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Aula

01

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01

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DIREITO
CONSTITUCIONAL
Prof. Cristiano Lopes
TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO ACRE – PRÉ EDITAL
Direito Constitucional – Aula Inaugural

AULA INAUGURAL

SOBRE O CURSO ..................................................................................................................................................................... 4


SOBRE A BANCA ..................................................................................................................................................................... 5
SOBRE O CONTEÚDO ............................................................................................................................................................. 6
1. TEORIA DA CONSTITUIÇÃO................................................................................................................................................. 7
1. 1. CONCEITO E CONCEPÇÕES DE CONSTITUIÇÃO ................................................................................................................ 8
1.2. CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES ............................................................................................................................ 10
1.2.1. QUANTO À ORIGEM: PROMULGADAS OU OUTORGADAS .......................................................................................... 10
1.2.2. QUANTO À FORMA: ESCRITA OU NÃO-ESCRITA ......................................................................................................... 10
1.2.3. QUANTO AO MODO DE ELABORAÇÃO: DOGMÁTICA OU HISTÓRICA ......................................................................... 11
1.2.4. QUANTO À EXTENSÃO: ANALÍTICA OU SINTÉTICA ...................................................................................................... 11
1.2.5. QUANTO AO CONTEÚDO: MATERIAL OU FORMAL ..................................................................................................... 11
1.2.6. QUANTO À ESTABILIDADE OU POSSIBILIDADE DE ALTERAÇÃO: IMUTÁVEL, RÍGIDA, FLEXÍVEL OU SEMIRRÍGIDA ....... 12
1.3. APLICABILIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS ....................................................................................................... 14
1.3.1. NORMAS CONSTITUCIONAIS DE EFICÁCIA PLENA ....................................................................................................... 15
1.3.2. NORMAS CONSTITUCIONAIS DE EFICÁCIA CONTIDA .................................................................................................. 15
1.3.3. NORMAS CONSTITUCIONAIS DE EFICÁCIA LIMITADA ................................................................................................. 16
1.4. PRINCÍPIOS INSTRUMENTAIS DE INTERPRETAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO .......................................................................... 17
1.4.1. PRINCÍPIO DA UNIDADE DA CONSTITUIÇÃO ............................................................................................................... 18
1.4.2. PRINCÍPIO DO EFEITO INTEGRADOR ........................................................................................................................... 18
1.4.3. PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA OU MÁXIMA EFETIVIDADE ................................................................................................ 18
1.4.4. PRINCÍPIO DA JUSTEZA OU CONFORMIDADE FUNCIONAL .......................................................................................... 19
1.4.5. PRINCÍPIO DA CONCORDÂNCIA PRÁTICA OU HARMONIZAÇÃO ................................................................................. 19
1.4.6. PRINCÍPIO DA FORÇA NORMATIVA ............................................................................................................................ 19
1.4.7. PRINCÍPIO DA INTERPRETAÇÃO À LUZ DA CONSTITUIÇÃO ......................................................................................... 19
1.5. ELEMENTOS DA CONSTITUIÇÃO .................................................................................................................................... 20
1.6. PREÂMBULO E ATOS DE DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS .................................................................... 20
2. PODER CONSTITUINTE ..................................................................................................................................................... 21
2.1. PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO (PCO) .................................................................................................................... 22
2.2. PODER CONSTITUINTE DERIVADO (PCD) ....................................................................................................................... 23
2.2.1. PODER CONSTITUINTE DERIVADO REFORMADOR ...................................................................................................... 24
2.2.2. PODER CONSTITUINTE DERIVADO DECORRENTE ........................................................................................................ 24
2.2.3. PODER CONSTITUINTE DERIVADO REVISOR .............................................................................................................. 25

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3. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS ............................................................................................................................................ 28


3.1. DOS FUNDAMENTOS DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL ....................................................................................... 28
3.2. DA TRIPARTIÇÃO DOS PODERES .................................................................................................................................... 29
3.3. DOS OBJETIVOS DA REPUBLICA FEDERATIVA DO BRASIL ............................................................................................... 29
3.4. DOS PRINCÍPIOS DA REPUBLICA FEDERATIVA DO BRASIL ADOTADOS NA ORDEM INTERNACIONAL. ............................ 30
4. QUESTÕES COMENTADAS ................................................................................................................................................ 31
5. QUESTÕES COM GABARITO.............................................................................................................................................. 38

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Olá, concurseiros de todo o Brasil!

É uma imensa satisfação atender ao convite da coordenação do site C24h para


ministrar o curso de Direito Constitucional para o cargo de Técnico Administrativo do
Tribunal Regional Eleitoral do Acre. Eu me chamo Cristiano Lopes, sou advogado e
professor Direito Constitucional e Direitos Humanos, autor de obras relacionadas a
concurso público e OAB pela Ed. Saraiva, doutorando em Ciência Política pela
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), mestre em Direito pela Universidade
Católica de Pernambuco (UNICAP) e especialista em Direito Penal e Processual pela Escola
Superior de Advocacia do Estado de Pernambuco (ESA/PE).

Sobre o curso

Esse curso será na modalidade pré-edital e realizadas as devidas adaptações por


ocasião da publicação do edital do certame. Vamos contemplar a forma mais ampla,
porém direcionada, de abordagem do conteúdo teórico.

Uma das vantagens dos cursos em .pdf é ser prático, com abordagem objetiva, clara
e específica aos tópicos do edital. Assim será nosso curso! Não devemos passar
superficialmente na matéria, pois isso pode ser suficiente para acertar algumas questões,
no entanto, em uma questão mais elaborada, você pode cair.

Nosso curso será ESQUEMATIZADO da seguinte maneira:

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Abrangeremos, de modo aprofundado, os aspectos mais relevantes de cada tópico


do conteúdo exigido. As questões servirão também de revisão, pois iremos dispor, aula
após aula, questões de assuntos de aulas anteriores.

Tudo o que for posto aqui, por mais aprofundado que pareça, é necessário
para o entendimento completo da disciplina.

Por tudo que foi exposto, este curso será completo. É direcionado a você que está
iniciando os estudos, bem como àqueles que desejam aprofundar os conhecimentos na
disciplina. E mais, ele foi elaborado visando sua única fonte de estudos, ou seja, basta
apenas esse material para adquirir o conhecimento necessário para sua prova.

Sobre a banca

A banca AOCP - Assessoria em Organização de Concursos Públicos Ltda é uma


banca pequena, mas confiável, com 10 anos de experiência em organizações de concursos
municipais, estaduais e federais, estando sua sede localizada na cidade de Maringá-PR.

Uma de suas vantagens é a prontidão as respostas dos recursos e o fato de a


empresa nunca ter se envolvido em nenhum escândalo na área de concursos. A AOCP
tem uma semelhança muito grande com a Fundação Carlos Chagas (FCC) na cobrança
de suas questões; assim, vamos utilizar muitas questões dessa banca, além de outras que
seguem o mesmo estilo de cobrança da organizadora AOCP.

Bem, pessoal, sabemos que quanto mais difíceis são os concursos, maior a
necessidade de nos prepararmos, tomando por base, obviamente, excelentes materiais.

E o material PDF, professor, é suficiente?

Nem sempre! E a lógica é simples de compreender. Os alunos, infelizmente, prezam


materiais mais resumidos, sintéticos, direto ao ponto. E, dentro de uma lógica empresarial,
os Professores acabam traduzindo no PDF a tendência (passada) das ilustres
organizadoras, com materiais objetivos, pragmáticos.

No entanto, o bom do PDF é não ter limitação de folhas. Nós, Professores, podemos
avançar por doutrina, jurisprudência, questões de fixação. O problema é que as aulas ficam
um pouco cansativas, e até enfadonhas. Mas é um mal necessário, em se tratando de um
concurso tão concorrido como esse. Portanto, vamos realizar aprofundamentos teóricos
apenas no estritamente necessário à sua prova.

Então, amigos(as), nosso propósito é encurtar o seu caminho da aprovação!

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Sobre o Conteúdo

Esse curso abordará, de forma detalhada, a seguinte EMENTA:

DIREITO CONSTITUCIONAL: Constituição: Conceito; Classificação;


Aplicabilidades das normas constitucionais; Poder Constituinte. Princípios
Fundamentais. Dos Direitos e Garantias Fundamentais: Dos Direitos e Deveres
Individuais e Coletivos; Remédios Constitucionais; Dos Direitos Sociais; Da
Nacionalidade e Dos Direitos Políticos. Da organização do Estado: Da
organização Político Administrativa; Da União; Dos Estados Federados; Dos
Municípios; Do Distrito Federal e dos Territórios. Da Administração Pública:
Disposições Gerais e Dos Servidores Públicos. Da Organização dos Poderes: Do
Poder Legislativo; Do Poder Executivo; Do Poder Judiciário. Das Funções
Essenciais à Justiça.

Vamos em frente, certos de que a vitória chegará para todos aqueles que
perseverarem. Tenham fé!

Forte abraço a todos!

Cristiano Lopes

CRONOGRAMA DAS AULAS

AULA DATA CONTEÚDO

01 04/05/15 Constituição: Conceito; Classificação; Aplicabilidades das


normas constitucionais; Poder Constituinte; Princípios
Fundamentais.

02 11/05/15 Dos Direitos e Garantias Fundamentais: Dos Direitos e


Deveres Individuais e Coletivos.

03 18/05/15 Dos Direitos e Garantias Fundamentais: Remédios


Constitucionais.

04 25/05/15 Dos Direitos e Garantias Fundamentais: Dos Direitos


Sociais; Da Nacionalidade e Dos Direitos Políticos.

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05 01/06/15 Da organização do Estado: Da organização Político


Administrativa; Da União; Dos Estados Federados; Dos
Municípios; Do Distrito Federal e dos Territórios.

06 08/06/15 Da Administração Pública: Disposições Gerais e Dos


Servidores Públicos.

07 15/06/15 Da Organização dos Poderes: Do Poder Legislativo.

08 22/06/15 Da Organização dos Poderes: Do Poder Executivo.

09 29/06/15 Da Organização dos Poderes: Do Poder Judiciário.

10 06/07/15 Das Funções Essenciais à Justiça.

AULA 1 – CONSTITUIÇÃO: CONCEITO; CLASSIFICAÇÃO; APLICABILIDADES DAS NORMAS


CONSTITUCIONAIS; PODER CONSTITUINTE; PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS

1. TEORIA DA CONSTITUIÇÃO

Direito Constitucional é a ciência que propicia o conhecimento da organização


fundamental do Estado. Ou seja, refere-se à estruturação do poder político, seus
contornos jurídicos e limites de atuação (direitos humanos fundamentais e controle de
constitucionalidade).

Segundo José Afonso da Silva o Direito Constitucional “configura-se como Direito


Público fundamental por referir-se diretamente à organização e funcionamento do Estado,
à articulação dos elementos primários do mesmo e ao estabelecimento das bases da
estrutura política”.

Em outras palavras, o Direito Constitucional busca interpretar as normas


fundamentais do Estado, a sua organização e estruturação política, bem como os limites
de atuação e os princípios fundamentais que o norteiam; e justamente por isso é tratado
dentro do ramo de Direito Público.

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Direito Constitucional – Aula Inaugural

1. 1. Conceito e concepções de Constituição

Começamos esse tópico com a seguinte pergunta: o que se entende por


Constituição?

A Constituição é a norma de maior hierarquia em um ordenamento jurídico, que


organiza, estrutura e constitui o Estado e os direitos e garantias individuais. É a lei
fundamental e suprema de um Estado, criada pela vontade soberana do povo. É ela que
determina a organização político-jurídica do Estado, dispondo sobre a sua forma, os
órgãos que o integram e as competências destes e, finalmente, a aquisição e o exercício
do poder. Cabe também a ela estabelecer as limitações ao poder do Estado e enumerar
os direitos e garantias fundamentais.

A concepção de constituição ideal foi preconizada por J. J. Canotilho. Trata-se de


constituição de caráter liberal, que apresenta os seguintes elementos:

 Deve ser escrita;


 Deve conter um sistema de direitos fundamentais individuais (liberdades negativas);
 Deve conter a definição e o reconhecimento do princípio da separação dos poderes;
 Deve adotar um sistema democrático formal.

Note que todos esses elementos estão intrinsecamente relacionados à limitação do


poder coercitivo do Estado. Cabe destacar, por estar relacionado ao conceito de
constituição ideal, o que dispõe o art. 16, da Declaração Universal dos Direitos do
Homem e do Cidadão: “Toda sociedade na qual não está assegurada a garantia dos
direitos nem determinada a separação de poderes, não tem constituição.”

A doutrina não é pacífica quanto à definição do conceito de constituição, podendo


este ser analisado a partir de diversas concepções. Isso porque o Direito não pode ser
estudado isoladamente de outras ciências sociais, como Sociologia e Politica, por exemplo

É certo que o Direito Constitucional se desenvolve interrelacionado a outras ciências,


principalmente a sociologia, a filosofia e a política. Em virtude disso, existem diversos
sentidos para se conceituar a Constituição:

 Sentido sociológico de constituição – Desenvolvido por Ferdinand Lassalle. Ele


defende que uma Constituição só seria legítima se representasse a vontade popular,
refletindo as forças sociais que constituem o poder. Caso isso não aconteça, a
Constituição não passaria de uma ‘folha de papel’.

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 Sentido político de constituição – Desenvolvido por Carl Schmitt. Ele conceitua


Constituição como a decisão política fundamental. Segundo Schmitt, a validade
de uma Constituição não se apoia na justiça de suas normas, mas na decisão política
que lhe dá existência.
 Sentido jurídico de constituição – Desenvolvido por Hans Kelsen. Para ele, a
Constituição estaria no mundo do dever ser, e não no mundo do ser,
caracterizando-a como fruto da vontade racional do homem, e não das leis naturais.
A Constituição seria, assim, um sistema de normas jurídicas. Segundo Kelsen, a
Constituição é considerada como norma pura, sem qualquer consideração de
cunho sociológico, político ou filosófico. Em consequência, a validade da norma é
completamente independente de sua aceitação pelo sistema de valores sociais
vigentes em uma comunidade.
 Sentido culturalista de constituição – Desenvolvido por J.H. Meirelles Teixeira.
Para ele, a Constituição é produto de um fato cultural, produzido pela sociedade e
que sobre ela pode influir. A concepção culturalista levaria ao conceito de
Constituição Total, por apresentar na sua complexidade intrínseca, aspectos
econômicos, sociológicos, jurídicos e filosóficos.

QUESTÃO 01 (FCC / DPE-SP – 2006) O termo "Constituição" comporta uma série de significados
e sentidos. Assinale a alternativa que associa corretamente frase, autor e sentido.
a) Todos os países possuem, possuíram sempre, em todos os momentos da sua história uma
constituição real e efetiva. Carl Schmitt. Sentido político.
b) Constituição significa, essencialmente, decisão política fundamental, ou seja, concreta
decisão de conjunto sobre o modo e a forma de existência política. Ferdinand Lassale. Sentido
político.
c) Constituição é a norma fundamental hipotética e lei nacional no seu mais alto grau na forma
de documento solene e que somente pode ser alterada observando-se certas prescrições
especiais. Jean Jacques Rousseau. Sentido lógico-jurídico.
d) A verdadeira Constituição de um país somente tem por base os fatores reais do poder que
naquele país vigem e as constituições escritas não têm valor nem são duráveis a não ser que
exprimam fielmente os fatores do poder que imperam na realidade. Ferdinand Lassale. Sentido
sociológico.
e) Todas as constituições pretendem, implícita ou explicitamente, conformar globalmente o
político. Há uma intenção atuante e conformadora do direito constitucional que vincula o
legislador. Jorge Miranda. Sentido dirigente.

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Comentários: A letra A está incorreta. É Lassalle, e não Schmitt, quem entende que no Estado coexistem
duas Constituições: uma real, efetiva, e outra que consiste apenas numa “folha de papel”. Trata-se do
sentido sociológico de Constituição. A letra B está incorreta. Essa é a visão de Schmitt (e não de Lassalle!),
que preconiza o sentido político de Constituição. A letra C está incorreta. Trata-se do sentido jurídico de
Constituição, preconizado por Kelsen. A letra E está incorreta. Trata-se de uma análise política do sentido
de Constituição. O gabarito é a letra D.

1.2. Classificação das Constituições

Não há uniformidade entre os doutrinadores quanto a Classificação das


Constituições. No entanto, dentre as classificações existentes, as mais recorrentes em
concursos públicos são: a) quanto à origem; b) quanto à forma; c) quanto ao modo de
elaboração; d) quanto à extensão; e) quanto ao conteúdo; f) quanto à estabilidade.

1.2.1. Quanto à origem: Promulgadas ou Outorgadas

 Promulgada (democráticas ou populares) – É a constituição de origem popular,


decorrente do fruto do trabalho de uma Assembleia Nacional Constituinte, eleita
diretamente pelo povo, para exercer legitimamente o Poder Constituinte. São
promulgadas as Constituições brasileiras de 1891, 1934, 1946 e 1988.
 Outorgada – É a Constituição elaborada e estabelecida sem a participação do povo.
Trata-se daquela impostas, de maneira unilateral, pelo governante. Não tendo
origem democrática. São outorgadas as Constituições brasileiras de1824, 1937,
1967/69.

1.2.2. Quanto à forma: Escrita ou Não-Escrita

 Escrita (instrumental) – É a Constituição codificada e sistematizada num único


texto. Formada por um conjunto de regras organizadas em um único documento.
Por exemplo, a atual Constituição brasileira.
 Não-Escrita (consuetudinária ou costumeira) – Formada por textos esparsos e se
baseia nos usos, costumes, jurisprudência. O Exemplo clássico apresentado pela
doutrina é a Constituição inglesa.

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1.2.3. Quanto ao modo de elaboração: Dogmática ou Histórica

 Dogmática – É a Constituição elaborada por um órgão constituinte, e sistematiza


os dogmas ou ideias fundamentais da teoria política e do Direito dominantes
no momento. As Constituições Dogmáticas serão sempre escritas. Pode-se citar a
atual Constituição brasileira.
 Histórica – É aquela que resulta da lenta formação histórica, das tradições de uma
sociedade, de um longo processo de evolução dos valores de um povo, em
determinada sociedade, resultando em regras escritas e não escritas. As regras
escritas serão leis e as não escritas usos e costumes.

1.2.4. Quanto à extensão: Analítica ou Sintética

 Analítica – É aquela que aborda todos os assuntos considerados como


fundamentais pelo povo, através de seu representante. Descrevem às minúcias. É
muito extensa, havendo necessidade de maiores modificações para atender às
mutações sociais. Normalmente, trazem regras que deveriam estar na legislação
infraconstitucional. Por exemplo, a atual Constituição brasileira.
 Sintética – É aquela que traz apenas os princípios fundamentais e estruturais do
Estado. É muito enxuta e duradoura, pois os princípios estruturais são interpretados
e adequados aos novos anseios da sociedade, pela atividade da Suprema Corte. Por
exemplo, a atual americana, que dura mais de 200 anos.

1.2.5. Quanto ao conteúdo: Material ou Formal

 Formal – É a Constituição que elege como critério definidor das normas


constitucionais o processo de formação e não a natureza do conteúdo de suas
normas. É aquela cujas normas possuem a natureza constitucional pelo simples fato
de estarem prevista no texto escrito da Constituição, uma vez que o seu conteúdo
não está relacionado ou não possui relevância para o estabelecimento da
organização básica do Estado.
 Material – É a Constituição (ou o conteúdo constitucional) que é composta por
princípios e regras que têm como objeto os direitos fundamentais, a estruturação
do Estado e a organização dos Poderes.

ATENÇÃO: Segundo Pedro Lenza, cabe observar (e este tema ainda não está fechado) “que, com a
introdução do § 3o no art. 5o, pela EC n. 45/2004, passamos a ter uma espécie de conceito misto, já́ que
a nova regra só́ confere a natureza de emenda constitucional (norma formalmente constitucional) aos

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tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos (matéria), desde que observadas as
formalidades de aprovação (forma)”.

1.2.6. Quanto à estabilidade ou possibilidade de alteração:


Imutável, Rígida, Flexível ou Semirrígida

 Imutável – São aquela inalteráveis em virtude de terem sido criadas para reger de
forma perpetua a vida de uma sociedade, constituindo-se em verdadeiras relíquias
históricas.
 Rígida – São aquelas Constituições que exigem, em relação às normas
infraconstitucionais, para a sua alteração um processo legislativo mais complexo,
mais solene, mais dificultoso do que o processo de alteração das normas não
constitucionais. Por exemplo, a atual Constituição brasileira.

ATENÇÃO: Da rigidez constitucional decorre o princípio da supremacia da Constituição. É que, em


virtude da necessidade de processo legislativo especial para que uma norma seja inserida no texto
constitucional, fica claro, por consequência lógica, que as normas constitucionais estão em patamar
hierárquico superior ao das demais normas do ordenamento jurídico. Assim, as normas que forem
incompatíveis com a Constituição serão consideradas inconstitucionais. Tal fiscalização de validade das
leis é realizada por meio do denominado “controle de constitucionalidade”, que tem como
pressuposto a rigidez constitucional.

 Flexível – É a Constituição que pode ser modificada livremente pelo constituinte


derivado, utilizando-se do mesmo processo de elaboração das leis ordinárias, pois
não possuem processo legislativo mais rigoroso em comparação às normas
infraconstitucionais.
 Semirrígida (Semi-flexível) – É aquela que o mesmo dispositivo Constitucional
pode ser modificado segundo ritos distintos, a depender de que tipo de norma
esteja para ser alterada. Para Nathalia Masson, neste tipo de Constituição, “alguns
artigos do texto(os que abrigam os preceitos mais importantes) compõe a parte
rígida, de forma que só possam ser reformados por meio de um procedimento
diferenciado e rigoroso, enquanto os demais (que compõe a parte flexível se
alteram seguindo processo menos complexo, menos dificultoso)”.1

1
MASSON, Nathalia. Manual de Direito Constitucional. Salvador: Jus podivm, 2013, p. 35.

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Assim, podemos concluir que a CRFB/88 é promulgada (democrática), escrita,


dogmática, analítica, formal e rígida.

QUESTÃO 02 . (FCC / TRF 4a Região - 2004) No que diz respeito à classificação das constituições,
considerando- se a origem, observa-se que umas derivam do trabalho de uma Assembleia
Nacional Constituinte, composta de representantes do povo, eleitos com a finalidade de sua
elaboração, sendo que outras são elaboradas e estabelecidas sem a participação popular,
através de imposição do poder na época. Nesses casos, tais constituições são denominadas,
respectivamente,
a) Analíticas e sintéticas.
b) Outorgadas e históricas.
c) Históricas e dogmáticas.
d) Promulgadas e outorgadas.
e) Dogmáticas e promulgadas.
Comentários: O enunciado trata da classificação das Constituições quanto à origem. No
primeiro caso, em que estas derivam de uma assembleia composta por representantes do
povo, tem-se as constituições promulgadas, democráticas. No segundo caso, em que são
elaboradas sem a participação popular, tem-se as outorgadas. O gabarito é a letra D.

QUESTÃO 03 (FCC / TCE-MG - 2007) No que se refere à classificação das constituições, é certo
que as promulgadas se apresentam por meio de imposições do poder de determinada época,
sem a participação popular, tendo natureza imutável.
Comentários: As constituições promulgadas contam, sim, com a participação popular. Questão
incorreta.

QUESTÃO 04 (FCC / TCE-AM - 2007) Considerando os vários critérios utilizados para classificar
as constituições, elas podem ser classificadas quanto à forma, em escritas e não-escritas.
Comentários: As constituições podem ser classificadas, quanto à forma, em escritas e não-
escritas. Questão correta.

QUESTÃO 05 (FCC / ARCE - 2006) Dispunha a Constituição brasileira de 1824, em seu artigo
178: "É só́ Constitucional o que diz respeito aos limites e atribuições respectivas dos Poderes
Políticos e aos Direitos Políticos e individuais dos Cidadãos. Tudo o que não é Constitucional
pode ser alterado sem as formalidades referidas [em procedimento descrito nos artigos 174 a

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177 da Constituição], pelas Legislaturas ordinárias.” [grafia atualizada]. O dispositivo acima


transcrito evidencia que a Constituição do Império, quanto à estabilidade de suas normas, era:
a) Outorgada, ao passo que a Constituição brasileira de 1988 é democrática.
b) Semirrígida, ao passo que a Constituição brasileira de 1988 é rígida.
c) Histórica, ao passo que a Constituição brasileira de 1988 é dogmática.
d) Sintética, ao passo que a Constituição brasileira de 1988 é analítica.
e) Flexível, ao passo que a Constituição brasileira de 1988 é super-rígida.
Comentários: Considerando que o procedimento de alteração de parte das normas da
Constituição de 1824 era semelhante ao das leis ordinárias, enquanto a outra parte era
submetida a processo mais dificultoso, em caso de alteração, tem-se que ela era semirrígida.
Já́ a CF/88, é rígida, pois só́ pode ser modificada por procedimento mais dificultoso do que
aqueles pelos quais se modificam as demais leis. Portanto, a letra B é o gabarito da questão.

1.3. Aplicabilidade das Normas Constitucionais

Algumas normas constitucionais possuem todos os elementos para serem


aplicadas, imediatamente, a partir da edição da Constituição; em outros a aplicabilidades
depende de norma posterior, e em outras a norma constitucional poderá ser aplicada, mas
de forma restrita.

Existem diversas classificações das normas constitucionais quanto à eficácia e à


aplicabilidade. No Brasil, a mais conhecida, e também utilizada pelo Supremo Tribunal
Federal (Mandado de Injunção n. 438-2/GO, RT 723/231), é a seguinte classificação
elaborada por José Afonso da Silva: a) normas constitucionais de eficácia plena, b)
normas constitucionais de eficácia contida e c) normas constitucionais de eficácia
limitada.

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São auto-aplicáveis (não


dependem de lei) e não
Normas Constitucionais de podem se reduzidas. Ex.:
eficácia plena CRFB/88, art. 2°.

APLICABILIDADE DAS São auto-aplicáveis e podem


Normas Constitucionais de ter sua eficácia reduzida pelo
NORMAS eficácia contida legislador infraconstitucional.
CONSTITUCIONAIS Ex.: OAB; CRFB/88, art. 37, I.

Não são auto-aplicáveis,


dependendo de ato
Normas Constitucionais de
infraconstitucional posterior
eficácia limitada
para inteira aplicabilidade. Ex.:
CRFB/88, art. 224.

1.3.1. Normas constitucionais de eficácia plena

A normas constitucionais de eficácia plena são aquelas que preenchem todos os


requisitos necessários para que surtam eficácia total. Estas normas têm aplicabilidade
imediata, pois estão aptas a produzir efeitos imediatamente, com a simples promulgação
da Constituição; direta, pois não dependendo de norma infraconstitucional
regulamentadora para produção de seus efeitos e integral, porque já produzem seus
integrais efeitos, sem sofrer quais restrições ou limitações. Por exemplo, os arts. 2º, 19,
20, 21, 22 e 69, todos da CRFB/88.

1.3.2. Normas constitucionais de eficácia contida

A normas constitucionais de eficácia contida são aquelas que, embora tenha eficácia
imediata, podem ter sua aplicabilidade reduzida ou restringida por uma norma
infraconstitucional e/ou outros atos do Poder Público. Trata-se de normas as quais o
constituinte dotou de todos os elementos necessários à produção de efeitos concretos,
sem prejuízo, porém, de regras de contenção ou de reserva de lei restritiva que lhes
restrinjam parte da eficácia inicial.

Estas normas têm aplicabilidade imediata, pois estão aptas a produzir efeitos
imediatamente, com a simples promulgação da Constituição e direta, pois não
dependendo de norma infraconstitucional regulamentadora para produção de seus
efeitos, mas, possivelmente, não-integral, por não produzem seus integrais efeitos, já que
estão sujeitas à restrições ou limitações. Por exemplo: o art. 5º, XIII, da Constituição
assegura a liberdade de exercício “de qualquer trabalho, ofício ou profissão”, desde que
“atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer”. O que explica a

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constitucionalidade da aprovação em Exame de Ordem como condição ao exercício da


profissão de advogado (art. 8º, IV, da Lei n. 8.906/94), enquanto a ausência de lei restritiva
torna possível o exercício de outras profissões sem necessidade de testes semelhantes de
proficiência.

1.3.3. Normas constitucionais de eficácia limitada

As normas constitucionais de eficácia limitada são normas que, por si sós, não
reúnem as condições suficientes para que sejam imediatamente exigíveis. Só produzem
seus pleno efeitos depois da exigida regulamentação, já que é imprescindível a edição,
posterior, de lei ou de atos administrativos. Possuem eficácia limitada, como o próprio
nome diz, pois precisam da intermediação do legislador ou da Administração Pública.
Todavia, como já decidiu o STF, “em linha de princípio e sempre que possível”, têm “a
imediata eficácia negativa de revogar as regras preexistentes que sejam contrárias”,
pelo que também podem ser utilizadas como normas interpretativas e como parâmetro
para controlar a constitucionalidade de normas infraconstitucionais (ADInMC 2.381/RS).

Estas normas tem aplicabilidade medita indireta, mediata e reduzida, porque


somente incidem totalmente sobre esses interesses, apos uma normatividade ulterior que
lhes desenvolva a aplicabilidade.

As normas constitucionais de eficácia limitada e aplicabilidade mediata subdividem-


se em: Normas constitucionais de princípio institutivo e Normas de princípio
programático. As normas constitucionais de princípio institutivo (princípio orgânico ou
organizativo) são normas pelas quais o legislador constituinte esquematiza a estruturação
e as atribuições de órgãos, entidades ou institutos, deixando para o legislador ordinário a
tarefa de traçar a disciplina mais detalhada a respeito. Exemplos: arts. 20, § 2º; 33; 88; 107;
131 e 224, da CRFB/88. Já as normas de princípio programático são normas nas quais o
constituinte se limita a traçar princípios e diretrizes de atuação do Poder Público.
Exemplos: arts. 3º; 7º, XX; 196 e 205, da CRFB/88.

ATENÇÃO: As normas definidoras de Direito e Garantias Fundamentais tem aplicabilidade imediata,


conforme estabelece o § 1º do art. 5º da CRFB/88.

QUESTÃO 06 (FCC / TRT-PR - 2013) O inciso XIII do artigo 5o da Constituição Federal brasileira
estabelece que é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as
qualificações profissionais que a lei estabelecer e o inciso LXVIII afirma que conceder-se-á
habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação

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em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder. Estes casos são,
respectivamente, exemplos de norma constitucional de eficácia:
a) Plena e limitada.
b) Plena e contida.
c) Limitada e contida.
d) Contida e plena.
e) Contida e limitada.
Comentários: No primeiro caso, a lei poderá́ restringir a liberdade de exercício do trabalho,
ofício ou profissão, por meio de exigência de cumprimento de determinadas qualificações
profissionais. Trata-se, portanto, de norma de eficácia contida. No segundo, o direito é
plenamente exercitável desde logo, sem qualquer exigência de lei para tanto. Tem-se uma
norma de eficácia plena. A letra D é o gabarito da questão.

QUESTÃO 07 (FCC / TRT 18a Região - 2013) Analise o Art. 2°, da Constituição Federal de
1988:0São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo
e o Judiciário. Trata- se de norma de eficácia:
a) Plena
b) Contida
c) Limitada
d) Programática
e) Exaurida
Comentários: Trata-se de norma de eficácia plena, com produção de efeitos imediatos,
independentemente de regulamentação. A letra A é o gabarito.

1.4. Princípios Instrumentais de Interpretação da Constituição

Os princípios constitucionais, segundo Luís Roberto Barroso, “são o conjunto de


normas que espelham a ideologia da Constituição, seus postulados básicos e seus fins.
Dito de forma sumária, os princípios constitucionais são as normas eleitas pelo
constituinte como fundamentos ou qualificações essenciais da ordem jurídica que institui”.

Os princípios de interpretação constitucional têm como finalidade possibilitar ao


intérprete o entendimento e o significado das normas de acordo com a nossa Constituição

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Federal. a doutrina estabelece alguns Princípios Instrumentais de Interpretação e que


podem ser assim esquematizados:

1.4.1. Princípio da Unidade da Constituição

As normas constitucionais devem ser consideradas não como normas isoladas, mas
como preceitos integrados num sistema interno unitário de regras e princípios.

Como lembra Canotilho: “O princípio da unidade da Constituição ganha relevo


autônomo como princípio interpretativo quando com ele se quer significar que o Direito
Constitucional deve ser interpretado de forma a evitar contradições (antinomias,
antagonismos) entre as suas normas e, sobretudo, entre os princípios jurídicos-políticos
constitucionalmente estruturantes. Como ‘ponto de orientação’, ‘guia de discussão’ e
‘factor hermenêutico de decisão’ o princípio da unidade obriga o intérprete a considerar
a Constituição na sua globalidade e procurar harmonizar os espaços de tensão [...]
existentes entre as normas constitucionais a concretizar. Daí que o intérprete deva sempre
considerar as normas constitucionais, não como normas isoladas e dispersas, mas sim
como preceitos integrados num sistema interno unitário de normas e princípios”.

Consoante o princípio da unidade da constituição, as normas constitucionais


devem ser analisadas de forma integrada e não isoladamente, de forma a evitar as
contradições aparentemente existentes.

1.4.2. Princípio do Efeito Integrador

O princípio do efeito integrador é originário do princípio da unidade da


Constituição. Pretende que ao solucionar questões jurídico-constitucionais, deva-se dar
prioridade às interpretações que favoreçam a integração política e social e possibilitem o
reforço da unidade política, posto que essa é uma das finalidades primordiais da
Constituição.

1.4.3. Princípio da Eficiência ou Máxima Efetividade

O princípio da máxima efetividade das normas constitucionais (ou princípio da


Máxima Efetividade) consiste em atribuir na interpretação das normas oriundas da
Constituição o sentido de extrair sua máxima abrangência e alcance, utilizando todas as
suas potencialidades.

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Segundo Inocêncio Mártires, “o cânone hermenêutico-constitucional da máxima


efetividade orienta os aplicadores da lei maior para que interpretem as suas normas em
ordem a otimizar-lhes a eficácia, mas sem alterar o seu conteúdo”.

Cumpre destacar que esse princípio é utilizado com maior incidência no âmbito dos
direitos fundamentais, embora devesse ser aplicado a todas as normas constitucionais.

1.4.4. Princípio da Justeza ou Conformidade Funcional

Conforme os ensinamentos de Marcelo Novelino, esse princípio “atua no sentido


de impedir que os órgãos encarregados da interpretação da Constituição, sobretudo
o Tribunal Constitucional, cheguem a um resultado contrário ao esquema
organizatório-funcional estabelecido por ela”.

De outra maneira, pode-se afirmar que tal princípio aduz que não pode o intérprete
da Constituição Federal, isto é, o Supremo Tribunal Federal, alterar a repartição de funções
determinada pelo próprio Texto Constitucional.

1.4.5. Princípio da Concordância Prática ou Harmonização

Por esse princípio pode-se entender que na ocasião em que houver um conflito
entre bens e valores protegidos pela Constituição Federal, a solução que deve prevalecer
é aquela que propicie a realização de todos eles, impedindo que um seja totalmente
desprezado em relação a outro.

1.4.6. Princípio da Força Normativa

Tal princípio foi desenvolvido por Konrad Hesse, o qual declarava que toda norma
presente no Texto Constitucional deve possuir o mínimo de eficácia, sob pena de tornar-
se “letra morta em papel”.

Assim, o princípio da força normativa reporta-se à total efetividade das normas


previstas na Carta Magna.

1.4.7. Princípio da interpretação à luz da Constituição

Neste sentido, a interpretação conforme à Constituição “só é utilizável quando a


norma impugnada admite, dentre as várias interpretações possíveis, uma que a
compatibilize com a Carta Magna, e não quando o sentido da norma é unívoco”.

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Nas palavras de Gilmar Ferreira Mendes, “oportunidade para interpretação


conforme à Constituição existe sempre que determinada disposição legal oferece
diferentes possibilidades de interpretação, sendo algumas delas incompatíveis com a
própria Constituição”.

1.5. Elementos da Constituição

Para José Afonso da Silva, as constituições possuem diversos elementos. Os da


Constituição de 1988 são divididos da seguinte maneira:

a) Elementos orgânicos – são aqueles que estabelecem os próprios órgãos e a estrutura


do Estado. Exemplos: normas do Título III da CRFB/88 – Da Organização dos Poderes e do
Sistema de Governo; Capítulos II e III do Título V (Das Forças Armadas e da Segurança
Pública); Título VI (Da Tributação e do Orçamento);

b) Elementos limitativos – são as normas que compõem o elenco dos direitos e garantias
fundamentais, limitando a atuação do Estado. Exemplos: Título II (Dos Direitos e Garantias
Fundamentais) da Constituição de 1988, com exceção do Capítulo II (Dos Direitos Sociais)
e Título VIII (Da Ordem Social).

c) Elementos socioideológicos – são as normas que representam o compromisso da


Constituição entre o Estado individualista e o Estado Social, intervencionista. Exemplos:
Capítulo II do Título II (Dos Direitos Sociais); Título VII (Da Ordem Econômica e Financeira);
e Título VIII (Da Ordem Social).

d) Elementos de estabilização constitucional – são as normas que asseguram a


supremacia da Constituição. Preveem instrumentos de preservação da ordem e
mecanismo para situações de crise. Exemplos: arts. 102 e 103 (controle de
constitucionalidade); arts. 34-36 (intervenção nos Estados e Municípios); art. 60 (emendas
constitucionais); Título V (Da Defesa do Estado e das Instituições Democráticas).

e) Elementos formais de aplicabilidade – que estabelecem as regras de aplicação das


normas constitucionais. Exemplos: o preâmbulo e o art. 5º, § 1º – “As normas definidoras
dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata”.

1.6. Preâmbulo e Atos de Disposições Constitucionais Transitórias

Para o STF, o preâmbulo da CRFB/1988 não se situa no âmbito do Direito, mas no


domínio da política, refletindo posição ideológica do constituinte. Em consequência, ele
não possui relevância jurídica, não sendo norma central da Constituição.

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ATENÇÃO: No julgamento da ADI n° 2.076/AC, o STF decidiu que o preâmbulo não tem força normativa
e que não é norma de repetição obrigatória pelas Constituições Estaduais. Assim, não se exige que as
Constituições Estaduais invoquem a proteção de Deus.

O Ato das Disposições Constitucionais Transitórias – ADCT, contrário do que


acontece com o preâmbulo, é norma constitucional e contém regras para garantir a uma
transição harmônica entre o regime constitucional anterior (1969) e o atual regime (1988).
Sendo assim, só pode ser alterado pela via da emenda constitucional.

QUESTÃO 08 (FCC / TCE-PI – 2014) O Preâmbulo não se situa no âmbito do Direito, mas no
domínio da política, refletindo posição ideológica do constituinte e não apresentando,
portanto, força normativa, nem criando direitos ou obrigações.
Comentários: É isso mesmo. O preâmbulo não é norma jurídica; ele está, na verdade, no
domínio da política. Portanto, não tem força normativa e não cria direitos e obrigações. Serve,
apenas, como elemento de interpretação do texto constitucional. Questão correta.

QUESTÃO 09 (FCC / TCE-PI – 2014) O ADCT, ou Ato das Disposições Constitucionais


Transitórias, não tem natureza de norma constitucional, tratando-se de mera regra de
transição, interpretativa e paradigmática.
Comentários: O ADCT, ao contrário do que afirma o enunciado, tem natureza jurídica e,
portanto, elenca normas constitucionais, as quais, inclusive, podem servir como parâmetro para
o controle de constitucionalidade de leis e atos normativos. Questão errada.

2. PODER CONSTITUINTE

Pode ser conceituado como o poder de elaborar ou atualizar uma Constituição,


mediante a supressão, modificação ou acréscimo de normas constitucionais.

A teoria do poder constituinte foi desenvolvida pelo abade francês Emmanuel


Joseph Sieyès na obra “O que é o terceiro Estado?” que defendia a tese de que o
primeiro Estado era ocupado pelo Clero, o segundo, pela Nobreza e o terceiro, pela
Burguesia. O manifesto serviu para a distinção entre poder constituinte e poder
constituído.

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A CRFB/88, em seu art. 1º, diz que todo o poder emana do povo. Dessa forma,
concluímos que a titularidade de qualquer poder é do povo. Entretanto quem exerce o
poder normalmente não é povo, e sim, seus representantes.

O poder constituinte é gênero do qual são espécies o Poder Constituinte Originário (PCO)
e o Poder Constituinte Derivado (PCD), conforme esquema abaixo:

Poder constituinte Poder de criar uma


originário nova constituição

Emendas
Reformador Constitucionais
PODER
CONSTITUINTE (CF, art. 60)

Revisão
Revisor
(ADCT, art. 3º)
Poder constituinte
derivado
Institucionalizador
(cria a Constituição
Decorrente ou Estadual)
Poder Constituinte
Estadual
Reforma a
Constituição
Estadual

2.1. Poder Constituinte Originário (PCO)

Para Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino, “é o poder de criar uma Constituição,


quando o Estado é novo (poder constituinte originário histórico), ou quando uma
Constituição é substituída por outra, em um Estado já existente”.

Ele não é temporário, sendo comumente chamado de poder latente e permanente.


Segundo Gilmar Mendes, Inocêncio Coelho e Paulo Branco, ele está apto para se
manifestar a qualquer momento. Podem-se enumerar as seguintes características:

 Inicial – instaura uma nova ordem jurídica, rompendo com a ordem jurídica
anterior;
 Autônomo – pois a nova Constituição será estruturada de acordo com a
determinação dos que exercem o poder constituinte.
 Incondicionado – não tem de submeter-se a qualquer forma preestabelecida para
sua elaboração;

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 Ilimitado juridicamente – ele não tem de respeitar os limites postos na


Constituição anterior ou normas preexistentes. Costuma-se dizer que ele “pode
tudo”.

Cumpre destacar que a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal firmou-se no


sentido de não admitir, em sede de fiscalização normativa abstrata, o exame de
constitucionalidade de uma norma constitucional originária (RTJ 163/872-873, Rel. Min.
MOREIRA ALVES).

2.2. Poder Constituinte Derivado (PCD)

O Poder Constituinte Derivado, também chamado Instituído, Reformador ou


de segundo grau, é um poder secundário, pois é instituído pelo Poder Constituinte
Originário, para modificar a Constituição, adequando-se às transformações da
realidade. É o próprio constituinte originário, portanto, que estabelece como a
Constituição será alterada.

Conforme ensinado pelo Constitucionalista Paulo Bonavides: “O Poder de reforma


constitucional exercitado pelo poder constituinte derivado é por sua natureza jurídica
mesma um poder limitado, contido num quadro de limitações explícitas e implícitas,
decorrentes da Constituição, a cujos princípios se sujeita, em seu exercício, o órgão
revisor.”

Ao contrário do Poder Constituinte Originário, o Poder Constituinte Derivado é


derivado, subordinado, condicionado e limitado:

 Derivado – pois não inicia uma nova constituição, sendo capaz apenas de alterar
aquela existente.
 Subordinado – pois se subordina a ordem constitucional vigente;
 Condicionado – fica condicionada a observância das normas constitucionais
originárias;
 Limitado – Encontra limites no texto constitucional podendo dispor sobre qualquer
assunto, a qualquer tempo, sem observar um rito legislativo formal.

O Poder Constituinte Derivado divide-se em três espécies: decorrente, revisor e


reformador.

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2.2.1. Poder Constituinte Derivado Reformador

O Poder Constituinte Derivado Reformador tem a função de modificar as normas


constitucionais por meio de emendas. As limitações impostas a este poder estão
consagradas no artigo 60 da CRFB/88.

a) Limitações procedimentais ou formais: referem-se aos órgãos competentes e aos


procedimentos a serem observados na alteração do texto constitucional. Conforme o art.
60, da CRFB/88, a Constituição poderá ser emendada mediante proposta: de um terço, no
mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal; do Presidente
da República ou de mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da
Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros. Além
disso, a Proposta de Emenda será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional,
em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos
dos respectivos membros.

b) Limitações circunstanciais: são limitações consubstanciadas em normas aplicáveis a


situações excepcionais, de extrema gravidade, nas quais a livre manifestação do poder
derivado reformador possa estar ameaçada. Assim, de acordo com o art. 60, § 1º da
CRFB/88, a Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de
estado de defesa ou de estado de sítio.

c) Limitações materiais: impedem a supressão de determinados conteúdos consagrados


no texto constitucional. São as denominadas cláusulas pétreas. Conforme art. 60, § 4º da
CRFB/88, não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: a forma
federativa de Estado; o voto direto, secreto, universal e periódico; a separação dos Poderes
e os direitos e garantias individuais.

2.2.2. Poder Constituinte Derivado Decorrente

O Poder Constituinte Derivado Decorrente também obra do Poder Constituinte


Originário. É a possibilidade que os Estados-membros têm, em virtude de sua autonomia
político-administrativa, de se auto-organizarem por meio de suas respectivas
constituições estaduais, sempre respeitando os princípios da Constituição Federal, nos
termos do art. 11 do ADCT (Ato das Disposições Constitucionais Transitórias) e art. 25 da
CRFB/88.

Conforme estabelecido no art. 11 do ADCT, que assim dispôs: “Cada Assembleia


Legislativa, com poderes constituintes, elaborará a Constituição do Estado, no prazo de

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um ano, contado da promulgação da Constituição Federal, obedecidos os princípios desta.


Parágrafo único. Promulgada a Constituição do Estado, caberá à Câmara Municipal, no
prazo de seis meses, votar a Lei Orgânica respectiva, em dois turnos de discussão e
votação, respeitado o disposto na Constituição Federal e na Constituição Estadual.

Com vistas exclusivamente ao concurso público de Executivo Público,


estabeleceremos que o poder constituinte derivado decorrente é aquele conferido apenas
às Assembleias Legislativas dos Estados e a Câmara Legislativa do Distrito Federal para
elaborar as suas respectivas Constituições Estaduais e Lei Orgânica, observados os
princípios da Constituição Federal. Segundo a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal:
“Antes de adentrar no mérito da questão aqui debatida, anoto que, muito embora não
tenha o constituinte incluído o Distrito Federal no art. 125, § 2º, que atribui competência
aos Tribunais de Justiça dos Estados para instituir a representação de
inconstitucionalidade em face das constituições estaduais, a Lei Orgânica do Distrito
Federal apresenta, no dizer da doutrina, a natureza de verdadeira Constituição local, ante
a autonomia política, administrativa e financeira que a Carta confere a tal ente federado.
Por essa razão, entendo que se mostrava cabível a propositura da ação direta de
inconstitucionalidade pelo MPDFT no caso em exame" (RE 577.025, voto do Rel. Min.
Ricardo Lewandowski, j. 11.12.2008, Plenário, DJE de 06.03.2009).

Este poder, portanto, não foi estendido aos Municípios que, ao elaborarem a Lei
Orgânica, deverão observar a Constituição Federal e a Constituição Estadual respectiva.
Por essa razão, ato local questionado em face da lei orgânica municipal enseja controle
de legalidade, e não de constitucionalidade.

2.2.3. Poder Constituinte Derivado Revisor

O Poder Constituinte Derivado Revisor, assim como o Reformador e o Decorrente,


é fruto do trabalho de criação do originário, estando, portanto, a ele vinculado. É, assim,
um poder condicionado e limitado.

Assim, o art. 3.º do ADCT estabeleceu que a revisão constitucional seria realizada 5
(cinco) anos contados da promulgação da CRFB/88, pelo voto da maioria absoluta de
seus membros, em sessão unicameral.

Como fácil de perceber, o poder constituinte derivado revisor pode manifestar-se


uma única vez, observados os termos estabelecidos pelo poder constituinte originário,
uma vez que a norma autorizadora teve a sua eficácia exaurida e sua aplicabilidade
esgotada com a edição de 6 (seis) Emendas Constitucionais de Revisão, publicadas no
DOU de 2.3.94 e no DOU de 9.6.94.

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Cumpre destacar, as principais diferenças entre a as Emendas Constitucionais (EC)


e as Emendas Constitucionais de revisão (ECR), no quarto a seguir:

Emendas Constitucionais Emendas Constitucionais de revisão

Poder Poder Constituinte Derivado Poder Constituinte Derivado Revisor


Reformador

Fundamento CRFB/88, art. 60 ADCT, art. 3º

Votação Câmara dos Deputados e Senado Congresso Nacional, em sessão unicameral


Federal, separadamente (Câmara dos Deputados e Senado Federal,
conjuntamente)

Turnos 2 (dois) turnos em cada casa do Turno único


Congresso Nacional

Quórum 3/5 dos membros Maioria absoluta

Mutação constitucional

A Constituição não é uma norma imutável. Ao contrário, vinculada que é a uma


sociedade dinâmica em suas relações e em suas escolhas políticas, adapta-se às mudanças
que lhe sucedem na sociedade.

Uadi Lammêgo Bulos, por sua vez, entende por “mutação constitucional o processo
informal de mudança da Constituição, por meio do qual são atribuídos novos sentidos,
conteúdos até então não ressaltados à letra da Lex Legum, quer através da interpretação,
em suas diversas modalidades e métodos, quer por intermédio da construção
(construction), bem como dos usos e costumes constitucionais”.

Veja a seguinte decisão do Supremo Tribunal Federal: “Tendo em vista que o STF,
modificando sua jurisprudência, assentou a competência dos Tribunais de Justiça
estaduais para julgar habeas corpus contra ato de turmas recursais dos juizados especiais,
impõe-se a imediata remessa dos autos à respectiva Corte local para reinício do
julgamento da causa, ficando sem efeito os votos já́ proferidos. Mesmo tratando-se de
alteração de competência por efeito de mutação constitucional (nova interpretação à CF),
e não propriamente de alteração no texto da Lei Fundamental, o fato é que se tem, na
espécie, hipótese de competência absoluta (em razão do grau de jurisdição), que não se
prorroga. Questão de ordem que se resolve pela remessa dos autos ao TJDFT, para reinicio
do julgamento do feito.” (HC 86.009-QO, Rel. Min. Ayres Britto, julgamento em 29-8-2006,
Primeira Turma, DJ de 27-4-2007.)

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Efeitos da nova constituição

A força exercida pelo Poder Originário sobre as normas anteriores acaba por gerar
alguns efeitos. Tais efeitos são chamados fenômenos do Poder Constituinte, e são eles:
Recepção, Repristinação e Desconstitucionalização.

 Recepção é um processo abreviado de criação de normas jurídicas, pelo qual a nova


Constituição adota normas infraconstitucionais já existentes, se com ela
compatíveis, dando-lhes validade e evitando o trabalho de se elaborar toda a
legislação infraconstitucional novamente.
 Repristinação é a restauração de lei revogada, por esse fenômeno, quando
instituída uma nova Constituição, as normas revogadas pela antiga Constituição
voltariam a viger. Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por
ter a lei revogadora perdido a vigência. A repristinação só é admitida se for
expressa.
 Desconstitucionalização ocorre quando da promulgação de uma Constituição,
esta pode determinar que as normas da constituição anterior, desde que
compatíveis com a nova ordem jurídica, permaneçam em vigência, mas com status
de norma infraconstitucional, sob a forma de lei ordinária. No Brasil, prevalece a
ideia de que para haver a desconstitucionalização necessitaria de previsão expressa
na nova Constituição.

QUESTÃO 10 (FCC / TCE-RO - 2010) O Poder Constituinte Reformador, no Brasil, é fundamento


de validade para que os Estados- Membros da Federação promulguem Constituições próprias
com a aprovação das respectivas Assembleias Legislativas.
Comentários: O fundamento para que os Estados-membros elaborem suas próprias
Constituições é o poder constituinte derivado decorrente. Questão incorreta.

QUESTÃO 11 (FCC / TRE-RS - 2010) Em matéria de Poder Constituinte analise:


I. O poder que a Constituição da República Federativa do Brasil vigente atribui aos estados-
membros para se auto organizarem, por meio da elaboração de suas próprias Constituições.
II. O poder que tem como característica, dentre outras, a de ser ilimitado, autônomo e
incondicionado.
Esses poderes dizem respeito, respectivamente, às espécies de poder constituinte:
a) decorrente e originário.

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b) derivado e reformador.
c) reformador e revisor .
d) originário e revisor .
e) decorrente e derivado.
Comentários: O item I traz o conceito de poder constituinte derivado decorrente, enquanto o
II traduz o conceito de poder constituinte originário. A letra A é o gabarito da questão.

3. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS

Princípios Fundamentais é o termo referente a um conjunto de dispositivos


contidos na CRFB/88 destinados a estabelecer as bases políticas, sociais,
administrativas e jurídicas da República Federativa do Brasil. São as noções que dão
a razão da existência e manutenção do Estado brasileiro. São aqueles que sistematizam a
Constituição escrita, de modo a promover a sua compreensão e a tornar mínimo as
aparentes controvérsias existentes no texto constitucional. Isto porque, para a observação
da lógica inteireza do ordenamento jurídico, esses princípios operam servindo de critérios
de interpretação das normas constitucionais na medida em que estabelecem valores
considerados essenciais pelo legislador constituinte.

Para Gomes Canotilho, constituem-se dos princípios definidores da forma de


Estado, dos princípios definidores da estrutura do Estado, dos princípios estruturantes do
regime político e dos princípios caracterizadores da forma de governo e da organização
política em geral.

Tais princípios apresentam-se entre os artigos 1º ao 4º, encampando uma gama


substancial de definições e objetivos a serem respeitados, mantidos e alcançados dentro
de todo

3.1. Dos Fundamentos da República Federativa do Brasil

Conforme estabelece o art. 1o da CRFB/88, a República Federativa do Brasil, formada


pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em
Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:

 a soberania;
 a cidadania;

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 a dignidade da pessoa humana;


 os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
 o pluralismo político.

No art. 1o da CRFB/88 está fixado a forma de Estado, que é a federação, bem como
a forma de governo, que é a republicana, na expressão “República Federativa”, formada
pela união indissolúvel dos Estados e Municípios (entes federativos).

3.2. Da Tripartição dos Poderes

O art. 2o da Constituição Federal do Brasil consagra o princípio da tripartição dos


poderes, consistente em distinguir as três funções que são atribuídas a três órgãos
independentes e harmônicos entre si, que são, exatamente, os Poderes Legislativo,
Executivo e Judiciário.

Extrai-se da expressão “independentes e harmônicos” a teoria dos freios e


contrapesos, segundo a qual cada Poder teria autonomia para exercer sua função, mas
seria controlado pelos outros poderes. Isso serviria para evitar que houvesse exagero no
exercício de poder por qualquer um dos Poderes.

3.3. Dos Objetivos da Republica Federativa do Brasil

O art. 3o da Constituição estabelece os objetivos fundamentais da República


Federativa do Brasil, vejamos:

 a construção de uma sociedade livre, justa e solidária;


 a garantia do desenvolvimento nacional;
 a erradicação da pobreza e da marginalização e a redução das desigualdades
sociais e regionais;
 a promoção do bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor,
idade e quaisquer outras formas de discriminação.

Trata-se de norma de forte conteúdo programático, e que podemos classificar, no


que respeita à estrutura normativa, como elemento normativo sócio-ideológico.

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3.4. Dos princípios da Republica Federativa do Brasil adotados na


Ordem internacional.

No que diz respeito às relações internacionais, o artigo 4o da Constituição Federal


estabelece que a República Federativa do Brasil rege-se pelos seguintes princípios básicos:

 independência nacional;
 prevalência dos direitos humanos;
 autodeterminação dos povos;
 não-intervenção;
 igualdade entre os estados;
 defesa da paz;
 solução pacífica dos conflitos;
 repúdio ao terrorismo e ao racismo;
 cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
 concessão e asilo político.

Determina, ademais, no seu parágrafo único, que a República Federativa do Brasil


buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina,
visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações.

Paulo Mascarenhas observa que em relação ao disposto no parágrafo único, “o


Brasil tem buscado, através do Mercosul, a integração com os demais países latino-
americanos, por ora nos aspectos econômico, cultural e social, como um grande passo
para que, em um futuro não muito distante, essa integração aconteça também no aspecto
político, nos moldes da europeia, como um mercado e uma moeda únicos, resguardada a
independência política de cada um dos países integrantes”.

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4. QUESTÕES COMENTADAS

QUESTÃO 01 1. (FCC: TRT - 16ª REGIÃO (MA) – Analista Judiciário - Área Judiciária, 2009) A
doutrina constitucional tem classificado a nossa atual Constituição Federal (1988) como escrita,
legal,
a) formal, pragmática, outorgada, semirrígida e sintética.
b) material, pragmática, promulgada, flexível e sintética.
c) formal, dogmática, promulgada, rígida e analítica.
d) substancial, pragmática, promulgada, semirrígida e analítica.
e) material, dogmática, outorgada, rígida e sintética.
COMENTÁRIOS: A Constituição Brasileira é: FORMAL - será aquela que elege como critério o processo
de sua formação e não o conteúdo de suas normas. ANALÍTICAS - aquelas que abordam todos os assuntos
que os representantes do povo entenderem fundamentais. DOGMÁTICAS - sempre escritas,
consubstanciam os dogmas estruturais e fundamentais do Estado. PROMULGADA - também chamada de
DEMOCRÁTICA, VOTADA ou POPULAR, é aquela constituição fruto do trabalho de uma Assembleia
Nacional Constituinte, eleita diretamente pelo povo, para em nome dele, atuar, nascendo, portanto, da
deliberação da representação legítima popular. RÍGIDAS - aquelas que exigem para a sua alteração, um
processo legislativo mais árduo, mais solene, mais dificultoso do que o processo de alteração das normas
não constitucionais. A alternativa “C” está correta.

QUESTÃO 02 (FCC: MPE-CE - Promotor de Justiça, 2011) A invocação à proteção de Deus,


constante do Preâmbulo da Constituição da República vigente,
a) é inconstitucional.
b) é ilícita.
c) não tem força normativa.
d) não foi recepcionada pelo texto constitucional.
e) é expressão de reprodução obrigatória nas Constituições estaduais.
COMENTÁRIO: Segundo entendimento do Supremo tribunal Federal, a “Invocação da proteção de Deus:
não se trata de norma de reprodução obrigatória na Constituição estadual, não tendo força normativa
(ADI 2076). Neste sentido, o preâmbulo não tem relevância jurídica, não tem força normativa, servindo,
apenas, como norte interpretativo das normas constitucionais. Por essas características, à invocação a
divindade não é de reprodução obrigatória nos preâmbulos das Constituições estaduais e leis orgânicas
do DF e dos Municípios. A alternativa “C” está correta.

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QUESTÃO 03 (FCC: DPE-SP: Defensor Público, 2009) “A Constituição tem compromisso com a
efetivação de seu núcleo básico (direitos fundamentais), o que somente pode ser pensado a
partir do desenvolvimento de programas estatais, de ações, que demandam uma perspectiva
não teórica, mas sim concreta e pragmática e que passe pelo compromisso do intérprete com
as premissas do constitucionalismo contemporâneo.”
Este enunciado diz respeito à
a) implementação de políticas públicas e ao neoconstitucionalismo.
b) desconstitucionalização dos direitos sociais e à interpretação aberta da sociedade de
Häberle.
c) petrificação dos direitos sociais e à interpretação literal de Savigny.
d) ilegitimidade do controle jurisdicional e ao ativismo judicial em direitos sociais.
e) constituição reguladora de Juhmann e ao método hermenêutico clássico.
COMENTÁRIO: O neoconstitucionalismo tem por finalidade, dentro da atual realidade, buscar a eficácia
da Constituição, deixando o seu texto de ter um caráter meramente retórico e passando a ser mais efetivo,
principalmente diante da expectativa de concretização dos direitos fundamentais. Correta a alternativa “A”.

QUESTÃO 04 (FCC: TRF - 3ª REGIÃO - Técnico Judiciário) A dignidade da pessoa humana, no


âmbito da Constituição Brasileira de 1988, deve ser entendida como :
a) uma exemplificação do princípio de cooperação entre os povos para o progresso da
humanidade reconhecida pela Constituição.
b) um direito individual garantido somente aos brasileiros natos.
c) uma decorrência do princípio constitucional da soberania do Estado Brasileiro.
d) um direito social decorrente de convenção internacional ratificada pelo Estado Brasileiro.
e) um dos fundamentos do Estado Democrático de Direito da República Federativa do Brasil.
COMENTÁRIO: De acordo com o art. 1º da CRFB/88, a República Federativa do Brasil, formada pela união
indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em estado Democrático de Direito
e tem como fundamentos: a soberania, a cidadania, a dignidade da pessoa humana, os valores sociais
do trabalho e da livre iniciativa e o pluralismo político. A alternativa “E” está correta.

QUESTÃO 05 (FCC: Prefeitura de Recife – PE / Procurador, 2014) Entre os princípios que regem,
segundo a Constituição Federal, a República Federativa do Brasil nas suas relações
internacionais, encontram-se os seguintes:

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a) defesa da paz, soberania nacional, não-intervenção e repúdio a todas as formas de


tratamento desumano ou degradante.
b) autodeterminação dos povos, cooperação entre os povos para o progresso da humanidade
e promoção do bem-estar e da justiça social.
c) defesa da paz, solução pacífica dos conflitos, não-intervenção e repúdio ao terrorismo e ao
racismo.
d) soberania nacional, proteção do meio ambiente ecologicamente equilibrado, não
intervenção e solução pacífica dos conflitos.
e) cooperação entre os povos para o progresso da humanidade, proteção do meio ambiente
ecologicamente equilibrado, promoção do bem-estar e da justiça social.
COMENTÁRIO: De acordo com o art. 4º da CRFB/88, a República Federativa do Brasil rege-se nas suas
relações internacionais pelos seguintes princípios: I - independência nacional; II - prevalência dos
direitos humanos; III - autodeterminação dos povos; IV - não-intervenção; V - igualdade entre os Estados;
VI - defesa da paz; VII - solução pacífica dos conflitos; VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo; IX -
cooperação entre os povos para o progresso da humanidade; X - concessão de asilo político. A alternativa
“C” está correta.

QUESTÃO 06 (FCC: TRT - 5ª Região (BA) Prova: Técnico Judiciário, 2013) Um desembargador
do Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região - TRT/BA, no seu discurso de posse, explicou
que a República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados, dos
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como
um de seus fundamentos a
a) independência nacional.
b) prevalência dos direitos humanos.
c) igualdade entre os Estados.
d) defesa da paz.
e) dignidade da pessoa humana.
COMENTÁRIO: De acordo com o art. 1º da CRFB/88, a República Federativa do Brasil, formada pela união
indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em estado Democrático de Direito
e tem como fundamentos: a soberania, a cidadania, a dignidade da pessoa humana, os valores sociais
do trabalho e da livre iniciativa e o pluralismo político. A alternativa “E” está correta.

QUESTÃO 07 (FCC: TST - Analista Judiciário – Taquigrafia) Dentre os objetivos fundamentais da


República Federativa do Brasil NÃO se inclui

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a) construir uma sociedade livre, justa e solidária.


b) garantir o desenvolvimento nacional.
c) erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais.
d) promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer
outras formas de discriminação.
e) promover o pluralismo político.
COMENTÁRIO: De acordo com o art. 3º da CRFB/88, constituem objetivos fundamentais da República
Federativa do Brasil: I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; II - garantir o desenvolvimento
nacional; III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; IV -
promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas
de discriminação. Alternativa “E”.

QUESTÃO 08 (FCC: PGE-BA - Assistente de Procuradoria) As características de ser inicial,


autônomo e incondicionado são próprias
a) da forma de Estado.
b) da Constituição Federal.
c) da supremacia da Constituição.
d) dos direitos fundamentais.
e) do poder constituinte.
COMENTÁRIO: Didaticamente, podemos apresentar as seguintes características do Poder Constituinte
Originário:
“a) É Inicial, porque inaugura uma nova ordem jurídica, rompendo com a anterior (...)
b) É Autônomo, porque só ao seu exercente cabe fixar os termos em que a nova Constituição será
estabelecida e qual o Direito deverá ser implantado.
c) É Ilimitado, porque é soberano e não sofre qualquer limitação prévia do Direito, exatamente pelo fato
de que a este preexiste. Chame-se a atenção para o fato de que a doutrina moderna vem rejeitando esta
compreensão (...).
d) É Incondicionado, porque não se sujeita a nenhum processo ou procedimento prefixado para a sua
manifestação. Pode agir livremente, sem condições ou formas pré-estabelecidas. Não está condicionado
a nenhuma fórmula prefixada (...).
e) É Permanente, pois não se exaure com a elaboração da Constituição. Ele continua presente, em estado
de hibernação, podendo a qualquer momento ser ativado pela vontade sempre soberana do seu titular”
(CUNHA JÚNIOR, Dirley da. Curso de Direito Constitucional. 3 ed. Salvador: JusPODIVM, 2009, pp. 243-
245). A alternativa “E” está correta.

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QUESTÃO 09 (FCC : TRT - 18ª Região (GO) - Técnico Judiciário, 2013) Analise o art. 2° , da
Constituição Federal de 1988: São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o
Legislativo, o Executivo e o Judiciário. Trata- se de norma de eficácia
a) plena.
b) contida.
c) limitada.
d) programática.
e) exaurida.
COMENTÁRIO: Norma de Eficácia Plenas são normas dotadas de aplicabilidade imediata, completas,
claras que já possuem todos os elementos essenciais que permitem a sua incidência. Ex.: Art. 2°, da
CRFB/88. A alternativa “A” está correta.

QUESTÃO 10 (FCC: TRE-PB - Analista Judiciário)As normas de eficácia contida são caracterizadas
por
a) não produzirem efeito de auto-aplicabilidade e imperatividade jurídica.
b) somente produzirem efeito após a edição de norma que a complemente.
c) estarem condicionadas, para a sua eficácia, de regulamentação posterior e futura.
d) produzirem efeito imediatamente, muito embora possam ter tais efeitos restringidos por
normas infraconstitucionais.
e) se inviabilizarem quanto a sua aplicabilidade, na hipótese da edição de lei ordinária posterior.
COMENTÁRIO: As Normas Constitucionais de Eficácia Contida são aquelas em que o legislador
constituinte regulou suficientemente os interesses relativos a determinada matéria, mas deixou margem à
atuação restritiva por parte da competência discricionária do Poder Público, nos termos que a lei
estabelecer ou nos termos de conceitos gerais nela enunciados. A alternativa “D” está correta.

QUESTÃO 11 (FCC/TRF 3a Região – 2014) À atividade judicial de evitar a anulação da lei em razão
de normas dúbias nela contidas, desde que, naturalmente, haja a possibilidade de
compatibilizá-las com a Constituição Federal, dá-se o nome de:
a) interpretação autêntica da Constituição.
b) controle concentrado de constitucionalidade.
c) interpretação conforme a Constituição.

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d) interpretação analógica da Constituição.


e) integração constitucional por via de controle difuso e interpretação literal.
COMENTÁRIO: A questão traz o conceito de interpretação conforme a Constituição, usada para evitar
que normas infraconstitucionais polissêmicas (com várias interpretações possíveis) sejam declaradas
inconstitucionais. Por meio dessa técnica, interpreta-se a norma de modo a lhe conferir o sentido
compatível com a Constituição. O gabarito é a letra C.

QUESTÃO 12 (FCC / TRE-AC - 2010) Sobre a interpretação das normas constitucionais, analise:
I. O órgão encarregado de interpretar a Constituição não pode chegar a um resultado que
subverta ou perturbe o esquema organizatório-funcional estabelecido pelo legislador
constituinte.
II. O texto de uma Constituição deve ser interpretado de forma a evitar contradições
(antinomias) entre suas normas, e sobretudo, entre os princípios constitucionais estabelecidos.
Os referidos princípios, conforme doutrina dominante, são denominados, respectivamente,
como:
a) Da força normativa e da justeza.
b) Do efeito integrador e da harmonização.
c) Da justeza e da unidade.
d) Da máxima efetividade e da unidade.
e) Do efeito integrador e da forma normativa.
COMENTÁRIO: O conceito I se refere ao princípio da justeza, enquanto o II se refere ao da unidade da
Constituição. Portanto, o gabarito é a letra C.

QUESTÃO 13 (FCC / TRE-RS - 2010) Em matéria de Poder Constituinte analise:


I. O poder que a Constituição da República Federativa do Brasil vigente atribui aos estados-
membros para se auto organizarem, por meio da elaboração de suas próprias Constituições.
II. O poder que tem como característica, dentre outras, a de ser ilimitado, autônomo e
incondicionado.
Esses poderes dizem respeito, respectivamente, às espécies de poder constituinte:
a) decorrente e originário.
b) derivado e reformador.

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c) reformador e revisor .
d) originário e revisor .
e) decorrente e derivado.
COMENTÁRIO: O item I traz o conceito de poder constituinte derivado decorrente, enquanto o II traduz
o conceito de poder constituinte originário. A letra A é o gabarito da questão.

QUESTÃO 14 (FCC / Juiz do Trabalho – TRT-GO - 2012) A doutrina do poder constituinte foi
elaborada na obra:
a) O Espírito das Leis, de Montesquieu.
b) O contrato social, de Jean Jacques Rousseau.
c) Leviatã̃, de Thomas Hobbes.
d) O que é o terceiro Estado?, de Emmanuel Joseph Sieyès.
e) Segundo Tratado sobre o Governo Civil, de John Locke.
COMENTÁRIO: A teoria do poder constituinte foi criada por Sieyès, abade francês, no século XVIII, na obra
“O que é o terceiro Estado?”. A letra D é o gabarito.

QUESTÃO 15 (FCC / TRT-PR - 2013) O inciso XIII do artigo 5o da Constituição Federal brasileira
estabelece que é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as
qualificações profissionais que a lei estabelecer e o inciso LXVIII afirma que conceder-se-á
habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação
em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder. Estes casos são,
respectivamente, exemplos de norma constitucional de eficácia:
a) Plena e limitada.
b) Plena e contida.
c) Limitada e contida.
d) Contida e plena.
e) Contida e limitada.
COMENTÁRIO: No primeiro caso, a lei poderá́ restringir a liberdade de exercício do trabalho, ofício ou
profissão, por meio de exigência de cumprimento de determinadas qualificações profissionais. Trata-se,
portanto, de norma de eficácia contida. No segundo, o direito é plenamente exercitável desde logo, sem
qualquer exigência de lei para tanto. Tem-se uma norma de eficácia plena. A letra D é o gabarito da
questão.

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5. QUESTÕES COM GABARITO

QUESTÃO 01 (FCC / DPE-SP – 2006) O termo QUESTÃO 02 (FCC / TRE-AC - 2010) Sobre a
"Constituição" comporta uma série de interpretação das normas constitucionais,
significados e sentidos. Assinale a alternativa analise:
que associa corretamente frase, autor e I. O órgão encarregado de interpretar a
sentido. Constituição não pode chegar a um
a) Todos os países possuem, possuíram resultado que subverta ou perturbe o
sempre, em todos os momentos da sua esquema organizatório-funcional
história uma constituição real e efetiva. Carl estabelecido pelo legislador constituinte.
Schmitt. Sentido político. II. O texto de uma Constituição deve ser
b) Constituição significa, essencialmente, interpretado de forma a evitar contradições
decisão política fundamental, ou seja, (antinomias) entre suas normas, e sobretudo,
concreta decisão de conjunto sobre o modo entre os princípios constitucionais
e a forma de existência política. Ferdinand estabelecidos.
Lassale. Sentido político. Os referidos princípios, conforme doutrina
c) Constituição é a norma fundamental dominante, são denominados,
hipotética e lei nacional no seu mais alto respectivamente, como:
grau na forma de documento solene e que a) Da força normativa e da justeza.
somente pode ser alterada observando-se
certas prescrições especiais. Jean Jacques b) Do efeito integrador e da harmonização.
Rousseau. Sentido lógico-jurídico. c) Da justeza e da unidade.
d) A verdadeira Constituição de um país d) Da máxima efetividade e da unidade.
somente tem por base os fatores reais do
e) Do efeito integrador e da forma
poder que naquele país vigem e as
normativa.
constituições escritas não têm valor nem são
duráveis a não ser que exprimam fielmente
os fatores do poder que imperam na QUESTÃO 03 (FCC / PGE-SP – 2009) A nova
realidade. Ferdinand Lassale. Sentido Constituição revoga as normas da
sociológico. Constituição anterior com ela incompatíveis
e) Todas as constituições pretendem, e as que digam respeito a matéria por ela
implícita ou explicitamente, conformar inteiramente regulada (normas
globalmente o político. Há uma intenção materialmente constitucionais). Quanto às
atuante e conformadora do direito demais normas inseridas na Constituição
constitucional que vincula o legislador. Jorge pretérita (normas apenas formalmente
Miranda. Sentido dirigente. constitucionais, compatíveis com a nova
Constituição), entende-se que continuam a

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vigorar, porém em nível ordinário, dando aplicabilidade e permanência das normas


ensejo ao fenômeno: constitucionais.
a) da recepção. c) os órgãos encarregados da interpretação
b) da desconstitucionalização. da norma constitucional não poderão
chegar a uma posição que subverta o
c) da supremacia da Constituição. esquema organizatório funcional
d) da mutação constitucional. constitucionalmente já́ estabelecido.
e) das normas apenas materialmente d) na solução dos problemas jurídicos
constitucionais. constitucionais, deverá ser dada
maior primazia aos critérios favorecedores
da integração política e social.
QUESTÃO 04 (FCC/TRF 3a Região – 2014) À
atividade judicial de evitar a anulação da lei e) a coordenação e combinação dos bens
em razão de normas dúbias nela contidas, jurídicos em conflito seja destinada a evitar o
desde que, naturalmente, haja a sacrifício total de uns em relação aos outros.
possibilidade de compatibilizá-las com a
Constituição Federal, dá-se o nome de:
QUESTÃO 06 (FCC / ARCE – 2006) Dispunha
a) interpretação autêntica da Constituição. a Constituição brasileira de 1824, em seu
b) controle concentrado de artigo 178: "É só́ Constitucional o que diz
constitucionalidade. respeito aos limites e atribuições respectivas
dos Poderes Políticos e aos Direitos Políticos
c) interpretação conforme a Constituição.
e individuais dos Cidadãos. Tudo o que não
d) interpretação analógica da Constituição. é Constitucional pode ser alterado sem as
e) integração constitucional por via de formalidades referidas [em procedimento
controle difuso e interpretação literal. descrito nos artigos 174 a 177 da
Constituição], pelas Legislaturas ordinárias."
[grafia atualizada]. O dispositivo acima
QUESTÃO 05 (FCC / TRE-PE – 2011) No transcrito evidencia que a Constituição do
tocante à interpretação das normas Império, quanto à estabilidade de suas
constitucionais, o Principio da Força normas, era:
Normativa da Constituição determina que:
a) Outorgada, ao passo que a Constituição
a) a interpretação constitucional deve ser brasileira de 1988 é democrática.
realizada de maneira a evitar contradições
b) Semirrígida, ao passo que a Constituição
entre suas normas.
brasileira de 1988 é rígida.
b) entre as interpretações possíveis, deve ser
c) Histórica, ao passo que a Constituição
adotada aquela que garanta maior eficácia,
brasileira de 1988 é dogmática.

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d) Sintética, ao passo que a Constituição QUESTÃO 09 (FCC / TRT 23a Região – 2004)
brasileira de 1988 é analítica. Tendo em vista a classificação das
e) Flexível, ao passo que a Constituição constituições considere:
brasileira de 1988 é super-rígida. I. A Constituição formada por um plebiscito
popular sobre um projeto elaborado por
uma Junta Governativa ou por um Ditador.
QUESTÃO 07 (FCC / OAB-SP – 2005) A
Constituição da República Federativa do II. A Constituição como sendo o peculiar
Brasil de 1988 pode ser considerada: modo de existir do Estado, reduzido, sob
forma escrita, a um documento solenemente
a) Rígida, por ser seu processo de alteração estabelecido pelo poder constituinte e
mais dificultoso que o de elaboração das somente modificável por processos especiais
demais espécies normativas, e formal, por e normas de conduta especiais nela própria
constar de documento escrito solenemente estabelecidos.
aprovado pelo Poder Constituinte.
Essas afirmações, dizem constituições:
b) Rígida, por ser imutável, e outorgada, por
ter sido elaborada com a participação a) Cesarista e formal.
popular. b) Outorgada e material.
c) Flexível, por ser passível de alteração, e c) Rígida e flexível.
formal, por prever forma específica para a d) Rígida e semirrígida.
sua modificação.
e) Não escrita e escrita
d) Flexível, por ser passível de alteração, e
outorgada, por ter sido elaborada sem a
participação popular. QUESTÃO 10 (FCC / Auditor Tributário –
Jaboatão dos Guararapes – 2006)
Considerados os critérios de classificação das
QUESTÃO 08 (FCC / MPU – 2007) Conforme Constituições segundo sua estabilidade e
a doutrina dominante, a Constituição da extensão, a Constituição brasileira vigente é:
República Federativa do Brasil de 1988 é
classificada como: a) Semirrígida e histórica.

a) Formal, escrita, outorgada e rígida. b) Rígida e analítica.

b) Formal, escrita, promulgada e rígida. c) Flexível e sintética.

c) Material, escrita, promulgada e imutável. d) Dogmática e outorgada.

d) Formal, escrita, promulgada e flexível. e) Imutável e promulgada.

e) Material, escrita, outorgada e semirrígida.

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QUESTÃO 11 (FCC / TRE-MG – 2005) Tendo a) Formal, pragmática, outorgada,


em vista a classificação das constituições, semirrígida e sintética.
pode-se dizer que a Constituição da b) Material, pragmática, promulgada, flexível
República Federativa do Brasil vigente é e sintética.
considerada escrita e legal, assim como:
c) Formal, dogmática, promulgada, rígida e
a) Super-rígida, popular, histórica, sintética e analítica.
semântica.
d) Substancial, pragmática, promulgada,
b) Rígida, promulgada, dogmática, analítica semirrígida e analítica.
e formal.
e) Material, dogmática, outorgada, rígida e
c) Semirrígida, democrática, dogmática, sintética.
sintética e pactuada.
d) Flexível, outorgada, dogmática, analítica e
nominalista. QUESTÃO 14 (FCC: PGE-BA /Analista de
Procuradoria – 2013) Em relação à República
e) Flexível, promulgada, histórica, analítica e Federativa do Brasil, considere:
formal.
I. A dignidade da pessoa humana é um dos
seus fundamentos.
QUESTÃO 12 (FCC / TRT 7a Região – 2009) A II. A promoção do bem de todos - sem
Constituição que prevê̂ somente os preconceitos de origem, raça, sexo, cor,
princípios e as normas gerais de regência do idade e quaisquer outras formas de
Estado, organizando-o e limitando seu discriminação - constitui um de seus
poder, por meio da estipulação de direitos e objetivos fundamentais.
garantias fundamentais é classificada como:
III. O repúdio ao racismo deverá reger as
a) Pactuada. suas relações internacionais.
b) Analítica. IV. A igualdade de todos perante a lei é um
c) Dirigente. dos seus princípios sociais.
d) Dualista. Está correto o que se afirma APENAS em
e) Sintética. a) I, III e IV.
b) I, II e IV.
QUESTÃO 13 (FCC / TRT 16a Região – 2009) A c) I, II e III.
doutrina constitucional tem classificado a d) II, III e IV.
nossa atual Constituição Federal (1988) como
escrita, legal, e) I e II.

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QUESTÃO 15 (FCC: TRT - 18ª Região (GO) / social pelo caminho que livremente
Técnico Judiciário – 2013) Considere o artigo escolheu.
37, VII, da Constituição Federal de 1988: O
direito de greve será exercido nos termos e
nos limites definidos em lei específica. QUESTÃO 18 Na Constituição da República
Trata-se de norma de eficácia: Federativa do Brasil, o teor de referido
enunciado encontra equivalência no
a) contida. princípio de regência das relações
b) plena. internacionais de
c) limitada. a) repúdio ao terrorismo e ao racismo.
d) programática. b) construção de uma sociedade livre, justa
e) exaurida. e solidária.
c) erradicação da pobreza e da
marginalização.
QUESTÃO 16 (FCC: TRE-SP / Técnico
Judiciário) O mecanismo pelo qual os d) autodeterminação dos povos.
Ministros do Supremo Tribunal Federal são e) concessão de asilo político.
nomeados pelo Presidente da República,
após aprovação da escolha pelo Senado
Federal, decorre do princípio constitucional QUESTÃO 19 (FCC: TRT - 24ª REGIÃO (MS) /
da Técnico Judiciário) Nos termos da
Constituição Federal de 1988, constitui um
a) separação de poderes. dos objetivos fundamentais da República
b) soberania. Federativa do Brasil
c) cidadania. a) construir uma sociedade igualitária.
d) inafastabilidade do Poder Judiciário. b) garantir o desenvolvimento econômico.
e) solução pacífica dos conflitos. c) reduzir as desigualdades sociais e
regionais.

QUESTÃO 17 (FCC: TRE-PR/ Técnico d) promover a defesa da paz.


Judiciário) A Carta Africana dos Direitos do e) garantir a dignidade da pessoa humana.
Homem e dos Povos, assinada por Estados
do continente africano em 1981, enuncia, em
seu artigo 20, que todo povo tem um direito QUESTÃO 20 (FCC: TRE-CE / Analista
imprescritível e inalienável, pelo qual Judiciário) Dentre os princípios pelos quais a
determina livremente seu estatuto político e República Federativa do Brasil rege-se nas
garante seu desenvolvimento econômico e suas relações internacionais encontram-se a

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TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO ACRE – PRÉ EDITAL
Direito Constitucional – Aula Inaugural

a) intervenção armada desde que avalisada d) independência nacional e a vedação à


pela ONU e a cooperação entre os povos concessão de asilo político.
para o progresso da humanidade. e) prevalência dos direitos humanos e a
b) autodeterminação dos povos e o igualdade entre Estados.
desenvolvimento nacional.
c) proteção das minorias culturais e o
repúdio ao terrorismo e ao racismo.

GABARITO
1–D 2–C 3–B 4–C 5–B 6–A 7–A 8–B 9–A 10 – B

11 – B 12 – E 13 – C 14 – C 15 – C 16 – A 17 – D 18 – C 19 – E 20 – E

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