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Conteúdos criados pelos utilizadores: atitudes e práticas dos jovens

portugueses dos 12 aos 18 anos

Célia Quico
Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias

Resumo
‘Prosumer’, ‘pro-am’, ‘produser’, utilizador, jornalista-cidadão são alguns dos termos
que designam a figura do consumidor-produtor que cria e publica conteúdos através
das mais diferentes ferramentas e meios. Publicar ou comentar blogs, remisturar e
publicar online músicas, fazer álbuns de fotos online, criar e publicar vídeos são
apenas algumas das actividades que caiem no âmbito geral da criação e partilha de
conteúdos por parte dos utilizadores.
Avaliar as atitudes e práticas de criação de conteúdos digitais dos jovens portugueses
dos 12 aos 18 anos é o objectivo principal deste artigo, que tem por base os resultados
e conclusões de três estudos empíricos integrados na tese de doutoramento de Quico
(2008), nomeadamente: um estudo etnográfico sobre os usos dos media e tecnologias
de informação e comunicação (TIC) de dez famílias portuguesas conduzido em
contexto doméstico, um inquérito quantitativo sobre os usos dos media e TIC que
contou com uma amostra de 962 inquiridos e, finalmente, um estudo de avaliação de
um formato de media participativo que foi testado e avaliado por 77 jovens dos 12 aos
20 anos de três escolas de localidades diferentes.
Ainda, este artigo apresenta uma breve revisão de literatura sobre a temática dos
conteúdos criados pelos utilizadores, que inclui as perspectivas de autores como
Henry Jenkins, Mark Deuze, Andrew Keen e Lawrence Lessig. Deste modo, também
há a intenção de contribuir para a reflexão sobre esta tendência de uso dos media e
TIC, através do confronto de diferentes perspectivas de investigadores e teóricos no
campo dos media.

Introdução

À medida que cada vez mais obras de amadores se tornam acessíveis


publicamente através da internet, a atenção de muitos investigadores volta-se para
uma compreensão da criatividade mais baseada na cultura popular (‘folk culture’),
como nota Henry Jenkins (2003). A crescente atenção prestada no meio académico às
práticas criativas no quotidiano é evidenciada por Mimi Ito (2005, 2006) ou por Jean
Burgess (2006a), que propôs o conceito de ‘vernacular criativity’ ou criatividade
vernacular para designar as formas como a criatividade quotidiana é praticada fora
dos sistemas de valor culturais, quer da alta cultura quer da prática criativa comercial.
Para Burgess (2006b), vernacular significa a especificidade local dessas práticas

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criativas e a necessidade de prestar atenção aos contextos materiais, culturais e
geográficos em que ocorrem.

A expressão ‘vernacular creativity’ encontra equivalente ou tem proximidade


com as expressões ‘conversational media’ (Battelle, 2006), ‘user created content’
(OCDE, 2006), ‘user-generated content’, ‘amateur content creation’, ‘consumer-
generated content’, ‘consumer-generated media’, ‘do-it-yourself media’, entre outras.
Ainda que não seja o termo não seja completamente satisfatório, optou-se por
converter para português a expressão ‘user created content’ utilizada pela
Organisation for Economic Co-operation and Development - OCDE, que definiu os
conteúdos criados pelos utilizadores tendo em consideração os seguintes critérios: i)
conteúdos publicados na internet, ii) conteúdos que reflectem um certo esforço
criativo, e iii) conteúdos que são criados fora das rotinas e práticas profissionais
(OCDE, 2006: 4).

‘Prosumer’ (Tofler, 1980), ‘pro-am’ (Leadbeater & Miller, 2004), ‘produser’,


utilizador, jornalista-cidadão são alguns dos termos que designam esta figura do
consumidor-produtor que cria e publica conteúdos através das mais diferentes
ferramentas e meios. Em particular, a utilização da web e da internet como plataforma
de partilha de conteúdos de amadores tem vindo a ser documentada desde a década de
90 por Jenkins, dando atenção particular às comunidades de fãs de media (1992,
2002, 2003, 2005, 2006). Mais recentemente, a expressão Web 2.0 colocou em
evidência este carácter colaborativo e criativo dos utilizadores da web e da internet. A
expressão Web 2.0 é de autoria de Tim O’Reilly (2005), tendo sido rapidamente
adoptada pelos profissionais da indústria e académicos no campo das comunicações e
media para descrever aquela que seria uma nova fase de evolução da world wide web
e da internet. Este termo passou a ser utilizado de forma corrente para adjectivar um
conjunto de serviços e aplicações que, entre outras características, utilizam a web
como uma plataforma e estão permanentemente em versão ‘beta’, proporcionando
experiências enriquecidas para os utilizadores e explorando a sua inteligência
colectiva (O´Reilly, 2005: 1-5). Blogs, wikis, redes sociais online e serviços de
partilha de conteúdos são aplicações típicas da Web 2.0 – os exemplos mais notáveis
são o site de partilha de vídeos YouTube, o wiki Wikipedia e a rede social MySpace -
, tendo em comum têm o facto de serem sistemas desenhados para obter contributos
dos utilizadores-finais.

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A definição do que é Web 2.0 tem vindo a gerar desacordo, notou O’Reilly
(2005: 1), com alguns a aceitarem esta expressão como um novo dado adquirido e
outros a denegrirem-na como uma palavra oca usada por profissionais de marketing.
Num tom mais crítico, Nicholas Carr (2005) chama a atenção para a retórica
evangelizadora de muitos dos defensores da Web 2.0, alertando para a necessidade de
tomar uma posição distanciada e crítica em relação aos benefícios – e malefícios –
desta suposta nova fase da internet.

Neste sentido, há que mencionar a visão apresentada por Andrew Keen que,
no seu polémico livro The Cult of the Amateur (2007), pinta um quadro pessimista
sobre actual fixação no ‘user created content’. Para Keen (2007), o culto do amador
torna cada vez mais difícil determinar a diferença entre leitor e escritor, entre um
artista e um relações públicas, entre arte e publicidade, entre amador e especialista. As
maiores vítimas da Web 2.0 serão os negócios reais com produtos reais, empregados
reais e accionistas reais, afirma Keen (2007), que imputa responsabilidade sobre os
despedimentos de jornalistas ou falências de editoras e livrarias independentes aos
conteúdos gerados pelos utilizadores na internet, em particular, ao site de
classificados gratuitos Craiglist, aos vídeos grátis do YouTube à informação gratuita
disponibilizada pela Wikipedia.

Concorde-se ou não com a perspectiva de Keen sobre os efeitos negativos da


internet na cultura e na economia, The Cult of the Amateur tem o mérito de alertar
para problemas como o recurso ao plágio, a prática da pirataria de software e de
conteúdos, a propagação de rumores e calúnias, a publicação de informação errada ou
enganosa, entre outros exemplos possíveis. No entanto, o próprio livro também não é
isento de erros e enganos, tal como os conteúdos da internet que tanto critica, observa
Lawrence Lessig (2007) num extenso post de revisão desta obra. Para este professor
de direito da Stanford Law School, Keen não compreende que o valor gerado numa
cultura advém do desenvolvimento da capacidade de criar – independentemente da
qualidade do que é criado (Lessig, 2007).

Ainda há a ter em atenção que algumas das iniciativas de grandes empresas de


media e comunicações no âmbito de criação de conteúdos pelos utilizadores podem
ser consideradas como formas de exploração da força de trabalho, deliberadamente
recorrendo a mão-de-obra gratuita para desempenhar tarefas que antes eram

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contratadas e pagas a profissionais. A convergência da esfera do trabalho com a esfera
do lazer é uma realidade para muitos profissionais dos media, particularmente
vulneráveis ao novo capitalismo que se caracteriza pelo fluxo permanente, mudança
constante e incerteza estrutural, observa Mark Deuze (2006). O lado negro dos
conteúdos criados pelos utilizadores é evidenciado por Deuze no seu livro Media
Work (2007), reconhecendo nas iniciativas neste âmbito uma ameaça ao trabalho e
papel dos profissionais de media à medida em que a produção criativa é como que
encomendada ou transferida para os consumidores. Assim, a indústria dos media não
só procura formas de canalizar o produto criativo dos consumidores com o objectivo
de baixar os custos de produção, como está cada vez mais dependente dos
consumidores activos e empenhados em espalhar a palavra sobre as suas propriedades
num mercado cada vez mais sobrelotado, observa Jenkins (2006: 143).

Apurar qual a incidência e relevância das actividades de criação e partilha de


conteúdos nos jovens Portugueses dos 12 aos 18 anos e, ainda, qual a sua apetência e
práticas de participação nos media foram os objectivos principais da dissertação de
doutoramento “Audiências dos 12 aos 18 anos no contexto da convergência dos
media em Portugal: emergência de uma cultura participativa?” (Quico, 2008), da qual
aqui se apresentam alguns dos principais resultados. O enquadramento teórico desta
dissertação situa-se no campo dos Estudos de Audiências, mais especificamente,
segue a orientação geral preconizada pelos Estudos da Recepção e pelos Estudos
Culturais de que as audiências são produtores activos de significados, bem como a
noção de que as audiências são produtores de artefactos culturais que decorre da
investigação das culturas de fãs de media levada a cabo por investigadores como
Henry Jenkins. O desenho de investigação da dissertação assumiu uma abordagem
interdisciplinar, recorrendo a métodos qualitativos e quantitativos de investigação das
audiências de modo a obter uma diversidade de perspectivas complementares sobre o
objecto de estudo. Este trabalho de investigação beneficiou de apoio do projecto
“Modelação de Utilizadores e Audiências: a Televisão e os Novos Media” do Centro
de Investigação em Comunicação Aplicada, Cultura e Novas Tecnologias da
Universidade Lusófona de Humanidade e Tecnologias, financiado através do POCTI
(POCTI/COM/61029/2004).

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Estudo etnográfico “Os jovens e os usos dos media e TIC”

O estudo etnográfico “Os jovens portugueses e os usos dos media e TIC” teve
por objectivo obter uma compreensão detalhada e holística dos usos dos media e
tecnologias de informação e comunicação (TIC) pelos jovens portugueses dos 12 aos
18 anos e respectivas famílias no seu contexto doméstico. Entre os temas abordados
encontram-se a ocupação de tempo no dia-a-dia, as principais actividades de lazer, os
padrões de uso da televisão, internet e telemóveis pelos membros da família, bem
como as suas atitudes em relação a estes meios e a previsão de uso no futuro.

A primeira fase do trabalho de campo decorreu em Fevereiro e Março de


2006, tendo na altura sido recrutadas quatro famílias em que pelo menos um dos seus
elementos tinha entre 15 e 24 anos. A segunda fase do trabalho de campo realizou-se
em Setembro de 2007, já depois de recolhidos os dados do inquérito quantitativo a
cerca de 1.000 jovens com 12 a 18 anos. Para tal, foram recrutadas seis famílias em
que pelo menos um dos seus membros tivesse entre 12 a 18 anos.

Em relação à metodologia seguida para o presente estudo etnográfico, optou-


se por recorrer ao tipo de etnografia ‘quick & dirty’ por esta possibilitar de forma
rápida e eficaz uma compreensão rica e detalhada de diferentes contextos domésticos
de uso dos media e TIC por parte de famílias portuguesas. Os estudos etnográficos
‘quick & dirty’ são distintos dos estudos etnográficos convencionais por terem uma
duração temporal mais limitada e por não serem exaustivos em relação aos contextos
que se propõem investigar, ou seja, são breves e fornecem uma ideia geral mas
informada dos contextos (Hughes, King, Rodden & Andersen, 1994: 432).

Para o presente estudo etnográfico foram recrutadas dez famílias, constituídas


por um ou mais indivíduos com idade compreendida entre os 12 e os 24 anos,
realizando-se entrevistas em grupo semi-estruturadas e procedendo-se à observação
presencial no seu local de residência com registo em vídeo. Quanto ao recrutamento
da amostra, a estratégia seguida foi a de recorrer a amigos e a pessoas conhecidas para
que sugerissem famílias potencialmente disponíveis e interessadas em participar no
estudo etnográfico – desde que pelo menos um dos seus elementos estivesse dentro do
intervalo de idades 12 aos 24 anos. A amostra é demasiado pequena para ser
considerada representativa – não era essa a intenção deste estudo -, mas ainda assim
houve a preocupação em que as famílias recrutadas fossem de localidades diferentes e

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de diversos estratos sócio-profissionais. Desta forma, a amostra de dez famílias
resultou num conjunto heterogéneo e diversificado de participantes: integraram este
estudo um total de 33 participantes, dos quais 16 são jovens dos 11 aos 24 anos (9
raparigas, 7 rapazes). Em termos de distribuição por intervalos de faixas etárias, dos
11 aos 14 anos o estudo contempla 6 participantes (4 raparigas e 2 rapazes), dos 15
aos 16 anos há 5 participantes (2 raparigas e 3 rapazes), dos 17 anos 18 anos são 2
participantes (1 rapariga e 1 rapaz) e, finalmente, dos 19 aos 24 anos foram 3 os
participantes (2 raparigas e 1 rapaz).

Quanto às principais conclusões extraídas deste estudo, ao analisar os usos dos


media e TIC no contexto das actividades de tempos livres foi possível obter uma
perspectiva integrada e abrangente do dia-a-dia dos jovens dos 12 aos 18 anos e
respectivas famílias. Os participantes no estudo evidenciaram ocuparem o seu tempo
de lazer com diferentes tipos de actividades: mediadas e não-mediadas. Assim, o
quotidiano doméstico das famílias participantes neste estudo etnográfico é complexo,
dinâmico e multi-facetado.

Em síntese, eis algumas das tendências mais salientes de uso dos media e TIC
no conjunto de 10 famílias que integraram este estudo etnográfico:

- assiste-se à diminuição da importância da televisão na “dieta” de media dos


mais jovens, não só porque a maior parte dos jovens participantes no estudo
actualmente já recorre ao uso do computador e internet como forma
preferencial de ocupação do tempo livre depois do jantar, como também por
projectarem no futuro (daqui a 5 anos) verem menos TV e usarem mais
internet;
- assiste-se à adopção da internet como meio preferencial de obter conteúdos de
entretenimento no caso dos mais jovens, seja conteúdos de música, filmes,
programas de televisão e jogos – os downloads via ferramentas como o eMule
e o BitTorrent são uma prática muito frequente, sobretudo por parte dos
rapazes;
- verifica-se a importância muito significativa do Messenger e do Hi5 no
quotidiano dos jovens dos 12 aos 18 anos, sobretudo como meios de manter o
contacto com a rede de amigos a partir de casa;

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- de assinalar a ambivalência dos pais em relação à internet: consideram que
esta é uma ferramenta de grande utilidade, sobretudo para os estudos, mas
também manifestam a sua preocupação quanto aos riscos e perigos do uso da
internet, que é fonte de conflitos em algumas das famílias visitadas, em que os
pais definem já restrições de acesso à internet a partir de casa, seja ao
especificarem um determinado horário de uso deste meio ou a definirem uma
duração máxima diária de acesso;
- de notar também a ambivalência em relação à televisão, sobretudo no caso dos
pais, que em diversos casos manifestaram desagrado quanto à qualidade e
pouca diversidade da programação dos principais canais em sinal aberto, bem
como aos horários tardios de exibição de séries e filmes, ainda que sejam
espectadores regulares dos noticiários e novelas destes mesmos canais;
- a criação de conteúdos e a sua publicação online tem expressão significativa
nos jovens dos 12 aos 18 anos, quer na forma mais simples de publicação de
fotografias no perfil Hi5 ou no Fotolog, quer na criação e manutenção de
blogs, sendo ainda significativo o número de jovens que prossegue actividades
clássicas de expressão de criatividade como é o caso da música, dança ou artes
plásticas.

Inquérito quantitativo “Os jovens e os usos dos media e TIC”

O principal objectivo do presente inquérito quantitativo foi o de apurar quais


os principais padrões de uso dos media e tecnologias de informação e comunicação
(TIC) dos jovens portugueses dos 12 aos 18 anos, em particular, os usos que fazem da
televisão, internet e telemóveis. A necessidade de realizar um inquérito quantitativo
sobre padrões de uso dos media e TIC decorreu da constatação de que em Portugal os
dados estatísticos sobre esta temática eram insuficientes no que concerne aos jovens
dos 12 aos 18 anos, bem como pouco detalhados quanto a um conjunto de práticas e
actividades emergentes, de que são exemplo a realização de diversas tarefas em
simultâneo ou as actividades de criação e partilha de conteúdos.

A amostra deste estudo é constituída por sujeitos das mais diversas


proveniências a nível nacional, estando representados todos os distritos de Portugal

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continental. O n da amostra é de 962 sujeitos. A amostra apresenta valores de idade
compreendidos entre os 12 e os 18 anos.

Tabela 1– Inquérito Lusófona MAU-TVMEDIA (2007) Idade dos Inquiridos

Frequency Valid Percent

12 anos 5 ,5

13 anos 8 ,8

14 anos 137 14,2

15 anos 178 18,5

16 anos 234 24,3

17 anos 180 18,7

18 anos 220 22,9

Total 962 100,0

Em relação à distribuição da amostra em função da variável “sexo”, esta é


constituída por 515 sujeitos do sexo feminino - o que corresponde a 53,5% da amostra
- e 447 sujeitos do sexo masculino – o que equivale a 46,5% da amostra.

Tabela 2 - Inquérito Lusófona MAU-TVMEDIA (2007) Sexo dos Inquiridos

Frequency Valid Percent

Masculino 447 46,5

Feminino 515 53,5

Total 962 100,0

No capítulo sobre caracterização dos inquiridos optou-se por incluir duas


questões, a primeira das quais relativa precisamente aos tipos de actividades criativas

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que os inquiridos já fizeram, estão interessados em fazer ou que não lhes suscitam o
interesse.

Tabela 3 - Inquérito Lusófona MAU-TVMEDIA (2007) Criar conteúdos

Já fiz isto Estou Não tenho Não sei


interessado interesse
em fazer
isto

.Escrever poesia ou prosa (conto, teatro, poema, etc) 44,8 10,7 37,7 6,9

.Fazer uma canção (letra ou música) 22,0 24,9 37,0 16,2

.Criar um web site na Internet 35,1 37,6 18,2 9,1

.Fazer um vídeo com a câmara de vídeo 57,9 26,5 11,7 3,9

.Fazer um vídeo com o telemóvel 71,2 12,8 12,3 2,3

.Fazer um álbum de fotografias na Internet 54,4 25,6 15,7 4,4

.Criar e manter um blog na internet 47,4 23,9 22,9 5,8

.Fazer ou modificar um jogo de computador 12,6 31,8 37,7 17,9

.Modificar o meu computador (modding) 27,4 31,3 25,2 16,1

Do conjunto de resultados da pergunta “Criar conteúdos” sobressai a elevada


percentagem de jovens que reportaram já ter feito um vídeo com recurso ao telemóvel
(71,2%) e expressiva percentagem de jovens que afirmaram ter utilizado uma câmara
de filmar para o mesmo efeito situou-se nos 57,9%. A actividade seguinte que os
participantes no inquérito responderam já ter realizado foi fazer um álbum de
fotografias na internet, executada por 54,4% destes jovens. Criar e manter um blog
recolheu 47,4% de respostas afirmativas, acima da percentagem de jovens que afirma
já ter criado um web site (35,1%). As actividades criativas mais tradicionais, como é o
caso de escrever prosa e poesia e fazer uma canção, não suscitam o interesse de
37,7% e 37% dos inquiridos, respectivamente, ainda que 44,8% dos jovens tenham
afirmado já ter realizado a primeira actividade, em comparação com 22% dos que

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referiram ter composto uma canção. A actividade criativa com menor expressão junto
dos jovens, do conjunto considerado, foi a de modificação ou criação de jogos de
computador: 12,6% afirmaram ter criado ou modificado um vídeo-jogo e 37,7% não
tem interesse nesta actividade.

Tabela 4 - Inquérito Lusófona MAU-TVMEDIA (2007) Atitudes e preferências sobre a Televisão,


Internet e Telemóveis

-2 -1 0 1 2

Nem
discordo,
nem
Discordo Concordo
Discordo concordo Concordo
completam. completam.
% % % % %

12,7 21,4 45,1 14,5 6,4


.Prefiro a Televisão à Internet

.Não sei passar sem a Televisão 11,4 25,0 22,9 27,5 13,1

.Não sei passar sem a Internet 6,9 15,0 21,2 32,1 24,8

.Não sei passar sem o telemóvel 7,0 11,1 14,6 28,3 39,0

.Cada vez mais eu quero fazer os


4,2 8,4 27,8 35,1 24,4
meus próprios vídeos, músicas,
fotografias, textos, etc, no PC

. Cada vez mais eu quero partilhar os


7,4 14,2 38,5 26,5 13,5
meus vídeos, fotos, músicas, textos,
etc, através da Internet

. Cada vez mais eu quero partilhar os


7,6 17,4 41,3 22,7 11,1
meus vídeos, fotos, músicas, etc,
através do Telemóvel

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. Cada vez mais eu quero ver os
7,1 16,4 35,8 25,4 15,3
programas de televisão a qualquer
hora e em qualquer lugar

. A Internet substitui a Televisão 8,2 15,0 35,8 25,1 15,9

Ainda houve a intenção de averiguar preferências e atitudes genéricas em


relação à televisão, internet, telemóveis e à criação e partilha de conteúdos através de
diferentes meios. Na pergunta sobre as atitudes em relação a televisão, internet e
telemóveis, do conjunto de opções relativas à apetência para criar e partilhar
conteúdos a afirmação “cada vez mais eu quero fazer os meus próprios vídeos,
músicas, fotografias, textos, etc, no PC” recebeu a concordância completa de 24,4%
dos inquiridos e a concordância de 35,1% destes jovens. De notar que do conjunto de
nove afirmações deste bloco, esta foi a segunda frase com uma maior percentagem
acumulada de concordância (59,5%), a seguir à afirmação “não sei passar sem o
telemóvel”, bem como foi a frase com menor percentagem acumulada de discordância
(12,6%). Assim, a apetência pela criação de conteúdos tem uma expressão muito
significativa junto dos jovens participantes neste inquérito, com quase 60% dos
inquiridos a afirmarem ser esta uma prática que lhes suscita um interesse crescente.

Estudo de avaliação de formato de media participativo Total Explorer

A questão de partida para a realização deste estudo de avaliação foi a seguinte:


definindo-se um formato que faz apelo à participação e contributo criativo dos
utilizadores, qual o interesse e relevância deste para os jovens dos 12 aos 18 anos?
Depois de desenvolvido, o formato foi sujeito à avaliação por parte de uma amostra
de jovens, a quem foi solicitado que se pronunciassem sobre o interesse e utilidade de
um formato que pretende fomentar a criação e partilha de conteúdos pelos próprios
utilizadores.

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Relativamente à metodologia de investigação utilizada neste estudo, optou-se
por recorrer à aplicação de um método quantitativo de recolha de dados junto de uma
amostra de jovens dos 12 a 18 anos de número não inferior a 50 sujeitos. Definiu-se
que as sessões de avaliação teriam uma duração aproximada de 1 hora, durante a qual
os participantes teriam oportunidade de ver, experimentar e avaliar o formato ‘cross-
media’. No final, os participantes seriam convidados a dar a sua opinião num
inquérito, composto sobretudo por perguntas com respostas fechadas – porém, o
inquérito incluía também perguntas de resposta aberta, de forma a se obter dados
qualitativos por parte dos participantes.

O instrumento utilizado neste estudo foi um questionário de auto-preenchimento


administrado presencialmente em estabelecimentos escolares. A amostra deste estudo
foi constituída por participantes residentes no distrito de Leiria, que frequentam os
seguintes estabelecimentos de ensino: Escola Secundária de Domingos Sequeira em
Leiria, no Externato Dom Fuas Roupinho na Nazaré e na Escola Secundária c/ 3ºCEB
da Batalha. O n da amostra é de 77 sujeitos, dos quais 23 participantes são da Escola
Secundária de Domingos Sequeira, 14 participantes são do Externato Dom Fuas
Roupinho e 40 participantes são da Escola Secundária c/ 3º CEB da Batalha. A
amostra apresenta valores de idade compreendidos entre os 12 e 20 anos. O trabalho
de campo decorreu de 22 a 25 de Outubro de 2007.

O objectivo primeiro deste estudo de avaliação de um formato ‘cross-media’


foi o de apurar qual o interesse e relevância de um formato que faz apelo à
participação e ao contributo criativo por parte de uma amostra de jovens dos 12 aos
18 anos. Para começar a dar resposta a esta questão talvez seja útil recorrer aos dados
da questão relativa ao interesse em ver e participar no formato Total Explorer, no caso
deste se tornar uma série de programas de TV e um web site. Desta forma, 3 em cada
4 participantes respondeu ter interesse em ver e participar no formato Total Explorer -
59 em 77 dos inquiridos, com 15 jovens a escolherem a opção “não sei/ não
respondo” e 3 dos participantes a responderem de forma negativa. Este número é
expressivo e um bom indicador do interesse e relevância deste tipo de formato para os
jovens dos 12 aos 18 anos.

Outros números que são bons indicadores do interesse e relevância do formato


para os jovens na faixa etária considerada, são as médias de avaliação do piloto TV e

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do protótipo web - positivas ainda que significativamente diferenciadas entre as três
escolas que integraram o estudo de avaliação, como já foi anteriormente notado.
Assim, a média de avaliação dos 75 participantes que avaliaram o piloto TV foi de
7.37 pontos, num máximo de 10 pontos, enquanto que a média das pontuações dadas
pelos 77 participantes ao protótipo web situou-se nos 7.28 pontos.

Em relação às questões associadas à participação, verificou-se ser expressivo o


interesse declarado em interagir e participar num programa de televisão com as
características do Total Explorer, seja através de visitas de estudo aos locais
apresentados no programa, seja através da selecção das histórias a serem exibidas e o
visionamento de vídeos extra das histórias - – para mais detalhes sobre o formato e
estudo de avaliação consultar Quico (2008b).

No caso particular da participação no formato através da submissão dos


próprios conteúdos, verificou-se que de modo geral há um interesse substancial em
interagir deste modo com um formato como o que foi apresentado a este conjunto de
jovens. Para este grupo de jovens a aprendizagem de novas competências e
conhecimentos seria a motivação mais forte à participação neste formato, sendo as
recompensas materiais à participação também um factor de motivação importante,
bem como o reconhecimento do trabalho submetido. De notar que o principal factor
de motivação declarado pelos participantes para participação neste formato foi
“aprender mais sobre a minha região”.

Como seria de esperar, nas respostas abertas recolheu-se muitos elementos de


interesse e importância para o presente estudo. Muitos dos jovens deram provas de
serem atentos, exigentes e críticos, ao apontarem falhas a aspectos técnicos dos vídeos
ou do protótipo web: o facto de não estar completamente funcional, a lentidão da
resposta do site, a impossibilidade de enviar uma foto para o perfil depois de se
proceder ao registo no site, a música de fundo demasiado alta, a manutenção da
legendagem original de um documentários num dos vídeos, entre outros exemplos.

No entanto, de modo geral a sua apreciação foi positiva: nas respostas abertas,
a maior parte dos participantes valorizou no piloto TV sobretudo a aquisição de
conhecimentos, sem esquecer também os aspectos formais dos vídeos. No caso do
protótipo web, os participantes no estudo deram destaque à facilidade de navegação e

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utilização do site, a boa organização dos conteúdos e design atractivo, ainda que os
vídeos tenham sido o aspecto mais referido pelos jovens que integraram este estudo.

Em sumário, os resultados obtidos neste estudo de avaliação apontam para que


parte significativa desta amostra de jovens dos 12 aos 18 anos tenha forte interesse e
apetência em participar em formatos de media como o apresentado, em particular,
através da criação e partilha de conteúdos. No entanto, a amostra é pequena para se
extrapolar para o universo dos jovens portugueses nestas idades, ainda que seja um
indicador a ter em consideração e a ser ponderado com outros dados e elementos.

Conclusão e discussão

Avaliar as atitudes e práticas de criação de conteúdos digitais dos jovens


portugueses dos 12 aos 18 anos foi o objectivo principal deste artigo, tendo por base
os resultados e conclusões de três estudos empíricos integrados na tese de
doutoramento de Quico (2008a).

Assim, criar conteúdos é uma prática comum entre a maioria dos jovens dos
12 aos 18 anos em Portugal, que manifestam ter experiência sobretudo em fazer
vídeos, tirar fotos e fazer álbuns de fotografias na internet, bem como em criar e
manter blogs. A afirmação “cada vez mais eu quero fazer os meus próprios vídeos,
músicas, fotografias, textos, etc, no PC” recebeu a concordância de quase 59,5% dos
inquiridos dos 12 aos 18 anos que responderam ao inquérito quantitativo sobre usos
dos media e TIC: 24,4% de concordância completa e 35,1% de concordância. De
notar que do conjunto de nove afirmações deste bloco, esta foi a segunda frase com
uma maior percentagem acumulada de concordância, a seguir à afirmação “não sei
passar sem o telemóvel”, bem como foi a frase com menor percentagem acumulada
de discordância (12,6%). No estudo etnográfico que envolveu 10 famílias de
diferentes localidades de Portugal continental verificou-se que a criação de conteúdos
e a sua publicação online tem expressão nos jovens dos 12 aos 18 anos, quer na forma
mais simples de publicação de fotografias no perfil Hi5 ou em fotologs, quer na
criação e manutenção de blogs. De notar ainda que neste estudo se apurou ser
significativo o número de jovens que prossegue actividades clássicas de expressão de
criatividade como é o caso da música, dança ou artes plásticas.

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Fazer vídeos é uma prática muito comum, com a larga maioria dos jovens
Portugueses a reportarem já terem feito vídeos com recurso ao telemóvel ou a uma
câmara de filmar. A larga maioria dos jovens dos 12 aos 18 anos que participaram no
inquérito quantitativo sobre usos dos media e TIC reportaram já ter filmado com um
telemóvel ou uma câmara de filmar: 71,2% dos jovens afirmaram já ter feito um vídeo
com recurso ao telemóvel e 57,9% utilizou uma câmara de filmar para o mesmo
efeito. No estudo de avaliação do formato Total Explorer, que teve uma amostra
composta por 77 participantes dos 12 aos 20 anos, 46 dos participantes afirmaram já
ter feito um vídeo com o telemóvel (59,7%) e 35 já recorreram a uma câmara de
filmar para fazer um vídeo (45,5%). As percentagens são inferiores às registadas no
inquérito quantitativo, mas o padrão é semelhante: o uso do telemóvel para filmar é
algo que a maioria dos jovens nesta faixa etária já teve experiência, que supera a de
filmar com um equipamento específico para este fim.

Tirar fotografias e utilizar os perfis em sites de redes sociais e fotologs para


partilhar fotos são práticas muito comuns e realizadas com frequência pelo jovens
portugueses entre os 12 e os 18 anos de idade. Fazer um álbum de fotografias na
internet é uma actividade já executada por 54,4% dos jovens dos 12 aos 18 anos que
participaram no inquérito quantitativo sobre usos dos media e TIC, enquanto 25,6%
destes afirmam ter interesse em desenvolver esta actividade. No estudo de avaliação
do formato Total Explorer tirar fotografias foi a actividade criativa que mais se
destacou do conjunto de 16 actividades, com 57 dos 77 inquiridos a afirmarem já o
terem realizado (74%), enquanto que 39 destes já usaram programas de edição de
fotografia (50,6%). No estudo etnográfico, a publicação de fotos no Hi5 e em fotologs
(blogs de fotografias) foi referenciada por 11 dos 16 jovens participantes, bem como
observada em alguns destes casos.

Criar e manter blogs são actividades já realizadas por cerca de metade dos
jovens dos 12 aos 18 anos em Portugal. Quase metade dos jovens dos 12 aos 18 anos
que responderam ao inquérito quantitativo sobre usos dos media e TIC reportaram já
ter criado um blog, mais exactamente, 47,4% dos inquiridos, enquanto que 23,9%
responderam ter interesse nesta actividade. Comparativamente, 35,1% dos jovens
responderam já ter criado um web site e 37,6% manifestou interesse em fazer este tipo
de produto multimédia. Estes resultados são consistentes com os apurados pelo estudo
dos CIES-ISCTE “Crianças e Jovens: A sua relação com as Tecnologias e os Meios

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de Comunicação”, em que 51,2% dos jovens inquiridos reportaram já ter criado um
blog e 35,7% afirmaram já ter criado uma página web (Cardoso et al., 2006).

Em suma, apurou-se que a criação de conteúdos é uma prática comum entre a


maioria dos jovens na faixa etária considerada, principalmente fazer vídeos, tirar fotos
e fazer alguns de fotografias online e, também, criar e manter blogs. Ainda, apurou-se
que uma parte significativa dos jovens Portugueses mostraram interesse ou
efectivamente participaram como criadores de conteúdos em iniciativas ou formatos
de media. No entanto, será que à medida que estes jovens avançam na vida o tempo
que hoje ocupam com este tipo de práticas passa a ser dedicado a outras actividades -
seja a universidade, o trabalho ou a família – e que o modo preferencial de relação
com os media e TIC é de consumo e não de criação ou de partilha? Dito de outro
modo, apesar de se verificar que na faixa etária considerada emerge um modo de
relação com os media e TIC que tem por base a participação através dos mais diversos
modos, tal não implica que este seja um dado adquirido, mas antes uma tendência em
desenvolvimento a ser acompanhada e por outras partes interessadas nesta temática.

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