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Climatologia

EN2127

Prof.ª Andréa de Oliveira Cardoso


Plano da disciplina
Objetivos:
Transmitir ao aluno conceitos e conhecimentos básicos sobre o clima na Terra,
seus elementos e fatores controladores. Apresentar os principais elementos
climáticos e suas inter-relações, que resultam nos diferentes padrões climáticos.
Enfatizar a importância da radiação solar e dos componentes atmosfera, oceano,
suas circulações e interações. Fornecer subsídio teórico e prático para que os
alunos aprendam a identificar e analisar padrões climáticos. Ao final do curso o
aluno deverá conhecer os elementos climáticos e os principais mecanismos que
afetam o clima global e regional, como também estar capacitado a realizar
estudos climatológicos.

Ementa:
O sistema Terra. Componentes do sistema climático. Evolução do clima da
Terra. Balanço de calor do sistema terrestre. Espalhamento, absorção e emissão
de radiação eletromagnética. Energia e temperatura. Ciclo hidrológico. Fluxos
radiativos. Efeito estufa. Circulação geral da atmosfera e dos oceanos e o clima
global. Interação oceano-atmosfera. El Nino. Observações de evidencias de
mudanças climáticas. Modelos climáticos e o Painel Intergovernamental sobre
Mudanças Climáticas (IPCC).
Plano da disciplina

Bibliografia Básica:
RODRIGUES, A. M. Produção e consumo do e no espaço: problemática ambiental
urbana. São Paulo: Hucitec, 1998.
MONTEIRO, C. A. Teoria e clima urbano. São Paulo: Edusp, 1976.
LOMBARDO, M. A. Ilha de calor nas metrópoles: o exemplo de São Paulo. São
Paulo:
Hucitec, 1985. 244p.

Bibliografia complementar:
CAVALCANTI, I. F. A. et al. Tempo e Clima no Brasil. Editora Oficina de Textos,
1ª ed., 2009, 464 p.
FERREIRA, N. J. et al. Meteorologia Fundamental. Editora Edifapes, 1ª ed., 2001,
432 p.
PEIXOTO, J. P. Radiação Solar e Ambiente. Lisboa: Secretaria de Estado do
Ambiente, 1981.Coleção “O Ambiente e o Homem”.
ASSIS, Francisco N. et al. Aplicações de Estatística a Climatologia. Pelotas, RS:
Ed.
Universitária, UFPEL, 1996.
MILLER, Austin. Climatologia. Barcelona: Editorial Omega, 1955
Plano da disciplina

Sistema de Avaliação:

Duas provas (P1 e P2), um trabalhos escrito (T) e exercícios (E),


contabilizados conforme:

Nota final = (Nota P1*0,9 + Nota P2*0,8+Nota T*0,2+Nota E*0,1)/ 2

Conceitos: A 9,0 a 10,0


B 7,6 a 8,9
C 6,1 a 7,5
D 5,0 a 6,0
F < 5,0
Plano da disciplina
Cronograma :
Observações
Presença:
A freqüência mínima obrigatória para aprovação é de 75% das aulas
ministradas e/ou atividades realizadas em cada disciplina. Portanto, fique
atento às faltas.

Prova substitutiva:
Será aplicada somente em caso de perda da prova por razões médicas
(justificadas) ou por viagens à trabalho ou congressos (também justificadas).
O professor deve ser avisado antecipadamente ou na aula seguinte ao
ocorrido. Não serão aceitos atestados antigos.

Não será aplicada substitutiva para melhorar nota.

Problemas com faltas por longo período, decorrente a problemas de saúde:


Os casos em que o aluno precisou se ausentar das aulas por um período muito
longo (superior a 25%), com justificativa médica, devem ser resolvidos com a
sessão acadêmica e não diretamente com o professor.
Informações e notas de aula

O material apresentado em aula, sugestões para


leitura, informações, dados sobre os trabalhos e
recados importantes serão disponibilizados pela
internet no seguinte endereço:

http://profandreacardoso.blogspot.com/
Climatologia
Introdução

A Climatologia é o estudo científico do clima, com o


objetivo de compreender os fatores que estabelecem
e influenciam os padrões de clima global e regional,
buscando descobrir, explicar e explorar o
comportamento dos fenômenos climáticos.

Nas ciências atmosférica, a climatologia investiga a causa e as relações


físicas entre os diferentes fenômenos climáticos. Na geografia a
climatologia é uma ferramenta de entendimento da relação do homem
com o espaço ambiental, particularmente com os fenômenos atmosféricos
pelos quais ele é afetado passivamente ou é um influenciador.
Introdução

Sub-áreas de estudo da Climatologia:


Climatologia Analítica – Estudo dos elementos climáticos e sua
distribuição na superfície terrestre, recorrendo a métodos estatísticos
elaborados;
Climatologia Clássica – Estudo de padrões do elementos climáticos,
identificando ritmos (ciclos) e variabilidades;
Climatologia Dinâmica – Estudo dos elementos climáticos de maneira
integrada. Nesse contexto o termo ritmo, representa movimento.
Modelagem Climática – Estudo do clima utilizando modelos numéricos ou
estatísticos e previsibilidade climática;
Climatologia Urbana – Estudo dos fenômenos urbanos que afetam os
elementos climáticos (p.ex. ilha de calor, enchentes e chuva ácida);
Paleoclimatologia – Estudo do clima do passado;
Mudanças Climáticas – Identificação de mudanças climáticas em dados
observados e projeções de clima futuro, com base nos cenários de
mudanças climáticas;
Aplicação
A climatologia é uma ciência muito importante, pois diversas atividades humanas
e econômicas dependem de dados do clima e sua variações para o planejamento e
tomada de decisões.
Saúde: A saúde humana é afetada pelas variáveis climáticas, seus extremos e
alterações (temperatura, chuva, poluição);
Agricultura: A definição de qual cultura, onde e quando plantar, depende da
caracterização climática;
Energia: No Brasil cerca 90% da energia consumida é de fonte hidrelétrica,
necessitando de água para gerar e dependendo do conhecimento do padrão de
chuvas e suas variabilidades, para planejamento. A temperatura também afeta o
consumo de energia;
Hidrologia: O ciclo hidrológico responde a condições climáticas;
Industria e Comércio: Para o planejamento de estoque e produção é necessário
conhecer o clima e a previsão climática sobre a região de consumo;
Desastres Naturais: Eventos climáticos extremos podem causar grandes impactos
como deslizamentos, enchentes, secas severas, tempestades intensas, etc;
Turismo: O clima caracteriza a regiões turísticas;
Monitoramento e Previsão: Monitoramento, comparações com episódios
anteriores, previsões climáticas, projeções de fenômenos climáticos ou de eventos
severos, são úteis para o planejamento das atividades humanas e econômicas.
O Sistema Terra
O Sistema Terra pode ser subdividido em um conjunto de subsistemas:

Geosfera: componente sólida interna da Terra


(crosta, formação sedimentares e solo);
Biosfera: inclui a vegetação terrestre, a fauna
continental e marinha, seres-vivos (homem);
Criosfera: constituída pelas regiões cobertas
permanentemente por gelo e neve;
Hidrosfera: toda a água no estado líquido
(oceanos, mares, rios, lagos, aquíferos
subterrâneos);
Atmosfera: camada predominantemente
gasosa que envolve a Terra;

A atmosfera constitui o elemento central do sistema climático com uma


grande variabilidade das suas propriedades no tempo e no espaço.
Geosfera
A Geosfera inclui os continente e o fundo do mar, toda a componente
sólida interna da Terra (crosta). Participa na regulação do sistema
climático de várias formas:
Configuração global dos continentes, oceanos e cadeias montanhosas
(escala de milhões de anos);
 A crosta terrestre e o manto, conduzem parte da transformação da
composição química da atmosfera (escala de 10 a 100 milhões de anos);
 Movimento das placas tectônicas;
Através dos processos físicos e químicos que estabelecem a formação e
evolução dos solos, condiciona a erosão e o vulcânismos, com a
conseqüente produção de aerossóis que afetam o balanço radiativo;
 Os continentes e sua topografia afetam o movimento do ar;
Interage com a atmosfera e a hidrosfera através da transferência de
massa (vapor d'água, precipitação sólida e líquida, partículas de poeira e
calor). Afeta processos de ciclo hidrológico.
Biosfera
A Biosfera é o conjunto de ecossistemas da Terra. O estado da Biosfera é
decorrente das condições climáticas, mas exercem efeitos sobre o clima:

 A grande evapotranspiração das plantas, que influencia o clima tropical


e extratropical, pois é um componente do ciclo hidrológico;
 Organismos vivos na terra (florestas, plantas) e no mar (plancton e
outros organismos marinhos) desempenham um importante papel na
liberação de oxigênio e no seqüestro de carbono, reduzindo a
concentração de dióxido de carbono na atmosfera;
 Condicionamento da cobertura da superfície afetando o albedo
(refletividade), a velocidade do vento e o escoamento superficial, através
da rugosidade;
 Libera aerossóis sob a forma de esporos, microorganismos e pólen, que
são transportados pelo vento;
 Os animais e principalmente o Homem causam impactos climáticos,
pois regulam a distribuição de florestas, pastos, tundra e desertos.
Criosfera
A Criosfera é a componente do Sistema Terra que contém água no estado
sólido , contribuindo para a inércia térmica do sistema climático:

 Extensivas superfícies de gelo e neve tornam a Terra mais refletiva, e


conseqüentemente, mais fria do que seria na ausência dessa cobertura
(gelo e neve possui um albedo 90%);
 Água doce é fornecida na região polar, que influencia a circulação
oceânica termohalina (transporta calor para as regiões frias);
Armazena água que pode influenciar significativamente o nível do mar;

Elementos da Criosfera
Componente Área (% da Terra) Massa (103Kg/m2)
Gelo da Antártica 2,7 53
Gelo da Groelândia 0,35 5
Geleiras Alpinas 0,1 0,2
Gelo Mar Ártico (março) 3 0,04
Gelo Mar Antártico 4 0,04
(setembro)
Gelo permanente no solo 5 1
(Permafrost)
Cobertura de neve sazonal 9 < 0,01
Hidrosfera
A hidrosfera engloba a massa líquida do planeta. Os oceanos cobrem 2/3
da superfície da Terra, sendo sua componente mais importante, pois:
 Devido a sua enorme massa e grande calor específico, constituem um
enorme reservatório de energia;
Atuam com reguladores da temperatura global, devido a sua inércia
térmica. Também apresenta variações sazonais reduzidas;
Como são mais densos do que o atmosfera, possui uma inércia
mecânica maior e uma maior estratificação, sendo sua circulação mais
lenta do que a da atmosfera;
A atmosfera e o oceano estão fortemente acoplados, interações ocorrem
em várias escalas através de troca de energia, massa e momento;
O resfriamento da superfície devido a evaporação representa a principal
perda de calor para a atmosfera;
A evaporação é fundamental para o fechamento do ciclo hidrológico;
Seu tempo de resposta varia de escala de semanas a meses, na camada
de mistura, de estações a anos, na termoclina, de séculos a milênios no
oceano profundo;
Atmosfera
A atmosfera é uma camada relativamente fina de gases e material
particulado (aerossóis) que envolve a Terra.
 Contém os gases necessários para os processos vitais de respiração
celular e fotossíntese;
 Protege a biosfera da exposição a níveis arriscados de radiação
ultravioleta (ozônio);
Fornece a água necessária para a vida, sendo fundamental para o ciclo
hidrológico.
 É essencial para a vida e o funcionamento ordenado dos processos
físicos e biológicos sobre a Terra;
 Os padrões de ventos atmosféricos regulam os movimentos
ascendentes oceânicos que abastece a biosfera marinha com nutrientes,
realizam o transporte de gases traço, fumaça e aerossóis, sobre longas
distâncias, influenciam a distribuição de água que sustenta a biosfera;
 Chuvas, geadas e ventos, desgastam a crosta terrestre modelando a
paisagem;
Composição da Atmosfera
Sua composição não é constante, pois há gases variáveis presentes em
pequenas quantidades. Uma composição muito estável (até uma altitude de
80 km) é caracterizada pela presença de Nitrogênio (78%), Oxigênio (21%)
e Argônio (0,93%). Embora estes elementos sejam abundantes tem pouca
influência sobre fenômenos de tempo.

Gás Porcentagem Partes por Milhão


Nitrogênio 78,08 780.000,0

Oxigênio 20,95 209.460,0

Argônio 0,93 9.340,0

Dióxido de carbono 0,035 350,0

Neônio 0,0018 18,0

Hélio 0,00052 5,2

Metano 0,00014 1,4

Kriptônio 0,00010 1,0

Óxido nitroso 0,00005 0,5

Hidrogênio 0,00005 0,5

Ozônio 0,000007 0,07

Xenônio 0,000009 0,09

Principais gases de ar seco


Composição da Atmosfera
O dióxido de carbono (CO2), o vapor d'água, o ozônio (O3) e os aerossóis
ocorrem em pequenas concentrações, mas são importantes para fenômenos
meteorológicos e para a vida.
CO2 : É essencial para a fotossíntese e um eficiente absorvedor de energia
radiante (onda longa) emitida pela Terra. Ele influencia o fluxo de energia através
da atmosfera, fazendo com que a baixa atmosfera retenha o calor, tornando a
Terra própria à vida (gás de efeito estufa).

Vapor d'água : É um dos mais variáveis gases na atmosfera, constitui não mais
que 4% do volume da baixa atmosfera, nos trópicos úmidos e quentes, e cerca de
1% sobre os desertos e regiões polares. Contudo, sem vapor d'água não há
nuvens, chuva ou neve. Tem grande capacidade de absorção, tanto da energia
radiante emitida pela Terra (em ondas longas), como também de alguma energia
solar. Portanto, junto com o CO2, atua como uma manta para reter calor na baixa
atmosfera. Como a água é a única substância que pode existir nos 3 estados
(sólido, líquido e gasoso), suas mudanças de estado absorvem ou liberam calor
latente. Desta maneira, calor absorvido em uma região é transportado por ventos
para outros locais e liberado. O calor latente liberado fornece a energia que
alimenta tempestades ou modificações na circulação atmosférica.
Composição da Atmosfera
O3: Ele tem presença relativamente pequena e distribuição não uniforme,
concentrando-se entre 10 e 50 km (e em quantidades bem menores, no ar poluído
de cidades), com um pico em torno de 25 km (estratosfera). A presença do ozônio
é vital devido a sua capacidade de absorver a radiação ultravioleta. Na ausência
da camada de ozônio a radiação ultravioleta seria letal para a vida.

Aerossóis: São pequenas partículas, líquidas e sólidas, sendo que alguns


aerossóis - gotículas de água e cristais de gelo - são visíveis em forma de nuvens.
A maior concentração é encontrada na baixa atmosfera, próximo a sua fonte
principal, a superfície da Terra. Embora a concentração dos aerossóis seja
relativamente pequena, eles participam de processos meteorológicos importantes:
Determinados aerossóis agem como núcleos de condensação para o vapor d'água
e são importantes para a formação de nevoeiros, nuvens e precipitação. Alguns
aerossóis podem absorver ou refletir a radiação solar incidente, influenciando a
temperatura. A poeira no ar contribui para um fenômeno ótico conhecido: as
várias tonalidades de vermelho e laranja no nascer e pôr-do-sol.
Estrutura vertical da Atmosfera
 A força da gravidade comprime a atmosfera de modo que a máxima densidade
do ar ocorre na superfície da Terra. O decréscimo da densidade do ar com a altura
é bastante rápido (decréscimo exponencial). O rápido decréscimo da densidade do
ar significa também um rápido declínio da pressão do ar com a altitude.
A pressão da atmosfera numa determinada altitude é simplesmente o peso da
coluna de ar com área de seção reta unitária, situada acima daquela altitude. No
nível do mar a pressão média é de 1,013X105Pa ou 1013,25 mb, que
corresponde a um peso de 1kg de ar em cada cm2.

Perfil vertical médio


da pressão do ar

Os perfis verticais de pressão e


temperatura do ar aqui apresentados são
baseados na atmosfera padrão, um modelo
da atmosfera real. Representa o estado da
atmosfera numa média para todas as
latitudes e estações. Ela apresenta valores
fixos da temperatura e pressão do ar ao
nível do mar (15°C e 1013,25mb) e perfis
verticais fixos de temperatura e pressão.
A atmosfera é usualmente subdividida em camadas concêntricas, de
acordo com o perfil vertical médio de temperatura.
Troposfera: A temperatura decresce com a altitude (taxa média
de 6,5°C/km); se estende a uma altitude média de 12 km (~ 20
km no equador e ~ 8 km nos pólos). Nesta camada que ocorrem
essencialmente todos os fenômenos que em conjunto
caracterizam o tempo. As propriedades atmosféricas são
facilmente transferidas por turbulência de grande escala e
mistura. Seu limite superior é a Tropopausa.
Estratosfera: Se estende até ~50 km, por uns 20 km, a
temperatura permanece quase constante e depois cresce até o
seu topo, a estratopausa. Temperaturas mais altas ocorrem na
estratosfera porque é nesta camada que o ozônio está
concentrado. O ozônio absorve radiação ultravioleta do sol,
consequentemente, a estratosfera é aquecida.
Mesosfera: A temperatura novamente decresce com a altura, até
a mesopausa, que está em torno de 80 km, onde atinge ~ -90°C.
Termosfera: A temperatura é inicialmente isotérmica e depois
cresce rapidamente com a altitude, como resultado da absorção
de ondas muito curtas da radiação solar por átomos de oxigênio
e nitrogênio. Entre 80 a 900 km há uma camada com
concentração relativamente alta de íons, a ionosfera, onde a
radiação solar de alta energia de ondas curtas (raios X e
radiação ultravioleta) tira elétrons de moléculas e átomos de
nitrogênio e oxigênio, deixando elétrons livres e íons positivos.
Tem pequeno impacto sobre o tempo, mas grande influência na
transmissão de ondas de rádio na banda AM.
Evolução do Clima da Terra
Há evidências que permitem a reconstrução do clima passado:

Instrumentos de medição: Os elementos climáticos são medidos por instrumentos


(temperatura, precipitação, velocidade do vento, umidade, direção do vento e
pressão atmosférica). No entanto, os registros são temporalmente curtos e mau
distribuídos ao longo do globo. Houve um aumento do número de estações
meteorológicas a partir da segunda metade do século passado, melhorando a base
de dados. Outro avanço importante para registros de dados foi o uso recente de
satélites remotos.
Documentação escrita: Relatos descritivos do tempo compõem a segunda
categoria geral das provas para determinar as flutuações climática. Fenômenos
meteorológicos (inundações, secas, geadas, os períodos de frio e neve pesada)
geralmente são descrito neste tipo de dados, em escala sazonal a anual. Existem
grandes problemas na interpretação dos dados devido à sua natureza subjetiva.
Dados de proxy: Tipos de dados físicos e biológicos podem fornecer evidências
dos efeitos das flutuações no passado do planeta. Exemplos deste tipo de dados
incluem largura do anel de árvore, restos fossilizados de vegetais, insetos e
freqüências de pólen nos sedimentos, depósitos glaciais, fósseis de organismos
marinhos e fração de isótopos de elementos diversos.
Exemplos de proxy climático:
Anel de árvore: Árvores crescem em duas fases distintas cada ano, formando um anel de
crescimento do ano. Da primavera ao início de verão o crescimento é mais rápido com o tecido
mais macio, enquanto do final do verão ao outono o crescimento é lento e o tecido é mais
denso e escuro. O crescimento ocorre na parte externa abaixo da casca e os anéis dos anos
anteriores permanecem no interior, preservando a história de crescimento desde o nascimento.
A árvore de mais longa vida é uma espécie de pinheiro (Bristlecone pine) que cresce em
montanhas no oeste dos Estados Unidos, chegando a quase 5000 anos de idade;
Sedimentos: Depósitos de carvão e fósseis de animais, plantas e pólens indicam o clima
adequado para a proliferação da fauna e flora específica. Tipos e seqüência de camadas de
sedimentos de minérios mostram atividades geológicas como vulcanismo e o clima prevalente
como a precipitação. Planaltos litorais e depósitos de sal mostram variações do nível do mar e
de elevação do continente. Distorção e desdobramento de camadas de sedimentos indicam
atividades tectônicas. Registros nos sedimentos cobrem dezenas a centenas de milhões de anos.
Sedimentos e biologia marinha: Alterações climáticas pode ser avaliada através da análise de
mudanças temporais na fauna marinha fossilizada e abundância da flora, de mudanças
morfológicas em organismos preservados, pela concentração de isótopos de oxigênio de
organismos marinhos e os depósitos de corais. Os corais possuem esqueletos rígidos de
carbonato de cálcio, sendo que alguns formam anéis anuais de carbonato de cálcio à medida
que crescem. Nos fundos dos oceanos acumulam sedimentos de materiais produzidos
biologicamente, materiais trazidos pela atmosfera e água, e materiais que vem do espaço.
Depósito de gelo glacial: Flutuações no clima pode ser determinada pela análise de bolhas de
ar presas no gelo, que refletem o estado da atmosfera no momento em que foram depositados.
Foram realizadas perfurações de geleiras em diversos locais do mundo, como Antártica
(registros de mais 400 mil anos) e Groenlândia (100 mil anos), indicando três ciclos de
períodos de geleiras e de aquecimento.
O Clima do passado
Os últimos 2,5 milhões de anos foram marcados por grandes
flutuações climáticas:

• Eras Glaciais: Lençóis de gelo glacial cobriram grande parte da


Europa, América do Norte, Ásia e Sibéria;

• Eras Interglaciais: Somente a Antártica, e algumas vezes a


Groelândia, se mantêm cobertas por gelo permanente (fase que
estamos vivendo):

Para estudar as variações climáticas ocorridas no planeta,


cientistas analisaram componentes no gelo da Antártica,
assumindo que nesse continente foram acumuladas camadas
de gelo nos últimos milhões de anos.
O Clima do passado
Variações encontradas no gelo antártico nos últimos 440.000 anos, indicam
as relações entre:
-Metano
Nesse tipo de estudo é possível
-Dióxido de Carbono
conhecer os ciclos climáticos naturais
-Temperatura do planeta

20.000 anos
até o presente:
aquecimento
O Clima do passado

As temperaturas globais esfriam a uma taxa irregular durante períodos


Glaciais e aumentam mais rapidamente no início das eras Interglaciais.

O último período glacial ocorreu por volta 20.000 anos atrás, com
cobertura de gelo permanente no Hemisfério Norte e temperatura global de
cerca de 4 a 6 graus C mais fria do que a atual.

20.000 anos atrás Presente


O Clima do passado
Conseqüências devido a Era Glacial:

• Em decorrência a grande quantidade de gelo (água em estado


sólido) o nível dos oceanos era 125 metros abaixo do nível
presente;
• Nível de CO2 era de 180 ppm, comparado com 260 ppm
(atualmente, com a era industrial);
• Com a grande superfície de gelo o albedo planetário era
maior => menor efeito estufa => temperaturas mais baixas;
• Nos trópicos, as temperaturas eram cerca de 4ºC abaixo do
que é atualmente e as temperaturas na Groelândia eram
aproximadamente 10ºC mais frias;
• A circulação global (atmosférica e oceânica) era mais
intensa, devido ao maior gradiente térmico entre os trópicos-
pólos;
O Clima do passado
O período de 2 milhões a 14 mil AP (antes do presente) é
conhecido como o Pleistoceno.
O Pleistoceno teve períodos quando a geleira recuou
(interglacial) por causa de temperaturas mais quentes, e
períodos quando as geleiras avançaram por causa de
temperaturas mais frias (glacial).
No último período glacial, “Idade do Gelo”, o Atlântico Norte
estava congelado desde a Groelândia e o Canadá até a
Inglaterra. A corrente do Golfo que hoje aquece a Europa não
chegava mais ao norte, de modo que os icebergs alcançavam
regiões muito mais ao sul (depósito de sedimentos).
Na parte final do Pleistoceno a temperatura aumentou
rapidamente até atingir as médias atuais.
O Clima do passado
O interglacial mais recente ainda está em curso, sendo esse período de
recuo glacial chamado de Holoceno

Este aquecimento da Terra, e o recuo glacial subseqüente, começou há cerca de 14


mil anos. O aquecimento foi logo interrompido por um resfriamento brusco global,
conhecido como Younger Dryas, a cerca de 12.000 - 10.500 AP.
Os cientistas sugerem que esse arrefecimento pode ter sido causado pela liberação
de água doce no Atlântico Norte devido ao derretimento de parte do gelo sobre
América do Norte. Foram alterada as correntes verticais no oceano (circulação
termohalina) e a troca de calor e energia com a atmosfera.
O Clima do passado
Holoceno
Entre 7000-5000 AP a temperatura média global atingiu seu nível máximo durante
o Holoceno, sendo cerca de 1 a 2 graus Celsius mais quente do que atualmente. Os
climatologistas chamam esse período de Ótimo Climático.

Durante esse período, grande parte de terras das antigas civilizações floresceu. Na
África, o rio Nilo tinha três vezes o seu volume atual. Foram expandidas as regiões
com características de clima tropical.

Ocorreu um novo resfriamento por volta de 4000 anos antes do presente.

Ótimo Medieval (1000 a 1400 d.c.), as temperaturas subiram novamente, quando


os vikings se estabeleceram na Groelândia.

Após esse período (1400 a 1800 d.c.) as temperaturas cerca de 0,50C mais frias,
ocorrendo a “Pequena Idade do Gelo”. Há evidências de que essa variação na
temperatura esteja associada a diminuição de manchas solares (menor energia solar
atingindo a o Sistema Terra).

A partir de 1920 a temperatura voltou a subir até os níveis atuais.


O Clima do passado
Fatores externos que causam mudanças no clima:

 Variações no clima durante períodos históricos têm sido relacionadas aos ciclos
de manchas solares. O número de manchas solares varia sistematicamente com um
período médio de 11 anos entre os máximos (variando entre 8 e 13 anos). Além
disso uma oscilação de 22 anos (duplo ciclo de manchas solares) ocorre no forte
campo magnético que é associado com as manchas solares.

 Colisões de cometas com a Terra e impactos meteóricos muito grandes têm


também sido propostos como causas nas modificações climáticas.

 Os efeitos das forçantes orbitais são as mais importantes causas das mudanças
do clima da Terra, pois afetam a quantidade de energia solar que atinge a superfície
do planeta.

 O matemático sérvio Milutin Milankovitch propôs em 1920 que uma variação da


órbita da Terra afetaria o clima. Com sua teoria explicou a extensão das calotas
polares a partir das variações da orbita da Terra. Essa teoria foi confirmada em
1975 utilizando amostras do oceano profundo.
Precessão: Mudanças na orientação do eixo rotacional da Terra alteram as datas de
maior aproximação e distanciamento da Terra em relação ao Sol, variando em cerca
23.000 anos.
Obliqüidade: Associada a inclinação do eixo da Terra, é o ângulo entre o eixo da Terra
e o plano de eclíptica. Esta inclinação varia de aproximadamente 22o a 24.5o, com um
período de aproximadamente 41.000 anos. Quando a inclinação é maior, as estações do
ano são mais extremas e quando a inclinação é menor, as estações do ano são mais
suaves. Atualmente a inclinação é 23,5o
Excentricidade: A órbita da Terra torna-se mais excêntrica (elíptica) e depois mais
circular num ciclo de aproximadamente 100.000 anos.
O Clima do passado
Fatores internos que causam mudanças no clima:
Processos tectônicos: Formação de montanhas e mudança na configuração dos
continentes afetam a circulação atmosférica;
Erupções vulcânicas: Injetam grandes quantidades de poeira e material gasoso na
alta atmosfera, aumentando a quantidade de aerossóis e gases que influenciam na
quantidade de radiação que atinge a superfície da Terra. Em 1991 o vulcão
Pinatubo nas Filipinas lançou na atmosfera cerca de 20 megatoneladas de ácido
sulfúrico além de ter aumentando a filtragem da luz na atmosfera (profundidade
óptica) de 10 a 100 vezes do normal. Conseqüentemente houve uma diminuição de
cerca de 0,6°C da temperatura média global.
Variações na circulação oceânica: O oceano armazena uma imensa quantidade
de energia e conseqüentemente possui uma atuação crucial na regulação do clima
global;
Variações na composição atmosférica: A mudança na composição da atmosfera,
incluindo os gases de efeito estufa e o conteúdo de aerossóis, é o principal
mecanismo forçante interno;
Acoplamento: Balanço entre as componentes acopladas do clima global.
Exercício Proposto

1) Descreva resumidamente o principal papel de


cada componente do Sistema Terra no clima
global.

2) Pesquise e descreva de maneira sucinta e


explicativa a Teoria de Milankovitch.
Referências Bibliográficas:

FERREIRA, N. J. et al. Meteorologia Fundamental. Editora


Edifapes, 1ª ed., 2001, 432 p.

WALLACE, J.M. e P.V. HOBBS, Atmospheric Science: an introductory


survey. Academic Press, 1977.

http://revistapesquisa.fapesp.br/?art=2430&bd=1&pg=2&lg=

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