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MANIFESTO JUDEU MESSIÂNICO

Produzido pela Comunidade Zera Tov


Manifesto Judeu Messiânico – 2a Edição Janeiro 2006

PREFÁCIO

Este manifesto é dirigido, primordialmente, aos judeus-messiânicos e apresenta


elementos de ideologia e teologia, alḿ de um programa, num chamado à ação. Espero,
contudo, que seja também informativo para outras pessoas, sejam elas favoráveis,
contrárias ao nosso movimento ou apenas curiosas.

A maioria de seus fatos e ideias é de domínio público, mas a aparesentação, as ênfases e


conclusões são minhas. Não espero concordância total nem dos amigos, tampouco dos
detratores do movimento. Mas não é preciso estar de acordo com um livro para
considerá-lo útil. Se os leitores me transmitirem suas críticas, talvez em uma edição futura
eu seja capaz de melhorar o que escrevi.

Conjuguei o Apêndice com partes do Capítulos III, IV e V, formando um livro condensado,


intitulado Restoring the Jewishness of the Gospel (Restaurando o Judaísmo do
Evangelho), destinado, em especial, aos cristãos-gentios. É sua finalidade apresentar
algumas das ideias deste livro de forma abreviada. Quem tiver lido o Manifesto não
precisa ler o Restoring. Quem ler o Restoring e ainda tiver dúvidas e quiser explorar mais
profundamente as questões ou compreender melhor o meu ponto de vista deve ler o
Manifesto. O Apêndice contém um quadro que expõe, de forma munuciosa, a relação
entre os dois livros.

Entre as muitas pessoas que contribuíram para os meus critérios, desejo reconhcer
explicitamente a ajuda e amizade de quatro judeus-messiânicos israelenses: Joseph
Shulam, fundador da organização e congregação “Netivyah” de Jerusalém. Shira e Ari
Sorko-Ram, de cuja congregação fizemos parte quando vivíamos em Ramat-HaSharon; e,
acima de todos, Martha Stern, minha mulher – Eshet chayil ani matzati! Mas só eu sou
responsável pelo conteúdo do livro.

David H. Stern
78 Manaht
96901 Jerusalém
Israel

5 Iyar 5748 ( 21 de abril de 1988)


40o Aniversário do Estado de Israel
CAPÍTULO I

DESTINO

A – A Alta Vocação de Deus

A finalidade do povo judaico é louvar, agradecer, confessar, obedecer e tornar conhecido


o Deus vivo. Nas palavras de Isaías, ser a luz das nações 1. Mas o povo judaico jamais
será a luz das nações se não der relevo àquele que é a luz do mundo 2.

O objetivo da Comunidade Messiãnica de Deus (que os gentios-cristãos chamam de


Igreja) é louvar, agradecer, confessar, obedecer e tornar conhecido o Deus vivo. Nas
palavras de Yeshua, “fazer discípulos de todas as nações 3” para que, por seu intermédio,
se aproximem os que se acham afastados da comunidade de Israel 4. Mas a Igreja nunca
aproximará os outros de Israel se não vivenciar, expressar e saborear seu íntimo
envolvimento com o povo judaico; e o conflito Igreja-Sinagoga não a preparou para isso.

O tema central deste livro é: sem o judaísmo-messiânico – o judaísmo que aceita Yeshua
(Jesus) como o Messias – tanto o povo judaico como a Igreja deixarão de atingir suas
verdadeiras e gloriosas metas.

A ideia não é nova. Na verdade, ela tem dois mil anos de existência; mas há séculos sua
expressão social permanece adormecida. Nos últimos vinte anos, porém, uma
constelação singular de fatores sociais, históricos, políticos, teológicos e espirituais
trouxeram vida nova ao movimento judeu-messiânico e, como resultado, ele vem atraindo
a atenção de diversos setores. Confio em que a comunidade judeu-messiânica será o
veículo da cura do pior cisma da história mundial, a saber, a cisão entre cristãos e judeus,
ajudando ao mesmo tempo a ambos no cumprimento do seu chamado divino.

Os dois parágrafos acima não são simples retórica, conforme pensariam alguns, pois dos
cinco bilhões de pessoas que povoam o mundo, mais de um bilhão intitulam-se cristãos
com uma história de dois mil anos; e cerca de quinze milhões de judeu têm uma história
de quatro mil anos. Será possível que cem mil judeus-messiânicos, lutando para criar um
movimento a partir, praticamente, do nada, venham a se tornar o veículo para dissipar as
contradições, as discórdias, as diferenças, os ódios, as violências, os desentendimentos e
as recusas de comunhão que entrevaram as relações entre os dois ramos separados do
novo povo de Deus? É possível e acontecerá.

Por quê? Porque Deus fará com que aconteça: assim disse o Senhor na Escritura, que
consiste na Bíblia hebraica e no Novo Testamento. Deus, por meio da Nova Aliança
instituída por Yeshua, o Messias judeu, com a casa de Israel e a casa de Judá, gravará a
Torah no coração dos judeus; a Igreja obedecerá ao seu mandato para proclamar o
Evangelho pelo mundo inteiro; a totalidade dos gentios entrará e todo Israel será salvo 5.

1 Isaías 49,5
2 Yochanan (João) 8,12
3 Mattityahu (Mateus) 28,18-20
4 Efésios 2,11-22
5 Jeremias 31,30-35; Mattityahu (Mateus) 28,18-20,24,14; Romanos 1,25-26s.
Assim, o destino do judaísmo-messiânico é viver o fato de ser, ao mesmo tempo, 100%
messiânico e 100% judaico, rejeitando o “um ou outro” exigido por muitos cristãos e
judeus e, por meio de sua própria existência e auto-expressão, acarretando a
reconciliação6. Eventulamente, isto se centralizará em Israel, a terra que Deus prometeu
ao povo judeu. O movimento proporcionará a matriz do crescimento do judaísmo e do
verdadeiro cristianismo para auxiliar a ambos no cumprimento dos seus justos objetivos.
Será um meio de evangelizar o povo judaico como corporação, como povo.

Mas esta vitória do judaísmo-messiânico – que será a vtiória de todos, não apenas dos
judeus-messiânicos – não se deverá ao nosso poder ou número, pois somos bem poucos;
mas, de um lado, porque o judaísmo-messiânico é certo, uma ideia que floresceu quando
chegou o seu tempo, uma solução radical que é a coisa mais natural do mundo e, de
outro lado, porque com Deus todas as coisas são possíveis.

Para promover esta vitória universal, os objetivos deste livro vão fortalecer o compromisso
pessoal com Deus e seu Messias, esclarecer o que é a identidade judeu-messiânica,
sugerir tarefas na construção da comunidade judeu-messiânica, apresentar aspectos do
Evangelho aos judeu à maneira judaica, instruir alguns aspectos esquecidos do
evangelismo judaico, incrementar a percepção do judaísmo na fé neotestamentária e
facilitar a tolerância e o incremento da comunidade judeu-messiânica pelos gentios-
cristãos, pelos judeus não-messiânicos e pelo restante do mundo.

B – Plano do Livro

1 – A quem se destina

Quando eu disse ao rabino da sinagoga por mim frequentada desde pequeno que era um
judeu-messiânico, ele replicou que eu estava tentando me sentar no espaço entre duas
cadeias – o vácuo! De certo modo, este livro é uma resposta a isso, embora não dirigida
primordilamente a ele ou aos judeus não-messiânicos em geral. À exceção do Apêndica,
seu público também não são os cristãos-gentios, muito dos quais têm as suas dúvidas
com relação ao judaísmo messiãnico. Mas ambos são convidados, assim como os gentios
não-cristãos, a ler este livro juntamente com os judeus-messiânicos. Para os que lerem,
ele pretende ser um grito de convocação, galvanizando as tropas e conduzindo-as à ação.

2 – A visão de conjunto

Contudo, ainda nem sequer definimos o judaísmo-messiânico ou justificamos seu direito à


existência; isto será feito no Capítulo II. No Capítulo III, examinaremos a história judaica,
cristã, judeu-messiânica e a filosofia da própria história a fim de demonstrar por que o
judaísmo-messiânico deveria ter e, de fato, tem o papel central para ele reclamado.

Os dois capítulos seguintes tratam de teologia. O Capítulo IV é dedicado às questões


preliminares e as outras questões importantes que o judaísmo messiãnico deve abordar,
enquanto o Capítulo V, o mais longo d livro, trata da questão-chave não solucionada entre
judaísmo e cristianismo, ou seja, o papel da Torah (“a Lei”) em relação à Nova Aliança.

O Capítulo VI trata da santidade, fundamental para qualquer visão ou programa do


judaísmo-messiânico. No capítulo VII, após uma apreciação da posição atual do
judaísmo-messiânico, traçarei em grandes linhas um programa para o nosso movimento.

6 Ver Capítulo III, seção G, referente às relações judeu-cristãs, especialmente a seção G-8.
Finalmente, no Apêndice, preço aos cristãos-gentios que façam o possível para ajudarem
a restaurar o judaísmo do Evangelho7.

C – Desafios
O movimento judeu-messiânico está ganhando terreno, mas o tempo passa. Vários dos
nossos pioneiros faleceram sem ter vislumbrado a realização do seu objetivo e muitos
outros irão para o Senhor sem terem visto todo o Israel salvo e a Igreja apreciando o que
significa estar inserido em raízes judaicas e agindo de acordo. Mas aqueles que
trabalham para esta meta terão a satisfação de saber que participaram daquilo que Deus
considera a cura mais importante do mundo. Avante! Ser judeu-messiânico é, certamente,
a maneira mais emocionante de ser judeu!

Para que os gentios-cristãos não pensem que eu julgo terem os judeus-messiânicos


status mais elevado que o deles no Reino do Céu, quero dizer, logo, de saída, que todos
os seguidores de Yeshua são iguais. Sua salvação é idêntica, devida somente à graça de
Deus que concede o perdão efetivo por meio do nosso Messias. Se algo dito, neste livro,
aparentemente sugerir o contrário, deverá ser entendido à luz desta afirmação. Veremos
que há muita coisa que os gentios-cristão podem fazer para incrementar o movimento
judeu-messiânico e incentivamos e solicitamos tal ajuda de nossos caros irmãos gentios
no Messias.

Contudo, em última análise, o judaísmo-messiânico depende dos judeus, porque um


judeu-messiânico é um judeu que acredita em Yeshua. O evento operativo que aciona o
judaísmo-messiânico é, portanto, mais judeus ingressando na fé messiânica. Mas, para
que isto aconteça, o judaísmo-messiânico deve levar a sério o que o judaísmo não-
messiânico e a comunidade judaica organizada afirmam a respeito do que significa ser
judeu.

Finalmente, aqueles que não são nem judeus, nem cristãos estão convidados a
considerar a verdade do que é dito aqui e entregar sua vida a sua vida ao Deus de
Abraão, Isaac e Jacó por meio de Yeshua – o Messias – Jesus Cristo.;

D – Manifesto

O que é um manifesto? A palavra origina-se do latim manifestus, composta de manus


(“mão”) e festus, que tem raiz mais antiga fen (“golpear”) e relaciona-se com as palavras
“defender”, “ofender” e “infestar”. Manifestus significa “palpável, claro, óbvio, aparente,
evidente”. Golpear com a mão torna palpável (literalmente!) a presença de uma pessoa,
óbvia, evidente, manifesta. O Webster’s Third International Dictionary define “manifesto”
como: “Capaz de ser pronta e imediatamente percebido … não oculto ou escondido …
Capaz de ser facilmente compreendido ou reconhecido pela mente, não obscuro, óbvio”.
O dicionário define “manifesto” como: “Uma declaração pública de intenções, motivos, ou
pontos de vista; uma declaração pública de política ou opinião”.

Chamei este livro de manifesto porque estou expondo uma ideologia e um programa que,
segundo espero, será prontamente percebido, facilmente compreendido pela mente,
palpável, claro, simples e óbvio; sem elementos ocultos ou obscuros. Mas trata-se de um
tipo especial de manifesto. O mais famoso documento do mundo com esta forma literária
é o Manifesto Comunista de Karl Marx e Friedrich Engels; a história do século vinte seria
7 Conjuguei o Apêndice com partes dos Capítulos III, IV e V, formando um livro destinado primordialmente aos
gentios cristãos, intitulado Restoring the Jewishness of the Gospel. Para – obter detalhes ver Apêndice, seção A e a
nota 2.
impensável sem ele. O mais conhecido dos manifestos judaicos é O Estado Judaico, de
Theodor Herlz, no qual o jornalista austríaco expõe suas ideias relativas à solução sdo
“problema judaico”, recriando uma pátria para os judeus. Estes homens, contudo, não
tentaram ajustar suas idéias à Palavra de Deus e reivindico isto para mim. Este manifesto
inclui, portanto, não apenas ideologia e programa, como também teologia. Quero
convocar tropas, mas somente no âmbito da verdade manifestada por Deus.

Talvez o leitor se pergunte com que autoridade escrevo um livro intitulado Manifesto
judeu-messiânico. A resposta é: nenhuma. Nenhuma instituição ou grupo me nomeou seu
porta-voz. Digo apenas o seguinte: sou judeu, sou messiânico e tenho alguma instrução
cristã, judaica e acadêmica, meditei sobre a questão e, há muitos anos, desejo escrever
este livro. Já que não tenho seguidores organizados mesmo entre os judeus-messiânicos,
escolhi cuidadosamente o meu título: Manifesto judeu-messiânico, sem o artigo definido,
pois o “o” implicaria em uma qualidade oficial.

Da mesma forma, uma vez que escrevo por conta própria, uso, com frequência, a primeira
pessoa do singular (“Penso...”) onde outros esolheriam locuções diversas (“É bem sabido
que...” “Vemos assim...”) para evitar a aparência de autoridade magisterial. E não
reivindicando orginalidade. Muitos dos meus fatos e ideias serão encontrados em Jewish
Roots8 (Raízes Judaicas), de Daniel Jsuter, descrito com razão como “a primeira teologia
abrangente do judaísmo-messiânico”, e nos livros de John Fischer 9, Arnold
Fruchtenbaum10, Jacob Jocz11 e outros. Se fiz algo de original, foi escrever com a
finalidade de estimular a ação relativa às metas do nosso movimento. Mas a originalidade
é menos importante para mim do que prestar uma contribuição sistemática a um debate
em andamento.

E – ECOS

Em 1848, Marx e Engels iniciaram seu manifesto que abalaria o mundo com as palavras:
“Um espectro ronda a Europa – o espectro do comunismo”.

Hoje, outro tipo de espectro está “rondando” a cristantande e a comunidade judaica, o


espectro do judaísmo-messiânico. Muitas igrejas e denominações cristãs sentem-se
ofendidas por quem se esforça para levar o povo judeu ao conhecimento do Messias
judeu e à verdade do Novo Testamento. Outros cristãos supõem, erroneamente, que os
judeus-messiânicos advogam doutrinas desligadas da Escritura ou se empenham em
“judaizar” ou buscam se separar dos demais membros do Corpo de Messias. Por outro
lado, a comunidade judaica – que no passado podia ignorar, rejeitar ou condenar os
judeus que se “convertiam ao cristianismo 12” - é cada vez mais solicitada a enfrentar com
sinceridade os supostos enganos e ameaças representadas pelos judeus messiânicos.

Assim, o judaísmo-messiânico é cada vez mais reconhecido como uma força social,
ideológica e teológica a ser enfrentada. Chegou a hora, portanto, de colocar diante dos
vários públicos – gentios-cristãos, judeus-tradicionais e seculares, judeus-messiânicos e
“o resto do mundo” (gentios não-cristãos) – um quadro abrangente do que constitui o

8 Daniel Juster, Jewish Roots (Pacific Palisades, Califórnia: Davar Publishing Co., 1986).
9 John Fischer, The Olive Tree Connection (Downers Grove, Illinois: Inter Varsity Press, 1983).
10 Arnold Fruchtenbaum, Hebrew Christianity: Its Theology, History And Philosophy (Washington, D.C.: Canon
Press, 1974)
11 Jacob Jocz, The Jewish People and Jesus Christ (Londres: S.P.C.K., 1962).
12 Ver Apêndice, nota 5.
judaísmo-messiânico e para onde le se encaminha a fim de substituir as falsas imagens
atualmente apresentadas no mercado de opiniões 13.

Mas, parafraseando Herzl14, se o programa teológico-ideológico esboçado neste livro vai


ou não motivar ação dependerá dos judeus-messiânicos. Se a atual geração for
demasiado indiferente para aprendê-lo de modo correto, uma geração futura, melhor e
mais alerta, se erguerá para compreendê-lo. Os judeus-messiânicos que o tenham,
reavivando a salvação dos judeus e realizando a Grande Missão da Igreja, serão
recompensados pela coroa da glória e a merecerão 15.

13 Estes dois parágrafos têm como modelo a passagem inicial de “O Manifesto Comunista”, de Karl Marx e Friedrich
Engels (1884) em Great Political Thinkers: Plato to the Present, de William Ebestein (Rinehart & Co., 1951) pp.
669-686.
14 Comparar este parágrafo com o último parágrafo do Prefácio de Theodor Herlz, The Jewish State (1985) (Londres:
H Pordes, 6a Edição, 1972) p. 9.
15 A escolha das palavras de Herlz, que pedi de empréstimo, exige uma nota teológica: “A coroa da eterna glória” que
“eles merecerão” não é a salvação, produto da chesed de Deus (“amor, graça”), que ninguém merece, e sim uma
recompensa como as promessas do Novo Testamento para as boas obras dos crentes (Efésios 2,8-10; 1 Coríntios
3,8-15, 1 Kefa (1 Pedro) 5,4).
CAPÍTULO II

IDENTIDADE

A – POR QUE O JUDAÍSMO-MESSIÂNICO?

1 – A construção de um caso

Por que existiria um movimento judeu-messiânico? Que necessidade existe de uma


identidade judeu-messiânica? Embora não construa totalmente o caso, desejo esboçar
argumentos a favor do judaísmo-messiânico.

As quatro primeiras razões apoiam a ideia de que o judaísmo-messiânico é necessário à


luz da Escritura.

* O conceito de integridade cultural segundo Sha’ul (Paulo), que diz que o evangelho não
nega as culturas, mas age por seu intermédio, só pode expressar-se em relação ao povo
judaico por meio do judaísmo-messiânico.

* O judaísmo-messiânico está implícito em qualquer teologia correta dos judeus, que são
únicos entre as nações, são o povo escolhido de Deus.

* O judaísmo-messiânico é necessario para que os gentios-cristãos tenham todo o


conselho de Deus.

* Somente o judaísmo-messiânico é capaz de proporcionar a estrutura comunal, teológica


e ideológica na qual o atual judaísmo não-messiânico é útil para se alcançar
determinados objetivos legítimos indicados na Escritura.

* Proporcionando um ambiente judaico para a fé messiânica, o judaísmo-messiânico é útil


para evangalizar os judeus.

* É útil para enfocar a atenção da Igreja do povo judaico de modo que os gentios-cristãos
apreciam suas raízes judaicas e tenham uma correta compreensão da tradição judaica.

* É útil para o ministério junto aos judeus que aceitaram Yeshua como o Messias.

* Será um testemunho para o mundo: o efeito curador do amor de Deus sobre as relações
judeu-cristãs expresso por meio do judaísmo-messiânico falará aos gentios nãos-cristãos.

Além de constituir um caso, precisamos construir um modelo positivo de quem somos e


de quem deveríamos ser. Este modelo positivo não é totalmente abstrato. Temos uma
história passada e uma comunidade presente 16, assim como um glorioso futuro. Temos
Yeshua como o nosso perfeito exemplo. E temos uma relação permanente com Deus,
como perfeito exemplo. E temos uma relação permanente com Deus, como indivíduos,
como judeus e como membros dpo Corpo do messias. Esta relação é estruturada pela
sua Palavra; e esta Palavra, a Bíblia, é um dom, não sujeito aos desejos de judeus ou

16
cristãos que preferem nos definir de modo diverso. Nossa história, nossa comunidade,
nosso futuro, o exemplo do Messias e a Palavra de Deus moldam a nossa identidade.

2 – Oposição judaica

Mas existe também oposição. Alguns elementos da comunidade judaica haveriam de


preferir, com certeza, que não existissemos como movimento. Uma vez que existimos,
procuram nos excluir de sua companhia e, às vezes, até mesmo de seu consciente.
Alguns se recusam a nos reconhecer como judeus, na verdade, trata-se de uma atitude
comum, que lembra a do avestruz. Ou então podemos ser considerados judeus, porém,
maus judeus. Em tais condições, nós nos sentimos, naturalmente, pressionados a provar
que o nosso judaísmo é real e autêntico e que temos o direito de ser incluídos. Contudo,
estarmos incluídos e sermos aceitos entre os nossos irmãos de sangue não pode ser o
nosso principal objetivo. Somente conhcecer, agir de acordo e comunicar a verdade e o
amor de Deus preencherá este papel.

3 – Oposição/cristã-gentia

Os gentios-cristãos nos sujeitam, às vezes, a dois tipos de tratamento opostos e ambos


insastifatórios. Há igrejas que tentam nos assimilar às maneiras dos gentios, negando-nos
o direito de expressar o nosso judaísmo; isto é feito, muitas vezes, sob a flâmula de
eliminar “o muro divisório” entre os judeus e os gentios, que foi destruído por Yeshua, o
Messias17. Outras igrejas nos consideram ultra-especiais, seja como elementos estranhos,
não totalmente cristãos, ou como supercristãos duplamente abençoados. No último caso,
somos colocados em destaque, solicitados a prestar “testemunho” com frequência, e
qualquer questão relativa ao Antigo Testamento é imediatamente entregue aos “nossos
cristãos-judeus”. Em suma, nós nos tornamos o símbolo judaico da igreja, Em ambos os
casos, o nosso judaísmo se torna uma causa célèbre e – o que mais importa aqui – é
definido a nos desumanizar, tornando-nos objetos de outras pessoas, em vez de pessoas
independentes.

Há membros da Igreja que são de opinião de que o judaísmo messiânico é um erro. Aqui
vão seis razões que me foram apresentadas, juntamente com as minhas refutações.

A – Separatismo: reconstruir o “Muro divisório do meio”

O judaísmo-messiânico é uma forma de separatismo dentro do Corpo, excluído por


versículo como Gálatas 3,28 (“Não há judeus, nem gregos”, comparar com Colossenses
3,11) e Efésios 2,14 (Yeshua “destruiu o muro de inimizada que separava” judeu e
gentio).

Os versículos citados significam que indivíduos judeus e gentios são iguais diante de
Deus com respeito à salvação do pecado, assim como homens e mulheres são iguais.
Contudo, homens e mulheres existem, assim como existem judeus e gentios. Cada qual
tem as suas funções, regras e promessas na economia divina 18.

B – Não mais judeu, e sim cristão

O judeu que aceita Yeshua já não é judeu, e sim cristão e deveria retirar a ênfase de suas
origens judaicas.

17
18
Os judeus que acreditam no Novo Testamento como Sha’ul (Paulo) e Kefa (Pedro)
continuaram a reconhecer e praticar o seu judaísmo 19. Ademais, o Novo Testamento não
indica que os crentes jamais tivessem chamado os judeus-messiânicos de “cristãos” 20.

C – Orgulho da judaicidade, comparação invejosa com os crentes gentios

Os judeus-messiânicos talvez tenham orgulho indevido pelo fato de serem membros


natos e renascidos do povo de Deus; consideram os cristãos gentios como cidadãos de
segunda classe do Reino de Deus, e se empenham naquilo que Moishe Rosen, líder dos
judeus pró Jesus, chama de “etnolatria” (culto idólatra do seu próprio povo).

O orgulho é, na verdade, um pecado, embora não seja exclusividade dos judeus-


messiânicos. Devemos estar sempre vigilantes contra ele, mas o risco não constitui razão
para se rejeitar o judaísmo-messiânico.

D – Superênfase excessiva no judaísmo

O judaísmo-messiânico enfatiza em excesso o judaísmo às expensas da verdade e da


prática neotestamentária, tornando-se assim uma forma de cristianismo retrógrada e
herética, como a dos ebionitas21.

A genuína heresia deve ser evitada, mas o perigo é pequeno. Contudo, na Diáspora, onde
o judeu é sempre pressionado no sentido de manter o seu judaísmo numa sociedade de
gentios, os judeus-messiânicos correm o risco de permitir que o judaísmo substitua
Yeshua como foco na vida congregacional. Este pergio é bastante amenizado em Israel,
uma vez que ali o judaísmo é aceito sem discussão. Falaremos mais a respeito no
Capítulo VII.

E – Judaizar

O judaísmo-messiânico sanciona o judaizar, que é uma heresia.

Errado. Judaizar significa solicitar aos gentios que vivam ou se portem como judeus (vide
Gálatas 2,11-15); a heresia está em insistir em que não se salvarão, a menos que o
façam. Mas incentivar os judeus a viverem como judeus não é judaizar. Como poderia sê-
lo? Lembrem-se de que Sha’ul não ensinou os judeus a deixarem de circuncidar seus
filhos ou a abandonar a Torah22.

F – Artifical, não natural

O judaísmo-messiânico é artificial, não verdadeiramente natural, exceto, possivelmente,


no Estado de Israel.

Este argumento só poderia ter surgido na Diáspora judaica e é uma variação do


argumento do argumento do separatismo. Mas Deus, que tem a intenção de preservar os
judeus, parece tê-lo feito, em parte, levando-os a conservar religião e costumes
separados dos das culturas gentias nas quais viveram.

19
20
21
22
Não é preciso que a cultura majoritária seja judaica para que o judaísmo-messiânico seja
natural, uma vez que a existência normal para os judeus da Diáspora é uma subcultura. O
fato de a subcultura não prevalecer não faz com que ela seja menos real. Assim, a forma
judaica de fé messiânica surge numa subcultura da Diáspora judaica é natural.

Mas concordo que o terreno mais natural do mundo para o judaísmo-messiãnico lançar
raízes é Israel. Voltaremos ao assunto no último capítulo.

B – “JUDEU-MESSIÂNICO” - DEFINIÇÕES

1 – Quem é judeu?

Definir “judeu-messiânico” não é fácil. Quem quer que conheça o estado de Israel sabe
que a pergunta “Quem é judeu?” surge constantemente na vida político-religiosa do país 23
e, em tópico algum, o velho ditado é mais verdadeiro: “Dois judeus, três opiniões”.

Segundo a halakhah (lei religiosa judaica)24, judeu é a pessoa nascida de mãe judia ou
convertida ao judaísmo. Uma questão corrente em Israel gira em torno de quem tem
autoridade para realizar conversões reconhecidas pelo Estado secular. O rabinato
ortodoxo alega que somente os rabinos ortodoxos podem fazê-lo, enquanto os
movimentos Conservador e Reformado reivindicam, naturalmente, o privilégio também
para os seus rabinos..

Entretanto, é opinião geralmente aceita que a Bíblia situa geneticamente a judaicidade


pelo pai. Segundo esta teoria, a judaicidade passou a ser delineada pela mãe, em tempos
de agitação histórica, quando as mulheres judias eram vendidas como concunbinas aos
gentios no caso de haver dúvida quanto a ser ou não judeu o pai da criança. Contudo,
pode-se argumentar que, mesmo na Bíblia, a judaicidade depende da mãe 25. Parte do
movimento da reforma cortou o nó górdio, aceitando como judeu qualquer pessoa que
tenha um dos genitores judeu.

Conforme acontece com a maioria das definições, surgem dificuldades marginais. Por
exemplo: fiz uma palestra, um dia, na Igreja Pentecostal Holiness de Oklahoma. Mais
tarde, uma senhora se aproximou para partilhar o que considerava uma interessante
observação a respeito de si mesma: a mãe de sua mãe fora “judia” antes de se “converter
ao cristianismo”. A aparência, linguagem e outras características sociais da senhora eram
as memas das senhoras gentias-cristãs que a rodeavam; mas a halakhah diz que a neta é
judia seja qual for a sua aparência ou maneira de falar.

David Ben Gurion, o primeiro Ministro de Israel, dizia que judeu é qualquer um que, tendo
em vista as agruras suportadas pelos judeus mostra-se disposto a denominar-se judeu.
Este gracejo demonstra que há fatores além do parentesco capazes de ajudar a identificar
o judaísmo: nacionalidade, etnia, cultura, sociologia, religião, história.

Aponta ainda para o lado subjetivo de ser judeu, reconhecendo a própria judaicidade em
lugar de negá-la ou ignorá-la. Devemos chamar judeu qualquer um cujos pais sejam
judeus? Ou o termo só se deve aplicar àqueles que reconhecem, de certo modo, a sua
judaicidade? É costume definir mais adiante o “judeu-messiânico”, quando discutiremos

23
24
25
também os gentios-cristãos que se intitulam judeus com base em certos versículos do
Novo Testamento.

A questão “quem é judeu?” é importante para o judeu-messiânico que queira fazer aliyah
(imigrar para Israel) sob a Lei do Retorno israelense, que concede cidadania quase
imediata e muitos privilégios a qualquer judeu, de qualquer parte do mundo, que se
transferir para a terra. Para as finalidades da Lei do Retorno, Israel define o judeu como
“uma pessoa que nasceu de mãe judia ou convertida ao judaísmo e que não professe
outra religião”. A questão a ser definitivamente decidida nos tribunais de Israel é se a frase
“e que não professe outra religião” exclui os judeus-messiânicos. A Suprema Corte
decidiu, em 1978, que Eileen (Esther) Dorflinger, crente em Yeshua, nascida de pais
judeus e batizada numa igreja denominada por um clérigo cristão ordenado, embora
mantivesse alguns aspectos da cultura judaica, não poderia ir para Israel como judia sob
a Lei do Retorno26. Outro caso, talvez mais importante, o de Garry e Shirley Beresford, do
Zimbabwe, acha-se na Corte Suprema, porém ainda não decidido até a data (1988).

2 – Quem é messiânico?

Nem todos os que se denominam messiânicos ou cristãos o são de fato. Nos círculos
judaicos, os termos “gentio” e “cristão” são, muitas vezes, usados como sinônimos, o que
cria confusão. Gentio é qualquer não-judeu. Mas cristão … bem, isso é um pouco mais
complicado.

Os protestantes tendem a se definir como “cristãos” em termos de crença. Somente os


“verdadeiros crentes” são considerados cristãos. Haveria diferenças relativas a quem é o
“verdadeiro crente”, mas algo semelhante a que se segue estaria próximo de um
consenso: seria a pessoa (judeu ou gentio) que se afastou de ídolos ouda descrença para
servir a Deus vivo por meio de Yeshua, o Messias, de todo coração, alma e forças, tendo
aceitado a verdade da Bíblia total, que consiste no Tanakh (o “Antigo Testamento”) - e
reconhecido Yeshua como o Messias de Israel como o seu próprio Salvador e Senhor.

Tal definição exclui o “cristão cultural”, que talvez tenha sido educado num lar cristão,
frequentado a igreja e a escola paroquial, lido a Bíblia, mas que não nasceu de novo 27,
não fez a entrega do seu coração para viver segundo a Palavra de Deus. Exclui também o
“cristão de nome”, que talvez tenha concluído intelectualmente que Yeshua é o Messias,
que talvez tenha passado por todos os rituais e procedimentos costumeiros, que pode ter
experimentdo a cura de Deus, sua orientação e até sua presença, mas cuja santidade não
penetrou sua vida - “a fé sem obras é morta” 28.

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