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Adriana de Kassia Ribeiro Pimenta – OAB/RO

4708
ADVOCACIA Mara Dayane de Araujo Almada – OAB/RO
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ VARA CÍVEL
DA COMARCA DE PORTO VELHO/RO.

ANTONIO PEREIRA MOTA, brasileiro, casado, Vigilante, portador do RG


927454 SSP/RO e CPF: 000.015.402-46, residente e domiciliado na Rua Policial
Gusmão, n. 6366, Cuniã, nesta Capital, por suas advogadas ao final assinado, vem,
respeitosamente a presença de Vossa Excelência, propor a presente

AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS

em face do BANCO DO BRASIL, pessoa jurídica, inscrita no CNPJ nº


00.000.000/0001-91, na pessoa de seu representante legal, podendo ser localizado
nos endereço Rua Dom Pedro II, n. 607, Centro, nesta Capital, pelos fatos e
fundamentos a seguir expostos:

BREVE RELATO DOS FATOS

O Requerente é cliente do Banco do Brasil e no dia 13.02.15 precisou buscar


o atendimento interno do Demandado para saque da quantia de R$ 2.109,00 em sua
conta salário.

Ocorre que o Autor chegou ao Requerido e retirou senha para o


atendimento às 12h36min. (horário local), porém a sua senha só foi chamada às
14h18min (horário local), ou seja, teve que ficar aguardando por 01h e 42 minutos
para uma simples tarefa bancária (conforme comprovante anexo), o que lhe causou
indubitável danos morais devidos aos transtornos e constrangimentos suportados
em razão do descaso com os usuários, mesmo sendo cliente não foi atendido dentro
do limite máximo de 30 minutos.

Observa-se que para um procedimento simples que poderia ser realizado em


questões de minutos, se houvesse atendimento eficiente a população, tornou-se
demasiadamente moroso. Já pensou passar quase duas horas numa fila de banco
aguardando o início do atendimento, mesmo quando já é cliente há muitos anos.

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Av. Carlos Gomes, n° 513 - Caiari - CEP: 76801-166 - Porto Velho/RO -
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No mais, é sabido que o sistema bancário em nosso país, principalmente no
tocante ao atendimento ao público sofre com várias deficiências, em virtude da
ausência de contratação de mão – de -obra qualificada, o que ocasiona filas longas,
bastante demora para se resolver questões simples, a exemplo de sacar dinheiro,
pagar conta, contratar um serviço.

Tudo isso, pelo fato de que as instituições bancárias no intuito de lucrarem


mais, transferem um “problema seu” – ausência de atendentes – para o cidadão
comum que é constrangido e lesionado ao ficar “plantado” por horas à espera do
serviço bancário, mesmo existindo leis que proíbam essa péssima conduta dos
bancos.

Os consumidores são constrangidos com o descaso das agências bancárias


que não disponibilizam atendimentos adequados aos seus clientes usuários (senha de
atendimento anexa).

Dessa forma o Requerente, se socorre do Judiciário para ver aplicado o seu


direito a tratamento adequado, e não moroso conforme lei municipal.

DA ASSISTÊNCIA GRATUITA

O Autor não possui condições para arcar com às custas processuais e os


honorários advocatícios, sem que acarrete prejuízo do sustento próprio, nem o de
seus familiares, razão pela qual faz jus ao benefício da gratuidade da justiça, nos
termos do artigo 4º da Lei 1.060/50, in verbis:

A parte gozará dos benefícios da assistência judiciária, mediante simples


afirmação, na própria petição inicial, de que não está em condições de pagar
as custas do processo e os honorários de advogado, sem prejuízo próprio ou
de sua família.

O Tribunal de Justiça do Estado de Rondônia tem-se manifestado no sentido


de que o juiz não pode indeferir o pedido de assistência gratuita por mera presunção,
para isso faz-se necessário prova em contrário:

TJRO Indeferimento da inicial. Ausência de recolhimento das custas iniciais.


Irrelevância. Competência do Juizado Especial Cível. Dispensa do
pagamento. Rito Procedimental. Duplicidade. Opção da parte-autora. Direito
a ser respeitado. Decisão do juiz incompetente. Nulidade. O rito
procedimental para as ações cujo valor é de até quarenta salários-mínimos é
de escolha da parte-autora, que poderá optar entre o Juizado Especial Cível e
o rito comum sumário. Desrespeitada a vontade da parte, que optou pelo
primeiro, nula é a decisão proferida pelo Juiz da Vara Cível que pôs fim ao
processo em razão do não-recolhimento das custas iniciais no prazo fixado,
não só pelo fato de ser incompetente, mas também porque o acesso ao Juizado

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Especial, em primeiro grau de jurisdição, independe do pagamento de custas
iniciais, somente sendo devidas como preparo de eventual recurso inominado
para a Turma Recursal. (AC n. 100.014.2006.005620-1, rel. Des. Roosevelt
Queiroz Costa, j. em 29/11/2006).

A jurisprudência tem proclamado que para a obtenção dos benefícios da


justiça gratuita basta a simples afirmação de pobreza, e que não há incompatibilidade
entre o art. 4º da Lei 1.060/50 e o art. 5º, LXXIV, da Constituição Federal de 1988:

O art. 4º, da Lei 1.060/50, não colide com o art. 5º, LXXIV, da CF, bastando à
parte, para que obtenha o benefício da assistência judiciária, a simples
afirmação da sua pobreza, até prova em contrário. (STF, RE nº 207.382-2/RS,
rel. Min. Ilmar Galvão, Primeira Turma, julgado em 22.4.97, RT 748/172).
Por outro lado, pacífico é o entendimento de que para o indeferimento da
assistência judiciária gratuita, deve o julgador, em fundadas razões, descrever
o motivo do indeferimento, não devendo simplesmente fundamentar, mas
deixar claro o motivo pelo qual foi indeferido o pedido, declinando as razões
que o motivaram.

Dessa forma o Requerente precisa da assistência da Justiça Gratuita, arcando


com todas as despesas em sua residência, eis que conforme declaração de não ter
condições financeiras para arcar com as despesas processuais, sem prejuízo de seu
sustento e de seus familiares.

DO DIREITO

A tecnologia trouxe uma série de inovações aos serviços prestados pelos


bancos, sendo hoje possível a realização, por exemplo, de compras através de débito
automático e a realização de saques por meio de caixa eletrônico.
No entanto, o Autor precisou do atendimento bancário para o pagamento
de uma conta financiada e teve que ficar aguardando por 01h e 42 minutos para o
início do atendimento o que se mostra verdadeiro absurdo.
Sendo que, para essa simples tarefa bancária o Autor teve que ficar por
quase duas horas esperando na fila, tudo isso porque até o momento o Requerido
não tem obedecido ao disposto na Lei Municipal n. 1.350/99, sendo alterada pela
também Lei Municipal n. 1.631/2005, o qual fora fixado em 20 minutos o limite
máximo de espera em fila de banco em dias normais e em 30 minutos, em véspera ou
depois de feriados prolongados.
Seria simples solucionar esta questão caso estivesse a requerida imbuída
do espírito de respeito ao direito do consumidor. Como já se constata que não têm o
intuito de cumprirem a lei municipal, que, ao menos se propusessem a criar
mecanismos, ainda que não implicassem na efetiva prestação do serviço bancário de
forma mais célere, mas que permitissem que não se abusasse da capacidade física
dos usuários, bem como dispensando aos clientes atendimento mais respeito e
urbanidade.

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Assim sendo, o proporcional seria disponibilizar mais caixas e funcionários,
para efetivar os atendimentos aos usuários, para possibilitar atendimento em tempo
razoável, e ainda de acordo com determinação legal.
Consoante o apurado, conclui-se que tais práticas adotadas pela instituição
requerida no sentido de, simplesmente, recusar a cumprir as medidas determinadas
pela Lei Municipal n. 1.350/99, sendo alterada pela também Lei Municipal n.
1.631/2005, frustram as disposições da ordem econômica, em especial, a defesa do
consumidor, conforme reza o artigo 170, inciso V, da Constituição Federal e diversos
dispositivos do Código de Defesa do Consumidor, comprometendo a saúde dos
consumidores usuários do serviço de atendimento no caixa das agências bancárias
em Porto Velho/RO, que se viram à mercê de práticas atentatórias aos bens
jurídicos pertencentes à toda a sociedade.

DA CONSTITUCIONALIDADE DA LEI MUNICIPAL N. 1.350/99, ALTERADA


PELA LEI N. 1.631/2005 E DO SEU INJUSTIFICADO DESCUMPRIMENTO
PELAS REQUERIDAS

O Requerente alicerça seus pedidos com fulcro nas leis municipais 1.350/99,
alterada pela lei n. 1.631/2005, tendo em vista que a instituição bancária requerida,
simplesmente, a descumpre de maneira injustificada.
Assim sendo, havia certa celeuma de que as leis municipais que
dispunham sobre tempo de permanência de usuários nas filas dos bancos fugiam
da competência do Município, uma vez que a competência era exclusiva da União,
visto que o art. 192, inciso IV, da Constituição da República reza que:

Art. 192 – O sistema financeiro nacional, estruturado de forma a


promover o desenvolvimento equilibrado do País e a servir aos
interesses da coletividade, será regulado em lei complementar, que
disporá, inclusive, sobre:
(...)
IV – a organização, o funcionamento e as atribuições do Banco
Central e demais instituições financeiras públicas e privadas";

Tal argumento, contudo, está fadado ao insucesso, pois as leis municipais, ao


legislar sobre o tempo máximo de permanência dos usuários nas filas dos bancos,
tratam de assunto, predominantemente, local e que se insere na competência
legislativa municipal e não sobre o horário de funcionamento das agências bancárias,
pois, neste caso, a competência é da União, como muito bem estabelece a lei n.
4.595/64. Assim, a obrigação dos bancos conferirem tratamento digno ao
consumidor está dentro da mais estrita e absoluta esfera legislativa municipal
prevista no art. 30, inciso II, da Constituição Federal de 1988.
A criação de regras para a prestação de serviço de utilidade pública, cujo
âmbito é o interesse local, insere-se na esfera de atuação do município. Isto porque
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nada tem a ver com as regras do sistema financeiro nacional, que se referem, por sua
vez, à captação de poupança, atuação no mercado financeiro etc.
Logo, ao disciplinar o tema, impondo aos bancos o ônus de oferecer um
serviço público digno, com o objetivo de coibir filas intermináveis, regrando o tempo
máximo de permanência dos munícipes nas mesmas, o legislador municipal visou
tão-somente a diminuir o desconforto, o prejuízo e o constrangimento físico e
emocional provocado pelas longas filas. Não pode isso implicar interferência no
sistema financeiro nem, tampouco, no funcionamento unificado da rede bancária,
pois a competência exclusiva da União para legislar sobre o funcionamento e
fiscalização da rede bancária não torna os bancos imunes à ação das outras esferas de
governo (estados federados e municípios), no tocante às suas competências
constitucionalmente asseguradas.
Saliente-se, por oportuno, que a Lei Municipal em comento, nada aborda
quanto a questões financeiras, monetárias, creditais etc. Visa, isto sim, fixar prazo
máximo a que se pode submeter o consumidor porto velhense para ser atendido
em uma agência bancária, assunto, como visto, de interesse, predominantemente,
local e que não contrasta com o funcionamento do sistema financeiro.
Nesta esteira, tem se posicionado o Excelso Supremo Tribunal Federal,
senão vejamos:
14/06/2005 - 18:27 - 1ª Turma entende que município catarinense pode
legislar sobre atendimento em agências bancárias
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu a
legitimidade do município de Criciúma (SC) para criar a Lei Municipal
4188/01, que dispõe sobre o tempo de atendimento ao público nas agências
bancárias da cidade. A decisão da Turma foi unânime ao dar provimento a
Recurso Extraordinário (RE 432789) interposto pelo Procon de Criciúma contra o
Banco do Brasil.

O BB sustentou que o município extrapolou suas atribuições ao editar a


norma relativa ao funcionamento dos bancos. Alegou que isso é matéria de
competência privativa da União.
No entanto, a Turma considerou que a lei municipal não diz respeito ao
horário de funcionamento das agências bancárias, como estabelece a Lei Federal
4595/64, mas sim ao tempo que os usuários passam na fila, à espera de
atendimento, e à colocação de banheiros para os clientes.
Ao apresentar o seu relatório, o ministro Eros Grau citou sentença de
primeiro grau que considerou válida a norma municipal, em respeito à pessoa e à
preservação da dignidade, conforme prevê o artigo 1º, inciso III da Constituição
Federal" (fl. 78).(grifos nossos).

"Íntegra da decisão do ministro Celso de Mello sobre tempo de espera em


fila de banco
8/7/2005
O ministro Celso de Mello do Supremo Tribunal Federal (STF) negou seguimento
a uma ação cautelar (AC 767) ajuizada pelo Banco do Brasil S/A contra a atuação
do Procon/DF que vinha determinando o fechamento de agências bancárias que

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desrespeitassem a Lei Distrital 2.547/2000. A norma prevê, entre outras
garantias ao consumidor, tempo razoável para atendimento nas
instituições bancárias.
Nessa decisão, o ministro Celso de Mello entendeu, com apoio em
precedentes do Supremo Tribunal Federal, que o Distrito Federal e os municípios
dispõem de competência para editar, com fundamento na própria
Constituição Federal, leis que exijam dos Bancos maior conforto e
segurança aos usuários. A decisão acolheu entendimento do Tribunal de Justiça
do Distrito Federal e Territórios TJDFT que manteve eficácia da lei".

Nem outra poderia ser a orientação da jurisprudência do Pretório Excelso,


afinal, ao sistema financeiro e à atividade econômica, temas que, por óbvio, só a
União tem o poder de disciplinar e que, com efeito, os ditames da Lei Municipal n.
1.350/99, alterada pela lei n. 1.631/2005, não têm a pretensão de regular. Atém-se,
esta, isto sim, à referida adequação do sistema bancário ao melhor atendimento da
coletividade, matéria de interesse, predominantemente, local, daí porque está em
pleno vigor e deve ser obrigatoriamente cumprida pela instituição bancária
requerida.

DA VIOLAÇÃO CONCOMITANTE A PRECEITOS ESPECÍFICOS DO CÓDIGO


DE DEFESA DO CONSUMIDOR

Em primeiro lugar, o Código de Defesa do Consumidor, por determinação


expressa, é aplicável ao serviço bancário que as entidades requeridas fornecem, ex
vi do art. 3º, § 2º, do referido Diploma legal, que dispõe:

Art. 3º – Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada,


nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem
atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação,
exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços
(...)
§ 2o – Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo,
mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de
crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista."
(grifos nossos)

Logo, considerando que o direito que as disposições da Lei Municipal em


vigor visam proteger, também foi objeto da preocupação do próprio Código de
Defesa do Consumidor, verifica-se que as requeridas não escapam do dever de
prestar atendimento adequado ao consumidor. Esse é o entendimento do Pretório
Superior Tribunal de Justiça quando da análise da matéria, senão vejamos:

"BANCOS. SUJEIÇÃO AO REGIME DO CDC. O CDC é aplicável a todas


as operações bancárias, sejam elas os contratos de financiamento ou até
mesmo os serviços oferecidos pelas instituições financeiras a seus clientes.
O CDC incide sobre todas as relações e contratos pactuados pelas instituições
financeiras e seus clientes e não apenas na parte relativa a expedição de talonários,
fornecimento de extratos, cobrança de contas, guarda de bens e outros serviços
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afins. As relações existentes entre os clientes e os bancos apresentam
nítidos contornos de uma relação de consumo". (STJ – 4ª. T. – Resp
213.825/RS – Rel. Min. Barros Monteiro D. j. 22.08.2000) (grifos nossos)

Neste sentido, verifica-se que a prestação de serviços bancários com a


designação de pessoal insuficiente para permitir o atendimento ao consumidor de
forma rápida e eficiente provoca riscos à saúde contra os quais as requeridas, na
qualidade de fornecedoras daqueles serviços, têm o dever de protegê-lo. Não é
outra a dicção do art. 6º, inciso I, do CDC, senão vejamos:

Art. 6º – São direitos básicos do consumidor:


I – a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por práticas
no fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos ou nocivos". (grifos
nossos)

Essa preocupação do legislador com a saúde do consumidor é tão relevante


que aparece ainda no art. 8º, do mesmo Diploma legal, que dispõe que:

Art. 8º – Os produtos e serviços colocados no mercado de consumo não


acarretarão riscos à saúde ou à segurança dos consumidores, exceto os
considerados normais e previsíveis em decorrência de sua natureza e fruição,
obrigando-se os fornecedores, em qualquer hipótese, a dar as informações
necessárias e adequadas a seu respeito." (grifos nossos).

Evidente que, ao submeter o consumidor a permanecer, sem atendimento,


por tempo indeterminado, pelo prazo superior ao período de 30 minutos, conforme
relatado acima, impõem a requerida, bem como aos demais usuários dos serviços
bancários, desconforto, prejuízo e constrangimento físico e emocional, que
deveriam, pelo teor do dispositivo legal referido acima, evitar. Como se vê, a
implementação das medidas determinadas pela lei municipal portovelhense
decorre, por outro lado, de comando do próprio Código de Defesa do Consumidor,
o que, a uma só vez, demonstra que o respeito ao consumidor recebeu especial
tratamento da ordem jurídica pátria (arts. 5º, inc. XXXII, 150, §5º e 170, V, todos da
Constituição Federal de 1988), mas nem por isso tem merecido a necessária
consideração das entidades requeridas.

DA VIOLAÇÃO CONCOMITANTE À RESOLUÇÃO DO BANCO CENTRAL N.º


2.878, DE 26/06/2001

Embora, como já destacado, o Pretório Superior Tribunal de Justiça haja


recentemente decidido que as instituições bancárias não estão acima da Lei
Consumerista, o Banco Central, entidade responsável pela execução e administração
da política financeira e econômica do País, formulada pelo Conselho Monetário
Nacional, baixou em 26 de julho de 2001, a resolução n.º 2.878.
Logo, se houvesse qualquer dúvida quanto a aplicabilidade das disposições
da Lei n.º 8.078/90 quanto aos serviços prestados pela entidade requerida, apesar do
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art. 3º, do referido Diploma, havê-los contemplado, expressamente, e a
jurisprudência pátria ter declarado sua total aplicabilidade, quanto à resolução, não
poderia ser levantado questionamento pelas agências bancárias, uma vez que foi
formulada pelo próprio Banco Central, entidade que detém o controle e
fiscalização das mesmas.
Entretanto, ainda que a adequação dos estabelecimentos bancários para
melhor atendimento da coletividade também esteja regulamentada por referida
resolução do Banco Central, nem mesmo esta a instituição requerida dispõem-se a
cumprir. O art. 1º, inc. V, da resolução n.º 2.878, estabelece que as instituições
financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil
‘devem adotar medidas que objetivem assegurar’:

V – efetiva prevenção e reparação de danos materiais e morais


causados a seus clientes e usuários". (grifos nossos)

Ora, é clara violação ao dever referido permitir que o consumidor


permaneça à espera de atendimento bancário por período superior a 20 (vinte)
minutos, visto que, a uma, o mesmo terá de ter se afastado de suas tarefas
laborativas e, pois, deixado de auferir a remuneração respectiva; a duas, desola o
consumidor constatar o desprezo impune que lhe dedicam as instituições
requeridas quanto a seus mais básicos direitos, ainda que disponham de meios
materiais suficientes para respeitá-los, mantendo, pelo menos, número suficiente de
funcionários no setor de caixa, para uma eficaz prestação de serviço.
Como se vê, sem que as requeridas manifestem qualquer preocupação em
adequar a prestação do serviço bancário ao respeito ao direito do consumidor,
violam elas todas as disciplinas legais acerca do assunto, como se ao poder
econômico que detêm, nada nem ninguém pudesse se opor. Referido
comportamento, verdadeira política institucional, não só não se compadece com o
Estado Democrático de Direito, mas, sobretudo, promove o desequilíbrio
econômico e social cujo aprofundamento por certo compromete a estrutura do Pacto
Social e a dignidade da pessoa humana.

DO DANO MORAL E DA NECESSIDADE DE SUA REPARAÇÃO

Frente às contínuas irregularidades praticadas, o Requerido deve ser


responsabilizado haja vista o descumprimento não só da Lei Municipal n.
1.350/99, alterada pela lei n. 1.631/2005, que dispõe sobre o tempo máximo de
permanência dos usuários nas filas dos bancos, mas também, dos dispositivos da
Resolução n. 2.878 do BACEN, do Código de Defesa do Consumidor e,
concomitantemente, da Constituição Federal de 1988.
Atualmente, tem-se constatado, nas agências requeridas, de um lado, a
redução do quadro funcional, principalmente de caixas, e a instituição da "fila
única", tornando mais facial para qualquer caixa "enrolar" no atendimento de um
cliente, já que não existe mais o espírito de competitividade entre eles, fato que
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ocorria quando cada caixa possuía sua fila, o que acarretou no surgimento de extensa
fila única, em que os consumidores permanecem, por várias horas, até serem
atendidos; e de outro, o estímulo do uso do auto-atendimento, da internet e outros
meios tecnológicos, como forma de garantir a "satisfação", "comodidade" e a
"agilidade".
A arguição destas possíveis justificativas pelas requeridas, para o uso de
meios tecnológicos, chegaria a ser uma ofensa à nossa inteligência, bastando
lembrar que inúmeros são os clientes que, infelizmente, não possuem cultura
suficiente para "entender" o funcionamento das máquinas, o que joga por terra os
itens "satisfação" e "agilidade". De outro lado, dado o crescente número de ilícitos
praticados em caixas eletrônicos e na Internet, em igual proporção aumenta a
inibição dos clientes em fazerem uso desse sistema, pelo que o item "comodidade"
nem há de ser considerado.
Por fim, nos termos do art. 15, da Resolução n. 2.878 do BACEN, faz-se
necessário a manutenção de funcionários, nos guichês de caixa, em número
suficiente para atender a demanda de usuários, em contrapartida ao incentivo pelo
uso dos meios tecnológicos, pois as instituições financeiras não podem negar ou
restringir ao usuário o atendimento pelos meios convencionais, senão vejamos:

"Art. 15. Às instituições referidas no art. 1, é vedado negar ou restringir,


aos clientes e ao público usuário, atendimento pelos meios
convencionais, inclusive guichês de caixa, mesmo na hipótese de
atendimento alternativo ou eletrônico" (grifos nossos).

O Tribunal de Justiça do Estado de Rondônia em decisão sobre o tema:

Tribunal de Justiça: 1ª Câmara Cível:


EMENTA
Apelação cível. Longa espera em fila de banco. Atendimento grosseiro. Dano
moral configurado. quantum reparatório. Elevado. A longa espera em fila de
banco, ultrapassando em muito o limite de 30 minutos fixado por lei
municipal, somado ao tratamento grosseiro dispensado pelo preposto da
instituição bancária, configura dano passível de indenização. O quantum da
compensação deve compreender, dentro do possível, a compensação pelo
dano infligido à vitima, ao mesmo tempo servindo elemento inibidor e de
sanção ao autor do ato ilícito, não podendo se transformar em objeto de
enriquecimento ilícito, devendo ser fixado em vista das circunstâncias do caso
concreto.
ACÓRDAO
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os desembargadores da 1ª
Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado de Rondônia, na
conformidade da ata de julgamentos e das notas taquigráficas, em, POR
UNANIMIDADE, DAR PROVIMENTO PARCIAL AO RECURSO NOS
TERMOS DO VOTO DO RELATOR. 0262925-18.2007.8.22.0001 Apelação. Os
desembargadores Sansão Saldanha e Moreira Chagas acompanharam o voto
do relator. Porto Velho, 22 de junho de 2010. JUIZ OSNY CLARO DE
OLIVEIRA JUNIOR.

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Assim, cabe ao Judiciário atuar para que a legislação vigente seja
cumprida, independente do poderio econômico que as requeridas detêm, evitando
o desconforto das intermináveis esperas, em longas filas e, conseqüentemente, a
exposição da saúde e, talvez, da própria vida dos consumidores aos graves riscos
que poderão surgir. O meio pelo qual a tutela pode ser efetuada é pela indenização
do DANO MORAL.
O art. 1º, inc. V, da Resolução n. 2.878, do BACEN dispõe que as instituições
financeiras devem adotar medidas que objetivem assegurar:

V – efetiva prevenção e reparação de danos materiais e morais causados a seus


clientes e usuários;’

Num sentido mais amplo, o art. 6º, do CDC, dispõe que:

Art. 6.º. São direitos básicos do Consumidor:


(...)
VI – a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais,
individuais, coletivos e difusos; (grifos nossos).

Tanto a Resolução n. 2.878, quanto o Código de Defesa do Consumidor,


expressamente, dão guarida à efetiva prevenção e reparação ao dano moral e, que o
Código de Defesa do Consumidor, num sentido mais amplo, dá guarida tanto à
teoria do dano moral individual como à do dano moral coletivo, cuja reparação e
prevenção afigura-se como um direito básico dos consumidores.
O nexo causal que demonstra o dano ensejador de dano moral decorre do
ato ilícito de não observância, pela requerida, das normas protetivas do
consumidor, tidas como de ordem pública, o que, in casu, ofende os valores da boa-
fé objetiva, causando evidente desequilíbrio da relação de consumo, além de
colocar em risco a saúde dos consumidores.
A falta do cumprimento dos aludidos dispositivos legais, pela requerida,
com a formação de longas filas de usuários, à espera de atendimento, da qual
resulta uma má prestação de serviço, apesar de terem tido tempo suficiente para
cumpri-los, pois a Lei n. 1.367, entrou em vigor em 2.000, a Resolução n. 2.878, do
BACEN, em 2.000 e Código de Defesa do Consumidor, em 1990, tem gerado o total
descrédito, angústia, indignação, aborrecimento, intranqüilidade, perda de tempo,
revolta, ansiedade e desprezo nos consumidores, pois estão vendo seu dia passar,
seus compromissos pendentes e tantas outras coisas para fazer, enquanto
permanecem "presos" a uma fila de banco e ainda, contam com o descaso de quando
chega sua tão sonhada vez, a pessoa competente para o atendimento não esta ou
ainda, encerrou o atendimento.
Nota-se, desta forma, total descaso e desatenção da requerida para com os
consumidores, tanto daqueles que chegaram a utilizar o serviço bancário, como de
qualquer outro com potencialidade para utiliza-lo, em total ofensa aos DIREITOS
DA PERSONALIDADE e, conseqüentemente, à DIGNIDADE DA PESSOA
HUMANA, além de estar contrapondo-se aos ditames do princípio da BOA-FÉ

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OBJETIVA, quais sejam: LEALDADE + CONFIANÇA e do EQUILÍBRIO NAS
RELAÇÕES DE CONSUMO, o que acarreta o Dano Moral.
Logo, tem-se que o direito pleiteado pela Requerente, diante da legislação
pátria, apresenta-se líquido e certo, pois de fato houve um ato ilícito gerador de
dano, que à esteira dos arts. 186 e 927 do Código Civil, já citados, devem ser
indenizados.
Ademais, tem-se que a indenização por danos morais é imposta com o
intuito de atenuar o sofrimento, constrangimento e a vergonha sofrida pela vítima,
assim como forma de sanção ao agressor, a fim de que este não volte a praticar os
mesmos atos lesivos contra terceiros.
Insta ainda salientar que o dano moral não tem como ser provado, sendo
simplesmente presumido, decorrendo dos fatos de si. O Colendo Superior Tribunal
de Justiça, em reiterados julgados, já pacificou entendimento de que o dano moral
independe de prova, havendo necessidade apenas de se demonstrar o fato que o
gerou.
No mesmo sentido, sabe-se, segundo posicionamento jurisprudencial
adotado pelo Egrégio Supremo Tribunal Federal, publicados no periódico
denominado REVISTA TRIMESTRAL DE JURISPRUDÊNCIA, especificamente a de
nº 119/433, que as indenizações por danos morais não exigem comprovação dos
reflexos patrimoniais. Neste sentido vejamos:

CABIMENTO DE INDENIZAÇÃO, A TÍTULO DE DANO MORAL, NÃO


SENDO EXIGÍVEL A COMPROVAÇÃO DE REFLEXO PATRIMONIAL DE
PREJUÍZO.

Verifica-se, pois, que o precário serviço de atendimento no caixa prestado


pela requerida à sociedade de Porto Velho, além de, muito freqüentemente, ter a
origem na falta de pessoal suficiente designado para prestá-lo, indubitavelmente,
dá mostras de que valores que toda a sociedade esperava fossem respeitados, tais
como a defesa dos direitos do consumidor, em verdade, foram esquecidos, pois, de
outro lado, é notório que as requeridas têm tido os mais expressivos marcos de
crescimento econômico do País, sem que a crise que o assola venha também a atingi-
las – antes, parece açodar-lhes a expansão do lucro.
Enquanto, os CONSUMIDORES se deparam, numa drástica situação, pois
têm que se SUBMETER ÀS LONGAS HORAS DE ESPERA NA REFERIDA
AGÊNCIA, DEVIDO À FALTA DE MAIS FUNCIONÁRIOS PARA
DESEMPENHAR TAIS FUNÇÕES, vê-se, de outro lado, a crescente expansão
econômica das respectivas instituições bancárias. Portanto, em desleal afronta ao
critério da boa-fé objetiva e do equilíbrio das relações de consumo, caracterizado
está o DANO MORAL.
Essa espera, em uma fila bancária, é fato inadmissível e inaceitável na
sociedade moderna. Em pleno horário comercial de um dia útil, é lógico presumir-
se que as pessoas possuem muitos compromissos e obrigações a cumprir, não sendo

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tolerável que permaneçam mais de 30 minutos em uma fila bancária; não nos dias
de hoje, na vida moderna!
E, se na esteira dos argumentos acima, já há decisão, no âmbito individual,
de fixação de dano moral em favor de cliente que esperou por mais de duas horas
em fila de banco, por que não tutelar o DANO MORAL em favor da requerente
que sofreu por vários dias até conseguir atendimento, com tamanho despautério
cometido pelas requeridas? Vejamos, na íntegra, o recente acórdão proferido pela
Quarta Turma Recursal de São Luiz/MA:

RECURSO. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. Recurso que


se insurge contra a condenação em danos morais pelo fato noticiado na inicial
dando conta de que o recorrido havia esperado mais de duas horas em fila do
estabelecimento bancário o que teria contrariado a Lei Municipal n.º
42/2000. 02 - DANO MORAL - Danos morais são lesões sofridas pelas pessoas
físicas ou jurídicas, em certos aspectos da sua personalidade, em razão de investidas
injustas de outrem. São aqueles que atingem a moralidade e a afetividade da pessoa,
causando-lhe constrangimento, vexames, dores, enfim, sentimentos e sensações
negativa, podendo, muita das vezes, resultar em angústia e abalo psicológico,
resvalando no ferimento de valores e bens jurídicos tutelados como honra,
liberdade, saúde, integridade psicológica, causando sofrimento, tristeza, vexame e
humilhação à vítima. Em análise ao caso noticiado nos autos, vejo como uma
espera em fila de Banco causou desassossego, dissabor, contrariedades e
perda de tempo que o recorrido não deu causa. Nesse sentir, o
acontecimento é apto para dar ensejo à reparação pecuniária. 04. Quantum
- A penosa missão de tarifar o dano moral é da exclusiva responsabilidade do juiz,
que deve atuar, em face do caso concreto, com moderação e prudência, não perdendo
de vista que a indenização deve ser a mais completa possível, mas não pode tornar-
se fonte de lucro indevido, desse modo, a quantia de R$ 4500,00(quatro mil e
quinhentos reais) se revela por demais excessiva e fora de razão quando confrontada
com os fatos que narram a reclamação e a concorrência da recorrida no
desencadeamento dos eventos. Nesse sentir, entendo que a quantia de R$ 2500,00
(dois mil e quinhentos reais) é proporcional ao dano sofrido alcançando sua exata
extensão nos termos do artigo 944 o Código Civil e seu parágrafo único. 05 -
Recurso conhecido e improvido. 06 - Súmula do julgamento que serve de acórdão.
07 — Inteligência do art. 46, segunda parte, da Lei 9.099/95". (Quarta Turma
Recursal Cível de São Luiz/MA, Recurso n. 6.135/04, Acórdão n. 9862/05,
Rel. Dra. Maria do Socorro Mendonça Carneiro, D.j. 12/08/2005) (grifos
nossos).

Vale ressaltar que a conduta da requerida em lesar consumidores de Porto


Velho diretamente e, ainda, potencialmente, sendo necessário a condenação da
requerida à reparação dos DANOS MORAIS, pois é a medida de que dispõe o
ordenamento jurídico, para proteger as relações sociais de consumo e manter o
equilíbrio de forças entre as partes, mediante a intervenção do Estado na defesa do
hipossuficiente – o consumidor.
Diante das razões acima expostas, não resta alternativa a não ser reconhecer
a ocorrência de dano moral na conduta negativa do Requerido, devendo ser
compelidos a indenizar totalmente os danos causados ao Requerente.

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DO QUANTUM INDENIZATÓRIO

No que se refere ao quantum indenizatório salienta-se que em relação ao


dimensionamento dos danos morais devidos ao Requerente, há que se levar em
conta, para sua avaliação, o importante fato da posição social e cultural do ofensor e
do ofendido, de sorte que o quantum deve ser arbitrado no máximo possível, para
que o Requerido não venha a causar novos danos a terceiros.
Também se deve considerar que o Requerido é instituição fornecedora de
serviços bancários, de alto renome no âmbito nacional, com alto rendimento anual,
na margem de milhões, quiçá de bilhões de reais, portanto, se estiver sujeito ao
pagamento de uma indenização irrisória, ter-se-iam salvo-conduto para que
continuassem a agir negligentemente, causando novos e intermináveis danos a
terceiros, na certeza de que sempre sairiam impunes, além de que uma condenação
dessa natureza teria apenas efeito simbólico, e, consequentemente haveria o desvio
da essencial finalidade da condenação por danos morais, qual seja, o desestímulo a
que o fato se repita.
Assim, comprovado o dano moral e sua relação de causalidade com as
condutas da requerida, deve o Autor ser ressarcido, a fim de que seja feita a devida
justiça, especialmente, no que tange à devida reparação associada ao princípio da
proporcionalidade, culminando, assim, na sanção do agente lesionador para que se
veja inibido de repetir tal prática lesiva, na devida compensação às vítimas do
mencionado despautério, exaustivamente demonstrado, em observância à
capacidade econômica do agente, para que sejam mantidos os mais íntegros valores
sociais da pessoa humana.
Desta forma, quanto ao fim a que se destina a sanção civil relativa à
causação de danos morais no mercado de consumo, convém, analisar: primus, o
provimento da indenização realiza o papel reparatório de devolver, ainda que
indiretamente, o equilíbrio nas relações de consumo. Por outro lado, cumprindo
uma função preventiva, possibilita a desestimulação da prática reiterada da ação
ilícita, coibindo a proliferação dos mesmos atos lesivos para o mercado.
Outrossim, deve-se levar em conta critérios que exijam a capacidade de
reflexão e análise conjuntural do julgador. São eles: a) a repercussão do dano na
esfera não só da pessoa lesada, mais dos terceiros que também poderão ser; b) o
potencial econômico-social do lesante (compatível com o presente pleito) e c) as
circunstâncias do caso, para, finalmente, se chegar ao justo valor da indenização,
aquele hábil a compensar a parte lesada e a punir a parte lesante de forma
equilibrada.
Isto posto, inclinando sua atenção para os critérios supracitados, o
Requerente sugestiona a condenação pela reparação do DANO MORAL, em
desfavor do Requerido, em valor a ser arbitrado por Vossa Excelência.

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REQUERIMENTOS

Isto posto, requer-se:

a) Seja julgada totalmente procedente a demanda, bem como seja


determinada a citação do Requerido, no endereço já declinado, para, querendo,
contestar esta ação, sob pena de revelia e consequente confissão ficta da matéria de
fato, com o julgamento antecipado da lide;

b) Seja condenado o Requerido a título de reparação do dano moral em valor


a ser arbitrado por Vossa Excelência, pelo fato do Autor ter esperado por mais de 01
hora e 42 minutos para simples atendimento;

c) a inversão do ônus da prova em favor do Autor, conforme autoriza Art.


6º, Inciso VIII, do Código de Defesa do Consumidor;

d) protesta pela produção de todos os meios probantes em direito admitidos,


ainda que não especificados no CPC, desde que moralmente legítimos, e obtidos de
forma lícita;

e) a condenação do Requerido no pagamento de perdas e danos – de acordo


com art. 84, §1º, §2º do Código de Defesa do Consumidor - bem como, das custas
processuais e honorários advocatícios no montante de 20% sobre o valor da
condenação conforme art. 20 do Código de Processo Civil;

f) Pede-se o benefício da Justiça Gratuita vez que o Requerente não poderá


arcar com as despesas processuais sem prejudicar sua manutenção e de sua família.

Dá o Autor à causa o valor de R$ 1.000,00 (mil reais), somente para efeitos


de alçada.

Nesses termos, pede deferimento.


Porto Velho, 05 de fevereiro de 2015.

Adriana de Kassia R. Pimenta Mara Dayane de A. Almada


OAB/RO 4708 OAB/RO 4552

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Sentença Procedente condenação de R$ 20.000,00


Autos n. 0016969-16.2014.8.22.0001

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