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UNINGÁ – UNIDADE DE ENSINO SUPERIOR INGÁ

FACULDADE INGÁ
CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

ANIELE VIEIRA DOS SANTOS

RELAÇÃO ENTRE NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA E QUALIDADE DE


VIDA DE IDOSOS

MARINGÁ
2009
ANIELE VIEIRA DOS SANTOS

RELAÇÃO ENTRE NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA E QUALIDADE DE


VIDA DE IDOSOS

Monografia apresentada à UNINGÁ –


Faculdade Ingá - como exigência parcial
para obtenção do título de Licenciado em
Educação Física.

Orientadora: Profª Ms Patrícia Aparecida


Gaion

MARINGÁ
2009
SANTOS, Aniele Vieira
S237r Relação entre nível de atividade física e
qualidade de vida de idosos. Maringá: UNINGÁ, 2009.

44 f.
Trabalho de Conclusão de Curso. UNINGÁ

1. Atividade física. 2. Qualidade de vida. 3. Idosos.


I. T. II. UNINGÁ.

CDD. 790.1
ANIELE VIEIRA DOS SANTOS

RELAÇÃO ENTRE NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA E QUALIDADE


FÍSICA DE IDOSOS

Monografia de Conclusão de Curso


apresentado à UNINGÁ – Faculdade Ingá -
como exigência parcial para obtenção do
título de Licenciado em Educação Física.

Aprovada em ____ / _____ / _____

COMISSÃO EXAMINADORA

______________________________________
Profª. Ms. Patrícia Aparecida Gaion
orientadora
Faculdade Ingá – UNINGÁ

______________________________________
Profª. Ms. Angela Maria Ruffo
Faculdade Ingá – UNINGÁ

______________________________________
Prof. Ms. Rui Gonçalves Marques Elias
Faculdade Ingá – UNINGÁ
DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho primeiramente a Deus;


ao meu namorado Moacir, pelo incentivo e
apoio; e a minha mãe dona Vera, muito
obrigada.
AGRADECIMENTOS

A minha orientadora Patrícia Aparecida Gaion, por todo o conhecimento passado,


pelas excelentes supervisões e orientação do Trabalho.
À UNINGÁ e aos professores que fizeram parte dessa jornada em sala de aula e nos
corredores.
A todos os funcionários desta instituição de ensino a todo o suporte de sempre, pelo
sorriso no rosto ao resolver nossos problemas.
À minha família, pela base sólida que sempre me deu força para encarar a vida de
frente. A minha mãe por ser tão mãe em minha vida, pelos pés no chão e pelo
carinho sempre.
Ao meu namorado que sempre esteve presente nas horas difíceis e também nas
horas boas o meu muito obrigado Moacir.
E para finalizar o trio parada dura que com a minha chegada se tornou quarteto
Carina, Ligia, Luis eu seria a quarta, por todos os trabalhos realizados juntos e pela
amizade construída. Aos demais colegas, em especial a Daniele Baio.
Não basta ter belos sonhos para realizá-los.
Pois ninguém realiza grandes obras Se não
for capaz de sonhar grande. Podemos
mudar o nosso destino se nos dedicarmos À
luta pela realização de nossos ideais. É
preciso sonhar, mas com a condição De crer
em nosso sonho, De examinar com atenção
a vida real, De confrontar nossa observação
com nosso sonho, De realizar
escrupulosamente nossa fantasia. Sonhos,
acredite neles.

(Lênin)
SANTOS, Aniele Vieira. Relação entre nível de atividade física e qualidade física
de idosos. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Educação Física) -
Unidade de Ensino Superior Ingá -Faculdade Ingá –UNINGÁ, 2009.

RESUMO

Este estudo teve como objetivo relacionar os níveis de prática de atividade física e
qualidade de vida de idosos da cidade de Atalaia, Paraná. Fizeram parte da
amostra, 30 idosas participantes de um projeto de ginástica da prefeitura da cidade.
Como instrumento, utilizou-se o Questionário de Qualidade de Vida (WHOOQOL-
Bref), validado por Fleck et al. (2000). Todas as idosas assinaram o Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido. Para análise dos dados, utilizou-se teste de
Shapiro Wilk, para verificar a normalidade dos dados, mediana e amplitude
interquartílica para caracterizar os grupos, correlação de Spearman para relações
entre os domínios da qualidade de vida e teste de Mann-Whitney para comparações
inter-grupos, adotando p<0,05. Verificou-se que a maior parte das idosas foi
considerada ativa ou muito ativa (56,7%) e os valores dos domínios de qualidade de
vida podem ser considerados moderados-altos, sendo que o maior valor foi do
domínio de relações sociais [4,06 (1,3)] e psicológico [4,00 (0,2)]. Observou-se
correlação moderada positiva e significativa do domínio de relações sociais com
domínio físico (0,65), com domínio psicológico (0,44) e com meio-ambiente (0,61).
Não houve diferença significativa nos domínios de qualidade de vida entre o grupo
de idosas muito ativo ou ativo e o grupo de idosas irregularmente ativo ou
sedentário. Concluiu-se que participar de um programa de ginástica, bem como
outros fatores não avaliados no estudo, como o nível socioeconômico, podem ter
contribuído para níveis elevados de qualidade de vida dessas idosas.

Palavras-chave: Atividade física. Qualidade de vida. Idosos.


SANTOS, Aniele Vieira. Relationship between physical activity level and physical
quality of the elderly. Work of Conclusion of Course (Graduation in Physical
Education) - Unidade de Ensino Superior Ingá -Faculdade Ingá –UNINGÁ, 2009.

ABSTRACT

This study aimed to relate the levels of physical activity and quality of life of elderly in
the city of Atalaia, Paraná. Were part of the sample, 30 elderly participants in a
project of the municipal gym in town. As a tool, we used the Quality of Life
Questionnaire (WHOOQOL-Bref), validated by Fleck et al. (2000). All older signed
the Term of Free and Informed Consent. For data analysis, was used the Shapiro
Wilk test to verify the normality of the data, median and interquartile ranges to
describe the groups, the Spearman correlation for relationships between the domains
of quality of life and the Mann-Whitney test for inter comparisons -groups, adopting p
<0.05. It was found that most of the elderly was considered active or very active
(56.7%) and the values of the areas of quality of life can be considered moderate-
high, and the highest value was in the field of social relations [4 , 06 (1.3)] and
psychological [4.00 (0.2)]. There was moderate positive and significant correlation of
the field of social relations with physical domain (0.65), with psychological domain
(0.44) and with the environment (0.61). There was no significant difference in the
quality of life among the older group of very active or active and the group of elderly
sedentary or irregularly active. It is part of a program of gymnastics and other factors
not assessed in the study, such as socioeconomic level, may have contributed to
high levels of quality of life of elderly.

Keywords: Physical activity. Quality of life. Elderly.


LISTA DE QUADROS E TABELAS

Quadro 1 – Mapeamento da qualidade de vida.....................................................19


Tabela 1 - Valores de freqüência referentes ao nível de atividade física das
idosas .......................................................................................................................29
Tabela 2 - Valores referentes aos domínios de qualidade de vida das idosas. .30
Tabela 3 - Correlação entre os domínios de qualidade de vida das idosas.......30
Tabela 4 - Comparação entre os domínios de qualidade de vida das idosas em
função da prática de atividade física. ....................................................................31
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................10
1.1 JUSTIFICATIVA ..................................................................................................12
1.2 OBJETIVOS.........................................................................................................13
1.2.1 Objetivo Geral.................................................................................................13
1.2.2 Objetivos Específicos ....................................................................................13
2. REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................14
2.1 CONSIDERAÇÕES SOBRE O ENVELHECIMENTO..........................................14
2.1.1 Conceitos e Definições.....................................................................................14
2.1.2 Alterações Físicas, Psicológicas e Sociais Relacionadas ao
Envelhecimento.......................................................................................................15
2.2 PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA NA TERCEIRA IDADE E SUA RELAÇÃO
COM A QUALIDADE DE VIDA..................................................................................18
2.2.1 Qualidade de Vida............................................................................................18
2.2.2 Benefícios e Recomendações da Prática de Atividade Física para Idosos
..................................................................................................................................20
2.2.3 Programa de Exercícios Físicos Voltados para a Terceira Idade...............23
3 MATERIAL E MÉTODOS ......................................................................................27
3.1 TIPO DE ESTUDO ..............................................................................................27
3.3 INSTRUMENTOS................................................................................................27
3.4 PROCEDIMENTOS.............................................................................................28
3.5 ANÁLISE DE DADOS..........................................................................................28
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ...........................................................................29
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................33
REFERÊNCIAS .........................................................................................................34
APÊNDICES .............................................................................................................10
ANEXOS .................................................................................................................410
10

1. INTRODUÇÃO

Ao olhar em volta é possível perceber um número diversificado de


membros da terceira idade, indo e vindo de todas as direções. No entanto, muitas
pessoas ainda parecem ignorar questões relacionadas à terceira idade como se a
mesma não fizesse parte do processo de vida, parecendo tão distante e assim,
sendo indiferentes a ela (HERMANOVA, 1982)
Atualmente existe um total populacional de 8,6% de idosos do total de
seus representantes desde 1997 no Brasil, isto segundo dados disponibilizados pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. (HADDAD, 1986)
Há uma série de fatores que envolvem e dificultam a existência humana
na velhice, por falta de visão clara por parte da sociedade de que “a vida é
continuidade existencial”, processo que inicia com o nascimento prosseguindo até a
terceira idade (HERMANOVA, 1982)

É, extremamente, importante propiciar situações em que o idoso aprenda


a lidar com as transformações que ocorrem no seu corpo, tirando proveito da sua
condição, conquistando sua autonomia, sentindo-se sujeito da sua própria história.
No entanto, nem sempre a família está preparada ou em condições de desencadear
esse processo, tendo em vista que as obrigações diárias, às vezes, dificultam uma
dedicação especial ao idoso. Assim, há a possibilidade da família recorrer a
profissionais especializados para desenvolverem projetos direcionados ao idoso,
buscando garantir ao mesmo o direito à qualidade de vida almejada e merecida.

A sociedade, portanto, tem o dever de criar mecanismos que contribuam


para a superação deste quadro e garantir ao idoso uma vida mais tranqüila. Para
isso, além de vencer os preconceitos, é necessário criar condições para que o idoso
possa usufruir do tempo que tem disponível com qualidade, beneficiando-se por
meio de: atividades físicas apropriadas para sua condição, alimentação saudável,
espaço para lazer, bom relacionamento social e liberdade de expressão e criação.
Somados a isso, o amor, o carinho e o reconhecimento das contribuições do idoso
para a sociedade e da sua capacidade de amar, podem impulsionar a felicidade, o
bem estar e, conseqüentemente, a longevidade desse cidadão que tem direitos
pessoais e sociais que não podem ser negados.
11

Para a liberdade de movimentos e satisfação pessoal, é necessário um


determinado nível de independência funcional. A manutenção da mobilidade é
essencial para este aspecto. Por exemplo, problemas de mobilidade, em idosos
podem conduzir a quedas, que, por sua vez, podem resultar em fraturas do quadril,
que aumenta muito seu risco após os seus cinqüenta anos de idade. Entre os
sessenta e setenta e cinco anos de idade, ocorre uma marcante redução na saúde
funcional. As condições mais comuns são: artrite, doenças circulatórias e as
disfunções auditivas e no processo mastóide. Existe uma óbvia necessidade da
manutenção da saúde e da mobilidade do idoso. Portanto, urge a necessidade de
determinar medidas preventivas que assegurem a manutenção da saúde do idoso.

Em face às questões apresentadas, o estudo teve como questão


geradora: existe relação entre nível de prática de atividade física e qualidade de vida
de idosos?
12

1.1 JUSTIFICATIVA

Um dos problemas que mais angustiam os idosos é a saúde, parte devido


a um sistema debilitado que não fornece tratamento adequado a todos os cidadãos.
Uma das mais evidentes alterações que acontece com o processo de
envelhecimento é a diminuição da função neuromuscular, principalmente no que diz
respeito à capacidade da força. A diminuição gradual dos níveis da força muscular
pode limitar a capacidade de realização das atividades cotidianas, levando à falta de
independência e diminuindo conseqüentemente, a qualidade de vida das pessoas
idosas. (HERMANOVA, 1982)

Existem diversos grupos de promoção da saúde do idoso espalhado pelo


país que realizam atividades com grupos de idosos, desenvolvendo além de
exercício físico apoio psicológico e opções de lazer. Há uma relação intrínseca
entre essas atividades e o bem estar do idoso. Trabalhos neste sentido são
realizados em clubes de terceira idade entre outros espaços onde são comuns
exercícios físicos, excursionismos e os bailes. Há diversas iniciativas que tem tido
bons resultados como projetos de política de lazer para os idosos, surtindo efeitos
consideráveis na autonomia e sociabilidade dos mesmos (HADADD, 1986).
13

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo Geral

Investigar a relação entre nível de atividade física e qualidade de vida de


idosos.

1.2.2 Objetivos Específicos

Identificar o nível de atividade física de idosos de um centro de saúde da


cidade de Atalaia, Paraná;

Verificar a qualidade de vida desses idosos;

Comparar a qualidade de vida dos idosos em função do nível de prática


de atividade física.
14

2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1 CONSIDERAÇÕES SOBRE O ENVELHECIMENTO

2.1.1 CONCEITOS E DEFINIÇÕES

A velhice é a etapa mais madura da vida e ocorre naturalmente. Em


contrapartida, é a fase da aceleração dos processos degenerativos da vida humana.
O Brasil conta com uma grande parte de sua população já considerada idosa e uma
outra se encaminhando para essa fase (HERMANOVA, 1982).
Neste contexto Haddad (1986) diz que o envelhecimento não é
simplesmente um processo físico, mas também um estado de ânimo, haja vista que
a velhice é um período vulnerável. Para Hermanova (1982), os que estão
envelhecendo são aqueles que depois de terem passado de um período de
crescimento e maturidade, entram numa fase que tem sido chamada pelos
franceses de troisième âge ou terceira idade. Envelhecer é uma fase normal da vida
humana e deve ser considerada como tal. Entende-se que o envelhecimento é um
processo individual com amplas variações e que os próprios idosos são um grupo
heterogêneo.
Para propósitos de elaboração de normas e legislação, utiliza-se uma
definição cronológica considerando a velhice a partir da idade de 60 anos. Tanto a
prática quanto as pesquisas mostram que existem uma diferença marcante entre a
faixa etária dos 60 anos ou mais, entre aqueles que tem menos de 75 anos e os
que passaram de 75 anos (HADADD, 1986).
Outros autores, como Silva (1978), afirmam que ainda hoje a velhice é
somente discutida, mas não definida. Diz este autor ser difícil estabelecer uma idade
em que o homem deixa a maturidade e ingressa na velhice. A Organização Mundial
de Saúde (1995) considera a idade de 65 anos como limite inicial caracterizador da
velhice. Essa assertiva, embora por demais simplista, é usada por todos os
estatísticos que documentaram a geriatria, estabelecendo um mero valor
cronológico, o qual, na maioria das vezes, não corresponde à idade fisiológica.
15

Portanto, existem dificuldades para estabelecer o marco de início do


envelhecimento, não só pelo fato de ser variável entre os indivíduos, mas também
porque os primeiros sinais de envelhecimento são quase imperceptíveis. Além disso
apesar de a pessoa idosa ter estatisticamente mais doenças e cicatrizes de doenças
anteriores do que as pessoas mais jovens, velhice não é doença (HERMANOVA,
1982).
Na verdade a velhice, com suas características biológicas específicas, é
um momento da vida como os outros, que pode ou não ter uma ou mais doenças
associadas, mas isto não é necessário. Com o envelhecimento, há uma limitação
dos movimentos e a falta de atividade física nesta idade se deve à vida sedentária
que os idosos levam devido a hábitos impostos pela sociedade e cultura vigentes
(GOMES, 1985).
Ângulo (1980) teoriza que cabe à sociedade demonstrar que, na verdade,
a velhice, com suas características biológicas, é um momento da vida semelhante
aos outros. Deve-se convencer as pessoas idosas de que ainda são muitos úteis,
podendo inclusive, produzir algo de interesse próprio e também dos grupos e de
comunidade a que pertencem.

2.1.2 Alterações Físicas, Psicológicas e Sociais Relacionadas ao


Envelhecimento

Com o aumento da idade, os órgãos de percepção, particularmente a


visão e a audição, perdem grande parte ou total acuidade. As articulações deixam
de ter a mesma elasticidade, e os músculos se atrofiam; os movimentos são mais
lentos e imprecisos, a capacidade sexual decai progressivamente e acaba por
desaparecer e todas as funções essenciais à vida – a respiração, a circulação, a
digestão, a urinária e, particularmente a cerebração – acusam, com a idade,
desordens de maior ou menor gravidade, transitórias algumas, crônicas outras
(SILVA, 1978).
Desta forma, Barmak (1980) relata que as alterações fisiológicas no idoso
são caracterizados por: gradual dessecação dos tecidos, gradual retardo da divisão
celular, atrofia celular, degeneração e aumento da pigmentação celular e infiltração
16

gordurosa, gradual retardo do metabolismo basal, gradual decréscimo na


elasticidade dos tecidos, acompanhado de alterações degenerativas no tecido
conjuntivo, decréscimo de velocidade, força e duração das reações dos músculos
estriados, decréscimo da força muscular, progressiva degeneração e atrofia do
sistema nervoso e decréscimo da visão, audição e memória e gradual decréscimo
da homeostasia.
Com relação aos aspectos cognitivos Haddad (1986) coloca que embora
na idade avançada a massa encefálica diminua de peso, pelo desaparecimento de
células em todas as camadas do córtex (a perda dos neurônios começa aos 25
anos), é um fato bem estabelecido que o envelhecimento não leva a um declínio das
faculdades intelectuais. Na realidade, estes pouco sofrem com o envelhecimento e
podem, mesmo se desenvolver com o passar do tempo, como, por exemplo, o
conjunto dos conhecimentos, o julgamento prático, a aptidão para dominar situações
difíceis e o desembaraço verbal.
Já quando se aborda os aspectos sociais, observa-se que com a
aposentadoria muitos problemas afetivos podem acometer os idosos. Silva (1978)
descreve que quando um servidor público ou privado, em plena saúde e vitalidade,
deixa bruscamente o trabalho e vai para casa sem ter o que fazer, não tarda a se
sentir aborrecido, contrariado e magoado. Isso acontece com a maioria das pessoas
que se aposentam. Acostumadas durante anos e anos terem uma ocupação,
quando se deparam com essa realidade começam a se sentir inúteis e
consequentemente infelizes, pois não sabem o que fazer com tanto tempo
disponível.
A inatividade, o isolamento, a falta de responsabilidade, a perda de
interesse existencial, ausência de contato com tudo quanto representa a razão de
ser e justificar a existência levam tanto o homem como a mulher se julgarem na
antecâmara da morte (GOMES, 1985).

A auto-imagem corpórea do idoso muitas vezes contribui para seu estado


psíquico, de forma positiva, quando da aceitação natural sobre a passagem do
tempo e de suas mudanças físicas pertinentes; e de forma negativa, quando da
auto-rejeição. O fator corpóreo é sem dúvida muito importante na velhice, e merece
reflexão (HADADD, 1986). Segundo Moreira (2003, p. 85) “analisar o fenômeno
corporeidade é adentrar aos símbolos e signos que estão tatuados no corpo ao
17

longo do tempo”, sendo essencial o sadio confronto e a conseqüente aceitação das


transformações ocasionadas pelo tempo, para que a fase da velhice não seja
marcada pelo desprezo ao espelho.
Outro aspecto de grande influência no psicológico do idoso é a questão
econômica da velhice, que muitas vezes fica prejudicada com a cessação das
atividades laborais e decorrente perda financeira, o que acarreta a problemática da
dependência. Como assinala Coutinho (2003), atualmente na sociedade percebe-se
claramente a divisão em classes sociais com desigual distribuição de renda,
baseada na exploração da força de trabalho e na acumulação do capital. O cidadão
aposentado é considerado peso morto, mesmo tendo contribuído com a formação da
riqueza no país; devido a esta situação, os anseios íntimos do idoso ficam em jogo,
a sensação da inutilidade pesa e debilita mais que inúmeras doenças orgânicas.
A questão social na velhice é um outro ponto de atenção, uma vez que
com a chegada das doenças e limitações da idade, se faz mais difícil o cultivo das
práticas sociais como em outrora. O que ocorre, em decorrência deste fato, é um
maior isolamento, e a sensação de solidão potenciada. Para uma contribuição
efetiva no sentido de minimizar esse contexto, que se revela na grande maioria dos
idosos em todo o mundo, há que se suscitar ações efetivas (GOMES, 1985).
De acordo com Fennel; Philipson & Evers (2005), a contribuição social não
deve ser somente um movimento teórico, mas sim um procedimento eficaz e
complexo, que abarca transações entre pessoas e as suas redes sociais, ou seja,
todo tipo de intervenção no sentido do incentivo, da oportunidade de oferecer
atividades sociais na vida do idoso é valoroso, principalmente porque, notadamente,
o equilíbrio psicológico constitui fator de bem-estar, de alegria, e até de cura dos
pequenos males e sintomas referentes a doenças crônicas, como as que estão
comumente relacionadas à terceira idade.
O homem pode influir de maneira decisiva na quantidade da vida que ele
vai ter, fazendo coisas que estão praticamente ao alcance de todos. A aplicação dos
melhores preceitos em favor de uma vida melhor, não depende, como regra, de
maiores recursos materiais.
Rigatto (1995) afirma que se manter mental e fisicamente ativo é um dos
melhores remédios para o idoso pois permite desfrutar mais amplamente e aumentar
a qualidade do resto da sua vida. Cunha (1994) complementa que para envelhecer
bem, há que se considerar duas atitudes fundamentais: a) enfrentar o
18

envelhecimento de um modo consciente, procurando sentir e perceber o que é


válido e relevante na atualidade de cada dia, isto é, aprender a desistir e, ao mesmo
tempo, ter a coragem de se engajar em atividades que, em outras épocas,
possivelmente seriam desdenhadas; b) esforçar-se para se livrar, na medida do
possível, dos preconceitos que existem na sociedade a respeito do envelhecimento
e da velhice.
A mudança do meio, um maior contato com velhos amigos, com familiares,
fazer pequenas viagens para conhecer lugares diferentes e praticar atividades
físicas regularmente podem mudar consideravelmente para as condições psico-
físicas do idoso e torná-lo uma pessoa mais ativa e feliz. Atualmente muitos
especialistas percebem que o exercício físico pode não apenas melhorar a
qualidade de vida do idoso e como também estendê-la (SILVA, 1978).

2.2 PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA NA TERCEIRA IDADE E SUA RELAÇÃO


COM A QUALIDADE DE VIDA

2.2.1 Qualidade de vida

O conceito de qualidade de vida é em grande parte individualizado e sofre


influência de diversos fatores ao longo da vida. Existe um consenso em torno da
idéia de que são múltiplos os fatores que determinam a qualidade de vida de
pessoas ou comunidades normalmente associadas ao estado de saúde,
longevidade, satisfação no trabalho, salário, lazer, relações familiares, disposição,
prazer e até espiritualidade. E ainda que em um sentido mais apto pode ser a
medida da dignidade humana (HADADD, 1986).
Segundo Nahas (2001, p. 32) a qualidade de vida pode ser definida como
“a condição humana resultante de um conjunto de parâmetros individuais e sócio-
ambientais, modificáveis ou não, que caracterizam as condições em que vive o ser
19

humano”.
De acordo com Okuma (1994) apud Moraes (2001), qualidade de vida é
viver a vida de maneira positiva, como uma questão existencial, ter um sentido
pessoal de bem-estar. É também adotar múltiplos critérios da natureza biológica,
psicológica e sócio-estrutural. Este autor também cita Lipp (1996), que entende
qualidade de vida no sentido de satisfação de vida, como realização das aspirações
e dos desejos e um maior desenvolvimento na produtividade.
A seguir é apresentado um quadro que resume os fatores individuais e
sócio-ambientais que podem influenciar grupos populacionais ou indivíduos na
qualidade de vida conforme Nahas (2001).

Parâmetros Sócio-Ambientais Parâmetros Individuais


Moradia, Transporte, Segurança Hereditariedade
Assistência Médica Estilo de Vida
Condições de trabalho e remuneração Hábitos alimentares
Educação Controle do Stress
Opções de lazer Atividade física Habitual
Meio-Ambiente Relacionamentos
Etc.. Comportamentos preventivos

QUADRO 1 – Mapeamento da qualidade de vida.

Fonte: NAHAS (2001, p. 35)

Para Reid (1993) qualidade de vida se refere às condições gerais de vida


de uma pessoa como moradia, alimentação, emprego, lazer, cultura, entre outras.
Segundo este autor a qualidade de vida em sua diversidade possui um elemento
básico interligado com os outros que é a capacidade para realizar movimentos
corporais de forma competente. Além disso, aborda o fato de que uma capacidade
motora limitada diminui consideravelmente a qualidade de vida, dificultando a
locomoção, o manuseio de instrumentos, a manutenção e adaptação de posturas
nas diferentes tarefas de orientação, contribuindo para diminuição da autonomia do
indivíduo.
20

Para Nahas (2001), a diversidade, a reduzida qualidade de vida e as


mortes prematuras na sociedade especialmente nos países industrializados se deve
à inatividade física. Analisando, neste caso, as doenças do coração, o risco do
indivíduo sofrer um infarto é duas vezes maior para pessoas não praticantes de
atividades físicas comparados com aqueles regularmente ativos.

Um dos aspectos de grande destaque para a promoção da qualidade de


vida de idosos é a prática regular de atividade física. Magalhães (1999) menciona
que indivíduos que apresentam falta de atividade física possuem duas vezes mais
possibilidades de desenvolver problemas do que as ativas. Este mesmo autor
menciona ainda Cosonatti (1999), que diz que a inatividade física é
reconhecidamente um dos mais importantes fatores de risco de doenças
coronarianas em um terço, devido a melhora da capacidade cardiorrespiratória e ao
controle dos fatores de risco.

Neste contexto, Sharkey (1998) cita que a Associação Americana do


Coração elaborou um estudo onde se afirmava que inatividade é um fator de risco
para o desenvolvimento de doenças de artéria coronária e elevou a falta de atividade
física para o nível dos três grandes fatores de risco. É possível relacionar diversas
outras doenças como diabetes, obesidade, artrite, osteoporose e até mesmo o
câncer com a falta de atividade física, o estilo de vida ativo está associado com o
baixo risco de certos tipos de câncer.

2.2.2 Benefícios e Recomendações da Prática de Atividade Física para Idosos

Ao longo dos tempos, o homem sempre achou que a atividade física era
uma maneira de gastar mais depressa suas energias, tendo em vista que ao não se
usar as estruturas elas atrofiam, perdem qualidade (RIGATTO, 1995). A atividade
física está presente na vida de todo ser humano representando um tema complexo e
que está atualmente sendo muito discutido por pesquisadores e pela mídia, que
cada vez mais demonstram os benefícios de um estilo de vida ativo (MATSUDO,
2006).
De acordo com Nahas (2001), a atividade física é definida como qualquer
21

movimento corporal produzido pela musculatura esquelética, sendo por isso um


movimento voluntário que resulta em um gasto de energia acima dos níveis de
repouso. Incluem-se nessa classificação atividades diárias e ocupacionais como o
trabalho, o deslocamento, atividades de lazer como dança, exercícios físicos, artes
marciais, entre outros.
A atividade física regular promove o crescimento e desenvolvimento
saudável das crianças e jovens, aumenta a confiança, auto-estima e os sentimentos
de realização e, entre os adultos mais idosos, os benefícios são adquiridos tanto
quando se teve uma vida ativa, quanto com mudanças recentes na atividade física.
A atividade física diária ajuda as pessoas com algum tipo de incapacidade,
melhorando a mobilidade e os níveis de energia, podendo também prevenir ou
reduzir certos graus de incapacidade (GOMES, 1985).
Waldorf (1991) afirma que mediante o exercício físico, os idosos podem
esperar uma melhora e manutenção de boas condições cardiorrespiratórias, melhora
e manutenção da força e resistência muscular, bem como flexibilidade, regulação do
metabolismo e aquisição de peso, regulação da pressão sanguínea, prevenção da
perda da massa óssea, concentração mais baixa de substâncias gordurosas no
sangue, o que serve para prevenir ou reduzir os efeitos da doença coronariana,
melhora da saúde psicológica (via auto-imagem positiva), vasos sanguíneos mais
finos e elásticos, manutenção e melhora na capacidade máxima de captação de
oxigênio e manutenção e regulação glicêmica.
Considera-se, atualmente, que quanto mais ativa é uma pessoa menos
limitações físicas possui. Dentre os inúmeros benefícios que a prática de atividade
física promove, um dos principais é a manutenção da capacidade funcional em todas
as idades, inclusive nos idosos (FRANCHI; MONTENEGRO, 2005). Esta proteção
da capacidade funcional nos idosos é fundamental, pois é onde ocorre a realização
das atividades do dia-a-dia como tomar banho, vestir-se, levantar e deitar, caminhar,
cozinhar, limpar a casa, fazer compras e lidar no jardim. Por outro lado, imobilidade
e menores níveis de atividade física associam-se à perda de independência e maior
ocorrência de morte em indivíduos com mais de 65 anos (MATSUDO, 2006).
Conforme Barbanti (2002), a prática de atividade física pela população em
geral é importante porque o envelhecimento caracteriza-se pelo declínio progressivo
das reservas funcionais de vários sistemas de órgãos, supostamente atenuado pelo
exercício físico praticado regularmente.
22

Para reduzir o risco de algumas doenças, como a aterosclerose, por


exemplo, as recomendações da saúde pública enfatizam a participação regular de
atividade física de intensidade moderada pelo menos 5 dias por semana, 30
minutos ou mais por dia (STAMATAKIS et al., 2007). Deve-se observar, também,
que os benefícios conhecidos da atividade física dependem da freqüência com que é
realizada, de sua duração e de sua intensidade.
Além dos aspectos físicos, observa-se também benefícios psicológicos
aos idosos relacionado à prática regular de atividade física, pois pessoas que
treinam constantemente sua motricidade, na velhice são mais abertas
emocionalmente, bem equilibradas e portadoras de bom humor (HADADD, 1986).
Também, com a manutenção da atividade física, ocorre a diminuição nos níveis de
ansiedade e depressão, influenciando na sensação de bem-estar, principalmente em
pessoas com história pregressa dessa sintomatologia (CAROMANO et al., 2006).
Netto (1986) ao apresentar uma experiência de trabalho com um grupo de
aposentados, afirma que o indivíduo uma vez liberado de seus compromissos
profissionais, sociais e familiares, encontra nas atitudes de lazer as condições
necessárias para sua recuperação fisiopsíquica, com possibilidades de vivenciar
novas formas de relacionamento social que levam a integrar-se em grupos
diferentes daqueles de seu universo cotidiano. Participando de grupos, idosos
encontram possibilidades de exercício e liderança, de assumir responsabilidades,
encaminhando-se para uma vida social mais ampla.
Monteiro (2000) aborda que a atividade física deve ser praticada
moderadamente sempre dentro dos limites de cada pessoa, pois a exposição à
exaustão em condições de muito calor, muito frio, estômago cheio, não conduz ao
resultado positivo desejado. A quantidade mínima de atividade física necessária
para a prevenção de doenças é de aproximadamente 30 minutos de atividade
moderada diariamente.
De acordo com Nieman (1999) a atividade física intermitente também
produz benefícios substanciais. Por isso, podem-se dividir os 30 minutos de
atividade física diária em pequenos períodos, como por exemplo, realizando
atividades como subir escadas, andar em vez de dirigir, realizar exercícios
localizados ou pedalar bicicleta ergométrica enquanto assiste televisão.
Ghorayeb e Barros (1999) afirmam que a introdução no cotidiano da
prática regular de atividade física de intensidade moderada e mesmo leve,
23

prolongada, traz benefícios para a saúde e para a qualidade de vida. Esta prática
regular de atividade física deve acontecer naturalmente no decorrer do dia, como
acontece com os demais compromissos, fazendo parte do cotidiano como todos os
outros afazeres.

2.2.3 Programa de exercícios físicos voltados para a terceira idade

Ao contrário do que se pode imaginar não é nova a relação entre


atividade física, exercício físico e saúde. Os antigos chineses praticavam uma forma
suave de ginástica para prevenir doenças associadas com a falta de atividade. Cita-
se também o exemplo do médico Galeano que em Roma a mais de 1.500 anos já
prescrevia exercícios para a manutenção da saúde. Hoje são inúmeras as pesquisas
sobre o assunto e muitas as constatações do auxílio do exercício físico para a
aptidão física a manutenção da saúde ou prevenção de doenças (SHARKEY 1998).
O exercício físico é sinônimo de atividade física e é definido por Nahas
(2001), como sendo “uma das formas de atividades física planejada, estruturada,
repetitiva, que objetiva o desenvolvimento da aptidão física, de habilidades motoras
ou a reabilitação orgânico-funcional”. São incluídos nos exercícios físicos, atividades
de níveis moderados ou intensos, sendo dinâmicos ou estático.

Segundo Guedes (1995), o interesse em programas de exercícios físicos


para a promoção de saúde se justifica na medida em que podem vir a desempenhar
importante papel na prevenção e melhoria da capacidade funcional das pessoas,
desde que adequadamente prescritos e orientados.

A prática de exercícios físicos é essencial em todas as fases da vida e


será ainda mais importante na terceira idade onde há uma perda de aptidão física e
conseqüentemente de saúde. A atividade física agirá positivamente a nível
cardiorrespiratório e também nos sistemas e órgãos. Uma boa manutenção da
massa muscular e óssea na terceira idade será imprescindível para uma autonomia
de vida e para que o idoso continue produzindo e realizando suas tarefas diárias.

Assim, o treinamento físico pode imediatamente produzir uma profunda


melhora nas funções essenciais da aptidão física do idoso colaborando para que
24

haja menor destruição de células e fadiga. O segredo de uma vida longa e sadia é,
na verdade, uma fórmula simples, que combina a relação apropriada dos ancestrais,
boa sorte e, em grande parte, adoção de um estilo de vida sadio (HADADD, 1986).

Os exercícios físicos funcionam como recursos poderosos contra o


envelhecimento do corpo e da mente, aumentando a auto-estima. As pessoas
idosas beneficiam-se de uma forma geral, especialmente com exercícios para
melhoria da postura, mobilidade e eutonização da musculatura, respiração e
resistência, aumento dos reflexos, da coordenação e equilíbrio. Sendo assim, a
coordenação motora deve estar dentre os principais fatores a serem trabalhados
num programa de atividade física dirigido para o idoso (LEITE, 1996).

Dentre os vários tipos de coordenação, a óculo-manual é particularmente


importante na vida dos idosos, pois as funções sensoriais são as mais afetadas pelo
processo de envelhecimento, levando a um declínio da visão causado pela
deteriorização da córnea, da lente, da retina e do nervo óptico e, também, de uma
falta de firmeza das mãos e pernas. Assim, tarefas como abotoar as próprias roupas,
escrever, digitar, cortar com faca, manipular uma agulha ou alfinete, discar número
de telefone, requerem um certo nível desse tipo de coordenação para o indivíduo
levar uma vida independente (RAUCHBACH, 1990).

Os exercícios de coordenação a ser trabalhados com os idosos devem


visar os padrões de movimentos da vida diária não sendo necessários jogos de
movimentos complexos que causam desconforto pela dificuldade na execução.
Opta-se então, por movimentos coordenados de braços e pernas, mão e mão, mão
e pés, educando dessa forma, a ação reflexa dos movimentos nas ações do dia-a-
dia (GOMES, 1985).

O exercício físico pode agir como propagador da saúde, ser um preventivo


contra doenças, mas, para que isso ocorra não deve ser praticado aleatoriamente e
sim orientado para que se possa ter os resultados desejados. Já para Colantonio
(1998) para fazer exercício físico é necessário ter um acompanhamento de um
profissional habilitado que oportunizará um programa adequado, de acordo com as
necessidades individuais podendo ser através de ginástica, caminhada, corrida,
natação, ciclismo, musculação entre outros.

Assim, Guedes (1995) afirma que para um programa de exercícios físicos


25

ser seguro e apresente repercussões positivas em termos de promoção da saúde,


torna-se necessário planejar, organizar, prescrever e orientar os estímulos físicos
observando certos pressupostos básicos envolvendo os componentes da aptidão
física relacionada à saúde.

Para a prescrição e planejamento de exercícios físicos é necessário


respeitar três princípios biológicos com relação ao esforço físico, adaptações
funcionais e orgânicas: princípio da sobrecarga, progressão e individualidade,
princípio da especificidade e princípio da reversibilidade. O princípio da
individualidade biológica prediz que nem sempre o que foi ou é bom para uma
pessoa será para outra, por causa das características individuais como idade, sexo,
dieta, hábitos de vida, estado de saúde, experiência prévia e técnica com o
exercício, motivação, entre outras. (COLANTONIO, 1998).

Já o princípio da adaptabilidade diz que todo exercício físico necessita de


um período de adaptação, iniciando levemente com a modalidade escolhida e ir
progredindo conforme sua individualidade (GUEDES, 1995). O princípio da
sobrecarga alerta que um treinamento contínuo, pode ser feito de várias maneiras,
como aumentando a freqüência do exercício ou a intensidade do esforço em um
determinado espaço de tempo (LEITE, 1995).

Cada tipo de exercício físico produz efeitos específicos no organismo


(metabólicos e funcionais). Seja em relação as fontes energéticas solicitadas, ou às
capacidades físicas envolvidas. Assim, como exemplo, apesar de várias
modalidades de esportes ou atividades diferentes aumentarem a capacidade
aeróbica, não implica que um maratonista possa nadar ou pedalar com o mesmo
desempenho que corre, ou seja, seu desempenho só será adequado para a
especialidade que pratica. O mesmo é válido para as outras destrezas
(COLANTONIO, 1998).

Quanto ao tempo para a prática dos exercícios físicos, esse autor


menciona a recomendação do Colégio Americano de Medicina Esportiva (ACSM,
1995) onde trinta minutos ou mais de atividade física, no maior número de dias
possível, já será um grande passo para a melhoria da saúde e da qualidade de vida.

Conforme Guedes (1998), as adaptações metabólicas e funcionais


induzidas pelos exercícios físicos tendem a retornar aos estados iniciais após a
26

paralisação ou até mesmo as interrupções temporárias dos programas prescritos.


Este decréscimo será tanto maior quanto mais recentes e menos consolidados
forem os níveis das adaptações.

Por isso, após iniciar um programa de exercícios físicos, é necessário


manter a prática regular para aperfeiçoar e manter os ganhos já adquiridos. Assim
Geraldes (1983) lembra que cabe ao profissional de Educação Física, fazer uso de
aulas dinâmicas, correções, palestras, mantendo a prática regular dos exercícios
físicos, para que assim ocorra, as modificações fisiológicas desejadas.

Não se deve esquecer, que também é fundamental a prescrição de


exercícios ou esportes que melhor se adaptem às características individuais e estilo
de vida dos participantes. Assim, apesar das dificuldades comuns, como falta de
motivação, férias, fatores ambientais, dificuldades de locomoção e ou financeiras,
além da falta de tempo disponível, é necessário tentar promover uma maior
aderência e prática permanente e regular do exercício físico (HADADD, 1986).
27

3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 TIPO DE ESTUDO

Este estudo caracterizou-se como uma pesquisa descritiva, uma vez que
se tratou de um diagnóstico, descrevendo e classificando as características de um
grupo (MARCONI; LAKATOS, 2002).

3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA

A população alvo do estudo foi composta por idosos, acima de 60 anos,


da cidade de Atalaia, Paraná. Fizeram parte da amostra, 30 indivíduos, participantes
de um projeto de ginástica da prefeitura do município de Atalaia, Paraná.

3.3 INSTRUMENTOS

Para o desenvolvimento da pesquisa, foram utilizados dois instrumentos.


Para análise do nível de atividade física das idosas foi utilizado o Questionário
Internacional de Atividade Física (IPAQ – Versão Curta) (ANEXO A), validado para
língua portuguesa por Matsudo et al. (2001). O instrumento é composto por quatro
questões referentes ao tempo que o indivíduo realiza atividades físicas durante uma
semana, sendo posteriormente classificado como sedentário, irregularmente ativo,
ativo e muito ativo. De acordo com o questionário, sedentário configura-se como
aquele indivíduo que não realiza nenhuma atividade física por pelo menos 10
minutos ao longo da semana, já irregularmente ativo configura como indivíduos que
praticam semanalmente pelo menos 10 minutos de atividades físicas, já o ativo e o
muito ativo são os praticantes que cumprem todas as determinações e
recomendações para a realização da prática.
A qualidade de vida das idosas foi avaliada por meio do Questionário de
Qualidade de Vida (WHOQOL-Bref), versão reduzida do WHOQOL-100,
desenvolvido pelo Grupo de Qualidade de Vida da Organização Mundial de Saúde e
28

validado para língua portuguesa por Fleck et al. (2000). Dessa forma,
diferentemente de outros instrumentos utilizados para avaliação de qualidade de
vida, este questionário baseia-se nos pressupostos de que qualidade de vida é um
construto subjetivo (percepção do indivíduo em questão), multidimensional e
composto por dimensões positivas (p.ex.mobilidade) e negativas (p.ex.dor).
(ANEXO B). Esse instrumento é composto por 26 questões, com pontuações de 1 a
5, cujo objetivo é analisar os domínios físico, psicológico, de relações sociais e meio
ambiente e qualidade de vida global. Quanto mais próximo de 5 maior é o nível de
qualidade de vida do indivíduo.

3.4 PROCEDIMENTOS

Após obter a autorização do local onde foi realizado o estudo, o projeto


foi submetido e aprovado pelo Comitê Permanente de Ética em Pesquisa
Envolvendo Seres Humanos da Faculdade onde foi desenvolvido através do
Parecer do Comitê 0107/09.
Na seqüência a acadêmica esclareceu os idosos sobre os procedimentos
da pesquisa todos assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
(APÊNDICE A) para participarem do estudo. A aplicação dos questionários foi
realizada durante as aulas que a acadêmica ministra para esse grupo de idosas. A
acadêmica realizou a aplicação distribuindo os questionários para as idosas e
fazendo os esclarecimentos necessários para o preenchimento de cada
instrumento.

3.5 ANÁLISE DE DADOS

Para análise dos dados foi utilizado teste de Shapiro Wilk, para verificar a
normalidade dos dados. Como os dados não apresentaram distribuição normal, foi
utilizada mediana e amplitude interquartílica para caracterizar os grupos, correlação
de Spearman para relações entre os domínios da qualidade de vida e teste de
Mann-Whitney para comparações intergrupos, adotando p<0,05.
29

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

A diminuição biológica habitual no procedimento de envelhecimento e a


aparição evolutiva de enfermidades e problemas funcionais com o desenvolver da
idade amparam, de modo geral, a compreensão da velhice como um período de
declínio inexorável (HADADD, 1986). Entretanto, apesar do desgaste dos anos,
velhice não é igual à doença e cada vez mais o estilo de vida ativo está sendo
relacionado com melhorias na qualidade de vida dos idosos.
O presente estudo teve como objetivo analisar a relação entre atividade
física e qualidade de vida de idosos de um projeto de ginástica da cidade de Atalaia,
Paraná. Na tabela 1 pode-se visualizar os valores referentes ao nível de atividade
física das idosas. Notou-se que a maior parte das idosas é foi considerada ativa ou
muito ativa (56,7%).

Tabela 1 - valores de freqüência referentes ao nível de atividade física das idosas.


Nível Atividade Física Freqüência Freqüência Freqüência
Absoluta F Relativa % Acumulada
Muito Ativo 6 20,0% 20,0%
Ativo 11 36,7% 56,7%
Irregularmente ativo 11 28,2% 93,3%
Sedentário 2 5,1% 100%

A prática regular de atividades físicas beneficia pessoas idosas através da


melhora da saúde e da aptidão física, do aumento de oportunidades de contato
social, de ganhos na função cerebral, de menores taxas de mortalidade e redução
dos anos de incapacidade nas idades mais avançadas (MATSUDO, 2001).
A atividade física é efetiva na reversão, ou pelo menos no retardamento,
de determinados declínios na atividade motora e no desempenho cognitivo
relacionado o envelhecimento. Considerando-se que a independência em atividades
cotidianas seja a meta mais importante para os idosos, deve se reconhecer à
atividade física como o principal fator influente nessa independência, através da
manutenção da mobilidade (HADADD 1986). Essas melhorias devem reproduzir
alterações positivas na qualidade de vida desses idosos.
30

A tabela 2 apresenta o nível de qualidade de vida das idosas em relação


aos vários domínios. Notou-se que as idosas apresentaram valores que podem ser
considerados moderados-altos, sendo que o maior valor foi do domínio de relações
sociais e psicológico.

Tabela 2 - Valores referentes aos domínios de qualidade de vida das idosas.


Mediana Amplitude interquartílica
Domínio Físico 3,80 0,8
Domínio Psicológico 4,00 0,2
Domínio Relações Sociais 4,06 1,3
Domínio Meio-Ambiente 3,70 0,5

Sabe-se que com o envelhecimento muitas alterações físicas e


psicológicas ocorrem no idoso, o que afeta de maneira significante suas relações
sociais e a relação com o meio ambiente (HADADD, 1986). As idosas do presente
estudo percebem de maneira positiva a maioria dos domínios relacionados à
qualidade de vida.
Foi interessante notar, no entanto, que com relação à questão número 21
do questionário de qualidade de vida utilizado nesse estudo, na qual falava sobre a
satisfação em relação à vida sexual, muitas idosas se sentiram constrangidas em
responder. Segundo Risman (2005) a própria sociedade faz a relação entre
atividade sexual e a procriação, relacionando a mesma com a questão do
envelhecimento e a educação repressora. Sendo assim, analisou-se o questionário
não computando essa questão uma vez que a maioria das idosas não a respondeu.
A tabela 3 apresenta a correlação entre os domínios da qualidade de vida.
Observou-se correlação moderada positiva e significativa do domínio de relações
sociais com domínio físico (0,65), com domínio psicológico (0,44) e com meio-
ambiente (0,61).

Tabela 3 - correlação entre os domínios de qualidade de vida das idosas.


Domínios Físico Psicológico de Relações Sociais De Meio-Ambiente
Físico - 0,16 0,65** 0,35
Psicológico 0,16 - 0,44* 0,67**
de Relações Sociais 0,65** 0,44* _ 0,61**
De Meio-Ambiente 0,35 0,67** 0,61** _
*diferença significativa p<0,05; **diferença significativa p<0,01; Correlação de Spearman.
31

É possível que a prática de atividade física regular dessas idosas no


projeto de ginástica do qual participam promova um aumento da qualidade de vida
em relação às relações sociais dessas idosas e tal benefício melhore o bem-estar
psicológico e também a percepção do ambiente nas quais as idosas vivem. As
atividades físicas propostas nos programas de atendimento da terceira idade visam
um ganho ou uma melhora cardiovascular e muscular, uma interação social com
outras idosas, uma nova visão de presente e futuro em relação as atividades de vida
diária, e uma busca de lazer com prazer visando saúde. Todos estes fatores alteram
a percepção de qualidade de vida destas idosas pelo aumento da auto-estima, pelo
aumento da capacidade muscular por meio da realização de atividades prazerosas
como danças, caminhadas, lazer com netos ou familiares, aumentando a
capacidade de realização de atividades de vida diária (AVD), e alterando totalmente
a visão de qualidade de vida e saúde enquanto praticantes destas atividades.
Sabe-se que com o envelhecimento muitos idosos sofrem com o isolamento.
Neste contexto, cita-se Satariano et al. (2005) que investigaram 2.046 indivíduos
maiores de 55 anos as barreiras para a prática da atividade física no tempo livre e
encontraram que as mulheres reportaram mais barreiras para a prática do que os
homens e as razões médicas incrementaram com a idade. As diminuições na
velocidade de andar e sintomas de depressão figuram entre as razões não médicas
citadas como obstáculos em homens e mulheres. Entre as primeiras cinco barreiras
para a prática da atividade física nas mulheres foram citadas: a) a falta de
companhia; b) a falta de interesse (mais comum nas mulheres de 65 a 74 anos); c) a
fadiga; d) problemas de saúde; e e) a artrite. Nas mulheres maiores de 75 anos de
idade problemas de saúde e funcionais, como medo às quedas, foram as principais
barreiras mencionadas.

Tabela 4 - comparação entre os domínios de qualidade de vida das idosas em função da


prática de atividade física.
Domínios Muito Ativo Irregulamente Ativo p
ou Ativo ou Sedentário
Físico 3,8 (0,8) 4,1 (0,6) 0,735
Psicológico 4,0 (0,7) 4,0 (0,2) 0,380
De Relações Sociais 4,0 (1,3) 4,5 (1,2) 0,735
De Meio-Ambiente 3,7 (0,7) 3,7 (0,3) 0,816
Teste de Mann-Whitney
32

Observou-se na tabela 4 que não houve diferença significativa nos


domínios de qualidade de vida entre o grupo de idosas muito ativo ou ativo e o grupo
de idosas irregularmente ativo ou sedentário. Assim é possível inferir que outro
fatores como nível socioeconômico e o bem-estar que o grupo de idosas apresenta
ao participar do projeto de ginástica possam interferir de forma mais evidente na
qualidade de vida, do que em relação às atividades que essas idosas fazem fora do
local onde praticam ginástica.
Andrade et al. (2002), em um levantamento feito no Estado de São Paulo,
verificou que a promoção da atividade física na terceira idade deve levar em
consideração a falta de companhia e a falta de interesse, principais barreiras
citadas, no momento de estabelecer políticas de saúde pública.
As políticas públicas devem proporcionar a população motivação para
adoção da prática de atividade física, animando pessoas de todas as idades, mas
em específico os maiores de 50 anos, a cumprir pelo menos 30 minutos de atividade
física moderada por dia, na maior parte dos dias, de forma contínua ou acumulada,
para que assim possa participar de programas estruturados ou supervisionados
adotando para si um estilo de vida ativo como mecanismo de promoção da saúde
(ANDRADE et al, 2002).
33

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O objetivo do presente estudo foi analisar a relação entre nível de prática


de atividade física e qualidade de vida de idosas que participam de um grupo de
ginástica na cidade de Atalaia, Paraná. Verificou-se que mais da metade das idosas
puderam ser classificadas como ativas ou muito ativas e que o grupo apresentou
escores elevados nos domínios relacionados à qualidade de vida. No entanto,
apesar dos benefícios de um estilo de vida ativo, não foi observada diferenças
significativas na qualidade de vida em relação ao nível de prática de atividade física
dessas idosas. Dessa forma, concluiu-se que participar de um programa de
ginástica, bem como outros fatores não avaliados no estudo, como o nível
socioeconômico, podem ter contribuído para níveis elevados de qualidade de vida
dessas idosas.
34

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Título do Projeto: Nível de Atividade Física e Qualidade de Vida de Idosos

Prezado(a) Sr.(a),

Estamos conduzindo uma pesquisa de conclusão de curso na área da Educação


Física com o objetivo de investigar a relação entre nível de atividade física e qualidade de
vida de idosos. Para a realização do trabalho, será necessária a participação de todos os
participantes do Centro de Convivência do Idoso da cidade de Atalaia, Paraná, totalizando
30 idosos.
A pesquisa envolverá a aplicação de dois questionários: Questionário Internacional
de Atividade Física (IPAQ – Versão Curta), validado para língua portuguesa por Matsudo et
al. (2001), para análise do nível de atividade física e questionário de Qualidade de Vida
(WHOQOL-Bref), versão reduzida do WHOQOL-100, desenvolvido pelo Grupo de Qualidade
de Vida da Organização Mundial de Saúde, validado por Fleck et al. (2000) utilizado para
análise da qualidade de vida.
Durante o decorrer e após a conclusão do trabalho, será resguardada a identidade dos
participantes e durante qualquer momento da coleta dos dados os idosos poderão recusar-
se a participar, bem como retirar-se da pesquisa sem qualquer tipo de penalização. O
trabalho será desenvolvido pela acadêmica do 3º ano da UNINGÁ, Aniele Vieira dos Santos,
com a orientação da Prof. MS. Patrícia Aparecida Gaion do Curso de Educação Física da
UNINGÁ.
Caso V. Sa. concorde com sua participação no estudo, solicitamos seu consentimento
preenchendo as informações abaixo:

Eu, ______________________________________________________, após ter lido e


entendido as informações acima e esclarecido todas as minhas dúvidas referentes ao
estudo, CONCORDO VOLUNTARIAMENTE em participar da pesquisa.

__________________________________________________ Data: _____/_____/_____


Assinatura da participante

__________________________________________________________________________
Eu, Aniele Vieira dos Santos, declaro que forneci todas as informações referentes ao
estudo.

Equipe
Aniele Vieira dos Santos Telefone: ...
Rua ...
Patrícia Aparecida Gaion Telefone: ....
Rua ....

Qualquer dúvida ou maiores esclarecimentos procurar um dos membros da equipe ou o


Comitê Permanente de Ética em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos da Faculdade Ingá –
Uningá, localizado à Avenida Colombo, 9727 – Sala 01 Bloco H – Telefone (44) 3225-5009 –
ramal 225.
ANEXOS
ANEXO A - Questionário Internacional de Atividade Física

Idade : ____
Gênero: ( ) Masculino ( ) Feminino

Nós estamos interessados em saber que tipos de Atividade Física as pessoas fazem como parte do
seu dia a dia. Este projeto faz parte de um grande estudo que está sendo feito em diferentes países
ao redor do mundo. Suas respostas nos ajudarão a entender que tão ativos nós somos em relação à
pessoas de outros países. As perguntas estão relacionadas ao tempo que você gasta fazendo
Atividade Física em uma semana ultima semana. As perguntas incluem as atividades que você faz
no trabalho, para ir de um lugar a outro, por lazer, por esporte, por exercício ou como parte das suas
atividades em casa ou no jardim. Suas respostas são MUITO importantes. Por favor, responda cada
questão mesmo que considere que não seja ativo. Obrigado pela sua participação!

Para responder as questões lembre que:


 Atividades físicas VIGOROSAS são aquelas que precisam de um grande esforço físico e que
fazem respirar MUITO mais forte que o normal
 Atividades físicas MODERADAS são aquelas que precisam de algum esforço físico e que fazem
respirar UM POUCO mais forte que o normal

Para responder as perguntas pense somente nas atividades que você realiza por
pelo menos 10 minutos contínuos de cada vez.

1a Em quantos dias da última semana você CAMINHOU por pelo menos 10


minutos contínuos em casa ou no trabalho, como forma de transporte para ir de um
lugar para outro, por lazer, por prazer ou como forma de exercício?
dias _____ por SEMANA ( ) Nenhum

1b Nos dias em que você caminhou por pelo menos 10 minutos contínuos quanto
tempo no total você gastou caminhando por dia?
horas: ______ Minutos: _____.

2a. Em quantos dias da última semana, você realizou atividades MODERADAS por
pelo menos 10 minutos contínuos, como por exemplo pedalar leve na bicicleta,
nadar, dançar, fazer ginástica aeróbica leve, jogar vôlei recreativo, carregar pesos
leves, fazer serviços domésticos na casa, no quintal ou no jardim como varrer,
aspirar, cuidar do jardim, ou qualquer atividade que fez aumentar moderadamente sua respiração ou
batimentos do coração (POR FAVOR NÃO INCLUA CAMINHADA)
dias _____ por SEMANA ( ) Nenhum

2b. Nos dias em que você fez essas atividades moderadas por pelo menos 10
minutos contínuos, quanto tempo no total você gastou fazendo essas atividades
por dia?
horas: ______ Minutos: _____

3a Em quantos dias da última semana, você realizou atividades VIGOROSAS por


pelo menos 10 minutos contínuos, como por exemplo correr, fazer ginástica
aeróbica, jogar futebol, pedalar rápido na bicicleta, jogar basquete, fazer serviços
domésticos pesados em casa, no quintal ou cavoucar no jardim, carregar pesos
elevados ou qualquer atividade que fez aumentar MUITO sua respiração ou
batimentos do coração.
dias _____ por SEMANA ( ) Nenhum

3b Nos dias em que você fez essas atividades vigorosas por pelo menos 10
minutos contínuos quanto tempo no total você gastou fazendo essas atividades
por dia?
horas: ______ Minutos: _____.

Estas últimas questões são sobre o tempo que você permanece sentado todo dia,
no trabalho, na escola ou faculdade, em casa e durante seu tempo livre. Isto inclui
o tempo sentado estudando, sentado enquanto descansa, fazendo lição de casa
visitando um amigo, lendo, sentado ou deitado assistindo TV. Não inclua o tempo
gasto sentando durante o transporte em ônibus, trem, metrô ou carro.

4a. Quanto tempo no total você gasta sentado durante um dia de semana?
______horas ____minutos

4b. Quanto tempo no total você gasta sentado durante em um dia de final de
semana?
______horas ____minutos

CENTRO COORDENADOR DO IPAQ NO BRASIL– CELAFISCS -


INFORMAÇÕES ANÁLISE, CLASSIFICAÇÃO E COMPARAÇÃO DE RESULTADOS NO BRASIL
Tel-Fax: – 011-42298980 ou 42299643. E-mail: celafiscs@celafiscs.com.br
Home Page: www.celafiscs.com.br IPAQ Internacional: www.ipaq.ki.se
ANEXO B - Questionário de Qualidade de Vida ((WHOQOL-bref)

Instruções
Este questionário é sobre como você se sente a respeito de sua QV, saúde e outras
áreas de sua vida. Por favor, responda a todas as questões. Se você não tem
certeza sobre que resposta dar em uma questão, por favor, escolha entre as
alternativas a que lhe parece mais apropriada. Esta, muitas vezes, poderá ser sua
primeira escolha. Por favor, tenha em mente seus valores, aspirações, prazeres e
preocupações. Nós estamos perguntando o que você acha de sua vida, tomando
como referência as duas últimas semanas . Por exemplo, pensando nas últimas
duas semanas, uma questão poderia ser:

NADA MUITO MÉDIO MUITO COMPLETAMENT


POUCO E
Você recebe dos outros o 1 2 3 4 5
apoio que necessita?
Você deve circular o número que melhor corresponde ao quanto você recebe dos
outros o apoio de que necessita nestas últimas duas semanas. Portanto, você deve
circular o número 4 se você recebeu "muito" apoio, ou circular o número 1 se você
não recebeu "nada" de apoio.

Por favor, leia cada questão, veja o que você acha e circule no número e lhe parece a melhor resposta.
NADA MUITO MÉDIO MUITO COMPLETAMENTE
POUCO
1 Como você avaliaria sua QV? 1 2 3 4 5
2 Quão satisfeito(a) você está com a sua 1 2 3 4 5
saúde?

As questões seguintes são sobre o quanto você tem sentido algumas coisas nas últimas duas semanas.

NADA MUITO POUCO MAIS OU BASTAN EXTREMAMEN


MENOS TE TE
3 Em que medida você acha que sua dor (física) 1 2 3 4 5
impede você de fazer o que você precisa?
4 O quanto você precisa de algum tratamento 1 2 3 4 5
médico para levar sua vida diária?
5 O quanto você aproveita a vida? 1 2 3 4 5
6 Em que medida você acha que a sua vida tem 1 2 3 4 5
sentido?
7 O quanto você consegue se concentrar? 1 2 3 4 5
8 Quão seguro(a) você se sente em sua vida 1 2 3 4 5
diária?
9 Quão saudável é o seu ambiente físico 1 2 3 4 5

As questões seguintes perguntam sobre quão completamente você tem sentido ou é capaz de fazer certas
coisas nestas últimas duas semanas.
NADA MUITO MÉDIO MUITO COMPLETAMENTE
POUCO
10 Você tem energia suficiente para seu dia-a- 1 2 3 4 5
dia?
11 Você é capaz de aceitar sua aparência física? 1 2 3 4 5
12 Você tem dinheiro suficiente para satisfazer 1 2 3 4 5
suas necessidades?
13 Quão disponíveis para você estão as 1 2 3 4 5
informações que precisa no seu dia-a-dia?
14 Em que medida você tem oportunidades de 1 2 3 4 5
atividade de lazer?

As questões seguintes perguntam sobre quão bem ou satisfeito você se sentiu a respeito de vários aspectos
de sua vida nas últimas duas semanas.

MUITO RUIM NEM RUIM NEM BOM MUITO


RUIM BOM BOM
15 Quão bem você é capaz de se locomover? 1 2 3 4 5
MUITO INSATISFEI NEM SATISF MUITO
INSATIS TO SATISFEITO EITO SATISFEIT
FEITO NEM O
INSATISFEITO
16 Quão satisfeito(a) você está com o seu 1 2 3 4 5
sono?
17 Quão satisfeito(a) você está com sua 1 2 3 4 5
capacidade de desempenhar as atividades do
seu dia-a-dia?
18 Quão satisfeito(a) você está com sua 1 2 3 4 5
capacidade para o trabalho?
19 Quão satisfeito(a) você está consigo 1 2 3 4 5
mesmo?
20 Quão satisfeito(a) você está com suas 1 2 3 4 5
relações pessoais (amigos, parentes,
conhecidos, colegas)?
21 Quão satisfeito(a) você está com sua vida 1 2 3 4 5
sexual?
22 Quão satisfeito(a) você está com o apoio 1 2 3 4 5
que você recebe de seus amigos?
23 Quão satisfeito(a) você está com as 1 2 3 4 5
condições do local onde mora?
24 Quão satisfeito(a) você está com o seu 1 2 3 4 5
acesso aos serviços de saúde?
25 Quão satisfeito(a) você está com o seu 1 2 3 4 5
meio de transporte?

A questão seguinte refere-se a com que freqüência você sentiu ou experimentou certas coisas nas últimas
duas semanas.

NUNCA ALGUMAS FREQÜENTEMENT MUITO SEM


VEZES E FREQÜENTE PRE
MENTE
26 Com que freqüência você tem sentimentos 1 2 3 4 5
negativos tais como mau humor, desespero,
ansiedade, depressão?

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