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SANTA TERESINHA
Iago Gonçalves
Nº 13 3ºD
São Paulo
2015
IAGO GONÇALVES
São Paulo
2015
Sumário
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 4
2. HISTÓRIA DO MODERNISMO PORTUGUÊS ................................................. 5
3. BIOGRAFIA DE FERNANDO PESSOA ............................................................ 6
4. HETERONÍMIA EM FERNANDO PESSOA ...................................................... 8
5. APRESENTAÇÃO DOS PRINCIPAIS HETERÔNIMOS DE FERNANDO
PESSOA ....................................................................................................................... 10
5.1 FERNANDO PESSOA – O ORTÔNIMO .................................................. 10
5.2 ALBERTO CAEIRO ..................................................................................... 12
5.3 Ricardo Reis ................................................................................................. 15
5.4 ÁLVARO DE CAMPOS ............................................................................... 17
6. CONCLUSÃO ....................................................................................................... 21
7. BIBLIOGRAFIA .................................................................................................... 22
1. INTRODUÇÃO
Fernando Pessoa foi vários poetas ao mesmo tempo. Ele criou vários
poetas, cada um com sua história de vida, modo de pensar e personalidade.
Seus heterônimos foram o maior motivo de seu reconhecimento - mas esse não
chegou enquanto Fernando ainda estava vivo – cada um de seus heterônimos
representava suas angustias e os seus encantos.
Aí por 1912, salvo erro (que nunca pode ser grande), veio-me à ideia
escrever uns poemas de índole pagã. Esbocei umas coisas em verso
irregular (não no estilo Álvaro de Campos, mas num estilo de meia
irregularidade), e abandonei o caso. Esboçara-se-me, contudo, numa
penumbra mal urdida, um vago retrato da pessoa que estava a fazer
aquilo. (Tinha nascido, sem que eu soubesse, o Ricardo Reis.).
(PESSOA, 1937, p. 3.)
Mas também no livro Cancioneiro, sua poesia apresenta outra forma. Ele
mostra a dor em seus poemas, não só a dor real, mas a dor imaginária, isto é,
para Fernando, não há arte sem a imaginação, a sua poesia é cheia de tentativas
de evasão para a dor, o sonho, o refúgio na infância, a crença em um mundo
perfeito e oculto.
Autopsicografia
O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
Para o poeta a dor imaginária se torna mais autêntica que a real. “chega
a fingir que é dor/a dor que deveras sente”, esse trecho mostra como a realidade
se funde com o plano imaginário na mente do poeta.
Na segunda estrofe do poema, o poeta diz que o leitor não sente a dor
real do poeta, nem a dor imaginada pelo poeta, e nem mesmo a dor que o leitor
possui. Somente a dor que ele não tem, a dor que é interpretada por cada leitor
de um jeito diferente ao ler o poema.
Mar Português
Dizes-me
XXIV
Só Esta Liberdade
Coroai-me de Rosas
Coroai-me de rosas,
Coroai-me em verdade,
De rosas —
Lisbon Revisited
Pensar em nada
Pensar em nada
É viver intimamente
Em nada...
Essa forma de encarar o mundo, foi o que transformou sua poesia em algo
tão vasto e complexo. Mas não é fácil viver com uma mente que constantemente
simula esses fenômenos, os efeitos que isso causou em sua vida só é possível
imaginar. Mas a vida desregrada que Fernando levou com certeza influenciou na
sua morte.
Ver o mundo de vários ângulos pode ter sido maravilhoso para sua poesia,
mas prejudicial para sua vida. O consumo excessivo de álcool que pode ter
levado Pessoa à morte, é um reflexo de uma mente em constante tormento. Isto
é, não é fácil viver com várias personalidades e vidas distintas na sua mente, o
álcool foi uma válvula de escape.