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MARISA JAPUR *.
ANDRÉ JACQUEMIN"·
1. Introdução
• Parte dessa pesquisa. foi subvencionad~ pela Fapesp e pela Capes, através da concessão
de bolsas de' estudo. (Artigo apresentado à Redação em 8.6.83.)
** Do Departamento de Psicologia e Educação da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras
de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo. {Endereço da autora: Rua Piracicaba,
1.332 - 14.100 - Ribeirão Preto, SP.)
*** Do Departamento de Psicologia e Educação da Faculdade de Filosofia, Ciências e
Letras de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo.
2. Metodologia
2.1 Amostra
1 O nível intelectual dos sujeitos foi determinado através do Teste das Matrizes Progressi-
vas de Raven (1961), Escala Geral, aplicado individualmente e. avaliado segundo padroni.
zação argentina: tabela VII - Niíios - Forma individual (Baremo Mendoza).
2 O nível s6cio-econômico foi determinado pelo Status profissional dos pais segundo a
escala de Hutchinson (1960), modificada por Gouveia (1965) .
3. Resultados
:; Estamos cientes dos limites impostos às comparaçôes com os reruÍtad~s de' Adrad?~.
(1976), devido às diferenças das amostras.
Psicodiagitóstico de Rorschach
Assim, tomando-se em cada uma delas os grupos masculino e feminino
como um todo, observamos que aos 11 e 13 anos predominam sujeitos com
TRI extratensivo, seguido pelos tipos coartado e introversivo. Esses resultados
indicam que nessas idades predomina uma afetividade mais voltada para o
mundo exterior, caracterizada por relações superficiais e pouco estáveis, com
predomínio de interesses basicamente dirigidos para fora.
A idade de 12 anos apresenta resultados que diferem estatisticamente dos
11 e 13 anos, quanto a esse fator. Observamos uma predominância de sujeitos
com TRI coartado, seguido pelos tipos extratensivo e introversivo. Esses resul-
tados indicam que a tendência predominante nessa idade é no sentido de rea-
girem de modo essencialmente formal, inibindo a exteriorização da afetivi-
dade, bloqueando a imaginação, caracterizando relações afetivas bastante
limitadas.
Jacquemin (1976) relata uma predominância do TRI coartado durante
toda a infância, que tende a diminuir com a idade, mas ainda aparece como
o mais presente aos 10 anos. Em contrapartida, tende a aumentar com a idade
o tipo introversivo, enquanto mantém-se ao longo do período a percentagem
de sujeitos extratensivos e ambiguais. Como característica grupal, aparece com
o desenvolvimento uma tendência à maior abertura afetiva, dirigida mais para
as vivências internas.
Nossos resultados apontam a idade de 11 anos como sinalizadora de uma
marcada alteração nesse processo, sugerindo o início de uma nova fase em
que o voltar-se para fora de si e a busca de ampliação das relações caracteriza
quase 60% do grupo. Contudo, aos 12 anos, observamos um retrocesso na
tendência geral do grupo, em relação a esse processo de abertura para o mundo
exterior, onde quase 50% do grupo apresentam um padrão vivencial à seme-
lhança do que predomina durante a infância, sugerindo uma necessidade de
restringir-se, talvez como forma de elaborar as experiências trazidas no mundo
exterior na fase anterior. Os 13 anos caracterizam-se por uma nova volta para
a realidade externa, onde mais de 50% do grupo buscam ampliar suas vivên-
cias orientadas para o mundo circundante.
Esse processo de abertura para a realidade exterior, indicando o início
de um novo período, trazendo consigo o refluxo característico de todo avanço
no desenvolvimento, parece processar-se lentamente e acompanhar todo o pe-
ríodo da adolescência. De fato, Adrados (1976) encontrou entre os 14 e 18
anos um marcado predomínio do TRI extratensivo, sugerindo que ao longo
da adolescência será mantida essa tendência, já observada nos anos da pré-
adolescência, de voltar-se para o mundo exterior.
Apresentamos na tabela 2 os resultados relativos à Fórmula Complementar
do TRI.
Pela análise estatística desses resultados, não constatamos diferenças sig-
nificativas quanto ao sexo em nenhuma das idades.
Aos 11 anos observamos uma predominância de sujeitos do tipo extra-
tensivo, seguido dos tipos coartado e introversivo. Esses resultados diferem
estatisticamente dos 12 anos, onde predominam sujeitos do tipo coartado, se-
guido pelos tipos introversivo e extratensivo. A idade de 13 anos não difere
significativamente dos 11 e 12 anos; nela observamos uma predominância do
tipo. coartado, seguido pelos tipos extratensivo e introversivo em proporções
muito próximas.
Coartados 40 33 37 43 40 42 47 37 42 40
Introversivos 13 30 22 30 40 35 33 23 28 28
Extratensivos 33 37 40 23 13 18 20 37 29 29
Ambiguais 3 1 3 7 5 3 1 2
Tabela 3
Percentagem de sujeitos em cada subgrupo e no grupo total, em função da comparação
entre o TRI e a Fórmula Complementar
Divergentes 74 55 65 74 76 75 86 68 77 72
Não-divergentes 26 45 35 26 24 25 14 32 23 28
Tabela 4
< 30% 33 40 37 60 40 50 40 47 44 44
30% a 40% 47 30 38 33 37 35 33 30 28 33
> 40% 20 30 25 7 23 15 27 23 28 23
Obs.: cabe considerar que, para o estabelecimento desse índice, não incluímos os sujeitos
que apresentaram no TRI o tipo coartado, uma vez que, não havendo o correspondente
• deste tipo na 3." F6rmula, todos eles apresentaram divergência quando comparados. E nesse
caso, não nos parece indicadQ chamàr essa divergência de conflito, na medida em que não
há a conotação de desacordo implicada nesse termo. Parece-nos sim que essa divergência
tr~ um outro sentido - o da ampliação das possibilidades vivenciais quando numa situação
maIS estruturada.
4. Conclusão
Anexo 1
Valores do x 2 em função da comparação do sexo e idade, para algumas variáveis do
Psicodiagnóstico de Rorschach, calculados a partir da distribuição dos sujeitos em categorias
Grupol
M l1 X Fui M12 X FI21 M llI X F13 lIA X 12AIIIA X 13Aj 12A X 13A
Fórmula
Complementar 1,16 1,60 3,34 7,86* 1,88 2,70
TRI X Fórmula
Complementar 0,06 0,24 0,26 0,83 1,62 0,12
Referências bibliognUieas
Adrados, I. Rorschach na adolescência normal e patológica. Petrópolis, Vozes, 1976.
Anzieu, D. Les méthodes projectives. Paris, Presses Universitaires de France, 1960.
Hutchinson, B. et alii. Mobilidade e trabalho. Rio de Janeiro, Centro de Pesquisas Edu-
cacionais, 1960.
Jacquemin, A. O Teste de Rorschach em crianças brasileiras. São Paulo, Vetor, 1976.
Klopfer, B. & Kelley, D. Tecnica dei Psicodiagnóstico de Rorschach. Trad. D. Carnelli.
2. ed. Buenos Aires, Paidós, 1972.
Raven, J. C. Test de Matrices Progresivas. Escala Geral. Trad. J. Bernstein. 4. ed. Buenos
Aires, Paidós, 1961.
Rorschach, H. Psicodiagn6stico. Trad. M. S. de V. Amaral. São Paulo, Mestre Jou, 1967.
Traubenberg, N. R. A prática do Rorschach. Trad. A. Cabral. São Paulo, Cultrix, 1970.
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