Os estudos feitos no LFR tomam como base as relações existentes entre a velocidade de propagação de ondas elásticas
nas rochas para inferir as propriedades mecânicas do material. O trabalho destes dois laboratórios propiciou a
otimização de diversas operações de campo na PETROBRAS e ainda permitiu a criação de um banco de dados de
propriedades estáticas e dinâmicas. As atividades de poço e reservatório da área E&P são as grandes clientes, e
aplicam os resultados obtidos em simuladores de estabilidade mecânica de poços, no controle da produção,
na análise do colapso de poros e da redução da permeabilidade no decorrer da produção do campo
de petróleo. Espera-se, com a divulgação das atividades do LMR, ampliar a dimensão desta atuação.
I Setor de Tecnologia de Engenharia de Poços (SETEP), Divisão de Explotação (DIPLOT), Centro de Pesquisas
(CENPES).
2 Setor de Geologia de Reservatórios (SEGRES), Divisão de Geologia e Engenharia de Reservatórios (DIGER), Centro
de Pesquisas (CENPES).
3 Setor de Desenvolvimento de Métodos (SEDEM), Divisão de Projetos de Explotação (DIPREX), Centro de Pesquisas
(CENPES).
BoI. téc. PETROBRAS, Rio de Janeiro, 41 (1/2): 31-43, jan./jun. 1998 31
ABSTRACT
The Rocks Mechanics Lab (LMR) ofthe PETROBRAS' Research Center (CENPES) was established in /990, wilh lhe
pU/pose of Sl/pporling hydraulic fracturing operations. Since then, il has been working in lhe area of well slability, in
order lO delermine lhe elastic and strength parameters of lhe rocky formations in different Brazilian sedimentaJ)'
basins. Another important area ofstudy at the LMR is the development ofrol/tines in order to oblain the test COl/pons
(TC). Methodologies ofsample preparation have been createdfor the JI10st difficIIl1 rocks lo be lesled in a laborolory
environment: non consolidated sandstones (main reservoir-rock ofthe gianlfields oflhe Campos Basin) and strolified
c1ay-rish rocks. CENPES' LMR and Rock Physics Lab (LFR) have been working logether in order lo create the
mechanical characlerization of the Brazilian sedimentaJY formalions. The lI1ethods and lhe work lools are appropriale
for each lab: in the LMR, studies are based on lhe relalionships belween lhe stresses imposed and the consequent
deformations suJfered by a sample of a rock tested on compression in order lo analyze ils mechanical behavior. A I the
LFR the existing relalionships between the velocity ofpropagation oflhe elastic waves in lhe rocks are used lo infer
lhe lI1echanical properties oflhe material. The work oflhese two labs has allowed lhe oplimization of several field
operations at PETROBRAS and it has also al/owed the creation of a dala base conlaining the slalic and dynamic
properlies. The well and reservo ir activities from E&P area are lhe main c1ients, which apply the results obtained in
rock mechanics stability simulator of applied lo bolh drilling and prodllclion operations, analysis ofpore collapse and
permeability reduction dllring lhe produclion in oil field. fI is expecled thal, wilh the divulgation of
LMR activilies, lhe dimensions of LMR alllalion expand.
RESUMEN
El Laboratorio de Mecánica de Rocas (LMR) dei Cenlro de fnvesligaciones de la PETROBRAS (CENPES) file
inaugurado en /990, con el objetivo de apoyar las operaciones defraclura hidráulica. Desde ese enlonces, viene
actuando en el área de estabilidad de pozos, para delerlllinw los parámelros elásticos y de resistencia deformaciones
rocosas en dislintas cuencas sedimentares brasilePías. Olra area importanle de estlldio en el LMR es el desarrollo de
rutinas para obtener los cuerpos de prueba (CP) . Fueron creadas melologías de preparación de mllestras para las
rocas más dificiles de ser probadas en laboratorio: arenitos 170 consolidados (principal roca-prodllctiva de los campos
gigantes de la Cuenca de Campos) y rocas arcillosas eslralificadas. EI LMR y el Laboralorio de Física de Rocas (LFR)
deI CENPES vienen trabajando conjuntamenle para hacer la caracterización mecánica de lasformaciones
sedimentares brasilePías. Los métodos y las herramientas de Irabajo son propios de cada laboratorio: en el LMR, se
IItulizan las relaciones entre las tensiones ill1pueslas y las consecllentes defonnaciones que suji-e la mlleslra de roca
probada en compresión para analizar .lU comportall1iento mecánico. Los esludios dei LFR se basean en las relaciones
que existen enlre la velocidad de propagación de ondas elásticas en las rocas para inferir las propiedades mecánicas
dei material. EI trabajo desde la creación de estos dos laboralorios propició la oplimización de varias operaciones de
campo en la PETROBRAS y además permitió la creación de una base de dalos de propiedades estáticas y dináll1icas.
Las actividades de pozo y reservatorio dei E&P son las que más aplican resultados oblenidos en simuladores de
estabilidad mecánica de pozos en ef control de la producción, en el análisis dei colapso de poros y de la reducción de
la permeabilidad duranle la prodllcción dei campo de pelroleo. Com la divulgación de las
actividades dei LMR, se objeliva ampliar la dimensión de esta actuaciól1.
É realizado em célula triaxial instalada no STG . Para poços verticais, assume-se, geralmente, que
Consiste na compressão de uma amostra cilíndrica uma das direções principais é vertical, e as
em que a deformação lateral é mantida nula pelo deformações podem ser obtidas mon itorando-se a
incremento progressivo da pressão confinante. relaxação somente em quatro direções (uma
Apl icado a formações calcárias, perm ite a vertical e três horizontais). Para poços inclinados,
obtenção da tensão de colapso dos poros do o tensor deformação deve ser totalmente obtido.
maciço rochoso e a verificação da variação da Doze med idores tem de ser instalados em seis
permeabilidade com o estado de tensão aplicado. direções diferentes ao redor da amostra (foto 5).
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4.1. Correlação entre Módulos Estáticos e Este ensaio tem como objetivo detectar as direções
Dinâmicos dos principais componentes de tensão in situ em
testemunhos orientados. O ensaio se baseia na
Correlações entre os módulos elásticos estáticos e premissa de que o testemunho, ao ser retirado do
dinâmicos vêm sendo estudadas por dive.rsos poço, sofre um microfissuramento preferencial no
pesquisadores no Brasil e no exterior com o plano' perpendicular à direção da maior tensão in
objetivo de aumentar a precisão das ferramentas situ devido à relaxação das tensões.
de perfilagem . Na figura 1, apresenta-se a
correlação entre os módulos de elasticidade A direção das tensões in si/u em um poço da Bacia
estática e dinâmica para diversos tipos de rochas Potiguar foi confirmada pela comparação de
sedimentares brasileiras. resultados obtidos com o CVA e o ASR (fig. 3).
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Fig. 3 - A direção da ten são horizontal máx ima obtida
pelo CVA (a) é seme lhante à determinad a pelo ASR (b)
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Fig. 3 - The direcliol1 of lhe JIIaxil/1ul/1 horizonlal slress
oblained by lhe CVA (a) is delerll1ined by lhe ASR (b).
2 4 6 8
Deformação axial (%) o banco de dados foi desenvolvido em um
ambiente Jo.licl'osoft Windows/Access. Funcionando
Fig. 2 - Ensaio triaxial de deformação uniaxial. O há três anos, atualmente dispõe de
ponto A (nas duas curvas) indica o momento de aproximadamente 750 ensaios cadastrados.
ocorrência do colapso de poros.
Fig. 2 - Triaxial lesl of uniaxial deformalion. Poinl A Além da preservação dos dados, objetiva-se
(on bolh curves) indicales lhe lil/1e lhe pores' collapse disponibilizá-los aos órgãos da Companhia
occurred.
interessados e envolvidos em mecânica de rochas,
evitando, muitas vezes, a realização de novos
Diversos outros parâmetros podem ser obtidos
testes.
durante as etapas dos ensaios já mencionados.
Dentre eles, destacam-se:
5. PREPARAÇÃO DAS AMOSTRAS
compressibilidade: é determinada durante a fase
hidrostática de ensaios de compressão, seja na A preparação de amostras de rochas para ensaios
forma volumétrica (bulk compressibility) ou de de compressão é uma atividade crítica da
grãos; mecânica de rochas. Uma amostra mal preparada
pode levar a resultados falsos ou até mesmo à
parâmetros poroelásticos: a) coeficiente de Biot perda do testemunho por manuseio inadequado.
- calculado em função da compressibilidade da Por essa razão, especial atenção tem sido dada à
rocha, este parâmetro é de grande aplicação na preparação de amostras de rochas para ensaios no
avaliação das tensões efetivas na rocha, indicando LMR, depois da criação do Laboratório de
o percentual de poropressão que deve ser Preparação de Amostras (LPA).
descontado das tensões totais; b) parâmetro B de
Skempton - calculado na fase hidrostática de As dificuldades de preparação de amostras não se
ensaios não-drenados, este parâmetro indica o restringem, no entanto, ao equipamento utilizado.
quanto aumenta a poropressão em uma rocha É consenso em todos os laboratórios de mecânica
saturada em função do aumento da pressão de rochas que o técnico designado para esta função
confinante. deva ser detalhista e paciente, além de conhecedor
das máquinas e ferramentas com que trabalha.
4.5. Banco de Dados de Constantes Elásticas As amostras cilíndricas devem ter topo e base
perfeitamente paralelos, além de planos. As faces
Nos últimos anos, o Grupo de Mecânica de Rochas laterais devem ser, ainda, perfeitamente
tem-se preocupado com a preservação de dados perpendiculares às superfícies de topo e base.
referentes aos ensaios realizados . Neste sentido, Estas características são obtidas somente pelo
criou-se um banco de dados onde estão registradas
BoI. téc. PETROBRAS, Rio de Janeiro, 41 (\ /2) : 31-43, jan./jun. 1998 37
tnz
trabalho cuidadoso em todas as etapas de
preparação de amostras, como:
procedimento.
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