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Este filme utilizei em sala de aula e realizei uma atividade para a faculdade e creio ser uma importante
referência e recurso didático para a compreensão da História da África. Eis o resumo do filme, então!
Introdução
O filme “As Montanhas da Lua”, do cineasta Bob Rafelson, é uma obra que retrata a expedição de Sir
Richard F. Burton e John H. Speke em busca das nascentes do Rio Nilo. Apesar de, em primeira instância,
parecer que apenas trata-se de uma aventura banal, o filme retrata como pano de fundo as relações da
colonização européia em contraponto à cultura africana, assim como muitas questões essenciais no estudo
da História da África.
É um filme em que instiga de maneira bastante eficiente ao conhecimento ainda maior acerca das
motivações de ambos os lados – africanos e europeus. Além disso, pode-se vincular ao tema escravidão
na África – anterior à colonização européia – fator desconhecido a maioria das pessoas. Permite, assim,
uma visão abrangente da colonização, da exploração, da ciência no século 19, bem como, um panorama
Gênero: Aventura
O filme “As Montanhas da Lua” trata da história real das expedições empreendidas em conjunto entre
Richard Francis Burton (Patrick Bergen) e John Hanning Speke (Ian Glen) em busca de mapear e
encontrar a nascente do Rio Nilo, em meados do século 19. Seu roteiro baseado nos livros de Richard
Burton e adaptados por William Harris e roterizados por Bob Rafelson, o próprio diretor do filme. O título
refere-se a maneira como os nativos chamavam a nascente – Montanhas da Lua.
Speke, retratado na obra como um jovem nobre - inseguro e arrogante – une-se na África à expedição de
Burton, um cientista e estudioso experiente. Logo ao início, denota-se o caráter e personalidade de ambos,
quando a procura de Burton, Speke inadvertidamente invade uma Mesquita no momento das orações, as
quais o primeiro participava.
Na primeira expedição, são tomados pelo revés de um ataque nativo em que, Speke é tomado como
prisioneiro, evadindo-se ferido e Burton tem seu rosto transpassado lateralmente por uma lança. Apesar da
relativa gravidade dos ferimentos de ambos, conseguem, porém, escapar e retornar à Inglaterra.
Conseguem um financiamento da parte da Sociedade Geográfica e assim, subsídios para uma nova
expedição, certos de que possuem a capacidade de encontrarem a nascente. Seguem para nova empreita
e contratando nativos africanos como membros de sua caravana, partem em sua campanha. Esta parte
está evidenciado claramente o trabalho dos africanos que, seguindo a expedição como carregadores,
intérpretes e outros, unem-se aos europeus como seus empregados. A despeito de tal, a fidelidade de tais
contratados não estava garantida, sendo que muitos acabam por fugirem, roubando os pertences e
suprimentos da expedição. Obrigando, assim, que se empenhassem em conseguir seu suprimento através
da caça, da qual Speke encarrega-se. Outro fator relevante é Speke ser um representante da nobreza e,
assim, a caça entre estes é um esporte grandemente praticado na época.
A amizade entre Burton e Speke vai gradativamente se estabelecendo na medida em que as dificuldades
surgem e estes, auxiliam-se mutuamente. Um dos exemplos mais marcantes está no momento em que
Burton, tentando auxiliar um escravo fugido à mercê dos leões (Mabruki), afugenta as fêmeas aos gritos e
atirando-lhes pedras, no entanto, não percebe a aproximação de um leão macho pelas suas costas, que é
abatido prontamente com um tiro por Speke. Nota-se claramente a diferença de temperamento entre
ambos neste evento: Burton afugentou as leoas, enquanto Speke matou ao leão. Ainda, pode-se ressaltar
que o escravo Mabruki não era pertencente a nenhum europeu e sim, cativo de outros africanos.
Os empecilhos são inúmeros – falta de comida, de água, doenças, além das ora difíceis ora prazeirosas
relações entre os nativos com que se deparam em meio à jornada. Percebe-se que apesar dos
conhecimentos de Burton – que já conhecia anteriormente a África – e do auxílio dos africanos
contratados, existe a imprevisibilidade quanto ao tratamento com os nativos. Speke, por outro lado,
assombra-se com a forma que Burton trata aos povos encontrados, não colocando-se da maneira superior
esperada.
Burton tem suas pernas seriamente afetadas pelo esforço excessivo, o que o obriga a uma parada
inconveniente. É auxiliado pela experiência de Mabruki, que por ter sido salvo pelo europeu, sente-se um
servo deste. Suas pernas são, assim, “sangradas”, mas ainda mantém-se gravemente enfermo, o que o
obriga a seguir conduzido em uma liteira.
Descobrem o Lago Tanganica em conjunto, sendo assolados pela malária e outros males, perdendo boa
parte de sua caravana vitimados estas doenças. E apesar da empolgação inicial, concluem que ainda não
chegaram a esperada nascente e seguem a viagem adiante.
Para o desalento ainda maior deparam-se com o domínio do Rei N’Gola e são capturados. Exige-se que se
apresentem ao rei com trajes “magníficos”. Assim, devidamente vestidos, oferecem presentes a N’Gola,
sob a alegação de que são “reis” igualmente. Entre estes regalos: uma lente de aumento, uma luneta e um
revólver que claramente são objetos desconhecidos pelos nativos. O rei africano dispara a arma contra
seus súditos, espantado com o efeito produzido – a morte de um deles. E todos os membros da expedição
são mantidos como reféns, apesar da oferta, sendo que o conselheiro do rei incita que sejam feitos
escravos. Sabe-se neste ponto que Mabruki era um escravo deste povo, voltando sob humilhações
novamente a esta posição.
Cedendo favores sexuais à irmã do Rei N’Gola, Speke obtém a sua liberdade e Burton pede que esta siga
adiante em busca da nascente. O último também permanece enfermo, o que lhe impede de avançar.
Assim, Speke liderando uma pequena caravana, parte em busca do objetivo final de ambos.
Mabruki é ameaçado e torturado diante dos olhos do agora fatigado e incrédulo Burton que, afim de
abreviar-lhe o sofrimento, sufoca-o com suas próprias mãos perante o rei e seu conselheiro. O conselheiro
instiga ao rei N’Gola para que faça de Burton um escravo, já que sua preocupação excessiva com um
escravo, denuncia que não é um rei de fato. O rei, dominado pela atitude de Burton, usa o revólver para
matar seu próprio conselheiro e concede-lhe a liberdade.
Speke retorna trazendo a notícia de que encontrou a um lago que nomeará de Vitória, em homenagem à
rainha da Inglaterra e afirma que esta é a nascente do Rio Nilo. Burton refuta a teoria, já que Speke, em
verdade não contornou o lago ou fez outras medições que comprovassem a descoberta e a respaldassem.
Somente Speke regressa à Inglaterra, dada a saúde abalada de Burton que permanece na África,
tencionando brevemente retornar e encontrar ao amigo. No entanto, ao chegar Speke encontra-se com seu
velho amigo Oligarth – um editor que pretende publicar livros com as experiências do nobre. Oligarth, sob a
falsa alegação de que Burton havia em seu relatório da primeira expedição, taxado a Speke de covarde e
incapaz, faz com que este apresente à Sociedade Geográfica as descobertas em terras africanas sem a
presença de Burton. Assumiu assim todas as descobertas e progressos, tomando para si, todas as glórias
e méritos. Também há que se afirmar que Speke era um nobre inglês, enquanto Burton era irlandês, o que
em muito favoreceu para que o primeiro fosse aclamado.
Tão logo chega a Inglaterra, Burton sabe da apropriação de Speke das descobertas, mas, dada a amizade
que os une, apesar de desludido, decide nada fazer. Speke empreende nova viagem à África, sem a
presença de Burton.
Burton casa-se com Isabel Arundell e acaba por conhecer o Dr. Livingstone que propõe uma acareação
entre Burton e Speke, já que o primeiro não concordava que fosse o Lago Vitória a nascente tão
procurada. Ambos concordam com tal proposta e, Speke acaba por encontrar o relatório de Burton da
primeira expedição que, na verdade, apregoava-lhe grandes qualidades e colocando-se como responsável
pelo ataque sofrido, destacava a bravura de Speke apesar de sua inexperiência – diferentemente da
maneira como havia sido apregoado por Oligarth.
Transtornado com a injustiça que cometera, Speke, no exato dia aprazado para o debate, suicida-se com
um tiro de sua arma de caça. Burton, incentivado pela esposa, e entristecido com o passamento do amigo
acaba por aceitar um cargo burocrático no Brasil.
Foi comprovado posteriormente que Speke estava correto quando posicionou o Lago Vitória como a
nascente do Rio Nilo.