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PROF: RAQUEL TINOCO

Gestão
financeira

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Treinamento Funcional | Portal Educação

Gestão
financeira

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do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.

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SUMÁRIO

MÓDULO I

1 INTRODUÇÃO

2 FUNDAMENTOS DA GESTÃO FINANCEIRA

3 FUNDAMENTOS DE ADMINISTRAÇÃO

4 A ESTRUTURA DO DEPARTAMENTO FINANCEIRO

5 MATEMÁTICA FINANCEIRA

6 RELACIONAMENTO BANCÁRIO

7 ORÇAMENTO EMPRESARIAL

8 COMO FAZER UM PLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO

MÓDULO II

9 GESTÃO DE APLICAÇÕES

10 GESTÃO DE CAIXA X GESTÃO DE COMPETÊNCIA

11 ANÁLISE DOS DEMONSTRATIVOS FINANCEIROS

12 ANÁLISE DE INVESTIMENTOS

MÓDULO III

13 CONTAS A PAGAR

14 CONTAS A RECEBER

15 CRÉDITO E COBRANÇA

15.1 COMO FAZER A IMPLEMENTAÇÃO DE TÉCNICAS DE COBRANÇA?

15.2 TÉCNICAS DE CRÉDITO E COBRANÇA

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15.2.1 Agir o mais cedo possível

15.2.2 Método tradicional – a agência

15.2.3 Definição de uma necessária política de crédito

16 FLUXO DE CAIXA

16.1 PLANEJAMENTO DO FLUXO DE CAIXA

16.2 COMPOSIÇÃO DOS ELEMENTOS DO FLUXO DE CAIXA

16.3 PRINCIPAIS REQUISITOS PARA IMPLANTAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA

16.4 DFC (DEMONSTRAÇÃO DE FLUXO DE CAIXA)

16.4.1 Formas de apresentação da DFC

MÓDULO IV

17 ECONOMIA E MERCADO

18 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO

19 PLANO DE NEGÓCIOS

20 ESTRATÉGIAS EM FINANÇAS

21 FERRAMENTAS PARA PROFISSIONAIS DAS ÁREAS DE FINANÇAS E


CRÉDITO

CONCLUSÃO

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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MÓDULO I

1 INTRODUÇÃO

A busca incessante de inovações, invenções, novas tecnologias e


metodologias é um fato marcante no mundo globalizado. Atualmente, deparamo-
nos com diversos instrumentos facilitadores, diferente de algumas décadas
atrás; hoje, ao sentirmos calor, ligamos o ar-condicionado; se quisermos saber
em qual cinema está passando um filme e não temos o jornal à mão, acessamos
a internet e descobrimos além dos cinemas, também as sessões do filme.
Podemos, inclusive, comprar o ingresso pela internet.

Em caso de fome e falta de tempo para preparar o jantar, basta abrir o


freezer e colocar o jantar no forno de micro-ondas e logo está pronto. Se
quisermos falar com uma pessoa que está longe, ou no trânsito, é possível ligar
para o seu celular e o contato é feito.

Todas essas facilidades surgiram com o tempo e para atender a algumas


das principais necessidades do ser humano, mas existem determinados
assuntos em que a solução não é a simples invenção de um aparelho, mas sim
a aplicação de procedimentos, conceitos e definições que os estudiosos
passaram a defender e aplicar.

Dentre esses assuntos está um dos que mais impactam e preocupam as


pessoas, seja física ou juridicamente, “o dinheiro”, ou melhor, a falta dele.

Perguntas surgem a todo o momento e em razão de vários motivos,


como por exemplo:

 Como faço para meu dinheiro render mais?


 Por que sempre estou entrando no negativo em minha conta
corrente?
 Eu sempre perco o controle dos meus gastos, o que posso fazer?
 Não consigo me planejar para comprar alguma coisa, tem solução?

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Essas e outras perguntas fazem parte do dia a dia de diversas pessoas
e empresas. Não é um privilégio de pessoas ou grupos com pouco ou quase
nenhum poder aquisitivo, isso porque no mundo capitalista e com o desenfreado
desequilíbrio financeiro entre as classes socioeconômicas, todos passam por
dificuldades, inclusive os grandes e poderosos, sejam empresas ou pessoas.

A eterna busca é pela forma de equilibrar os ganhos de acordo com os


gastos, e ter saldo positivo na conta-corrente; conseguir planejar e adquirir
produtos e serviços para uma melhora na qualidade de vida. E para isso, é
necessário ter alguns conhecimentos, ter disciplina e aplicar determinados
procedimentos na vida financeira, visando o tão sonhado “pote de ouro no final
do arco-íris”, ou seja, a tranquilidade financeira.

Neste curso, será estudado esse problema, suas consequências, as


causas, as características, os procedimentos e a gestão do mundo financeiro.
Mas uma citação precisa estar fixada na cabeça de todos que precisam de uma
gestão financeira equilibrada, eficaz e eficiente: os recursos financeiros são
finitos e as vontades, desejos e necessidades de consumo das pessoas são
infinitos, por isso precisa-se de disciplina e planejamento, caso contrário, em
breve estarão falidos e mergulhados em um cenário de completa falta de controle
e perspectivas, o que chamamos de crise financeira.

2 FUNDAMENTOS DA GESTÃO FINANCEIRA

A gestão financeira é um conjunto de ações e procedimentos


administrativos, envolvendo o planejamento, análise e controle das atividades
financeiras da empresa para maximizar os resultados econômicos, financeiros,
decorrentes de suas atividades operacionais.

Na gestão financeira cabem as análises, decisões e atuações


relacionadas com os meios financeiros necessários à atividade da empresa.
Dessa forma, a função financeira integra todas as tarefas ligadas à obtenção,
utilização e controle de recursos financeiros.

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Em outras palavras, a função financeira integra:

 A determinação das necessidades de recursos financeiros


(planejamento das necessidades, a inventariação dos recursos
disponíveis, a previsão dos recursos libertos, o cálculo das
necessidades de financiamento externo);
 A obtenção de financiamento da forma mais vantajosa (tendo em
conta os custos, prazos e outras condições contratuais, as condições
fiscais, a estrutura financeira da empresa);
 A aplicação criteriosa dos recursos financeiros, incluindo os
excedentes de tesouraria (de forma a obter uma estrutura financeira
equilibrada e adequados níveis de eficiência e de rentabilidade);
 A análise financeira (incluindo a coleta de informações e o seu
estudo de forma a obter respostas seguras sobre a situação
financeira da empresa);
 A análise da viabilidade econômica e financeira dos investimentos.

3 FUNDAMENTOS DE ADMINISTRAÇÃO

Para fazer uma gestão financeira de qualidade é preciso conhecer


claramente conceitos administrativos, seus fundamentos e principalmente
características de administrador.

A administração é uma área que engloba diversas teorias, conceitos,


técnicas e ferramentas. Em geral, ela tem a finalidade essencial de fazer
acontecer os desejos e objetivos das pessoas, solucionando os problemas e
atendendo a suas necessidades.

Há muito tempo as pessoas perceberam a necessidade de união para o


alcance do que desejam, pois assim se torna mais fácil fazer o que deve ser
feito, bem como também torna possível realizar coisas que sozinhas não

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conseguiriam. Desses agrupamentos com objetivos comuns surgiram as
organizações modernas, e é principalmente nas organizações que a
administração é exercida auxiliando a gestão financeira.

Uma organização é um organismo composto de grupos de pessoas que


se constituem de forma organizada para alcançar objetivos comuns. Pode ser
conceituada, também, como uma ou mais pessoas trabalhando juntas e de modo
estruturado para alcançar um objetivo específico ou um conjunto de objetivos.

Toda organização funciona como um sistema, ou seja, necessita de


entradas que serão processadas (trabalhadas) e irão gerar produtos/serviços
como saídas. Os fornecedores garantem as entradas, a organização, realizam o
ciclo produtivo (transformacional) e os clientes são beneficiados pelas saídas.

Toda organização é dividida em áreas funcionais e são estas áreas que


devem ser administradas. As principais áreas da administração nas
organizações são: marketing, produção/logística, financeira e recursos
humanos. Neste curso trataremos da área financeira, tendo em vista um
detalhamento maior sobre a gestão financeira e como os fundamentos
administrativos nos auxiliam; a área financeira será analisada sob o aspecto
administrativo.

A área financeira trata dos assuntos relacionados com a administração


das finanças das organizações. As finanças correspondem ao conjunto de
recursos disponíveis que serão usados em transações e negócios com
transferência e circulação de dinheiro.

Ao analisar, veremos que as finanças fazem parte do cotidiano, no


controle de recursos para compras e contratações, tal como consta no
gerenciamento da empresa e suas respectivas áreas, seja o marketing,
produção ou recursos humanos. A necessidade de gerenciamento das finanças
ocorre em toda a organização (no nível operacional, gerencial e/ou estratégico),
pois envolve dados e informações financeiras necessárias para a execução de
atividades operacionais e tomadas de decisão em todos esses níveis.

A administração da área financeira é fundamental para controlar da


forma mais eficaz possível a concessão de crédito para clientes, o planejamento

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e análise de investimentos e a obtenção de recursos para financiar operações e
atividades da empresa.

O objetivo é o desenvolvimento contínuo, evitando gastos


desnecessários e desperdícios, definindo melhores estratégias para a condução
financeira da empresa.

O bom gerenciamento dessa área possibilita o funcionamento correto e


sinérgico das outras áreas, garantindo a realização das atividades necessárias
para o controle eficaz da entrada e saída de recursos financeiros, maximização
dos investimentos e para a obtenção do lucro.

A ideia central é a viabilidade dos negócios que proporcionem não


somente o crescimento, mas o desenvolvimento contínuo. É justamente por falta
de planejamento e controle financeiro que muitas empresas quebram nos
primeiros anos de sua existência, apresentando insuficiência e inexistência de
suporte financeiro para sua organização.

A contabilidade possui um íntimo relacionamento de interdependência


com a gestão financeira, mas é preciso esclarecer que a principal função da
contabilidade é desenvolver e prover dados para mensurar a performance da
empresa, avaliando sua posição financeira perante os impostos, contabilizando
todo seu patrimônio, elaborando suas demonstrações, descrevendo as receitas
e os gastos.

A administração financeira enfatiza os fluxos de caixa, ou seja, a entrada


e saída de dinheiro, que demonstrará realmente a situação e capacidade
financeira para satisfazer suas obrigações e adquirir novos ativos (bens ou
direitos de curto ou longo prazo) a fim de atingir as metas da empresa.

Portanto, no que diz respeito à circulação de dados e informações


necessárias para o exercício das atividades financeiras e contábeis, a gestão
financeira depende da contabilidade e vice-versa.

Todas as atividades empresariais envolvem recursos diversos e,


portanto, devem ser conduzidas para a obtenção de lucro. As atividades
financeiras têm como base de estudo e análise, dados retirados do balanço
patrimonial e do fluxo de caixa da empresa; assim é possível perceber a quantia

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real disponível para financiamentos das atividades atuais e das novas atividades
a serem implantadas.

Dentre as funções típicas do administrador financeiro estão:

 Análise, planejamento e controle financeiro - baseia-se em


coordenar as atividades e avaliar a condição financeira da empresa, por meio de
relatórios financeiros elaborados a partir dos dados contábeis de resultado,
analisando a capacidade de produção, tomando decisões estratégicas com
relação ao rumo total da empresa. O objetivo é alavancar as operações da
mesma para se obter retorno financeiro e oportunidades de se investir mais nos
negócios para o alcance das metas da empresa.

 Tomada de decisões de investimento - consiste em decidir sobre a


destinação dos recursos financeiros para aplicação em ativos correntes
(circulantes) e não correntes (realizável em longo prazo e ativo permanente). O
administrador financeiro estuda a situação procurando apresentar os níveis
desejáveis de ativos circulantes, determinam quais ativos permanentes devem
ser adquiridos e quando os mesmos devem ser substituídos ou liquidados,
buscando sempre o equilíbrio e a otimização entre os ativos correntes e não
correntes. Ou seja, deve decidir quando, como e quanto investir; se valerá a pena
adquirir um bem ou direito, sempre com o intuito de evitar desperdícios e gastos
desnecessários; e também decidir sobre a imobilização dos recursos correntes,
que se ocorrer com altíssimos gastos na aquisição de imóveis e bens que trarão
pouco retorno positivo e muita depreciação no seu valor, poderá inviabilizar o
capital de giro imprescindível para a sobrevivência da empresa.

 Tomada de decisões de financiamentos - dizem respeito à


captação de recursos diversos para o financiamento dos ativos correntes e não
correntes, no que tange todas as atividades e operações da empresa e necessite
de capital ou de qualquer outro tipo de recurso para a execução de metas ou
planos da empresa. Levando em conta a combinação dos financiamentos a curto
e longo prazo com a estrutura de capital, ou seja, não se emprestará mais do

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que a capacidade da empresa tem para pagar e ser responsável por suas
exigibilidades. Para isso, é preciso pesquisar fontes de financiamento confiáveis
e viáveis, sempre balanceando juros, benefícios e formas de pagamento.

Dependendo do tamanho e da necessidade da empresa, o administrador


financeiro pode exercer essas funções típicas ao atuar em cargos específicos,
como:

Analista financeiro - tem como função principal preparar os planos


financeiros e orçamentários, analisando desempenho e realizando previsões
futuras.

Gerente de orçamento de capital - sua função é avaliar e recomendar


as propostas de investimentos em ativos, verificando se trará resultados
positivos ou negativos no aspecto financeiro.

Gerente de projetos de financiamentos - conseguem financiamentos


para investimentos em ativos, ou seja, elaboram projetos que estabelecem como
financiar os ativos desejados, comparando alternativas como comprar à vista ou
a prazo, ou ainda realizar um leasing, dependendo de cada situação.

Gerente de Caixa - responsável por manter e controlar os saldos diários


do caixa da empresa, geralmente cuida das atividades de cobrança e
desembolso do caixa e investimentos em curto prazo.

Analista ou Gerente de crédito - gerencia as políticas de crédito da


empresa, avaliando as solicitações de crédito, extensão, monitoramento e
cobrança de contas a receber.

Gerente de fundos de pensão - supervisiona a administração de ativos


e passivos do fundo de pensão dos empregados, economizando e investindo o
dinheiro para atender metas de longo prazo.

Todo administrador financeiro deve levar em conta os objetivos dos


acionistas e donos da empresa, pois conduzindo financeiramente os negócios,

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de maneira correta, proporcionará o desenvolvimento e prosperidade da
empresa, de seus proprietários, sócios e stakeholders em geral.

Podemos verificar que há diversos objetivos e metas a serem


alcançados nesta área, dependendo da situação e necessidade. Todavia, no
geral, a administração financeira serve para manusear da melhor forma os
recursos financeiros com o objetivo de otimizar o máximo possível o valor
agregado dos produtos e serviços da empresa a fim de se ter uma posição
competitiva mediante um mercado competitivo, garantindo o retorno positivo a
tudo o que foi investido, crescimento financeiro e satisfação aos investidores.

Mas quem é o administrador financeiro? Quais são suas principais


características? Segundo Chiavenato (2003, p. 3), “existem três tipos de
habilidades importantes para o desempenho administrativo bem-sucedido: as
habilidades técnicas, humanas e conceituais”. Tais habilidades podem ser vistas
na figura seguinte, separadas por níveis organizacionais.

Figura 1

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FONTE: Chiavenato (2003).

De acordo com Chiavenato (2003), as habilidades técnicas envolvem o


uso de conhecimento especializado (conhecimento de contabilidade,
programação de computador, engenharia, etc.).

As habilidades humanas estão relacionadas com o trabalho com


pessoas e referem-se à facilidade de relacionamento interpessoal e grupal. Já
as habilidades conceituais, envolvem a visão da organização ou da unidade
organizacional como um todo, bem como a facilidade em trabalhar com ideias e
conceitos, teorias e abstrações.

A combinação destas habilidades torna-se importante para o


administrador. Contudo, tais habilidades requerem certas competências
pessoais para serem colocadas em ação com êxito e constituem o maior
patrimônio pessoal do administrador.

Então, para administrar com eficiência e eficácia, há a necessidade de


se ter habilidades (conceituais humanas e técnicas). Mas, como vimos
anteriormente, isso também não é suficiente, pois precisamos ter competências
para colocar tais habilidades em prática.

Mas quais são as competências necessárias ao administrador ou


gerente? Para Chiavenato (2003, p. 4), “o administrador para ser bem-sucedido
profissionalmente, precisa desenvolver três competências duráveis: o
conhecimento, a perspectiva e a atitude”. A figura abaixo faz uma representação
clara de como ser um administrador bem-sucedido.

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Figura 2

FONTE: Chiavenato (2003).

Mas, qual dessas três competências é a mais importante? Chiavenato


(2003) diz que não há dúvidas de que a atitude é a mais importante competência
para o Administrador. Sabem por quê? Porque não basta ter conhecimento, ter
perspectiva se não souber fazer com que as coisas aconteçam. Deve-se partir
do princípio de que o administrador é o agente de mudanças na organização,
portanto, é preciso que desenvolva certas características pessoais que o tornem
um verdadeiro líder na organização.

A seguir há, resumidamente, aspectos ou atividades típicas da área


financeira:

 Contabilidade geral.
 Auditoria interna.
 Contabilidade fiscal.
 Orçamentação e custos de produtos já fabricados.
 Análise dos resultados contábeis.
 Plano de contas e normas contábeis.
 Planejamento e controle orçamentário.
 Planejamento fiscal e tributário.
 Demonstrativos financeiros e contábeis.
 Estudo das margens dos produtos e serviços.
 Aplicações financeiras.

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 Descontos de duplicatas de clientes.
 Operações de financiamento bancário.
 Programação financeira.
 Relacionamento geral com bancos.
 Seguros.
 Controle de contas a pagar e a receber.
 Faturamento, crédito e cobrança.
 Aprovação de créditos aos clientes.
 Reconciliação bancária.
 Estudo da situação econômica e financeira da empresa e do país.

4 A ESTRUTURA DO DEPARTAMENTO FINANCEIRO

Na realidade, não há uma estrutura organizacional certa ou padrão para


o departamento financeiro. Todavia, certos princípios básicos de organização
são aplicáveis em todos os casos, não importa a estrutura organizacional
adotada. Especificamente, a estrutura organizacional deve estabelecer linhas
nítidas de autoridade e responsabilidade, possibilitar uma autonomia de
funcionamento, demarcar responsabilidades, assegurar que um indivíduo não
seja responsável perante mais de uma pessoa e estabelecer amplitudes
adequadas de controle.

Tradicionalmente, divide-se a área financeira de acordo com as funções


mais importantes para cada organização e/ou a natureza dos instrumentos que
ela comporta. Dessa forma, é comum a área financeira estar estruturada em
torno de algumas ou todas as seguintes funções: planejamento, orçamento,
contabilidade, tesouraria, controle e avaliação, auditoria e custos.

Entretanto, outros fatores também determinam o tamanho e a estrutura


da área financeira: a realidade e características locais, o tamanho da
organização, os recursos físicos, financeiros e humanos disponíveis, o volume e

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a complexidade dos procedimentos e controles financeiros a serem mantidos, o
grau de descentralização de responsabilidades e recursos, etc.

As funções que são relevantes na área financeira podem ser definidas


resumidamente, como segue:

 Orçamentação: função responsável pela preparação,


acompanhamento e execução do orçamento financeiro.
 Contabilidade: instrumento fundamental da gestão financeira, pois
registra todas as transações ou movimentações de recursos que
envolvam valores monetários; pode ser vista como a "central de
informação" da gestão financeira.
 Tesouraria: função ou área que cuida de todos os pagamentos e
recebimentos e administra o dinheiro que é mantido em caixa ou em
contas bancárias para esse fim.
 Faturamento: área que cuida da preparação e envio das contas.
 Custos: função ou área responsável pela apuração e controle dos
custos dos serviços prestados.
 Auditoria: conjunto de mecanismos de verificação dos registros
contábeis ou de quaisquer procedimentos que envolvam recursos
financeiros.
 Administração do capital de giro: consiste em gerenciar os recursos
financeiros de que a organização necessita no seu dia a dia: quanto
manter em caixa, em conta bancária, em investimentos de curto
prazo e alta liquidez, administração dos estoques de materiais e
outros insumos.
 Análise de investimentos: consiste na análise das possibilidades e
necessidades de investimentos (em instalações, equipamentos, área
física, etc.).

As funções identificadas acima, incluindo as de planejamento, controle e


avaliação, constituem as áreas clássicas da área financeira.

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5 MATEMÁTICA FINANCEIRA

A Matemática Financeira é uma ferramenta útil na análise de algumas


alternativas de investimentos ou financiamentos de bens de consumo. A ideia
básica é simplificar a operação financeira a um Fluxo de Caixa e empregar
alguns procedimentos matemáticos.

Há alguns elementos básicos na matemática financeira e que estão


presentes no dia a dia da gestão financeira, entre eles temos percentual, juros
(simples e composto), capital, montante, taxa, desconto, fluxo de caixa e
diversos outros. Os principais serão abordados neste curso.

O conceito mais básico e elementar na matemática financeira é o


conceito de porcentagem; precisamos dele em todas as operações financeiras,
mas o que é porcentagem?

Porcentagem é uma medida com base 100, onde se expressa uma


relação entre dois valores. O símbolo que representa a porcentagem é “%”.

É importante ter em mente que x%, corresponde a: x ÷ 100 = 0. Trocando


por números, por exemplo:

30% = 30 ÷ 100 => 0,3

Entendido porcentagem, vamos aos demais conceitos a começar pelos


Juros.

É bastante antigo o conceito de juros no mundo financeiro, tendo sido


amplamente divulgado e utilizado ao longo da História. Esse conceito surgiu
naturalmente quando o Homem percebeu existir uma estreita relação entre o
dinheiro e o tempo. Processos de acumulação de capital e a desvalorização da
moeda levariam normalmente à ideia de juros, pois se realizavam basicamente
em razão do valor temporal do dinheiro.

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E foi exatamente o conceito de juros que impulsionou a gestão financeira
suportada pela matemática financeira. Vamos então aos principais conceitos da
matemática financeira.

 Capital
O Capital é o valor aplicado por meio de alguma operação financeira.
Também conhecido como: Principal, Valor Atual, Valor Presente ou
Valor Aplicado. Em inglês usa-se Present Value (indicado pela tecla
PV nas calculadoras financeiras).

 Juros
Juros representam a remuneração do Capital empregado em alguma
atividade produtiva. Os juros podem ser capitalizados segundo dois
regimes: simples ou compostos.

Juros Simples: o juro de cada intervalo de tempo sempre é calculado


sobre o capital inicial emprestado ou aplicado.

Sobre os juros gerados a cada período não incidirão novos juros. Valor
Principal ou simplesmente Principal é o valor inicial emprestado ou aplicado,
antes de somarmos os juros. Transformando em fórmula temos:

J = P. i. n

Onde:

J = juros

P = principal (capital)

i = taxa de juros

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n = número de períodos

Exemplo: Temos uma dívida de R$ 1000,00 que deve ser paga com juros
de 8% a.m. pelo regime de juros simples e devemos pagá-la em dois meses. Os
juros que pagarei serão:

Solução: J = 1000,00 x 0.08 x 2 = 160,00

Ao somarmos os juros ao valor principal temos o montante.

Montante = Principal + Juros

Montante = Principal + (Principal x Taxa de juros x Número de períodos)

M = P. (1+ (i. n))

Onde:

M = Montante

P = principal (capital)

i = taxa de juros

n = número de períodos

Exemplo: Calcule o montante resultante da aplicação de R$ 70.000,00 à


taxa de 10,5% a.a. durante 145 dias.

Solução:

M = 70000,00 [1 + (10,5/100).(145/360)] = R$ 72.960,42

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Observe que expressamos a taxa i e o período n, na mesma unidade de
tempo, ou seja, anos. Daí ter dividido 145 dias por 360, para obter o valor
equivalente em anos, já que um ano comercial possui 360 dias.

Juros Compostos: o juro de cada intervalo de tempo é calculado a partir


do saldo no início de correspondente intervalo. Ou seja: o juro de cada intervalo
de tempo é incorporado ao capital inicial e passa a render juros também.

O juro é a remuneração pelo empréstimo do dinheiro. Ele existe porque


a maioria das pessoas prefere o consumo imediato, e está disposta a pagar um
preço por isto. Por outro lado, quem for capaz de esperar até possuir a quantia
suficiente para adquirir seu desejo, e neste ínterim estiver disposto a emprestar
esta quantia a alguém, menos paciente, deve ser recompensado por esta
abstinência na proporção do tempo e risco, que a operação envolver.

O tempo, o risco e a quantidade de dinheiro disponível no mercado para


empréstimos definem qual deverá ser a remuneração, mais conhecida como
taxa de juros.

Quando se usa juros simples e juros compostos?

A maioria das operações envolvendo dinheiro utiliza juros compostos.


Estão incluídas: compras a médio e longo prazo, compras com cartão de crédito,
empréstimos bancários, as aplicações financeiras usuais como Caderneta de
Poupança e aplicações em fundos de renda fixa, etc.

Raramente encontramos uso para o regime de juros simples: é o caso


das operações de curtíssimo prazo, e do processo de desconto simples de
duplicatas.

O regime de juros compostos é o mais comum no sistema financeiro e,


portanto, o mais útil para cálculos de problemas do dia a dia. Os juros gerados a
cada período são incorporados ao principal para o cálculo dos juros do período
seguinte.

Chama-se de capitalização o momento em que os juros são


incorporados ao principal. Após três meses de capitalização, temos:

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1° Mês: M=P (1+i)

2º Mês: O principal é igual ao montante do mês anterior: M=P(1i)(1+i)(1+i)

3º Mês: O principal é igual ao montante do mês anterior: M=P(1+i) (1+i) (1+i)

Simplificando, obtemos a fórmula:

M = P. (1+ i.)n

Importante: a taxa i tem que ser expressa na mesma medida de tempo


de n, ou seja, taxa de juros ao mês para n meses.

Para calcularmos apenas os juros, basta diminuir o principal do montante


ao final do período:

J=M-P

Exemplo: Calcule o montante de um capital de R$ 6.000,00,


aplicado os juros compostos, durante um ano, à taxa de 3,5% ao mês.

(use log. 1,035=0,0149 e log. 1,509=0,1788)

Solução: M = P. (1 + i ) n

P = R$ 6.000,00 ; t = 1 ; ano = 12 meses ; i = 3,5 % a.m. = 0,035; M = ?

Usando a fórmula, obtemos:

M = 6000 (1 + 0,035)12

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M = 6000 (1,035)12

Fazendo x = 1,03512 e aplicando logaritmos, encontramos:

Log. x = log. 1,03512  log. x = 12 log. 1,035  log. x = 12( 0,0149)


= 0,1788 log. x = 0,1788 => x = 1,509

Então, M = 6000.1,509 = 9054.

Portanto, o montante é R$ 9.054,00

 Taxa de juros
A taxa de juros indica qual remuneração será paga ao dinheiro
emprestado, para um determinado período. Ela vem normalmente expressa da
forma percentual, seguida da especificação do período de tempo a que se refere:

8 % a.a. - (a.a. significa ao ano).

10 % a.t. - (a.t. significa ao trimestre).

Outra forma de apresentação da taxa de juros é a unitária, que é igual à


taxa percentual dividida por 100, sem o símbolo %:

0,15 a.m. - (a.m. significa ao mês).

0,10 a.q. - (a.q. significa ao quadrimestre).

Cuidado com o período que vem representado na taxa porque em muitas


situações precisamos transformar o valor da taxa em razão do período não estar
adequado ao problema e aos dados da questão. Para isso temos as Taxas
Equivalentes.

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 Taxas Equivalentes
Duas taxas i1 e i2 são equivalentes, se aplicadas ao mesmo Capital P
durante o mesmo período de tempo, por meio de diferentes sistemas de
capitalização; produzem o mesmo montante final.

Seja o capital P aplicado por um ano a uma taxa anual ia.

O montante M ao final do período de 1 ano será igual a M = P(1 + i a).

Consideremos agora, o mesmo capital P aplicado por 12 meses a uma


taxa mensal im.

O montante M’ ao final do período de 12 meses será igual a M’ = P(1 +


im)12.

Pela definição de taxas equivalentes vista acima, deveremos ter M = M’.

Portanto, P(1 + ia) = P(1 + im)12

Daí conclui-se que 1 + ia = (1 + im)12

Com esta fórmula podemos calcular a taxa anual equivalente a uma taxa
mensal conhecida.

Exemplo: Qual a taxa anual equivalente a 8% ao semestre?

Solução: Em um ano temos dois semestres, então teremos:

1 + ia = (1 + is) 2

1 + ia = 1,082

ia = 0,1664 = 16,64% a.a.

 Taxas Nominais
A taxa nominal é quando o período de formação e incorporação dos juros
ao Capital não coincide com aquele a que a taxa está referida.

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Alguns exemplos:

- 340% ao semestre com capitalização mensal.

- 1150% ao ano com capitalização mensal.

- 300% ao ano com capitalização trimestral.

Exemplo: Uma taxa de 15 % a.a. de capitalização mensal,

terá 16.08 % a.a. como taxa efetiva:

15/12 = 1,25  1,25 12 = 1,1608

 Taxas Efetivas
A taxa Efetiva é quando o período de formação e incorporação dos juros
ao Capital coincide com aquele a que a taxa está referida.

Alguns exemplos:

- 140% ao mês com capitalização mensal.

- 250% ao semestre com capitalização semestral.

- 1250% ao ano com capitalização anual.

Taxa Real: é a taxa efetiva corrigida pela taxa inflacionária do período


da operação.

Chamamos de VP o valor presente, que significa o valor que eu tenho


na data 0; VF é o valor futuro, que será igual ao valor que terei no final do fluxo,
após juros, entradas e saídas.

Com relação à sigla VP e VF, se vê em alguns livros os autores utilizando


o inverso, ou seja, PV e FV. Nesse caso, estão utilizando as iniciais dos nomes
em inglês, “Present Value” e “Future Value”.

 Desconto Simples

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A operação de desconto é inversa e a operação da capitalização
consiste em se determinar um Valor Presente equivalente a um determinado
Valor Futuro. Em termos práticos, as operações de desconto são realizadas com
os títulos de crédito - os instrumentos de crédito que possuem garantias legais
(duplicatas, notas promissórias, etc.). Possuindo garantia legal, esses títulos
podem ser negociados livremente, antes de sua data de vencimento.

Assim, um título de crédito pode ser convertido em dinheiro ou


substituído por outro(s) título(s) anteriormente à data prevista para sua
liquidação. A conversão é feita pelo Valor Atual ou Valor Presente (PV) do
título, que corresponde ao Valor de Face, Valor Nominal ou Valor Futuro (FV)
do título, menos o desconto (d) que é a compensação em valor pela antecipação
do resgate do título.

O Regime de Capitalização Simples utiliza duas formas de cálculo para


o desconto: o Desconto Simples Comercial e o Desconto Simples Racional.

Como apenas a modalidade comercial é praticada, ainda que sua


utilização seja restrita a operações de curto prazo, essa modalidade será o foco
do estudo.

 Cálculo do Desconto Simples Comercial


O Desconto Simples Comercial (dc), também chamado Desconto
Simples "Por Fora", equivale aos juros simples calculados sobre o Valor Nominal
(FV) do título. A partir da fórmula dos juros simples que é:

J = PV . i . n

Consegue-se deduzir a fórmula do desconto comercial substituindo j por


dc e PV por FV, temos:

Dc = FV . i . n

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Exemplo: calcule o desconto comercial de um título de R$ 500,00,
descontado 27 dias antes do vencimento, à taxa de desconto de 5% ao mês.

Solução: FV = 500,00; i = 0,05; n = 27 d = 27/30 me

dc = 500 . 0,05 . 27/30  dc = R$ 22,50

Como o prazo não está em uma unidade de tempo compatível com o


período de capitalização da taxa, é necessário expressá-lo em função dessa
nova unidade de tempo.

 Cálculo do Valor Atual Comercial


O Valor Atual é o valor pelo qual o título é resgatado ou negociado antes
do seu vencimento e corresponde à diferença entre o Valor Nominal e o
Desconto:

PVc = FV - dc ou PVc = FV (1 – i . n)

Vamos a um exemplo: vamos calcular o Valor de Resgate de um título


de R$ 1100,00, 25 dias antes do seu vencimento, à taxa de desconto de 8% a.m.

Solução: FV = 1100 ; i = 0,08 a.m. ; n = 25d = 25/30 me

PVc = 1100 (1 - 0,08 .25/30 )  PVc = 1100 (1 - 0,0667)  PVc = R$ 1026,67

O exemplo não especificou a modalidade de desconto simples utilizada.


Sendo assim, como norma, é utilizado o desconto comercial.

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 Regime de Capitalização Composta

 Montante e Juros de um único pagamento

No Regime de Capitalização Composta, os juros são sempre calculados


sobre o valor bruto do período anterior. Ao contrário do que ocorre no Regime
de Capitalização Simples, no qual temos sempre o mesmo principal, neste
regime o principal muda a cada período de capitalização. O principal é sempre o
Montante ou Valor Futuro (FV) do período anterior:

FV = PV (1 + i) n

Ao trabalhar com juros compostos, é mais simples obter o montante


e depois subtrair o capital inicial para obter o valor dos juros. Assim:

J = FV - PV J = PV [(1 = i) n - 1]

 Desconto Composto
O desconto é a operação inversa da capitalização. Enquanto a operação
de capitalização agrega, a cada período, os juros ao capital inicial ou Valor
Presente para produzir o montante ou Valor Futuro, a operação de desconto
retira, a cada período, os juros de um determinado Valor Futuro para produzir o
Valor Presente daquele período.

PV = FV . (1+ i) -n

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 Fluxo de Caixa
Fluxo de caixa é o detalhamento mensal das rendas e despesas da
empresa, ou seja, a entrada e saída física do dinheiro empregado no
desempenho das atividades empresariais. Se esta diferença for positiva, o saldo
irá para o caixa ou conta bancária da empresa. Se for negativa, significa que a
empresa estará gastando mais do que recebeu, identificando a necessidade de
um controle de gastos mensais.

Conceitualmente, podemos dizer ainda que o fluxo de caixa seja um


instrumento que relaciona os ingressos (entradas) e desembolsos (saídas) de
recursos monetários (dinheiro) de uma empresa em determinado intervalo de
tempo. A partir da elaboração do fluxo de caixa é possível identificar eventuais
excedentes (sobras) ou escassez (falta) de caixa.

O fluxo de caixa serve para demonstrar graficamente as transações


financeiras em um período de tempo. O tempo é representado na horizontal,
dividido pelo número de períodos relevantes para análise. As entradas ou
recebimentos são representados por setas verticais apontadas para cima e as
saídas ou pagamentos são representados por setas verticais apontadas para
baixo. Observe o gráfico abaixo:

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Figura 3

150 450 VF = 100

VP = 100

0 1 2 3 4 5

250 350

FONTE: do autor.

 Séries Uniformes
Alguns conjuntos de fluxos de caixa possuem características de
uniformidade que permitem o seu tratamento conjunto, para o cálculo de valores
equivalentes no presente e no futuro.

Essas características são:

 Finitude: o número de fluxos é finito;


 Constância: os fluxos têm o mesmo valor, são constantes;
 Periodicidade: os fluxos ocorrem a intervalos ou períodos iguais.

Os conjuntos de fluxos de caixa com as características apresentadas


constituem as chamadas séries uniformes ou rendas.

As séries uniformes são constituídas, tanto nas operações de


recuperação de capital (amortização) como nas de formação de capital
(capitalização). Nas operações de amortização (empréstimos, financiamentos,
etc.), o valor a ser amortizado é anterior à série, é a sua causa, e recebe o nome
de Valor Atual ou Valor Presente (PV) de uma série.

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Nas operações de capitalização, o capital formado é posterior à série, é
a sua consequência, e recebe o nome de Montante ou Valor Futuro (FV) da série.
Os fluxos de caixa que constituem a série são denominados Termos ou
Pagamentos (PMT); o número de termos (n) e a taxa no período (i) são os demais
elementos de uma operação com séries uniformes.

As séries uniformes classificam-se em Antecipadas, Imediatas


(Postecipadas) e Diferidas em função da época em que ocorrem os seus fluxos.

 Séries Imediatas
Em uma série imediata, os fluxos ocorrem no final dos respectivos
períodos. As séries imediatas são mais características das operações de
amortização, embora possam ser utilizadas, também, em operações especiais
de capitalização na constituição de fundos de reembolso para o resgate de
dívidas ou fundos de provisão para a substituição de equipamentos. O DFC de
uma série imediata de entradas de capital tem o seguinte aspecto:

Figura 4

FONTE: do autor.

 Séries Antecipadas
Em uma série antecipada, os fluxos ocorrem no início dos respectivos
períodos. As séries antecipadas são mais frequentes nas operações de
capitalização, embora sejam utilizadas, também, em operações de amortização.
O DFC de uma série antecipada de entradas de capital tem o seguinte aspecto:

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Figura 5

FONTE: do autor.

 Séries Diferidas
Em uma série diferida, os fluxos ocorrem no final dos respectivos
períodos, posteriores a um prazo de carência ou diferimento. As séries diferidas
são praticamente exclusivas das operações de amortização, embora sejam
utilizadas, ainda que raramente, em operações de capitalização nos mesmos
casos previstos nas séries imediatas. Estas séries incluem no cálculo um
elemento adicional: a carência ou prazo de diferimento (m). O DFC de uma série
diferida de entradas de capital tem o seguinte aspecto:

Figura 6

FONTE: do autor.

A intenção nesse curso é apresentar os principais aspectos da


Matemática Financeira com suas principais definições. Há inúmeras funções
com suas respectivas aplicabilidades. Porém, foram escolhidas as principais
para discussão.

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6 RELACIONAMENTO BANCÁRIO

O surgimento dos bancos está diretamente ligado ao cálculo de juros


compostos e ao uso da Matemática Comercial e Financeira de modo geral. Na
época em que o comércio começava a chegar ao auge, uma das atividades do
mercado foi também a do comércio de dinheiro, com o ouro e a prata. Nos
diversos países eram cunhadas moedas de ouro e prata.

Aconteceu então a divisão de trabalho dentro do campo do comércio:


paralelamente aos comerciantes que se ocupavam com a troca de artigos
comuns, surgiram os cambistas, isto é, comerciantes dedicados ao intercâmbio
de uma mercadoria específica: o dinheiro.

Num espaço de tempo relativamente curto, acumularam-se fantásticas


somas de dinheiro nas mãos dos cambistas. Com o tempo, foram se ocupando
de uma nova atividade: guardar e emprestar dinheiro. Naquela época, e em
razão da deficiente organização das instituições responsáveis pela segurança
social do indivíduo, não era recomendável que se tivesse em casa muitas
moedas de ouro e prata. Estas pessoas entregavam seu dinheiro à custódia do
cambista rico, que o guardava e devolvia ao dono quando ele pedisse.

Era natural que a seguinte ideia ocorresse:

“Porque estas grandes somas de dinheiro haverão de permanecer em


meu poder sem qualquer lucro para mim?” Assim, então se percebe que a
palavra "lucro" está diretamente interligada com o conceito de finanças.

“É pouco provável que todos os proprietários, ao mesmo tempo e num


mesmo dia, exijam a devolução imediata de todo seu dinheiro. Emprestarei parte
do dinheiro a quem pedir, sob a condição de que seja devolvido num prazo
determinado. E como meu devedor empregará o dinheiro como quiser, durante
este é natural que eu obtenha alguma vantagem. Por isso, além do dinheiro
emprestado, deverá entregar-me, no vencimento do prazo estipulado, uma soma
adicional”.

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Vimos que neste pensamento do mercador, a ideia de lucro já aparece
fortemente. Assim, tiveram início as operações creditícias. Aqueles que, por
alguma razão, se encontravam sem dinheiro (como comerciantes, senhores
feudais e não raras vezes o próprio rei ou o erário nacional) recorriam ao
cambista que lhes emprestava grandes somas de dinheiro a juros "razoáveis".

O juro era pago pelo usufruto do dinheiro recebido ou, mais


propriamente, era a "compensação pelo temor" de quem dava dinheiro
emprestado e assim se expunha a um grande risco.

Estes juros foram chamados - com toda justiça - de usurário, o dinheiro


recebido emprestado, de capital usurário e o credor, de usureiro.

O cambista exercia sua profissão, sentado num banco de madeira, em


algum lugar do mercado. Daí a origem da palavra "banqueiro" e "banco". Os
primeiros bancos de verdade da História foram criados pelos sacerdotes.

O primeiro banco privado foi fundado pelo duque Vitali, em 1157, em


Veneza. Após este, nos séculos XIII, XIV e XV, toda uma rede bancária foi criada.
Assim, os bancos foram grandes propulsores práticos para o avanço da
Matemática Comercial e Financeira e da Economia durante os séculos X até XV.
Sem essa motivação para o aprimoramento dos cálculos, talvez, essa área de
Matemática não estivesse tão avançada nos dias atuais.

Surgiu, então, a empresa que participa da vida de 10 entre 10 pessoas


no mundo financeiro, o Banco. É o início de uma relação da qual nunca ficaremos
livres, porque sempre no mercado, seja em que área de atuação for, teremos um
relacionamento bancário.

E com a criação do banco, surge a criação de produtos e serviços para


serem ofertados às pessoas físicas e jurídicas. São empréstimos, linhas de
crédito, aplicações, contas correntes especiais, seguros de todos os tipos, enfim,
um verdadeiro shopping center financeiro.

A partir da criação do relacionamento bancário, cria-se a figura do


gerente de conta que por muitas vezes atua como consultor, que auxilia, orienta
e intermedia solução de diversos problemas.

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Atualmente, recorre-se ao gerente de conta-corrente em diversas
situações: para facilitar na liberação de um empréstimo, para cobrir um cheque
que foi sacado e não se possuía saldo, na tolerância de um depósito que precisa
ser realizado, enfim, em diversas situações precisa-se do gerente.

Sendo assim, é necessário cada vez mais estreitar e melhorar o


relacionamento bancário, buscando sempre ter uma excepcional relação com o
gerente e banco, para se ter “um porto seguro” quando necessário. É claro que
o relacionamento bancário não passa apenas pela boa relação pessoal entre
gerente e cliente (pessoa física ou jurídica), mas principalmente pela relação
comercial que o cliente tem com a instituição banco.

Ou seja, ser fiel ao banco, para que no momento da necessidade de


ajuda, haja um histórico junto à instituição que dará o aval para o necessário
auxílio. A fidelidade é demonstrada em atitudes como o tempo em que forem
clientes, na preferência para aplicações, na indicação do banco para parceiros e
todo tipo de atitude que faça de você um cliente especial e preferencial.

7 ORÇAMENTO EMPRESARIAL

As empresas bem organizadas sabem da importância e das vantagens


de um bom planejamento de suas atividades em busca de seus objetivos. As
constantes mudanças que estão ocorrendo no ambiente de negócios, muitas
delas produzidas pela globalização dos mercados, estão exigindo das empresas
cada vez mais o aprimoramento de seus processos de planejamento, avaliação
e controle, tendo em vista a tomada de decisões rápidas e de melhor qualidade
que lhe assegurem o atendimento de seus objetivos de continuidade, expansão
e lucratividade.

O estilo proativo de administração hoje, mais do que nunca, é essencial


para o bom andamento dos negócios e proteção do patrimônio de seus
proprietários, ao contrário do estilo reativo, no qual a improvisação lança dúvidas

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quanto à competência de seus administradores, a seriedade ou, até mesmo, a
continuidade da empresa.

O orçamento empresarial deve ser elaborado com vistas aos objetivos


da empresa a médio e longo prazo para que se possa ter tempo de implantá-lo,
avaliar seu grau de adequação a situações específicas de cada empresa e
proceder aos ajustes que se fizerem necessários para o seu correto
funcionamento.

O orçamento é um valioso instrumento de planejamento e controle das


operações da empresa, qualquer que seja seu ramo de atividade, natureza ou
porte. Das grandes companhias multinacionais, até as mais modestas, o
orçamento pode ser utilizado, com as adaptações necessárias, como ferramenta
para controle e avaliação de desempenho das atividades empresariais para
alcançar seus objetivos.

Corroborando com esse entendimento, Franco (1996, p. 83) descreve a


importância do orçamento nas entidades governamentais e nas entidades com
finalidade social como sendo uma:

(...) norma administrativa, devendo os administradores dessas


entidades, se aterem aos limites do orçamento estipulado. Nas
entidades com finalidade lucrativa, o orçamento é considerado como
ferramenta de previsão de resultados a serem alcançados.

Para Sanvincente & Santos (1995), planejar é estabelecer com


antecedência as ações a serem executadas; estimar os recursos a serem
empregados e definir as correspondentes atribuições de responsabilidades em
relação a um período futuro determinado, para que sejam alcançados
satisfatoriamente os objetivos fixados para uma empresa e suas diversas
unidades.

Os mesmos autores afirmam que controlar é, essencialmente,


acompanhar a execução de atividades, e comparar este desempenho efetivo
com o que foi planejado, avaliando os resultados obtidos, visando o
aperfeiçoamento do processo.

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As empresas que contam com a possibilidade de prever, com algum grau
de certeza, os acontecimentos futuros, podem se preparar melhor para
aproveitar oportunidades de negócios ou minimizar os riscos de uma eventual
crise.

Conforme Horngren et al. (1997), o orçamento pode contribuir para trazer


essa possibilidade uma vez que permitem quantificar, para um determinado
período, os recursos e níveis de atividade necessários para obtenção de seus
objetivos.

A seguir, algumas definições dos principais nomes do mundo financeiro


e administrativo sobre orçamento.

O orçamento empresarial, a princípio, consiste em uma série de apostas


com base no que se espera acontecer em cada setor da empresa (condições
internas), bem como no mercado em geral (condições externas).

De acordo com Moreira (1992, p. 15) o sistema orçamentário do ponto


de vista global é definido como sendo:

(...) um conjunto de planos e políticas que, formalmente estabelecidos


e expressos em resultados financeiros, permite à administração
conhecer, a priori, os resultados operacionais da empresa e, em
seguida, executar os acompanhamentos necessários para que esses
resultados sejam alcançados e os possíveis desvios sejam analisados,
avaliados e corrigidos.

Para Padoveze (2000, p. 369), “orçar significa processar todos os dados


constantes do sistema de informação contábil de hoje, introduzindo os dados
previstos para o próximo exercício”.

O orçamento não deixa de ser uma pura repetição dos relatórios


gerenciais atuais, só que com os dados previstos. Portanto, não há
basicamente nada de especial para se fazer orçamento, bastando
apenas colocar no sistema de informação contábil gerencial os dados
que deverão acontecer no futuro.

Segundo Horngren et al. (1997, p. 125), o orçamento em seus “aspectos


financeiros quantificam as expectativas da administração com relação a receitas

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futuras, fluxos de caixa e posição financeira”. Passarelli & Bomfim (2003a, p. 13),
nos dizem que o controle orçamentário significa “a utilização de orçamentos e
relatórios correspondentes, tendo em vista coordenar, controlar e avaliar as
operações da empresa, de acordo com objetivos estabelecidos antecipadamente
pela sua administração”.

Os orçamentos, tomados como partes de uma estrutura de controle


gerencial, promovem a discussão do planejamento da empresa, de forma geral,
contribuindo no envolvimento de todos os responsáveis, nos objetivos e planos
da empresa definidos dentro de diretrizes já traçadas, bem como, melhorando a
comunicação, coordenação e integração das demais áreas da empresa.

Todo processo de gerenciamento contábil tem seu ponto culminante, em


termos de controle, no orçamento empresarial. O orçamento é ferramenta de
controle por excelência de todo o processo operacional da empresa, pois envolve
todos os setores da companhia.

Possibilita, ainda, que por meio da comunicação clara, sejam


conhecidos, por parte dos gestores, as exigências e resultados esperados deles,
permitindo a compreensão e participação de cada um nos objetivos
empresariais, motivando o desenvolvimento e implantação de planos de ação,
voltados à melhoria contínua dos processos para uma boa administração dos
recursos disponíveis.

Quanto à coordenação e a comunicação na empresa, coordenação é o


entrosamento e o balanceamento de todos os fatores de produção ou serviço de
todos os departamentos e unidades de negócio, de modo que a companhia
possa atingir seus objetivos. Comunicação é tornar esses objetivos
compreendidos e aceitos por todos.

Os orçamentos, além de serem parâmetros para a avaliação dos planos,


permitem a apuração do resultado por área de responsabilidade,
desempenhando o papel de controle por meio dos sistemas de custos e
contabilidade.

Corroborando com essa ideia, Horngren et al. (1997) afirmam que a


criação de parâmetros de referência, para avaliação de desempenho, de cada

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área da empresa é outro fator importante proporcionado pelos orçamentos como
parte do controle gerencial.

O feedback oferecido pelos orçamentos possibilita a revisão, melhoria,


ou até a reformulação total, dos aspectos estratégicos do planejamento
empresarial. A figura a seguir mostra os relacionamentos do orçamento geral da
empresa e o feedback gerado que possibilitam os ajustes no rumo da empresa.

Figura 7

FONTE: Hansen, 2001.

Segundo Horngren et al. (1997), as empresas podem contornar as


limitações inerentes ao critério de avaliação do desempenho atual medido por
meio de comparação com desempenhos anteriores, quais sejam, erros
incorporados no passado, padrões de desempenho inferiores e, a expectativa de
mudanças nas condições futuras do ambiente interno e externo da empresa, com
a utilização de medidas orçadas de desempenho.

O orçamento sozinho não é suficiente para fazer a empresa atingir seus


objetivos, mas quando acompanhado de controle, avaliação permanente e
distribuição de responsabilidades com os gerentes executores, convence-os de
que o orçamento está ali para auxiliá-los. Identificando e corrigindo distorções

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eventuais, torna-se ferramenta indispensável para obtenção das metas
empresariais.

Em algumas organizações, é comum tomar orçamento por planejamento


financeiro e vice-versa. Será esclarecida rapidamente a distinção entre os dois:

 No orçamento supõe-se aplicar um determinado recurso numa certa


atividade.
 No planejamento financeiro são dispostos esses recursos para
investir numa determinada atividade.

A palavra "planejamento financeiro" remete para a ideia da necessidade


de controle de um projeto. Tentar controlar esse projeto sugere uma visita
antecipada às ações desejadas (que se dá por meio do orçamento) e uma
análise posterior das ocorrências financeiras.

Nessa perspectiva, pode-se afirmar que, para efetuar um orçamento, é


necessário ter:

a) A noção do que realizar;

b) O quanto custará realizar.

Ao contrário, para elaborar um planejamento financeiro é importante ter


seu orçamento aprovado, e nele ter definido claramente as épocas em que serão
necessárias entradas de recursos para que se possa autorizar a realização de
atividades.

Então será visto, agora, para que são feitos e para que servem os
orçamentos.

Elabora-se um orçamento para saber quais serão os recursos


necessários para a realização de um determinado projeto. O orçamento informa
de um modo transparente, a maneira como se pretende aplicar os recursos que
se visa obter. Este instrumento serve como norteador da execução financeira da
organização.

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O êxito de um projeto está diretamente ligado à formulação cuidadosa e
à administração rigorosa de um orçamento. Esse instrumento deve ser
elaborado para ser o norteador financeiro para a execução das atividades que
ocorram no âmbito do projeto.

Ao elaborá-lo da forma mais próxima possível daquilo que se deseja


realizar, o orçamento torna-se transparente, simples de entender e um
instrumento bastante eficaz para realizar o acompanhamento das ocorrências
financeiras.

Por exemplo: Se no seu projeto serão necessárias algumas viagens,


você deve tornar evidente o trajeto, o número de passagens necessárias, as
despesas com hospedagem, locomoção, refeições e outras despesas que
poderão ocorrer, tendo sempre o cuidado de quantificar essas ocorrências de tal
forma que elas possam ser comparadas em qualquer época.

O detalhamento da natureza, da quantidade de ocorrências e do valor


de uma determinada despesa facilita tanto a análise para aprovação do
orçamento quanto o acompanhamento, por parte do gestor financeiro, das
despesas ocorridas.

É essencial entender como se faz um orçamento, também conhecido


como Planejamento Orçamentário.

8 COMO FAZER UM PLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO

Antes de qualquer coisa, precisa-se fazer um alerta para não cometer


erros primários – por exemplo, um orçamento deve ser elaborado em moeda
local, para depois ser convertido em outra moeda, se for o caso. Ainda que o
orçamento seja elaborado a partir de um projeto pré-aprovado, com um montante
já definido e em moeda diferente da local, todos os valores devem ser orçados
em moeda local, para depois serem convertidos.

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Outro aspecto muito importante a ser observado é que o orçamento não
é elaborado somente contando com os recursos financeiros que serão
necessários para a realização do projeto. Sendo assim, é importante quantificar
os recursos não financeiros que também serão utilizados, como espaços e
equipamentos para utilização durante determinada atividade ou trabalhos que
serão realizados por voluntários.

Em terceiro lugar, devem-se mencionar todas as fontes fornecedoras


dos recursos que serão necessários para a realização da atividade.

Um planejamento orçamentário elaborado para um período longo deve


considerar todas as possíveis situações, como por exemplo, a possibilidade de
aumento de preços no percurso. Portanto, é interessante demarcar os momentos
em que poderão ocorrer os reajustes no orçamento.

Por fim, e mais importante que todos os itens acima, o planejamento


orçamentário deve ser elaborado tomando por base algumas premissas:

a) Que a organização, em seu projeto global, tenha definidas as metas


e as estratégias das ações a serem realizadas para atingir seu objetivo;

b) Que a organização tenha claro que orçamento é produto de intensos


debates entre o sonho e a realidade, ou seja, ajuste entre o desejável e o
possível;

c) Que a organização tenha clareza dos recursos necessários;

d) Que o orçamento de projetos importantes nem sempre é sinônimo de


planejamento orçamentário da organização;

e) Que o planejamento orçamentário será o espelho das atividades


relacionadas na sua estratégia de ação;

f) Que o planejamento orçamentário é um instrumento útil quando:

- é elaborado com a mesma intensidade do desejo;

- é aceito como um instrumento de orientação;

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- é respeitado em seus limites;

- é revisto periodicamente.

Os mandamentos ideais de um planejamento orçamentário:

 Ser transparente;
 Definir metas;
 Discutir estratégias;
 Ter clareza das necessidades;
 Ter equilíbrio entre o desejado e o possível;
 Aceitar os limites na utilização dos recursos;
 Aceitar o orçamento como instrumento de orientação;
 Fazer revisões periódicas.

Entendidas as premissas acima, deve-se atentar para as seguintes


observações:

 Em primeiro lugar, promover uma reunião entre todos os envolvidos


na execução da atividade e definir as prioridades.
 Listar todas as variáveis que estarão contidas no seu planejamento
orçamentário.
 Fazer uma descrição sucinta das atividades, procurando identificar,
com o maior grau de acerto possível, os diversos recursos que serão
utilizados nelas.
 Separar os recursos financeiros dos não financeiros e relacioná-los
em colunas separadas.
 Procurar informar-se dos preços unitários de cada item, assim como
o custo/hora dos trabalhos de consultoria e assessoria,
eventualmente necessários.
 Fazer pesquisa de mercado para o produto ou serviço comercializado
pela sua empresa, tomando o cuidado de consultar, no mínimo, três
fornecedores diferentes.

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 Montar uma planilha, de forma sistemática e ordenada, procurando
agrupar as despesas por afinidade quanto à sua natureza - por
exemplo: aluguel e condomínio são despesas diferentes, mas
possuem afinidade entre si.

Ao finalizar a elaboração do orçamento, o responsável deve elaborar


uma memória descritiva de todas as rubricas para que se possa, a qualquer
momento, obter esclarecimentos. Atentar-se a todos os detalhes, premissas e
mandamentos. Na sequência, etapas da construção de um Planejamento
Orçamentário.

Etapa 01: Reconhecimento do clima organizacional e diagnóstico da


realidade econômico-financeira:

 Realização de reuniões para entendimento do ciclo operacional e


realidades funcionais;
 Compreensão da missão, objetivos da empresa e estratégia;
 Identificação da ênfase desejada para o planejamento e controle;
 Conhecimento da expectativa dos gestores;
 Descrição da estrutura de controle existente;
 Percepção da cultura organizacional;
 Reconhecimento da posição de mercado atual e esperada, assim
como da estratégia corporativa;
 Projeção de cenário.

Estas informações são obtidas, em geral, nas reuniões iniciais, nas quais
a equipe deve escutar mais e expressar menos sua opinião.

Etapa 02: Elaboração do planejamento da prática orçamentária:

 Coleta de informações específicas junto aos setores da empresa;

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 Discussão com os gerentes acerca das diretrizes que nortearão os
trabalhos;
 Levantamento do material a ser utilizado e seus respectivos custos;
 Escolha das pessoas que implementarão o planejamento e
discussão sobre a forma de fazê-lo (análise crítica da técnica).

Com relação à coleta das informações, é preciso considerar informações


externas e internas para podermos entender o cenário e termos condições de
gerar um orçamento fiel e realista. Vamos às principais informações:

Informações Externas: referem-se à economia.

 Crescimento da população;
 Comportamento do PIB (crescimento ou retração);
 Políticas econômicas;
 Comércio com exterior;
 Mercado concorrente (produtos substitutos);
 Mercado consumidor.

Informações Internas: referem-se à empresa.

 Informações contábeis;
 Estatísticas internas;
 Capacidade produtiva e produtividade;
 Políticas de preços;
 Perspectivas de investimentos internos.

Trata-se da fase mais trabalhosa e que definirá o êxito do trabalho.

Etapa 03: Organização da infraestrutura e ambiente para a construção


do orçamento:
 Definição da equipe a ser envolvida, com base em estudo preliminar
acerca do perfil profissional qualificado para a tarefa. Esta equipe

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deve buscar trabalhar de forma integrada com os diversos setores
da empresa, ouvindo suas necessidades e estudando formas para
solucionar os problemas inerentes a cada área, juntamente com
seus respectivos gestores. O grupo escolhido deve também estar
totalmente alheio aos conflitos decorrentes da estrutura de poder
vigente, que comumente está enraizada na organização, impedindo
uma maior integração entre as diversas áreas da empresa.
 Identificação dos responsáveis setoriais. Em cada setor atua um
gestor que coordena as atividades de área (líder). Além do gestor,
devem ser identificados potenciais colaboradores e parceiros em
cada área, os quais devem atuar na proposição de sugestões para
melhoria contínua de processos e procedimentos. O trabalho de
conscientização deve começar pelos entusiastas.
 Discussão sobre as formas de treinamento necessário. Treinar os
funcionários para que eles possam executar suas funções de forma
mais eficiente é um fator importante para o sucesso de qualquer
atividade. Quanto maior o preparo do grupo, melhor estará este, apto
para solucionar as possíveis intempéries que porventura venham a
acontecer no decurso do trabalho e, consequentemente, melhor
também será a sua atuação em uma determinada tarefa.
 Construção de um cronograma para reuniões. Reuniões periódicas
devem fazer parte de uma agenda de discussão, para que seja
verificado se as diretrizes adotadas estão de acordo com a realidade
da empresa e do ambiente externo. Elaborar um cronograma de
reuniões com as respectivas tarefas a serem cumpridas é muito
relevante. Nas reuniões são discutidos todos os passos realizados e
avaliados e/ou estabelecidos os passos seguintes. A importância de
um cronograma de reuniões é estabelecer datas e prazos para
consecução de tarefas.

Etapa 04: Elaboração do orçamento propriamente dito.


 Definição do alcance orçamentário;

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 Identificação das fontes de receitas que financiarão as despesas e
custos da empresa;
 Definição das fontes alternativas de recursos.

Etapa 05: Gestão e acompanhamento orçamentário.


 Avaliação dos resultados obtidos comparando os números estimados
com os valores efetivamente realizados;
 Descoberta e correção das falhas no processo;
 Redimensionamento de novas diretrizes a partir dos resultados
obtidos.

Com a intenção de auxiliar no levantamento dos dados da organização


para criação do Planejamento Orçamentário, estão disponibilizadas algumas
perguntas que poderão ser feitas na fase inicial.
 A empresa utiliza-se de orçamento?
 Qual a periodicidade desse orçamento?
 O orçamento é formalizado com base em documentos e papéis de
trabalho?
 O orçamento é discutido com base em um rigoroso cronograma?
 Existe um setor responsável pela geração do orçamento?
 São gerados planos de ação a partir do orçamento?
 Quais os tipos de decisões tomadas a partir do orçamento?
 Existem responsáveis diretos pela execução das decisões?
 Considera o orçamento desta empresa alinhado à estratégia
corporativa?
 Como resumiria a estratégia da empresa?
 Como definiria as etapas de elaboração do orçamento?
 Quais as premissas fixadas?
 Que visão tem do orçamento?
 Quais os benefícios da prática orçamentária para a empresa?
 Quais as limitações inerentes?

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 Foram identificados desde o início da implementação, em algum
momento ou fase, problemas comportamentais associados à prática
orçamentária?
 Quais foram eles e como foram resolvidos?
 De que maneira o orçamento foi implementado nessa empresa?
 Quais as principais evidências de evolução do projeto orçamentário
vivenciado pela empresa?
 Quais as limitações hoje percebidas na prática orçamentária?
 De que forma se configura a interação com o setor contábil?
 Quais as principais limitações informacionais?
 Que sistema de informações gerenciais a empresa utiliza na
confecção do orçamento? Solicite informações sobre esse sistema.
 O orçamento permite identificar de fato o potencial de lucro da
empresa?
 Como são feitas as projeções?
 Quais as técnicas estatísticas empregadas?
 Cada vez mais o serviço pós-venda é reconhecido como parte
integrante da cadeia de valor. De que maneira são incluídos no
orçamento?
 Os orçamentos devem contemplar os serviços pós-venda?
 As atividades pós-venda conseguem aumentar a lealdade dos
clientes? Qual a experiência vivenciada pela empresa?
 É mais barato manter do que conquistar um cliente?
 Cada vez mais é importante considerar o ciclo de vida do produto na
realização do orçamento. Como isso é contemplado pelo sistema
orçamentário da empresa?
 Descreva o ciclo de vida do produto ou serviço “carro-chefe”.
 O que sugere para melhorar hoje a prática orçamentária da empresa
no que diz respeito ao operacional e ao aspecto cultural da
empresa?

Vantagens da Orçamentação
 Introduz o hábito do exame prévio e minucioso de informações antes

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da TD.
 Contribui para TD mais rápidas e acertadas (eficiência e efetividade).
 Estimula a participação de todos os membros da administração na
fixação dos objetivos.
 Exige quantificação das previsões.
 Facilita a delegação de poderes.
 Exige informações contábeis confiáveis.
 Permite identificar áreas eficientes e deficientes.
 Permite a utilização eficaz dos recursos disponíveis.

Limitações da Orçamentação
 Baseia-se em estimativas.
 Deve ser continuamente monitorada e adaptada às circunstâncias.
 Nem todas as empresas possuem recursos para implementar um
sistema adequado.
 Atrasos na emissão dos dados comprometem as ações corretivas.
 As dificuldades de ajustes geram desconfianças em relação ao
resultado projetado.
 É apenas uma ferramenta de apoio à decisão, não podendo tomar o
lugar da administração.

Com esses dados, será possível iniciar os trabalhos e é muito importante


que tudo seja documentado, para que sirva de consulta no decorrer da geração
do Planejamento Orçamentário.

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MÓDULO II

9 GESTÃO DE APLICAÇÕES

Analisando o aspecto financeiro das empresas, é possível perceber a


importância de atuar fortemente na Gestão Financeira para ter sucesso no
negócio. Há variáveis de todos os tipos, mas num mercado capitalista e
diversificado, não será permitido limitar apenas ao “core” (principal atividade) da
empresa. É imprescindível diversificar e atuar em áreas paralelas para que
alcancemos o tão sonhado equilíbrio financeiro.

O mercado percebeu que um grande negócio para as empresas bem


estruturadas e para pessoas físicas bem estruturadas, é o negócio no qual o
principal produto é o próprio dinheiro.

As instituições financeiras, como bancos, clubes de investimentos,


financeiras, administradoras de cartões de crédito, previdência privada, leasing,
bolsa de valores, enfim, todas as empresas onde o “core” é o dinheiro, atuam no
mercado financeiro com venda de produtos e tentam “seduzir” o consumidor com
melhores taxas, melhores prazos, oferecimento de bônus e uma série de
benefícios ao consumidor.

A partir dessa possibilidade de fazer dinheiro com o próprio dinheiro,


surgiram os investimentos e aplicações financeiras. E com as aplicações
financeiras surgiu também a necessidade de controlar, monitorar e administrar
as aplicações. Criou-se a Gestão de Aplicações.

A Gestão de Aplicações executa a análise, acompanhamento,


monitoramento, oportunidades e gerencia a estratégia de aplicações no mercado
financeiro. Então precisamos conhecer os principais tipos de aplicações
financeiras, suas diferenças, as principais características, benefícios e
desvantagens.

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Uma das principais características das aplicações financeiras é o prazo
da aplicação e o mercado financeiro convencionou que as aplicações dividem-
se em curto, médio e longo prazo.

Não existe forma correta de se estabelecer tempo para os prazos,


depende do ponto de vista; mas no geral, convencionou-se que:

Curto Prazo até 1 mês

Médio Prazo de 1 mês a 1 ano

Longo Prazo mais de 1 ano

A seguir alguns tipos de aplicações:

 Caderneta de Poupança
A caderneta de poupança é um investimento tradicional, conservador e
muito popular entre investidores de menor renda.

Quase todos os bancos comerciais possuem esse tipo de investimento


e não é preciso ser correntista para investir. Basta comparecer a uma agência
bancária portando CPF, documento de identidade e comprovantes de renda e
residência.

Quem pode investir? Qualquer brasileiro pode abrir uma caderneta de


poupança, inclusive menores de idade.

 Garantias
Os investimentos na caderneta de poupança são garantidos até o limite
de R$ 250.000,00 por CPF, pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC), quando
realizados em uma instituição associada ao referido fundo, ou em mais de uma
instituição associada ao mencionado fundo, do mesmo conglomerado financeiro.

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 Aplicação Inicial
Varia conforme os bancos.

 Liquidez imediata
As quantias depositadas podem ser sacadas a qualquer tempo.

 Prazo
Não há prazo. No entanto, os valores mantidos por menos de um mês
não recebem nenhuma remuneração.

 Rentabilidade
Taxa de juros de 0,5% ao mês, aplicada sobre os valores atualizados
pela TR, creditada mensalmente na data de aniversário da aplicação.

 Riscos
O risco de aplicar em Caderneta de Poupança é muito baixo. A
caderneta de poupança é considerada um investimento extremamente
conservador.

 Desvantagem
É um investimento conservador e, como tal, o rendimento costuma ser
menor que outras aplicações também conservadoras como, por exemplo, fundos
de investimento de baixo risco.

 Tributação
Pessoas físicas: isenção total de Imposto de Renda na Fonte.

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Pessoas jurídicas: os rendimentos auferidos por pessoas jurídicas em
contas de depósitos de poupança sujeitam-se à incidência do imposto de renda
na fonte, às alíquotas como demonstrado a seguir:

o Aplicações até 180 dias: 22,5%.


o Aplicações de 181 a 360 dias: 20%.
o Aplicações de 361 a 720 dias: 17,5%.
o Aplicações acima de 720 dias: 15%.

 CDB (Certificado de Depósito Bancário) e RDB (Recibos de


Depósito Bancário)
O CDB e o RDB são títulos de renda fixa, representativos de depósitos
a prazo, utilizados pelos bancos comerciais como mecanismos de captação de
recursos.

Esses tipos de investimentos envolvem uma promessa de pagamento


futuro do valor investido, acrescido da taxa pactuada no momento da transação.

Ao comprar um CDB, você está emprestando dinheiro para o Banco e


recebendo juros em troca.

Ao final do prazo contratado, o banco deve lhe pagar o valor aplicado


(principal), acrescido da remuneração prevista quando da aplicação.

Esta remuneração nunca é negativa. A diferença entre os CDBs e os


RDBs é que os CDBs podem ser negociados antes do vencimento, enquanto os
RDBs são inegociáveis e intransferíveis.

Porém, no caso do CDB, negociar o título antes do prazo mínimo implica


em perda de parte da remuneração (devolução com deságio).

É importante lembrar que tanto o CDB quanto o RDB podem ser


resgatados junto à instituição emissora, antes do prazo contratado, desde que
decorrido o prazo mínimo de aplicação. Antes do prazo mínimo não são
auferidos rendimentos.

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 Rentabilidade
As taxas podem ser pré-fixadas, pós-fixadas ou flutuantes e podem ter
mais de uma base de remuneração, desde que prevaleça a mais vantajosa para
o cliente.

 Negocie com seu gerente


Geralmente, as taxas são proporcionais aos volumes aplicados, isto é,
quanto mais recursos você investe em um CDB do banco, melhor a taxa de
remuneração.

 Prazo
Os prazos mínimos para aplicação e resgate de CDBs e RDBs variam
de um dia a 12 meses, dependendo do tipo de remuneração contratada.

 Risco
O risco é baixo por se tratar de renda fixa, estando associado o
recebimento do principal à solidez da instituição, ou seja, caso o banco quebre
você pode não receber aquilo que aplicou.

A aplicação é garantida até o limite de R$ 250.000 por CPF, pelo Fundo


Garantidor de Crédito (FGC), quando realizados em uma instituição associada
ao referido fundo, ou em mais de uma instituição associada ao mencionado
fundo, do mesmo conglomerado financeiro.

 Tributação
A tributação do imposto de renda é decrescente em função do prazo da
aplicação:

o Aplicações até 180 dias: 22,5%.


o Aplicações até 181 a 360 dias: 20%.
o Aplicações até 361 a 720 dias: 17,5%.

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o Aplicações acima de 720 dias: 15%.

Para prazos inferiores a 30 dias, incidirá o IOF (Imposto sobre


Operações Financeiras); incide em operações de crédito, câmbio, seguro e
títulos e valores mobiliários. O resgate de cotas de fundos de investimento é
isento de IOF a partir do 30º dia. O IOF não incide sobre os fundos de
investimento em ações, conforme uma Tabela Regressiva de IOF.

Não é necessária a preocupação com o pagamento dos impostos, pois


o próprio banco recolhe para o fisco a parte que lhe é devida. No vencimento do
CDB, é recebido o rendimento bruto obtido no período, descontado o imposto de
renda.

Observação Importante: Como os CDBs e os RDBs não são prorrogados


automaticamente quando vencem seus prazos, há a necessidade do pedido do cliente
para serem renovados. A rentabilidade pode ser nominal (ver Rentabilidade Nominal)
ou relativa, quando é comparada à rentabilidade de algum outro ativo ou índice da
aplicação.

 Renda fixa
Nos investimentos em renda fixa, a remuneração, ou sua forma de
cálculo, é previamente definida no momento da aplicação.

Ao investir seus recursos em um título de renda fixa, seja ele emitido


pelo governo ou por uma empresa privada, se empresta a quantia investida ao
emissor do título, para, em troca, depois de certo período, receber o valor
aplicado (denominado "principal"), acrescido de juros pagos como forma de
remuneração de empréstimo.

As condições do investimento - tais como cláusulas de recompra, prazos,


formas de remuneração e índices - são acertadas com o devedor (também
chamado emissor do título ou tomador), no momento da aplicação.

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Na renda fixa, assim como em qualquer investimento, sempre existe a
possibilidade de perda do capital investido, no todo ou em parte.

Por exemplo, se o emissor do título não cumpre a obrigação assumida,


o investidor deixará de receber uma parte ou a totalidade da quantia pactuada.

Outro risco possível é de, ao final da aplicação, a rentabilidade se revelar


menor do que a oferecida para outras aplicações de risco similar e disponível
durante o mesmo período.

Os investimentos mais populares em renda fixa são: a Caderneta de


Poupança e os Fundos DI.

Mas há também outras aplicações, tais como: Fundos de Renda Fixa,


CDBs e debêntures, entre outras.

 Renda variável
Nos investimentos em títulos de renda variável, o investidor não tem
como saber, previamente, qual será a rentabilidade da aplicação.

Porém, se a escolha for feita com critério, diante de opções bem


avaliadas e com diversificação dos investimentos, a aplicação em renda variável
poderá proporcionar ao investidor um retorno maior do que o obtido em
aplicações de renda fixa.

Nos investimentos em renda variável, a possibilidade de perda decorre


não apenas da possibilidade de não pagamento pelo devedor, ou empresa na
qual se investiu e, também, da possibilidade de a rentabilidade obtida terminar
sendo menor do que a taxa de juros oferecida por aplicações de renda fixa
disponíveis no mesmo período do investimento.

Geralmente, os investimentos em renda variável são recomendados


para prazos mais longos e para investidores com mais tolerância às variações
de preço dos títulos, muito comuns nesse mercado.

Nesse tipo de investimento há a diversificação da carteira. Carteira é


uma cesta de ativos qualquer dentro de uma mesma estrutura; essa estrutura

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pode ser um fundo, o patrimônio pessoal ou mesmo a tesouraria de um banco,
ou seja, o investimento em títulos de vários emissores diferentes; esse
procedimento é muito importante para diminuir o risco, pois eventuais perdas em
alguns papéis podem ser compensadas com ganhos em outros.

Os investimentos mais tradicionais e populares em renda variável são as


ações, os fundos de ações e os clubes de investimento.

 Formação de Preços nos Mercados de Renda Fixa e de Renda


Variável
As diferenças entre os títulos de renda fixa e os de renda variável estão
diretamente ligadas ao processo de formação de preços em seus respectivos
mercados.

Por exemplo, com as ações os preços são formados pela interação entre
ofertas e demandas propostas por um número diversificado de investidores.

Essas propostas são centralizadas em ambientes de negociação físicos


ou eletrônicos, comumente chamados de Bolsas de Valores, e têm seus valores
redefinidos a todo o momento, por conta dos diversos eventos que afetam as
empresas emissoras, a economia e os mercados.

Já o preço de um título de renda fixa depende da rentabilidade implícita


prevista para o papel.

Fatores como condições de mercado e risco do emissor podem


influenciar no processo de formação do preço, mas os principais movimentos no
valor do título estão relacionados à facilidade de negociá-lo no mercado (liquidez)
e aos preços básicos da economia, estes responsáveis por afetar a avaliação
presente de sua remuneração.

 Fundo de Investimento
É a denominação de todos os recursos, captados de pessoas físicas ou
jurídicas, com o objetivo de obter ganhos financeiros a partir da aplicação em
títulos e valores mobiliários. Os recursos de todos os investidores de um fundo

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de investimento são usados para comprar bens (títulos) que são de todos os
investidores, na proporção de seus investimentos.

 Organização
Um fundo é organizado sob a forma de condomínio e seu patrimônio é
dividido em cotas, cujo valor é calculado diariamente por meio da divisão do
patrimônio líquido pelo número de cotas em circulação.

O patrimônio líquido é calculado pela soma do valor de todos os títulos


e do valor em caixa, menos as obrigações do fundo, inclusive aquelas relativas
à sua administração. As cotas são frações do valor do patrimônio do fundo.

Exemplo: Um investidor aplica R$ 2.000,00 em cotas de um fundo que,


na data do investimento, possui um patrimônio líquido de R$ 500.000,00 e
100.000 cotas.

A partir destas informações, é possível calcular:

 O valor da cota na data da aplicação: R$ 500.000,00 / 100.000 = R$


5,00.
 O número de cotas adquiridas pelo investidor: R$ 2.000,00 / R$ 5,00 =
400.

Supondo que, num determinado intervalo de tempo, o patrimônio líquido


sofra um aumento de 20% e o número de cotas aumente 9%, o valor da cota
aumentará (R$ 600.000,00 / 109.000 = R$ 5,50), da mesma forma como o valor
a resgatar (400 x R$ 5,50 = R$ 2.200,00).

E se quisermos calcular a rentabilidade no período, basta dividir o valor


da cota no resgate pelo valor na data da aplicação e ajustar para percentual:
R$ 5,50 / R$ 5,00 = 1,1 ou 10%.

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 Fundos Abertos x Fundos Fechados:
Os fundos de investimento podem ser organizados sob a forma de
condomínios abertos ou fechados.

Nos fundos abertos é permitida a entrada de novos cotistas ou o


aumento da participação dos antigos por meio de novos investimentos, assim
como é permitida a saída de cotistas, por meio dos resgates de cotas, isto é,
mediante a venda de ativos do fundo para a entrega do valor correspondente ao
cotista que efetuou o resgate, total ou parcial, de suas cotas.

Já nos fundos fechados, a entrada e a saída de cotistas não é permitida.


Após o período de captação de recursos pelo fundo, não são admitidos novos
cotistas nem novos investimentos pelos antigos cotistas (embora possam ser
abertas novas fases de investimento, conhecidas no mercado como "rodadas de
investimento"). Além disso, também não é admitido o resgate de cotas por
decisão do cotista, que tem que vender suas cotas a terceiros se quiser receber
o seu valor antes do encerramento do fundo.

Os fundos fechados também podem ser registrados para negociação de


cotas em mercados administrados pela BOVESPA. Assim, quando um cotista
pretende comprar ou vender cotas de um fundo fechado, como os Fundos de
Investimento Imobiliário - FII ou Fundos de Investimento em Direitos Creditórios
– FIDC.

Por exemplo, pode enviar suas ordens por uma corretora para o sistema
de negociação da BOVESPA no qual a cota esteja registrada.

Os fundos abertos normalmente são constituídos para existir por tempo


indeterminado, ao contrário dos fechados, que podem ter tempo determinado,
ao final dos quais os ativos são vendidos, os cotistas recebem o valor total de
suas cotas e o fundo é encerrado, o que pode ocorrer também com os fundos
abertos.

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 Funcionamento
O funcionamento dos fundos obedece a normas da CVM e a um
regulamento próprio, que só pode ser alterado por decisão dos cotistas (ou, nos
casos de necessidade de adequação à legislação vigente, por determinação da
CVM).

O regulamento é o principal documento que regula o fundo de


investimento e nele estão descritas as regras relativas ao objetivo, à política de
investimento, aos tipos de ativo negociados, aos riscos envolvidos nas
operações, às taxas de administração e outras despesas do fundo, bem como
ao seu regime de tributação e outras informações relevantes.

 Direitos e deveres dos cotistas


Ao adquirir cotas de um determinado fundo, o investidor está
concordando com suas regras de funcionamento e passa a ter os mesmos
direitos e deveres dos demais cotistas, independentemente da quantidade de
cotas que possui. O exame do regulamento é fundamental para a tomada de
uma decisão de investimento.

É obrigação do administrador fornecer o regulamento e o prospecto do


fundo a todos os cotistas, assim como relatórios periódicos sobre as suas
atividades, além de divulgar ampla e imediatamente qualquer informação que
possa influenciar na decisão do cotista em permanecer investindo.

É fundamental que o cotista mantenha seu cadastro atualizado junto ao


administrador, acompanhe todas as informações relativas ao fundo e participe
das assembleias.

E caso identifique alguma eventual violação da legislação ou das regras


contidas no regulamento do fundo, pode reclamar junto à CVM (Comissão de
Valores Mobiliários), por meio do site http://www.cvm.gov.br, na seção Fale com
a CVM, opção Serviço de Atendimento ao Investidor.

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 Risco x retorno
Podemos considerar o risco como sendo a possibilidade de não se
atingir o retorno esperado do investimento. Diversos fatores podem concorrer
para isso, incluindo mudanças na política, na economia, nas regras de tributação,
etc.

No caso de um fundo de investimento, o principal risco é aquele inerente


aos ativos que compõem a carteira. Porém, há três riscos principais ao qual o
investidor está invariavelmente sujeito: o risco de mercado, o risco de crédito e
o risco de liquidez.

O primeiro é o decorrente das oscilações nos preços dos títulos que


compõem a carteira do fundo. Uma vez que estes ativos são contabilizados por
seu valor de mercado, quanto maior a oscilação nos preços, maior a oscilação
no valor das cotas e mais difícil estimar o valor de resgate ou de venda das cotas.

Já o risco de crédito se refere à certeza sobre a liquidação do título na


data de vencimento. Quando o fundo adquire um título, está emprestando
dinheiro a alguém ou aplicando sua quantia em determinado empreendimento e,
certamente, correndo o risco de que o tomador dos recursos não honre a
obrigação, ou não pague os juros combinados, ou o empreendimento não renda
o esperado.

Por fim, existe o risco de liquidez, que tanto pode ser dos ativos quanto
das cotas que compõem o fundo. No caso dos ativos, o risco de liquidez consiste
na eventual dificuldade que o administrador possa encontrar para vender os
ativos que compõem a carteira do fundo, ficando impossibilitado de atender aos
pedidos de resgate do investimento.

No caso das cotas, o risco de liquidez decorre da dificuldade, no fundo


fechado, do investidor encontrar um comprador para as suas cotas, forçando-o
a vender por um valor mais baixo que o esperado, caso sua necessidade de
recursos seja imediata.

Por tudo isso, é importante que o investidor se mantenha informado


sobre os ativos que compõem a carteira do fundo, sobre as restrições ao resgate
e sobre o mercado para a negociação de cotas de fundos fechados, tanto na

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hora de investir quanto periodicamente, para decidir se permanecerá ou não com
o investimento.

Não se esqueça de que o retorno de um investimento costuma estar


associado ao seu grau de risco. Maiores retornos normalmente estão associados
a um maior grau de risco. As aplicações mais conservadoras costumam
apresentar uma menor rentabilidade, mas o seu grau de risco geralmente
também é menor.

Desconfie de fundos de investimento que apresentem rentabilidade


muito superior aos demais fundos da mesma natureza, pois é possível que o seu
gestor esteja incorrendo em um risco muito maior dos demais e que, talvez, não
seja adequado ao seu perfil.

 Custos
Na hora de comparar diferentes fundos é importante considerar seus
custos. No Brasil, por conta das normas da CVM, todos os custos do fundo
devem ser obrigatoriamente descontados antes do valor da cota, e, portanto, da
rentabilidade divulgada. Assim, quando se compara a rentabilidade de fundos, o
que se vê é o resultado líquido que o fundo obteve, já descontados os custos.
Por isso, um fundo com custos mais altos, mas que tenha melhor resultado,
poderá ser comparado com outro de custos e resultados mais baixos.

Essa forma de divulgação do valor das cotas é boa, porque facilita a


comparação dos resultados. Porém, para descobrir os custos incidentes sobre
um fundo, será sempre necessário consultar o seu regulamento.

As taxas normalmente cobradas são a taxa de administração e,


eventualmente, a taxa de performance - que é uma taxa cobrada nos termos do
regulamento, quando o resultado do fundo supera certo patamar previamente
estabelecido. Alguns fundos podem também cobrar taxas de ingresso (devidas
quando se faz o investimento) e de saída (devidas quando se realiza o resgate).

Já as despesas debitadas do fundo costumam ser: despesas de


corretagem, de custódia e liquidação financeira de operações e de auditoria.

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Além disso, é também importante considerar a tributação na hora de decidir seu
investimento e calcular a rentabilidade.

 Vantagens e desvantagens
A principal vantagem dos fundos é possibilitar que investidores de perfil
similar - com objetivos comuns, estratégias de investimento semelhantes e
mesmo grau de tolerância a risco - concentrem recursos para aumentar seu
poder de negociação e diluir os custos de administração, além de contarem com
profissionais especializados, dedicados exclusivamente à gestão dos recursos.

Já as desvantagens estão associadas ao fato do investidor delegar a


terceiros a administração de seus recursos, falta de autonomia na tomada de
decisão, submissão a regras previamente estabelecidas e à vontade da maioria
dos cotistas, entre outras.

 Quais são os principais Fundos de Investimento?


No Brasil, além da classificação estabelecida pela CVM, existe uma
subclassificação feita pela Associação Nacional dos Bancos de Investimento
(ANBID), entidade representante de instituições que atuam na gestão e
administração de fundos de investimento e outros serviços relacionados ao
mercado de capitais.

A classificação da CVM para os fundos mais ofertados ao público está


descrita na Instrução CVM nº 409/2004. O resumo seguinte, cujo propósito é
meramente informativo, foi produzido com o intuito de tornar as informações
sobre fundos de investimento mais acessíveis ao investidor não qualificado, não
consistindo em recomendações financeiras, legais, fiscais, contábeis ou de
qualquer outra natureza.

 Classificação da CVM
A seguir, listamos as principais classes de fundos de investimento
(regulamentados pela instrução CVM 409/04):

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 Fundos de Curto Prazo
Devem investir seus recursos, exclusivamente, em títulos públicos
federais ou privados de baixo risco de crédito com prazo máximo de 375 dias e
prazo médio da carteira de, no máximo, 60 dias.

São fundos cuja rentabilidade geralmente está associada às taxas


SELIC ou CDI e considerados mais conservadores quanto ao risco, sendo
compatíveis com objetivos de investimento de curto prazo, pois suas cotas são
menos sensíveis às oscilações das taxas de juros. O crédito do resgate costuma
se dar no mesmo dia da solicitação.

 Fundos Referenciados
Devem acompanhar a variação do indicador de desempenho
(benchmark) definido em seu objetivo, mantendo, no mínimo, 95% de sua
carteira composta por ativos que acompanhem referido indicador.

Podem utilizar derivativos apenas com o objetivo exclusivo de proteção


(hedge), sem permitir alavancagem. Alavancagem são operações de compra e
venda de ativos, títulos e valores mobiliários para liquidação no futuro, com
depósito prévio de margens de garantia. Um fundo é considerado alavancado
sempre que existir possibilidade (diferente de zero) de perda superior ao
patrimônio do fundo, desconsiderando-se casos de falha no pagamento de
principal, ou de juros relativos aos ativos do fundo.

Dentre os referenciados, o fundo mais popular é o DI, cujo objetivo de


investimento é acompanhar a variação diária das taxas de juros no mercado
interbancário (CDI). Como este tipo de fundo procura acompanhar a variação
das taxas de juros, pode se beneficiar de um cenário de alta dessas taxas.
Geralmente o crédito do resgate se dá no mesmo dia da solicitação.

 Fundos de Renda Fixa


Devem aplicar pelo menos 80% de seus recursos em títulos de renda
fixa - públicos ou privados, pré ou pós-fixados - e ter como principal fator de risco

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a variação da taxa de juros e/ou de índice de preços. Podem utilizar derivativos
tanto para proteção da carteira quanto para alavancagem. Nos fundos de Renda
Fixa a rentabilidade pode ser beneficiada pela inclusão, em carteira, de títulos
que apresentem maiores riscos de crédito, como os títulos privados. Geralmente
o crédito do resgate se dá no mesmo dia da solicitação.

 Fundos de Ações
São também chamados de fundos de renda variável e devem investir,
no mínimo, 67% de seu patrimônio em ações negociadas em bolsa ou mercado
de balcão organizado. Alguns fundos deste tipo têm como objetivo de
investimento acompanhar ou superar a variação de um índice do mercado
acionário, tal como o IBOVESPA ou o IBX.

Como seu principal fator de risco é a variação nos preços das ações que
compõem sua carteira, podem ser compatíveis com objetivos de investimento de
longo prazo e que suportem uma maior exposição a riscos em troca de uma
expectativa de rentabilidade mais elevada. Geralmente o crédito do resgate se
dá quatro dias após a solicitação.

 Fundos Cambiais
Deve manter, no mínimo, 80% de seu patrimônio investido em ativos que
sejam relacionados, direta ou indiretamente (via derivativos), à variação de
preços de uma moeda estrangeira, ou a uma taxa de juros denominada cupom
cambial. Os mais conhecidos são os chamados Fundos Cambiais Dólar, que
buscam acompanhar a variação de cotação da moeda americana. Geralmente o
crédito do resgate se dá no dia seguinte ao da solicitação.

 Fundos de Dívida Externa


Deve aplicar, no mínimo, 80% de seu patrimônio em títulos brasileiros
negociados no mercado internacional e podem utilizar derivativos, negociados

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no Brasil ou não, com o objetivo exclusivo de proteção. Os 20% restantes podem
ser aplicados em outros títulos de crédito transacionados no exterior.

Os títulos componentes de sua carteira são mantidos fora do país. Para


o investidor no Brasil, este fundo é uma forma ágil e de baixo custo operacional
para aplicar em papéis do governo brasileiro negociados no exterior.

 Fundos Multimercados
Devem apresentar política de investimento que envolva vários fatores de
risco, sem o compromisso de concentração em nenhum fator em especial,
podendo investir em ativos de diferentes mercados - como renda fixa, câmbio e
ações - e utilizar derivativos tanto para alavancagem quanto para proteção da
carteira.

Considerados os fundos com maior liberdade de gestão, buscam


rendimento mais elevado em relação aos demais, mas também apresentam
maior risco, sendo, portanto, compatíveis com objetivos de investimento que,
além de procurar diversificação, tolerem uma grande exposição a riscos na
expectativa de obter uma rentabilidade mais elevada. Nestes fundos, o crédito
do resgate nem sempre se dá no mesmo dia da solicitação.

 Classificação ANBID
Para facilitar a comparabilidade entre fundos, a ANBID estabeleceu
subclasses de fundos a partir da classificação da CVM:

o Fundos a Curto Prazo;


o Fundos Referenciados;
o Fundos Renda Fixa;
o Fundos Multimercados;
o Fundos IBOVESPA;
o Fundos IBX;
o Fundos de Ações Setoriais;

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o Fundos de Ações Outros;
o Fundos Cambiais;
o Fundos Mútuos de Privatização;
o Fundos de Previdência;
o Fundos de Investimento em Direitos Creditórios;
o Fundos de Investimento Imobiliário;
o Fundos de Índice;
o Fundos de Dívida Externa;
o Fundos Fechados.

Agora veremos outros tipos de fundos de investimento:

 Fundo de Investimento em Direitos Creditórios – FIDC


Também conhecido como Fundos de Recebíveis destina-se
exclusivamente a investidores qualificados e pode ser constituído sob a forma
de condomínio aberto (com resgate de cotas) ou fechado (sem resgate de cotas).
Direitos creditórios são direitos, e também títulos representativos de direitos,
originados por contratos mercantis de compra e venda de produtos, mercadorias
e/ou serviços.

Exemplos:

a) O contrato de crédito consignado firmado entre o banco comercial e um cliente é cedido


ao fundo, de maneira que seus cotistas serão remunerados pelo pagamento das parcelas
devidas pelo cliente do banco, conforme previsto no contrato de concessão do crédito.

b) A companhia X vende à empresa Y um produto, o qual será pago em sucessivas


prestações mensais. X cede ao fundo os direitos de receber os créditos detidos
contra Y por conta da venda, de modo que os cotistas serão remunerados pelo
pagamento das prestações mensais.

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 Fundo de Investimento em Direitos Creditórios - FIDC-PIPS
Destinado exclusivamente a investidores qualificados, seus recursos
visam predominantemente à aplicação em direitos creditórios no âmbito do
Programa de Incentivo à Implementação de Projetos de Interesse Social,
projetos e/ou programas que tenham sido aprovados pelo Governo Federal,
destinados à criação e à implementação de núcleos habitacionais que tornem
acessível moradia para segmentos populacionais de diversas rendas familiares.

 Fundo de Investimento em Participações - FIP


Também conhecido como Private Equity, é destinado exclusivamente a
investidores qualificados e deve ser constituído sob a forma de condomínio
fechado.

Seus recursos são destinados à aquisição de ações, debêntures, bônus


de subscrição e outros títulos e valores mobiliários conversíveis ou permutáveis
em ações de emissão de companhias abertas ou fechadas. Tais aquisições
devem propiciar ao fundo participação no processo decisório da companhia
investida, com efetiva influência na definição de sua política estratégica e na sua
gestão.

 Fundos Mútuos de Investimentos em Ações de Sociedades


Incentivadas
Deve ser constituído sob a forma de condomínio fechado, com recursos
destinados à aplicação em carteira diversificada de títulos e valores mobiliários,
composta, no mínimo, de 70% de:

a) Ações de emissão de sociedades beneficiárias de recursos


oriundos dos incentivos fiscais.
b) Certificados de investimentos dos Fundos FINOR, FINAM, FISET
e FUNRES.

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c) Ações de sociedades incentivadas adquiridas no Mercado
Secundário.

 Fundo de Investimento Imobiliário


Deve ser constituído sob a forma de condomínio fechado, cujos recursos
sejam destinados ao investimento em empreendimentos imobiliários, tais como
compra para locação ou arrendamento, compra e venda incorporação e/ou
construção, projetos para viabilizar o acesso à habitação e serviços urbanos etc.
Suas cotas são remuneradas com base no desempenho do empreendimento.

Exemplo: O fundo investe na construção de um shopping center, sendo


remunerado pela posterior venda/aluguel das lojas, ou seja, de acordo com o
desempenho do empreendimento imobiliário.

 Fundo Mútuo de Privatização - FGTS


É constituído sob a forma de condomínio aberto, cujos recursos sejam
destinados à aquisição de valores mobiliários no âmbito do Programa Nacional
de Desestatização e de Programas Estaduais de Desestatização.

 Fundo de Financiamento da Indústria Cinematográfica -


FUNCINE
Deve ser constituído sob a forma de condomínio fechado, cujos recursos
sejam destinados à aplicação em projetos audiovisuais aprovados pela Agência
Nacional de Cinema - ANCINE.

Exemplo: O fundo adquire CAV, que são títulos de participação em


projetos audiovisuais, de forma que a remuneração do FUNCINE dependerá do
desempenho comercial dos projetos investidos.

 Fundo de Investimento Cultural e Artístico


Deve ser constituído sob a forma de condomínio aberto ou fechado,
cujos recursos sejam destinados à aplicação em projetos culturais e artísticos.

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Exemplo: O fundo investe em um festival de dança e será remunerado
de acordo com o desempenho do projeto, por exemplo, com a venda de
ingressos ou patrocínio.

 Fundo Mútuo de Investimento em Empresas Emergentes


Também conhecido como Fundo de "Venture Capital" deve ser
constituído sob a forma de condomínio fechado, cujos recursos sejam
destinados à aplicação em carteira diversificada de valores mobiliários de
emissão de empresas emergentes - companhia que apresente faturamento
líquido anual, ou faturamento líquido anual consolidado, inferiores a R$
100.000.000,00 (cem milhões de Reais), apurados no balanço de encerramento
do exercício anterior à aquisição dos valores mobiliários de sua emissão.

 Fundo Mútuo de Investimento em Empresas Emergentes


Capitais Estrangeiros
Deve ser constituído sob a forma de condomínio fechado, exclusivo para
pessoas físicas ou jurídicas estrangeiras (residentes, domiciliadas ou com sede
no exterior), fundos ou outras entidades estrangeiras de investimento coletivo,
cujos recursos sejam destinados à aplicação em carteira diversificada de valores
mobiliários de emissão de empresas emergentes.

 Fundo Garantidor de Parcerias Público-Privadas - FGP


Deve ser constituído sob a forma de condomínio aberto ou fechado,
cujos recursos tenham por finalidade prestar garantia de pagamento de
obrigações pecuniárias assumidas pelos parceiros públicos federais em virtude
das parcerias de que trata a Lei 11.079, de 30 de dezembro de 2004 (Lei da
Parceria Público-Privada).

 Fundo Destinado à garantia de Locação Imobiliária e à


Cessão Fiduciária

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É uma comunhão de recursos que permite a cessão fiduciária de cotas
de emissão de outros fundos de investimento, em garantia de locação imobiliária.
Visa substituir a figura do fiador ou do seguro de fiança locatícia nos contratos
de locação imobiliária. Deve ser constituído sob a forma de condomínio aberto,
sendo vedado o resgate das cotas objeto de cessão fiduciária.

 Ações
Ação é um valor mobiliário, emitido por sociedades anônimas, que
representa uma parcela do seu capital social.

O proprietário de ações emitidas por uma companhia é chamado de


acionista e tem status de sócio, tendo direitos e deveres perante a sociedade, no
limite das ações adquiridas.

Apesar de todas as sociedades anônimas terem o seu capital dividido


em ações, somente as ações que forem emitidas por companhias de capital
aberto, as quais possuem registro na CVM, poderão ser negociadas
publicamente.

A propriedade da ação é representada por um "Certificado de Ações" ou


pelo "Extrato de Posição Acionária" emitidos, respectivamente, pela companhia
e por uma instituição contratada pela sociedade para o atendimento aos
acionistas. Em qualquer caso, no documento deverá constar, dentre outras
informações, o número de ações possuídas e o nome do acionista.

Observação: Atualmente, as ações são predominantemente escriturais,


isto é, sua propriedade é comprovada por extratos e não mais por cautelas.

O investimento em ações é considerado de renda variável.

Para saber mais quais as diferenças entre Renda Variável e Renda Fixa
acesse: http://www.portaldoinvestidor.gov.br.

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 O que você ganha quando se torna acionista?
Quando você compra uma ação de uma companhia aberta se torna
acionista e participa do lucro da companhia por meio do recebimento de
dividendos e de bonificações.

Quando for o caso de emissão de novas ações por parte da companhia,


haverá ainda o direito de subscrição dessas ações. Pode ganhar também caso
haja valorização do preço das ações na bolsa de valores.

Obedecida a Legislação e observando o contido no Estatuto Social da


Companhia, os administradores propõem e os acionistas, em assembleia geral,
deliberam a distribuição de direitos aos acionistas, dentre os quais se destacam:

 Dividendos
O dividendo é a parcela do lucro distribuída em dinheiro aos acionistas,
sendo deliberado em Assembleia Geral Ordinária, anualmente realizada para
aprovação das contas do exercício social anterior.

Os acionistas têm direito de receber como dividendo obrigatório em cada


exercício, a parcela dos lucros estabelecida no estatuto, ou, se este for omisso,
metade do lucro líquido do exercício ajustado na forma prevista no artigo 202 da
Lei 6404/76. A maioria das companhias abertas brasileiras estabelece em seus
estatutos sociais o dividendo obrigatório de 25% do lucro líquido obtido. Cabe
destacar a possibilidade de que o estatuto social também defina dividendos
prioritários mínimos ou fixos sobre o capital social ou o patrimônio líquido da
companhia.

Dividendos fixos são aqueles cujo valor se encontra devidamente


quantificado no estatuto, seja em montante certo em moeda corrente, seja em
percentual certo do capital, do valor nominal da ação ou, ainda, do valor
patrimonial da ação.

Nesta hipótese, tem o acionista direito apenas a tal valor, ou seja, uma
vez atingido o montante determinado no estatuto, as ações preferenciais com
direito ao dividendo fixo não participam dos lucros remanescentes, que serão

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distribuídos entre as ações ordinárias e preferenciais de outras classes, se
houver.

Dividendo mínimo é aquele também previamente quantificado no


estatuto, seja com base em montante certo em moeda corrente, seja em
percentual certo do capital, do valor nominal da ação ou, ainda, do valor do
patrimonial da ação.

Porém, ao contrário das ações com dividendo fixo, as que fazem jus ao
dividendo mínimo participam dos lucros remanescentes, depois de assegurado
aos ordinários dividendos iguais ao mínimo.

Assim, após a distribuição do dividendo mínimo às ações preferenciais,


às ações ordinárias caberá igual valor. O remanescente do lucro distribuído será
partilhado entre ambas às espécies de ações, em igualdade de condições.

 Bonificações
Ao longo das atividades, a Companhia poderá destinar parte dos lucros
sociais para a constituição de uma conta de "Reservas" (termo contábil). Caso a
companhia queira, em exercício social posterior, distribuir aos acionistas o valor
acumulado na conta de Reservas, poderá fazê-lo na forma de Bonificação,
podendo efetuar o pagamento em espécie ou com a distribuição de novas ações.

 Subscrições de novas ações


É o ato de adquirir novas ações emitidas em decorrência de aumento de
capital da Companhia. O aumento de capital tem como objetivo suprir as
necessidades de recursos, seja para ampliar a capacidade produtiva, suprir as
necessidades de capital de giro ou para sanear o passivo.

Os direitos de subscrição conferem aos seus detentores a possibilidade


de exercer o direito de compra de novas ações e podem ser negociados no
mercado, isoladamente das ações. Esses direitos deixam de ter valor para
negociação assim que se encerra o prazo para a subscrição de novas ações,
emitidas pela companhia aberta.

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Se o aumento de capital for oferecido somente aos acionistas da
companhia emissora das ações, será uma subscrição privada. No entanto, se as
novas ações forem oferecidas junto ao público em geral, a subscrição será
pública. Neste caso, o antigo acionista poderá ter o direito de preferência, ou
seja, o direito de subscrever, antes dos novos acionistas, uma quantidade de
ações proporcional à sua participação acionária na Companhia.

É importante lembrar que a Lei das Sociedades por Ações (Lei nº


6.404/76) permite que nas companhias abertas com capital autorizado, em
certas situações excepcionais previstas no art. 172 da referida lei, o direito de
preferência seja excluído ou, ainda, que o prazo de 30 (trinta) dias para o seu
exercício seja reduzido, desde que haja previsão no estatuto social.

 Bônus de Subscrição
É um direito dado ao acionista de subscrever novas ações numa data
futura a um preço determinado. Esses bônus de subscrição podem ser alienados
ou atribuídos, como vantagem adicional, aos subscritores de ações e
debêntures, ou o investidor terá que pagar um preço por esse direito que,
logicamente, será inferior ao preço da ação no mercado. Neste caso, o acionista
deverá avaliar se compensa ou não exercer o direito.

Exemplos:

Exemplo: Se o preço pago pelo Bônus foi de R$ 2,00, dando ao acionista o direito de
subscrever a ação por R$ 3,00, o preço total de compra da ação seria de R$ 5,00. Se a
cotação da ação no mercado estiver a R$ 6,00, valerá a pena o investidor exercer o direito. É
importante mencionar que se o investidor não subscrever a ação ou subscrever sem a
utilização do Bônus, perderá os R$ 2,00 pagos quando da compra do direito.

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 Espécies de Ações
No Brasil, há três espécies de ações emitidas pelas companhias abertas.
O que as diferencia são os direitos que concedem a seus acionistas. O Estatuto
Social das Companhias, que é o conjunto de regras que deve ser cumprida pelos
administradores e acionistas, define as características de cada espécie de
ações.

 Ação Ordinária (sigla ON)


Sua principal característica é conferir ao seu titular direito a voto nas
assembleias de acionistas.

 Ação Preferencial (sigla PN)


Normalmente, o Estatuto retira dessa espécie de ação o direito de voto.
Em contrapartida, concede outras vantagens, tais como:

 Prioridade na distribuição dos dividendos (sua principal


característica), o que significa que não podem ser pagos
dividendos às ações ordinárias sem que se paguem os
dividendos às ações preferenciais;
 Prioridade no reembolso do capital, o que significa que, no
caso de liquidação da companhia, depois de pagos os
credores, os recursos que sobrarem serão destinados
primeiramente ao resgate das ações preferenciais.

 Ações de Fruição
São ações que já foram amortizadas, ou seja, a companhia antecipou ao
acionista a quantia a que ele teria direito no caso de liquidação da companhia.
Somente o Estatuto ou a Assembleia Geral Extraordinária da companhia poderá
autorizar esta operação.

 Clube de Investimento

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É uma comunhão de recursos de pessoas físicas, no máximo 150
participantes, salvo exceções previstas na regulamentação, administrada
profissionalmente por instituição credenciada pela CVM.

O funcionamento dos clubes de investimento obedece a normas da


CVM, da Bovespa e a um Estatuto Social, documento que estabelece as regras
de funcionamento que regem um clube de investimento ou companhia aberta. O
próprio clube determina seus principais aspectos e só pode ser alterado por
decisão dos participantes em Assembleia Geral, que têm poderes para decidir
sobre todas as matérias relativas aos interesses do clube.

A carteira dos clubes de investimento deve ser composta por, no mínimo,


51% em ações, bônus de subscrição e debêntures conversíveis em ações de
companhias abertas, adquiridas em bolsas de valores ou mercado de balcão
organizado, que é um ambiente de negociação administrado por instituições
autorreguladoras, autorizadas e supervisionadas pela CVM. Essas mantêm
sistema de negociação (eletrônicos ou não) e regras adequadas à realização de
operações de compra e venda de títulos e valores mobiliários, bem como à
divulgação das mesmas por entidades autorizadas pela CVM ou por meio de
distribuição pública. E nenhum dos cotistas do fundo pode ter mais de 40% das
cotas existentes.

A grande vantagem dos clubes em relação aos fundos de investimento


reside na possibilidade de seus membros participarem da gestão da carteira,
gestão profissional de recursos ou valores mobiliários, entregue ao
administrador, com autorização para que este, discricionariamente, compra ou
venda títulos e valores mobiliários por conta do fundo.

Constitui atividade sujeita à fiscalização da CVM do clube, que pode ser


realizada por pessoa diferente do administrador do clube ou ser exercida,
isoladamente ou em conjunto, por: representante dos condôminos, pessoas
físicas ou jurídicas contratadas ou entidade integrante do sistema de distribuição
de títulos e valores mobiliários (Sociedades Corretoras, Distribuidoras, Bancos
de Investimento, etc.).

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É importante lembrar que, caso o administrador seja remunerado pela
administração da carteira, deverá estar previamente autorizado pela Comissão
de Valores Mobiliários (CVM) para o exercício dessa atividade.

Há inúmeros outros tipos de aplicações, focamos as mais tradicionais,


mas podemos citar títulos da dívida pública, ouro, dólar entre outros.

10 GESTÃO DE CAIXA X GESTÃO DE COMPETÊNCIA

As empresas, de uma forma geral, trabalham por gestão de caixa ou


gestão de competência; na realidade, a gestão é determinada pelo regime de
trabalho que a empresa adota.

O que diferencia um regime do outro é o momento do reconhecimento


das receitas e despesas.

Para exemplificar, tomemos como exemplo a contratação de um seguro


no qual a contratante paga uma única parcela na assinatura do contrato e tem
seu bem segurado por um ano.

Note que a segurada desembolsou um recurso que trará benefícios por


um ano; tem-se, portanto, a aplicação de recursos em despesas, no entanto esta
despesa não é exclusivamente daquele mês do desembolso e sim de um período
de doze meses.

Note também que, do lado da seguradora houve o ingresso de uma


receita de seguros em um único mês. Porém, esta receita só será efetivamente
um ganho, depois de passados doze meses e nenhuma avaria acontecer no
objeto segurado ou ainda se a contratante segurada não desistir ou interromper
o período de contrato.

O Regime de Caixa considera que as receitas e despesas devem ser


contabilizadas integralmente no momento do desembolso ou recebimento dos
recursos.

Assim, no exemplo acima, a empresa registraria no ato do pagamento o


desembolso do recurso e a aplicação em despesa de seguro, colocando o valor

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total como despesa daquele mês. Este regime só é aplicado em entidades sem
fins lucrativos.

O Regime de Competência, preconizado pela Lei 6404/76 (art. 177) e


pelas regulamentações do Conselho Federal de Contabilidade, considera que as
receitas e despesas devem ser contabilizadas durante o período em que
estiverem fazendo efeito.

Assim, no exemplo citado, é necessário um rateio (divisão) do valor da


despesa pelo período de vigência do contrato para que a cada mês seja
reconhecida uma parcela desta despesa até que termine o prazo do contrato.

Ainda de acordo com o exemplo acima, para realizar o lançamento do


pagamento do seguro é necessária que seja reconhecida a origem do recurso e
que a aplicação seja em despesas antecipadas, conta esta do ativo circulante
por representar um direito da empresa em estar segurada pelo período do
contrato.

Daí por diante, a cada mês é retirada uma parcela desta despesa
antecipada e colocada no resultado como despesa daquele mês. O Regime de
Competência justifica a utilização de contas de despesas e receitas antecipadas,
assim como as provisões de despesas a serem liquidadas em exercícios
posteriores.

Para ilustrar melhor os conceitos de ambos os regimes seguem


exemplos:

Transações

 Em 05/jan/2005, dois amigos iniciam em uma prestadora de serviços


com capital disponibilizado por eles em dinheiro no valor R$
5.000,00.
 Em 10/jan/2005, a empresa compra alguns móveis, com pagamento
à vista, no valor de R$ 4.000,00.
 Em 23/jan/2005, a empresa prestou um serviço no valor de R$
6.000,00 com recebimento para 23/fev/2005.

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 Em 31/jan/2005, a empresa registrou o aluguel do mês de janeiro no
valor de R$ 1.000,00 que tem vencimento em 10/fev/2005.

Figura 8

FONTE: do autor.

Comentários:

o O valor da compra dos móveis reduziu o caixa pelo pagamento à vista.


o O valor do serviço prestado foi reconhecido como receita de janeiro
porque o serviço foi prestado em janeiro.
o O serviço prestado não entrou no caixa de janeiro porque o cliente
somente vai pagar em fevereiro.
o O aluguel de janeiro não tem impacto no caixa de janeiro porque
somente será pago em fevereiro.
o Entretanto, o aluguel de janeiro tem que ser reconhecido como
despesa de janeiro. O aluguel é devido pelo uso do imóvel. Se a
empresa utilizou o imóvel durante janeiro, esta despesa é de janeiro.
Não é de dezembro nem de fevereiro!

 Fixação do conceito de competência x caixa


a) Considerando a situação em que a empresa paga a conta de luz do
mês de janeiro, à vista, no próprio mês de janeiro, teremos:
b)

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Janeiro
Reduz o patrimônio
Caixa (100) Despesa com luz (100)
em janeiro.
(Diminui ativo) (Reduz resultado)

Mas se considerarmos a empresa pagando a conta de luz de


janeiro em fevereiro, teremos:

Janeiro

Luz a pagar 100 Despesa com luz (100) Reduz o patrimônio


em janeiro.
(Aumenta passivo) (Reduz resultado)

Fevereiro
Não altera o
Caixa (100) Luz a pagar (100)
patrimônio em
(Diminui ativo) (Aumenta passivo) fevereiro

Note que a despesa será sempre registrada no momento em que


ocorreu (janeiro), independente da forma de pagamento. O resultado de
fevereiro não é afetado por esta despesa que pertence a janeiro. Esse é o
conceito de competência e caixa.

Agora, a título de curiosidade, existe ainda o Regime Misto que é


utilizado na contabilidade pública e consiste em mesclar a aplicação dos regimes
de caixa e competência. Utiliza-se o regime de caixa para as receitas e de
competência para as despesas.

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11 ANÁLISE DOS DEMONSTRATIVOS FINANCEIROS

A análise das demonstrações financeiras consiste em verificar a situação


econômico-financeira da empresa a partir das informações disponibilizadas pela
contabilidade.

Tal análise se faz de acordo com o interesse do usuário da informação


contábil e financeira. Do ponto de vista da empresa, os usuários dividem-se em
dois grupos:

 Os usuários internos são os responsáveis pela gestão da empresa,


ou seja, são os executivos intimamente relacionados com o processo
decisório da organização.
 Os usuários externos são os prestadores de serviços, os bancos, os
clientes, os concorrentes, etc.

Basicamente, trata-se de instruir o processo decisório com informações


sobre a saúde financeira, a estrutura de captação de recursos, a rentabilidade e
o desempenho operacional da empresa.

Principais interessados na análise

o Sócios/acionistas: extraem da análise das demonstrações


financeiras os dados necessários para acompanhar o poder de
solvência e a lucratividade da empresa, além de comparar o
desempenho global com o de exercícios anteriores.
o Fornecedores: pelo fato de negociarem o fornecimento de
mercadorias e serviços, precisam tomar conhecimento da estrutura
patrimonial de seus clientes, a fim de viabilizar seus créditos com
maior segurança, fundamentalmente por meio da análise de liquidez.
o Instituições financeiras: necessitam conhecer a estrutura
patrimonial da empresa, para obter maior segurança nas operações

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de financiamento, além de desconto de duplicatas e outras
operações financeiras.
o Clientes: necessitam conhecer a situação econômico-financeira de
seus fornecedores para garantir o fornecimento dos bens e serviços
adquiridos, bem como os prazos a serem cumpridos.

Demonstrações e relatórios da análise:

o Balanço patrimonial (BP);


o Demonstração do resultado do exercício (DRE);
o Demonstração das mutações do patrimônio líquido (DMPL);
o Demonstração das origens e aplicações dos recursos (DOAR);
o Notas explicativas: complementam as demonstrações contábeis;
o Relatório da administração: informa sobre diversos aspectos da
empresa;
o Parecer dos auditores independentes: atesta a fidedignidade das
informações.

Principais restrições:

o Análise baseada em demonstrações contábeis não auditadas;


o Não observância aos principais fundamentos da contabilidade;
o Demonstrações contábeis com omissões relevantes de informações;
o Números não confiáveis em função da precariedade dos controles
internos;
o Reconhecimento inadequado das operações;
o Interesse político;
o Interesses fraudulentos.

 Tipos de Análise
 Análise vertical

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A análise vertical mostra a participação percentual de cada item das
demonstrações financeiras em relação ao somatório de seu grupo. Essa análise
permite avaliar a composição de itens e sua evolução no tempo.

Este tipo de análise propicia a comparação das percentagens dos itens


das diversas demonstrações em relação a outras empresas, basicamente as
concorrentes que atuam no mesmo ramo de atividade.

A análise vertical é de grande importância, principalmente quando


aplicada à demonstração de resultado do exercício, porque possibilita detectar a
composição percentual das receitas e despesas, evidenciando aquelas que mais
influenciaram na formação do lucro ou prejuízo.

 Análise horizontal
A análise horizontal toma por base dois ou mais exercícios sociais para
verificar a evolução ou “involução” de seus componentes. Observando o
comportamento dos diversos itens do patrimônio e, principalmente, dos índices,
pode-se fazer uma análise de tendência.

Permite fazer diversas análises comparativas, seja da variação dos


valores de cada conta ou grupo de contas ao longo dos exercícios, seja da
variação dos índices apresentados pela empresa nos períodos analisados. A
avaliação das modificações das contas é feita por meio da comparação com:

o As variações históricas da própria empresa;


o As taxas de crescimento da economia;
o As taxas de crescimento do setor a que pertence a empresa;
o A taxa de inflação oficial;
o As variações nas contas idênticas das demonstrações de
concorrentes.

A análise horizontal dos índices tem a grande vantagem de eliminar a


preocupação do gestor com os patamares de inflação no período considerado,

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uma vez que os índices resultam da comparação de grandezas de uma mesma
data.

 Indicadores econômico-financeiros

O principal instrumento utilizado para analisar a situação econômico-


financeira de uma empresa é o índice, ou seja, o resultado da comparação entre
grandezas.

Os índices estabelecem a relação entre as contas ou grupo de contas


das demonstrações contábeis, visando evidenciar determinado aspecto da
situação econômico-financeira de uma empresa.

Facilitam sensivelmente o trabalho de análise, uma vez que a apreciação


de certas relações ou percentuais é mais significativa que a observação de
montantes. Servem como um termômetro da saúde financeira da empresa. Os
principais índices são:

o Índices de liquidez: apontam a capacidade de pagamento da empresa;


o Índices de estrutura de capital: demonstram a estrutura de capital da
empresa;
o Índices de endividamento: refletem o nível de endividamento da
empresa;
o Índices de atividades: mostram a dinâmica de algumas atividades da
empresa;
o Índices de rentabilidade: avaliam o desempenho econômico da empresa.

Existem diversos outros índices para análise das demonstrações


financeiras. Cabe ao analista decidir qual utilizar com o objetivo da análise,
podendo até criar.

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12 ANÁLISE DE INVESTIMENTOS

Investimento é o valor que você retira do caixa para investimento inicial


ou para pagamento de despesas de manutenção das atividades empresariais,
com o objetivo de gerar resultados positivos (lucro) no futuro.

Quando você realiza um investimento, deseja receber o máximo de


retorno que ele pode oferecer. Você já viu o conceito de taxa interna de retorno
anteriormente, mas é bom você saber que ela pode ser calculada por meio da
fórmula:

TIR = Lucro x 12 (meses) x 100

Investimento

A Análise de Alternativas de Financiamento e Investimento conta


com um conjunto de técnicas da Engenharia Econômica que permite a
comparação entre alternativas diferentes, de forma científica. Ao permitir que as
diferenças sejam explicitadas de forma quantitativa, o conjunto dessas técnicas
constitui uma ferramenta da maior utilidade no processo de tomada de decisões
de qualquer empresa, independente de porte ou ramo de atividade.

Para ser eficiente, a Análise de Investimentos pressupõe alguns


princípios fundamentais:

 Não existe decisão com alternativa única, todas as alternativas


devem ser consideradas.
 Somente é comparável alternativa homogênea, não se pode optar
entre pouco retorno com pouco investimento e muito retorno com
muito investimento, por exemplo.
 Apenas as diferenças entre as alternativas são relevantes, não perca
tempo com o que é comum a elas.

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 Os critérios para decisão entre alternativas econômicas devem levar
em consideração o valor do dinheiro no tempo; o princípio da
equivalência é básico.
 Não devem ser subestimados os problemas relativos ao
racionamento de capital, a menos que isso não seja problema para
você.
 Decisões separáveis são tomadas separadamente.
 As previsões são necessariamente falhas e o seu grau e tipos de
incerteza devem ser explicitados.
 O evento qualitativo, não quantificado monetariamente, deve ser
claramente especificado.
 A retroalimentação (feedback) de informações é fundamental e é a
única maneira de minimizar o impacto dos erros das previsões.
 Os dados relevantes são os econômicos e gerenciais; os dados
contábeis só são importantes na avaliação após o Imposto de
Renda. Não importa se um equipamento é depreciado contabilmente
em 10 anos ou se está obsoleto em cinco anos.

Mas tem também algumas limitações:

 A escolha do método, o qual deve considerar o aspecto mais


abrangente do problema, uma vez que é impossível levar em
consideração e quantificar todas as variáveis em situações reais.
Premissas, restrições e limitações devem ser claramente
caracterizadas.
 Os modelos estudados pressupõem taxas de juros e retorno iguais,
embora no mercado as taxas de juros (empréstimos) sejam sempre
maiores que as taxas de retorno (aplicação). A taxa de retorno será
denominada doravante de Taxa Mínima de Atratividade, ou
simplesmente TMA, refletindo a menor taxa de retorno aceitável para
um investimento.

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 Os modelos pressupõem taxas constantes, o que recomenda a
utilização de uma média das taxas projetadas, ou a explicitação de
que a solução está vinculada às circunstâncias presentes.
 Os modelos pressupõem viabilidade econômica e financeira para o
fluxo de caixa real final.
 Os modelos levam em consideração que os fluxos de caixa ocorrem
no final dos respectivos períodos (anos), embora a maioria possa
ocorrer ao longo do período. Nesses casos, os fluxos de caixa são
os valores equivalentes, no final do período, aos demais fluxos
ocorridos durante aquele período.
 A complexidade do modelo deve ser compatível com a confiabilidade
dos dados assumidos.

 Métodos de Análise
As principais técnicas utilizadas pela Análise de Investimentos são os
métodos de análise, também chamados “Métodos Equivalentes para Avaliação
de Alternativas de Financiamento e Investimento”.

 Método do Custo Anual


Consiste em transformar os fluxos de caixa das alternativas em séries
uniformes equivalentes, utilizando uma taxa de juros igual à Taxa Mínima de
Atratividade. É possível, então, chegar a um Custo Anual Equivalente, que
servirá de parâmetro para comparação entre as alternativas.

Abaixo temos a fórmula para calcularmos o custo anual equivalente:

PMT = PV x (1 + i) n x i

(1 + i) n - 1

onde:

 PV é o Valor Presente;
 n é o número de períodos;

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 i é a taxa de juros.

Dessa fórmula tiramos que:

PV = PMT x (1 + i) n - 1

(1 + i) n x i

Cabe ressaltar que, embora chamado de Método do Custo Anual,


ele é adequado para a análise de diferentes períodos do ano. É importante, no
entanto que, por ora, as alternativas tenham a mesma duração de tempo, isto é,
a mesma Vida Econômica.

Vejamos o exemplo abaixo.

Figura 9

FONTE: do autor

Solução:

 Alternativa A
Custo Anual Dado = 10000

 Alternativa B
Custo Anual Equivalente do investimento inicial (PV):

PMT (PV) = 15.000 (0,10 . 1,1010) = 2441

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1,1010 - 1

Custo Anual Dado = 5000

Custo Anual Total = 7441

 Alternativa C
Custo Anual Equivalente do investimento inicial (PV):

PMT (PV) = 20000 . 0,10 . 1,1010 = 3255

1,1010 - 1

Custo Anual Dado = 4000

Retorno Anual Equivalente do Valor Residual (FV):

PMT (FV) = - 2000 . 0,10 = - 125

1,1010 - 1

Custo Anual Total = 7130

A alternativa C é a mais vantajosa por apresentar os menores custos


anuais equivalentes.

 Método do Valor Presente Líquido

Consiste em se calcular a soma algébrica dos valores equivalentes de


todos os fluxos de caixa no período zero utilizando a Taxa Mínima de
Atratividade. A soma desses Valores Presentes resulta no Valor Presente
Líquido da alternativa. A alternativa mais indicada é aquela que apresenta o
maior retorno em relação a um investimento, ou o menor custo. É fundamental
que se observe o sinal dos respectivos fluxos de caixa.

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Assim, um VPL positivo significa que o Valor Presente dos retornos é
maior que o Valor Presente dos investimentos e das despesas. Quanto maior o
VPL positivo, maior essa diferença e, portanto, maior a razão entre retorno e
investimento.

Se VPL=0 (nulo) o projeto oferece a mesma rentabilidade que a


alternativa de investimento financeiro remunerada pela TMA. Se VPL<0
(negativo), o Valor Presente dos desembolsos supera o Valor Presente dos
recebimentos, o que torna o projeto economicamente não recomendável. No
caso da escolha obrigatória entre alternativas com VPL<0, a opção mais
econômica será a que apresentar o menor VPL.

A fórmula utilizada para calcularmos o Valor Presente Líquido (VPL) é:

onde:

 Co é o fluxo de caixa feito na data zero;


 Cn é o fluxo de caixa feito no período n;
 n é o número de períodos;
 i é a taxa de juros.

Observe o exemplo do método anterior:

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Figura 10

FONTE: do autor.

Todas as alternativas são ruins, pois apresentam uma rentabilidade


menor que a esperada (TMA). Porém, se a escolha é obrigatória, a melhor
alternativa é C, pois apresenta o menor VPL negativo, o que significa menor
custo real.

Outro exemplo mais detalhado e bem mercadológico. Duas alternativas


de investimentos estão sendo analisadas por uma empresa. Os seguintes dados
foram obtidos:

Figura 11

FONTE: do autor.

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Inicialmente, calculam-se os Fluxos de Caixa líquidos:

Figura 12

FONTE: do autor.

Resumindo:

Figura 13

FONTE: do autor.

 Alternativa A
VPLA= -2000 + PV(PMT) + PV(FV)

= - 2000 + 910 . (1+0,10)10 – 1 + 300 . (1+0,10) -10

0,10.(1+0,10)10

= - 2000 + 5592 + 116

= 3708

 Alternativa B
VPLB= -2500 + PV(PMT) + PV(FV)

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= -2000 + 1120 . (1+0,10)10 – 1 + 450 . (1+0,10) -10

0,10.(1+0,10)10

= - 2500 + 6882 + 173

= 4555

A alternativa B é a melhor, uma vez que apresenta o maior Valor Presente


Líquido positivo.

 Método da Taxa Interna de Retorno


Consiste em determinar a taxa para a qual, o Valor Presente Líquido, é
igual a zero, ou seja, a taxa para a qual o Valor Presente dos retornos do projeto
é igual ao Valor Presente dos investimentos necessários.

Uma comparação entre a Taxa Interna de Retorno (TIR) e a Taxa Mínima


de Atratividade (TMA) permite avaliar a alternativa. Se TIR > TMA, o investimento
propicia um retorno superior ao de uma aplicação financeira com a rentabilidade
da TMA. Se TIR = TMA, a rentabilidade é igual à da aplicação financeira e,
finalmente, se TIR < TMA, o investimento não é economicamente recomendável,
uma vez que propicia um retorno inferior ao de uma aplicação financeira com a
rentabilidade da TMA.

Uma análise entre diversas alternativas economicamente viáveis conduz


à escolha da alternativa com a maior Taxa Interna de Retorno.

Observação: O método permite uma análise de sensibilidade do


investimento, ou seja, permite saber qual a Taxa Mínima de Atratividade
que viabiliza determinado investimento. Reduzida a TMA a um patamar
inferior a TIR de um determinado investimento, antes economicamente
inviável, ele adquire viabilidade por redução da TMA.

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Para utilização desse método, é necessário que as alternativas
tenham o mesmo investimento e que possam ser representadas por um
Diagrama de Fluxos de Caixa Ordinário, isto é, que sejam constituídas de um
único investimento feito no período zero, seguido de uma série de retornos
líquidos.

No caso dos investimentos serem diferentes, pode-se decompô-los de


forma a trabalhar com um conjunto de investimentos iguais. Já no caso de
investimentos múltiplos, o método não deve ser aplicado, uma vez que serão
obtidas taxas de retorno múltiplas, uma para cada inversão de fluxo de caixa
entre investimentos e retornos.

Vamos ao exemplo abaixo representado pelo fluxo de caixa a seguir,


durante sete anos:

Figura 14

FONTE: do autor.

Solução: Calculando o VPL para uma taxa arbitrária de 15% a.a.,


teremos: VPL = 2146.

Como o Valor Presente Líquido resultou positivo, precisamos arbitrar


outra taxa que minimize o Valor Presente dos fluxos positivos, portanto uma taxa
maior, por exemplo, 20% a.a.: VPL = (605)

O Valor Presente Líquido negativo representa uma inversão de sinal em


relação à taxa anterior, o que significa que a Taxa Interna de Retorno (que faz
VPL = 0) está entre 15% a.a. e 20% a.a.

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Por meio de uma simplificação do processo, estimamos a TIR por
Interpolação Linear (Método para calcular valores intermediários em gráficos
lineares por meio da geometria) das taxas utilizadas:

2146  15% 0 - 2146 i - 15%

0  i =  i ~ 18,9% a.a.

- 605  20% - 605 - 2146 20% - 15%

Obviamente, esta forma de cálculo, trabalhosa e imperfeita pela


utilização da interpolação linear, pode ser substituída, com vantagens, pela
utilização das funções financeiras avançadas encontradas nas calculadoras
financeiras mais completas.

É importante observar que o conceito de Taxa Interna de Retorno está


intimamente vinculado à Vida Econômica do investimento. Assim, o investimento
acima possibilita uma TIR de aproximadamente 18,9% ao ano para uma Vida
Econômica de sete anos. Isso quer dizer que o capital investido será remunerado
a, aproximadamente 18,9% ao ano e que o investimento será totalmente
recuperado em sete anos.

Vejamos agora a Classificação das Alternativas.

 Alternativas Singulares
Na análise de alternativas singulares podem-se utilizar os métodos do
Valor Presente Líquido e da Taxa Interna de Retorno, como fizemos para cada
alternativa nos exemplos desses dois métodos.

A análise, nesse caso, é simples. O investimento que possui Valor


Presente Líquido positivo (VPL > 0) é economicamente viável, pois possibilita
um retorno sobre o investimento superior ao propiciado por uma aplicação

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financeira à Taxa Mínima de Atratividade. No caso do método da Taxa Interna
de Retorno, a conclusão é a mesma, desde que o investimento possua a Taxa
Interna de Retorno maior que a Taxa Mínima de Atratividade.

 Alternativas Múltiplas
Na análise de alternativas múltiplas os métodos do Custo Anual e do
Valor Presente Líquido aplicam-se como apresentado nos respectivos exemplos.
Já o método da Taxa Interna de Retorno, por pressupor investimentos iguais,
exige, no caso de investimentos diferentes, a decomposição em fluxos
complementares, de modo a ser definido o fluxo de caixa incremental de um
projeto em relação a outro. Este seria o fluxo de caixa composto apenas pelas
diferenças incrementais de um projeto em relação a outro. Para um conjunto de
alternativas com investimentos diferentes, procederíamos da seguinte maneira:

 Ordenar as alternativas em ordem crescente de investimentos.


 Determinar a TIR da primeira alternativa e compará-la com a TMA.
Se a TIR < TMA, abandonar esta alternativa e repetir a análise para
a alternativa seguinte e, assim, sucessivamente até a obtenção de
uma alternativa economicamente viável.

A partir da primeira alternativa viável, calcula-se a Taxa de Retorno


Incremental da próxima alternativa. A Taxa de Retorno Incremental é a TIR do
fluxo de caixa incremental de um projeto em relação a outro com investimento
menor.

Esse fluxo de caixa incremental é o fluxo de caixa composto pelas


diferenças algébricas entre os fluxos de caixa da alternativa com investimento
maior e a primeira alternativa viável. A Taxa de Retorno incremental é, também,
comparada com a Taxa Mínima de Atratividade. A primeira alternativa é
remunerada pela sua TIR e a segunda alternativa é remunerada, em parte pela
TIR, e na parte incremental, pela Taxa de Retorno Incremental. Se a Taxa de
Retorno Incremental for maior que a TMA, a alternativa é, também, viável.

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 Alternativas com vidas econômicas diferentes
No caso de se analisar alternativas com diversas vidas econômicas,
somente os métodos do Custo Anual e do Valor Presente são aplicáveis. O
método do Custo Anual não sofre distorções graves com a diferença de Vidas
Econômicas, o que ocorre com o método do Valor Presente Líquido. Em ambos
os casos, a diferença pode ser contornada, levando-se em consideração a
possibilidade de reinvestimento. Define-se, assim, um prazo que seja o Mínimo
Múltiplo Comum entre os prazos das alternativas propostas e repete-se o fluxo
de caixa de cada alternativa o número de vezes necessário para preencher o
prazo comum. Recai-se, então, na análise com vidas iguais.

Chegamos assim à seguinte conclusão: Independente do ramo ou do


porte da sua empresa, o empresário está sempre às voltas com decisões sobre
investimentos.

Seja a substituição de um veículo, seja a abertura de uma nova filial, ou


então a contratação de novos funcionários, são decisões que envolvem valores
importantes para a empresa e devem ser tomadas com base em informações
concretas fundamentadas em uma análise criteriosa e tecnicamente bem
elaboradas.

Os instrumentos estudados são ferramentas valiosas de apoio às


decisões sobre esses investimentos.

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MÓDULO III

Serão abordados dois significados para “Contas a Pagar”, primeiramente


“Departamento Contas a Pagar” e em seguida o conceito do “Contas a Pagar”.

Contas a Pagar é o setor responsável pelo planejamento e pela


execução de todas as contas a serem pagas pela organização e tem como
finalidade principal garantir que os pagamentos das contas e dívidas da
organização sejam efetuados dentro dos prazos, com isso evitando pagamentos
de tributos, impostos, etc., com juros e multas.

Para entender onde, na estrutura organizacional, está inserido o


Departamento Contas a Pagar, segue o exemplo abaixo:

Figura 15

FONTE: do autor.

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A estrutura apresentada acima tem caráter apenas ilustrativo, cabendo
a cada organização estabelecer sua própria estrutura de acordo com suas
atividades.

As principais contas a pagar estão relacionadas com as operações de


produção e vendas de bens ou prestação de serviços (desembolsos
operacionais).
As contas a pagar são vistas em grande parte das empresas como mais
uma fonte de fundos colocada a sua disposição quase que espontaneamente.
Os fornecedores (por meio das vendas a prazo), empregados (salários,
benefícios e encargos sociais a pagar) e governo (impostos, multas e outras
despesas legais a pagar) são os que mais propiciam crédito para as empresas.
Quando uma empresa necessita adquirir insumos de produção,
mercadorias para venda ou materiais para serviços gerais, comumente o faz por
meio de ordens de compra ou contratos de aquisições. Uma vez aprovadas
essas ordens de compra, é aconselhável, quando à vista, liberar o recurso sem
atraso, quando a prazo incluir automaticamente na relação de contas a pagar.
Essa atividade, em algumas empresas, é feita por sistema automatizado e
informatizado, facilitando, operacionalmente a gestão financeira (avisos
automáticos de datas e valores de dívidas antecipadamente).
Organizações em que as atividades operacionais dão condições para
que se façam compras programadas e fixadas em uma determinada data do mês
ou época do ano são privilegiadas em detrimento daquelas que não utilizam essa
prática. Esse privilégio diz respeito ao maior controle de contas a pagar de
acordo com a gestão das disponibilidades e gestão de contas a receber. A
prática de programar pagamentos se aplica também a salários, impostos, multas
e outras despesas legais.
Ainda, tratando-se de aquisições, algumas empresas têm o hábito de
comprar mercadorias ou insumos em grandes quantidades para aproveitar
preços vantajosos ou descontos obtidos dos fornecedores. Mas essa prática
pode ser questionável, pois envolve outros fatores tais como: rotatividade dos
estoques, obsolescência, sazonalidade das vendas que devem ser analisadas
previamente.

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Segundo Sanvicente (1997, p. 145), um aspecto que deve ser observado
quanto ao controle das saídas de caixa é o processo de pagamento. Para
prevenir desvios e furtos, os cheques emitidos devem ser nominais, e, se
possível, devem ser assinados por duas pessoas. As atividades que fazem parte
do processo de saída de caixa devem ser divididas entre vários funcionários,
deixando de atribuir ou acumular mais de uma responsabilidade para uma única
pessoa. Por exemplo, as atividades de cotação de mercadoria, pagamento e a
reconciliação de saldos bancários com os mapas de emissão de cheques devem
envolver, no mínimo, três pessoas.
Sanvicente (1997, p. 145) salienta que “quando há a possibilidade de
pagar alguma compra ou algum serviço recebido com desconto, deve ser
utilizado integralmente o prazo correspondente, permanecendo os fundos à
disposição da empresa pelo período mais longo possível”.
Determinadas empresas, por hábito
ou por alguma circunstância desfavorável de
fluxo de caixa, adotam a prática de retardar
pagamentos aos fornecedores além do prazo
estipulado. Essa prática é discutível do ponto
de vista ético e da possibilidade da empresa
ganhar fama no mercado de má pagadora,
afetando futuras relações com fornecedores
importantes.
As firmas com escassez de recursos
sentem-se tentadas a escorar-se nos
fornecedores, atrasando o pagamento das
dívidas comerciais muito além das datas de
vencimento. Quando não está em questão a perda dos descontos, o crédito
extra, tomado à custa dos fornecedores, parece ser um crédito gratuito. Alguns
administradores tornaram-se mestres na tática de prolongar os seus créditos até
um ponto quase inadmissível.
As táticas para o uso pleno – melhor diríamos do abuso – dos créditos
comerciais compreendem o pagamento seletivo dos créditos comerciais.

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O que é um eufemismo para testar e tirar o máximo proveito dos limites
da indulgência (ou paciência) dos principais credores, da concentração das
compras nos credores mais complacentes, e de uma arrumação periódica das
contas vencidas, numa base rotativa, como meio de reduzir as pressões dos
fornecedores.
Com os crescentes avanços tecnológicos das últimas décadas, os
gestores financeiros contam com uma prática que se tornou bastante comum
nos dias atuais: os débitos automáticos ou simples transferências da conta
corrente para pagamento de créditos. As empresas podem ter dívidas do outro
lado do mundo que em questão de segundos é possível fazer a quitação destas
por meio de um terminal de computador (pela internet).
Para Fleck (2001), substituiu-se a papelada por informações digitais. Sai
a burocracia e as partes comunicam-se digitalmente. Pelo computador compra-
se, controla-se o recebimento e faz-se o pagamento.

14 CONTAS A RECEBER

Da mesma forma, as Contas a Receber serão abordadas com dois


significados, o Departamento e o conceito.

Departamento é o setor responsável pela verificação dos créditos a


receber da organização tais como: recursos de doações, recursos de
financiadores para projetos, recursos provenientes de venda de produtos
produzidos pela organização etc. Tem também como atribuição apontar os
créditos ou recursos que não entraram no prazo de modo que a área de
administração financeira possa tomar as decisões para que os recursos entrem.

Para entender onde a estrutura organizacional está inserida no


Departamento Contas a Receber, segue o exemplo abaixo:

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Figura 16

FONTE: do autor.

A estrutura apresentada acima tem caráter apenas ilustrativo, cabendo


a cada organização estabelecer sua própria estrutura, de acordo com suas
atividades.

Para muitas empresas, os investimentos em valores a receber


representam uma parte significativa de seus ativos circulantes, exercendo, em
consequência, importantes influências em suas rentabilidades.

As duplicatas a receber só existem em razão da política de crédito da


empresa em conceder prazo de pagamento para seus clientes. Idealmente,
todos os empresários prefeririam vender à vista. No entanto, as pressões do
mercado forçam para que praticamente todas as empresas vendam a crédito.

Geralmente, é o administrador financeiro que controla diretamente as


duplicatas a receber, envolvendo-se no estabelecimento e administração das
políticas de crédito (processo de seleção e determinação de padrões e de
condições de crédito) e da política da cobrança.

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Schirickel (1995, p. 25) define crédito como sendo “todo ato de vontade
ou disposição de alguém de destacar ou ceder, temporariamente, parte de seu
patrimônio a um terceiro, com a expectativa de que esta parcela volte a sua
posse integralmente, depois de decorrido o tempo estipulado”. Esse patrimônio
pode ser representado por bens, no caso de mercadorias pagas a prazo, ou
mesmo de dinheiro.

Para micro e pequenas empresas, a administração de duplicatas a


receber é um dos maiores problemas enfrentados. A decisão de crédito deve ser
feita com base em sólidos princípios financeiros e de negócios. Obviamente, é
preferível deixar de atender a um cliente com potencial a acumular duplicatas
incobráveis que possam levar a empresa à falência.

Segundo Brigham e Houston (1999), os padrões de crédito se referem


às condições financeiras e ao histórico de crédito que um cliente precisa
apresentar para estar qualificado a receber crédito. É importante observar
também que não necessariamente o cliente deverá apresentar todos os
requisitos para poder comprar na empresa; se não apresentar as condições para
o crédito poderá comprar em condições mais restritas.

A Política de Crédito de uma empresa deve estar subordinada às


estratégias de Marketing e Finanças. Uma Política de Crédito liberal, sem dúvida,
aumenta o volume de vendas, no entanto, aumenta também o risco de
inadimplência. Já uma Política de Crédito restritiva tem um baixo risco de perda,
porém as vendas também se tornam reduzidas. O principal efeito de uma Política
de Crédito é seu impacto sobre a lucratividade da empresa.

Esta será afetada pelo custo do financiamento do capital de giro, pela


rentabilidade das vendas e pelo percentual de perda com devedores incobráveis.

Para que se possa conceder crédito a um cliente é preciso, antes de


qualquer coisa, calcular o risco do não recebimento deste crédito. Para isso, faz-
se uma análise de crédito.

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Segundo Schirickel (1995), o principal
objetivo da análise de crédito é o de identificar os
riscos nas situações de empréstimos,
evidenciando conclusões quanto à capacidade de
pagamento do tomador e fazer recomendações
relativas à melhor estruturação e tipo de
empréstimo a conceder.

Ross (2001) classifica como principais


itens para uma política de crédito:

a) Condições de venda: são as formas de como os clientes poderão


comprar ou usufruir dos produtos ou serviços da empresa.

b) Análise de crédito: são os esforços para saber se o cliente tem


condições de pagar o crédito concedido ou não.

c) Política de cobrança: forma com a qual a empresa fará a cobrança do


crédito concedido na data do vencimento.

Autores como Gitman (1997), Brigham e Houston (1999), citam cinco


dimensões para análise do crédito, são os “5 C’s do Crédito”. São elas:

Condições: condições econômicas e empresarias vigentes, bem como circunstâncias


particulares que possam afetar quaisquer das partes da negociação.

Colateral ou garantia: montante de ativos colocados à disposição pelo solicitante para


garantir o crédito, ativos penhorados ou caucionados em garantia do empréstimo.

Caráter: histórico do solicitante quanto ao cumprimento de suas obrigações financeiras,


contratuais e morais.

Capacidade: potencial que o cliente tem em saldar o crédito solicitado. Podem ser
utilizados demonstrativos financeiros, dando atenção aos índices de liquidez e
endividamento.

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Capital: solidez financeira do solicitante, conforme indicado pelo seu patrimônio líquido.

A empresa pode obter informações de seus clientes de várias formas.


Quando seus clientes forem empresas de grande porte, normalmente estas
possuem demonstrações financeiras obrigatórias como Balanço Patrimonial e
Demonstração do Resultado do Exercício.

Estes demonstrativos podem ser utilizados para análise de crédito.


Quando os clientes forem empresas menores, ou até mesmo pessoas físicas,
fazer consultas em órgãos como SPC, SERASA ou outras lojas onde o cliente já
tenha feito compras no crédito.

A partir das informações obtidas nessa análise de crédito, estipula-se a


linha de crédito, que seria o valor máximo que um cliente poderá dever à
empresa, em qualquer época.

Quando se espera vender bem para um cliente, vale gastar certa quantia
para fazer a análise dele. Nesse caso, o custo será menor que o benefício
proporcionado pela conquista desse cliente. É importante observar também que
apesar da necessidade de se fazer uma consulta bem feita, não se deve cansar
o cliente, pois este pode acabar se irritando e não sentido mais o desejo de
consumir o produto da empresa. Para que essa consulta se torne ágil, existem
vários programas de consulta de crédito via Internet, ou até mesmo por telefone,
que podem ser adquiridos pela empresa.

A Política de Crédito trata das condições que serão concedidas aos


clientes aptos a ter crédito. Já a análise de crédito, trata do estudo das condições
de cada cliente, para que ele seja aprovado ou não, para utilizar o crédito
concedido pela empresa. Para essa aprovação, faz-se necessária uma análise,
na verdade, do risco que existe de não receber o valor da compra.

Embora seja uma atividade operacional, a cobrança requer


planejamento e controle para torná-la eficaz. A estrutura organizacional do setor

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de cobrança depende do tipo de cobrança usado pela empresa, perfil de seus
clientes e de seu grau de informatização.

A política de cobrança da empresa compreende os procedimentos


adotados para cobrar as duplicatas a receber quando elas vencem. A eficiência
da política de cobrança pode ser avaliada parcialmente, observando o nível dos
inadimplentes ou incobráveis. Normalmente, segue-se um roteiro para cobrança,
começando por envio de carta, depois telefonema, logo em seguida visitas
pessoais, uso de agências de cobrança e, por fim, protesto judicial.

Quando é definida uma política geral de crédito, a empresa deve


preocupar-se também com determinadas medidas de controle interno,
principalmente as relativas aos custos inerentes ao crédito e investimentos em
valores a receber.

Segundo Assaf Neto (2003), as principais medidas são:

 Despesas com devedores duvidosos: refere-se à probabilidade


definida pela empresa em não receber determinado volume de
crédito.
 Despesas gerais de crédito: envolvem os gastos efetuados no
processo de análise de solicitações e na manutenção de um
departamento de crédito, como pessoal, materiais, serviços de
informação contratados, etc.
 Despesas de cobrança: estão inclusos os gastos gerais efetuados,
principalmente, nos diversos procedimentos adotados pela empresa,
inclusive os provenientes de ações judiciais e taxas cobradas pelos
bancos pela execução dos serviços.
Segundo Gitman (1997), para se avaliar as políticas de crédito e de
cobrança são utilizadas comumente duas abordagens: o índice de períodos
médios de cobrança e o cronograma de vencimentos das duplicatas a receber
em carteira.

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15 CRÉDITO E COBRANÇA

Todas as empresas encontram uma grande dificuldade de cobrar o que


seus clientes lhes devem. Considera-se isso como uma realidade, muito natural,
pois a empresa industrial, comercial, prestadora de serviços não é uma entidade
financeira ou um banco, que vive o dia a dia de conceder créditos, isto é, a
mercadoria de um Banco ou Financeira é o dinheiro e por isso trabalham
profissionalmente. Não costuma ser assim nas empresas e, em alguns casos,
fazem isso na base do improviso e amadorismo.

Veja um exemplo: Se você conceder créditos de R$ 300,00 a R$ 800,00


a determinados clientes, ou seja, vender a prazo, repare nos procedimentos que
você utiliza. Agora experimente ir a algum Banco de sua cidade e pleitear um
empréstimo de R$ 850,00. Sente na frente do gerente e veja se ele lhe concede
na mesma velocidade, simplicidade e facilidade com que seus funcionários
operam em sua empresa.

Entretanto, para prestar um serviço a mais e utilizar uma das ferramentas


de Marketing, a sua empresa dispõe de um bom capital de giro, resolve então
iniciar as vendas a prazo e financiar as aquisições dos seus clientes para
aumentar as vendas e conquistar mais clientes, ou seja, dar crédito. Esta atitude
deve ser entendida como: nesse momento o empresário decidiu atuar em duas
atividades, a primeira produzir e comercializar seus produtos e a segunda, atuar
como uma empresa financeira.

Falta aí um preparo e experiência na atividade de concessão de crédito


e cobrança. É importante ficar claro que nenhuma empresa comercial, industrial,
prestadora de serviços, agropecuária, seja o ramo que for, tem a obrigação de
financiar seus clientes, isso é uma decisão estratégica da empresa.

Os preços praticados devem ser para pagamentos à vista, ou melhor,


dinheiro cá e mercadoria ou serviço lá, então cuidado, são imprescindíveis
critérios e padrões estabelecidos. Deve-se deixar claro nas organizações que as
vendas ou serviços que por ventura forem realizadas a prazo só ocorrerão para
clientes com crédito aprovado. Isso é vital!

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Mas há o outro lado da moeda, você atuando como consumidor, o
fornecedor nos facilita para pagarmos o que compramos em 15, 30, 60 e em 90
dias; por muitas vezes até mais. Por isso, as empresas adotaram a prática de
repassar o benefício para seus clientes, ou seja, o que você está fazendo é dar
crédito com o crédito que você recebeu no mercado. Muitos dizem fazer dinheiro
com o dinheiro dos outros. Enfatiza-se o fato de o seu fornecedor ser uma grande
empresa capitalizada, e possivelmente muito experiente em lidar com o crédito,
enquanto você, muitas vezes sem experiência comercial, se lança a conceder
financiamentos com base no prazo de crédito que você recebeu.

É possível que você perca dinheiro, enquanto seu fornecedor vai receber
direitinho o que lhe financiou, já que você não vai querer perder a fonte de renda
que são os seus produtos e preços especiais.

Muitas vezes, o financiamento dos fornecedores permite que se tenha a


mercadoria nas prateleiras à disposição dos clientes e um prazo para que ela
seja vendida e nunca falte nada no ponto de venda. Por erro, o vendedor do
distribuidor incentiva o empresário a vender no crédito, já que ele paga com
prazo. Mas, aqui está o alerta, as empresas devem primeiramente aprender a
controlar o seu capital de giro para que não sucumbam em um turbilhão de
créditos a receber e muitas contas a pagar, e, pior ainda, as prateleiras vazias e
dívidas em bancos.

O domínio das técnicas de cobrança é um exercício diário de identificar


as técnicas que mais se adaptam ao seu trabalho.

Existem várias formas de cobrar créditos, as mais comuns são:

 Cobrança em carteira (que são pagos no caixa da empresa, por


cobrança pessoal ou carnê).
 Cobrança bancária (simples, desconto, caucionada, factoring).
 Cobrança jurídica (protesto, advogado ou empresa especializada)
da ação em pagamento.

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Tudo pode funcionar naturalmente se todos os clientes pagam em dia
seus compromissos, mas como nem sempre esta é a realidade, precisa ter
organização para enfrentar o que geralmente ocorre, isto é, quando os clientes
atrasam os pagamentos, a inadimplência. Para isso a empresa precisa montar
uma equipe de análise de créditos, constituída de um grupo que trata da análise
e concessão de créditos e a outra equipe de cobrança, esse é o ideal, mas em
algumas empresas menores essas equipes se fundem formando uma única
equipe.
A equipe de crédito para fazer a concessão de crédito tem a
responsabilidade de obter as informações cadastrais escritas de todos os
candidatos a crédito; proceder a análise e pesquisa minuciosa de cada ficha;
conferir se todos os dados são verdadeiros; validar toda a documentação e
possuir uma pessoa que seja capaz de tomar a decisão de conceder ou não
crédito àquele candidato ao crédito.

Sendo assim, há aqui um dos principais elementos da área de crédito e


porque não dizer de cobrança, o cadastro de clientes ou de possíveis clientes,
podendo esse cadastro ser de fornecedores ou de qualquer outra entidade
necessária à organização.

 O que é o Cadastro?
Uma coletânea de dados, um arquivo, um banco de dados que reúne
todas as informações possíveis, de seus clientes, seus fornecedores ou clientes
potenciais de interesse da empresa.

 Qual a Importância do Cadastro?


Cadastrar as empresas fornecedoras e/ou clientes atuais e promissores
se tornam, além da exigência organizacional, também uma necessidade, tendo
em vista que o objetivo é sempre otimizar buscas e pesquisas, validar
informações de forma rápida e eficiente. Os cadastros são tão importantes que
atualmente têm departamentos especializados nas empresas, com o auxílio dos
Datawarehouse e de Business Intelligence (BI).

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 Para que serve o Cadastro?
 Habilitar o cliente para o propósito, ou seja, para contratar, comprar,
tomar empréstimos, enfim para operações que precisam ser
validadas.
 Acompanhar o relacionamento de clientes e fornecedores com a
organização.
 Registrar todas as informações dos clientes que por sua vez geram
como resultado iniciativas de campanhas de novas contratações de
serviços e/ou compra de produtos.
 Identificar novos fornecedores e/ou novos clientes a serem
consultados em futuras prospecções.
 Comprovar a capacidade e idoneidade das informações,
classificando-as de diversas maneiras, como por exemplo,
economicamente por meio da documentação entregue previamente.

Parece, num primeiro momento, que a implementação de cadastros para


a área de crédito e cobrança é muito simples. Até é simples, mas trabalhoso,
requer seguir algumas regras e técnicas, além de exigir uns dois ou três
funcionários experientes (algumas empresas se negam
a contratar).

Depois disso, vem a possibilidade de perda de


oportunidades de negócios e de clientes, caso a pessoa
que esteja no ato da concessão do crédito não seja
muito experiente e com prática no setor. Conclui-se com
a máxima: “Quem não arrisca não petisca”. Podemos
responder: “E até quanto você está querendo arriscar?”
A concessão de crédito não é um jogo e sim um conjunto de técnicas.

Em resumo, é importante ressaltar que o cadastro é um dos grandes


patrimônios e ativos das empresas. Existem situações em que as empresas são
vendidas e o maior bem, ou seja, o bem de maior valor é o cadastro.

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15.1 Como Fazer A Implementação De Técnicas De Cobrança?

Em toda atividade empresarial se fala em conceder e solicitar crédito


para se produzir, comercializar, estocar, etc. Observe que se pode pensar em
realizar a iniciação de um negócio com dinheiro de terceiros, prática muito
comum nos países de moeda estável.

É comum ver empresas fazerem do crédito um instrumento de Marketing


divulgando que com aprovação rápida o cliente leva o produto praticamente na
hora, e com métodos de trabalho apropriados. O ponto fundamental da
concessão de crédito está na experiência de quem gerencia o setor e forma sua
equipe, no controle dos resultados de vender e receber e num processo dinâmico
de atualização colhendo informações rápidas e precisas do mercado.

Um curso de cobrança tem como finalidade organizar a empresa visando


esta área gerencial. As empresas terão informações técnicas de como decidir
vendas concedendo crédito a clientes confiáveis, receber e mantê-los.

O tratamento da cobrança deverá ser um caso especial para cada


equipe, por várias razões. Veja duas a seguir:

Empresas que são exclusivas no mercado, e por isso não querem e não precisam vender
para quem não tem crédito. Como elas não precisam dos clientes, podem selecioná-los
aos seus critérios. Geralmente são indústrias ou comércios exclusivos.

Atitudes: Usam uma rigidez fortíssima nas exigências e condições para quem perdeu o
crédito e só voltam a vender no crédito após muito custo.

O percentual de inadimplência nestas empresas costuma ser baixíssimo e não


passa de 3 a 4% sobre as contas a receber do mês.

Empresas que sofrem uma grande concorrência. Geralmente são empresas que
precisam muito de seus clientes quer seja por seus clientes possuírem uma grande fonte
alternativa de escolha, quer seja pela necessidade de vender muito para ampliar
mercado ou atender a uma grande produção de sua fábrica ou de seu fornecedor.

Atitudes: São flexíveis na concessão do crédito e na cobrança. Trabalham com uma


inadimplência mais alta, chegando de 12 a 20% sobre as contas a receber do mês.

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É recomendável que a gerência use procedimentos de concessão de
crédito e de cobrança de acordo com o risco e o percentual de atrasos que a
diretoria queira assumir. Deverá manter as rotinas de todas as técnicas
recomendadas neste curso, somente graduando para mais ou menos o aperto
em suas empresas.

Nota: As mudanças devem ser realizadas por


quem sabe e tem poder para executá-las,
adaptando as técnicas ao seu dia a dia.

A seguir um exemplo de plano de cobrança, com algumas das


medidas que podem constar num plano de cobrança (vale salientar que é apenas
uma sugestão):

 Etapa 1: Enviar uma carta registrada, com Aviso de Recebimento,


que dá um prazo de uma semana para honrar o seu compromisso.
Se isso não acontecer, é indicado que serão tomadas as ações
judiciais adequadas.
 Etapa 2: Cortar totalmente o fornecimento. Contatar o fiador e as
pessoas que deram recomendações, para comunicar a situação de
inadimplência do devedor.
 Etapa 3: Divulgar a situação do inadimplente no mercado onde ele
atua. Essa medida é muita eficaz junto aos devedores mais
desonestos. A divulgação da fama de caloteiro impossibilita a
continuação da sua atividade e eles costumam liquidar seus
compromissos para se livrar de tal fama (neste caso, muita cautela
é necessária, para evitar ações legais por parte do inadimplente, por
exposição de sua pessoa).
 Etapa 4: Pressionar, enviando seus funcionários à empresa para
pedir explicações sobre a situação.
 Etapa 5: Pedir ao seu advogado para entrar em contato com o
cliente. Uma ligação feita por um advogado é uma clara
demonstração da sua determinação em reaver o que é seu.

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 Etapa 6: Protestar as dívidas no cartório e comunicar ao devedor
esta providência.
 Etapa 7: Executar as garantias ou responsabilizar os fiadores.
 Etapa 8: Outras ações judiciais apropriadas: pedido de falência,
execução...

A cada etapa é associado um prazo. Se nesse prazo as medidas


previstas não surtirem efeitos, passa-se à etapa seguinte. Obviamente, o
calendário estabelecido não é rígido. Se o comportamento do devedor
demonstrou má fé, logo de início, fica caracterizada sua intenção de não pagar.
Neste caso, tome logo medidas mais drásticas.

15.2 TÉCNICAS DE CRÉDITO E COBRANÇA

Como a empresa pode proteger-se contra a inadimplência de maus


pagadores e cobrar débitos atrasados, em tempos difíceis, sem perder o cliente?
“Quem empresta dinheiro aos amigos, no final das contas, perde dinheiro ou
perde o amigo”, segundo um ditado irônico da sabedoria popular. Na
administração empresarial, entretanto, é praticamente impossível seguir a
conhecida regra geral “amigos, amigos, negócios à parte”.

Na economia moderna, toda transação comercial (incluindo a prestação


de serviço) envolve algum tipo de operação de crédito ou, no mínimo, a
concessão de um período de carência para o pagamento. Assim, clientes e
fornecedores que compram e vendem a crédito ou em condições especiais
devem ser considerados, ao mesmo tempo, os melhores amigos da empresa,
pois - juntamente com seus funcionários - viabilizam o negócio.

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Nas pequenas e microempresas, em que as transações ocorrem de
maneira muito mais pessoal do que entre grandes corporações, as relações com
clientes e fornecedores processam-se dentro de um círculo de interdependência
financeira muito maior: a empresa oferece algum tipo de crédito aos
compradores para garantir a sua fatia do mercado; em contrapartida, ela tende
a se beneficiar com prazos mais alongados para pagamento de seus
fornecedores de serviços e matérias-primas. Neste círculo, certas empresas de
boa reputação, que eventualmente atravessem momento difícil ou imprevisto,
também conseguem obter condições especiais de pagamento de seus parceiros
comerciais, que arriscam em alguma medida o capital, na tentativa de manter ou
ampliar seu mercado.

Nessa ciranda de credores/devedores, o êxito de todo pequeno ou


microempreendimento depende da capacidade de administração da dívida, que
se forma como elemento inerente ao funcionamento do livre mercado. Para que
o passivo não cresça sem controle e venha a criar dificuldades de liquidez, ou
mesmo force a empresa a contrair empréstimos para compensar a falta de
capital de giro, é preciso que o empresário saiba como se proteger contra a
inadimplência e receba as contas atrasadas sem perder o cliente amigo.

Evite a atitude de confronto dos cobradores tradicionais, que


importunam, pressionam e ameaçam os devedores. É muito mais eficiente
desenvolver abordagem com tom de voz agradável e discurso firme, claro,
compreensivo, profissional e, principalmente, amigável.

A melhor forma de tocar no assunto é fazendo a cobrança soar nos


ouvidos do devedor como oferta de ajuda e bom conselho para que ele consiga
saldar as dívidas. Mesmo que as justificativas do devedor sejam extremamente
precárias e irritantes, o cobrador não deve deixar transparecer seus sentimentos.
No primeiro contato pessoal, o essencial é convencer o mau pagador de que
está seriamente determinado a recuperar o que lhe é devido, mas também se
interessa pela sua situação: ninguém quer que ele ponha as contas em dia sendo
destruído no processo.

“Palavras não pagam dívidas, mas adiam”, brincava o humorista barão


de Itararé. Assim sendo, toda tentativa de cobrança tem de ultrapassar a barreira

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de explicações duvidosas de difícil comprovação que o devedor provavelmente
apresentará em sua defesa. É preciso interrogá-lo com persistência e tentar
esclarecer se está sendo sincero ou exagerando. Mesmo que sejam argumentos
verdadeiros, o cobrador deve manter a cabeça fria, sem desenvolver um
sentimento de culpa por colocar o endividado contra a parede, justamente
quando vive problemas financeiros. Tente sempre negociar um acordo, com
nova data de pagamento ou parcelamento da dívida dentro das possibilidades
de ambas as partes.

Na maioria dos casos mais demorados e complexos de cobrança, a


solução negociada ainda é mais vantajosa do que a contratação de serviço de
cobrança judicial, que fica com 35% ou mais do que arrecada e ainda desgasta
a imagem da empresa. Por negociação direta, o cobrador pode estabelecer
desconto para a dívida (por exemplo, 20 ou 30%), dependendo de prazos e
valores. Assim, é possível economizar tempo e dinheiro, minimizando as perdas
e preservando as relações com o cliente (que poderá recuperar-se
financeiramente, no futuro).

Antes de deslocar pessoal de suas funções cotidianas para investigar o


paradeiro do devedor, calcule a relação custo/benefício da cobrança em
domicílio. A experiência da American Debt Collectors Association demonstra que
não vale a pena investir no resgate individual de pequenas dívidas. Há dois tipos
de clientes que somem, mudando de endereço e telefone, sem deixar fonte de
contato: as pessoas que desaparecem de surpresa, em razão de circunstâncias
de força maior na vida pessoal, como viagem repentina, doença e morte na
família ou separação de casais; e pessoas endividadas com intenção consciente
de escapar dos credores.

As pessoas honestas que “desaparecem” involuntariamente, com toda


probabilidade saldarão seus débitos por iniciativa própria, a fim de restabelecer
o crédito. Os maus pagadores “profissionais”, por outro lado, dificilmente serão
localizados; provavelmente têm dívidas com tanta gente que serão mínimas as
possibilidades de a empresa reaver o dinheiro, mesmo contratando agência de
cobrança.

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15.2.1 Agir o mais cedo possível

Na gestão do risco e do crédito há uma regra fundamental: quanto mais


cedo o credor agir, maiores serão as possibilidades de reaver o dinheiro. Essa é
a recomendação, por exemplo, da Check Services and Recovery, empresa de
Michigan especializada em serviços de cobranças de atrasados e resgate de
cheques sem fundo. Na administração de pequenos faturamentos, porém, a
utilização de serviços de cobrança é apenas o último recurso, pois a engenharia
financeira contemporânea dispõe de alternativas originais e inovadoras para
enfrentar o problema.

Por outro lado, a maioria das micro e pequenas empresas com


problemas de recebimento de dívida não têm condições de contratar os serviços
de especialistas para receber os atrasados. Os empresários que se encontram
nessa situação crítica (de vítimas da inadimplência) terminam saindo em busca
de seus atrasados de forma intuitiva, pressionando os devedores de acordo com
seus instintos e experiência. Mesmo agindo por conta própria, essas empresas
podem conseguir melhores resultados no recebimento de dívidas se
racionalizarem e sistematizarem o processo de cobrança.

Com o auxílio de um programa de computador contendo sistema de


contabilidade específico para antecipação e acompanhamento da acumulação
de dívida a receber, é possível desenvolver um minissetor de cobrança, dentro
de qualquer micro ou pequena empresa. Isto estabelece um conjunto de medidas
de baixo custo que realmente ajudem a recuperar o que lhe é devido.

Ao criar um minissetor interno de cobrança, a maioria dos empresários


se surpreenderá com os resultados positivos obtidos com o desenvolvimento de
método sistemático e eficiente para recuperar os atrasados. Isso, entretanto,
exige disciplina, persistência, tempo e recursos. A cobrança de atrasados é
desgastante e não se deve tornar núcleo central do seu negócio.

Para acompanhar e controlar essa operação há alguns programas de


computador desenvolvidos com objetivo específico de organizar a cobrança nas
micro e pequenas empresas.

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Alguns desses programas incluem serviço completo de cobrança com
modelos de cartas que vão progressivamente aumentando a pressão sobre o
devedor, sem criar clima hostil e contraprodutivo. O programa tem "tools"
(ferramentas) auxiliares para organização dos débitos em atraso, permitindo o
cálculo e a fácil localização do histórico de cada conta atrasada, além de
numerosas comparações, ideias e recomendações para o "desenvolvimento da
atitude correta" na negociação da cobrança. Aplicados como instrumento
suplementar ao programa de contabilidade da empresa, tais "softwares" podem
facilitar o processo de cobrança, economizando muito tempo útil ao pequeno
empresário.

Um dos mais conhecidos e adotados programas do gênero é o "Account


Satisfied", vendido pela Info Tech por US$ 425,00 (aproximadamente) e
destinado a computadores IBM-compatíveis.

15.2.2 Método tradicional – a agência

Enfim, o método tradicional de cobrança é por meio de agência


especializada ou serviço jurídico; ainda é amplamente adotado no mundo inteiro,
sendo o mais indicado para as grandes contas consideradas irremediavelmente
perdidas ou contra empresas em fase de renegociação para sair de
"concordata". No varejo de pequenos valores financiados, o emprego desses
serviços só é recomendado quando há grande volume de operações em atraso.

Essas empresas de cobrança pressionam os devedores pelo correio, por


telefone e pessoalmente, na casa e no trabalho. Se nada surtir efeito,
encaminham para execução da dívida na Justiça.

Esse regime de cobrança por terceiros consegue recuperar pelo menos


parte da dívida em cerca de 60% dos casos, segundo pesquisa do Check
Services and Recovery. Os cobradores modernos dispõem em seus
computadores de grandes bancos de dados sobre empresas e indivíduos com
problemas crônicos de crédito. Em caso de grandes dívidas, muitas utilizam
investigadores particulares e serviço jurídico especializado em acordos

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extrajudiciais. Apesar das cartas ameaçadoras, dos desmoralizantes
telefonemas para o emprego, 90% do dinheiro resgatado vem de acordos
estabelecidos entre as partes para evitar a cobrança judicial.

Pelos seus serviços, essas firmas de coletores de dívida cobram os


custos de investigações e procedimentos especiais (investigações de fraude e
corrupção, localização de bens, etc.) mais uma fatia de 35 a 50% da quantia
recuperada. Mesmo que não recuperem o dinheiro, tais serviços de cobrança
terminam fornecendo ao credor farta munição contra o devedor, incluindo o
registro de ligações telefônicas, lista de clientes e fornecedores do caloteiro, ficha
policial, títulos protestados, etc.

15.2.3 Definição de uma necessária política de crédito

A organização desse serviço interno de cobrança depende, em primeiro


lugar, da definição da política de crédito da empresa. Todo empresário, por
menor que seja o seu negócio e por menos que tenha organizado suas ideias
sobre a questão, deve ter definida uma política de crédito.

No cotidiano da atividade econômica, a política de crédito varia de


empresa para empresa, além de se alterar em função dos fatores mais diversos:
condições do mercado, eficiência administrativa, liquidez de caixa e outros
elementos específicos de cada conta, como a credibilidade do devedor, os laços
de parentesco ou amizade entre credor e devedor, o grau de interdependência
das empresas, etc.

Antes de criar uma unidade para gerenciar a cobrança, o administrador


precisa, então, efetuar a análise do seu próprio comportamento, estabelecendo
o desempenho presente e passado da empresa em relação à acumulação e
recuperação de pagamentos em atraso.

Nessa autorreflexão, deve identificar as tendências gerais de sua política


informal de crédito, comparando-a com a da concorrência. Após identificar quais
as experiências mais satisfatórias na área, o empresário pode definir as linhas

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mestras, uma norma-guia para sua ação. Isso será a base de um sistema
operacional objetivo de cobrança, que leve em conta as necessidades da
empresa, as peculiaridades do ramo, as condições do mercado. Ou seja, a sua
política de crédito.

A definição dessa política de crédito não constitui exercício intelectual


diletante, mas instrumento de grande utilidade, desde que seja acompanhada
pela implantação de pequeno código de conduta ou procedimento-padrão.
Também serve para expor claramente quais as regras da empresa em relação
ao crédito. A inclusão de certos pormenores específicos dessa política de crédito
em contratos-padrão, por exemplo, evitará grandes mal-entendidos e muito
desgaste pessoal na hora da cobrança.

O histórico de uma política de cobrança coerente também se revela


importante instrumento quando a empresa precisa obter créditos e
financiamentos. Além do saldo positivo na recuperação do que deve, demonstra
que há preocupação ou compromisso com o pagamento em dia.

Um regime de cobrança caótico e descoordenado pode custar muito


mais do que a quantia devida, complicando a administração e a contabilidade,
desatualizando as previsões e até mesmo interferindo em metas estratégicas. A
empresa que adota diferentes políticas de crédito para devedores em situações
semelhantes ainda se arrisca a projetar uma imagem prejudicial, sendo
facilmente acusada de favoritismo e de imprevisibilidade.

16 FLUXO DE CAIXA

É um instrumento de gestão financeira extremamente importante para o


Planejamento e Controle nas organizações. Projeta para períodos futuros todas
as entradas e as saídas de recursos financeiros da empresa, indicando como
será o saldo de caixa para o período projetado. Um termo bastante utilizado no
mercado é a expressão Fluxo de Caixa em inglês: “Cash-Flow”.

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Não adianta simplesmente efetuar as operações rotineiras de
Recebimentos e Pagamentos de recursos, se as empresas não tiverem uma
visão dos seus saldos de Caixa num futuro de Curto e Longo Prazo, para tomada
de decisões.

Assim, o Fluxo de Caixa representa uma ferramenta útil e necessária


para as empresas, pois permite o Planejamento e o Controle das Entradas e
Saídas de Recursos durante um período determinado.

O conceito de Fluxo está associado ao fato de que os Saldos Finais de


Caixa no período 1 serão os Saldos Iniciais de Caixa no período 2, representados
por dias, semanas, meses, etc.

16.1 PLANEJAMENTO DO FLUXO DE CAIXA

O Fluxo de Caixa Orçado indica os saldos finais de Caixa, para


determinar se um deficit ou excesso de Caixa é esperado em cada período
planejado.

Cada saldo positivo (excesso de caixa) orçado num período gera


cobertura nos saldos negativos posteriores. Os saldos negativos (deficits de
caixa) orçados têm que ser cobertos com financiamentos em curto prazo.

Para planejar o Fluxo de Caixa, os setores da empresa têm que elaborar


os seus orçamentos, fornecendo os dados ao Administrador Financeiro, ou seja:

Orçamento de Produção – para empresas industriais;

Orçamento de Vendas, com prazos de recebimentos;

Orçamento de Custos e Despesas;

Orçamentos de Investimentos;

Orçamentos de Pagamento de Passivos.

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Entradas e Saídas de Caixa Realizadas:
Entradas e Saídas de Caixa Projetadas:
neste caso os valores de fato
neste caso os valores previstos para ocorreram, ou seja, foram realizados
um determinado período de atividade. em termos de entradas e saídas de
recursos financeiros.

Planejamento Financeiro requer que a alta administração da


empresa se comprometa com o mesmo, e que os Sistemas existentes permitam
o acompanhamento do Planejamento Financeiro – Orçado x Realizado.

16.2 COMPOSIÇÃO DOS ELEMENTOS DO FLUXO DE CAIXA

 Saldo Inicial: valor dos recursos existentes em Caixa e Bancos no


início do período.
 Recebimentos: dividem-se em operacionais e não operacionais.
 Recebimentos operacionais: valores recebidos das
Vendas de Produtos e Serviços.
 Recebimentos não operacionais: valores recebidos
de Empréstimos Bancários; Aporte de Sócio;
Acionistas, Resgate de Aplicações Financeiras.
 Pagamentos: Dividem-se em operacionais e não operacionais.
 Pagamentos operacionais: valores pagos com
matérias-primas, materiais indiretos, salários,
impostos sobre vendas, encargos sociais e outros
pagamentos diretamente ligados à operação da
empresa.
 Pagamentos não operacionais: valores pagos com
empréstimos bancários, factorings, investimentos.
 Geração Operacional de Caixa: representa os Recebimentos menos
os Pagamentos Operacionais da empresa.

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 Geração Não Operacional de Caixa: representa os Recebimentos
menos os Pagamentos não operacionais da empresa.
 Saldo Final de Caixa: é a soma do Saldo Inicial do Caixa no período,
mais a Geração Operacional e a Geração não operacional.

As principais finalidades do Fluxo de Caixa são:

 Planejar e controlar as entradas e saídas de caixa num período


determinado de tempo, normalmente um mês ou vários meses.
 Auxiliar o empresário ou gestor de pequenos negócios a tomar
decisões antecipadas sobre o fluxo financeiro da empresa.
 Demonstrar a situação do Caixa da empresa de forma antecipada,
permitindo eventuais ajustes quando for necessário.
 Verificar se a empresa está trabalhando com aperto ou folga
financeira.

Após o Planejamento, precisa-se fazer a administração do Fluxo de


Caixa. Veja o conceito da administração do Fluxo de Caixa.

Administrar o Fluxo de Caixa, após o seu Planejamento, implica na


verificação dos Saldos de Caixa futuros, e na tomada de decisão sobre o Deficit
ou Excesso de Caixa.

Os procedimentos a serem tomados dependem do cenário financeiro.

Na hipótese de deficit de Caixa, devem-se obter Recursos internamente


ou externamente à empresa, ou a combinação de ambos.

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 Obtenção de Recursos Internos;
 Venda de Ativos Imobilizados: máquinas e equipamentos que podem ser
descartados, sem comprometer a Operação da empresa;
 Aporte de Recursos dos Sócios/Acionistas: aumentando o Capital da empresa,
obtendo assim Recursos para fazer face aos Desembolsos.
 Obtenção de Recursos Externos;
 Empréstimos Bancários ou Factoring: obter Recursos junto a estas instituições,
sempre às menores Taxas possíveis do Mercado Financeiro.
 Ingresso de novos Sócios/Acionistas: por meio de um aumento de Capital.
Combinação de Recursos Internos e Externos: desconto de Títulos, mesmo pagando Taxas
Bancárias, reduzindo o Lucro Operacional, mas realizando Recebimentos de Caixa no
tempo necessário.

Na hipótese de Excesso de Caixa, o mais viável é aplicar estas sobras


eficientemente, como exemplo:

 Mercado Financeiro: seja em Poupança, Fundos de Curto Prazo e


outros, às maiores Taxas possíveis do Mercado Financeiro.
 Compra de Matérias-Primas/Mercadorias: negociar com
Fornecedores, visando menores Preços Unitários de Compra, com
maiores quantidades, e gerando mais Saldo de Caixa.
 Investimentos: adquirindo Máquinas e Equipamentos ou novas
Tecnologias, aumentando a Produtividade, porém sem aumentar os
Custos Operacionais.

Algumas das melhores práticas para um bom Fluxo de Caixa:

 A aplicação do conceito do "fluxo de caixa" é a mesma, indiferente


do ramo ou tamanho da empresa.
 Para o empresário que está implantando o Fluxo de Caixa pela
primeira vez, é necessário programar as entradas e saídas de caixa
num período de tempo mais curto, do tipo uma semana, no máximo
um mês.

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 Mais do que recursos de informática e tecnologia, é preciso ter
disciplina.
 Faça os lançamentos diariamente.
 Acompanhe o extrato do banco diariamente.
 O curso é essencial, mas não é o suficiente, por isso exercite o
aprendizado no dia a dia.
 Transforme o fluxo de caixa em uma rotina da empresa.
 Ficar atento com os dez primeiros dias do mês, pois neste período
os desencaixes financeiros tendem a ser maiores por causa da folha
de pagamento, tributos e outras despesas que tenham vencimento
nesta época.
 Ao elaborar do Fluxo de Caixa leve em consideração o período de
sazonalidade quando for o caso.
 Registre sempre a saída do pró-labore, ele faz parte do balanço da
empresa.
 Se não tiver tempo para fazer o fluxo de caixa você mesmo, contrate
alguém que possa ficar responsável por essa função.
 No caso de contratar um funcionário, acompanhe o trabalho
executado por ele.
 Para assumir novos compromissos com fornecedores ou outros
credores, consulte o seu Fluxo de Caixa e verifique se as datas dos
vencimentos destes novos compromissos não coincidem com
períodos críticos em termos de saída de Caixa.

Para elaborar o Fluxo de Caixa torna-se necessário tomar alguns


cuidados, tais como:

 Conhecer com detalhes o ciclo financeiro da empresa (prazos de


pagamentos e recebimento).
 Manter os Controles Auxiliares em dia, tais como: Controles
Bancários, Controles de Recebimento de Clientes, Controle de
Pagamento de Fornecedores, Controle de Pagamento de Despesas
e o Controle de Movimento de Caixa.

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 Todos os valores lançados no Fluxo de Caixa deverão ser realistas,
ou seja, manter os valores das estimavas das entradas e saídas de
caixa sempre atualizados.

16.3 PRINCIPAIS REQUISITOS PARA IMPLANTAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA

 Apoio de cúpula diretiva da empresa.


 Organização da estrutura funcional da empresa com definição clara
dos níveis de responsabilidades de cada área.
 Integração dos diversos setores e/ou departamento da empresa ao
sistema do fluxo de caixa.
 Definição do sistema de informações quanto à qualidade e aos
funcionários a serem utilizados, calendário de entrega dos dados
(periodicidade) e os responsáveis pela elaboração das diversas
projeções.
 Treinamento do pessoal envolvido para implantar o fluxo de caixa na
empresa.
 Criação de um manual de operações financeiras.
 Comprometimento dos responsáveis pelas diversas áreas da
empresa, no sentido de alcançar os objetivos e as metas propostas
no fluxo de caixa.
 Utilização do fluxo de caixa para avaliar com antecedência os efeitos
das tomadas de decisões que tenham impacto financeiro na
empresa.
 Fluxograma das atividades na empresa, ou seja, definir as atividades
meio e as atividades fins.

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Segue abaixo um modelo básico de Fluxo de Caixa:

Figura 17

FONTE: do autor.

Para melhor compreensão e total entendimento sobre Fluxo de Caixa, é


preciso ter o conhecimento de determinados termos bastante utilizados pelo
mercado:

 Ciclo Operacional: corresponde ao intervalo entre a compra de


mercadorias ou matérias-primas e o prazo de recebimento das
vendas a prazo. Portanto, o Ciclo Operacional é igual ao prazo médio
de estocagem mais o prazo médio de recebimento das vendas a
prazo. Segundo Gitman (1987), “é definido como o montante de
tempo que vai do ponto em que a empresa coloca o material e
trabalho no processo de produção até o momento em que o dinheiro
da venda do produto acabado resultante é acabado”. CO = PME +
PMR
 Ciclo Financeiro: corresponde ao intervalo de tempo entre o
pagamento de compras e o recebimento de vendas. O Ciclo
Financeiro é soma do prazo médio de estocagem com prazo médio

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de recebimento e em seguida deduz o prazo médio de pagamento.
CF = PME + PMR – PMP
 Fluxo Financeiro: significa entradas e saídas de recursos
financeiros do caixa.
 Disponibilidade Financeira: trata-se do valor correspondente ao
saldo de Caixa mais os recursos financeiros depositados nos
bancos.
 Saldo Inicial: é o saldo de caixa no início do período da data da
elaboração do Fluxo de Caixa.
 Entrada de Caixa: corresponde às vendas realizadas à vista, como
também aos valores correspondentes aos recebimentos de
duplicatas, cheques pré-datados e faturas de cartão crédito, etc.
 Saída de Caixa: corresponde aos pagamentos de fornecedores e às
despesas operacionais da empresa tais como, folha de pagamento
e encargos sociais, impostos, água, luz, telefone, aluguel, etc.
 Saldo Final de Caixa: o saldo final é obtido por meio da soma do
saldo inicial mais as entradas de caixa deduzindo as saídas de caixa.
 Ciclo de caixa: é o montante de tempo em que o caixa da empresa
está imobilizado entre o pagamento por insumos de produção e a
cobrança do pagamento de venda do produto acabado resultante.
 Giro do Caixa: representa quantas vezes o caixa movimenta-se por
ano na empresa em função do seu ciclo financeiro. Exemplificando,
supondo que o Ciclo Financeiro da empresa fosse de 60 dias, neste
caso o Giro de Caixa seria de seis vezes ao ano (360 dias : 6).
Quanto maior for o giro melhor para empresa, pois irá necessitar de
menos capital de giro para suprir o caixa.
 Caixa Operacional Mínimo: representa o volume mínimo de
recursos financeiros de que uma empresa necessita para financiar
suas atividades operacionais. Para calcular o COM (Caixa
Operacional Mínimo) é necessário estimar o valor do SAC (Saídas
Anuais de Caixa) que corresponde aos valores desembolsados para
pagamento de fornecedores de mercadorias ou matérias-primas,
como também para cobrir as despesas operacionais. Para facilitar o

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entendimento faremos o uso de um exemplo numérico. Supondo que
os valores previstos de saídas de caixa anual fossem: pagamento de
fornecedores R$ 200.000,00 e pagamento das despesas
operacionais R$ 100.000,00. Portanto, o total do SAC é de
R$ 300.000,00. Considerando que o Giro do Caixa fosse de seis
vezes. O valor do Caixa Operacional Mínimo é de R$ 50.000,00 (R$
300.000,00 : 6 vezes).

16.4 DFC (DEMONSTRAÇÃO DE FLUXO DE CAIXA)

Para Zdanowicz (1992, p. 33), “o fluxo de caixa é o instrumento no qual


permite demonstrar as operações financeiras que são realizadas pela empresa”,
o que possibilita melhores análises e decisões quanto à aplicação dos recursos
financeiros que a empresa dispõe.

Iudícibus e Marion (1999, p.218) afirmam que a DFC “demonstra a


origem e a aplicação de todo o dinheiro que transitou pelo caixa em um
determinado período e, o resultado desse fluxo”, cujo caixa engloba as contas
Caixa e Bancos, evidenciando as entradas e saídas de valores monetários no
decorrer das operações que ocorrem ao longo do tempo nas organizações.

Por sua vez, Thiesen (2000, p. 10) complementa explicando que a DFC
“permite mostrar, de forma direta ou mesmo indireta, as mudanças que tiveram
reflexo no caixa, suas origens e aplicações”.

Percebe-se que a DFC demonstra tanto a origem quanto a aplicação dos


recursos da empresa. Ressalta-se que os recursos mencionados referem-se
somente aos recursos em dinheiro, ou seja, aqueles que têm reflexo no caixa da
empresa.

Assaf Neto e Silva (1997, p. 38) explicam que o fluxo de caixa, de


maneira ampla, “é um processo pelo qual a empresa gera e aplica seus recursos
de caixa determinados pelas várias atividades desenvolvidas”, em que as
atividades da empresa dividem-se em operacionais, de investimentos e de
financiamento.

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No Brasil, de acordo com Iudícibus e Marion (1999), esta demonstração
ainda é utilizada apenas para fins de controle interno. Contudo, encontra-se em
discussão o anteprojeto de alteração da Lei 6.404/76 (Lei das S.A.), o qual prevê
a substituição da DOAR pela DFC.

Por outro lado, nos Estados Unidos, já em novembro de 1987, o


Financial Accounting Standards Board – FASB, entidade que regulamenta as
políticas e procedimentos contábeis neste país, emitiu um pronunciamento, o
FAS-95. Este divide o demonstrativo do fluxo de caixa em três grupos, conforme
elencam Silva, Santos e Ogawa (1993): atividades operacionais, atividades de
investimento e atividades de financiamento.

As atividades de investimento dizem respeito à aquisição ou venda de


ativos não circulantes, que representam a destinação que a empresa dá aos
seus recursos na compra de novos equipamentos ou na ampliação de suas
instalações.

As atividades de financiamento estão relacionadas com a obtenção de


empréstimos a curto e longo prazos, bem como à emissão de ações
representativas do capital e ao pagamento de dividendos aos acionistas.

As atividades operacionais, em geral, referem-se àquelas operações que


envolvem produção e venda de produtos, ou à prestação de serviços. Este grupo
permite visualizar a atividade que gera maior caixa operacional, quando
comparados diversos períodos.

A configuração preconizada para este instrumento contábil legal norte-


americano encontra-se detalhada a seguir.

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Configuração do demonstrativo do fluxo de caixa, segundo o FAS-95

Atividades de Investimento
(-) aquisição de imobilizado, inclusive juros e despesas capitalizadas;

(-) aquisição de novos negócios e empresas;

(-) aquisição de debêntures e investimentos financeiros em longo prazo, inclusive aplicações de


caixa;

(-) aquisição de ações de outras empresas, incluindo os investimentos regulados pela


equivalência patrimonial;

(-) empréstimos feitos a outras entidades;

(-) compra por transferência de debêntures de outras entidades;

(+) venda de imobilizado;

(+) venda de negócios;

(+) cobrança do principal relativo a empréstimos feitos a outras entidades;

(+) venda, por transferência, de debêntures de outras entidades;

(+) vendas de debêntures ou ações de outras entidades, inclusive aplicações de caixa.

Atividades de Financiamento

(-) remuneração aos proprietários (dividendos e outros);

(-) pagamento de valores tomados por empréstimos, inclusive leasing, resgate de debêntures e
empréstimos de curto e longo prazo;

(-) reaquisição de ações próprias e outros títulos relacionados com o patrimônio líquido;

(+) emissão de ações;

(+) subscrição de debêntures, hipotecas e empréstimos de curto e longo prazo.

Atividades Operacionais
(-) aquisição de materiais para produção ou revenda;

(-) salários e encargos sociais dos empregados;

(-) juros sobre empréstimos;

(-) impostos, multas e outras despesas legais;

(-) materiais e serviços gerais;

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(+/-) outras transações não definidas nos outros grupos, inclusive pagamentos de causas
judiciais, donativos e devolução de pagamentos a clientes;

(+) venda de mercadorias e serviços;

(+) rendas de empréstimos feitos a terceiros (juros) e sobre investimentos em ações (dividendos).

FONTE: SILVA, César Augusto Tibúrcio, SANTOS, Jocineiro Oliveira dos, OGAWA, Jorge
Sadayoshi. Fluxo de caixa e DOAR. Caderno de Estudos FIPECAFI/FEA-USP. São Paulo, n.
9, p. 37-66, out./93, p.50.

O Internacional Accounting Standards Committee – IASC, órgão


normatizador mundial da contabilidade, por meio da NIC 7 - Norma Internacional
de Contabilidade, que foi revisada em 1992, estabelece a forma e conteúdo da
DFC, bem como trata do objetivo e benefícios deste demonstrativo.

No parágrafo 4º desta norma encontra-se a observação de que a análise


da DFC, em conjunto com as demais demonstrações contábeis, “proporciona
informações que habilitam os usuários a avaliar as mudanças nos ativos líquidos
de uma empresa, sua estrutura financeira (inclusive sua liquidez e solvência) e
sua habilidade para afetar as importâncias e prazos dos fluxos de caixa, a fim de
adaptá-los às mudanças nas circunstâncias e às oportunidades”.

Neste contexto, a relevância da DFC está em seu poder informacional,


visto que permite às organizações, sejam elas com ou sem fins lucrativos,
públicas ou privadas, terem maior poder preditivo quanto a sua capacidade de
cumprir com suas obrigações financeiras, vez que propicia um melhor
planejamento financeiro, por parte da empresa, em relação a sua disponibilidade
de caixa, de forma que não ocorram excessos nem insuficiências de fundos.
Além disso, propicia aos usuários uma maior facilidade no entendimento da real
situação financeira da empresa.

Frezatti (1997) menciona que o fluxo de caixa apresenta-se como um


instrumento tático e estratégico no processo de gestão empresarial. A
abordagem estratégica está relacionada com o nível de negócios da empresa
não só em curto prazo, mas principalmente em longo prazo, enquanto a
abordagem tática, a qual o autor se refere, corresponde à visão do fluxo de caixa

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como instrumento de utilidade restrita e acompanhamento, isto é, concentra-se
em questões de menor alcance e mesmo impacto.

16.4.1 Formas de apresentação da DFC

Iudícibus e Marion (1999, p. 223) explicam que, “na movimentação de


recursos financeiros incluem-se não somente saldos de moeda em caixa ou
depósitos em conta bancária, mas, também, outros tipos de contas que possuem
as mesmas características de liquidez e de disponibilidade imediata.” O termo
utilizado quando da elaboração da DFC, para identificar estes outros tipos de
contas, é o termo Equivalente de Caixa, ou seja, devem ser consideradas como
equivalentes de caixa as aplicações financeiras com característica de liquidez
imediata.

Os componentes da DFC, de acordo com Frezatti (1997), são:

 Fluxos Operacionais, que correspondem às entradas e saídas,


relacionadas às atividades operacionais da empresa;
 Fluxo Permanente, que está ligado aos investimentos no ativo
permanente da empresa;
 Fluxo dos Acionistas, que indica as transações que afetam os
mesmos e que são derivadas de decisões de capitalização ou de
distribuição do lucro ou redução do capital;
 Fluxo Financeiro equivale ao somatório dos demais fluxos, no qual,
no caso de sobra de recursos, ocorre a saída para aplicação deste
valor no mercado e, no caso de insuficiência de recursos, ocorre a
entrada por meio de resgate de investimentos, ou por meio de
captação de recursos com terceiros.

Abaixo apresentamos estes elementos em comparação à estrutura


proposta pelo FASB, cuja comparação é representada na figura abaixo.

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Figura 18 - Componentes Da Dfc

FONTE: do autor.

Por meio da análise dos elementos que compõem a DFC, são


percebidas questões muito importantes para a empresa, como a saúde do
negócio e a melhor forma de otimização dos resultados, bem como avaliar o
desempenho e as necessidades do fluxo financeiro da empresa.

Quanto à elaboração da DFC, esta, segundo a FIPECAFI (1994), pode


ser apresentada sob duas formas: o método direto e o método indireto. Estes
dois métodos diferenciam-se pela forma como são apresentados os recursos
provenientes das operações.

Campos Filho (1999, p. 41) comenta que é recomendado às empresas


“relatar os fluxos de caixa das atividades operacionais diretamente, mostrando
as principais classes de recebimentos e pagamentos operacionais (método
direto)”.

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No método direto as entradas e saídas operacionais são apresentadas
de forma direta, isto é, primeiro as entradas, depois as saídas. A elaboração da
DFC pelo método direto encontra-se representada na figura abaixo.

DFC pelo método direto


FLUXO DE CAIXA - MÉTODO DIRETO
Entradas e saídas de caixa e equivalentes de caixa
Fluxo de caixa das atividades operacionais:

Venda de mercadorias e serviços (+)

Pagamento de fornecedores (-)

Salários e encargos sociais dos empregados (-)

Dividendos recebidos (+)

Impostos e outras despesas legais (-)

Recebimento de seguros (+)

Caixa líquido das atividades operacionais (+/-)

Fluxo de caixa das atividades de investimento:

Venda de imobilizado (+)

Aquisição de imobilizado (-)

Aquisição de outras empresas (-)

Caixa líquido das atividades de investimento (+/-)

Fluxo de caixa das atividades de financiamento:

Empréstimos líquidos tomados (+)

Pagamento de leasing (-)

Emissão de ações (+)

Caixa líquido da atividade de financiamento (+/-)

Aumento/diminuição líquido(a) de caixa e equivalente de caixa

Caixa e equivalentes de caixa - início do ano

Caixa a equivalentes de caixa - final do ano

FONTE: TELES, Egberto Lucena. A demonstração do fluxo de caixa como forma de

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enriquecimento das demonstrações contábeis exigidas por lei. Revista Brasileira de
Contabilidade. Brasília, ano XXVI, n.5, p.64-71, jul./1997, p.69.

A diferença, na elaboração da DFC, entre o método direto e o indireto


encontra-se apenas no grupo das atividades operacionais. A DFC, quando
elaborada pelo método direto apresenta dentro do grupo das atividades
operacionais primeiro o valor referente à receita pela venda de mercadorias e
serviços, para, em seguida, subtrair deste os valores equivalentes ao pagamento
de fornecedores, salários e encargos sociais dos empregados, bem como os
impostos e outras despesas legais. Além disso, adicionam-se os eventuais
dividendos recebidos, bem como os recebimentos de seguros.

(...) as empresas que decidirem não mostrar os recebimentos e


pagamentos operacionais deverão relatar a mesma importância de
fluxo de caixa líquido das atividades operacionais indiretamente,
ajustando o lucro líquido para reconciliá-lo ao fluxo de caixa líquido das
atividades operacionais (método indireto ou de reconciliação)
(CAMPOS FILHO, 1997, p. 41).

O método indireto apresenta o fluxo de caixa das atividades operacionais


de forma indireta, realizando ajustes ao lucro líquido do exercício. A figura a
seguir apresenta a demonstração da estrutura da DFC quando elaborada pelo
método indireto.

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DFC pelo método indireto
FLUXO DE CAIXA - MÉTODO INDIRETO
Entradas e saídas de caixa e equivalentes de caixa
Fluxo de caixa das atividades operacionais:

Lucro líquido

Depreciação e amortização (+)

Provisão para devedores duvidosos (+)

Aumento/diminuição em fornecedores (+/-)

Aumento/diminuição em contas a pagar (+/-)

Aumento/diminuição em contas a receber (+/-)

Aumento/diminuição em estoques (+/-)

Caixa líquido das atividades operacionais (+/-)

Fluxo de caixa das atividades de investimento:

Venda de imobilizado (+)

Aquisição de imobilizado (-)

Aquisição de outras empresas (-)

Caixa líquido das atividades de investimento (+/-)

Fluxo de caixa das atividades de financiamento:

Empréstimos líquidos tomados (+)

Pagamento de leasing (-)

Emissão de ações (+)

Caixa líquido das atividades de financiamento (+/-)

Aumento / diminuição líquido de caixa e equivalente de caixa

Caixa e equivalentes de caixa - início do ano

Caixa a equivalentes de caixa - final do ano

FONTE: TELES, Egberto Lucena. A demonstração do fluxo de caixa como forma de


enriquecimento das demonstrações contábeis exigidas por lei. Revista Brasileira de
Contabilidade. Brasília, ano XXVI, n.5, p.64-71, jul./1997, p.69.

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A DFC elaborada pelo método indireto apresenta no grupo das
atividades operacionais primeiro o lucro líquido, proveniente da Demonstração
do Resultado do Exercício, para em seguida adicionar os valores que não
representam desembolso de caixa que tenham sido deduzidos do lucro na DRE,
ou seja:

 Depreciação e amortização;
 Provisão para devedores duvidosos;
 Aumento ou diminuição referente a fornecedores, no caso de compras
a prazo, ou contas a pagar, também em longo prazo;
 Aumento ou diminuição de valores em contas a receber, para o caso
de vendas a prazo ou nos estoques.

Carmo et al. (1997, p. 58-59) esclarecem que o método indireto “consiste


na demonstração dos recursos provenientes das atividades operacionais a partir
do lucro líquido, ajustado pelos itens que afetam o resultado, mas que não
modificam o caixa da empresa”, enquanto o método direto demonstra “os
recebimentos e pagamentos derivados das atividades operacionais da empresa
em vez do lucro líquido ajustado”.

A DFC, quando feita pelo método indireto, é indicada por Silva, Santos
e Ogawa (1993) como mais semelhante à estrutura da DOAR, portanto de mais
fácil compreensão aos que entendem essa demonstração. Ao contrário, a DFC
elaborada pelo método direto é de mais fácil entendimento para aqueles que já
não compreendem a DOAR, visto que é feita de forma direta, com entradas e
saídas no caixa.

É importante verificar que a apresentação da DFC pelo método indireto


evidencia os ajustes ao lucro líquido, provenientes da Demonstração de
Resultado do Exercício, assemelhando-se, assim, a DOAR, enquanto o método
direto é, em relação a sua forma de apresentação, o modelo que mais se
diferencia da forma atual de evidenciação das origens e aplicações de recursos
das empresas.

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Diante do exposto, observa-se nitidamente a semelhança da DFC
elaborada pelo método indireto com a DOAR, enquanto que se elaborada pelo
método direto, a DFC assume uma forma mais clara de evidenciação das saídas
e entradas de fatores monetários. Evidencia-se, ainda, a facilidade de
entendimento das informações propiciadas pela DFC, no que diz respeito às
operações financeiras das organizações, o que torna relevante sua publicação
junto às demais demonstrações contábeis.

O estudo voltado para o desenvolvimento de novas ferramentas que


auxiliem no processo de tomada de decisão nas empresas deve ser incentivado.
Dentre os instrumentos gerenciais de caráter mais dinâmico, o fluxo de caixa
merece destaque, seja por sua estreita relação com a situação de liquidez da
empresa, como pela propriedade de projetor de situações futuras.

As dificuldades encontradas na gestão dos recursos financeiros de uma


empresa, tomando-se por base dados históricos, relatórios elaborados pelo
regime de competência, fizeram com que surgisse o fluxo de caixa, bastante
evidenciado e indispensável para a boa gestão das empresas.

Destaca-se também a importância da utilização dos dois fluxos de caixa


– histórico e projetado; enquanto o segundo serve para prever dificuldades
futuras e adiantar soluções, o primeiro serve de base para a projeção do
segundo.

Outro aspecto importante a ser considerado é o fluxo de caixa tornar


mais conveniente à administração e acompanhamento do dia a dia das
atividades operacionais da empresa. Do contrário, se ela quiser tomar decisões
em função de um horizonte maior, terá que recorrer a outros demonstrativos
contábeis, como a demonstração das origens e aplicações dos recursos –
DOAR, por exemplo.

É importante ressaltar que os gestores devem estar atentos aos


mecanismos que utilizam no planejamento e acompanhamento do desempenho
das empresas. A visão holística da organização e do ambiente em que atua deve
ser o parâmetro para a aferição e ajustes nos instrumentos utilizados.

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Em resumo, é preciso sempre estar preocupado e atento aos
instrumentos de medição do fluxo de caixa, relatórios, planilhas, sistemas de
computador e tudo que possa ser útil para executar ações rápidas e eficientes.

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MÓDULO IV

17 ECONOMIA E MERCADO

É impossível falar de Gestão Financeira sem falar de Economia e


Mercado, seja qual for o mercado. Então, veja os principais conceitos e pontos
necessários para nos auxiliar na compreensão da Gestão Financeira.

Em Economia tudo se resume a uma restrição quase que física, a lei da


escassez, isto é, produzir o máximo de bens e serviços a partir dos recursos
escassos disponíveis a cada sociedade.

Se uma quantidade infinita de cada bem pudesse ser produzida, se os


desejos humanos pudessem ser completamente satisfeitos, não importaria que
uma quantidade excessiva de certo bem fosse de fato produzida. Nem importaria
que os recursos disponíveis: trabalho, terra e capital (este deve ser entendido
como máquinas, edifícios, matérias-primas etc.) fossem combinados
irracionalmente para produção de bens. Não havendo o problema da escassez,
não faz sentido se falar em desperdício ou em uso irracional dos recursos e na
realidade só existiriam os "bens livres". Bastaria fazer um pedido e, pronto, um
carro apareceria de graça.

Na realidade, ocorre que a escassez dos recursos disponíveis acaba por


gerar a escassez dos bens - chamados "bens econômicos". Por exemplo: as
jazidas de minério de ferro são abundantes, porém, o minério pré-usinável, as
chapas de aço e finalmente o automóvel são bens econômicos escassos. Logo,
o conceito de escassez econômica deve ser entendido como a situação gerada
pela razão de se produzir bens com recursos limitados, a fim de satisfazer as
ilimitadas necessidades humanas.

Todavia, somente existirá escassez se houver uma procura para a


aquisição do bem. Por exemplo: se alguém quiser adquirir uma roupa de
astronauta. É um bem raro, mas não é escasso porque a procura para a

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aquisição é bastante limitada. Assim, a oferta deve ser maior que a procura, ou
como muitos preferem chamar, de demanda.

Seria possível perguntar: por que são os bens procurados (desejados)?


A resposta é relativamente simples: um bem é procurado porque é útil. Por
utilidade entende-se “a capacidade que tem um bem de satisfazer uma
necessidade humana”. Desta última definição resta conceituar o que são “bem”
e “necessidade humana”.

Bem é tudo aquilo capaz de atender a uma necessidade humana.

Os bens podem ser:

 Materiais - pois se pode atribuir-lhes características


físicas de peso, forma, dimensão, etc. Por exemplo:
automóvel, moeda, borracha, café, relógio, etc.

 Imateriais - são os de caráter abstrato, tais como:


a aula ministrada, a hospedagem prestada, a
vigilância do guarda noturno, etc. (em geral todos
os serviços prestados são bens imateriais, ou
seja, se acabam quase que simultaneamente à
sua produção), normalmente os serviços.

O conceito de necessidade humana é concreto, neutro e subjetivo,


porém, para não se omitir da questão, definir-se-á a "necessidade humana"
como qualquer manifestação de desejo que envolva a escolha de um bem
econômico capaz de contribuir para a sobrevivência ou para a realização social
do indivíduo.

Assim sendo, ao economista interessa a existência das necessidades


humanas a serem satisfeitas com bens econômicos, e não a validade filosófica
das necessidades.

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Para se perceber a dificuldade da questão, é melhor exemplificar: para
os muito pobres, a carne seca pode ser uma necessidade e não o ser para os
mais ricos; para os pobres um carro pode não ser uma necessidade, porém, para
os da classe média já o é; para os ricos a construção de uma mansão pode ser
uma necessidade, ao passo que pode não o ser para os de classe média.

O fato concreto é que no mundo de hoje todos pensam que desejam e


"necessitam" de geladeiras, esgotos, carros, televisão, rádios, educação,
cinemas, livros, roupas, cigarros, relógios, etc. As ilimitadas necessidades já se
expandem para fora da esfera biológica da sobrevivência. Seria possível pensar
que o suprimento dos bens destinados a atender às necessidades biológicas das
sociedades modernas seja um problema solucionado e com ele também o
problema da escassez.

Todavia, numa contra-argumentação, dois problemas surgem:

O primeiro é que essas necessidades renovam-se dia a dia e exigem contínuo suprimento dos
bens a atendê-las.

O segundo é a constante criação de novos desejos e necessidades motivada pela perspectiva


que se abre a todos os povos de sempre aumentarem o padrão de vida.

Da noção biológica, deve-se, evidentemente, passar à noção


psicológica da necessidade, observando que a saturação das necessidades, e,
sobretudo dos desejos humanos, está muito longe de ser alcançada, mesmo nas
economias altamente desenvolvidas de nossa época. Consequentemente,
também o problema de escassez se renova.

Uma vez explicado o sentido econômico de escassez e necessidade,


torna-se fácil entender que "economia é a ciência social que se ocupa da
administração dos recursos escassos entre usos alternativos e fins
competitivos", ou "economia é o estudo da organização social por meio da qual
os homens satisfazem suas necessidades de bens e serviços escassos".

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As definições trazem de forma explícita que o objeto da Ciência
Econômica é o estudo da escassez e que ela se classifica entre as Ciências
Sociais.

 Problemas econômicos básicos


Nas bases de qualquer comunidade se encontra sempre a seguinte
tríade de problemas econômicos básicos:

O QUE produzir? Isto significa quais produtos deverão ser produzidos


(carros, cigarros, café, vestuários, etc.). E em que quantidades deverão ser
colocadas à disposição dos consumidores?

COMO produzir? Isto é, por quem serão os bens e serviços produzidos,


com que recursos e de que maneira ou processo técnico?

PARA QUEM produzir? Ou seja, para quem se destinará a produção,


fatalmente para os que têm renda?

É muito fácil entender que: QUAL, QUANTO, COMO e PARA QUEM


produzir não seriam problemas se os recursos utilizáveis fossem ilimitados.
Todavia, na realidade, existem ilimitadas necessidades e limitados recursos
disponíveis e técnicas de fabricação. Baseada nessas restrições, a Economia
deve optar dentre os bens a serem produzidos e os processos técnicos capazes
de transformar os recursos escassos em produção.

Esse fator e a resposta dessas perguntas estão intimamente ligados à


Gestão da produção, da economia e é claro da Gestão Financeira, pois como
visto anteriormente, para produzir precisa-se investir e para investir é preciso
planejamento e recursos. Sendo assim, a Gestão Financeira vem dar suporte na
economia.

Apresentando agora uma divisão clássica da economia, a


microeconomia e a macroeconomia, será verificado que, por maiores que sejam
as diferenças entre elas, a Gestão Financeira está presente e com alto grau de
importância.

Genericamente, a microeconomia é concebida como o ramo da Ciência


Econômica voltada ao estudo do comportamento das unidades de consumo

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representadas pelos indivíduos e/ou famílias (estas desde que caracterizadas
por um orçamento único), ao estudo das empresas, suas respectivas produções
e custos, e ao estudo da produção e preços dos diversos bens, serviços e fatores
produtivos.

Dessa forma, distingue-se da macroeconomia, porque esta se interessa


pelo estudo dos agregados como a produção, o consumo e a renda da população
como um todo.

A bifurcação da Ciência Econômica nesses dois grandes ramos, isto é,


a macroeconomia e a microeconomia, data dos primórdios da década de 1930.
Ambos os segmentos gravitam em torno do problema da limitação e do caráter
finito dos recursos produtivos em face das necessidades vitais da civilização,
infinitas e ilimitadas, subjacentes ao ser humano, problemática essa que embasa
e justifica a razão da existência da economia como ciência. Entretanto, a micro
e a macroeconomia caminham, conforme de início salientado, por canais
distintos, podendo ser identificados e/ou distinguidos segundo certos
parâmetros.

Os critérios adotados para a distinção são, entretanto, frágeis, dado que


a compreensão de qualquer fenômeno econômico requer, inevitavelmente, o
inter-relacionamento das teorias que se inserem tanto
no âmbito do segmento micro como no do ramo macro
da Ciência Econômica. Entre esses critérios, o
primeiro deles fundamenta-se no nível de
abstracionismo envolvido. Efetivamente, como
pondera o autor Robert Y. Awh (1979), a
microeconomia, ao estabelecer princípios gerais, revela-se muito mais abstrata
do que a macroeconomia, a qual se encontra voltada ao exame de questões e
medidas peculiares a um dado lugar e instante do tempo.

Secundariamente, a microeconomia apresenta uma visão microscópica


dos fenômenos econômicos, e a macroeconomia, uma ótica telescópica, isto é,
esta última possui uma amplitude muito maior, apreciando o funcionamento da
economia no seu global.

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Segue um título comparativo: considerando uma floresta, a
microeconomia estudaria as espécies vegetais que a compõem, ou seja, a
composição do produto como um todo, enquanto a macroeconomia estaria
preocupada com o nível do produto total, a floresta e seu funcionamento.

Uma terceira forma de distinguir a microeconomia e a macroeconomia


abrange a análise das formas de comportamento de variáveis agregadas e de
variáveis individuais. Entretanto, a agregatividade aqui explicitada deve ser
entendida em termos da homogeneidade ou não do conjunto considerado.

Dessa maneira, se do agregado pudesse ser extraído, ao acaso, um


elemento como representativo do padrão de comportamento dos demais, ter-se-
ia a área de atuação da microeconomia; caso contrário, se não houvesse a
possibilidade de isolar um elemento do grupo de modo tal que refletisse o padrão
de comportamento, os demais adentrariam ao campo da macroeconomia.

Os grandes agregados estudados pela macroeconomia como a renda, o


emprego e o desemprego, o consumo, o investimento, a poupança, são todos
de natureza, na forma como considerada, heterogênea. Já a microeconomia está
devotada à apreciação das unidades individuais da economia.

Assim, o estudo da Teoria do Consumidor considera o comportamento


do indivíduo (ou da família, desde que a unidade de consumo e/ou gasto seja
única) e vai subsidiar a Análise de Procura; igualmente, na Teoria da Firma, que
se desdobra em Teorias da Produção, dos Custos e dos Rendimentos e
alicerceia a Análise da Oferta, novamente se tem a análise das formas de
comportamento de unidades individuais, no caso, as empresas.

Mas tanto a Teoria do Consumidor como a Teoria da Firma permitem


que sejam inferidos os instrumentais e/ou as noções, como as subjacentes às
Procuras Individuais e Agregada e às de Ofertas Individual e Agregada. É de se
observar, contudo, que tanto a Procura Agregada como a Oferta Agregada
permitem que se obtenha um elemento padrão do conjunto, dado o caráter
homogêneo de que são dotadas.

O derradeiro e não menos relevante critério de distinção entre a


microeconomia e a macroeconomia repousa no aspecto dos preços. O último

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segmento, quando muito, aborda os níveis absolutos de preços, enquanto os
preços relativos são preocupações, por excelência, do primeiro segmento.

Efetivamente, a microeconomia é igualmente conhecida por Teoria dos


Preços, pois procura evidenciar a formação dos preços dos bens e serviços,
assim como dos recursos produtivos. Como isto é concretizado? Ora, na Teoria
do Consumidor, a microeconomia enaltece a intenção dos indivíduos, em face
das respectivas rendas, de se apropriarem de uma combinação de quantidades
de bens tal que lhes propicie a maximização de suas satisfações. Em outras
palavras, originam-se aí as procuras (individuais e agregadas) que se traduzirão
em rendimentos para as firmas.

Já na Teoria da Firma, tem-se a figura do indivíduo-empresário


esforçando-se para combinar os fatores de produção, devido a sua limitação
orçamentária, com a intenção de maximizar o nível de lucro de sua organização.
Colocado de outra maneira, obtêm-se a partir da análise desse procedimento,
os elementos necessários à derivação das ofertas individuais e de mercado.

A combinação das quantidades de fatores de produção, bens e/ou


serviços que os consumidores estariam dispostos a adquirir (que geralmente são
infinitas e ilimitadas), e das quantidades desses elementos que os empresários
teriam condições de vender (que se traduzem sempre em uma oferta finita e
limitada, em face da escassez dos recursos produtivos), impõe a determinação
de um denominador comum, que nada mais será do que o preço.

A determinação deste preço, cujo nível em muito dependerá do


arcabouço econômico ou, ainda, da estrutura mercadológica envolvida, é a
tarefa a que se propõe a microeconomia ao estudar a questão, tanto no âmbito
dos fatores de produção como no caso dos bens e/ou serviços.

É claro que o tema economia é vastíssimo e pode abranger muito mais


tópicos e com mais profundidade, mas como o curso é de Gestão Financeira, a
preocupação maior é inserir no contexto do curso a economia, com seu conceito
básico e a divisão elementar entre micro e macroeconomia.

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Esclarecendo agora alguns conceitos sobre mercado, será abordado o
conceito genérico de mercado e um maior detalhamento sobre o mercado que
mais interessa nesse curso, o mercado financeiro.

Existem definições clássicas sobre mercado, como por exemplo, a de


Adam Smith, mas de forma mais simplista define-se mercado como um conjunto
de pontos de contatos voluntários entre vendedores e potenciais compradores
de um bem ou serviço, que mediante condições contratuais de compra e venda,
concretizam os negócios.

Aspectos implícitos no conceito de mercado:

 O contexto comporta qualquer tipo de intercâmbio: trocas diretas


(negociações diretas entre os vendedores em qualquer lugar) e
trocas indiretas (negociações por meio de bolsas de mercadorias,
intermediários, como por exemplo, corretores ou em instituições
congêneres). Assim, a definição de mercado é caracterizada pela
ideia de espaço econômico, ou seja, não está circunscrita a uma
região determinada, isso quer dizer que não há limitação física ou
geográfica.
 Negociações são voluntárias e o sistema de preços funciona como
denominador comum nas trocas.
 Não há necessidade da presença explícita das partes envolvidas no
processo. Essa possibilidade é possível pelo desenvolvimento de
redes internacionais de telecomunicação em tempo real e
padronização de produtos (commodities). Assim, os mercados se
desenvolvem em termos locais, regionais, nacionais e
internacionais.

Vale salientar que existem diferentes estágios no processo de transação,


mas o mais comum e conhecido é o de atacado e varejo.

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 Estruturas clássicas básicas de mercado
As estruturas básicas de mercados são divididas em: concorrência
perfeita, monopólio, concorrência monopolista, oligopólio, monopsônio e
monopólio bilateral. A conceituação de cada uma das estruturas segue abaixo:

a) Concorrência Perfeita
A empresa em regime de concorrência perfeita só fixa a quantidade a
ser vendida, pois o preço está fixado pelo mercado (é chamado de variável
exógena). Assim, se o preço fixado pelo mercado for de “p” reais por unidade do
produto, a firma sempre receberá sempre “p” reais por unidade adicional que
vender.

Se a firma ofertar o produto a um preço abaixo do preço dos


concorrentes, a firma venderá toda a sua produção e não afetará o preço de
equilíbrio de mercado. E se ofertar o seu produto acima do preço de mercado,
nada venderá.

b) Monopólio
Uma estrutura de mercado é caracterizada como sendo de monopólio
quando temos as seguintes condições:

 O setor (ou mercado) produtor é constituído por uma única firma.


 A empresa em questão elabora um produto para o qual não existe
substituto próximo.
 Existe concorrência entre os consumidores.
 A empresa procura estabelecer mecanismos que garantam o
monopólio do mercado.

c) Concorrência Monopolista

Um mercado (ou setor ou indústria) possui uma estrutura caracterizada


por concorrência monopolística de acordo com os seguintes aspectos:

 Existe um número elevado de empresas.

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 Cada uma das empresas é pequena em relação ao tamanho do
mercado.
 As empresas produzem bens diferenciados, mas que são substitutos
próximos entre si.
 Existe um grande número de compradores, que são pequenos,
individualmente, em relação ao tamanho do mercado.
 As empresas elaboram esquemas para garantir preferência dos
consumidores.
 Há livre entrada e saída de firmas do mercado.

d) Oligopólio

Caracteriza-se por:

 Existência de um número pequeno de produtores (também


chamados de vendedores) fabricando que são substitutos próximos
entre si, com elevada elasticidade cruzada.
 Alguns produtores detêm parcela elevada da produção, que em
alguns casos lhes permite exercer uma liderança na fixação de preço
no mercado.
 As decisões das empresas quanto à produção e preço são
interligadas. Se uma empresa rebaixar o preço de seu produto para
aumentar sua fatia do mercado, será acompanhada pelas demais
empresas. Se uma empresa produzir acima de sua fatia de mercado,
terá que carregar estoques.
 As empresas procuram manter o seu oligopólio por meio de
diferenciação de produtos, acordos com revendedores, propaganda,
etc.
 Não há livre entrada e saída do mercado. As barreiras à entrada
podem ser tecnológicas, ou o alto valor do capital necessário à
produção, entre outras razões.

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e) Monopsônio

No mercado monopsônio existe um único comprador e muitos


vendedores. A empresa compradora impõe um preço de compra do produto ou
serviço. Esse preço pode ser fixado de acordo com os interesses da firma. Se
desejar aumentar a oferta do produto ou serviço, a empresa compradora eleva
o preço de compra.

f) Monopólio Bilateral

Apenas um produtor (um monopolista) e um consumidor (um


monopsonista). O preço e a quantidade transacionada são feitos por acordo, pois
o monopolista deseja vender dada quantidade de produto por um preço, e o
monopsonista deseja obter a mesma quantidade por um preço diferente daquele
pretendido pelo monopolista.

FIGURA 19

FONTE: Vasconcellos e Garcia (2005, p. 81).

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Após ter visto as diversas estruturas de mercado, podemos detalhar um
dos grandes instrumentos utilizados no mercado para melhor captação de
clientes, criar diferenciações de produtos e ofertas, ou seja, segmentação do
mercado.

A maior parte dos mercados é grande demais para que uma empresa
possa fornecer todos os produtos e serviços necessários a todos os
compradores naquele mercado. A segmentação de mercado é o processo de se
identificar grupos de compradores com semelhantes desejos ou necessidades
de compras.

A correta segmentação do mercado, dividindo-o em partes com as


mesmas características, é o fundamento básico do planejamento comercial.
Pensar grupos de clientes que tenham afinidade permite ao Gestor Comercial
adequar o conjunto de estratégias focando as ações de venda.

 Benefícios de segmentação
A segmentação de mercado começa pela caracterização de grupos de
clientes que tenham algo em comum.

A segmentação de mercado é a subdivisão de um mercado em


subconjuntos distintos de clientes que pode ser selecionado como um objetivo
de mercado. O gestor de vendas que considera as diferentes necessidades dos
diferentes segmentos de mercado poderá aproveitar as oportunidades de três
maneiras.

Primeiramente, pode examinar as necessidades de cada segmento em


confronto com as ofertas atuais dos concorrentes e determinar o grau de
satisfação dos consumidores.

Os segmentos com níveis relativamente baixos de satisfação das ofertas


atuais podem representar excelentes oportunidades de venda.

Em segundo lugar, poderá fazer melhores ajustes de seu produto. Em


vez de um programa de marketing dirigido a todos os compradores em potencial,

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o vendedor pode criar programas separados para satisfazer as necessidades de
diferentes consumidores.

Em terceiro lugar, o vendedor pode desenvolver programas, orçamentos


e planos de venda baseados numa ideia mais clara sobre as características de
segmentos específicos de mercado. Poderá distribuir recursos de forma mais
eficaz, a fim de conseguir os efeitos desejados em diferentes partes do mercado.

 Alguns Critérios para a Segmentação do Mercado


A segmentação geralmente envolve a divisão do mercado por uma
sucessão de variáveis que permitam quantificar e localizar os prováveis
consumidores por meio dos canais de distribuição ou da propaganda
segmentada. O gestor comercial deve escolher as variáveis por dois critérios
básicos:

a) Sua linha de produtos também é segmentada;


b) A possibilidade de colher as informações.

Segmentação geográfica: Considera o local em que o consumidor está


- país, estado, região, cidade, bairro, rua, etc.

Segmentação demográfica: Na segmentação demográfica, o mercado


é subdividido - idade, sexo, o tamanho da família, a renda, a profissão, a
instrução, o ciclo de vida da família, a religião, a nacionalidade ou a classe social.

Segmentação psicográfica: As variáveis psicográficas se referem ao


indivíduo e aspectos tais como o estilo de vida, personalidade, motivos de
compra, e conhecimento e utilização do produto. As pessoas dentro do mesmo
grupo demográfico podem exibir traços amplamente diferentes.

Segmentação por Volume: Alguns mercados podem ser segmentados


em pequenos, médios e grandes, conforme o volume de consumo.

Uma vez estudadas as principais estruturas de mercado, o mercado


financeiro pode ser detalhado.

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Como já abordado anteriormente, o termo “mercado” pode ser entendido
como um processo no qual existem pessoas interessadas em vender produtos
ou serviços para outras pessoas.

No Sistema Financeiro Nacional (SFN) ocorre o mesmo processo de


oferta e demanda (procura). Entretanto, é importante fazer distinção, desde já,
de dois tipos de “intermediação financeira”:

 Intermediação Financeira Direta


Agentes Superavitários: depositam ou aplicam seus recursos em uma
“Instituição Financeira”. Exemplos: Depósitos à Vista (contas-correntes),
Depósitos a Prazo (CDB – Certificado de Depósito Bancário, RDB – Recibo de
Depósito Bancário, Letra de Câmbio) e Poupança.

Agentes Deficitários: tomam estes recursos na forma de “Operações de


Crédito”. Exemplos: Empréstimos em Conta (sem destinação específica),
Financiamentos, Títulos Descontados (Duplicatas, Cheques, Notas
Promissórias.) e Leasing, entre outros.

 Intermediação Financeira Indireta


Agentes Superavitários: adquirem como um investimento “Títulos de
Crédito Mobiliários” (ex.: Ações e Debêntures), via Bolsa de Valores (Bolsa de
Valores de São Paulo - Bovespa) e Mercado de Balcão (Organizado e Não
Organizado).

Agentes Deficitários tomam estes recursos na forma de títulos de crédito,


inclusive abrindo a possibilidade de participação de novos acionistas no seu
“Capital Social”.

O mercado financeiro é formado pelas Instituições Financeiras que


realizam operações de “intermediação financeira direta” (em mercados como:
monetário, mercado de crédito e mercado de câmbio). E qual a definição de
Instituições Financeiras?

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São as que realizam o processo de “intermediação financeira direta”.
Principais tipos de instituições financeiras: Bancos Comerciais (BC), Bancos
Múltiplos (BM), Bancos de Investimentos (BI), Caixa Econômica (CE),
Sociedades de Crédito, Financiamento e Investimentos (SCFI, conhecidas como
“Financeiras”), etc.

Para compensar o risco assumido pelas operações de crédito fornecidas


a terceiros, dos recursos captados de seus clientes correntistas, aplicadores e/ou
poupadores, os bancos são remunerados por uma diferença de taxas
denominada “Spread” (diferença da taxa de captação de recursos fornecida pelo
banco versus a taxa de aplicação destes mesmos recursos pelo banco).

E qual o conceito de Sistema Financeiro Nacional? É o conjunto de


instituições financeiras ou não financeiras que utilizam instrumentos financeiros
e de capitais específicos para captação e aplicação de recursos, propiciando um
fluxo regular de recursos entre agentes superavitários (ou poupadores,
aplicadores) e deficitários (ou tomadores) de recursos financeiros (moeda).

Finalizando o tópico de conceitos sobre mercados, não se pode deixar


de conceituar o mercado de capitais, que são as Instituições Financeiras ou Não
Financeiras (Auxiliares, Equiparadas) que realizam operações de intermediação
financeira indireta.

18 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO

A Gestão Financeira é baseada em algumas diretrizes chaves, mas


principalmente em duas, como gerir os recursos que entram e como gerir os
recursos que saem, ou seja, minhas receitas e despesas.

Dentro das minhas despesas, está uma que consome muito da minha
receita e consequentemente diminui o lucro, são os tributos.

A carga tributária no país, cidade ou município é enorme, uma das


maiores do mundo, então é necessário fazer um planejamento adequado para
que possamos pagar o mínimo possível, mas tudo dentro da lei. Isso porque a

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lei oferece incentivos, opções e maneiras de pagar determinados impostos em
detrimento de outros. O mercado é impiedoso, sendo preciso lutar com todas as
armas disponíveis, e uma delas é o planejamento tributário.

É comum ouvir falar sobre o planejamento tributário e, muitas vezes,


nem saber exatamente o que isso significa. Uns pensam que se trata
simplesmente de algum "trambique" para pagar menos impostos, outros que é
algo muito complicado, e que somente grandes empresas podem ter acesso a
ele, e até existem aqueles que acham algo misterioso, portanto, tão difíceis e
inacessíveis que não se animam a procurá-lo.

Planejar um tributo é organizar todas as etapas de sua apuração, de


forma a prever antecipadamente quanto será pago, preparando cada operação
para que seja gerado o menor valor possível, tudo dentro da lei.

Neste mundo complicado e cheio de armadilhas para as empresas, não


se pode perder qualquer oportunidade de melhorar o resultado financeiro das
atividades ou de se livrar das garras da fiscalização de todas as esferas do
Estado.

Em que pese a má aplicação de uma parte dos tributos arrecadados, é


com eles que o Poder Público mantém os serviços que são prestados à
população. Não se deve revoltar contra o seu pagamento. Entretanto, é dever de
todo empresário responsável cuidar para que seja pago apenas o tributo devido
pelas suas atividades, que é o tributo justo. Não pode ser o justo segundo a
própria vontade, mas sim, segundo a legislação vigente.

Algumas vezes, podemos organizar a atividade empresarial de forma


que o imposto apurado seja o menor possível, sem qualquer burla às leis. O
simples lançamento das notas fiscais de compra e de venda ou prestação de
serviços nos livros fiscais, se feito corretamente, já pode ser considerado um
planejamento tributário se a apuração for feita com antecipação suficiente para
a programação financeira de seu pagamento.

Outras vezes, o planejamento tributário pode ser feito já na hora da


compra. Uma pequena indústria, que esteja enquadrada no ICMS como
apuração normal, ao adquirir insumos de uma empresa localizada em outro

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Estado, terá direito de creditar 12% de ICMS sobre o valor da compra. Se esta
mesma compra for efetuada de empresa localizada dentro do Estado o seu
crédito será de 18%, portanto, se o preço pago for o mesmo, haverá uma
economia de ICMS de 6% sobre o valor da compra quando esta for feita dentro
do Estado. Isto também é uma forma de planejamento tributário.

Podem ser citados, também, enquadramentos em sistemas de


tributação simplificados, mas que provocam apuração de tributos em valor
superior ao que seria apurado se o regime de apuração utilizado fosse o normal.

Exemplo: uma empresa que tenha poucos empregados e que apresenta


prejuízo e está enquadrada no Lucro Presumido. Em sentido inverso, uma
empresa que esteja enquadrada no Lucro Real e que tenha lucro acima dos
índices do Lucro Presumido.

Outro caso que ocorre com alguma frequência é a aquisição de


mercadorias com redução de base de cálculo de ICMS e venda da mesma sem
a redução, por falta de orientação ou erro de lançamento nos livros fiscais. Este
procedimento acarreta o pagamento de imposto a mais, embora indevidamente.

Outra situação é a ilusão de que é possível se "rasgar" algumas Notas


de Compra imaginando-se que assim poderia haver redução no faturamento
mediante a omissão de Nota Fiscal de venda. Todas as compras já são
informadas à fiscalização pelo vendedor por obrigação legal de transmissão de
arquivos magnéticos. Assim, este procedimento, além de ilegal, pode custar
muito caro na hora em que for descoberto.

Há ainda os casos em que apenas se deixa de emitir a nota fiscal na


hora da venda imaginando-se que com esse procedimento se estará pagando
menos tributos. Ledo engano! É só lembrar que as vendas devem ser suficientes
para o pagamento das compras e das despesas, exceto se as contas não
estiverem sendo pagas; esta situação não perdurará por longo tempo, pois, logo
algum credor pedirá a falência da empresa.

Também é bom lembrar que, pelo recolhimento da extinta CPMF, a


fiscalização tem a informação sobre a movimentação bancária. Como ninguém

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vai ao Banco retirar dinheiro para depois redepositá-lo, a regra geral é que todos
os depósitos correspondem a vendas que foram efetuadas.

Os exemplos citados são genéricos e correspondem apenas a um


pequeno número de situações que ocorrem numa empresa. Cada caso deve ser
analisado em particular, de preferência com o acompanhamento do contador.

Para praticar o planejamento tributário, nem sempre precisamos de


grandes e sofisticadas engenharias; pequenos cuidados podem reduzir nossos
tributos de forma legal e, muito mais do que isso, podem nos livrar de
complicações com a fiscalização evitando as pesadas multas que são aplicadas
em caso de infrações, inclusive com risco de processo criminal.

19 PLANO DE NEGÓCIOS

O mundo financeiro é extremamente complexo, mas existem algumas


ferramentas que nos auxiliam na condução da sua gestão. E uma das principais
ferramentas é um Plano de Negócios ou “Business Plan”.

Na realidade, o Plano de Negócios é utilizado não só no mundo


financeiro, mas em qualquer outro projeto que exija planejamento. O Plano de
Negócio é um documento que reúne informações sobre as características,
condições e necessidades de um futuro empreendimento, como a abertura de
um novo negócio, como apenas um novo projeto dentro da empresa, sempre
com o objetivo de analisar sua potencialidade e viabilidade, facilitando e
minimizando os riscos da sua implantação.

O Plano de Negócio também é um importante instrumento de ajuda ao


empresário para enfrentar obstáculos e mudanças de rumos na economia ou no
ramo em que atua.

Para os empreendedores, que costumam ser mais realizadores do que


redatores de propostas, é uma ferramenta extremamente útil. Um bom plano é
uma peça indispensável para o sucesso de qualquer negócio.

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 Para que serve o Plano de Negócio?

a) Examina a viabilidade do empreendimento nos aspectos


mercadológico, financeiro e operacional.

O Plano de Negócios permite desenvolver ideias a respeito de como o


negócio deve ser conduzido. É uma oportunidade para refinar estratégias e
cometer erros no papel em lugar da vida real, examinando a viabilidade da
empresa sob todos os pontos de vista, tais como: o mercadológico, o financeiro
e o operacional.

b) Integra o Planejamento Estratégico

O Plano de Negócios é uma ferramenta pela qual o empresário pode


avaliar o desempenho atual da empresa ao longo do tempo. Por exemplo: a parte
financeira de um plano de negócios pode ser usada como base para um
orçamento operacional e ser cuidadosamente monitorada, para se verificar o
quanto a empresa está se mantendo dentro do orçamento. A esse respeito, o
Plano pode e deve ser usado como base para um planejamento estratégico.

Depois de decorrido algum tempo e, a partir de então, periodicamente,


o Plano de Negócios deve ser examinado, para se verificar onde a empresa se
desviou do rumo e se esse desvio foi benéfico ou danoso e como ela deverá
operar no futuro.

c) É ferramenta de negociação e ajuda a levantar recursos

A maior parte dos financiadores ou investidores não colocará dinheiro


em uma empresa sem antes ver o seu plano de negócio. O empreendedor
poderá não ser levado a sério, nem mesmo convidado a voltar.

O plano pode ser usado como uma ferramenta de negociação e contribui


para aprovação de empréstimos nos bancos e acesso a linhas de financiamento.

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Um velho axioma ensina que se deve “ser claro a respeito do que se deseja do
investidor, mas vago a respeito daquilo que está disposto a ceder”.

 A quem se destina?
O Plano de Negócio é um documento confidencial. Deve ser distribuído
somente àqueles que têm necessidade de vê-lo, tais como a equipe gerencial,
conselheiros profissionais e fontes potenciais de recursos.

o Mantenedores de Incubadoras: iniciação de empresas, com


condições operacionais facilitadas, mantidas por instituições de
classe, centros de pesquisas, órgãos governamentais.
o Parceiros: para definição de estratégias e discussão sobre formas de
interação entre as partes.
o Bancos: para pleitos de financiamentos de equipamentos e
instalações, capital de giro, expansão da empresa, etc.
o Investidores: entidades de capital de risco, pessoas jurídicas, bancos
de investimento, etc.
o Fornecedores: para negociação na compra de mercadorias, matéria-
prima e formas de pagamentos.
o A própria empresa: para comunicação interna, da gerência com o
conselho de administração e com os empregados
(comprometimento mútuo de metas e resultados).
o Clientes: para venda do produto e/ou serviço e publicidade da
empresa.
o Sócios: para convencimento em participar do empreendimento e
formalização da sociedade.

A apresentação do Plano de Negócio é formatada mais objetivamente


nas ênfases relacionadas com o público específico.

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 Cuidados importantes ao redigir um Plano de Negócio
As fontes de financiamento não veem com bons olhos um plano que está
sendo “leiloado” por aí. O ideal é que ele seja enviado para poucos, no máximo
dez fontes financeiras. Nunca enviar os planos às fontes financeiras em
sequência. Esta abordagem pode adiar por anos um sucesso.

Ao determinar a quem enviar o plano, pesquise cuidadosamente que


espécies de fontes estão interessadas no campo em que eles estão. Espere a
resposta de cada instituição, antes de passar à seguinte. Alguns bancos somente
emprestam em certas áreas geográficas; alguns investidores só investem em
determinados tipos de empresas.

Dentro de uma organização, algumas pessoas ou departamentos podem


lidar com planos de negócios. Eles também podem ser divididos por critérios
geográficos, por grupo de negócios ou de alguma outra forma.

É importante fazer com que o Plano chegue ao grupo certo e, melhor


ainda, à pessoa certa. Se houver dúvidas sobre o destino dado ao documento,
pode-se solicitar que o destinatário assine um termo confidencial para minimizar
as chances de que informações-chave da empresa ou da ideia sejam utilizadas
ou divulgadas a terceiros. Não se recomenda a produção de grande quantidade
de cópias, nem que sejam confeccionadas de forma diferenciada do usual.

 Objetivos de um plano de negócios


Ser empreendedor não é só ganhar muito dinheiro, ser independente ou
realizar algo. Ser empreendedor também tem um custo que muitos não estão
dispostos a pagar. É preciso esquecer, por exemplo, uma semana de trabalho
de 40 horas, de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h e com duas horas de
almoço. Normalmente, o empreendedor, mesmo aquele muito bem sucedido,
trabalha de 12 a 16 horas por dia, não raro sete dias por semana. Ele sabe o
valor do seu tempo e procura utilizá-lo trabalhando arduamente na consecução
de seus objetivos. O sucesso na criação de um negócio próprio depende
basicamente do desenvolvimento, pelo empreendedor, de três etapas:

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o Identificar a oportunidade de negócio e levantar informações.
o Desenvolver o conceito do negócio, com base nas informações
coletadas na primeira, identificar experiências similares e avaliar os
riscos, quantificar o potencial de lucro e crescimento e definir a
estratégia competitiva.
o Detalhar o empreendimento, definir as necessidades de recursos,
calcular a viabilidade econômica, completar o plano.

 Estrutura de um plano de negócio


O Plano de Negócio é composto de oito seções:

 Sumário Executivo
É a primeira parte que será lida por um eventual investidor. Deve conter
os pontos principais e mais interessantes do Plano. Não costuma ter mais de
uma página.

O Sumário Executivo deve conter:

o Quem você é.
o Qual a sua estratégia / visão.
o O que você está fazendo e o propósito de fazê-lo.
o Qual é seu mercado.
o Quanto de dinheiro você precisa e o que fará com ele.
o Quais são suas vantagens competitivas.

 Descrição da Empresa
Contém um sumário da empresa, seu modelo de negócio, a natureza,
sua história, estrutura legal, localização, objetivos, estratégias e missão. Uma a
duas páginas.

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 Produtos e Serviços
Descrição dos produtos e serviços da empresa, suas características,
forma de uso, especificações, estágio de evolução. Máximo de duas páginas.

 Estrutura Organizacional
Como a empresa está organizada internamente, número de
funcionários, principais posições, perfil do profissional. Máximo de duas páginas.

 Plano de Marketing
Aqui serão descritos o setor, o mercado, as tendências, a forma de
comercialização, distribuição e divulgação dos produtos, preços, concorrentes e
vantagens competitivas. De cinco a seis páginas.

 Plano Operacional
Descreve o fluxo operacional, cadeia de suprimentos, controle de
qualidade, serviços associados, capacidade produtiva e logística. De três a
quatro páginas.

 Estrutura de Capitalização
Como a empresa está capitalizada. Quem faz parte da sociedade,
necessidades de capital de terceiro, forma de remuneração e estratégias de
saída. Duas a três páginas.

 Plano Financeiro
Como a empresa se comportará ao longo do tempo do ponto de vista
financeiro, descrições e cenários, pressupostos críticos, situação histórica, fluxo
de caixa, análise do investimento, demonstrativo de resultados, projeções de
balanços e outros indicadores. De cinco a seis páginas.

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 Cuidados a tomar em um Plano de Negócio
As informações de um Plano de Negócios devem ser precisas, mas
transmitindo uma sensação de otimismo e entusiasmo. Ao preencher o Plano,
tenha sempre em mente o objetivo para o qual ele está sendo escrito.

O tom deve ser empresarial, sem sentimentalismo, para ser levado a


sério. Os possíveis investidores reagirão bem a uma apresentação positiva e
interessante, mas reagirão com indiferença diante de uma apresentação vaga,
prolongada, ou que não tenha sido bem ponderada e organizada. Cuidado ao
dar ênfase no preenchimento a argumentos exclusivamente de venda da ideia.
Esta ênfase pode levá-lo a redigir um plano exagerado, destituído de
objetividade.

Se o plano transmitir de forma clara e legível as metas e métodos


básicos da empresa, o investidor dará atenção ao documento. Caso necessite
de mais informações, com certeza ele pedirá. Preocupe-se, portanto, em
apresentar informações reais e que possam ser facilmente comprovadas quando
solicitadas.

 Dicas
Não tenha pressa ao elaborar o seu Plano de Negócio. Para garantir a
qualidade, um bom plano deve cobrir informações abrangentes, bem resumidas
e pertinentes. Na maioria das vezes, estas informações não se encontram
facilmente consolidadas. Elas devem ser procuradas, trabalhadas e
manipuladas. É recomendável que se escreva o Plano paulatinamente, à medida
que as informações forem obtidas, e não de uma só vez. Algumas dicas simples,
mas muito importantes e que têm uma grande aplicabilidade:

o Revise o Plano. Peça ajuda a consultores, professores, etc.


o Mostre nitidamente o que está oferecendo.
o Faça cenários. Quem tem uma proposta não tem nenhuma.
o Faça uma apresentação em Power Point de aproximadamente 12
slides, uns 15 minutos no máximo.

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o Seja objetivo.
o Use gráficos e tabelas, afinal uma imagem diz mais que mil palavras.
o Evite excessos, por isso existem anexos. O que puder, coloque como
anexo.
o Monte sua própria planilha, evite os formatos existentes no mercado,
essa já é uma oportunidade de mostrar inovação.
o Referencie todos os dados que não são seus.
o Preocupe-se com a aparência do Plano.
o Encaderne de forma que seja de fácil manuseio.
o Faça várias versões do plano, para atingir diversos públicos.
o E finalmente, faça um Sumário Executivo alternativo com umas três
a cinco páginas.

 Nem muito longo, nem muito curto


O tamanho ideal é de 20 a 25 páginas, dependendo do objetivo, porte e
situação da empresa. Tenha em mente esta informação enquanto preencher, de
forma a manter a objetividade, colocando apenas as informações relevantes e
deixando todo e qualquer material demonstrativo, suplementar ou ilustrativo
como anexo ao final do documento.

No relatório impresso, devem constar apenas os nomes das seções e


grupos, e não as perguntas individuais. Isso dá liberdade para você colocar o
conteúdo do grupo onde bem entender, sem precisar se ater às respostas
específicas de cada pergunta, de forma a utilizar as perguntas apenas como
referência ou um tipo de check list.

 Não se esqueça da revisão ortográfica


Uma palavra de cautela a respeito da gramática e ortografia: esses erros
podem gerar uma imagem negativa sobre o empreendedor, e, portanto, sobre
todo o empreendimento. Faça com que alguém qualificado nessa área revise o
Plano, para eliminar esses pequenos aborrecimentos, que podem ter um forte
impacto sobre os leitores.

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Muitas das perguntas que se faz para preparar um Plano de Negócios
precisam ter uma resposta, ou devem, ao menos, ser respondidas com “não
pode ser respondido neste momento, mas deve ser monitorado”, pelo bem da
sobrevivência da empresa.

20 ESTRATÉGIAS EM FINANÇAS

Para se falar de Estratégia em Finanças ou Estratégia Financeira,


primeiro é preciso entender o que é estratégia e como planejá-la, para só depois
evoluir para:

Estratégia empresarial

Estratégia corporativa

Estratégia de negócios

O termo estratégia é milenar e inicialmente não foi empregado no campo


dos negócios. Nos dias atuais, a palavra estratégia tem aplicação em várias
áreas, tais como a militar, a dos esportes, a da geopolítica, a dos negócios e
outras. A proposta nesse momento é abordar os conceitos genéricos e
específicos de estratégia.

Estratégia é uma palavra de origem grega. Strategus, para os gregos


antigos significava o general superior, ou generalíssimo e estratégia significava
a arte deste general.

Sun Tzu (1988), em “A Arte da Guerra”, afirma que as manobras


estratégicas significam escolher os caminhos mais vantajosos.

Clausewitz (2001, p. 97), um reconhecido estrategista militar, ao definir


táticas e estratégia, afirmou que “táticas se referem ao planejamento e à
condução de batalhas, enquanto a estratégia é o uso das batalhas com o objetivo
da guerra”.

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Em dicionários, a primeira definição de estratégia é a arte militar de
planejar e executar movimentos e operações de tropas, navios e/ou aviões,
visando alcançar ou manter posições relativas e potenciais bélicos favoráveis a
futuras ações táticas sobre determinados objetivos.

A seguir, alguns conceitos dos diversos tipos de estratégias ligadas ao


mundo empresarial.

 A Estratégia Empresarial
O conceito de estratégia aplicado ao campo dos negócios, aqui
denominada estratégia empresarial, absorve ideias do conceito original aplicado
à área militar. Entretanto, na maioria das ocasiões este conceito está dissociado
do campo militar. É usual atribuir-se à estratégia empresarial algumas
categorias, como se fossem níveis. Os níveis mais comuns são: corporativa, de
uma unidade de negócios e funcional ou operacional.

Diversos autores atestam a existência de níveis de estratégia, entre eles


Hofer & Schendel (1978), que explicam que há a estratégia voltada para a
corporação e aquela voltada para a unidade de negócios.

 Estratégia Corporativa
De acordo com Montgomery & Porter (1998, p. 237), a estratégia
corporativa é o plano geral de uma empresa diversificada, a qual tem dois níveis
de estratégia: “a estratégia das unidades de negócio (ou competitiva) e a
estratégia corporativa (ou da totalidade do grupo empresarial)”.

Para Christensen (apud Fahey & Randall, 1999, p. 67), estratégia


corporativa é aquela que se preocupa com três importantes questões a serem
enfrentadas pelos gerentes da corporação:

 O escopo corporativo: de que complexo de negócios a corporação


deve participar?

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 O relacionamento entre as suas partes: em que bases as unidades
de negócios da corporação devem relacionar-se umas com as
outras?
 Os métodos para a gestão do escopo e dos relacionamentos: que
métodos específicos – aquisições, alianças estratégicas,
desinvestimentos e outros – serão adotados para efetuar mudanças
específicas no escopo corporativo e nos relacionamentos?

A tese de que a estratégia corporativa é um dos níveis da estratégia,


aquele referente ao nível corporativo, é defendida por vários autores, entre eles
Hofer & Schendel (1978, p. 27) e Lorange & Vancil (1977, p. 12).

De maneira geral a definição do termo estratégia corporativa é simples,


não encontra muitas variações. A estratégia corporativa existe quando a
corporação tem várias unidades de negócios e refere-se à estratégia do grupo
como um todo e não às estratégias específicas de cada unidade de negócio.

 Estratégia de Negócios
Entre os autores que diferenciam a estratégia corporativa da empregada
na unidade de negócios está Henderson, o qual conceitua tanto o que seria a
estratégia corporativa quanto a estratégia da unidade de negócios.

Henderson (1979, p. 19) explica que a estratégia de negócio deveria:

 Definir a área de negócios a ser operada.


 Identificar os concorrentes mais importantes naquela indústria.
 Identificar as diferenças entre a empresa e seus concorrentes.
 Projetar as mudanças no ambiente que irão afetar a concorrência.
 Identificar os objetivos da empresa e todas as diferenças
conhecidas entre estes e os de seus concorrentes.

Henderson (1979) ressalta ainda que a estratégia de negócios está


envolvida com questões de preços e custos. Já quanto à estratégia corporativa,

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ainda segundo o autor, esta se preocupa com as estratégias no campo
financeiro, de aquisições, organizacionais e de estilo de administração.

 Estratégia em Finanças
A estratégia financeira tem como propósito assegurar que a organização
conheça as suas necessidades financeiras e onde pode obter o financiamento
necessário para atender a essas necessidades. Em geral, tem a ver com as
necessidades financeiras a médio e longo prazo da organização.

Auxilia a empresa a determinar o tipo de financiamento adequado para


seu negócio. Define o seu valor total e de cada linha de negócios para venda ou
investimento de capital de risco ou de sócios. Ajuda na construção de estratégias
financeiras para avaliação contínua do desempenho de cada linha de negócios
permitindo: ajustar o planejamento estratégico e financeiro; acompanhar o
aumento do valor da empresa; adequar à política de salários, bonificações e
participações dos funcionários.

Ao preparar a sua estratégia financeira, convém não refletir apenas


sobre o dinheiro que procura para os projetos imediatos que pretende levar à
frente ou para fazer face ao orçamento do exercício corrente, como também deve
refletir sobre formas de assegurar o futuro financeiro da organização no médio e
longo prazo. Resumidamente, há que assegurar que existe dinheiro suficiente
para o presente e para o futuro.

Ao formular a sua estratégia financeira, lembre-se de examinar formas


de gerar mais dinheiro e gastar menos. De um lado, deve procurar maneiras de
fazer entrar mais dinheiro na organização e, de outro lado, há que procurar
formas de reduzir as despesas atuais.

Abaixo, um gráfico comparativo com as principais iniciativas visando à


melhora da saúde financeira da empresa. As iniciativas vão desde o
enxugamento de despesas (saídas) até a captação de recursos (entradas).

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Figura 20

FONTE: MORAES et al (2001)

Pelo gráfico verifica-se que há inúmeras opções de viabilizar a estratégia


financeira. No gráfico há sete opções, sendo que seis de captação de recursos
e apenas uma focando a redução e controle de recursos.

E a opção que tem maior impacto do equilíbrio das finanças e viabiliza


de forma mais efetiva a estratégia financeira é exatamente a de
Diminuição/Controle de Custos.

Há de se tomar alguns cuidados e não pensar de forma simplista quando


falar de redução e controle de custos, porque muitos empresários e gerentes
pensam imediatamente na folha de pagamento.

É evidente que a folha de pagamento é um gasto bastante considerável


em uma empresa, mas não é um custo. É necessário pensar que a folha de
pagamento é um gasto que tem conotação de investimento e não de custo, então
busque diversas outras diminuições e controles, tais como:

 Despesas administrativas;
 Despesas tributárias (já foi abordado aqui o planejamento tributário
no qual se cria alternativas lícitas para pagar menos imposto);
 Despesas de viagens.

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Enfim, há uma série de despesas que devem ser atenuadas e
controladas antes da folha de pagamento. Veja algumas dicas e procedimentos
que podem causar um impacto substancial nos gastos da empresa.

 Formas de reduzir a despesa


Além da identificação de fontes de receitas, as estratégias financeiras
devem passar também pelas despesas. A estratégia financeira de despesas visa
gastar menos, continuando a fazer o mesmo trabalho e até procurar aumentar o
trabalho que faz.

Seguem algumas dicas:

 Reduzir os serviços: às vezes, é necessário que a organização


reduza os serviços que oferece se constatar que o impacto desse
serviço não justifica o dinheiro que se gasta nele; é a análise do
tradicional conceito custo x benefício. Se o serviço ou o produto não
tiver uma rentabilidade que se justifica, então é melhor parar de
produzi-lo ou parar de oferecer tal serviço.
 Contratação externa de serviços: às vezes, é mais econômico
contratar alguém de fora da organização para executar uma tarefa
do que empregar um efetivo para essa tarefa. Os custos trabalhistas
numa demissão, ou até mesmo turn over (saída e rotatividade de
pessoal) são justificativas tradicionais para ocorrer a terceirização do
serviço.
 Plena utilização do tempo do pessoal: isso significa que a gestão
deve assegurar que todos os empregados sejam utilizados à plena
capacidade. A organização desperdiça muito dinheiro pagando
empregados que não estejam com plena produtividade.
 Fornecedores mais econômicos: Tente encontrar fornecedores que
prestem serviços ou forneçam produtos a um preço mais baixo. Na
maioria dos casos, isto implica numa procura mais detalhada ou na
negociação do melhor preço.

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 Aluguel mais econômico: uma das maiores despesas da maioria das
organizações é o aluguel dos escritórios. Por conseguinte, é
importante que procurem encontrar um espaço tão econômico
quanto possível, mas que responda às necessidades da
organização.
 Controlar as despesas: a gestão deve sempre controlar todas as
despesas para se certificar que os recursos da organização não
sejam utilizados abusivamente nem gastos indevidamente. Algumas
despesas, tais como as contas de telefone, podem muito
rapidamente entrar em descontrole se não forem monitorizadas para
assegurar que as pessoas não estejam fazendo chamadas
desnecessárias.

Existe um tradicional estudo de caso da IBM, em que a alta diretoria se


reuniu para discutir problemas estratégicos, mas a pauta detalhada da reunião
não foi divulgada. No momento da reunião, foi informado pelo CEO que a pauta
seria o cafezinho na IBM.

Todos os membros do conselho acharam ridículo convocar uma reunião


para falar sobre o cafezinho, mas sem opção de escolha, todos participaram e
chegaram a algumas ações a respeito do assunto, como por exemplo: trocariam
a marca do café, disponibilizariam menos máquinas de café, diminuíram o
tamanho do copo do café, decidiram não mais liberar o leite nas máquinas, enfim,
decidiram algumas ações e colocaram em prática na semana seguinte.

O resultado dessa ação representou uma economia de 1,5 milhões de


dólares no primeiro ano fiscal, esse número representava 2,3% do Faturamento
do primeiro trimestre do ano. Os diretores começaram a ter outra visão do que
são desperdício e economia empresarial.

De qualquer forma se faz necessário verificar as demais opções que


normalmente fazem parte de estratégias financeiras das empresas.

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 Recursos próprios como fonte de Financiamento: iniciativa no
sentido de não utilizar recursos de terceiros, particularmente bancos,
ficando independente de garantias.
EXEMPLOS: Evitar fazer empréstimos em bancos e trabalhar com
recursos próprios; recorrer cada vez menos à rede bancária; todos os
investimentos estão sendo feitos com recursos gerados pela
operação local.

 Administração de Capital de Giro: visa a criar condições para


honrar as obrigações de curto prazo, reduzindo a dependência de
capitais de terceiros de forma a favorecer o fluxo de caixa da empresa.
EXEMPLOS: Reduzir os estoques, o que representa diminuição no
custo financeiro; negociar melhor com seus fornecedores para poder
repassar os descontos aos clientes; recomposição do caixa por meio
das vendas à vista.

 Captação de recursos no mercado de Capitais: relação financeira


que oferece condições para que a empresa se capitalize com fundos
de longo prazo.
EXEMPLOS: Pegar dinheiro no exterior e abater débitos em moeda
nacional; o sistema de vendas parceladas da empresa é sustentado
por um banco próprio. O Investcred reagiu ao Plano Collor vendendo
ações e posições de outras empresas para fazer caixa.

 Análise de Investimento: diz respeito aos critérios utilizados para


minimizar os riscos dos capitais aplicados.
EXEMPLOS: A estratégia é concentrar esforços nos
empreendimentos que gerem liquidez e rentabilidade; corte de projeto
de investimento; corte dos investimentos que frearam seu ritmo de
expansão.

 Aplicações Financeiras: procedimentos que objetivam a obtenção


de retornos satisfatórios para os recursos financeiros disponíveis pela
empresa.

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EXEMPLOS: Aplicar as folgas de caixa no mercado financeiro,
obtendo uma receita adicional de 30% do lucro bruto; comprar a prazo
e aplicar o dinheiro no banco até a data de pagar o fornecedor.

 Análise de Crédito: associada aos procedimentos que buscam


determinar a concessão de créditos aos clientes e aos métodos de
cobrança.
EXEMPLOS: Investiu em técnicas mais avançadas de concessão de
créditos para reduzir gastos com cobrança e inadimplência;
transferência de titularidade aos fornecedores com faturas emitidas
antes de março.

As relações entre as finanças e a estratégia são ambíguas: devem limitar


as "ambições" estratégicas de uma empresa aos seus recursos financeiros
(coerência) ou devem definir projetos ambiciosos e em seguida utilizar todos os
meios para mobilizar os recursos financeiros necessários (dinâmica). Ambos os
princípios parecem justos.

Formular uma estratégia financeira pressupõe uma estimação, mesmo


que grosseira, dos recursos e empregos gerados pelo planejamento estratégico.
Por outro lado, alguns princípios orientadores podem ser decididos mesmo antes
de qualquer avaliação.

O principal elemento de uma estratégia financeira diz respeito à


repartição das fontes de financiamento da empresa (FRACHOU; ROMANET,
1985):

 Quota de autofinanciamento;
 Quota de empréstimos (nomeadamente a médio e longo prazo);
 Quota por aumento de capital;
 Política de distribuição de dividendos e de participação dos salários no capital.

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As decisões sobre estratégia financeira sustentam-se num plano
financeiro, que, considerando o seu grau de incerteza, deve ser visto como uma
simulação para testar os equilíbrios financeiros futuros.

Uma prática muito utilizada e com um grande percentual de acerto é


fazer três tipos de planejamento e preparar planos de ação para cada um. Os
planos são os otimistas, pessimistas e normais.

A análise dos saldos anuais resultantes de um primeiro planejamento


permite aferir a escolha das fontes de financiamento complementar, necessárias
ao equilíbrio aplicações-recursos.

21 FERRAMENTAS PARA PROFISSIONAIS DAS ÁREAS DE FINANÇAS E


CRÉDITO

Os negócios de uma empresa têm que ser acompanhados de perto, com


muito cuidado e análise. Cada evento tem que ter um indicador de performance.
Estes indicadores servem de instrumentos que indicam o rumo que deve ser
tomado, em caso de haver indícios de perda de competitividade, qualidade e
eficiência, ajudando a recompor a estratégia.

Muitos sabem que uma gestão perfeita passa por uma definição e
conhecimento das ferramentas de finanças. Estas ferramentas muitas vezes
circulam somente entre poucas pessoas da empresa, e quase sempre não são
compreendidas ou bem interpretadas.

Quem já não ouviu expressões como estas: “Esses relatórios só servem


para o pessoal da contabilidade!”. “São uns montes de tabelas que não servem
para nada!”. “Eu não preciso dos números do financeiro para saber como vender,
produzir, comprar, etc.”

Os relatórios gerenciais têm grande parte dos dados vindos da área


financeira da empresa. Porém, as áreas que compõem o processo da empresa

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devem aprender um pouco de finanças e se envolver na gestão da empresa. Por
outro lado, a empresa deve cobrar responsabilidade dos gestores.

Os mais recentes métodos de análise financeira trabalham com


indicadores de desempenho, ou indicadores chaves de performance (CFROI –
Cash Flow Return on Investment, EVA – Economic Value Add, Balanced
Scorecard, etc.), porém as empresas devem compor e ensinar o básico de
finanças para todos os seus gestores antes de partir para um sistema mais
complexo de análise, pois se não o fizerem irão continuar administrando com a
caixa preta, onde poucos irão compreender o que tem dentro.

Detalhes de alguns dos mais importantes indicadores de desempenho:

 EVA - Economic Value Added (Valor Econômico Agregado). Muito


utilizado por empresas nos Estados Unidos como a Coca-Cola,
Monsanto e Procter & Gamble. EVA é uma marca registrada por
Stern Stewart, empresa de New York.
 CFROI - Cash Flow Return on Investment (Retorno de Fluxo de
Caixa sobre o Investimento) que é desenvolvido pelas consultorias
BCG e pela HOLT Value.
 BALANCED SCORECARD - Fornece a estrutura
necessária para tradução da estratégia em termos operacionais.
Criado por Robert S. Kaplan e David P. Norton em 1990.

O Balanced Scorecard (BSC) é a principal ferramenta de análise de


desempenho empresarial. Surgiu em 1990 como um estudo intitulado de
"Measuring Performance in the Organization of the Future", patrocinado pela
KPMG junto ao Instituto Nolan Norton. O trabalho foi realizado por David Norton,
executivo principal da Nolan e por Robert Kaplan, como consultor acadêmico.

Visa atender uma das grandes preocupações dos gerentes em


acompanhar e assegurar que os objetivos da estratégia da empresa serão
executados e alcançados. BSC é uma ferramenta de apoio para acompanhar e
monitorar a evolução das decisões da empresa, centrada em indicadores

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chaves. Cada pessoa na organização deve entender cada aspecto ligado à
estratégia, para que o sucesso seja pleno.

O Balanced Scorecard está dividido em quatro aspectos: Finanças,


Processos Internos, Clientes, Aprendizado & Crescimento. Em todas as
dimensões devem ter seus objetivos, indicadores, metas e iniciativas muito bem
definidas e explícitas.

O BSC precisa ser mais do que uma combinação de medidas financeiras


e não financeiras agrupadas em quatro perspectivas. Tem que compor e
demonstrar a história da estratégia da unidade de negócio. É a integração das
medidas de resultados com vetores de desempenho por meio de várias relações
de causa e efeito.

A construção do BSC deve ligar a missão e a estratégia de uma unidade


de negócio a adjetivos e medidas explícitos. Porém, isso representa apenas uma
parte do que é um BSC, pois ele deve fazer parte de um plano corporativo com
divulgação ampla de pessoas envolvidas com as decisões da empresa,
principalmente funcionários de nível corporativo e conselheiros.

Essas ferramentas são excelentes para a empresa, mas fazendo uma


analogia simplista antes de aprender a correr, é necessário aprender a andar, e
as analogias do andar nas ferramentas financeiras são: análise de relatórios,
planejamentos estratégicos e acompanhamentos financeiros.

Uma das formas de gestão mais básica de finanças para a maioria das
empresas é a análise do balanço, do fluxo de caixa e dos resultados financeiros.

O resultado da gestão de uma empresa pode ser observado pelo


impacto causado na área financeira - que deve ser compreendido como
consequência das ações tomadas nas diversas áreas da empresa - o que não
isenta o gestor financeiro de responsabilidade pelos resultados obtidos pela
organização.

Uma nova visão sobre a gestão financeira das empresas surge


gradativamente: não basta gerar caixa, mantendo as entradas maiores do que
as saídas de dinheiro; é necessário, também, captar e aplicar da melhor forma
os recursos disponíveis na organização.

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A captação de recursos ocorre não apenas por meio das Instituições
Financeiras, mas principalmente por meio de fornecedores, enquanto a
aplicação dos recursos ocorre em diversas contas tais como: estoques,
financiamento de clientes, produção, folhas de pagamento, investimentos,
desenvolvimento de novos produtos, e nas instituições financeiras.

Por essa ótica, o gestor financeiro deve possuir um conhecimento mais


abrangente, não bastando negociar com as instituições financeiras. É necessário
conhecer todas as áreas da empresa, bem como suas peculiaridades e, acima
de tudo, saber como lidar com elas.

Ser um especialista em tudo é impossível, assim como querer


administrar uma empresa sozinho. Portanto, o gestor financeiro deve conhecer,
além das ferramentas de sua área, as ferramentas utilizadas na gestão de cada
uma das outras áreas, sendo coadjuvante no sucesso dos gestores de cada uma
delas.

O bom coadjuvante é aquele que não aparece, mas faz com que os
astros apareçam e tenham oportunidade de uma atuação brilhante; isso é, na
verdade, o que se espera de um bom gestor financeiro.

Usando ferramentas financeiras como análise do balanço e fluxo de


caixa, o gestor financeiro deve auxiliar seus pares quanto à melhor forma de
alocar os recursos existentes, sem, contudo, esquecer que captar e aplicar
recursos no mercado financeiro, bem como administrar os departamentos de
Contas a Receber e a Pagar, são de sua responsabilidade.

Tradicionalmente, separa-se a análise do balanço e/ou balancete da


análise do fluxo de caixa que, costumeiramente, tem um cunho operacional e
não gerencial. A utilização de relatórios operacionais como se fossem gerenciais
é bastante comum e dificulta a tarefa do gestor.

Apesar de a contabilidade fornecer relatórios gerenciais por excelência,


sua utilização como base para uma análise mais acurada do desenvolvimento
da empresa e da sua situação atual é algo que, apesar de ser do conhecimento
de todos os gestores, não é utilizada de forma plena e adequada.

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No Brasil, onde a contabilidade é utilizada principalmente com uma visão
fiscal, a análise de seus relatórios parece utopia ou, no mínimo, coisa de quem
não conhece a realidade da organização. Quando utilizada dentro de seus
critérios e normas, ela contribui muito para a boa gestão financeira de uma
empresa, pois, por seu intermédio, pode-se concluir se a empresa está ou não
atingindo seus objetivos econômicos e financeiros.

O lucro é apenas um dos objetivos da organização, que também


necessita da geração de caixa e de liquidez. Do mesmo modo, a consolidação
dos negócios, a participação no mercado setorial e global, o inter-relacionamento
com os clientes e fornecedores, dentre outros, podem fazer parte dos objetivos
que, para um determinado período, devem ser fixados por ocasião do orçamento
anual.

Aí então, além de estabelecer objetivos, devem ser fixadas estratégias a


serem adotadas para que eles possam ser alcançados e as formas como os
resultados serão mensurados.

Tradicionalmente, são de responsabilidade da controladoria ou da área


financeira a elaboração e o controle do orçamento. Atualmente, também no
orçamento, o gestor financeiro deve assumir o papel de coadjuvante, enquanto
que os outros gestores são os verdadeiros responsáveis pela determinação de
suas metas - calculadas com base nas premissas fornecidas pela área financeira
- e, principalmente, por sua realização.

A existência de um Comitê Orçamentário facilita a fixação de objetivos e


análise de dados, metas e resultados obtidos por ocasião do orçamento. Além
disso, é responsabilidade desse Comitê analisar os resultados obtidos na gestão
dos negócios durante o período orçado, bem como redirecionar a empresa, se
necessário, para que os objetivos sejam atingidos.

O bom coadjuvante também sabe que, sem os astros, o show não existe,
portanto ele deve levar ao conhecimento de seus pares o fluxo de caixa
gerencial, explicando qual a atual situação financeira da empresa e qual a
projeção para o futuro, planejamento financeiro, caso eles continuem trilhando o
caminho atual.

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Essa forma de agir e compartilhar conhecimentos, ao contrário do que
muitos pensam, leva a uma melhor compreensão da situação da empresa por
todos os gestores, aumenta o dinamismo existente entre as diversas áreas,
integrando-as definitivamente. Com isso, é possível aliar todos os gestores em
prol de um objetivo único: a melhor gestão dos negócios.

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CONCLUSÃO

A questão da gestão financeira nas empresas é de extrema importância,


pois muitas questões são originadas na área financeira, mas qualquer tipo de
assunto ou planejamento que surja nas demais gerências acaba precisando da
mesma e, por conseguinte, necessitando da Gestão Financeira.

Praticamente tudo que se pensa dentro de uma corporação tem um


impacto financeiro no orçamento, sendo então necessária uma avaliação
profunda no que diz respeito a novos investimentos e seus prováveis retornos e
custos reais.

As empresas mais preocupadas com esse item e que têm o mínimo de


planejamento, fazem anualmente orçamentos, planejamentos estratégicos e
estabelecimento de metas sempre suportadas pela gestão financeira.

Como visto, a estratégia financeira de uma empresa é fundamental para


deixar a saúde financeira da empresa sob controle, mas para isso precisamos
de planejamento, disciplina e um frequente monitoramento das despesas e
receitas.

A contabilidade tem papel fundamental na gestão financeira, fornecendo


dados e relatórios que alertam e divulgam alguns desvios que ocorrem no
decorrer do ano fiscal.

A lição e o aprendizado maior que temos que tirar do curso é: nenhuma


empresa, projeto, aquisição ou negociação poderá ser feita sem um
planejamento financeiro sério, controlado e acertado quando necessário. Para
isso, a Gestão Financeira oferece ferramentas que facilitam e permitem o total
controle da empresa, evitando assim fracassos como fechamento e falência do
negócio.

Esses ensinamentos colocados em prática têm a função de orientar e


ratificar a necessidade da Gestão Financeira no sucesso de um
empreendimento.

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PROF: RAQUEL TINOCO

GESTÃO
FINANCEIRA

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