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g o v e r n o d o e s ta d o d e s ã o pa u l o

Operador de
Empilhadeira

2
emprego

transporte

Oper ador de Empilhadeir a

2
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

Geraldo Alckmin
Governador

SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO,


CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO

Márcio Luiz França Gomes


Secretário

Cláudio Valverde
Secretário-Adjunto

Maurício Juvenal
Chefe de Gabinete

Marco Antonio da Silva


Coordenador de Ensino Técnico, Tecnológico e Profissionalizante
Concepção do programa e elaboração de conteúdos

Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação

Coordenação do Projeto Equipe Técnica


Marco Antonio da Silva Cibele Rodrigues Silva, João Mota Jr.
e Raphael Lebsa do Prado

Fundação do Desenvolvimento Administrativo – Fundap

Wanderley Messias da Costa Equipe Técnica


Diretor Executivo Emily Hozokawa Dias e Odair Sthefano Sant’Ana

Márgara Raquel Cunha


Diretora Técnica de Formação Profissional Textos de Referência
Beatriz Garcia Sanchez, Clélia La Laina, Dilma Fabri Marão
Coordenação Executiva do Projeto Pichoneri, Maria José Masé dos Santos, Selma Venco e
José Lucas Cordeiro Walkiria Rigolon

Gestão do processo de produção editorial

Fundação Carlos Alberto Vanzolini

Mauro de Mesquita Spínola Gestão Editorial


Presidente da Diretoria Executiva Denise Blanes
Equipe de Produção
José Joaquim do Amaral Ferreira
Vice-presidente da Diretoria Executiva Assessoria pedagógica: Egon de Oliveira Rangel
Editorial: Airton Dantas de Araújo, Ana Paula Peicher Lisboa,
Gestão de Tecnologias em Educação Bruno Meng, Camila Grande, Celeste Baumann,
Mainã Greeb Vicente, Olivia Frade Zambone, Priscila Risso,
Direção da Área Rogério Cantelli, Stella Mesquita e Tatiana F. Souza
Guilherme Ary Plonski Direitos autorais e iconografia: Ana Beatriz Freire,
Aparecido Francisco, Fernanda Catalão, José Carlos Augusto,
Coordenação Executiva do Projeto
Larissa Polix Barbosa, Maria Magalhães de Alencastro,
Angela Sprenger e Beatriz Scavazza
Mayara Ribeiro de Souza, Priscila Garofalo, Rita De Luca,
Gestão do Portal Roberto Polacov e Sandro Carrasco
Luis Marcio Barbosa, Luiz Carlos Gonçalves, Apoio à produção: Fernanda Rezende de Queiróz,
Sonia Akimoto e Wilder Rogério de Oliveira Luiz Roberto Vital Pinto, Maria Regina Xavier de Brito,
Valéria Aranha e Vanessa Leite Rios
Gestão de Comunicação
Ane do Valle Diagramação e arte: Jairo Souza Design Gráfico

CTP, Impressão e Acabamento


Imprensa Oficial do Estado de São Paulo

Agradecemos aos seguintes profissionais e instituições que colaboraram na produção deste material:
Coparts Com. de Peças e Serviços Ltda, DiCico, Jesus Inácio Bueno, Nacco Materials Handling Group Brasil,
Pallets de Paula, Saur Equipamentos, Sest-Senat Santo André e Somov
Caro(a) Trabalhador(a)

Estamos bastante felizes com a sua participação em um dos nossos cursos do


Programa Via Rápida Emprego. Sabemos o quanto a capacitação profissional é
importante para quem busca uma oportunidade de trabalho ou pretende abrir
o seu próprio negócio.
Hoje, a falta de qualificação é uma das maiores dificuldades enfrentadas pelo
desempregado.
Até os que estão trabalhando precisam de capacitação para se manterem atualizados
ou, quem sabe, exercerem novas profissões com salários mais atraentes.
Foi pensando em você que o Governo do Estado criou o Via Rápida Emprego.
O Programa é coordenado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência,
Tecnologia e Inovação, em parceria com instituições conceituadas na área da edu-
cação profissional.
Os nossos cursos contam com um material didático especialmente criado para
facilitar o aprendizado de maneira rápida e eficiente. Com a ajuda de educadores
experientes, pretendemos formar bons profissionais para o mercado de trabalho
e excelentes cidadãos para a sociedade.
Temos certeza de que vamos lhe proporcionar muito mais que uma formação
profissional de qualidade. O curso, sem dúvida, será o seu passaporte para a
realização de sonhos ainda maiores.

Boa sorte e um ótimo curso!

Secretaria de Desenvolvimento Econômico,


Ciência, Tecnologia e Inovação
Caro(a) Trabalhador(a)
Dando continuidade aos estudos sobre o trabalho do operador de empilhadeira,
neste Caderno você vai estudar mais sobre os principais conceitos e práticas relacio-
nados a essa ocupação.
Iniciaremos, na Unidade 6, pelo reconhecimento dos códigos de cargas e demais
sinalizações que todo operador de empilhadeira precisa conhecer.
Em seguida, na Unidade 7, você conhecerá as rotinas de segurança que envolvem
essa ocupação, analisando os procedimentos que devem ser adotados no local de
trabalho para evitar acidentes com os equipamentos e, principalmente, com as
pessoas.
Na Unidade 8, estudaremos outro aspecto essencial relacionado à segurança no
trabalho: as avarias em empilhadeiras. E também analisaremos a atuação do ope-
rador de empilhadeira no atacado e no varejo.
Na Unidade 9, nosso foco será a comunicação e suas repercussões no trabalho.
E, por fim, na Unidade 10, você poderá rever os conhecimentos que construiu ao
longo deste curso. Esse momento servirá para retomar o que você aprendeu e ver
como organizar seu currículo, pois você terá um certificado e estará apto a buscar
um emprego como operador de empilhadeira.
Boa sorte nessa nova etapa que se inicia!
Sumário
Unidade 6
9
Reconhecendo os códigos de cargas e demais sinalizações
Unidade 7
39
Rotinas de segurança do trabalho
Unidade 8
61
Avarias, tecnologia, atacado e varejo
Unidade 9
85
Comunicação e suas repercussões no trabalho
Unidade 10
97
Revendo seus conhecimentos
São Paulo (Estado). Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e
Inovação. Via Rápida Emprego: transporte: operador de empilhadeira, v.2. São Paulo: SDECTI,
2015.
il. - - (Série Arco Ocupacional Transporte)

ISBN: 978-85-8312-196-1 (Impresso)


978-85-8312-197-8 (Digital)

1. Ensino Profissionalizante 2. Transporte – Qualificação Técnica 3. Operador de


Empilhadeira – Mercado de Trabalho I. Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência,
Tecnologia e Inovação II. Título III. Série.

CDD: 331.12513884

FICHA CATALOGRÁFICA
Tatiane Silva Massucato Arias - CRB-8/7262
Unidade 6
Reconhecendo os
códigos de cargas e
demais sinalizações
Quando você ouve a palavra “carga”, o que lhe vem à cabeça?
A palavra carga pode assumir diferentes sentidos. Segundo o
dicionário Aulete, ela pode ter significados como:

1. Ação ou resultado de carregar; carregamento: Concluíram


tanto a carga quanto a descarga do navio.

2. Aquilo que pode ser transportado; carregamento: Separou


a carga no depósito.

3. Quantidade ou volume de alguma coisa: Temos uma gran-


de carga de trabalho.

4. Fig. O que representa grande responsabilidade ou grande


fardo. […]

7. Fig. Coisa que oprime, que incomoda.


© Dicionário Aulete. <www.aulete.com.br>

Com base na acepção 2, carga é toda mercadoria que pode ser


transportada.
Todas as atividades profissionais realizadas pelo operador de
empilhadeira giram em torno da movimentação de cargas. Como
já vimos em Unidades anteriores, segundo a Classificação Bra-
sileira de Ocupações (CBO), o operador de empilhadeira pre-
para e movimenta cargas.
As cargas são identificadas por meio de símbolos em suas em-
balagens e são organizadas e armazenadas segundo suas carac-
terísticas específicas e seus prazos de validade. Dessa forma, é
importante que o operador de empilhadeira reconheça cada
símbolo utilizado nos diferentes tipos de carga.

Operador de Empilhadeira 2 A rco O c u pac i on a l T r a n s p o rt e 9


Classificação das cargas
• Carga a granel: carga que ainda não foi embalada, ou seja, que será trans-
portada sem nenhum tipo de acondicionamento e, portanto, sem identifi-
cação. São exemplos de granéis sólidos (secos) o arroz, o feijão, a soja, o
minério de ferro, o carvão e os fertilizantes; e de granéis líquidos o petróleo
e os óleos vegetais.
• Carga frigorificada: aquela que precisa de refrigeração permanente para que o
produto permaneça conservado durante o transporte. Exemplos: carnes, peixes,
frutas e alimentos prontos.
• Carga perecível: todo tipo de carga que pode sofrer dano, degeneração ou perda
da validade; pode conter produto comestível ou não comestível. Exemplos: remé-
dios, peixes e plantas naturais.
• Carga frágil: contém produtos que podem se quebrar facilmente. Exemplos: vidros,
espelhos, eletrônicos, cerâmicas, porcelanas e alguns tipos de medicamento.
• Carga indivisível/carga especial: pode ser peça única ou um conjunto de peças
presas umas às outras montado apenas em locais muito específicos. Exemplos:
toras de madeira, grandes bobinas de papel e aço, tubos metálicos extensos e
peças de avião ou navio.
• Carga perigosa: aquela que pode provocar acidentes ou danos de forma geral,
inclusive gerando riscos para as pessoas. Exemplo: combustíveis.
• Carga viva: seres vivos. Exemplos: porcos, frangos, cavalos, galinhas e bois.
• Carga não limpa: aquela constituída por produtos que geram sujeira; deixa
muitos resíduos no próprio meio de transporte e em outras cargas que venham a
ser transportadas conjuntamente. Exemplos: carvão, lenha e areia.
• Carga volumosa: aquela que apresenta grande porte, ou seja, grande volume,
e ocupa muito espaço nos locais de armazenamento e nos veículos; seu trans-
porte é planejado de acordo com o espaço (em metros cúbicos) que ela ocupa,
pois ela pode apresentar peso pequeno. Exemplos: fogão, freezer, máquina de
lavar roupas, geladeira, fardos de papel higiênico e caixas térmicas de isopor.
• Carga em embalagem inadequada: aquela que apresenta embalagem em mau
estado ou que, por causa de alguma especificidade, necessita ser reembalada pela
transportadora; esses procedimentos são cobrados à parte. Exemplo: louças.
• Carga valiosa: aquela que contém produtos com valor monetário alto ou com valor
agregado; a maioria é acondicionada em embalagem lacrada ou conta com sistema

10 A rco Oc upacio nal T r a n s p o rt e O p e r a d o r de Empilhadeira 2


de segurança. Esse tipo de carga é fiscalizado nos locais de armazenamento e sua
movimentação pode envolver normas e procedimentos específicos.
Fonte: SERVIÇO SOCIAL DO TRANSPORTE (SEST); SERVIÇO NACIONAL DE
APRENDIZAGEM DO TRANSPORTE (SENAT). Curso para operador de transporte de cargas.
Brasília: Sest/Senat, 2011.

Atividade 1
Tipos de carga

1. Vamos verificar o que você conhece sobre os símbolos que identificam alguns
cuidados necessários com as cargas? Relacione os símbolos da coluna da esquer-
da com os significados descritos na coluna da direita.
Ilustrações: Daniel Beneventi

Mantenha para cima

Frágil, mantenha na posição da seta

Não empilhe

Perigo – cargas suspensas

Frágil

Não incline

Mantenha seco (livre de umidade)

Perigo – veículos de movimentação de cargas

Operador de Empilhadeira 2 A rco O c u pac i on a l T r a n s p o rt e 11


2. Complete a tabela a seguir indicando quais tipos de carga são encontrados nos
setores informados.

Setores Tipos de carga

Supermercado

Frigorífico

Indústria farmacêutica

Indústria de bebida

Pecuária

Construção civil

3. Agora, em grupo, listem quais os tipos de carga que um operador de empilha-


deira pode movimentar.

12 A rco Oc upacio nal T r a n s p o rt e O p e r a d o r de Empilhadeira 2


Produtos e cargas perigosos
Denominamos produto perigoso às substâncias que, por suas características físicas
e químicas, podem representar risco à saúde, à propriedade, à segurança pública ou
ao meio ambiente. Esses produtos estão listados na Resolução no 420, de 12 de fe-
vereiro de 2004, da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e podemos
citar como exemplos gasolina, pesticidas, corrosivos, álcool e solventes.
Uma carga é considerada perigosa quando contém qualquer produto que ofereça os
riscos citados quando é transportada, mesmo que ele não seja essencialmente peri-
goso. Perceba que todo produto perigoso consiste em carga perigosa, mas nem
sempre uma carga perigosa é composta por produtos perigosos – este último caso
é o que acontece com vidros, toras de madeira e chapas de aço.
A legislação que trata sobre o transporte de produtos perigosos em nosso país é o
Decreto no 88.821, de 6 de outubro de 1983, alterado pelo Decreto no 96.044, de
18 de maio de 1988. Ambos foram complementados pelas instruções aprovadas pela
Resolução ANTT no 420, de 12 de fevereiro de 2004, e por alterações posteriores.
Todas as operações realizadas com produtos perigosos devem ser sinalizadas con-
forme prescrito no artigo 2o do Decreto no 96.044, de 18 de maio de 1988:

Durante as operações de carga, transporte, descarga, transbordo,


limpeza e descontaminação, os veículos e equipamentos utilizados no
transporte de produto perigoso deverão portar rótulos de risco e painéis
de segurança específicos, de acordo com as NBR-7500 e NBR-8286.
BRASIL. Decreto nº 96.044, de 18 de maio de 1988. Disponível em: <http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/Antigos/D96044.htm>. Acesso em: 20 mar. 2015.

Atividade 2
C uidados com cargas perigosas

1. Você acabou de ler sobre cargas perigosas, certo? Então, cite alguns produtos que
você acredita serem cargas perigosas.

Operador de Empilhadeira 2 A rco O c u pac i on a l T r a n s p o rt e 13


2. Que tipo de cuidados você acredita que os trabalhadores envolvidos em trans-
porte de cargas perigosas deveriam ter? Descreva-os.

Procedimentos especiais
Assim como as operações com cargas perigosas necessitam de procedimentos espe-
ciais, os trabalhadores envolvidos no carregamento, no descarregamento e no trans-
bordo desses produtos também devem utilizar traje e equipamento de proteção
individual específicos, conforme previsto no artigo 20 do Decreto no 96.044, de
18 de maio de 1988.
© Rocha Lobo/Futura Press

Classificação dos produtos perigosos


A Organização das Nações Unidas (ONU) dividiu os produtos perigosos em nove
classes e respectivas subclasses.

14 A rco Oc upacio nal T r a n s p o rt e O p e r a d o r de Empilhadeira 2


Classificação Subclasse Definição
Substâncias e artigos com risco de explosão em
1.1
massa.

Substâncias e artigos com risco de projeção, mas


1.2
sem risco de explosão em massa.

Substâncias e artigos com risco de fogo e com


1.3 pequeno risco de explosão ou de projeção, ou
Classe 1 ambos, mas sem risco de explosão em massa.
Explosivos
Substâncias e artigos que não apresentam risco
1.4
significativo.

Substâncias muito insensíveis, com risco de


1.5
explosão em massa.

Artigos extremamente insensíveis, sem risco de


1.6
explosão em massa.

Gases inflamáveis: são gases que a 20 °C e à


2.1
pressão normal são inflamáveis.

Classe 2 Gases não inflamáveis, não tóxicos: são gases


2.2 asfixiantes e oxidantes que não se enquadrem
Gases em outra subclasse.

Gases tóxicos: são gases tóxicos e corrosivos que


2.3
constituam risco à saúde das pessoas.

Líquidos inflamáveis: são líquidos ou misturas de


Classe 3 líquidos que contenham sólidos em solução ou

Líquidos inflamáveis suspensão, que produzam vapor inflamável a
temperaturas de até 60,5 °C.

Sólidos inflamáveis, substâncias autorreagentes e


explosivos sólidos insensibilizados: sólidos que,
4.1 em condições de transporte, sejam facilmente
combustíveis, ou que, por atrito, possam causar
fogo ou contribuir para tal.

Substâncias sujeitas à combustão espontânea:


Classe 4 substâncias sujeitas a aquecimento espontâneo
4.2 em condições normais de transporte, ou a
Sólidos inflamáveis aquecimento em contato com o ar, podendo
inflamar-se.

Substâncias que, em contato com água, emitem


gases inflamáveis: substâncias que, por interação
4.3 com água, podem tornar-se espontaneamente
inflamáveis, ou liberar gases inflamáveis em
quantidades perigosas.

Operador de Empilhadeira 2 A rco O c u pac i on a l T r a n s p o rt e 15


Classificação Subclasse Definição
Substâncias oxidantes: são substâncias que
5.1 podem causar a combustão de outros materiais
Classe 5 ou contribuir para isso.
Substâncias oxidantes e
peróxidos orgânicos Peróxidos orgânicos: são poderosos agentes
5.2 oxidantes, periodicamente instáveis, podendo
sofrer decomposição.

Substâncias tóxicas: são substâncias capazes de


provocar morte, lesões graves ou danos à saúde
6.1
Classe 6 humana, se ingeridas ou inaladas, ou se entrarem
em contato com a pele.
Substâncias tóxicas e
substâncias infectantes Substâncias infectantes: são substâncias que
6.2 podem provocar doenças infecciosas em seres
humanos ou em animais.

Classe 7 Qualquer material ou substância que emite



Material radioativo radiação.

Classe 8 São substâncias que, por ação química, causam


– severos danos quando em contato com tecidos
Substâncias corrosivas vivos.

Classe 9 São aqueles que apresentam, durante o


Substâncias e artigos – transporte, um risco [não] abrangido por
perigosos diversos nenhuma das outras classes.

SÃO PAULO (Estado). Departamento de Estradas de Rodagem (DER). Manual de produtos perigosos.
Disponível em: <http://200.144.30.103/siipp/arquivos/manuais/Manual%20de%20Produtos%20Perigosos.pdf>.
Acesso em: 20 mar. 2015.

A inclusão de uma substância em uma das classes de risco é definida por critérios
técnicos previstos na legislação do transporte rodoviário de produtos perigosos.

Atividade 3
R eparando as sinalizações

Você já reparou nas sinalizações dos veículos com os quais cruza nas ruas e nas
estradas?
Observe as sinalizações a seguir e veja se consegue interpretá-las. Escreva, ao lado
de cada uma, o que você acha que ela indica.

16 A rco Oc upacio nal T r a n s p o rt e O p e r a d o r de Empilhadeira 2


Ilustrações: Daniel Beneventi

SUBSTÂNCIA
INFECTANTE

Identificação dos produtos perigosos – rótulos de risco


Todas as embalagens que contêm produto perigoso devem ser identificadas com
rótulo indicativo da classificação do risco daquele produto. Isso também vale para
os veículos que transportam esses produtos. Os números das classes e das subclasses
são fixados na parte inferior desses rótulos.
A Resolução ANTT no 420, de 12 de fevereiro de 2004, determina que os rótulos
de risco tenham a forma de um quadrado, colocado num ângulo de 45°. Neles, pode
haver símbolos, figuras ou expressões referentes à classe e/ou à subclasse do produ-
to perigoso.

Operador de Empilhadeira 2 A rco O c u pac i on a l T r a n s p o rt e 17


Veja na tabela os modelos usados para os rótulos.
Ilustrações: Daniel Beneventi

Modelos de rótulos de risco


Classe 1 – Explosivos

Subclasses 1.1, 1.2 e 1.3


Símbolo: bomba explodindo.
** (dois asteriscos): local para indicar a subclasse.
* (um asterisco): local para indicar grupo de
compatibilidade.
Fundo: laranja.

1 Número “1” no canto inferior: indica a classe.

Subclasse 1.4

* (um asterisco): local para indicar grupo de

1.4
compatibilidade.
Fundo: laranja.
Número “1” no canto inferior: indica a classe.

Subclasse 1.5

* (um asterisco): local para indicar grupo de

1.5 compatibilidade.
Fundo: laranja.
Número “1” no canto inferior: indica a classe.
1

Subclasse 1.6

* (um asterisco): local para indicar grupo de

1.6 compatibilidade.
Fundo: laranja.
Número “1” no canto inferior: indica a classe.

18 A rco Oc upacio nal T r a n s p o rt e O p e r a d o r de Empilhadeira 2


Ilustrações: Daniel Beneventi
Modelos de rótulos de risco
Classe 2 – Gases

Subclasse 2.1 – Gases inflamáveis

2 Símbolo: chama, em branco ou preto.


Fundo: vermelho.
Número “2” no canto inferior, em branco ou preto.

Subclasse 2.2 – Gases não inflamáveis,


não tóxicos

Símbolo: cilindro para gás, em branco ou preto.


2 Fundo: verde.
Número “2” no canto inferior, em branco ou preto.

Operador de Empilhadeira 2 A rco O c u pac i on a l T r a n s p o rt e 19


Ilustrações: Daniel Beneventi

Modelos de rótulos de risco


Classe 2 – Gases

Subclasse 2.3 – Gases tóxicos

Símbolo: caveira, em preto.


Fundo: branco.
Número “2” no canto inferior.

Classe 3 – Líquidos inflamáveis

3 Símbolo: chama, em branco ou preto.


Fundo: vermelho.
Número “3” no canto inferior, em branco ou preto.

Classe 4 – Sólidos inflamáveis; substâncias sujeitas à combustão espontânea; substâncias que,


em contato com água, emitem gases inflamáveis

Subclasse 4.1 – Sólidos inflamáveis

Símbolo: chama, em preto.


Fundo: branco com sete listras verticais vermelhas.
Número “4” no canto inferior.

20 A rco Oc upacio nal T r a n s p o rt e O p e r a d o r de Empilhadeira 2


Ilustrações: Daniel Beneventi
Modelos de rótulos de risco
Classe 4 – Sólidos inflamáveis; substâncias sujeitas à combustão espontânea; substâncias que,
em contato com água, emitem gases inflamáveis

Subclasse 4.2 – Substâncias sujeitas à


combustão espontânea

Símbolo: chama, em preto.


Fundo: metade superior branca e metade inferior
vermelha.
Número “4” no canto inferior.

Subclasse 4.3 – Substâncias que,


em contato com a água, emitem
gases inflamáveis

Símbolo: chama, em preto ou branco.


Fundo: azul.
4 Número “4” no canto inferior, em preto ou branco.

Classe 5 – Substâncias oxidantes e peróxidos orgânicos

Subclasse 5.1 – Substâncias oxidantes

Símbolo: chama sobre um círculo, em preto.


Fundo: amarelo.
Número “5.1” no canto inferior.

5.1

Operador de Empilhadeira 2 A rco O c u pac i on a l T r a n s p o rt e 21


Ilustrações: Daniel Beneventi

Modelos de rótulos de risco


Classe 5 – Substâncias oxidantes e peróxidos orgânicos

Subclasse 5.2 – Peróxidos orgânicos

Símbolo: chama, em preto ou branco.


5.2 Fundo: metade superior vermelha e metade inferior
amarela.
Número “5.2” no canto inferior.

5.2

Classe 6 – Substâncias tóxicas e infectantes

Subclasse 6.1 – Substâncias tóxicas

Símbolo: caveira, em preto.


Fundo: branco.
Número “6” no canto inferior.

Subclasse 6.2 – Substâncias infectantes


Símbolo: três meias-luas crescentes superpostas em
um círculo, em preto.
Fundo: branco.
Inscrição “SUBSTÂNCIA INFECTANTE”, na metade
SUBSTÂNCIA
INFECTANTE
inferior.

6 Número “6” no canto inferior.

22 A rco Oc upacio nal T r a n s p o rt e O p e r a d o r de Empilhadeira 2


Ilustrações: Daniel Beneventi
Modelos de rótulos de risco
Classe 7 – Materiais radioativos

Categoria I – Branco Símbolo: trifólio, em preto.


Fundo: branco.
Inscrição “RADIOATIVO” em preto, seguida de uma
barra vermelha, na metade inferior.
RADIOATIVO
CONTEÚDO
ATIVIDADE
Especificação de “CONTEÚDO” e “ATIVIDADE” na
metade inferior.
7 Número “7” no canto inferior.

Categoria II – Amarela Símbolo: trifólio, em preto.


Fundo: metade superior amarela, com bordas
brancas; metade inferior branca.
Inscrição “RADIOATIVO” em preto, seguida de duas
barras vermelhas, na metade inferior.
RADIOATIVO
CONTEÚDO
ATIVIDADE
Especificação de “CONTEÚDO” e “ATIVIDADE” na
metade inferior.
7 Número “7” no canto inferior.

Categoria III – Amarela Símbolo: trifólio, em preto.


Fundo: metade superior amarela, com bordas
brancas; metade inferior branca.
Inscrição “RADIOATIVO” em preto, seguida de três
barras vermelhas, na metade inferior.
RADIOATIVO
CONTEÚDO
ATIVIDADE
Especificação de “CONTEÚDO” e “ATIVIDADE” na
metade inferior.
7
Número “7” no canto inferior.

Classe 8 – Corrosivos

Símbolo: líquidos pingando de dois recipientes de


vidro sobre uma mão e um pedaço de metal, em
preto.
Fundo: metade superior branca e metade inferior
preta com bordas brancas.
8 Número “8” no canto inferior.

Operador de Empilhadeira 2 A rco O c u pac i on a l T r a n s p o rt e 23


Ilustrações: Daniel Beneventi

Modelos de rótulos de risco


Classe 9 – Substâncias perigosas diversas

Símbolo: sete listras pretas na metade superior.


Fundo: branco.
Número “9” (sublinhado) no canto inferior.
9

Fonte: Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Resolução nº 420, de 12 de


fevereiro de 2004. Disponível em: <http://www.antt.gov.br/index.php/content/view/1420/Resolucao_420.
html>. Acesso em: 20 mar. 2015.

Além desses símbolos, também é utilizado aquele que indica que o produto ou
carga apresenta temperatura elevada:

Sinalização do veículo – painel de segurança


Outra maneira de identificar os produtos perigosos para o transporte é um painel
de segurança, de cor alaranjada. Os padrões técnicos desse painel também são
determinados pela legislação do transporte de produtos perigosos. Ele informa o
número de risco e o número de identificação do produto (ou número da ONU).
O número de risco tem dois ou três algarismos e indica a natureza e a intensidade
dos riscos oferecidos pelo produto ou carga, conforme estabelecido na Resolução
ANTT no 420, de 12 de fevereiro de 2004.

Número de risco

Número da ONU

24 A rco Oc upacio nal T r a n s p o rt e O p e r a d o r de Empilhadeira 2


Ilustrações: Daniel Beneventi
268 Gás tóxico e corrosivo

1005 Amônia anidra

Número de risco
63 O segundo algarismo
representa o risco
Número da ONU
2783 subsidiário

Risco principal

263 Gás tóxico e inflamável

Riscos subsidiários

Gás Tóxico Inflamável

Quando é expressamente proibido o contato do produto com água, aparece uma


letra “X” antes do primeiro número de identificação de risco.
Classe de risco
Reatividade com água Característica do produto

X423
Número da ONU
(Identificador do produto)
2257

X423 Sólido que reage perigosamente


com água, desprendendo gases
inflamáveis

Riscos subsidiários: gases inflamáveis


Risco principal: sólido inflamável
Reage perigosamente com água

Operador de Empilhadeira 2 A rco O c u pac i on a l T r a n s p o rt e 25


Quando o veículo transporta mais de um produto perigoso, o painel de seguran-
ça não deve apresentar números:

Daniel Beneventi
Significado dos números de risco

Algarismo Significado

2 Desprendimento de gás devido à pressão ou à reação química

3 Inflamabilidade de líquidos (vapores) e gases ou líquido sujeito a autoaquecimento

4 Inflamabilidade de sólidos ou sólido sujeito a autoaquecimento

5 Efeito oxidante (intensifica o fogo)

6 Toxidade ou risco de infecção

7 Radioatividade

8 Corrosividade

9 Risco de violenta reação espontânea

Substância que reage perigosamente com água (utilizado como prefixo do código
X
numérico)

Observações:
1. O risco de violenta reação espontânea, representado pelo algarismo 9, inclui a possibilidade,
decorrente da natureza da substância, de um risco de explosão, desintegração ou reação de
polimerização, seguindo-se o desprendimento de quantidade considerável de calor ou de gases
inflamáveis e/ou tóxicos;
2. Quando o número de risco for precedido pela letra X, isso significa que não deve ser utilizada água
no produto, exceto com aprovação de um especialista;
3. A repetição de um número indica, em geral, um aumento da intensidade daquele risco específico;
4. Quando o risco associado a uma substância puder ser adequadamente indicado por um único
algarismo, este será seguido por zero.

SÃO PAULO (Estado). Departamento de Estradas de Rodagem (DER). Manual de produtos perigosos.
Disponível em: <http://200.144.30.103/siipp/arquivos/manuais/Manual%20de%20Produtos%20Perigosos.pdf>.
Acesso em: 20 mar. 2015.

26 A rco Oc upacio nal T r a n s p o rt e O p e r a d o r de Empilhadeira 2


O número de risco determina o risco principal (primeiro algarismo) e os riscos
subsidiários do produto (segundo e terceiro algarismos). Veja a seguir as combinações
de números de risco.
Combinações de números de risco

Número
Significado
de risco

20 Gás asfixiante ou gás sem risco subsidiário

22 Gás liquefeito refrigerado, asfixiante

223 Gás liquefeito refrigerado, inflamável

225 Gás liquefeito refrigerado, oxidante (intensifica o fogo)

23 Gás inflamável

239 Gás inflamável, pode conduzir espontaneamente à violenta reação

25 Gás oxidante (intensifica o fogo)

26 Gás tóxico

263 Gás tóxico, inflamável

265 Gás tóxico, oxidante (intensifica o fogo)

268 Gás tóxico, corrosivo

Líquido inflamável (23 °C  PFg  60,5 °C), ou líquido ou sólido inflamável em estado
30 fundido com PFg > 60,5 °C, aquecido a uma temperatura igual ou superior a seu PFg,
ou líquido sujeito a autoaquecimento

323 Líquido inflamável, que reage com água, desprendendo gases inflamáveis

Líquido inflamável, que reage perigosamente com água, desprendendo gases


X323
inflamáveis*

33 Líquido muito inflamável (PFg < 23 °C)

333 Líquido pirofórico

X333 Líquido pirofórico, que reage perigosamente com água*

336 Líquido altamente inflamável, tóxico


PFg = ponto de fulgor [temperatura mínima para o vapor de um combustível pegar fogo].
* Não usar água, exceto com aprovação de um especialista.

Operador de Empilhadeira 2 A rco O c u pac i on a l T r a n s p o rt e 27


Combinações de números de risco

Número
Significado
de risco

338 Líquido altamente inflamável, corrosivo

X338 Líquido altamente inflamável, corrosivo, que reage perigosamente com água*

339 Líquido altamente inflamável, pode conduzir espontaneamente à violenta reação

Líquido inflamável (23 °C  PFg  60,5 °C), levemente tóxico ou líquido sujeito a
36
autoaquecimento, tóxico

362 Líquido inflamável, tóxico, que reage com água, desprendendo gases inflamáveis

Líquido inflamável, tóxico, que reage perigosamente com água, desprendendo gases
X362
inflamáveis*

368 Líquido inflamável, tóxico, corrosivo

Líquido inflamável (23 °C  PFg  60,5 °C), levemente corrosivo, ou líquido sujeito a
38
autoaquecimento, corrosivo

382 Líquido inflamável, corrosivo, que reage com água, desprendendo gases inflamáveis

Líquido inflamável, corrosivo, que reage perigosamente com água, desprendendo gases
X382
inflamáveis*

39 Líquido inflamável que pode conduzir espontaneamente à violenta reação

40 Sólido inflamável, ou substância autorreagente, ou substância sujeita a autoaquecimento

423 Sólido que reage com água, desprendendo gases inflamáveis

X423 Sólido que reage perigosamente com água, desprendendo gases inflamáveis*

43 Sólido espontaneamente inflamável (pirofórico)

44 Sólido inflamável, em estado fundido numa temperatura elevada

446 Sólido inflamável, tóxico, em estado fundido a uma temperatura elevada

46 Sólido inflamável ou sujeito a autoaquecimento, tóxico

462 Sólido tóxico que reage com água, desprendendo gases inflamáveis

X462 Sólido que reage perigosamente com água, desprendendo gases tóxicos*

28 A rco Oc upacio nal T r a n s p o rt e O p e r a d o r de Empilhadeira 2


Combinações de números de risco

Número
Significado
de risco

48 Sólido inflamável ou sujeito a autoaquecimento, corrosivo

482 Sólido corrosivo que reage com água, desprendendo gases inflamáveis

X482 Sólido que reage perigosamente com água, desprendendo gases corrosivos*

50 Substância oxidante (intensifica o fogo)

539 Peróxido orgânico inflamável

55 Substância fortemente oxidante (intensifica o fogo)

556 Substância fortemente oxidante (intensifica o fogo), tóxica

558 Substância fortemente oxidante (intensifica o fogo), corrosiva

Substância fortemente oxidante (intensifica o fogo), pode conduzir espontaneamente à


559
violenta reação

56 Substância oxidante (intensifica o fogo), tóxica

568 Substância oxidante (intensifica o fogo), tóxica, corrosiva

58 Substância oxidante (intensifica o fogo), corrosiva

Substância oxidante (intensifica o fogo), pode conduzir espontaneamente à violenta


59
reação

60 Substância tóxica ou levemente tóxica

606 Substância infectante

623 Líquido tóxico que reage com água, desprendendo gases inflamáveis

63 Substância tóxica, inflamável (23 °C < PFg < 60,5 °C)

638 Substância tóxica, inflamável (23 °C < PFg < 60,5 °C), corrosiva

Substância tóxica, inflamável (PFg  60,5 °C), pode conduzir espontaneamente à


639
violenta reação

64 Sólido tóxico, inflamável ou sujeito a autoaquecimento

642 Sólido tóxico que reage com água, desprendendo gases inflamáveis

Operador de Empilhadeira 2 A rco O c u pac i on a l T r a n s p o rt e 29


Combinações de números de risco

Número
Significado
de risco

65 Substância tóxica, oxidante (intensifica o fogo)

66 Substância altamente tóxica

663 Substância altamente tóxica, inflamável (PFg  60,5 °C)

664 Sólido altamente tóxico, inflamável ou sujeito a autoaquecimento

665 Substância altamente tóxica, oxidante (intensifica o fogo)

668 Substância altamente tóxica, corrosiva

669 Substância altamente tóxica que pode conduzir espontaneamente à violenta reação

68 Substância tóxica, corrosiva

Substância tóxica ou levemente tóxica [que] pode conduzir espontaneamente à violenta


69
reação

70 Material radioativo

72 Gás radioativo

723 Gás radioativo, inflamável

73 Líquido radioativo, inflamável (PFg  60,5 °C)

74 Sólido radioativo, inflamável

75 Material radioativo, oxidante (intensifica o fogo)

76 Material radioativo, tóxico

78 Material radioativo, corrosivo

80 Substância corrosiva ou levemente corrosiva

X80 Substância corrosiva ou levemente corrosiva, que reage perigosamente com água*

823 Líquido corrosivo que reage com água, desprendendo gases inflamáveis

83 Substância corrosiva ou levemente corrosiva, inflamável (23 °C  PFg  60,5 °C)

30 A rco Oc upacio nal T r a n s p o rt e O p e r a d o r de Empilhadeira 2


Combinações de números de risco

Número
Significado
de risco

Substância corrosiva ou levemente corrosiva, inflamável (23°C  PFg  60,5 °C), que
X83
reage perigosamente com água*

Substância corrosiva ou levemente corrosiva, inflamável (23 °C  PFg  60,5 °C), que
839
pode conduzir espontaneamente à violenta reação

Substância corrosiva ou levemente corrosiva, inflamável (23 °C < PFg < 60,5 °C), que
X839 pode conduzir espontaneamente à violenta reação e que reage perigosamente com
água*

84 Sólido corrosivo, inflamável ou sujeito a autoaquecimento

842 Sólido corrosivo, que reage com água, desprendendo gases inflamáveis

85 Substância corrosiva ou levemente corrosiva, oxidante (intensifica o fogo)

856 Substância corrosiva ou levemente corrosiva, oxidante (intensifica o fogo), tóxica

86 Substância corrosiva ou levemente corrosiva, tóxica

88 Substância altamente corrosiva

X88 Substância altamente corrosiva, que reage perigosamente com água*

883 Substância altamente corrosiva, inflamável (23 °C  PFg  60,5 °C)

884 Sólido altamente corrosivo, inflamável ou sujeito a autoaquecimento

885 Substância altamente corrosiva, oxidante (intensifica o fogo)

886 Substância altamente corrosiva, tóxica

X886 Substância altamente corrosiva, tóxica, que reage perigosamente com água*

90 Substâncias que apresentam risco para o meio ambiente; substâncias perigosas diversas

99 Substâncias perigosas diversas transportadas em temperatura elevada


PFg = ponto de fulgor [temperatura mínima para o vapor de um combustível pegar fogo].
* Não usar água, exceto com aprovação de um especialista.
SÃO PAULO (Estado). Departamento de Estradas de Rodagem (DER). Manual de produtos perigosos.
Disponível em: <http://200.144.30.103/siipp/arquivos/manuais/Manual%20de%20Produtos%20Perigosos.pdf>.
Acesso em: 20 mar. 2015.

Operador de Empilhadeira 2 A rco O c u pac i on a l T r a n s p o rt e 31


© Mario Henrique/Latinstock

Posicionamento dos rótulos de risco e painéis de segurança para transporte de produtos perigosos.

A legislação também determina o posicionamento dos rótulos de risco e painéis


de segurança nos veículos que transportam produtos perigosos:
• rótulos de risco: nas duas laterais e na traseira;
• painel de segurança: em quatro posições – nas duas laterais, na traseira e na frente;
• símbolo de temperatura elevada: junto ao painel de segurança, nas quatro
posições (nas duas laterais, na traseira e na frente).
Quando o veículo que transporta carga a granel trafegar vazio, mas sem ter passado
por processo de descontaminação, ele deve se submeter às mesmas prescrições de
veículos carregados.
© Daniel Beneventi

33 33
1999 1999
33 33
1999 1999

33
1999

33
1999
33
1999

33
1999

Identificação de carga a granel – um produto.

32 A rco Oc upacio nal T r a n s p o rt e O p e r a d o r de Empilhadeira 2


Ilustrações: © Daniel Beneventi
33 30 339 33 30 339
1203 2709 2838 1203 2709 2838

33 30 339
1203 2709 2838

Identificação de carga a granel – mais de um produto com mesmo risco.

338 X333 338 X333


4 4
1106 3051 3
1106 4 4
3051
3 8 4 4 8

3 8

338 X333
4 4
3 8
1106 4 4
3051

3 8

Identificação de carga a granel – mais de um produto com riscos diferentes.

99 99
9
3257 3257
9
99
3257 9

99
3257

99
9
3257
99
3257 9

99
3257

Identificação de carga a granel – produto transportado a temperatura elevada.

Operador de Empilhadeira 2 A rco O c u pac i on a l T r a n s p o rt e 33


É importante salientar que todas as classes de risco e suas respectivas subclasses
constituem risco em situações de emergência.
Conhecer esses riscos e adotar todas as medidas de prevenção necessárias é de suma
importância e evita expor seres humanos, animais e meio ambiente às consequências
do contato acidental com esses produtos, além de permitir que o profissional saiba
como proceder em situações de emergências.

Documentação obrigatória para manipulação e transporte


de produtos perigosos
Para a guarda e movimentação dos produtos perigosos, são obrigatórios alguns
documentos de ordem legal e administrativa, tais como: nota fiscal em papel; nota
fiscal eletrônica (NF-e); documento auxiliar da nota fiscal eletrônica (Danfe);
conhecimento de transporte eletrônico; ordem de coleta; manifesto rodoviário de
cargas; ficha de emergência e envelope para transporte; documentos administrati-
vos; romaneio de entrega; relatório diário e planilhas.
Vejamos a descrição de alguns desses documentos.
• Nota fiscal: documento de ordem legal, que regulamenta as transações comerciais.
Todos os fabricantes ao comercializarem seus produtos devem fornecer a nota
fiscal, assim como os responsáveis pelo transporte não podem receber o produto
sem a emissão desse documento.
• Nota fiscal eletrônica (NF-e): documento de ordem legal, mas com emissão
eletrônica. Registra uma operação de circulação de mercadorias ou prestação de
serviços e possui efeito fiscal. Substitui a nota fiscal de papel.
• Documento auxiliar da nota fiscal eletrônica (Danfe): documento simplificado
da NF-e. Nele deve constar o número de 44 dígitos denominado chave de acesso, para
consulta das informações da NF-e. Fornece informações básicas sobre a operação
em curso; auxilia na escrituração das operações documentadas por NF-e (nos
casos em que o destinatário não é contribuinte credenciado a emitir NF-e) e a
obter a firma do destinatário para comprovação de entrega das mercadorias ou
prestação de serviços.
• Conhecimento de transporte eletrônico (CT-e): documento eletrônico obri-
gatório para o transporte de carga. Sua via impressa, que deve acompanhar a
carga transportada, é chamada de Documento Auxiliar do Conhecimento de
Transporte Eletrônico (Dacte).

34 A rco Oc upacio nal T r a n s p o rt e O p e r a d o r de Empilhadeira 2


Atividade 4
C onhecendo os profissionais

1. Muitas pessoas se envolvem no transporte de produtos perigosos, não apenas o


motorista. Que outros profissionais você acha que apoiam essa atividade?

2. Você conhece alguém que trabalha com produtos perigosos? Essa pessoa já lhe
contou como é esse trabalho? Quais são os cuidados que ela deve ter? Registre
suas respostas nas linhas a seguir e compartilhe-as com o monitor e os colegas.

Profissionais envolvidos na operação com produtos


perigosos
Todas as pessoas envolvidas na manipulação e operação de transporte dos produtos
perigosos são corresponsáveis.
• O expedidor e o transportador são responsabilizados por atos negligentes, de im-
prudência e imperícia.
• O condutor do veículo é responsável pela guarda e pela conservação de todos os
acessórios e equipamentos do veículo de acordo com as normas técnicas de cada
produto que transporta.

Operador de Empilhadeira 2 A rco O c u pac i on a l T r a n s p o rt e 35


• O arrumador auxilia no carregamento, no descarregamento e no transbordo do
produto e também tem o dever de saber todos os cuidados que deve tomar ao
manipular os produtos.
• O conferente verifica toda a documentação da carga (nota fiscal, conhecimento
de transporte, manifesto, ficha de emergência e envelope para transporte) e
coordena a guarda conjunta com outros produtos perigosos, pois possui as
informações a respeito de todos os produtos.
Fonte: SERVIÇO SOCIAL DO TRANSPORTE (SEST); SERVIÇO NACIONAL DE
APRENDIZAGEM DO TRANSPORTE (SENAT). Curso para operador de transporte de cargas.
Brasília: Sest/Senat, 2011.

A importância da conferência de carga


Podemos classificar a conferência de mercadorias em quantitativa ou qualitativa.
A conferência quantitativa tem por objetivo averiguar se a quantidade de produto
declarada pelo fornecedor nos documentos fiscais corresponde à quantidade de pro-
duto recebida. Uma maneira de realizar esse trabalho é o que chamamos de contagem
cega, em que o conferente primeiro faz a contagem dos produtos e, somente depois,
checa com a quantidade declarada nos documentos fiscais.
Quanto à conferência qualitativa, podemos dizer que ela complementa a quantita-
tiva. Visa a atender às exigências do mercado consumidor na busca pela qualidade
dos produtos. Nela, o profissional avalia as dimensões dos materiais, suas caracte-
rísticas específicas e as restrições de especificação.

Símbolos de segurança
O manuseio, o transporte e o armazenamento de produtos requerem muito cuida-
do e, por isso, é necessário respeitar as características de cada um deles. Com o
objetivo de garantir mais qualidade ao trabalho e também para que não haja dano
aos produtos, as embalagens são identificadas com alguns símbolos, chamados de
“símbolos de segurança”. Conhecê-los é essencial para um trabalho seguro, pois,
como vimos no Caderno 1, esses símbolos indicam os cuidados e os procedimentos
que são necessários de acordo com o conteúdo de cada embalagem.
Vamos retomar alguns dos símbolos vistos na Unidade 4 do Caderno 1, para com-
preendê-los melhor.

36 A rco Oc upacio nal T r a n s p o rt e O p e r a d o r de Empilhadeira 2


Ilustrações: Daniel Beneventi
Símbolo Significado

Indica que a carga é frágil e deve ser manuseada com cuidado, para
evitar quebra do produto ou derramamento de seu conteúdo.

Indica que a carga não deve ser suspensa, furada ou movimentada


com o auxílio de ganchos.

Indica que a carga deve permanecer posicionada de modo que as


setas fiquem apontadas para cima.

Indica que, em caso de transporte com auxílio de guindaste ou


ponte rolante, a carga deve ser envolvida por correntes nos locais
indicados na embalagem.

Operador de Empilhadeira 2 A rco O c u pac i on a l T r a n s p o rt e 37


Ilustrações: Daniel Beneventi

Símbolo Significado

Indica o lado onde está concentrado o peso do produto.

Indica que a carga deve ser mantida em temperaturas controladas.

Fonte: SERVIÇO SOCIAL DO TRANSPORTE (SEST); SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM DO


TRANSPORTE (SENAT). Curso para operador de transporte de cargas. Brasília: Sest/Senat, 2011.

É importante notar que algumas embalagens não exibem símbolos, mas frases ou
palavras, como: “Não vire”, “Manter em lugares secos”, “Cuidado, frágil”, “Empilhar
máximo de ____ caixas”, “Este lado para cima”.
Outras embalagens não possuem nenhuma simbologia, nem frase. Nessas situações,
é de suma importância identificar o conteúdo antes de realizar a movimentação e
o transporte, para que o produto seja manuseado com os cuidados necessários.

38 A rco Oc upacio nal T r a n s p o rt e O p e r a d o r de Empilhadeira 2


Unidade 7
Rotinas de segurança do
trabalho
A linguagem não verbal
Quando falamos em linguagem, é comum pensarmos
logo no uso das palavras faladas ou escritas. Essa é a
chamada linguagem verbal. Mas a comunicação hu-
mana não se resume apenas a essa linguagem, pois,
para nos comunicarmos, utilizamos também recursos
Verbal: Esse termo tem ori- como sinais, símbolos, sons, gestos e imagens. Eles são
gem no latim verbalis, que
por sua vez surgiu de verbum,
a base da linguagem não verbal.
que significa “palavra”. As-
sim, a linguagem “verbal” é Você já reparou que vivemos cercados de símbolos e sinais
aquela que se constitui de e que muitos deles estão relacionados à saúde e à segu-
palavras, já a linguagem não
verbal é aquela que não utili-
rança? Esse é o caso dos símbolos que vimos na Unidade
za as palavras, mas símbolos, anterior, não é mesmo?
sons, imagens, gestos etc.
Fonte: SÃO PAULO (Estado). A maioria dos sinais e símbolos está relacionada a normas
Secretaria de Desenvolvimento
Econômico, Ciência e Tecnologia
de convivência fundamentadas nas leis que vigoram em
(Sdect). Educação de Jovens e
Adultos (EJA) – Mundo do
nosso país. Nas ruas, nos deparamos a todo momento
Trabalho. Arte, Inglês e Língua com placas e sinais que orientam o trânsito, avisando o
Portuguesa: 6º ano/1º termo do
Ensino Fundamental. São Paulo: que é permitido e o que é proibido, alertando quais são
Sdect, 2011.
os locais prioritários a idosos, gestantes, deficientes etc.
© Paulo Savala

Ilustrações: Daniel Beneventi

EM CASO DE INCÊNDIO
Não use o elevador

Operador de Empilhadeira 2 A rco O c u pac i on a l T r a n s p o rt e 39


Nas escolas, hospitais, lojas, farmácias e prédios, encontramos sinais ou avisos como:
“Proibido fumar”; “Cuidado com o piso molhado”; “Em caso de incêndio, não use
o elevador”; “Escada”; “Silêncio”; “Não buzine”; “Respeite a fila”; “Respeite a faixa
de segurança” etc.

Atividade 1
L istando sinais

Reúna-se com três colegas. Elaborem uma lista com dez sinais ou avisos que vocês
lembram já terem visto em cada um dos locais informados a seguir e que estavam
relacionados a saúde, segurança e prevenção de acidentes.

Empresas Ruas Hospitais

10

40 A rco Oc upacio nal T r a n s p o rt e O p e r a d o r de Empilhadeira 2


Depois, todos os grupos poderão compartilhar os sinais e avisos dos quais se lem-
braram. Com certeza a classe comporá uma lista maior, que evidenciará o quanto
a prevenção de acidentes e o respeito à saúde estão presentes em nossas vidas e têm
ganhado espaço em nossa sociedade.

Atividade 2
O que dizem as fotos?

1. Observe a imagem a seguir.

© Charles C. Ebbets/Bettmann/Corbis/Latinstock

a) Você já viu essa fotografia?

b) Em sua opinião, que tipo de trabalho esses homens realizam?

Operador de Empilhadeira 2 A rco O c u pac i on a l T r a n s p o rt e 41


c) O que será que eles estavam fazendo no momento da foto?

d) Em que lugar eles estão? Onde estão sentados? Quais elementos podem “com-
provar” suas hipóteses?

e) Que título você daria à fotografia?

2. Agora observe esta outra imagem:


Biblioteca do Congresso Americano, Washington, EUA

42 A rco Oc upacio nal T r a n s p o rt e O p e r a d o r de Empilhadeira 2


a) Que idade você imagina ter a pessoa da foto?

b) Essa é uma fotografia atual? Quais evidências podem “confirmar” sua hipótese?

3. Suponha que as fotografias sejam atuais. Com base nos conhecimentos que você
já tem, quais aspectos da legislação trabalhista brasileira estariam sendo desres-
peitados nas situações apresentadas?

Operador de Empilhadeira 2 A rco O c u pac i on a l T r a n s p o rt e 43


4. Agora, com um colega, comparem suas respostas e as
discutam. Suas ideias são iguais ou parecidas? Seu
colega apresentou algum aspecto da legislação que
você não tinha percebido? Você concorda com ele?

Você sabia?
A Norma Regulamenta- As fotografias e suas histórias
dora nº 15 (NR 15) define
as atividades ou opera-
ções insalubres. Se quiser
A primeira fotografia é conhecida mundialmente. Trata-
saber mais, visite o site -se de Lunch atop a Skyscraper [Almoço no topo de um
do Ministério do Trabalho arranha-céu], fotografia mais famosa de Charles C.
e Emprego.
Disponível em: <http://portal.mte.
Ebbets. O registro é de 1932 e retrata trabalhadores da
gov.br/legislacao/normas-regula construção civil almoçando em condições de segurança
mentadoras-1.htm>. Acesso em:
20 mar. 2015. muito precárias, atualmente inadmissíveis. Do alto, eles
conseguiam avistar Nova Iorque (nos Estados Unidos da
América), que, na foto, está ao fundo.
Volte e observe a fotografia mais atentamente e veja que
os operários não usam cinto de segurança, nem capace-
te, o que mostra que qualquer queda poderia ser fatal.
Já a segunda fotografia retrata uma garota em linha de
produção da indústria têxtil Cheney Silk Mills em Man-
Insalubre: 1. Que não é sau-
dável. 2. Diz-se de local em
chester do Sul, em Connecticut, nos Estados Unidos.
que há agentes nocivos à
saúde ou em que se dá A fotografia foi tirada por Lewis Hine, em 1924. No
a exposição a estes acima dos começo do século XX (20), muitas crianças trabalhavam
limites de tolerância (cidade
insalubre; fábrica insalubre);
nas indústrias estadunidenses.
malsão. [...] 5. Que expõe o
trabalhador a agentes noci- Atualmente, o trabalho em condições perigosas ou in-
vos à saúde ou que propicia salubres é proibido ao menor de 18 anos pela legislação
esta exposição (condições de
trabalho insalubres). 6. Que trabalhista brasileira. Fora das áreas de risco à saúde e à
causa doença(s); nocivo, pre- segurança, são permitidos apenas os trabalhos técnicos
judicial à saúde (agentes in-
salubres).
ou administrativos. Ao menor de 16 anos, qualquer tipo
© Dicionário Aulete. de trabalho é proibido, salvo na condição de aprendiz,
<www.aulete.com.br>
que pode ser exercida a partir dos 14 anos.

44 A rco Oc upacio nal T r a n s p o rt e O p e r a d o r de Empilhadeira 2


Atividade 3
Roda de conversa

Converse novamente com seus colegas e compare as ideias que vocês discutiram
com as informações sobre as histórias das fotografias. Em seguida, anotem a que
vocês atribuem a ocorrência dos acidentes de trabalho e qual o papel da legislação
para a prevenção de acidentes.

Prevenção de acidentes – o que cabe a cada um?


É fato que em todo e qualquer lugar estamos sujeitos a sofrer acidentes. Você deve
conhecer pessoas que já se acidentaram em casa, nas ruas, no local de trabalho ou
nas estradas.
Vamos tratar agora mais especificamente dos acidentes de trabalho, aprendendo a
fazer sua prevenção.
Para isso, utilizaremos as seguintes ideias de Leonardo Boff:

O grande desafio para o ser humano é combinar trabalho com cuida-


do. Eles não se opõem, mas se compõem.

Operador de Empilhadeira 2 A rco O c u pac i on a l T r a n s p o rt e 45


O que se opõe ao descuido e ao descaso é o cuidado. Cuidar é mais que
um ato; é uma atitude. Portanto, abrange mais que um momento de
atenção, de zelo e de desvelo. Representa uma atitude de ocupação,
preocupação, de responsabilização e de envolvimento afetivo com o outro.
BOFF, Leonardo. Saber cuidar: ética do humano – compaixão pela terra.
18. ed. Petrópolis: Vozes, 2012. p. 37 e 111.

Quando um acidente acontece, é muito comum que a causa dele seja atribuída ao
descuido de alguém, ao local malcuidado ou a uma falha mecânica nos equipamentos.

Atividade 4
A cidentes de trabalho

Leia a notícia sobre um grave acidente de trabalho ocorrido com um operador de


empilhadeira no Estado do Maranhão, em 2013.

Operador de empilhadeira morre em acidente de trabalho

O acidente ocorreu na área da empresa onde ele trabalhava [...]

O operador de empilhadeira D., 22 anos, que morava no Estado do


Maranhão, morreu por volta das 9h deste sábado (18), em um aciden-
te de trabalho [...]. Ele tentava retirar uma empilhadeira de cima do
caminhão de uma empresa de blocos de concreto quando o equipa-
mento caiu sobre o corpo dele. [...]

N. disse que ele e a vítima trabalham há um mês na empresa que


presta serviço a construtora R., e que viu o equipamento desabar do
caminhão. “Meu colega foi retirar a empilhadeira e ela virou, sendo
que ele pulou na mesma direção em que o equipamento caiu e foi
atingido”, lamentou.

46 A rco Oc upacio nal T r a n s p o rt e O p e r a d o r de Empilhadeira 2


A. também trabalha na empresa e estava observando D. operar a
máquina para retirá-la do caminhão quando o acidente ocorreu. “Não
sei como, mas ele perdeu o controle da máquina e ela caiu sobre o
corpo dele”, afirmou. De acordo com o funcionário, a máquina deve
pesar cerca de 6 toneladas.

O sargento B., que comandou a equipe do Corpo de Bombeiros no


local do acidente, disse que não poderia fazer o julgamento do caso.
Segundo ele, essa avaliação cabe ao Departamento de Polícia Técni-
ca. “O nosso trabalho foi fazer a retirada do corpo que estava embai-
xo da empilhadeira”, afirmou.

O acidente de trabalho que matou D. causou revolta em algumas


pessoas que moram [...] próximo à empresa de blocos. Bastante ner-
vosa, a dona de casa M. desabafou: “Esse acidente ocorreu por irres-
ponsabilidade da empresa, que não tem uma equipe de segurança
para orientar os trabalhadores”, disse.

Ela informou que o caminhão que transportava a empilhadeira não


tem condições estruturais para suportar uma máquina tão pesada.
Segundo M., momentos antes do acidente o caminhão teria apresen-
tado defeito. Ela observou que a empresa é terceirizada e que não
dispõe de equipamentos de segurança do trabalho.

O corpo foi levado para o Departamento de Polícia Técnica e o caso


deverá ser apurado pela Polícia Civil.
SILVA, Ney. Operador de empilhadeira morre em acidente de trabalho. Acorda
Cidade, Feira de Santana, 18 maio 2013.

1. Converse com um colega sobre as possíveis causas desse acidente e sobre como
ele poderia ter sido evitado. Escreva suas conclusões nas linhas a seguir.

Operador de Empilhadeira 2 A rco O c u pac i on a l T r a n s p o rt e 47


A prevenção de acidentes e sua relação
com o local de trabalho, os
equipamentos e as pessoas
Em primeiro lugar, a segurança nas empresas é respon-
sabilidade da própria empresa, do empregador. As Co-
missões Internas de Prevenção de Acidentes (Cipa)
Toda empresa com mais de 20
empregados deve ter uma Cipa, também cuidam da segurança, inclusive porque a legis-
formada por trabalhadores eleitos
pelos colegas. Você pode se lação trabalhista assim determina. E quanto ao traba-
aprofundar no assunto consultando o
Caderno do Trabalhador 6 – lhador? Certamente ele precisa ser cuidadoso, observar
Conteúdos Gerais – “Saúde e
segurança no trabalho”. todas as normas de segurança para cuidar de si e dos
Disponível em: <http://www.viarapida.sp.gov.
br>. Acesso em: 20 mar. 2015. outros.
Podemos afirmar que pelo menos três aspectos precisam
ser observados:
• o local de trabalho;
• os equipamentos;
• as pessoas.

Quanto ao local de trabalho


Quando o empregado realiza seu trabalho sem que os
equipamentos e as instalações apresentem a segurança
necessária para os profissionais, pode-se dizer que ele está
em um ambiente de risco, em uma condição insegura de
trabalho. Algumas medidas podem evitar essa condição:
• sinalização de segurança;
• prevenção e combate a incêndios.

Sinalização de segurança
A Norma Regulamentadora no 26 (NR 26) determina:

26.1 Cor na segurança do trabalho

26.1.1 Devem ser adotadas cores para segurança em


estabelecimentos ou locais de trabalho, a fim de in-
dicar e advertir acerca dos riscos existentes. [...]

48 A rco Oc upacio nal T r a n s p o rt e O p e r a d o r de Empilhadeira 2


26.1.4 O uso de cores deve ser o mais reduzido possível, a fim de não
ocasionar distração, confusão e fadiga ao trabalhador. [...]
BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Norma Regulamentadora nº 26.
Sinalização de segurança. Disponível em: <http://portal.mte.gov.br/data/files/8A7C
816A350AC88201355DE1356C0ACC/NR-26%20(atualizada%202011).pdf>.
Acesso em: 20 mar. 2015.

Prevenção e combate a incêndios


O combate a incêndios exige conhecimentos específicos que precisam ser compartilha-
dos por todos os profissionais. O operador de empilhadeira também deve estar pronto
para combater qualquer foco ou princípio de incêndio em seu equipamento. É preciso
saber como evitar que o fogo se inicie, mas, caso isso não seja possível, é necessário
combatê-lo com rapidez e eficiência. Em geral, os incêndios iniciam-se em pequenos
focos; portanto, controlar os focos iniciais pode evitar acidentes maiores. Para saber a
melhor forma de fazer isso, é preciso estar atento às informações presentes a seu redor.
No seu ambiente de trabalho, você poderá encontrar alguns símbolos com informações
relacionadas ao risco de incêndio. Essa sinalização geralmente inclui informações de
proibição, de alerta e de orientação e salvamento. Veja esses símbolos a seguir.

Ilustrações: Daniel Beneventi


Código Símbolo Significado
1. Informações de proibição

1 Proibido fumar

2 Proibido produzir chama

3 Proibido utilizar água para apagar o fogo

Operador de Empilhadeira 2 A rco O c u pac i on a l T r a n s p o rt e 49


Ilustrações: Daniel Beneventi

Código Símbolo Significado


1. Informações de proibição

4 Proibido utilizar elevador em caso de incêndio

2. Informações de alerta

5 Alerta geral

6 Cuidado, risco de incêndio

7 Cuidado, risco de explosão

8 Cuidado, risco de corrosão

9 Cuidado, risco de choque elétrico

50 A rco Oc upacio nal T r a n s p o rt e O p e r a d o r de Empilhadeira 2


Ilustrações: Daniel Beneventi
Código Símbolo Significado
3. Informações de orientação e salvamento

12

13 Saída de emergência

14

15 Saída de emergência

16 Escada de emergência

Operador de Empilhadeira 2 A rco O c u pac i on a l T r a n s p o rt e 51


Ilustrações: Daniel Beneventi

Código Símbolo Significado


4. Informações de equipamentos

22 Telefone ou interfone de emergência

23 Extintor de incêndio

24 Mangotinho

25 Abrigo de mangueira e hidrante

26 Hidrante de incêndio

Fonte: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 13434-2. Sinalização de segurança contra incêndio e
pânico. Rio de Janeiro: ABNT, 2004.

52 A rco Oc upacio nal T r a n s p o rt e O p e r a d o r de Empilhadeira 2


Ilustrações: Daniel Beneventi
Classes de incêndio, métodos de extinção e extintores

Método de
Classe e símbolo Tipo de material Exemplos Extintores
extinção

Água, espuma
Sólidos que Madeira, papel,
química e
queimam e tecido, borracha, Resfriamento
espuma
deixam resíduos carvão
mecânica

Gasolina, álcool, Gás carbônico,


Líquidos que
diesel, tíner, pó químico
queimam e não Abafamento
tinta, graxa, seco, espuma
deixam resíduos
acetona mecânica

Quadros de
Elétricos que distribuição,
Gás carbônico,
estão ligados a equipamentos Abafamento
pó químico seco
uma rede elétrica elétricos, fios
sob tensão

Magnésio,
Metais zircônio, titânio, Pó químico seco
Abafamento
pirofóricos alumínio em pó, especial
antimônio

Césio, urânio,
Materiais
cobalto, tório, Acionar Corpo de Bombeiros 193
radioativos
rádio

Gordura animal e
Óleo de cozinha
óleo vegetal em
comercial e Abafamento Base alcalina
estado líquido ou
industrial
sólido
Fonte: SERVIÇO SOCIAL DO TRANSPORTE (SEST); SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM DO TRANSPORTE
(SENAT). Curso para operador de transporte de cargas. Brasília: Sest/Senat, 2011.

Quanto aos equipamentos


Existem equipamentos de proteção de uso coletivo e de uso individual.
Os Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC) são destinados à proteção dos tra-
balhadores nos locais de trabalho, por exemplo: circuladores de ar, hidrantes, man-
gueiras e detectores de fumaça.

Operador de Empilhadeira 2 A rco O c u pac i on a l T r a n s p o rt e 53


Daniel Beneventi

De acordo com o item 6.1 da Norma Regulamentadora no 6 (NR 6), Equipamento


de Proteção Individual (EPI) é todo dispositivo ou produto de uso individual,
utilizado pelo trabalhador, para proteção de riscos que podem ameaçar sua segu-
rança e saúde no trabalho.
Para o operador de empilhadeira, os EPI utilizados são:
• capacete: equipamento para a proteção dos trabalhadores que atuam em lugares
com risco de queda de materiais, como armazéns onde produtos podem cair;
© Denys Prokofyev/123RF

• óculos de segurança: sempre que houver algum risco de ferir os olhos com es-
tilhaços ou com grande luminosidade, deve-se utilizar esses óculos como proteção;
© homestudio/123RF

54 A rco Oc upacio nal T r a n s p o rt e O p e r a d o r de Empilhadeira 2


• protetores auriculares: são equipamentos colocados nos ouvidos para protegê-los
em locais de trabalho onde os ruídos estejam acima de 85 decibéis; eles evitam
que a audição dos trabalhadores seja prejudicada;

© Nikola Cvetanovski/123RF
• máscara respiradora: os trabalhadores devem utilizar essas máscaras nos locais
onde há grandes concentrações de poeira, gases e tintas;

© Paulo Savala

• botinas ou sapatos: o uso desses equipamentos visa proteger os pés do traba-


lhador; existem vários tipos e modelos específicos para cada tipo de piso no qual
se exerce a atividade profissional;
© Paulo Savala

Operador de Empilhadeira 2 A rco O c u pac i on a l T r a n s p o rt e 55


• luvas de segurança: protegem as mãos durante a execução de atividades como a
transferência de paletes, arrumação ou manuseio de cargas;

© Serghei Velusceac/123RF

• cinto de segurança: sempre que a empilhadeira estiver em uso, é necessária sua


utilização.
© Mario Henrique/Latinstock

Com o objetivo de se prevenir acidentes, a Norma Regulamentadora no 11 (NR 11)


determina os requisitos de segurança que devem ser observados nos locais de traba-
lho, em relação ao transporte, à movimentação, ao armazenamento e ao manuseio
de materiais, tanto de forma mecânica quanto manual.
Veja o que a NR 11 estabelece para a atividade do operador de empilhadeira:

11.1 – Normas de segurança para operação de elevadores, guindastes,


transportadores industriais e máquinas transportadoras. [...]

11.1.3 – Os equipamentos utilizados na movimentação de materiais,


tais como ascensores, elevadores de carga, guindastes, monta-carga,
pontes rolantes, talhas, empilhadeiras, guinchos, esteiras rolantes,

56 A rco Oc upacio nal T r a n s p o rt e O p e r a d o r de Empilhadeira 2


transportes de diferentes tipos, serão calculados e construídos de
maneira que ofereçam as necessárias garantias de resistência e segu-
rança e conservados em perfeitas condições de trabalho. [...]

11.1.3.2 – Em todo o equipamento será indicado, em lugar visível, a


carga máxima de trabalho permitida. [...]

11.1.5 – Nos equipamentos de transporte com força motriz própria, o


operador deverá receber treinamento específico, dado pela empresa,
que o habilitará nessa função.

11.1.6 – Os operadores de equipamentos de transporte motorizado


deverão ser habilitados e só poderão dirigir se durante o horário de
trabalho portarem um cartão de identificação, com nome e fotografia,
em lugar visível.
BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Norma Regulamentadora nº 11.
Transporte, movimentação, armazenagem e manuseio de materiais. Disponível
em: <http://portal.mte.gov.br/data/files/FF8080812BE914E6012BEF1FA6256B00/
nr_11.pdf>. Acesso em: 20 mar. 2015.

Quanto às pessoas
Não bastam locais seguros e equipamentos adequados para que os acidentes não
ocorram. É fundamental que as pessoas estejam capacitadas, orientadas e aptas para
o desenvolvimento das funções que lhes competem.
Primeiro, todos os operadores de empilhadeira têm de ser submetidos a exames
médicos periódicos, atendendo às solicitações de exames complementares quando
necessário.
Em relação à aquisição, à utilização e à manutenção dos EPI, a NR 6 estabelece as
responsabilidades do empregado e do empregador:

6.6.1 Cabe ao empregador quanto ao EPI:

a) adquirir o adequado ao risco de cada atividade;

b) exigir seu uso;

c) fornecer ao trabalhador somente o aprovado pelo órgão nacional


competente em matéria de segurança e saúde no trabalho;

Operador de Empilhadeira 2 A rco O c u pac i on a l T r a n s p o rt e 57


d) orientar e treinar o trabalhador sobre o uso ade-
quado, guarda e conservação;

e) substituir imediatamente, quando danificado ou


extraviado;

f) responsabilizar-se pela higienização e manutenção


periódica;

g) comunicar ao MTE qualquer irregularidade observada;

h) registrar o seu fornecimento ao trabalhador, poden-


do ser adotados livros, fichas ou sistema eletrônico.

6.7 Responsabilidades do trabalhador.

6.7.1 Cabe ao empregado quanto ao EPI:

a) usar, utilizando-o apenas para a finalidade a que


se destina;

b) responsabilizar-se pela guarda e conservação;

c) comunicar ao empregador qualquer alteração que


o torne impróprio para uso; e

d) cumprir as determinações do empregador sobre


o uso adequado.
BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Norma
Regulamentadora nº 6. Equipamento de proteção individual –
EPI. Disponível em: <http://portal.mte.gov.br/data/files/
8A7C816A47594D04014767F2933F5800/NR-06%20
(atualizada)%202014.pdf>. Acesso em: 20 mar. 2015.

A importância do conhecimento legal


Para conhecer as leis do Código Civil em nossas atitudes
e do Código Penal brasileiros, você
pode consultar o Portal da
Legislação. O Código Civil completo Todo trabalho implica responsabilidades, inclusive legais.
está em <http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/Leis/2002/L10406.htm> e o Aquele que não cumpre essas responsabilidades pode
Código Penal, em <http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/ sofrer punições previstas em lei. O artigo 21 do Código
Decreto-Lei/Del2848.htm>
(acessos em: 20 mar. 2015). Penal prevê que o descumprimento da lei não pode ser

58 A rco Oc upacio nal T r a n s p o rt e O p e r a d o r de Empilhadeira 2


justificado pelo seu desconhecimento: dizer que não conhecia a lei não tira a res-
ponsabilidade de quem cometeu um ato contra ela.
As penalidades para o descumprimento da legislação trabalhista valem tanto para
o empregador quanto para o empregado. Para o empregador, descumprir a lei pode
resultar em pena que vai desde o pagamento de multa até a interdição da empresa.
Para o empregado, os atos faltosos previstos na Consolidação das Leis do Trabalho
(CLT) podem ser punidos com medidas que vão desde advertência oral e escrita até
demissão por justa causa, dependendo do caso.

Atividade 5
A nalisando a charge

Observe a charge e leia o texto a seguir, procurando estabelecer uma relação entre
os dois.

Clay Bennett/© 1999 The Christian Science Monitor (www.CSMonitor.com). Reprinted with permission.
TE XXX
SOMEN SX NORMA
SEGUR S DE
A
PESSO X
IXXX
NO LOCANÇA
AUTOR
AVISO A
TRABA L DE
LHO

ADMIN
ISTRA
DE SE ÇÃO DOS S
GURA ERVIÇ
NÇA E OS
SAÚD
E

Tradução: Eloisa Tavares

As qualidades ou virtudes são construídas por nós no esforço que nos


impomos para diminuir a distância entre o que dizemos e o que faze-
mos. Este esforço, o de diminuir a distância entre o discurso e a prá-
tica, é já uma dessas virtudes indispensáveis – a da coerência.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa.
São Paulo: Paz e Terra, 1996. p. 65.

Operador de Empilhadeira 2 A rco O c u pac i on a l T r a n s p o rt e 59


1. Escreva, nas linhas a seguir, sobre a importância da coerência, do cuidado
e do exemplo nas atitudes e ações das pessoas, quando se trata da segurança e
da prevenção de acidentes no trabalho.

2. Reúna-se com mais três colegas e compare sua resposta com as deles. Registrem
as conclusões do grupo.

60 A rco Oc upacio nal T r a n s p o rt e O p e r a d o r de Empilhadeira 2


Unidade 8
Avarias, tecnologia,
atacado e varejo
Segurança no trabalho com empilhadeiras
Para iniciar esta Unidade, vamos falar de outro aspecto
essencial relacionado à segurança no trabalho: as avarias
em empilhadeiras.
Não há dúvidas de que as condições do equipamento
e de seu uso são fundamentais para garantir a segu-
rança daqueles que operam as empilhadeiras.
Avaria: 1. Qualquer dano,
prejuízo, estrago. 2. Falha, Além disso, há a questão da proteção do investimento
dano, defeito ou mau funcio- e do patrimônio como forma de controle de custos.
namento causado por des-
gaste, colisão etc.
Nesse caso, isso significa que o empregador exige que
© Dicionário Aulete. o trabalhador zele pelos equipamentos, a fim de evitar
<www.aulete.com.br>
gastos desnecessários.

Atividade 1
P revenindo acidentes

No Caderno 1, você conheceu alguns tipos de empilhadeira e


as partes que as compõem.

1. Com base nos conhecimentos que você já possui sobre as


empilhadeiras e o funcionamento delas e pensando nas
possíveis causas de avarias nesses equipamentos, elabore
uma lista com dez possíveis motivos de acidentes ocasiona-
dos pelo descuido do empregador com a manutenção de
empilhadeiras ou pela má utilização do equipamento por
parte dos empregados.

Operador de Empilhadeira 2 A rco O c u pac i on a l T r a n s p o rt e 61


1.

2.

3.

4.

5.

6.

7.

8.

9.

10.

2. Agora, compare os itens que você relacionou com a


lista de um colega. Em seguida, reflitam juntos sobre
a questão proposta e registrem suas conclusões: O mau
uso das empilhadeiras pode ser evitado? Como?

É preciso respeitar as regras de Regras para segurança


segurança: somente pessoal
fisicamente qualificado e treinado
deve ser autorizado a operar as Apresentamos a seguir algumas das causas mais frequen-
empilhadeiras; o uso de EPI e de
roupas adequadas é indispensável; tes de avaria em empilhadeiras e instalações e as formas
antes de operar qualquer
empilhadeira, faça a inspeção diária. de evitá-las.

62 A rco Oc upacio nal T r a n s p o rt e O p e r a d o r de Empilhadeira 2


Má condição do piso
Pisos malconservados ou sujos representam perigo e ris-
co de acidentes em qualquer lugar onde haja circulação
de pessoas e veículos. É muito comum presenciarmos
quedas de pessoas e acidentes com veículos em pisos
esburacados ou com resíduos. No caso do operador de
empilhadeira, passar por cima de restos de madeira, em-
balagens plásticas, cordas e cintas pode causar grande
dano ao radiador ou ao eixo do equipamento. O motor Arrefecimento: Diminuição
de temperatura, perda de
pode ser danificado, o pneu pode ficar comprometido e calor; esfriamento.
o sistema de arrefecimento pode ser destruído caso esses © Dicionário Aulete.
<www.aulete.com.br>
componentes sejam atingidos por resíduos.

Como evitar?
• Mantenha os pisos sempre limpos e livres de resíduos
para que as empilhadeiras possam ser operadas com
segurança.
• Trabalhe somente nas áreas destinadas à circulação de
empilhadeiras, conservando esses locais desobstruídos.
Obedeça a todas as placas de sinalização de tráfego e
aos avisos de precaução.
• Não deixe ferramentas ou outros equipamentos sobre
a empilhadeira. Para maior segurança, mantenha de-
sobstruído o acesso para os pedais e nunca opere com
pés ou mãos molhados ou sujos de óleo ou graxa.

Práticas de operação indevidas


Quando a empilhadeira sofre algum impacto contra
equipamentos, produtos ou instalações, as consequências
podem ser muito sérias. Partes importantes podem ser
danificadas: pneus, garfos, rodas etc. Mesmo os opera-
dores que têm mais experiência estão sujeitos a acidentes
caso tenham de manobrar a empilhadeira ao redor de
produtos. Embora tenha sido projetada para carregar,
suspender e transportar cargas pesadas, os impactos são
uma frequente causa de avarias.

Operador de Empilhadeira 2 A rco O c u pac i on a l T r a n s p o rt e 63


Outro dano ocasionado por operações indevidas ocorre quando o operador empurra
ou reboca paletes. Isso pode provocar desgaste prematuro dos pneus, avarias onerosas
na transmissão e até perda do controle da empilhadeira, com acidentes graves.

Como evitar?
• Mantenha o local de operação livre do congestionamento de produtos, retirando
tudo o que não for necessário para a realização das tarefas.
• Se possível, utilize sistemas monitores de impacto, limitadores de velocidade e
para acesso sem chave, que ajudam a reduzir as avarias por impacto.
• Não use os garfos para empurrar cargas, pois isso pode danificar a carga e a
máquina. Existem acessórios específicos para puxar e empurrar cargas com
empilhadeiras.
• Nunca use a empilhadeira para empurrar ou rebocar outra. Caso ela pare de
funcionar de repente, avise imediatamente a pessoa encarregada pela manutenção.
• Tome cuidado ao baixar os garfos, pois pode haver algo embaixo deles.
• Não permita a permanência ou a passagem de pessoas sob ou sobre os garfos ou
em qualquer outro acessório instalado na torre de elevação da empilhadeira.

Levantamento inseguro e excesso de velocidade


O excesso de velocidade constitui prática irresponsável também no caso das em-
pilhadeiras. A situação é ainda mais grave quando se combina excesso de velocida-
de e trabalho com carga pesada ou elevada.
© Daniel Beneventi

64 A rco Oc upacio nal T r a n s p o rt e O p e r a d o r de Empilhadeira 2


Como consequência, podem ocorrer danos no equipamento e acidentes graves com
pessoas, pois a empilhadeira pode oscilar e tombar com o deslocamento acelerado.
Antes de levantar cargas, é preciso conferir o nivelamento dos garfos para assegurar
que a operação será efetuada com segurança e equilíbrio da carga.

Como evitar?
• Nunca exceda os limites de peso especificados na placa de identificação da
empilhadeira.
• Para manter o equilíbrio, centralize a carga no palete e posicione os garfos junto
às extremidades laterais do palete. Isso facilita o deslocamento da máquina e pode
evitar desperdícios.
• Certifique-se de que a carga está bem empilhada e balanceada entre os dois gar-
fos e nunca tente levantar cargas com apenas um deles. O equilíbrio e o balan-
ceamento da carga na empilhadeira são fundamentais.
• Nunca faça acrobacias, corridas ou brincadeiras enquanto estiver operando a
empilhadeira.
• Nunca permita passageiros nos garfos ou em qualquer outra parte da empilha-
deira. O único assento é o do operador.

Equipamentos ou acessórios incorretos


A utilização de equipamentos ou acessórios incorretos pode ocasionar falhas e
desgaste prematuro nos componentes da empilhadeira. Um exemplo é o uso de
pneus gastos ou inadequados, que contribui bastante para os prejuízos relacionados
à manutenção.

Como evitar?
• Escolha corretamente os equipamentos, pois isso é vital para a eficiência e o
bom desempenho no trabalho com empilhadeiras, além de reduzir os custos de
manutenção.
• Substitua pneus gastos ou cortados que possam causar impactos capazes de aba-
lar a roda, os componentes do eixo, a carga e o operador.
• Lembre-se de que, diferentemente de um automóvel, as empilhadeiras não são
equipadas com molas de suspensão que amorteçam os movimentos.

Operador de Empilhadeira 2 A rco O c u pac i on a l T r a n s p o rt e 65


Desgaste prematuro dos garfos
Uma consequência do trabalho com pneus gastos é o desgaste prematuro da parte
inferior dos garfos. Garfos desgastados põem em risco a capacidade de levantamen-
to da empilhadeira e criam um ambiente de trabalho inseguro.

Como evitar?
• Realize inspeções de rotina para que possa trabalhar sempre com garfos seguros.
• Ajuste os garfos para que haja contato entre a carga transportada e a empilhadei-
ra propriamente dita, mantendo a carga o mais estável possível.
• Mantenha os garfos o mais longe possível um do outro dentro das aberturas dos
paletes. Esse posicionamento é importantíssimo para o equilíbrio da carga.
• Antes de erguer uma carga, certifique-se de que os garfos estão sob toda a exten-
são dela. Antes de transportá-la, veja se ela está estável sobre os garfos.

Falha da transmissão
Uma causa muito comum de avarias é utilizar o pedal de aproximação ou de avan-
ço lento para descanso e apoio dos pés. Esse procedimento ocasiona falhas em
componentes importantes e pode contribuir para aumentar as despesas com avarias
na transmissão e a ocorrência de acidentes.

Como evitar?
Utilize o pedal de aproximação somente quando estiver se aproximando de uma
prateleira e quiser aplicar os freios sem aumentar a rotação do motor. Quando o
sistema hidráulico não estiver em uso, o pedal do freio (intermediário) pode ser
usado a fim de parar a empilhadeira.

Atividade 2
P esquisa sobre acidentes de trabalho

Em dupla, façam uma pesquisa sobre acidentes de trabalho com empilhadeiras.


Procurem descobrir se o operador de empilhadeira pode prevenir acidentes e como
ele poderia fazer isso.
Para realizar a pesquisa e responder à questão problematizadora, vocês deverão seguir
estes passos:

66 A rco Oc upacio nal T r a n s p o rt e O p e r a d o r de Empilhadeira 2


1. Pesquisar em sites de busca na internet textos informativos a respeito da ocorrên-
cia de acidentes envolvendo empilhadeiras.
2. Ler e selecionar, em comum acordo, pelo menos dois textos pesquisados.
3. Registrar, na tabela a seguir, os dados do site em que as notícias selecionadas
foram encontradas, o dia e horário da pesquisa.
4. Identificar o local em que os acidentes ocorreram e suas possíveis causas e regis-
trá-los na tabela a seguir.
5. Discutir se, nos casos apresentados nos textos selecionados, o operador de empi-
lhadeira poderia ter evitado o acidente ou a existência de vítimas.

Notícia 1 Notícia 2

Site do qual a notícia foi


retirada

Local do acidente

Possíveis causas do
acidente

Medidas que poderiam ter


evitado o acidente ou a
existência de vítimas

Qual é a responsabilidade do operador na prevenção de acidentes com empilhadeiras?

Operador de Empilhadeira 2 A rco O c u pac i on a l T r a n s p o rt e 67


Atividade 3
S ete situações , sete erros : interpretando situações do
cotidiano do operador de empilhadeira

A seguir, você encontrará sete imagens que representam experiências equivocadas


no cotidiano do operador de empilhadeira. Considerando o que você já sabe sobre
a segurança e a prevenção de acidentes, descreva o “equívoco” retratado em cada
uma das imagens.
© Daniel Beneventi
© Daniel Beneventi

68 A rco Oc upacio nal T r a n s p o rt e O p e r a d o r de Empilhadeira 2


© Daniel Beneventi

© Daniel Beneventi

Operador de Empilhadeira 2 A rco O c u pac i on a l T r a n s p o rt e 69


© Daniel Beneventi
© Daniel Beneventi

70 A rco Oc upacio nal T r a n s p o rt e O p e r a d o r de Empilhadeira 2


© Daniel Beneventi
Agora, com a ajuda do monitor, você e seus colegas contarão seus registros uns para
os outros. Aproveite para anotar pontos interessantes levantados por seus colegas.

Operar empilhadeiras requer preparação, cuidado e atenção


A seguir, veremos uma lista com itens que todo operador deve observar em relação
às normas de segurança.

1. Antes de ligar a empilhadeira, verifique sempre se a marcha está desengatada.


2. Antes de levantar a carga, verifique seu peso e centro de gravidade.
3. Transite sempre com os garfos um pouco acima do chão (15 a 20 cm).
4. Se for andar de marcha a ré: observe com cuidado o piso, as pessoas e os obstá-
culos que estiverem nas proximidades.
5. Tire o pé do freio e acelere devagar.
6. Levante a carga da pilha e incline cuidadosamente para trás, o suficiente para
estabilizá-la.
7. Posicione a empilhadeira frontalmente à carga até que esta se encoste à grade de
proteção; em seguida, levante os garfos.

Operador de Empilhadeira 2 A rco O c u pac i on a l T r a n s p o rt e 71


8.  Ao inclinar a torre para trás, avalie o tipo de carga que será transportada.
9. Verifique se o piso tem capacidade para suportar o peso da máquina e da carga.
10. Não faça curvas em alta velocidade.
11. Diminua a marcha quando o piso tiver ondulações ou estiver molhado.
12. Quando estiver transportando tambores, evite parar ou ultrapassar os obs-
táculos, pois uma parada brusca pode fazer que os tambores se movimentem
e caiam.
13. Buzine sempre que se aproximar de pessoas que estejam andando, movimen-
tando algum carrinho ou carregando algo, evitando assustá-las.
14. Ao dirigir em rampas, siga sempre com a carga voltada para cima.
15. Nunca deixe a empilhadeira em uma rampa, a menos que o freio de estaciona-
mento esteja acionado e as rodas, devidamente calçadas.
16. Não estacione a empilhadeira em lugares em que ela possa obstruir extintores
ou hidrantes.
17. Mantenha distância segura em relação a outros veículos.
18. Nunca conduza com parte do seu corpo fora da posição normal.
19. Durante as descargas, não permita a permanência de pessoas ao redor da
empilhadeira.
20. Olhe sempre para trás na hora de dar marcha a ré.
21. Comunique imediatamente ao supervisor ou ao responsável pela manutenção
qualquer defeito verificado na empilhadeira.
22. Sempre que não tiver visão de frente, dirija a máquina em marcha a ré.
23. Com a empilhadeira descarregada, conduza-a sempre de frente.
24. Em nenhuma circunstância acrescente contrapeso na empilhadeira para aumen-
tar sua capacidade de transporte de carga.
25. Nunca faça reversão (para frente ou para trás) com a máquina em movimento.
26. Não dirija a empilhadeira com a perna esquerda para fora.
27. Nunca transporte pessoas na empilhadeira, qualquer que seja o local e motivo
alegado.

72 A rco Oc upacio nal T r a n s p o rt e O p e r a d o r de Empilhadeira 2


28. Observe rigorosamente todos os regulamentos e sinalizações de trânsito estabe-
lecidos internamente.
29. Não execute meia-volta em rampas ou em plano inclinado, pois há possibilidade
de tombamento.
30. Certifique-se de que as rodas e as extremidades da carroceria do caminhão
estão devidamente calçadas antes de entrar nela com a empilhadeira.
31. Verifique o extintor de incêndio.
32. Use luvas, sempre que necessário, para mexer na carga.
33. Nunca solte os garfos no chão, nem mesmo para chamar a atenção de pedestres.
34. Cuidado ao passar embaixo de pontes rolantes: utilize a faixa de segurança.
35. Nunca levante ou transporte carga em uma só lança do garfo da empilhadeira.
36. Não dirija com as mãos molhadas ou sujas de graxa.
37. Tambores devem ser transportados apenas em paletes.
38. Cargas colocadas em carroceria de caminhão devem ser carregadas e descarre-
gadas pelo mesmo lado.
39. Antes de sair da empilhadeira, certifique-se de que os garfos estão completa-
mente abaixados.
40. Empilhe somente materiais iguais.
41. No caso de tambores, empilhe no máximo três camadas e, entre elas, utilize
chapa de madeira.
42. Quando empilhar paletes com sacos, tome cuidado para que a pilha não fique
inclinada por causa de má arrumação.
43. Quando movimentar paletes no sentido longitudinal (lado maior), coloque
alongadores de garfos, para atingir o centro de carga.
44. Redobre a atenção nos empilhamentos a partir de 2 m de altura, pois os equi-
líbrios da máquina e da pilha se tornam muito instáveis.
45. Sempre suba na empilhadeira pelo lado esquerdo.
46. Nunca permita a permanência de pessoas debaixo de uma carga suspensa.
47. Antes de iniciar o serviço com a empilhadeira, verifique sempre a tabela de
observações diárias (checklist – fala-se “tchéklist”) deixada pelo outro operador.

Operador de Empilhadeira 2 A rco O c u pac i on a l T r a n s p o rt e 73


48. Observe o alinhamento da pilha, na horizontal e na vertical.
49. Não utilize os garfos para empurrar ou puxar qualquer tipo de objeto.
50. Inicie o carregamento de carrocerias de caminhão pela parte da frente e o
descarregamento, pela parte de trás.
Fonte: SERVIÇO SOCIAL DO TRANSPORTE (SEST); SERVIÇO NACIONAL DE
APRENDIZAGEM DO TRANSPORTE (SENAT). Curso para operador de transporte de cargas.
Brasília: Sest/Senat, 2011.

Atividade 4
C onhecendo a ocupação

1. Leia a entrevista a seguir. Ela traz o depoimento de um operador de empilhadei-


ra que atua em uma empresa no interior de São Paulo.
© Masé Santos

Entrevistador: Qual seu nome?


Adaire: Adaire Alves Vicente.
E.: Adaire, há quanto tempo você atua como operador de empilhadeira?
A.: Nesta empresa, há quatro anos, mas antes eu trabalhei em outra empresa por
dois anos e meio.
E.: Para começar a atuar como operador de empilhadeira, qual a formação que
você teve?
A.: Eu trabalhava em uma empresa e daí surgiu a oportunidade de trabalhar como
operador, mas eu não tinha o curso. Então, eles ofereceram o curso, eu fiz e, no
final, fiz uma prova. Daí eu comecei a trabalhar com a empilhadeira.

74 A rco Oc upacio nal T r a n s p o rt e O p e r a d o r de Empilhadeira 2


E.: Precisa ter a carteira de motorista ou não?
A.: Sim, tem de ter antes a carteira de motorista.
E.: E como é, em geral, a sua rotina de trabalho?
A.: Eu chego às seis da manhã e antes de trabalhar a gente faz a ginástica laboral.
Depois vou até a empilhadeira para fazer o checklist dela, para ver se está tudo
[certo], se não tem nenhum defeito.
E.: E se você chegar e tiver algum defeito?
A.: Daí eu vou marcar no checklist e chamo o encarregado para passar para ele estar
ciente.
E.: Quem são os outros profissionais que trabalham diretamente com você?
A.: Trabalham os outros operadores de empilhadeira, que a gente trabalha em
conjunto, e tem o pessoal da parte de separação e carregamento, que trabalha sepa-
rando os produtos. A gente [os operadores de empilhadeira] trabalha abastecendo
os pickings (fala-se “piquins”) para eles [o pessoal da separação e carregamento]
pegarem esses produtos e também os paletes fechados.
E.: O que seria o picking?
A.: Os pickings são as áreas de separação dos produtos picados, como, por exem-
plo, dez caixas, vinte caixas. E ficam sempre no nível 1, na parte térrea para faci-
litar a retirada. Mas os paletes fechados aqui têm cem caixas e ficam nas partes
altas, [em] que a gente pega com a empilhadeira e deixa no picking. O picking é a
área térrea.
E.: Você já sofreu algum acidente com a empilhadeira?
A.: Não, eu não. Eu já vi uma empilhadeira quase tombar porque o operador subiu
com ela numa rampa. E daí ela quase tombou, mas não chegou a tombar, não.
E.: Se você fosse dar um conselho para uma turma que está fazendo o curso
para operador de empilhadeira, o que você diria?
A.: Bom, é uma responsabilidade muito grande, porque você está lá trabalhando
tanto com equipamento que é muito caro, com produtos que você está movimentan-
do que têm valor e tem vidas de pessoas, que é mais importante. Porque às vezes você
está operando a empilhadeira e tem pessoas à sua volta, o paleteiro, por exemplo,
que está andando com carrinho. Então, você tem de estar sempre muito atento ao

Operador de Empilhadeira 2 A rco O c u pac i on a l T r a n s p o rt e 75


que está fazendo e não fazer nada se não tiver certeza do que está fazendo, como no
caso de alguma manobra mais arriscada. Você tem de ter certeza do que vai fazer,
para evitar acidente. O operador de empilhadeira precisa ter responsabilidade e tem
de ter muita atenção no que você faz, se você não estiver concentrado no que está
fazendo, pode causar um acidente.
E.: E você gosta dessa atividade?
A.: Vixe, eu gosto bastante, eu gosto! Quando eu entrei aqui, foi difícil procurar uma
vaga, tinham seis operadores esperando e me falaram que era melhor eu procurar
outra função dentro da empresa porque ia ser muito difícil, mas graças a Deus
chegou a oportunidade.
E.: Quando você entrou nesta empresa o que você fazia?
A.: Quando eu entrei aqui eu carregava caminhão, carregava carga. Daí eu trabalhei
um bom tempo, depois trabalhei no recebimento também, até que chegou a minha
oportunidade.
E.: Você acha que o operador precisa desenvolver quais capacidades?
A.: Tudo que você faz no seu dia a dia tem de fazer com segurança e responsabili-
dade, isso vai lhe promover, para que você tenha outras oportunidades dentro da
empresa. Porque, se você não faz as coisas direito, como vai ter outra função mais
exigente, se a primeira você não fez direito?
E.: Você faz outros cursos aqui na empresa ou não?
A.: A gente faz outros cursos de reciclagem.
E.: E você também faz exames de saúde?
A.: Sim, a gente faz exame do coração e eletroencefalograma, anualmente.
E.: As empilhadeiras são diferentes, tem vários tipos. Isso diferencia o manejo?
A.: Sim, tem diferença. Mas aqui a gente só trabalha com a elétrica. Aqui não usamos
outro tipo de empilhadeira, como a gás, porque polui e estamos em ambiente fechado.
E.: E o uso do coletor de dados, como funciona?
A.: De manhã, quando entro, cada operador tem uma senha. Então, todas as ope-
rações que eu faço de movimentação dos produtos ficam armazenadas. Se eu fizer
algum procedimento errado, vai ficar marcado ali. Cada operador tem sua senha.

76 A rco Oc upacio nal T r a n s p o rt e O p e r a d o r de Empilhadeira 2


E.: No curso de operador de empilhadeira que você fez, você aprendeu a usar
o coletor de dados?
A.: Não, isso eu aprendi foi aqui na empresa. No curso só aprendi a operar a empi-
lhadeira mesmo, mas é no dia a dia que você pega a prática. Eu operei empilhadei-
ra no curso, mas lá foi em espaços maiores, era diferente.

2. Em grupo de quatro pessoas, respondam às questões a seguir, levando em conta


a entrevista que vocês acabaram de ler e os conhecimentos que adquiriram
até aqui.
a) Qual é a importância do checklist na rotina de trabalho do operador de empilhadeira?

b) Como a formação continuada do operador de empilhadeira pode contribuir para


sua qualificação? Citem exemplos.

Operador de Empilhadeira 2 A rco O c u pac i on a l T r a n s p o rt e 77


c) Vocês identificam a presença de recursos tecnológicos na prática do operador de
empilhadeira? Quais?

Tecnologia – vilã ou aliada do emprego?


A tecnologia tem se mostrado uma ferramenta útil, principalmente entre os jovens,
na busca por uma vaga no mercado de trabalho. Por outro lado, muita gente acre-
dita que a tecnologia é a grande culpada pelo desemprego no mundo. Esse é um
tópico polêmico. O que você pensa sobre ele? Será que o desemprego existe porque
os trabalhadores não estão qualificados?
Um ponto indiscutível é que as novas tecnologias exigem novos conhecimentos e
habilidades, requerem de todos nós um pensamento mais abstrato. E a escola tem
um importante papel para que esses novos conhecimentos cheguem a todos.

Atividade 5
O avanço tecnológico

1. A universalização do acesso à tecnologia e os impactos que ela gera no mercado


de trabalho são assuntos muito discutidos atualmente. Leia a matéria de jornal
a seguir, que trata desse tema.

78 A rco Oc upacio nal T r a n s p o rt e O p e r a d o r de Empilhadeira 2


Mais da metade da população não tem acesso à internet

Dados da pesquisa Pnad do IBGE mostram que a proporção de pes-


soas que utilizaram a internet passou de 20,9% em 2005 para 46,5%
em 2011

O aumento da renda, o acesso ao de mercado de trabalho, o crédito


fácil e a perda do “medo” da tecnologia entre os mais velhos foram
fatores decisivos para a inclusão digital no País, entre 2005 e 2011,
porém mais da metade da população de 10 anos ou mais de idade
ainda não tem acesso à internet. Dados da Pesquisa Nacional por
Amostra de Domicílios (Pnad) 2011 divulgados pelo Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que a proporção de pes-
soas que utilizaram a internet passou de 20,9% para 46,5%.

Em seis anos, houve um aumento de 45,8 milhões de internautas –


média de quase 21 mil por dia. Utilizaram a internet no período de três
meses antes da data da entrevista 77,7 milhões de brasileiros com
10 anos ou mais de idade, em 2011.

Embora ainda sejam as mais resistentes à rede mundial de computadores,


as pessoas de 50 anos em diante tiveram peso decisivo no aumento
da legião de internautas: passaram de 7,3% para 18,4% do total da
população nesta faixa etária. Em números absolutos, foi o maior
crescimento, passando de 2,5 milhões de usuários nesta faixa etária
para 8,1 milhões – crescimento de 222%.

Outro crescimento significativo aconteceu no outro extremo, com os


internautas de 10 a 14 anos. Em 2005, 24,3% das crianças acessavam
a internet, proporção que saltou para 63,6% em 2011.

A pesquisa levou em consideração apenas os acessos à internet por


computador, não houve perguntas sobre acesso por meio de telefones
celulares e tablets.

“A inclusão digital se dá sem medo entre os jovens. Entre os mais


velhos, demora um pouco, mas é crescente, inclusive para acesso a
banco, para declarar imposto de renda”, diz o coordenador de trabalho
e rendimento do IBGE, Cimar Azevedo.

Operador de Empilhadeira 2 A rco O c u pac i on a l T r a n s p o rt e 79


Embora a renda seja um fator importante de acesso à internet, é in-
teressante notar que as mulheres jovens, que têm renda menor que
os homens, porém maior escolaridade, estão mais na rede mundial
de computadores do que os homens. E há mais usuários da internet
na população com renda de 3 a 5 salários mínimos do que entre os
que ganham mais de 5 salários mínimos. A explicação é que a faixa
mais rica da população é também a faixa mais velha, ainda “engati-
nhando” no mundo virtual.

Os técnicos do IBGE chamam atenção para o grande salto entre os


alunos da rede pública que passaram a ter acesso à internet no espa-
ço de seis anos. A pesquisa não investigou o local de acesso (se o
trabalho, a residência, a escola ou locais públicos como bares e lan
houses) e por isso não é possível associar o crescimento à distribuição
de computadores nas escolas públicas, mas, para Cimar Azevedo, é
um forte indicativo da inclusão digital entre os mais pobres. Em 2005,
apenas 24,1% dos alunos da rede pública usavam a internet, proporção
que cresceu para 65,8% em 2011.
MAIS da metade da população não tem acesso à internet. O Estado de S. Paulo,
16 maio 2013. Negócios. Disponível em: <http://economia.estadao.com.br/noticias/
economia-brasil,mais-da-metade-da-populacao-nao-tem-acesso-a-
internet,153863e>. Acesso em: 20 mar. 2015.

2. Com ajuda do monitor, a classe deve ser organizada em quatro grupos. Cada um
deles deve debater uma das questões a seguir.
• Grupo 1: O desenvolvimento das tecnologias ajuda ou atrapalha os empregos?
• Grupo 2: “Não haverá melhorias enquanto apenas um pequeno grupo tiver acesso
a todos os meios possíveis de tecnologias em detrimento dos demais excluídos.”
Vocês concordam com essa afirmativa? Justifiquem a resposta.

80 A rco Oc upacio nal T r a n s p o rt e O p e r a d o r de Empilhadeira 2


• Grupo 3: Como a tecnologia poderia ser uma aliada do emprego?
• Grupo 4: Qual a importância da educação para o emprego nesse contexto de
desenvolvimento das tecnologias?

Se necessário, retomem a leitura do texto.


Anotem as conclusões do grupo.

Os grupos devem apresentar suas conclusões. Compartilhem ao máximo suas


reflexões, para que toda a classe debata o assunto.

Operador de Empilhadeira 2 A rco O c u pac i on a l T r a n s p o rt e 81


Atividade 6
Trabalhando com charges

Observe as charges a seguir e atribua um título a cada uma delas, justificando sua
Randy Glasbergen.
www.glasbergen.com

escolha. © Randy Glasbergen - glasbergen.com

“Temos aqui todos os equipamentos tecnológicos de última geração.


Você gostaria de enviar um email pra ele?”
Tradução: Eloisa Tavares
© Alcy

Sob a orientação do monitor, compartilhe suas respostas com os colegas.

82 A rco Oc upacio nal T r a n s p o rt e O p e r a d o r de Empilhadeira 2


Atividade 7
Atacado e varejo

Você sabe a diferença entre atacado e varejo? Escreva o que sabe a respeito de cada
um deles nas linhas a seguir.
Atacado:

Varejo:

Diferenças entre a função de atacadista e a de varejista


O operador de empilhadeira atua em grandes e pequenos armazéns nos setores
atacadista e varejista. Vejamos as principais diferenças entre os dois setores.
O foco principal do setor atacadista é o atendimento aos varejistas, ou seja, a reven-
da. O setor varejista, por sua vez, se ocupa da venda ao consumidor final.
Geralmente, o atacadista realiza compras em quantidades maiores do que os vare-
jistas e, assim, consegue obter preços melhores junto aos fabricantes. Além disso, é
comum que os atacadistas possuam áreas de armazenamento mais amplas do que
os varejistas e, por isso, suas empresas se localizam em áreas mais periféricas. Já os
varejistas instalam-se em regiões mais centrais das cidades, afinal, seu alvo é o
consumidor final.
Essas diferenças influenciam no tipo de empilhadeira que deverá ser adquirida pela
empresa, bem como nos mecanismos de controle de estoque e transporte de mer-
cadorias. A maior ou menor capacidade do armazém e a quantidade de mercadorias
estocadas implicam a utilização de diferentes empilhadeiras para o transporte, de
acordo, por exemplo, com o peso das cargas.

Operador de Empilhadeira 2 A rco O c u pac i on a l T r a n s p o rt e 83


Atividade 8
E ntrevistas

Visite duas empresas, uma do setor atacadista e outra do setor varejista, e entrevis-
te um operador de empilhadeira em cada uma delas. Antes disso, organize um
roteiro de perguntas com o objetivo de descobrir as diferenças e as semelhanças
dessas empresas em relação a:
• capacidade de transporte de cargas das empilhadeiras utilizadas;
• número de operadores e de empilhadeiras que existem na empresa;
• atividades diárias desenvolvidas pelos operadores;
• outros profissionais que frequentam o local de trabalho.
Feitas as entrevistas, registre como funciona cada setor e, depois, as semelhanças e
as diferenças encontradas.
Características do setor atacadista:

Características do setor varejista:

Semelhanças:

Diferenças:

84 A rco Oc upacio nal T r a n s p o rt e O p e r a d o r de Empilhadeira 2


Unidade 9
Comunicação e suas
repercussões no
trabalho
Você já parou para pensar sobre a importância da comunicação
em sua vida?
Foi por causa da nossa capacidade de pensar e de expressar os
nossos pensamentos, planos, ideias, dúvidas, emoções, saberes,
impressões etc., por meio da linguagem, que conseguimos pro-
duzir e compartilhar os conhecimentos que a humanidade foi
construindo ao longo de sua história. Sem a comunicação nada
disso seria possível.
Neste curso de operador de empilhadeira você já aprendeu mui-
tas coisas, não é mesmo? Conheceu diferentes setores nos quais
poderá trabalhar, aprendeu sobre códigos, sinais e itens de segu-
rança no trabalho, sobre os tipos de empilhadeira, conheceu um
pouco mais da história do trabalho, entre muitas outras coisas.
Mas será que esses conhecimentos técnicos serão suficientes para
realizar bem as atividades dessa ocupação? E as relações entre
as pessoas no ambiente de trabalho, será que dependem apenas
desses saberes? Nossas atitudes não contam?
© Jetta Productions/Alamy/Latinstock

Operador de Empilhadeira 2 A rco O c u pac i on a l T r a n s p o rt e 85


Atividade 1
D iscutindo as relações

Responda às questões a seguir e depois compartilhe as respostas com o monitor e


os colegas.

1. Para você, qual é a importância da comunicação no ambiente de trabalho?

2. Na sua opinião, quais atitudes favorecem um bom ambiente de trabalho?

3. E quais atitudes dificultam as relações no trabalho?

Jeitos de falar
Precisamos constantemente refletir sobre nossas atitudes, formas de agir e de nos
relacionarmos no trabalho, pois elas podem fazer muita diferença no ambiente
profissional. Manter uma boa comunicação pode ajudá-lo a ser mais autoconfiante,
a estabelecer uma boa relação com colegas, empregadores e clientes, se for o caso.
Assim, da mesma forma que você se mantém atento às suas atividades no que diz
respeito a operar a empilhadeira, precisa também tomar alguns cuidados na forma
como se comunica. A cordialidade, a gentileza e o respeito no trato com todos
tornam o ambiente de trabalho mais agradável e amistoso.

86 A rco Oc upacio nal T r a n s p o rt e O p e r a d o r de Empilhadeira 2


Atividade 2
Tem palavra

Leia, a seguir, um poema de Alice Ruiz.

Tem palavra

tem palavra

que não é de dizer
nem por bem
nem por mal

tem palavra


© Vilma Slomp
que não se conta
nem prum animal
tem palavra

louca pra ser dita
feia bonita
e não se fala
tem palavra

pra quem não diz
pra quem não cala
pra quem tem palavra

tem palavra

que a gente tem
e na hora H
falta
RUIZ, Alice. Tem palavra. Disponível em: <http://www.aliceruiz.mpbnet.com.br/
discografia/paralelas/tem_palavra.htm>. Acesso em: 20 mar. 2015

Operador de Empilhadeira 2 A rco O c u pac i on a l T r a n s p o rt e 87


1. Do que trata o poema?

2. A autora diz que há palavra que não se conta nem para um animal. Como você
entendeu esses versos?

3. Como você interpreta o seguinte trecho: “tem palavra que a gente tem e na hora
H falta”? Você já se sentiu assim, sem palavra? Em que situação?

4. Você já se arrependeu por ter dito algo sem pensar? O que você considera que
lhe faltou nessa situação?

88 A rco Oc upacio nal T r a n s p o rt e O p e r a d o r de Empilhadeira 2


Comunicar é preciso
Existem inúmeras formas de se dizer algo a alguém, mas precisamos escolher bem
as palavras para que a comunicação flua de maneira eficiente, para que sejamos
bem compreendidos. Quando estamos conversando com uma pessoa, é importan-
te termos claro o que queremos transmitir. Também devemos manter uma atitude
respeitosa com nosso interlocutor, ou seja, com quem estamos conversando.
Tão importante quanto a clareza do que se pretende dizer, é a escolha das palavras, o
tom e o jeito de dizer. É sempre indicado evitar falar com a voz alta sem necessidade ou
utilizar um tom agressivo ou irônico. Outra atitude recomendada é respeitar a todos com
os quais você convive em seu ambiente de trabalho, afinal, o respeito mútuo é essencial.

Atividade 3
R efinando o olhar

Leia a crônica “Vista cansada”, de Otto Lara Resende, e depois responda às questões.

Vista cansada

Acho que foi o Hemingway quem disse que olhava cada coisa à sua
volta como se a visse pela última vez. Pela última ou pela primeira
vez? Pela primeira vez foi outro escritor quem disse. Essa ideia de olhar
pela última vez tem algo de deprimente. Olhar de despedida, de quem
não crê que a vida continua, não admira que o Hemingway tenha
acabado como acabou. Fugiu enquanto pôde do desespero que o roía
– e daquele tiro brutal.

Se eu morrer, morre comigo um certo modo de ver, disse o poeta.


Um poeta é só isto: um certo modo de ver. O diabo é que, de tanto
ver, a gente banaliza o olhar. Vê não vendo. Experimente ver pela
primeira vez o que você vê todo dia, sem ver. Parece fácil, mas não é.

Operador de Empilhadeira 2 A rco O c u pac i on a l T r a n s p o rt e 89


O que nos cerca, o que nos é familiar, já não desperta curiosidade. O
campo visual da nossa rotina é como um vazio.

Você sai todo dia, por exemplo, pela mesma porta. Se alguém lhe
perguntar o que é que você vê no seu caminho, você não sabe. De
tanto ver, você não vê. Sei de um profissional que passou 32 anos a
fio pelo mesmo hall do prédio do seu escritório. Lá estava sempre,
pontualíssimo, o mesmo porteiro. Dava-lhe bom-dia e às vezes lhe
passava um recado ou uma correspondência. Um dia o porteiro
cometeu a descortesia de falecer.

Como era ele? Sua cara? Sua voz? Como se vestia? Não fazia a mínima
ideia. Em 32 anos, nunca o viu. Para ser notado, o porteiro teve que
morrer. Se um dia no seu lugar estivesse uma girafa, cumprindo o rito,
pode ser que também ninguém desse por sua ausência. O hábito suja
os olhos e lhes baixa a voltagem. Mas há sempre o que ver. Gente,
coisas, bichos. E vemos? Não, não vemos.

Uma criança vê o que o adulto não vê. Tem olhos atentos e limpos
para o espetáculo do mundo. O poeta é capaz de ver pela primeira
vez o que, de tão visto, ninguém vê. Há pai que nunca viu o próprio
filho. Marido que nunca viu a própria mulher, isso existe às pampas.
Nossos olhos se gastam no dia a dia, opacos. É por aí que se instala
no coração o monstro da indiferença.
RESENDE, Otto Lara. Vista cansada. Folha de S. Paulo, 23 fev. 1992. Opinião,
p. 1-2. © by herdeiros de Otto Lara Resende
© Luciana Whitaker/Folhapress © by herdeiros de Otto Lara Resende

90 A rco Oc upacio nal T r a n s p o rt e O p e r a d o r de Empilhadeira 2


1. Do que trata o texto?

2. Por que você acha que o título do texto é “Vista cansada”?

3. Você acha que é comum as pessoas não se conhecerem, mesmo depois de convi-
verem por muito tempo, como no texto?

4. Reflita sobre como você tem agido ao conversar com sua família, amigos e
colegas. Costuma olhar as pessoas nos olhos? Fica atento à conversa? Costuma
ser gentil e solícito? Ou age com indiferença?

Operador de Empilhadeira 2 A rco O c u pac i on a l T r a n s p o rt e 91


5. Como você interpreta o trecho final do texto: “É por aí que se instala no coração
o monstro da indiferença”?

6. Em grupo, discutam quais atitudes todos devem ter no dia a dia, não apenas no
ambiente de trabalho.
7. Quantas vezes você ouviu falar ou teve de conviver com pessoas grosseiras que se
sentem superiores às demais? É horrível, não é mesmo? Em grupo, compartilhem
experiências nas quais vivenciaram ou presenciaram situações como essa. Depois,
listem as atitudes que, segundo o grupo, favorecem as boas relações, considerando
que no ambiente de trabalho várias pessoas convivem e o trabalho de uma depende
e interfere na atividade da outra. Ao final, compartilhem com o monitor e com a
classe a lista de atitudes que favorecem as boas relações elaborada pelo grupo.

92 A rco Oc upacio nal T r a n s p o rt e O p e r a d o r de Empilhadeira 2


Igualdade na diversidade
Todas as pessoas são diferentes umas das outras e essas
diferenças podem ser físicas, no modo de pensar, no
modo de agir, na idade, na orientação sexual. Há ainda
diferenças de classe social, de valores, crenças e religião,
entre muitas outras. Contudo, não podemos nos esque-
cer de que a única coisa que temos de semelhante é o fato Além de as pequenas regras de
civilidade ajudarem a manter o
de sermos diferentes. A diferença deve ser compreendida ambiente de trabalho equilibrado,
respeitar as diferenças e reconhecer
como algo positivo, não como um problema, pois a di- a todos como iguais é uma questão
de cidadania.
versidade nos fortalece e nos humaniza.

Gestos e expressões também


comunicam
Nossa forma de agir e de comunicar diz muito sobre nós.
É importante reconhecer que em diferentes contextos
nos comunicamos de diferentes formas, ou seja, quando
estamos em casa ou entre amigos, podemos ficar mais à
vontade no modo de nos vestir e a conversa também pode
ser informal. Por conta de nossa intimidade, podemos
utilizar gírias e, se for o caso, até fazer certas brincadeiras.
Bem diferente de quando estamos no trabalho ou em
outra situação formal, como em uma comemoração, um
casamento ou uma entrevista de trabalho.
Lembre-se de que não nos comunicamos apenas com pa-
lavras ditas ou escritas, que nossas expressões e gestos tam-
bém comunicam. Por isso, é importante estarmos atentos
a esses aspectos. Isso não quer dizer que não podemos ficar à
vontade ou sermos espontâneos, mas que temos de ter
cuidado para não constrangermos as pessoas a nossa volta.

Integração entre a linguagem verbal e a


linguagem não verbal
Na Unidade 7, falamos sobre as linguagens verbal e não
verbal. Agora vamos falar um pouco mais sobre como
essas duas formas de comunicação interagem.

Operador de Empilhadeira 2 A rco O c u pac i on a l T r a n s p o rt e 93


Pense em uma cena de novela ou de filme que você tenha visto. Certamente você ouviu
a fala dos personagens e, em alguns momentos, a música de fundo; viu o cenário, a
iluminação do ambiente, as vestimentas, a movimentação dos atores, seus gestos e suas
expressões. Todo esse conjunto contribuiu para que você, assim como todos os teles-
pectadores, atribuísse um significado à história e conseguisse dar sentido à cena.
Esse é um exemplo em que a linguagem verbal e a não verbal se integram, uma
influenciando a outra.

Atividade 4
U ma imagem vale mais do que mil palavras?

1. Observe com atenção a imagem a seguir.


© Bridgeman Images/Keystone

Jean-François Millet. As respigadeiras, 1857. Óleo sobre tela, 83,5 cm × 110 cm.

a) Qual é a sua impressão sobre a obra?

94 A rco Oc upacio nal T r a n s p o rt e O p e r a d o r de Empilhadeira 2


b) Quais são as cores que predominam nela?

c) O que se destaca na cena?

d) Agora, observe bem as vestimentas das mulheres. O


que essas roupas podem nos indicar?

e) Por que as mulheres que aparecem na obra estão


curvadas?

A leitura nos ajuda a aprimorar nossa


comunicação. Com ela podemos
experimentar sentimentos, sensações
e situações que jamais viveríamos na
realidade e esse conhecimento nos
torna melhores, amplia nosso
repertório cultural. Contudo, Paulo
Freire, educador brasileiro, lembra
que “a leitura do mundo precede a
leitura da palavra”.
Freire, Paulo. A importância do ato de ler:
em três artigos que se completam. 51. ed. São
Paulo: Cortez, 2011. p. 20.

Operador de Empilhadeira 2 A rco O c u pac i on a l T r a n s p o rt e 95


f) Respigar quer dizer catar os restos do que sobrou da colheita. No século XIX (19),
na França, camponesas dependiam dessa atividade para sobreviver. Essas mulhe-
res recebiam autorização para passar rapidamente, antes do pôr do sol, pelos
campos ceifados para recolher espigas que sobravam depois da colheita.
Essas informações mudaram sua primeira interpretação da obra? Por quê?

g) Segundo o dito popular, “uma imagem vale mais que mil palavras”. Você con-
corda com isso? A análise da obra lhe ajuda a responder a essa questão?

96 A rco Oc upacio nal T r a n s p o rt e O p e r a d o r de Empilhadeira 2


U n i d a d e 10
Revendo seus
conhecimentos
Com esta Unidade, chegamos ao fim do curso. Por isso, este é
um momento de balanço, de rever o que você aprendeu no
período em que se dedicou à formação básica de operador de
empilhadeira.
É importante que consiga identificar tudo o que aprendeu sobre
essa ocupação e que se sinta preparado para buscar uma vaga
no mercado de trabalho. Quando encontrá-la, você certamente
continuará construindo novas aprendizagens.
Mas, neste momento, queremos que você saiba com clareza o
quanto já aprendeu. Para isso, vamos retomar uma atividade do
início do curso (Unidade 2 do Caderno 1), em que você fez um
levantamento do que já sabia e do que ainda precisa desenvolver
na área de atuação do operador de empilhadeira. Agora é o
momento de atualizá-lo.

Atividade 1
R evisite seus conhecimentos

Lembre-se do início deste curso e liste o que aprendeu no de-


correr dele. Essa será a base para você fazer um novo currículo
e buscar uma vaga no mercado de trabalho. É também uma
maneira de identificar lacunas, ou seja, os aspectos que você
ainda não domina, e procurar novas formas de se aprimorar.
Você pode consultar diretamente o site da CBO, para ver com
detalhes os conhecimentos necessários à ocupação.
Depois de refletir, preencha a tabela a seguir.

Operador de Empilhadeira 2 A rco O c u pac i on a l T r a n s p o rt e 97


O que ainda preciso
O que já sabia fazer O que aprendi no curso
aprender

Analise a última coluna da tabela com atenção. Ainda há coisas que você considera
necessário aprender? Isso é normal e você não deve desanimar, pois o conhecimen-
to é um processo contínuo. Por mais que conheçamos algo, sempre há novas con-
cepções para aprendermos.
Agora, procure elaborar um planejamento das suas próximas ações para dar sequên-
cia à construção da sua formação e da sua carreira. Por exemplo:
• continuar a estudar;
• procurar novo curso de aperfeiçoamento na área;
• ler revistas ou livros especializados;
• procurar na internet mais informações sobre temas relacionados à ocupação de
operador de empilhadeira.

98 A rco Oc upacio nal T r a n s p o rt e O p e r a d o r de Empilhadeira 2


Atividade 2
P laneje seus próximos aprendizados

Nossos planejamentos devem ser revistos frequentemente para não se tornarem


ultrapassados. Ações e prazos precisam ser sempre atualizados. Neste momento,
você não precisa prever ações de difícil concretização. A formação que acaba de
realizar já é um trunfo para se candidatar às vagas nessa área.
Para fazer o seu planejamento, utilize a tabela a seguir. Você pode revê-lo de tempos
em tempos, para atualizar seu currículo e o próprio planejamento.

O que fazer Por quê Como Quando

Operador de Empilhadeira 2 A rco O c u pac i on a l T r a n s p o rt e 99


Prepare-se para o mercado de trabalho
Além de aprimorar seus conhecimentos, é importante
preparar-se para obter um lugar no mercado de trabalho.
Para iniciar a procura, você deve organizar seus documen-
tos e elaborar seu currículo.
Comece organizando seus documentos pessoais e aqueles
que comprovam sua escolaridade (diplomas e certificados
de cursos). Coloque-os em uma pasta, que você vai apre-
sentar nos locais onde procurar emprego. Ela deve conter:
• comprovação da sua escolaridade formal – diplomas;
• certificados de cursos que você fez, inclusive este;
• comprovação de suas experiências de trabalho, que
podem incluir registros informais, declarações e fotos;
• cartas de recomendação.
Para o currículo, você vai elaborar um resumo de tudo
o que já fez e tudo o que sabe fazer. Antigamente, os
currículos eram longos e com informações bastante de-
talhadas. Hoje, eles são mais objetivos e claros, por isso,
mais curtos. Vão direto ao ponto e, de preferência, res-
saltam os conhecimentos e as práticas relacionados à
ocupação ou ao cargo pretendido.
As informações indispensáveis em um currículo para
tornar sua apresentação mais adequada são:
• dados pessoais – nome, endereço, telefone e email;
• indicação de seu grau de escolaridade;
Nem sempre os anúncios de vagas • objetivo – a vaga em que você está interessado;
para operador de empilhadeira
especificam o salário inicial. A
maioria dos contratantes prefere • conhecimentos e práticas adequados ao trabalho
combiná-lo na entrevista de emprego.
Por isso, para saber a estimativa de pretendido;
salário inicial, o melhor é realizar uma
pesquisa em centros de distribuição,
supermercados, magazines, grandes • experiência profissional – os trabalhos que já teve.
lojas de departamentos e de
materiais de construção,
transportadoras, aeroportos, Relacione suas experiências em ordem cronológica inversa:
indústrias e fábricas de sua região.
Você também pode fazer uma do mais atual até o mais antigo. Se você não teve emprego
busca na internet ou solicitar
informação no sindicato. formal, escreva: “Principais experiências”.

100 A rco Oc upacio nal T r a n s p o rt e O p e r a d o r de Empilhadeira 2


Atividade 3
E labore seu currículo

1. Com base nas informações anteriores, crie uma pri-


meira versão de seu currículo, escrevendo os dados
principais.

2. Troque ideias com os colegas e com o monitor do


curso, verificando se há alguma mudança a fazer.
3. No laboratório de informática, digite e formate seu
currículo no computador, deixando-o com uma boa
apresentação e com as informações bem claras.
4. Não se esqueça de revisar seu currículo. É essencial
que não haja nenhum erro de ortografia, de concor- Você pode recordar como preparar
arquivos no computador voltando ao
dância, nem mesmo de digitação. Você pode pedir a Caderno do Trabalhador 3 –
Conteúdos Gerais – “ABC da
um colega ou mesmo ao monitor para checar a sua informática”.
Disponível em: <http://www.viarapida.sp.gov.br>.
revisão, isso é muito importante! Acesso em: 20 mar. 2015.

Operador de Empilhadeira 2 A rco O c u pac i on a l T r a n s p o rt e 101


Última etapa
A última etapa é a entrevista ou a seleção para o emprego que você pretende. Para
muitos, essa etapa causa certa ansiedade, outros a encaram como mais um desafio
ou obstáculo a transpor. É importante lembrar que, na entrevista, tanto o entrevis-
tador quanto o candidato ficam, de início, mais comedidos, mas, à medida que ela
vai transcorrendo, ambos vão se sentindo mais confortáveis.
Hoje em dia, os entrevistadores são mais acessíveis, demonstrando uma atitude mais
acolhedora, pois o mercado de trabalho tem apresentado maior demanda por pro-
fissionais qualificados. Quando você for selecionado para uma entrevista, procure
manter a calma e a autoconfiança. Se você foi chamado é porque, entre tantos outros,
seu currículo apresentou as qualificações de que a empresa precisa. No entanto,
outros candidatos também foram selecionados e será escolhido aquele que preencher
mais adequadamente as condições requeridas pela empresa e pelo posto de trabalho
oferecido.
Veja a seguir algumas dicas que os especialistas dão aos candidatos.
• Prepare-se para a entrevista planejando tudo antecipadamente, reunindo os do-
cumentos em uma pasta. Leve também uma cópia do currículo; o entrevistador
nem sempre tem uma consigo e pode solicitar a sua.
• Verifique o endereço e calcule o tempo para chegar ao local com antecedência
mínima de 15 minutos.
• Seja sincero e coerente com as informações que colocou no currículo, pois elas
sempre podem ser checadas.
• Exponha com clareza o que sabe fazer na área e, caso lhe perguntem, fale sobre
suas atitudes e seu jeito de ser.
• Mostre-se confiante com relação ao que sabe. Contudo, seja honesto se lhe for
perguntado sobre algum procedimento que não domina.
Chegamos ao fim deste curso de qualificação de operador de empilhadeira. Nele,
você teve a chance de aprimorar seus conhecimentos e de praticar algumas técnicas
específicas dessa ocupação.
Agora confie em você!
Boa sorte!

102 A rco Oc upacio nal T r a n s p o rt e O p e r a d o r de Empilhadeira 2


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via rápida emprego

Reconhecendo os códigos de cargas e demais


sinalizações
Rotinas de segurança do trabalho
Avarias, tecnologia, atacado e varejo
Comunicação e suas repercussões no trabalho
Revendo seus conhecimentos

www.viarapida.sp.gov.br

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