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A fé de nossos antepassados
Todos os membros da Igreja sabem muito bem o preço que tiveram que
pagar nossos antepassados por sua fé. Posso ver isso muito claramente
quando leio o que escreveu a avó de minha esposa sobre sua infância
em Brighton, a formosa cidade da costa sul de Inglaterra, onde as verdes
e ondulantes colinas do condado de Sussex chegam até o mar. Ali
batizou-se sua família, porque o Espírito Santo fez-lhes saber que esse
era o evangelho verdadeiro. Mas a crítica de familiares e vizinhos, e até
de outra gente os ridiculizou e provocou o enojo de outras pessoas para
eles. Foi preciso serem valentes para manter-se firmes na fé e defender
suas crenças bem como para batizar-se e fazer saber ao mundo que
eram mórmons.
De lá viajaram para Liverpool, onde, junto com uns mais novecentos, se
embarcaram no navio Horizon. Enquanto o vento internava-os no mar,
cantavam uma canção de despedida a sua terra natal.
Após seis semanas em alta mar (na atualidade um jet percorre essa
distância em seis horas) chegaram a Boston, estado de Massachusetts,
Estados Unidos. Depois viajaram em comboio até a cidade de Iowa a fim
de adquirir o necessário para empreender a marcha para o oeste. Ali
compraram uma junta de bois, um par de vacas, uma carreta e uma loja
de campanha. Pediu-se-lhes que viajassem com uma das companhias
que levavam carroças de mão e que os ajudassem. O filho menor, de
quase dois anos, que tinha adoecido pelas inclemências do tempo,
morreu e o enterraram num lugar que nunca mais reviram.
tar-vos-ei as palavras textuais dela quando tinha treze anos:
"Viajamos de 24 a 40 quilómetros por dia... até chegar ao rio Platt...
Nesse dia atingimos às companhias de carroças de mão.. Vimo-las
cruzar o rio que levava flutuando grandes trozos de gelo. Fazia um frio
tremendo. À manhã seguinte tinha catorze pessoas no acampamento
que morreram de frio... Voltámos ao acampamento e nos pusemos a orar
.. . [e] cantamos a canção "Oh, está tudo bem." Perguntava-me que era o
que fazia chorar a minha mãe ... ao dia seguinte nasceu minha
irmanzinha. Dia 23 de setembro. Chamamo-la de Edith; viveu só seis
semanas e morreu de desnutrição . . . [Enterraram-na no último cruz do
caminhos de Sweetwater.] "
"Confundi-me e me desorientei [e perdi-me na grande nevada]... Meus
pés e pernas tinham-se congelado. Levaram-me até o acampamento e
me friccionaram com neve. Puseram meus pés num balde com água. A
dor era horrível..”
"Quando chegamos a Devil's Gate fazia um frio que não dava para
aguentar . . . deixamos muitas de nossas coisas ali... Meu irmão James
sentia-se bem quando se foi dormir. À manhã seguinte estava morto”
"Os pés de meus irmãos estavam congelados, igual aos meus. Não tinha
nada mais que neve, neve, neve.. [e o vento de Wyoming era
intensamente frio]. Nem sequer podíamos fincar as estacas no solo para
nossas lojas... Não sabíamos que seria nossas. Uma noite chegou um
homem a nosso acampamento e disse-nos que o irmão [Brigham] Young
tinha enviado homens e animais para ajudar-nos . . Cantamos canções,
alguns dançaram e outros choraram .. . Minha mãe nunca se recuperou...
Morreu entre as montanhas Big e Little . . . Tinha 43 anos.”
"Chegamos a Salt Lake City às 9 da noite do dia 11 de dezembro de
1856. De cada quatro pessoas, três vinham praticamente congeladas.
Minha mãe estava morta na carroça .. . À manhã seguinte, bem cedo,
vieram um médico e Brigham Young... As lágrimas correram-lhe pelas
bochechas quando viu a condição em que estávamos, com nossos pés
congelados e nossa mãe morta... "O doutor me amputou os dedos dos
pés . . . [enquanto] as irmãs estavam a vestir a minha mãe para sepultá-
la... Depois que o médico terminou, nos levaram para que víssemos a
nossa mãe pela última vez. Como pudemos resistir a tudo isso? Essa
tarde enterraram-na..
"Com frequência tenho pensado no que disse minha mãe antes de sair
de Inglaterra. 'Polly, quero ir a Sión enquanto meus filhos sejam
pequenos, para que se criem no Evangelho de Cristo, porque sei que
esta Igreja é verdadeira'."
Terminarei com a seguinte pergunta: Talvez temos direito de nos queixar
quando temos que suportar que nos critiquem ou fazer um pequeno
sacrifício por nossa fé, quando nossos antepassados pagaram um preço
tão alto por ela?
Sem contenção, sem discussões, sem ofensas, continuemos sendo
firmes na fé, e prossigamos edificando o Reino de Deus. Se temos
dificuldades, enfrentemo-las com calma.. Superemos o mau com o bem.
Esta é a obra de Deus, e continuará se fortalecendo por toda a terra,
mudando para sempre a vida de milhares de pessoas cujo coração seja
receptivo à mensagem verdadeira. Não há poder na terra que possa nos
deter. Esta é minha fé e este é meu depoimento. Rogo que o Senhor nos
ajude a ser dignos da importância e sagrada missão que temos de
edificar seu reino.