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Citogenética - GBI149

Determinação do sexo no clado Humulus/Cannabis (Cannabaceae)

Fabio Eduardo dos Santos

1. Introdução

A maioria das plantas são hermafroditas e não possui cromossomos sexuais, ou eles não são
destinguiveis morfologicamente. Porém em alguns grupos de plantas diócas o sexo é determinado
por cromossomos sexuais, sendo o sistema XY o mais comum. Os cromossomos sexuais em plantas
tem particular interesse pelo fato destes terem evoluido diversas vezes independentimente e
recentemente, logo o seu estudo é de grande importancia para o entendimento da evolução dos
cromossomos sexuais (Charlesworth 2002).
Cannabaceae foi separada de Moraceae por Rendle (1925), é considerada atualmente como
grupo-irmão de Moraceae e Urticaceae e é a única família de angiospermas onde todas as espécies
possuem cromossomos sexuais (Grabowska-Joachimiak et al. 2011). Os dois gêneros mais
estudados da família são Humulus e Cannabis. O gênero Humulus possui duas espécies que
possuem o cariótipo bem documentado: H. japonicus e H. lupulus. H. Lupulus, conhecido como
Lúpulu é historicamente usado na produção de cerveja e H. japonicus é uma planta ornamental de
origem japonesa. As plantas do gênero Cannabis são cultivadas pelo ser humano a pelo menos
10.000 anos (Razumova et al. 2016) e são amplamente usadas, onde seu cultivo é descriminalizado,
para a produção de fibras, óleos e sementes bem como para a produção medicinal e recreativa de
maconha. Os dois generos são amplamente suportados por análises filogenéticas como sendo grupo-
irmãos (Yang et al. 2013).
Neste contexto o presente trabalho teve por objetivo trazer o conhecimento atual sobre os
cromossômos sexuais das plantas pertencentes ao clado Humulus/Cannabis pertencente a família
Cannabaceae.

2. Cromossomos sexuais em Humulus e Cannabis

As plantas de H. lupulus possuem a constituição cromossômica 2n=18+XX nas plantas


fêmeas e 2n=18+XY nos machos. Os cromossomos X e Y são conhecidos por compartilhar uma
homologia bastante baixa que resulta na formação de apenas uma quiasma terminal durante a
meiose (Shephard et al. 2000).
Várias tentativas de induzir mudanças sexuais em linhagens de lúpulo diploides dióicas
foram feitas com a aplicação de substâncias de crescimento de plantas. A aplicação do ácido fraco
sintético de auxina α(2-chlorophenylthio) propionic acid (2-CPTPA) promoveu a formação de flores
estaminadas na variedade feminina Fuggle. Porém esses estames eram estéreis, isso implica que as
fêmeas possuem todos os genes necessários para a formação do fenótipo floral masculino e que o
cromossomo sexual Y é necessário para a maturação do pólen (Shephard et al. 2000).
A constituição cromossômica das fêmeas de H. japonicus é 2n=14 + XX e de machos é
2n=14 + XY1Y2. O sistema cromossômico múltiplo (XX/XY1Y2) é semelhantes aos de Rumex
acetosa, uma espécie modelo em estudos de mecanismos de determinação do sexo e evolução de
cromossomos sexuais em plantas (Grabowska-Joachimiak et al. 2011). O machos de H. japonicus
possuem um cromossomo a mais que as fêmeas. Jacobsen (1956) mostrou que duas partes
heterocromáticas observadas no núcleo interfásico apenas de plantas macho, se tratavam de dois
cromossomos Y, esse foi o primeiro registro de cromossomos sexuais heterocromáticos em plantas.
Em H. japonicus durante a meiose masculina, na anáfase I, 8 cromossomos são segregados para um
polo enquanto o polo oposto recebe 9 cromossomos (Jacobsen 1956).
Segundo Grabowska-Joachimiak et al. (2011) o sistema cromossômico sexual polimórfico
em H. japonicus pode ter surgido pela translocação de um autossomo para o cromossomo X: o
cromossomo sexual masculino original foi mantido e o autossômico homólogo (não translocado) se
tornou um segundo cromossomo Y. Essa mudança, juntamente com a fusão de 2 autossômicos, pôde
levar à redução do número de autossômicos de 18 a 14. A presença de um par autossômico com
sinais FISH de telômeros intersticiais fornece confirmação para esse cenário.
Em ambas as espécies de Humulus o sexo não é determinado pelo cromossomo Y e sim pela
razão entre o cromossomo X e o comjunto de autossomicos. Razão X:A igual a 1,0 resulta em
fêmeas e razão igual a 0,5 em machos (Divashuk et al. 2011, 2014; Alexandrov et al. 2012). O
cromossomo Y , como dito anteriormente, tem o papel apenas na maturação do pólen.
Cannabis sativa possui consideravelmente menos DNA que o gênero irmão Humulus, o que
sugere uma extensa eliminação de DNA/cromatina ou acumulação de sequencias repetitivas em
Humulus (Divashuk et al. 2014). A constituição cariótipica de C. sativa é 2n=20 e da mesma forma
que em H. lupulus o sistema cromossômico de determinação do sexo é o sistema XY com o macho
sendo o sexo heterogamético (XY). Ao contrário das espécies de Humulus, C. sativa tem um
cromossomo Y determinante do sexo (Divashuk et al. 2014).
O cromossomo Y de C. sativa possui um braço que pareia com o cromossomo X e um braço
que não pareia, esse foi mostrado ser heterocromático e é visivelmente mais condensado. Segundo
Divashuk et al. (2014) ainda não se sabe se os cromossomos X e Y de C. sativa são homologos aos
de Humulus pela falta de sondas específicas para seqüências de cópia única.
Para o cultivo agronômico de cânhamo foi desenvolvida uma variedade monóica de C.
sativa que apresenta várias vantagens agronômicas, incluindo maiores rendimentos de sementes e
maior homogeneidade das culturas em comparação com os cultivos dióicos (Razumova et al. 2016).
Por meio de citometria de fluxo, o tamanho do genoma de cultivares monóicos mostrou ser do
mesmo tamanho do genoma de fêmeas dióicas, porém significativamente menor que machos
dióicos (Faux et al. 2014). Isso sugeria que as cultivares monóicas tinham constituição
cromossômica XX, como as fêmeas dióicas, essa hipótese foi confirmada por meio do uso de
hibridização in situ fluorescente por Razumova et al. (2016).

3. Origem dos cromossomos sexuais

Caracteristicamente os cromossomos sexuais como X e Y (ou como Z e W) possuem pouca


ou nenhuma taxa de recombinação entre si. Em alguns táxons a recombinação soi suprimimida por
inversões de um cromossomo do par homólogo sexual, restringindo a recombinação a apenas
pequenas regiões no par XY. Em alguns insetos (Drosophila, Lepidóptera) a recombinação é
suprimida em todo o cromossomo no sexo heterogamético ZW (Charlesworth 1991).
Em plantas hermafroditas os genes que controlam o desenvolvimento de flores estão
dispersos eleatóriamente nos cromossomos e mutações nesses genes tem o potencial de causar
esterilidade masculina ou feminina. Para estabelecimento da condição dióica, são requeridos dois
tipos de mutações nos genes de desenvolvimento de flores, uma esterilidade masculina (recessiva) e
uma esterelidade feminina (dominante). Para que seja possível a evolução de cromossomos sexuais
é nessessário os dois genes de determinação do sexo estejam ligados no mesmo cromossomo e
apresentem dominância complementar, o qual é nessessário para a função do cromossomo sexual.
Por exemplo, no sistema XY, a fêmea é controlada por cromossomos XX homozigóticos e a
mutação de esterilizadade masculina tem que ser uma mutação de perda de função (isto é, passiva).
O cromossomo Y deverá conter um alelo de fertilidade masculina funcional, bem como uma
mutação de ganho de função (ou seja, dominante) em um locus diferente que suprime o
desenvolvimento de órgãos sexuais femininos (Ming et al. 2011).
Referências Bibliográficas

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