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Didática do Ensino Superior

Autora
Jane Rangel Alves Barbosa

2009
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© 2003-2006 – IESDE Brasil S.A. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito dos autores e do
detentor dos direitos autorais.

B238 Barbosa, Jane Rangel Alves. / Didática do Ensino Superior. /


Jane Rangel Alves Barbosa. — Curitiba : IESDE Brasil S.A.,
2009.
124 p.

ISBN: 85-7638-248-2

1. Curso Normal. 2. Educação. I. Título.

CDD 378

Todos os direitos reservados.


IESDE Brasil S.A.
Al. Dr. Carlos de Carvalho, 1.482 • Batel
80730-200 • Curitiba • PR
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Sumário
A docência no Ensino Superior...............................................................................................7
Profissionalização continuada e construção da identidade profissional...................................................10
Concluindo................................................................................................................................................12

Universidades e faculdades isoladas: diversos locais de trabalho dos professores..............17


Ensino Superior e docência......................................................................................................................17
A Lei de Diretrizes e Bases e o Ensino Superior......................................................................................17
A Lei de Diretrizes e Bases e a formação de docentes.............................................................................19
Finalidades da universidade no contexto atual.........................................................................................21
Instituições de Ensino Superior: os diversos locais de trabalho dos professores.....................................22
Seleção e carreira do magistério superior.................................................................................................22
Ensino Superior brasileiro: desafios a enfrentar.......................................................................................23

Elementos para a compreensão do cotidiano e o processo didático.....................................27


O conceito de educação como fundamento da ação educativa.................................................................28
Objetivos da educação brasileira..............................................................................................................30
Funções sociais da educação....................................................................................................................31
Perspectivas atuais....................................................................................................................................32
Crises e alternativas..................................................................................................................................32

Prática educativa, pedagogia e didática................................................................................37


Prática educativa na sociedade.................................................................................................................37
O papel da pedagogia na sociedade..........................................................................................................38
O que é pedagogia?...................................................................................................................................38
E, o que é didática?...................................................................................................................................40
Didática e metodologia.............................................................................................................................40
Tendências pedagógicas da prática escolar...............................................................................................41
Concluindo................................................................................................................................................44

Ensinar e aprender: a construção do conhecimento................................................................49


Analisando a realidade atual.....................................................................................................................49
O ensino e a aprendizagem na vida humana.............................................................................................49
O que é ensino?.........................................................................................................................................50
O que é aprendizagem?.............................................................................................................................51
Ensinar e aprender: significados e mediações..........................................................................................52
Refletindo sobre sua prática docente........................................................................................................53
Ensinar e aprender no Ensino Superior....................................................................................................53
Características da aprendizagem no Ensino Superior...............................................................................54
Aprender a aprender.................................................................................................................................55
Concluindo................................................................................................................................................56

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Planejamento da ação didática: uma prática em questão......................................................59
Planejamento: níveis e suas relações........................................................................................................59
Tipos de planejamento na área da educação.............................................................................................60
O planejamento no Ensino Superior.........................................................................................................65
Objetivos do programa de disciplina........................................................................................................67
Conteúdos programáticos.........................................................................................................................69
E a metodologia de ensino?......................................................................................................................69
Como o professor universitário avalia seus alunos?.................................................................................70
Bibliografia básica....................................................................................................................................70
Bibliografia complementar.......................................................................................................................70

Planejamento de ensino numa perspectiva crítica................................................................73


O processo de planejamento no Ensino Superior.....................................................................................74
Planejamento: ação pedagógica essencial................................................................................................75
Planejamento de ensino: processo integrador entre a universidade e o contexto social...........................76
Concluindo................................................................................................................................................77

Objetivos, conteúdos e metodologias...................................................................................81


Introdução.................................................................................................................................................81
A formulação de objetivos educacionais..................................................................................................82
O que são objetivos?.................................................................................................................................83
Os conteúdos de ensino............................................................................................................................87
Metodologias............................................................................................................................................89
Concluindo................................................................................................................................................91
O trabalho interdisciplinar no Ensino Superior........................................................................................93

Repensando a aula universitária no dia-a-dia.......................................................................97


Introdução.................................................................................................................................................97
O que é aula expositiva?...........................................................................................................................97
Como utilizar uma aula expositiva?.........................................................................................................98
Vantagens e limitações da aula expositiva................................................................................................98
Repensando a aula universitária...............................................................................................................100
Conceito de sala de aula universitária......................................................................................................101
Como substituir o paradigma de ênfase no ensino pela ênfase na aprendizagem?..................................102
Como colocar na prática o novo paradigma da aula universitária no dia-a-dia?......................................103
Concluindo................................................................................................................................................104

Avaliação da aprendizagem: avaliar não é o que muita gente pensa....................................107


Introdução.................................................................................................................................................107
Um momento de auto-avaliação...............................................................................................................109
O que faz um professor universitário em sua atividade profissional no dia-a-dia?..................................111
O conceito de avaliação de aprendizagem e as concepções pedagógicas................................................111
Ensino para competências.........................................................................................................................113
“Professor, eu sabia tudo, eu estudei tudo, mas na hora da prova, fiquei nervoso e deu um branco”......115
Avaliação da aprendizagem......................................................................................................................116
A prova: ressignificando a Taxionomia de Bloom....................................................................................117

Referências............................................................................................................................119

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Apresentação

A
Educação Superior, ontem, era uma mais exigência de aprimoramento intelectual. Porém,
hoje, é uma exigência de sobrevivência e desenvolvimento de um país.
A Educação Superior, até bem pouco, tinha caráter humanístico, era privilégio
de poucos, quase todos provenientes de famílias dominantes no cenário político e econômico do
país. Seus estudantes buscavam mais um “aprimoramento pessoal” do que uma profissão. Mas, a
importância que adquire, hoje, as questões da ciência, da tecnologia e da comunicação no mundo
globalizado, provoca sensíveis transformações nas sociedades contemporâneas em todos os sentidos,
sinalizando a construção de uma nova sociedade, uma nova realidade social, obrigando a educação
escolar vincular-se às práticas sociais e ao mundo do trabalho.
No que se refere à formação de professores para o Ensino Superior, as pesquisas recentes na
área de educação mostram que os professores são profissionais essenciais nos processos de mudança
das ­sociedades. Por isso, é preciso investir na formação e no desenvolvimento profissional dos
­professores.
Como a educação superior está inserida no contexto social global, é preciso situar a
instituição de Ensino Superior, analisá-la e criticá-la como instituição social que tem compromissos
­historicamente definidos.
No decorrer das últimas décadas, a instituição universitária vem experimentando muitas
alterações, colocando em discussão esses compromissos e a sua relação com a sociedade em que está
inserida.

Jane Rangel Alves Barbosa

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Universidades
e faculdades isoladas:
diversos locais de trabalho
dos professores

Ensino Superior e docência

A
Educação Superior, ontem, era mais uma exigência de aprimoramento intelectual. Porém,
hoje, é uma exigência de sobrevivência e desenvolvimento de um país.
A Educação Superior, até bem pouco tempo, tinha um caráter humanístico, era privi-
légio de poucos, quase todos provenientes de famílias dominantes no cenário político e econômico
do país. Seus estudantes buscavam mais um “aprimoramento pessoal” do que uma profissão. Mas,
a importância que adquire, hoje, as questões da ciência, da tecnologia e da comunicação no mundo
globalizado, provoca sensíveis transformações nas sociedades contemporâneas em todos os sentidos,
sinalizando a construção de uma nova sociedade, uma nova realidade social, obrigando a educação
escolar vincular-se às práticas sociais e ao mundo do trabalho, e, ao mesmo tempo, provocando mu-
danças significativas na Educação Superior brasileira.
No que se refere à formação de professores para o Ensino Superior, as pesquisas recentes na
área de educação mostram que os professores são profissionais essenciais nos processos de mudança
das sociedades. Por isso, é preciso investir em sua formação e desenvolvimento profissional.
Como a Educação Superior está inserida no contexto social global, é preciso situar a instituição
de Ensino Superior, analisá-la e criticá-la como instituição social que tem compromissos historica-
mente definidos.
No decorrer das últimas décadas, a instituição universitária vem experimentando muitas altera-
ções, colocando em discussão esses compromissos e sua relação com a sociedade na qual está inserida.

A Lei de Diretrizes e Bases e o Ensino Superior


A Lei 9.394, de 20 de dezembro de 1996, também conhecida como Lei Darcy Ribeiro, define a
educação escolar brasileira em dois níveis:
Educação Básica – compreendendo a Educação Infantil, o Ensino Fundamental e o Ensino Médio;
Educação Superior – com os cursos seqüenciais, de graduação, pós-graduação e extensão.

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Didática do Ensino Superior

Segundo o artigo 22 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação, a Educação


Básica tem por objetivo: “desenvolver o educando e assegurar-lhe a formação co-
mum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer ao educando meios
para progredir no trabalho e em estudos posteriores”.
A Educação Superior tem os seguintes objetivos:
I – estimular a criação cultural e o desenvolvimento do espírito científico e do pensamento
reflexivo;
II – formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em
setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e
colaborar na sua formação contínua;
III – incentivar o trabalho de pesquisa e investigação científica, visando ao desenvolvi-
mento da ciência, da tecnologia e da criação e difusão da cultura e, desse modo, desenvol-
ver o entendimento do homem e do meio em que vive;
IV – promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que consti-
tuem patrimônio da humanidade, e comunicar o saber por meio do ensino, de publicações
ou de outras formas de comunicação;
V – suscitar o desejo permanente de aperfeiçoamento cultural e profissional e possibilitar
a correspondente concretização, integrando os conhecimentos que vão sendo adquiridos
numa estrutura intelectual sistematizadora do conhecimento de cada geração;
VI – estimular o conhecimento dos problemas do mundo presente, em particular os na-
cionais e regionais, prestar serviços especializados à comunidade e estabelecer com esta
uma relação de reciprocidade;
VII – promover a extensão aberta à participação da população, visando à difusão das con-
quistas e benefícios resultantes da criação cultural e da pesquisa científica e tecnológica
geradas na instituição. (LDB, art. 43).

Conforme o artigo 44 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação, os cursos


e programas da Educação Superior são:
I – cursos seqüenciais, por campo de saber, de diferentes níveis de abrangência, abertos a
candidatos que atendam aos requisitos estabelecidos pelas instituições de ensino;
II – de graduação, abertos a candidatos que tenham concluído o Ensino Médio ou equiva-
lente e tenham sido classificados em processo seletivo;
III – de pós-graduação, compreendendo programas de mestrado e doutorado, cursos de
especialização, aperfeiçoamento e outros abertos a candidatos diplomados em cursos de
graduação e que atendam às exigências das instituições de ensino;
IV – de extensão, abertos a candidatos que atendam aos requisitos estabelecidos em cada
caso pelas instituições de ensino. (grifos nossos).

Outros aspectos importantes a serem destacados, conforme a Lei de Dire-


trizes e Bases vigente:
a autorização, o reconhecimento e o credenciamento das universidades
e instituições de Ensino Superior terão prazos limitados e renovados,
­periodicamente, após processo regular de avaliação;
o ano letivo, independentemente do ano civil, tem, no mínimo, 200 dias
de trabalho efetivo, excluindo o tempo reservado aos exames finais,
quando houver;
os programas de cursos e demais componentes curriculares, sua duração,
requisitos, qualificação dos professores, recursos disponíveis e critérios de
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Universidades e faculdades isoladas: diversos locais de trabalho dos professores

avaliação, assim como a organização de cumprir tais condições, serão obri-


gatoriamente informados aos interessados pelas respectivas instituições;
a freqüência dos alunos e professores é obrigatória, a não ser nos progra-
mas de educação a distância;
os diplomas expedidos por universidades serão por elas mesmas registra-
dos e terão validade nacional. Os de instituições não ­universitárias, por
universidades indicadas pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) e
terão, também, validade nacional;
a transferência de alunos regulares poderá ser aceita se houver vagas e
mediante processo seletivo.
É importante destacar, também, que a Lei de Diretrizes e Bases da Educa-
ção (art. 13) define de forma pioneira, as atribuições dos professores, que são:
I – participar da elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento de ensino;
II – elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a proposta pedagógica do estabeleci-
mento de ensino;
III – zelar pela aprendizagem dos alunos;
IV – estabelecer estratégias de recuperação para os alunos de menor rendimento;
V – ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos, além de participar integralmente
dos períodos dedicados ao planejamento, à avaliação e ao desenvolvimento profissional;
VI – colaborar com as atividades de articulação da escola com as famílias e a comunidade.

Na sociedade brasileira contemporânea, as rápidas transformações no ­mundo


do trabalho, o avanço tecnológico configurando a sociedade virtual e os meios de
informação e comunicação, invadem fortemente a instituição de Ensino Superior,
aumentando os desafios para torná-la uma conquista democrática efetiva.
O desafio é educar as pessoas, propiciando-lhes um desenvolvimento hu-
mano, cultural, científico e tecnológico, de modo que adquiram condições para
enfrentar as exigências do mundo contemporâneo.

A Lei de Diretrizes e Bases


e a formação de docentes
No contexto brasileiro, a Lei 9.394/96, que define as diretrizes e bases da
educação nacional, e o Decreto 2.207/97, que regulamenta o Sistema Federal de
Ensino, fazem referência explícita à preparação pedagógica para o exercício da
docência no Ensino Superior ao exigirem que as instituições de Ensino Superior
tenham professores titulados em nível de pós-graduação:
Art. 66. A preparação para o exercício do magistério superior far-se-á em nível de pós-
graduação, prioritariamente em programas de mestrado e doutorado.

E, em seu parágrafo único, trata do “notório saber, reconhecido por univer-


sidade com curso de doutorado em área afim, poderá suprir a exigência de título
acadêmico”.

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Como podemos observar, a Lei não concebe a docência universitária como


um processo de formação, mas como preparação para o exercício do magistério
superior, que será realizada prioritariamente em pós-graduação stricto sensu.
Esta questão tem sido considerada, tanto no âmbito da pesquisa sobre os
processos de formação como nas formulações das políticas de Ensino Superior,
no que se refere ao ensino e à pesquisa, exigências que caracterizam o exercício
da profissão em geral.
E, por sua vez, a didática e as licenciaturas, caminhos tradicionalmente per-
corridos na formação de professores para a Educação Básica (Educação Infantil,
Ensino Fundamental e Ensino Médio), são sempre lembradas ao lado das críticas
que historicamente foram construídas sobre elas.
Torna-se consensual a idéia de que a formação de professores deve ser con-
tínua e continuada, muito além da graduação específica, mesmo em nível supe-
rior, em processos institucionalizados e de contínua avaliação, nas mais variadas
formas de pesquisa e investigação.
A formação exigida para o exercício do magistério superior, conforme a Lei
de Diretrizes e Bases, pode ser assim resumida:
pós-graduação lato sensu em cursos de especialização em diferentes áreas
de conhecimento, com, no mínimo, 360 horas-aula com direito a certifica-
dos após cumprimento de todas as exigências da Instituição formadora;
pós-graduação stricto sensu prioritariamente em programas de mestrado
e doutorado, com duração de três e cinco anos respectivamente, com
­direito a diplomas.
Entendemos que a valorização da docência no Ensino Superior é ­fortemente
impregnada do significado que se atribui à universidade na ­sociedade contempo-
rânea.
A universidade como instituição educativa tem por finalidade o permanente
exercício da crítica, que se sustenta no ensino, na pesquisa e na extensão.
Para Edgard Morin (2000, p. 9-10), “a universidade conserva, memoriza,
integra e ritualiza uma herança cultural de saberes, idéias e valores que acaba por
ter um efeito regenerador, porque a universidade se incumbe de ­reexaminá-la e
transmiti-la”.
Assim, as funções da universidade podem ser sistematizadas, segundo
­Pimenta e Anastasiou (2002, p. 163), nas seguintes:
criação, desenvolvimento, transmissão e crítica da ciência, da técnica e
da cultura;
preparação para o exercício de atividade profissional que exija a aplica-
ção de conhecimentos e métodos científicos e para a criação artística;
apoio científico e técnico ao desenvolvimento cultural, social e ­econômico
das sociedades.
O sentido da educação é a humanização. A educação possibilita que todos
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Universidades e faculdades isoladas: diversos locais de trabalho dos professores

os seres humanos tenham condições de serem partícipes e, ao mesmo tempo, pos-


sam desfrutar dos avanços e progressos da civilização construída historicamente,
e também sejam compromissados com a solução de seus problemas.
Ao consolidar a condição humana, a educação é atravessada por uma inten-
cionalidade teórica, sendo uma prática simultaneamente técnica, ética e política.
O ensino na universidade se constitui num processo de busca, de construção cien-
tífica e de crítica ao conhecimento produzido. Este é, portanto, o papel da univer-
sidade na construção da sociedade.
Nas sociedades contemporâneas, essas atribuições do ensino universitário
exigem uma ação docente na qual o professor universitário precisa atuar como
profissional reflexivo, crítico, responsável e competente no âmbito de sua discipli-
na, diferentemente do que ocorria no passado. Além disso, ele precisa ter capaci-
dade para exercer a docência e realizar atividades de investigação.
Neste contexto, destacamos três aspectos que impulsionam o desenvolvi-
mento profissional do professor universitário:
a transformação da sociedade, de seus valores e de suas formas de orga-
nização e trabalho;
o avanço exponencial das ciências nas últimas décadas;
a consolidação progressiva de uma Ciência da Educação, possibilitando
a todos o acesso aos saberes elaborados no campo da pedagogia. (PI-
MENTA; ANASTASIOU, 2002, p. 165).
Assim, o desenvolvimento profissional do professor envolve a formação
inicial e continuada, articulada num processo de valorização de sua identidade
profissional. Logo, a docência constitui um campo específico de intervenção pro-
fissional na prática social.
Essa percepção possibilita ao professor universitário, mediante a ação edu-
cativa, a construção de sua consciência crítica, criativa e transformadora numa
sociedade contemporânea globalizada e complexa.

Finalidades da universidade
no contexto atual
As universidades são instituições pluridisciplinares de formação dos qua-
dros profissionais de nível superior, de pesquisa, de extensão, de domínio e cultivo
do saber humano, que se caracterizam por:
I – produção intelectual institucionalizada mediante o estudo sistemático dos temas e
problemas mais relevantes, tanto do ponto de vista científico e cultural quanto regional e
nacional;
II – um terço do corpo docente, pelo menos, com titulação acadêmica de mestrado ou
doutorado;
III – um terço do corpo docente em regime de tempo integral. (LDB, art. 52).

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Além dessas características, a Lei de Diretrizes e Bases define como facul-


tativa a criação de universidades especializadas por campo do saber.
A universidade, enquanto instituição social, caracteriza-se como ação
e prática social, pautando-se por um conhecimento guiado por suas necessida-
des, tanto no que se refere à descoberta e invenção quanto à transmissão desse
­conhecimento. Desde sua origem, a universidade buscou efetivar os princípios de
formação, ­criação, reflexão e crítica, tendo sua legitimidade fundamentada na au-
tonomia do saber. Mas, no contexto atual, ela vem perdendo esta característica.
A partir dos anos 90, a formação de profissionais nessa universidade resu-
me-se à transmissão rápida de conhecimentos, habilitação rápida para graduados
que precisam entrar rapidamente no mercado de trabalho. Assim, busca-se res-
tringir o papel da universidade ao treinamento, permitindo inúmeras críticas.
Na opinião de Chauí (2001, p. 55), “a universidade, exatamente como a em-
presa, está encarregada de produzir incompetentes sociais, presas fáceis da domi­
nação e da rede de autoridades”.
Nessa perspectiva, a universidade está a serviço de suas próprias concep-
ções, deixando de cumprir suas responsabilidades enquanto instituição social.

Instituições de Ensino Superior:


os diversos locais de trabalho
dos professores
A Lei de Diretrizes e Bases admite uma variedade de tipos de instituições
de Ensino Superior:
universidade – caracteriza-se pela autonomia didática, administrativa e
financeira, por desenvolver ensino, pesquisa e extensão e, portanto, con-
tar com um número expressivo de mestres e doutores;
centro universitário – caracteriza-se por atuar em uma ou mais áreas,
com autonomia para abrir e fechar cursos e vagas de graduação e ensino
de excelência;
faculdades integradas – reúnem instituições de diferentes áreas do co-
nhecimento e oferecem ensino e, às vezes, extensão e pesquisa;
institutos ou escolas superiores – atuam em áreas específicas do conhe-
cimento e podem ou não fazer pesquisa, além do ensino, mas dependem
do Conselho Nacional de Educação para criação de novos cursos.

Seleção e carreira do magistério superior


A seleção para o magistério superior é feita de diferentes maneiras, ­atendendo
às exigências de elevar a qualidade do ensino:
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por concurso de provas e títulos – em que o candidato põe à prova pública


a sua habilitação em conteúdo e didática, da disciplina a ser lecionada;
por concurso de títulos – em que é convidado o que conseguir maior
número de pontos segundo uma tabela previamente preparada;
por convite – após indicação realizada pelos professores da instituição
de Ensino Superior, o critério recai sobre a reconhecida competência
profissional do convidado na área de atuação específica, relacionada à
­disciplina que passará a lecionar;
por convocação em jornais – em que o candidato encaminha curriculum
vitae para análise e posterior convocação, de acordo com os critérios da
instituição de Ensino Superior.
Na carreira do magistério superior, temos as seguintes categorias de
­professores:
professor titular – com título de doutor;
professor adjunto – com título de doutor ou mestre;
professor assistente – com título de mestre;
professor auxiliar – com título de especialista ou cursando mestrado.
Temos também nas universidades, principalmente públicas:
professor visitante – professor de outra instituição de Ensino Superior,
nacional ou estrangeira, que se propõe a fazer determinados estudos,
prontificando-se, em colaboração, a ajudar na execução de parte de um
programa ou a dar cursos de extensão referentes à sua especialidade;
professor convidado – professor renomado, que seria convidado por de-
terminado tempo, a fim de orientar pesquisas ou ministrar cursos regulares
ou especiais, assistidos por professores titulares, adjuntos e assistentes.
É bom lembrar que o Plano de Carreira do Magistério Superior define a
mudança de categoria e nível, respectivamente, de acordo com a titulação e a pro-
dução científica dos professores.

Ensino Superior brasileiro:


desafios a enfrentar
O Ensino Superior apresenta problemas diversos. Apresentamos abaixo as
questões mais comumente levantadas.

Tamanho reduzido do sistema


O Brasil possui uma das mais baixas taxas de escolarização superior da
América Latina: cerca de 9% da população de 18 a 24 anos. Na Bolívia e no Peru,
essa taxa alcança 20,6% e 33,1% respectivamente. Nos últimos oito anos, a matrí-

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cula nas instituições públicas foi de apenas 28%, enquanto nas particulares foi de
86% em razão da redução do orçamento para o Ensino Superior, especialmente,
para as universidades públicas.

Desigualdade de acesso
O processo seletivo do sistema público de Ensino Superior tende a excluir os
estudantes das camadas sociais menos favorecidas. Isto quer dizer que esse siste-
ma gratuito atende, em geral, aos estudantes oriundos das elites, já privilegiadas.

Má distribuição de recursos
Os cursos destinados ao sistema de Ensino Superior, especialmente, o sis-
tema público, estariam muito concentrados na região Centro-sul e Sudeste, em
detrimento de outras mais necessitadas.

Qualidade de ensino
A qualidade do Ensino Superior brasileiro e, sobretudo, a sua relevância
para o mercado de trabalho tem sido objeto de grandes discussões. Ficando a ima-
gem que o Ensino Superior deixa muito a desejar.
Tais questões nos levam a refletir sobre a formação de professores e sua
prática pedagógica nessas instituições.
No contexto das profundas transformações que são consideradas ­necessárias
ao sistema de Ensino Superior brasileiro, alguns pontos já são consensuais. Apre-
sentamos alguns dentre eles.

Expansão do sistema
O sistema de Ensino Superior brasileiro precisa se expandir e, pelo menos,
duplicar-se nos próximos dez anos.
O governo Lula propõe-se a ampliar as vagas, especialmente nas institui-
ções públicas, em taxas compatíveis com o Plano Nacional de Educação, que pre-
vê atingir 30% da faixa etária de 18 a 24 anos.

Sistema de avaliação mais eficaz


O atual sistema de avaliação das instituições de Ensino Superior ainda
c­ arece de uma análise mais vigorosa quanto aos mecanismos associados aos sis-
temas permanentes de avaliação de desempenho, que permitam a avaliação da
qualidade do ensino e do preparo do universitário para o exercício da profissão
que escolheu.

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1. Leia individualmente o capítulo “Tornar-se professor universitário hoje” do livro Docência no


Ensino Superior de Léa das Graças Anastasiou e Selma Garrido Pimenta.

2. Entreviste professores universitários sobre o seu ingresso e atuação nas instituições de Ensino
Superior.

3. Discuta em grupo os resultados da entrevistas com professores universitários, tirando conclu-


sões sobre “como se tornar professor universitário hoje”.

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