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ÍNDICE
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“À Maçonaria Brasileira e Nação DeMolay."
É com imenso pesar que anunciamos, neste momento, que somos obrigados a
publicar nossa defesa institucional (extra-autos do processo judicial), em face das constantes
agressões que o "RFB" em âmbito administrativo e institucional realiza, além do que
absurdamente litiga na justiça: o pleito de extinção de nossa pessoa jurídica no CNPJ
28.643.559/0001-59.
Saibam que, não é com regozijo nenhum que dedicamos muito de nosso tempo e
energia neste material. Muito pelo contrário. É com extremo pesar, que analisamos esta triste
página da história da Ordem DeMolay, dividida em 2004 pela corrente dissidente supracitada.
Desde então, observamos frenéticos movimentos persecutórios visando o extermínio do
SCODB, instituição com 36 (trinta e seis) anos de história em território Nacional e
incontáveis serviços sociais prestados à sociedade Brasileira.
4
Nesta senda, independentemente do imbróglio alimentado cada vez com maior
beligerância pela "RFB", prosseguimos em nosso trabalho incessante na transformação
construtiva de cada jovem, fiéis à nossos votos e virtudes.
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SUPREMO CONSELHO DA ORDEM DEMOLAY PARA O BRASIL
6
Para melhor compreensão, colacionamos a tradução da CARTA
CONSTITUTIVA (ou Carta Patente), cuja versão original foi redigida em língua inglesa:
Saibam todos pelo presente que, de acordo com a resolução adotada no nono dia de maio
de 1984, AL. 5984, o
ordena, cria, constitui e estabelece, neste ato, em vigor na data prevista abaixo, o
SUPREMO CONSELHO DA ORDEM DEMOLAY PARA O BRASIL
O referido Supremo Conselho Internacional, por meio deste, requer a todos os membros
da Ordem DeMolay, Conselheiros, Organizações e Órgãos da referida Ordem .dentro do
dito território que doravante dediquem sua inteira obediência em todos os assuntos
pertinentes à Ordem DeMolay para o Supremo Conselho do Brasil.
7
Com felicitações de todos os membros do Supremo Conselho Internacional e de todos os
membros e Conselheiros da DeMolay, sob sua jurisdição, que sempre rogará pela
continuidade da boa fortuna do Supremo Conselho do Brasil.
Como se verá nos documentos que seguem anexo, o tratado foi assinado:
Como Testemunhas:
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Destacamos, dessa forma, que desde sua gênese, o SCODB nutre o caráter supra-
potência da Ordem, pois o próprio tratado foi assinado (testemunhas) por representantes do
Grande Oriente do Brasil (GOB), da Grande Loja (GL) e do Supremo Conselho do Grau 33
do Rito Escocês Antigo e Aceito.
Como pode ser constatado, o Tratado impõe como únicas e verdadeiras limitações:
Maçonicamente, quando uma organização maçônica emite uma Carta Patente para
a criação de outra em um outro país, não poderá revogá-la posteriormente, dado ao caráter
soberano da nova organização. No máximo poderá romper relações, se determinados
postulados não forem seguidos.
O processo judicial (cuja íntegra de capa a capa, pode ser encontrada no site
www.demolay.org.br, na aba: DOCUMENTOS), encontra-se na fase recursal, perante a 5ª
Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, sob o nº de Apelação
2007.34.00.030361-6, tendo como Relator o Eminente Desembargador Federal Carlos
Moreira Alves, cuja Apelação interposta pelo SCODB, objetiva a reforma da sentença
proferida.
Nesta senda, temos plena e total convicção que a sentença, ora objurgada, será
plenamente reformada, vez que, não houve prova nos autos de que o Supremo Conselho
Internacional (SCI) foi sucedido pela DeMolay International (DI), assim como, a ação
interposta pela RFB conforme pacífica e hodierna jurisprudência de nossos Tribunais
Superiores encontra-se fulminada pela prescrição.
11
Apenas em 2002, ou seja, mais de cinco anos depois, foi criado o DEMOLAY
INTERNATIONAL, que obteve o registro da marca em 2003, sendo certo, portanto, que tal
criação não teve caráter sucessório ou de substituição do Supremo Conselho Internacional
anterior, mesmo porque este já não exercia mais atividades quando de sua criação, para
efeitos de outorgar-lhe autorização para eventual sucessão.
Por essas razões e considerando-se, ainda, que o primeiro registro foi conferido
regularmente ao SCODB em 1999 e que a ação judicial interposta pela RFB somente foi
ajuizada em 2007, encontrando-se fulminada pelo instituto da prescrição (tese esta não
apreciada na sentença de 1º grau), reiteramos a plausibilidade jurídica de total reforma da
sentença, como requestado pelo corpo jurídico do SCODB junto ao TRF da 1ª Região.
12
E dessa forma, desde o dia 16 de agosto de 1980 muito se tem feito pela
manutenção e fortalecimento da Ordem DeMolay em território brasileiro e, que a partir de
12 de abril de 1985 o Supremo Conselho Da Ordem DeMolay Para o Brasil - SCODB
surge como instituição regular e mantenedora da Ordem DeMolay no Brasil que o é, a qual
possui em seus quadros mais de 100 mil membros iniciados, espalhados em mais de 400
Capítulos, 150 Conventos dos Nobres Cavaleiros, 85 Cortes de Chevaliers e 141 Távolas
dos Escudeiros.
Fraternalmente,
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“CARTA CONSTITUTIVA DO SUPREMO CONSELHO DA ORDEM DEMOLAY PARA O BRASIL.
A fim de que todos saibam pelo presente que, de acordo com a resolução adotada no nono dia de
maio A.D., A.L. 5984, O SUPREMO CONSELHO INTERNACIONAL DA ORDEM DEMOLAY aqui ordena,
cria, constitui e estabelece, na data da última publicação abaixo, o SUPREMO CONSELHO DA
ORDEM DEMOLAY PARA O BRASIL.
Como um Supremo Conselho DeMolay independente e soberano, cabe ao dito Supremo Conselho
do Brasil exclusividade sobre a Ordem DeMolay em todo território do dito Brasil.
E o dito Supremo Conselho Internacional por meio deste requer a todos DeMolay, dentro do dito
território, doravante render sua inteira obediência em todos os assuntos pertinentes a Ordem
DeMoLay para o dito Supremo Conselho do Brasil.
Todos os ascendentes sendo sujeitos apenas a observar continuamente pelo dito Supremo
Conselho do Brasil o Sagrado Limite da Ordem DeMolay e as provisões para a Mutual Convenção de
Confiança e Irmandade agora existente entre os ditos Supremos Conselhos como os mesmos
podendo ser retificados de tempos em tempos por mútuo acordo.
Dado pela mão do Grande Mestre do Supremo Conselho Internacional com o testemunho do
Grande Secretário e sob cujo selo neste dia 12-04-1985, A.L. 5985, com sede na cidade de Kansas,
Estado de Missouri, dos Estados Unidos da América, onde a ordem foi fundada por Frank Sherman
Land, A.D. 1919, A.L. 5919.
(Transcrição in verbis contida no Livro "Jacques DeMolay" de autoria de Rizzardo da Camino, Ed.
Aurora, pág. 278/279).
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"Por Guilherme Santos
Sênior DeMolay / SCODB
Maçom / GOMG - COMAB
Mestre Conselheiro Nacional / SCODB (2008-2009)
Grande Mestre Estadual - MG / SCODB (2014-2015)"
Frank Sherman Land sempre usou de sua sagacidade para garantir amplo respaldo
à Ordem que fundara. Ele próprio nunca assumiu a função de Grande Mestre Internacional
da Ordem DeMolay, permanecendo por anos a fio como Grande Secretário, encarregando-se
de todo o dia a dia administrativo. O cargo de Grande Mestre, no entanto, seria ocupado por
diversos maçons, a começar pelo irmão Alexander G. Cochran, Soberano Grande
Comendador à época.
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Interessante registrar esse passo, haja visto que muitos anos depois um outro
Soberano Grande Comendador bateu às portas de um já fortalecido Supremo Conselho
Internacional para pleitear a instalação de capítulos da Ordem DeMolay em seu país. Usando
de sua ampla influência maçônica no exterior, Alberto Mansur, que desde 1974 vinha
buscando trazer a organização para o Brasil, recebeu por parte dos líderes do ISC a
permissão para fundar aqui o primeiro capítulo. Não obstante, foi também designado como
Oficial Executivo para o Brasil, cargo que delegava a ele amplos poderes para representar a
organização e gerenciar sua expansão no território nacional.
Os anos que se sucederam foram marcados por um amplo esforço para a expansão
da Ordem no território nacional. Através de seu trabalho, Alberto Mansur garantiu a
fundação de vários outros Capítulos, sempre com o apoio de Grão-Mestres e autoridades
maçônicas.
Tamanho foi o seu envolvimento com a causa, que tornou-se em 1988 o primeiro
Soberano Grande Comendador a deixar o posto ainda em vida, uma vez que o cargo era até
então vitalício. Entre os motivos que o levaram a essa decisão estava, além do sentimento de
que era necessário democratizar o exercício do cargo, a sua ampla vontade de dedicar-se
integralmente à Ordem DeMolay.
Evidentemente, esse trabalho não escapou dos conflitos motivados por vaidade,
infelizmente tão comuns na Maçonaria, e de cisões geradas a partir de discordâncias
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individuais e disputas de poder. A primeira delas se deu em São Paulo, inclusive com o
apoio da Grande Loja daquele estado, quando nos idos de 1998 e 1999 foi criado o
JDEMOLAY, uma instituição para tentar usurpar a administração da Ordem de forma
autônoma.
Mais adiante, outras cisões se deram, sendo uma delas no Rio Grande no Norte,
com a fundação do ―Supremo Conselho Jacques DeMolay‖, e outra gerada a partir da
falsificação de uma ata do próprio SCODB por parte de antigos dirigentes, que simulava
uma falsa eleição e permitiu que assumissem inclusive a conta bancária do Supremo
Conselho. Os responsáveis por esse ato foram posteriormente processados condenados na
justiça.
No início dos anos 2000, no entanto, uma grande crise formada através de
disputas no Supremo Conselho do Grau 33º, do qual Alberto Mansur se mantinha como
membro, fizeram com que a Ordem DeMolay fosse colocada no centro de um grave conflito
maçônico. As ações naquele momento repercutiram no território brasileiro, e a instituição
internamente sofreu o revés desse ato, do qual tomaram parte muitas Grandes Lojas da
CMSB.
Naquele mesmo ano, mesmo com Mansur cumprindo sua promessa e deixando o
cargo de Grande Mestre após 19 anos, transmitindo-o ao irmão Toshio Furukawa, o
DeMolay Internacional reconheceu a criação de um novo organismo para dirigir a Ordem
em nosso país: o Supremo Conselho da Ordem DeMolay para a República Federativa do
Brasil (SCODRFB), assinando com ele um contrato para uso da marca muito mais rígido
que o anteriormente concedido ao SCODB, incluindo data de validade e renovação
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periódica. O contrato ainda previa o repasse de certo valor em dinheiro anualmente, visando
a formalizar o uso da marca.
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Essa ampla variedade de potências e obediências maçônicas que ilustram a
filiação dos Grandes Mestres Nacionais é reflexo de uma premissa fundamental estabelecida
pelo próprio Alberto Mansur desde o início do trabalho com o SCODB. Ele compreendia
que o segredo do sucesso da Ordem DeMolay era fazer com que ela, não sendo diretamente
uma organização maçônica e, portanto, não sujeita aos mesmos landmarks e questões
burocráticas do reconhecimento entre obediências, pudesse ser acessível a todos os maçons e
lojas, uma vez que fossem filiadas ao GOB, CMSB ou COMAB.
Ele é hoje um símbolo que orienta todos aqueles que trabalharam perto
dele, sendo inspirados por seu exemplo, a acreditar e defender toda a história construída ao
longo dos 36 anos da Ordem DeMolay no Brasil e 31 anos desde a fundação do Supremo
Conselho.
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"Por Marcelo Vitor Leal Barbosa
Sênior DeMolay e Legionário de Honra/ SCODB
Maçom / GOB - PI
Grande Mestre Estadual - PI / SCODB (2012-2013)
Grande Secretário Geral do SCODB (2015/2016)
Ex - Ministro do Superior Tribunal de Justiça DeMolay / SCODB
Advogado OAB/PI nº6950"
Eminentes Irmãos,
Em que pese o escarcéu que tal fato gerou à época – mormente por se
tratar da primeira decisão de relevo neste imbróglio que envolve as duas partes –
bem como das repercussões institucionais que incidiram, e ainda hoje incidem,
sobre o SCODB, seus dirigentes, com respaldo na vontade da maioria dos seus
associados, prosseguiram no patrocínio do processo, por entenderem, como de
fato ainda entendem, que a melhor técnica jurídica não foi aplicada na análise do
processo em 1ª instância.
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envolve a matéria e a maneira como se deu o seu desfecho, em meio a um mutirão
extraordinário, realizado no estado da Bahia, Seção Judiciária distinta daquela em
que teve início o processo, embora integrante da 1ª Instância do mesmo Tribunal.
(ii) O International Supreme Council foi extinto e não existiu esta sucessão
de pessoas jurídicas ou de propriedade de marcas, mas sim, a abertura de
uma nova pessoa jurídica e de um novo registro de marca, inclusive mais
recente que o do SCODB;
1
Precipitado, no caso, não se relaciona com o tempo de tramitação do processo, mas sim com o, tratamento
dispensado ao julgamento, realizado em meio a diversos julgamentos e visando a obtenção de uma meta.
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(v) O SCODB é independente e soberano sendo que International Supreme
Council cedeu em caráter irretratável e irrevogável todos os direitos sobre a ordem
DeMolay para o Brasil e mais, determinou que não somente o International
Supreme Council mas o demais DeMolays que permaneceram sob a jurisdição do
International Supreme Council rogariam pela boa atividade do SCODB, inexistindo
relação de subordinação entre um e outro;
(xvi) É inaplicável a Convenção de Paris ao caso, pois, nele não há nenhuma das
seguintes condições: a) a marca em apreço não se encontra registrada no país
estrangeiro anteriormente à marca registrada pelo SCODB; b) a marca, cuja
propriedade é discutida, não é notoriamente conhecida;
(xvii) O SCODB obteve o registro das marcas em 23/03/1999, sendo que teria, o
autor da ação, o prazo improrrogável de cinco (05) anos, a contar da data do
registro, para processar o SCODB a teor do que assevera o artigo 174, da Lei de
Propriedade Industrial (Lei n° 9.279/96), estando portanto PRESCRITO o
direito de ação;
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no Brasil, há pelo menos seis meses anteriores ao dia do outro depósito ou da
prioridade unionista, de marca igual ou assemelhada para assinalar os mesmos
produtos ou serviços (art. 45 da Lei nº 9.279, de 14 de maio de 1996);
Repise-se:
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Para a correta interpretação do caso, também se mostra necessário
estabelecer as circunstâncias que levaram o Consulente a requerer, em seu nome, o registro da
marca DeMolay no Brasil.
V - Conclusão
a) O artigo 6º bis da CUP possui três requisitos para conferir a proteção extraterritorial à
determinada marca, a saber: (i) que o país do titular da marca que se busca proteger e o país
em que se busca impedir o registro ou uso sejam signatários da CUP; (ii) que haja
reprodução ou imitação da marca; e (iii) que a marca seja, comprovadamente, notoriamente
conhecida no país em que se busca a proteção extraterritorial, e no momento do depósito do
pedido de registro anulando;
b) O dispositivo do artigo 6º bis (3) da CUP estabelece que a ação de nulidade não prescreverá
nos casos em que o depósito da marca notoriamente conhecida tenha sido feito eivado de
má-fé;
d) Por fim, deve-se ter em mente eventual comportamento contraditório das partes
envolvidas, a fim de avaliar se a pretensão esposada encontra óbice proibitivo na tutela da
boa fé objetiva.
(ii) Também não foi comprovada a alegada má-fé do Consulente ao requerer o registro da
marca DeMolay no Brasil. Como exaustivamente destacado, a boa fé se presume, enquanto
que a má-fé deve ser comprovada, sendo ônus de quem alega demonstrá-la;
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(iii) Não tendo sido observados e preenchidos os requisitos exigidos pelo artigo 6º bis da CUP,
tal norma é inaplicável ao caso concreto, razão pela qual deve ser mantido o prazo
prescricional de 5 (cinco) anos para o ajuizamento da ação de nulidade, conforme preceitua
o artigo 174 da LPI;
(iv) Considerando que o primeiro registro para a marca DeMolay, em nome do Consulente, foi
concedido no Brasil em 23.03.1999, o prazo prescricional para o ajuizamento da
mencionada ação de nulidade expirou em 23.03.2004. Tendo sido, portanto, ajuizada
somente em 23.08.2007, é inafastável a prescrição que se operou em relação à pretensão
dos demandantes.
(v) Ainda que ultrapassadas as condições de aplicação do artigo 6º bis, demonstradas, por
hipótese, a notoriedade da marca no Brasil em 1996 e a eventual má-fé do Consulente,
caberia ao Supremo Conselho Internacional, por fim, comprovar eventual ilicitude do
registro da marca DeMolay no país, o que nos parece não ter sido demonstrado.
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Por tudo o que fora exposto, percebe-se que há plausibilidade naquilo
que o SCODB tem historicamente explicado, sempre que provocado sobre este
assunto, ou seja, há elementos demonstrativos de julgamento sem a devida
observância da melhor técnica jurídica, fatalmente tendentes a provocar o
desfecho que efetivamente provocou, de julgamento desfavorável ao SCODB, algo
que – felizmente – pode ser modificado nas instâncias subsequentes.
Fraternalmente,
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"Por José Roberto d’Affonseca Gusmão
51
PARECER
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Consulta-nos SUPREMO CONSELHO DA ORDEM
DEMOLAY PARA O BRASIL (“Consulente”, ou simplesmente DeMolay Brasil), sobre
a situação jurídica da marca DeMolay no Brasil, principalmente a respeito da licitude da
pretensão veiculada por DEMOLAY INTERNATIONAL e SUPREMO CONSELHO
PARECER
Av. Brigadeiro Faria Lima, 1485 – 11º andar - CEP 01452-002 - São Paulo - SP
- Brasil Fone: 55 (11) 21.49.45.00 - Fax: 55 (11) 38.19.04.55
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iniciado por uma breve contextualização (I) da história da Ordem DeMolay no Brasil,
seguido de um sucinto panorama sobre a (II) aquisição da marca DeMolay pelo
Consulente, para então definir o (III) conflito instaurado sobre a titularidade da marca
no Brasil. Ultrapassado este ponto, passamos a uma abordagem (IV) dos fundamentos
jurídicos pertinentes à aplicação da Convenção da União de Paris e ao conflito judicial
acerca da titularidade da marca no Brasil, para então finalizarmos com nossas (V)
conclusões.
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Após diversas tentativas de contato com os representantes do
Supremo Conselho Internacional, foi em 1974 que o Sr. Alberto Mansur, fundador da
Ordem DeMolay no Brasil, pôde conhecer, pessoalmente, o Sr. George Newbury, que,
na época, era o Soberano Grande Comendador do Supremo Conselho Internacional, e a
quem foi confidenciado o desejo de fundar a Ordem DeMolay no Brasil.
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subordinadas ao respectivo Supremo Conselho. Por fim, houve o expresso
reconhecimento do Supremo Conselho da Ordem DeMolay para o Brasil como sendo o
equivalente a um Corpo Maçônico, com os propósitos das “Sagradas Marcas da Ordem
DeMolay”.
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em favor do Consulente, nunca houve qualquer tipo de objeção ou impugnação por
parte do Supremo Conselho Internacional da Ordem DeMolay, o que nos permite
concluir pela anuência e mútua concordância no que tange à proteção marcária em nome
do Consulente.
1
Segundo o sistema de classificação vigente no INPI até 31.12.1999, por força do Ato Normativo
INPI n.º 51, de 27.01.1981, temos:
41 - Serviços de ensino e de educação de qualquer natureza e grau, diversão, sorteio, jogo, organização de
espetáculos em geral, de congresso e de feira e outros serviços prestados sem finalidade lucrativa
10 - Serviços de ensino e educação de qualquer natureza e grau.
70 - Serviços de caráter comunitário, filantrópico e beneficente.
2 Vide classificação referida na nota 3 acima.
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CAPITULO DEMOLAY, marca nominativa, n.º 821280155, pedido depositado
em 15.12.1998 e registro concedido em 11.03.2008, com vigência até 11.03.2018,
na classe nacional 41.703.
Status: Tal registro encontra-se em vigor.
FIGURATIVA, n.º 821561910, pedido depositado em 15.04.1999 e concedido
em 13.06.2006, com vigência até 13.06.2016, na classe nacional 41.704, para a
figura abaixo:
Status: Tal registro encontra-se sub judice, em razão da ação judicial aforada por
DeMolay International e Supremo Conselho da Ordem DeMolay para a
República Federativa do Brasil.
3
Vide classificação referida na nota 3 acima.
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Tendo sido demandada judicialmente, consulta-nos Supremo
Conselho da Ordem DeMolay para o Brasil sobre a licitude da pretensão veiculada pelos
Autores da dita ação judicial, após longos anos de convivência pacífica e harmoniosa
mantida com o Supremo Conselho Internacional da Ordem DeMolay, e 8 anos após a
concessão do primeiro registro para a marca DeMolay no Brasil.
III – Do Conflito
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Para tanto, cumpre, inicialmente, tecer breves comentários acerca
da finalidade da norma insculpida no artigo 6º bis da CUP e da sua aplicação no Brasil.
“1. Os países da União comprometem-se a recusar ou invalidar o registro, quer administrativamente, se a lei do
país o permitir, quer a pedido do interessado, e a proibir o uso de marca de fábrica ou de comércio que constitua
reprodução, imitação ou tradução, suscetíveis de estabelecer confusão, de uma marca que a autoridade competente
do país do registro ou do uso considere que nele é notoriamente conhecida como sendo já marca de uma pessoa
amparada pela presente Convenção, e utilizada para produtos idênticos ou similares. O mesmo sucederá quando
5
Segundo o qual a propriedade de uma marca se adquire pelo registro validamente expedido pelo órgão
competente, em contraposição com o sistema declarativo, que reconhece o direito emanado do simples uso da
marca ou conferindo ao registro efeito apenas declarativo desse direito.
6 CERQUEIRA, João da Gama. Tratado da Propriedade Industrial, vol. II, tomo II. Ed. Lumen Juris, 2010, p.
63.
7
Decreto nº 1263, de 10.10.1994.
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60
a parte essencial da marca constitui reprodução de marca notoriamente conhecida ou imitação suscetível de
estabelecer confusão com esta.
2. Deverá ser concedido um prazo mínimo de cinco anos a contar da data do registro, para requerer cancelamento
de tal marca. Os países da União têm a faculdade de prever um prazo dentro do qual deverá ser requerida a
proibição de uso.
3. Não será fixado prazo para requerer o cancelamento ou a proibição de uso de marcas registradas ou
utilizadas de má fé.”
8O Brasil é membro da CUP desde 1884, por meio do Decreto 9233, e os Estados Unidos da América desde
1887.
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Preliminarmente, cumpre-nos esclarecer o conceito de marca
notoriamente conhecida a que se referem tanto o art. 6º bis da CUP quanto o art. 126 da
LPI.
A notoriedade a que se refere o art. 6º bis da CUP, por sua vez, não
necessita ser de altíssimo grau, mas aquela circunscrita ao ramo de atividade, posto que a
abrangência da proteção é restrita a esse ramo. Tal grau de conhecimento deve ser
procurado, assim, nos círculos comerciais interessados ou no setor relevante do público,
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62
conforme disposto no art. 16.2 do acordo TRIPs9, que assim define:
“2. O local onde se verifica a notoriedade de uma marca é justamente aquele onde se
queira a proteção, onde se deseja obter o registro. Assim, não basta que a marca seja
notoriamente conhecida no país de origem do registro, mas essencialmente naquele país que reconhecer a
sua notoriedade;
3. O fato das marcas da empresa GAZZONI 1907 SRL estarem registradas em outros países, tais como
Noruega, Finlândia, Dinamarca e na própria OMPI, não confere às referidas marcas o título de notoriamente
conhecidas de modo a impedir o registro das marcas nacionais da empresa SLIM PRODUTOS
DIETÉTICOS LTDA., notadamente ante a ausência da comprovação da notoriedade aqui no
Brasil, dentro do mesmo segmento de mercado, no mesmo ramo de atividade. Não se
pode cogitar de eventual concorrência desleal, uma vez que na situação em tela sequer existe concorrência.”11
(Grifos e negritos nossos)
9 O Acordo TRIPs (Trade Related aspects of Intellectual Property Rights - ou das questões de propriedade
intelectual relacionadas com o comércio), que é parte do acordo maior de criação da Organização Mundial do
Comércio, substituindo o GATT (Acordo Geral de Tarifas e Comércio), foi aprovado no Brasil pelo Decreto
Legislativo n° 30, de 15.12.1994 e promulgado pelo Decreto n° 1.355 de 10.12.1994.
10 GUSMÃO, Jose Roberto d’Affonseca. Proteção da marca notória do Brasil – aplicação do art. 6-bis da
Convenção de Paris e da Lei interna. Revista de Direito Mercantil, São Paulo, n. 70, p. 65-81, abr./jun. 1988. p.
76.
11
Apelação Cível 19975101006147-0, Des. Rel. Abel Gomes da 1ª Turma Especializada do Tribunal Regional da
2ª Região, acórdão publicado em 19/12/2008.
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63
da marca, não se considere ela como sendo notoriamente conhecida, e terceiro consiga seu registro. Cabe,
então, ao titular originário da marca proceder à anulação do registro conseguido. Nesta ocasião, deverá
comprovar ser a notoriedade de sua marca anterior ao registro em questão”.12
“The history of the provision shows, however, that it will be sufficient if the mark concerned is
well-known in commerce in the country concerned as a mark belonging to a certain enterprise
(…) Nor it is necessary – and it is therefore not necessary to prove – that the person who has
applied for or obtained a conflicting registration or who uses a conflicting mark possessed such
knowledge.”13
12 MORO, Maitê Cecilia Fabbri. Direito de Marcas: Abordagem das marcas notórias na Lei 9.279/96 e nos
acordos internacionais. São Paulo: RT, 2003. p. 106.
13 BODENHAUSEN, G.H.C. Guide to the Application of the Paris Convention for the Protection of Industrial Property as
revised at Stockholm, 1967. p. 92.
14
Apelação Cível e Remessa Necessária 457161-RJ, Des. Rel. André Fontes da 2ª Turma Especializada do
Tribunal Regional Federal da 2ª Região, julgamento em 24/11/2009.
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no Brasil em 1996, tampouco atualmente.
IV.b – Má-fé
15 Art. 174. Prescreve em 5 (cinco) anos a ação para declarar a nulidade do registro, contados da data da sua concessão.
16
BARROS MONTEIRO, Washington. Curso de Direito Civil. Parte Geral - Vol. I. 40ª ed., Ed. Saraiva, 2005, p. 341.
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a má-fé, normalmente, existirá quando o requerente do registro tem conhecimento
prévio da marca notoriamente conhecida e, dessa forma, visa a lucrar com a possível
confusão a ser ensejada perante os consumidores.17
“O dispositivo em tela [artigo 6 bis (3) da CUP] reclama prova inequívoca do vício de vontade, sabendo-
se que a má-fé não se presume”. (Grifos e negritos nossos)18
“(...) Superada a primeira questão, resta avaliar se deve ou não ser mantido o registro da ré para a marca
“CAMEL”, na classe 9, para relógios, em vista da notoriedade reconhecida para a marca “CAMEL” da
autora. Em recente reforma do Código de Processo Civil, a Lei n. 11.280, de 16/02/2006, alterou a
redação do § 5º do art. 219, com vigência a partir de 18/05/2006, verbis:
§5º. O Juiz pronunciará, de ofício, a prescrição.
Assim, pela nova sistemática, o juiz deve pronunciar a prescrição de ofício. Trata-se de norma imperativa, e
não de mera faculdade do juiz, que independe, agora, de pedido expresso do interessado, ou de avaliar quem
será beneficiado ou prejudicado.
Observe-se que a mesma norma legal revogou expressamente o art. 194 do Código Civil, que vedava ao juiz o
reconhecimento da prescrição de ofício, salvo quando se tratasse de interesse de incapaz. Assim, a nova regra
transformou a questão da prescrição em matéria de ordem pública, devendo esta ser proclamada ainda que
contrária às manifestações do órgão público.
Destaque-se que este não é o caso dos autos, visto que o INPI, embora não tenha invocado a preliminar de
prescrição, terá seu ato administrativo mantido, caso seja esta reconhecida, sendo, portanto, se não beneficiado,
mas, ao menos, prestigiado. Recorde-se que a norma processual atinge todos os atos judiciais a serem praticados
após sua vigência. Por outro lado, na forma do art. 193 do Código Civil, a prescrição pode ser apreciada em
qualquer grau de jurisdição.
Dessa forma, entendo que a questão da possível prescrição da ação de nulidade deve ser apreciada de ofício, por
este grau de jurisdição, embora não invocada pelos réus e não apreciada pelo Juízo de 1º grau, por força das
normas legais vigentes à época.
Como é sabido, prescreve em cinco anos o direito de ação de nulidade de registro, contados da data de sua
concessão (art. 98, parágrafo único do CPI e art. 174 da LPI). A marca anulanda foi concedida em
18/12/86 e a ação foi proposta em 16/09/1996, quando a LPI se encontrava em sua vacatio legis,
aplicando-se, pois, o ora extinto CPI que, como já visto, também fixava em cinco anos o prazo prescricional
para a ação de nulidade do registro de marca.
Proposta a ação quase dez anos após a concessão do registro, prescrito se encontrava, de há muito, esse direito
de ação.
Descabe invocar o art. 6º bis – 3, da CUP, visto que este assegura a imprescritibilidade apenas do registro
obtido de má-fé, não sendo este o caso dos presentes autos.
Nem se alegue que houve sim má-fé no pedido de registro da ré, visto que tal não se
encontra provado nos autos e, como é de amplo conhecimento, “a boa-fé se presume;
a má-fé se prova”.” (Grifos e negritos nossos)19
17
BODENHAUSEN, G.H.C. Op. cit. p. 93.
18
Apelação Cível 20025101507687-3, Des. Rel. Aluisio Mendes da 1ª Turma Especializada do Tribunal Regional
Federal da 2ª Região, julgamento em 16.12.2008.
19
Trecho do voto proferido na apelação Cível 20000201024542-6, Des. Rel. Liliane Roriz da 2ª Turma
Especializada do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, julgamento em 27.02.2007, publicado na Imprensa
Oficial de 10.05.2007
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APELAÇÃO - PROPRIEDADE INDUSTRIAL - MARCA - PEDIDO DE NULIDADE
DE REGISTRO - PRESCRIÇÃO - RECURSO IMPROVIDO I - Deflui dos autos que a pretensão
autoral encontra-se induvidosamente prescrita em razão do enorme lapso temporal ocorrido entre a data da
propositura da ação (02/02/2006) e a data da expedição do registro, em 10/11/76 - ou seja - mais de 30
anos, ultrapassando em muito o prazo concedido pela lei para desconstituição de título por vício de nulidade. II
- De outro lado, em que pese a alegação de que o registro foi efetuado com má-fé, na tentativa de impedir a
incidência da prescrição com base no item (3) do artigo 6º, bis, da CUP, o fato é que nada nos autos -
incluindo a prova pericial de fls. 789/852 - faz prova da notoriedade da marca “RYDER” no
Brasil por ocasião do registro da Apelada, ou que esta tivesse qualquer conhecimento
do signo alienígena na data do depósito da marca. III - Recurso improvido.”20 (Grifos e
negritos nossos)
“A conjugação dos dois dispositivos [itens 2 e 3 do artigo 6 bis da CUP] não deixa dúvida que no entender da
lei:
A má-fé não se presume;
O registro indevido de marca notória não se traduz necessariamente em ato de
má-fé;
A despeito da grande notoriedade que uma marca possa ter, a inércia de seu titular pode trazer-lhe
grandes prejuízos.”22 (Grifos e negritos nossos)
20
Apelação cível 20065101500612-8, Des Rel. Messod Azulay Neto da 2ª Turma Especializada do Tribunal
Regional Federal da 2ª Região, julgamento em 28.04.2009, publicado na Imprensa Oficial de 18.06.2009.
21
BODENHAUSEN, G.H.C. Op. cit. p. 93.
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Não obstante, é de se verificar se a marca DeMolay já estava sendo
utilizada no Brasil pelos demandantes na data em que o Consulente requereu o registro
da marca. Tal noção, apesar de não ser determinante para aferição de notoriedade ou
não do sinal no Brasil23, é importante para verificação da má-fé, estabelecendo se já
haveria um efetivo público consumidor brasileiro a ser amealhado pelo Consulente, ou
seja, se já haveria uma situação de concorrência com o início do uso da marca DeMolay
pelo Consulente.
22
Apelação Cível 20055101516722-3, Des. Rel. Messod Azulay da 2ª Turma Especializada do Tribunal Regional
Federal da 2ª Região, julgamento em 26.02.2008.
23 Uma vez que o uso no país não é requisito para a verificação de notoriedade do sinal, mas o efetivo
conhecimento dos potenciais consumidores de que a marca existe e pertence a alguém.
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O que se observa é a relação pacífica e de confiança mantida entre
as entidades, e o compromisso assumido pelo Consulente de proteger a marca DeMolay
no Brasil.
24
Art. 129 LPI – A propriedade da marca adquire-se pelo registro validamente expedido, conforme as
disposições desta Lei, sendo assegurado ao titular seu uso exclusivo em todo o território nacional, observado
quanto às marcas coletivas e de certificação o disposto nos arts. 147 e 148.
25
Art. 158. (…)
§ 2º - Não se conhecerá da oposição, nulidade administrativa ou de ação de nulidade se, fundamentada no inciso
XXIII do art. 124 ou no art. 126, não se comprovar, no prazo de 60 (sessenta) dias após a interposição, o
depósito do pedido de registro da marca na forma desta Lei.
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judicialmente, o registro concedido em favor do Consulente, e até o presente momento,
sequer requereu o registro da marca em seu nome, não lhe sendo lícito, portanto,
questioná-lo passados mais de dez anos do depósito do pedido.
IV.c – Prescrição
26
Dannemann, Siemsen, Bigler & Ipanema Moreira. Propriedade Intelectual no Brasil – Rio de Janeiro: PVDI
Design, 2000, p. 321
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DeMolay para a República Federativa do Brasil de anularem os registros para a marca
DeMolay do Consulente pereceu em 23.03.2004, cinco anos após a concessão do
primeiro registro hoje válido, de n. 819387193.
“São 3 os requisitos para que inocorra a prescrição: a notoriedade do sinal impeditivo, a má-fé do registro e sua
ilicitude. A má-fé, mesmo entendida como conteúdo subjetivo de certos vícios da vontade, constitui-se como mero
elemento do tipo, pois o que acarreta a imprescritibilidade prevista no art. 6 bis (3) não é só a presença da má-fé,
mas sim, e principalmente, a ilicitude do registro, que foi deferido contrariando as normas em vigor no país, seja
ela a CUP ou a LPI, e a ilicitude é sim um caso de nulidade do negócio jurídico, conforme consta do art. 166,
II, do Código Civil em vigor, e não de mera anulabilidade”. 27
“(...) A notoriedade restou demonstrada pelos documentos juntados à inicial, especialmente os de fls. 154/168,
12, 214 e 223. Posto isso, e concluído que os registros foram obtidos de má-fé, resta que não prescreveu o direito
de ação de nulidade dos mesmos. Assim sendo, resta perquirir a registrabilidade do sinal, segundo as regras do
CPI, vigentes à época do ato que se pretende anular”. 28
27 RORIZ DE ALMEIDA, Liliane Do Espírito Santo, desembargadora federal do TRF 2ª Região e ex-procuradora do
INPI,
“Imprescritibilidade da ação anulatória de registro de marca obtido de má-fé”, Revista da ABPI 80, jan/fev de
2006, p. 44.
28 Apelação Cível 2001.02.01.015057-2. TRF 2ª Região, Relatora: Desembargadora Liliane Roriz
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exterior não podem ser utilizados como impeditivos para a concessão da marca no
Brasil, a saber:
72
Conselho Internacional, por fim, comprovar a ilicitude do registro da marca DeMolay
no País, o que nos parece não ter sido demonstrado.
V - Conclusão
b) O dispositivo do artigo 6º bis (3) da CUP estabelece que a ação de nulidade não
prescreverá nos casos em que o depósito da marca notoriamente conhecida tenha
sido feito eivado de má-fé;
d) Por fim, deve-se ter em mente eventual comportamento contraditório das partes
envolvidas, a fim de avaliar se a pretensão esposada encontra óbice proibitivo na
tutela da boa-fé objetiva.
73
aplicação da norma esculpida no artigo 6º bis da CUP, bem como do artigo 126 da
LPI;
(iii) Não tendo sido observados e preenchidos os requisitos exigidos pelo artigo 6º bis
da CUP, tal norma é inaplicável ao caso concreto, razão pela qual deve ser
mantido o prazo prescricional de 5 (cinco) anos para o ajuizamento da ação de
nulidade, conforme preceitua o artigo 174 da LPI;
74
Há que se frisar, outrossim, que a ação de nulidade ajuizada em
face do Consulente foi proposta por DeMolay International e Supremo Conselho da
Ordem DeMolay para a República Federativa do Brasil, que não possuem qualquer
direito anterior que pudesse, eventualmente, ser sobreposto ao direito atribuído ao
Consulente. Ainda que se admita a sucessão eventualmente ocorrida entre o Supremo
Conselho Internacional e DeMolay International, o fato é que todos os registros para
a marca DeMolay, anteriormente concedidos em nome do Supremo Conselho
Internacional, no exterior, foram extintos e encontram-se, atualmente, cancelados.
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75
13.1. CIRCULAR SCODB Nº 008 2010-2011 – Esclareceu o resultado da
tentativa de unificação proposta ao RFB em 2010, que resultou na negativa daquela
instituição, com a apresentação de contraproposta de que, somente aquiesceriam, se o
SCODB encerrasse as atividades e todos se filiassem à outra instituição.
PROPOSTA ATUAL: O SCODB encerra suas atividades e o RFB altera sua razão
social, mantendo seu CNPJ em função do patrimônio e contrato com DeMolay
Internacional, assim surge uma nova razão social com todos unidos, foi sugerido
inclusive que a nova razão social fosse “DeMolay Brasil”.
77
13.1- CIRCULAR SCODB Nº 008 2010-2011 – Esclareceu o resultado da tentativa de unificação proposta ao
RFB em 2010, que resultou na negativa daquela instituição, com a apresentação de contraproposta de que,
somente aquiesceriam, se o SCODB encerrasse as atividades e todos se filiassem à outra instituição.
78
79
13.2 - CIRCULAR SCODB Nº 014 2010-2011 (ANEXOS 1 a 8) – Esclareceu as inverdades consubstanciadas em
informações absurdas e caluniosas que foram dirigidas à Ordem DeMolay pelos então dirigentes do RFB, feitas através de
documentos confusos, mal escritos e não claros, com a nítida intenção de difundir mentiras entre os nossos membros. A
primeira Carta enviada respondeu nossa tentativa de unificação com ataques, e a outra contestou a renovação do registro da
marca ―DEMOLAY‖ expedido pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial ao nosso SCODB no ano de 2010.
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ANEXO 1 (PÁGINA 1)
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ANEXO 1 (PÁGINA 2)
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ANEXO 1 (PÁGINA 3)
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ANEXO 2 (PÁGINA ÚNICA)
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ANEXO 3 (PÁGINA 1)
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ANEXO 3 (PÁGINA 2)
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ANEXO 3 (PÁGINA 3)
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ANEXO 3 (PÁGINA 4)
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ANEXO 3 (PÁGINA 5)
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ANEXO 3 (PÁGINA 6)
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ANEXO 3 (PÁGINA 7)
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ANEXO 3 (PÁGINA 9)
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ANEXO 4 (PÁGINA 1)
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ANEXO 4 (PÁGINA 2)
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ANEXO 4 (PÁGINA 3)
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ANEXO 4 (PÁGINA 4)
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ANEXO 5 (PÁGINA 1)
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ANEXO 5 (PÁGINA 2)
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ANEXO 6 (PÁGINA 1)
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ANEXO 6 (PÁGINA 2)
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ANEXO 7 (PÁGINA ÚNICA)
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ANEXO 8 (PÁGINA ÚNICA)
106
13.3 - CIRCULAR SCODB Nº 004 2011-2012 – Esclareceu que a sentença que fora proferida em desfavor
do SCODB em 2011, não tinha força executiva imediata, e que desde aquela época (agosto de 2011), não
havia, como até hoje não há, qualquer impedimento legal ao normal funcionamento do Supremo Conselho da
Ordem DeMolay para o Brasil e de seus corpos jurisdicionados.
107
13.4- CIRCULAR SCODB Nº 007 2011-2012 – O SCODB apresentou mais uma proposta de Unificação
com a RFB através da instituição de uma Comissão de Unificação.
108
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13.5- CIRCULAR SCODB Nº 021 2011/2012 – Relata o ocorrido em março
de 2012, quando o RFB enviou uma correspondência ao SCODB,
condicionando a continuidade do diálogo de unificação à exigência de alterar a
pauta de discussões, da seguinte forma:
110
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13.6- CIRCULAR SCODB Nº 007 2013/2014 – Apresentou as propostas de consenso para unificação e as
duas propostas que iriam para votação dos capítulos escolherem qual seria a melhor. Contém anexo e relatório
com resultado da consulta feita a todos os capítulos do Brasil, acerca das 2 propostas votadas, quais seja: 1)
encerramento das atividades de ambos e criação de uma nova instituição ou 2) incorporação do SCODB pela
RFB.
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ANEXO 1 - RELATÓRIO DA CONSULTA NACIONAL SOBRE A UNIFICAÇÃO EM 2014
(PÁGINA 1 / 11)
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ANEXO 1 - RELATÓRIO DA CONSULTA NACIONAL SOBRE A UNIFICAÇÃO EM 2014
(PÁGINA 2/11)
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ANEXO 1 - RELATÓRIO DA CONSULTA NACIONAL SOBRE A UNIFICAÇÃO EM 2014
(PÁGINA 3/11)
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ANEXO 1 - RELATÓRIO DA CONSULTA NACIONAL SOBRE A UNIFICAÇÃO EM 2014
(PÁGINA 4/11)
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ANEXO 1 - RELATÓRIO DA CONSULTA NACIONAL SOBRE A UNIFICAÇÃO EM 2014
(PÁGINA 5/11)
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ANEXO 1 - RELATÓRIO DA CONSULTA NACIONAL SOBRE A UNIFICAÇÃO EM 2014
(PÁGINA 6/11)
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ANEXO 1 - RELATÓRIO DA CONSULTA NACIONAL SOBRE A UNIFICAÇÃO EM 2014
(PÁGINA 7/11)
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ANEXO 1 - RELATÓRIO DA CONSULTA NACIONAL SOBRE A UNIFICAÇÃO EM 2014
(PÁGINA 8/11)
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ANEXO 1 - RELATÓRIO DA CONSULTA NACIONAL SOBRE A UNIFICAÇÃO EM 2014
(PÁGINA 9/11)
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ANEXO 1 - RELATÓRIO DA CONSULTA NACIONAL SOBRE A UNIFICAÇÃO EM 2014
(PÁGINA 10/11)
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ANEXO 1 - RELATÓRIO DA CONSULTA NACIONAL SOBRE A UNIFICAÇÃO EM 2014
(PÁGINA 11/11)
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ANEXO 2 - CARTA DE INTENÇÕES DO SCODB À LUIZ ADOLAR CAMARGO KIELING
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198
"Por Abel Nunes Proença Junior.
Ex - Mestre Conselheiro.
Sênior DeMolay - CID 3430.
Mestre Maçom - CIM 218034.
Federado ao Grande Oriente do Brasil.
Jurisdicionado ao Grande Oriente Estado de Mato Grosso do Sul.
Advogado Licenciado da OAB-MS.
Assessor de Desembargador."
―Um homem vinha caminhando pelo deserto, quando percebeu, ao longe, um ser vivo,
que, pela distância, parecia um monstro; aproximando-se, o viajante percebeu que o
ser não era um monstro, mas, sim, um homem; ao chegar, porém, bem mais perto,
reconheceu, nesse homem, o seu irmão‖.
Lenda Hindu.
Prolegômenos
Por óbvio, o presente parecer não pretende ser a palavra final sobre a questão
divisionista, mas apenas um veículo indutor, um modelo aberto para a compreensão
199
dos atuais fatos. Tentaremos abordar singelamente, quando pertinente, aspectos
jurídicos e históricos tanto da Ordem DeMolay quando da Ordem Maçônica.
I - Dos Fatos
Não cabe a esta peça analisar estes fatos, nem suas razões nem os envolvidos, pois
qualquer incursão neste campo poderia transmitir a errônea mensagem de que a
Maçonaria Brasileira se resume a facções ou pequenos grupos de homens e seus
interesses, desfigurando o caráter Universal e Fraterno construído ao longo de anos de
dedicação e trabalho por uma plêiade de honoráveis homens de bem.
José Catellani na introdução de sua obra intitulada ―A Cadeia Partida‖, onde relata a
cisão de 1973, rotulada por ele como a ―mais traumática e devastadora cisão ocorrida
até hoje na Maçonaria Brasileira e a que mais provocou disputas judiciais maçônicas e
profanas‖, salienta muito bem o fato de que não existe dissidência, principalmente de
caráter político, que não envolva boa e má-fé, idealismo e arrivismo, acertos e erros.
O General José Maria Moreira Guimarães, que chefiava a comissão, levava consigo
um ato de Kelly dando-lhe amplos poderes para desempenhar sua missão, portava
também documentos e uma defesa historiando os fatos e mostrando que o que
houvera, na realidade, fora uma dissidência e não uma separação total, continuando, o
Supremo Conselho, a manter a legitimidade, através de seus membros efetivos
remanescentes, ou seja aqueles que não acompanharam a dissidência.
200
Tal qual ocorreu na presente questão divisionista da Ordem DeMolay, os dissidentes
haviam ido a Paris bem antes do Congresso, tendo oportunidade de dar a sua versão
dos fatos ao Irmão René Raymond, encarregado dos trabalhos preparatórios do evento,
e predispondo seu espírito contra a embaixada do Grande Oriente do Brasil.
Como se verá no decorrer desta peça, os anseios dos dissidentes Brasileiros em fundar
um novo Supremo Conselho, e os anseios de re-anexação do Brasil a sua esfera
administrativa mantido pela DeMolay International, com sede nos E.U.A, mesclaram-
se fundindo-se em um só movimento.
Esta é a gênese da atual ―Questão Divisionista‖ que deu origem ao nominado Supremo
Conselho da Ordem DeMolay para a República Federativa do Brasil.
201
São sempre oraculares as palavras de Albert Lantonine:
―A história das Obediências, com muita freqüência, não é senão a de seus cismas e de
suas querelas. Essa é bem a prova de que são humanas, participando de todas as
fraquezas dos homens: vaidade, desejo de poder... Se elas só fossem isso, não seria
recomendável entrar na Ordem Maçônica... ―.. Oh! Esse mundo maçônico não é
perfeito! E de todas essas histórias, muitas vezes pueris, que constituem a escória da
sua História, um adversário poderia facilmente respigar o alimento para sua
malevolência. Os maçons não se orgulham de serem super-homens (e por que seriam
eles super-homens ? ); eles não passam de pecadores transbordantes de boa vontade, e
é por isso que a Franco-Maçonaria, com suas verdades cambiantes que seguem a febre
das épocas, é a única religião humana. Não convém, aqui, louvar nem execrar essa
religião. As injúrias, como as palavras de adulação, não passam de vaidade. Digamos,
porém, que quando uma sociedade atravessa os séculos, entre os temporais que
fizeram efêmeras tantas outras obras dos homens, há nela uma certa virtude
misteriosa... o que o poeta chama de música interior...‖ (Historie de la Franc-
Maçonnerie Française, tomo I, p. 428, apud, Marius Lepage, História e Doutrina da
Franco-Maçonaria, Ed. Pensamento, p. 78).
A Ordem DeMolay, que não tem fronteiras ou Potências, deveria servir como um dos
elementos da argamassa que une a família Maçônica Universal, e não como
instrumento de manobra ou arma a disposição de paixões pouco recomendáveis e
ainda não desbastadas pela Arte Real.
É oportuno conclamar a irmandade Maçônica para que preservem este tesouro que é a
Ordem DeMolay, mantendo-a intacta, pura e separada das diferenças que um dia
eclodiram nas fileiras dos obreiros da Grande Arte e que até hoje de certa forma, em
alguns aspectos os separam.
202
III - A Ordem DeMolay no Mundo.
A Ordem DeMolay foi fundada pelo Maçom Frank Sherman Land, em 18 de Março de
1919, em Kansas City, Estado Unidos da América, objetivando formar entre os jovens
de 13 a 21 anos de idade, melhores cidadãos e à criação de líderes através do
desenvolvimento da personalidade nos jovens. Não sendo uma instituição Maçônica e
sim unificada e dirigida por Maçons; organizada em sua origem como Supremo
Conselho Internacional da Ordem DeMolay (International Supreme Council – ISC).
O programa DeMolay possui dois Graus, Iniciático e DeMolay e tendo sua moral e
trabalho fulcrada no desenvolvimento das sete virtudes cardeais, Amor Filial,
Reverência pelas coisas Sagradas, Cortesia, Amizade, Fidelidade, Pureza e
Patriotismo.
O memorável ―Tio‖ Cunha afirmava que Frank Sherman Land foi quem melhor
definiu a Ordem nos seguintes termos:
―DeMolay é conforme uma religião que é difícil definir. Trabalha de tantas maneiras e
pratica tantas boas ações para e em benefício de um jovem que realmente tem que ser
experimentada para ser totalmente compreendida, avaliada e apreciada‖.
Hoje a Ordem DeMolay esta espalhada por diversos Países, sendo que apenas quatro
possuem Supremos Conselhos Independentes, os Estados Unidos, o Brasil, a Austrália
e as Filipinas. O Supremo Conselho do Canadá cessou suas atividades, em função
disso a autoridade sobre a Ordem retornou ao domínio Americano.
Segundo relato do próprio Irmão Alberto Mansur, 33°, Grande Mestre fundador da
Ordem DeMolay no Brasil, ele tomou conhecimento da existência da Ordem em 1970,
através da leitura da revista ―The New Age – 1969‖, e a partir daí percebendo a lacuna
203
no trato com jovens no âmbito da Maçonaria Brasileira, empreendeu esforços no
sentido de trazer a Ordem para o nosso País.
Nomeado Oficial Executivo, Alberto Mansur iniciou a tradução dos rituais para o
português, com as devidas adaptações.
Esta data é de suma importância já que é nela que a Ordem DeMolay Brasileira torna-
se soberana e independente do Supremo Conselho Internacional e da eventual tutela
Norte Americana.
V - A Carta Constitutiva
Para melhor compreensão segue a tradução da Carta Constitutiva, já que o original foi
redigido em língua inglesa.
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―CARTA CONSTITUTIVA DO SUPREMO CONSELHO DA ORDEM DEMOLAY
PARA O BRASIL.
A fim de que todos saibam pelo presente que, de acordo com a resolução adotada no
nono dia de maio A.D., A.L. 5984, O SUPREMO CONSELHO INTERNACIONAL
DA ORDEM DEMOLAY aqui ordena, cria, constitui e estabelece, na data da última
publicação abaixo, o SUPREMO CONSELHO DA ORDEM DEMOLAY PARA O
BRASIL.
E o dito Supremo Conselho Internacional por meio deste requer a todos DeMolay,
dentro do dito território, doravante render sua inteira obediência em todos os assuntos
pertinentes a Ordem DeMoLay para o dito Supremo Conselho do Brasil.
205
Este documento é fundamental, já que ele cria constitui e estabelece o Supremo
Conselho da Ordem DeMolay para o Brasil, não sendo crível qualquer discussão legal
acerca da fundação, independência, sucessão ou exclusividade sobre a Ordem
DeMolay Brasileira, tal afirmação encontra respaldo no esclarecedor 2º parágrafo da
Carta acima transcrita:
Ora, após onze anos jamais foi contestada a autoridade do Grande Mestre
Internacional Don W. Wrigth e seus poderes para gerir a Ordem no mundo à época,
mesmo porque, é pacífico o entendimento de que ele com legítima autoridade, e no
âmbito de suas atribuições alforriou a Ordem DeMolay Brasileira dos laços
administrativos que ligavam-na ao hoje extinto Supremo Conselho Internacional.
Mas a frente podemos observar que ainda na posse das prerrogativas legais o
estabelecido e soberano Supremo Conselho Internacional determina:
―E o dito Supremo Conselho Internacional por meio deste requer a todos DeMolay,
dentro do dito território, doravante render sua inteira obediência em todos os assuntos
pertinentes a Ordem DeMoLay para o dito Supremo Conselho do Brasil‖ (grifo
nosso).
Não resta dúvida de que o Supremo Conselho da Ordem DeMolay para o Brasil, em
12 de Abril de 1985, tornou-se independente do então Supremo Conselho
Internacional.
Neste tópico podemos afirmar que legalmente não existe margem para discussões
relativas a soberania Brasileira sobre a Ordem DeMolay administrada pelo Supremo
Conselho da Ordem DeMolay para o Brasil.
206
Tanto é verdade que o dito Supremo Internacional pactua com o Supremo Conselho
Brasileiro um tratado de mútuo reconhecimento, demonstrando cabalmente que a
relação de submissão inicial transmudou-se em outra, já que os dois Supremos passam
a reconhecerem-se como entidades independentes e soberanas.
Neste tratado, como já afirmado, o Supremo Conselho Internacional tal qual a Grande
Loja Unida da Inglaterra, libera o Supremo Conselho do Brasil e cria um sistema de
regularidade DeMolay fixando como ―Landmarks‖ pontos a serem resguardados pela
Ordem, conhecidos como ―OS SAGRADOS PRINCÍPIOS DA ORDEM
DEMOLAY‖, que são:
―Um Capítulo deve ser patrocinado, geralmente, por um Corpo ou Corpos Maçônicos
Reconhecidos.
De mais a mais o tratado fixa parâmetros para que os dois Supremos, o Internacional,
Americano e o Brasileiro possam se reconhecer não havendo cláusula de intervenção
ou penalidades.
É notável apenas a cláusula 13ª, onde o Tratado estipula que se o Supremo Conselho
da Ordem DeMolay para o Brasil cessar sua função, toda a autoridade sobre a Ordem
DeMolay no Brasil seria revertida para o Supremo Conselho Internacional tanto tempo
quanto necessário para a criação de um novo Supremo Conselho no Brasil.
VII – O Supremo Conselho da Ordem DeMolay para o Brasil como entidade Civil.
208
O Supremo Conselho da Ordem DeMolay para o Brasil, além de pessoa jurídica de
direito privado é classificada pelo Novo Código Civil como Associação, e como tal,
sujeita e direitos e obrigações.
Como não podia ser diferente a associação ao ser criada recebe um nome, não
existindo portando associação sem denominação, ainda que se trate de associação
secreta com fins lícitos.
Como não poderia deixar de ser enquanto pessoa jurídica o Supremo Conselho da
Ordem DeMolay para o Brasil tem uma finalidade, um objetivo a ser alcançado em
caráter perene. As pessoas que a ele se agrupam o fazem com o propósito nuclear de
atingir um objetivo pré-determinado, que atenda a uma satisfação do próprio grupo
associado ou a um interesse de terceiros alheios à associação, esvaziado de conteúdo
econômico.
209
É possível para uma associação como o Supremo Conselho ter um objetivo singular ou
plural, segundo a vontade revelada pelos associados no estatuto, o qual poderá sofrer
alterações se as normas internas consentirem. Portanto, se houver previsão estatutária,
é permitido que se amplie o objetivo da associação, quando singular, ou se reduza,
quando plural. O que não se mostra tolerável é a configuração de finalidades
antagônicas ou contraditórias de uma associação, porquanto se cuida de ambigüidade
segundo a qual se esvazia a própria razão de ser da instituição.
Encerrado este último tópico, seqüência de uma série onde se fez um apanhado geral
sobre a Ordem DeMolay no Brasil, suas relações internacionais, suas características
históricas e jurídicas, é possível alçar vôos mais arrojados no âmbito da questão
divisionista atual.
Já foi relatado que o Supremo Conselho da Ordem DeMolay para o Brasil vinha
sofrendo resistência quanto a sua forma de administrar, somado a turbulências geradas
no seio da Maçonaria um grupo de Maçons e DeMolays iniciaram uma insurreição que
culminou da criação do um outro organismo que pretende ser soberano sobre os
assuntos DeMolays no país.
Ao mesmo tempo em que esta crise caminhava no Brasil, nos Estados Unidos
consolidava-se uma outra crise também de grande monta.
Por fim, em suposta carta que não obedeceu ao protocolo oficial estipulado pelo
tratado, o citado organismo informa que em 04 de fevereiro de 2004 retirou o
reconhecimento do Supremo Conselho da Ordem DeMolay para o Brasil.
IX – Conclusão.
Trabalho notado pelo Grande Oriente do Brasil, que através do Decreto 0609 de 26 de
Março de 2.003 reconheceu o Supremo Conselho da Ordem DeMolay para o Brasil e
determinou a respectiva troca de Garantes de Amizade.
Assim, a toda prova o Supremo Conselho no Brasil jamais cessou suas atividades, e
sendo esta a única possibilidade da administração da Ordem DeMolay migrar para
solo Americano, qualquer ingerência da DeMolay International (DI) nos assuntos
Brasileiros não é moral e juridicamente aceitável.
A Ordem DeMolay é patrimônio da Maçonaria Universal, não sendo desejável que ela
fique a mercê de uma Potência Maçônica em particular.
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O Supremo Conselho da Ordem DeMolay para o Brasil, enquanto pessoa jurídica e na
qualidade de associação civil reveste-se de todos os direitos e obrigações legais para
exigir, defender, manter e executar a gestão dos assuntos referentes a Ordem DeMolay
no Brasil.
Com a pretensão de ter contribuído ainda que maneira mínima para uma ampla e
democrática discussão sobre a ―Questão Divisionista‖, encerro o presente documento.
Sobre o Autor:
Referências Bibliográficas:
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