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Atos de Ofício p/ TJ-MG 2017 parte II - (Oficial de Apoio Judicial) - Com videoaulas
Aula 06
LEI ESTADUAL Nº 14.939/2003 - LEI DE CUSTAS
Sumário
Sumário..................................................................................................................................... 1
1 – Lei Estadual n.º 14.939/2003 ............................................................................................ 3
Disposições Gerais .............................................................................................................. 3
Da Contagem ..................................................................................................................... 7
Da Não Incidência e das Isenções ................................................................................. 9
Do Prazo para Pagamento das Custas ........................................................................ 11
Do reembolso das verbas indenizatórias ...................................................................... 15
Da fiscalização e das penalidades ............................................................................... 17
Das disposições finais ....................................................................................................... 18
2 - Questões Propostas ........................................................................................................ 19
Gabaritos ........................................................................................................................... 21
3 - Questões Comentadas .................................................................................................. 22
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Disposições Gerais
A Lei Estadual nº 14.939/2003 dispõe sobre as custas devidas ao Estado de forma
geral, ou seja, dispõe sobre a contagem, a cobrança e o pagamento no âmbito da
Justiça Estadual de primeiro e segundo graus.
Art. 1º – A contagem, a cobrança e o pagamento das custas remuneratórias dos serviços
judiciários devidas ao Estado regem-se pelas normas estabelecidas nesta lei.
A lei vem acompanhada de um anexo com uma tabela demonstrando o ato e seu
respectivo valor.
Como mencionei acima, nós não vamos utilizar a tabela da lei em si, uma vez que
está desatualizada. Entretanto, no site do TJ-MG encontramos a tabela atualizada.
Tais tabelas seguem este padrão:
Bem, sempre que falamos em recolhimento das custas, estamos nos referindo ao
pagamento. Este, não é feito em cartório e sim diretamente no banco por meio da
guia de recolhimento.
Art. 2º – O recolhimento das custas de primeira e segunda instâncias, o reembolso de verbas
pela locomoção de oficial de justiça, o preparo de recursos e o porte de retorno de autos
serão feitos por intermédio da rede bancária credenciada, com a utilização de documento
oficial de arrecadação de tributos, cujo modelo, forma de preenchimento e emissão serão
disciplinados em ato normativo conjunto da Secretaria de Estado de Fazenda e da
Corregedoria-Geral de Justiça.
Portanto, tudo o que envolver custas, tanto no primeiro ou no segundo grau, é feito
por meio dessa guia.
Recolhimento de custas – é o pagamento das custas processuais pelo
interessado.
Reembolso de verbas pela locomoção do oficial de justiça – Nos processos
não gratuitos, os oficiais de justiça recebem um determinado valor pelas
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diligências. O valor depende do tipo do ato. Esse valor não é pago junto ao
contracheque, mas sim logo após realizar a diligência. Concluído o ato, a
unidade judicial vai emitir uma GUIA e o oficial vai até o banco realizar o
saque (levantamento) desses valores.
Preparo de Recurso – a parte que não aceita a sentença em primeiro grau vai
fazer o recurso ao segundo grau. Para isso, deve realizar o pagamento
(preparo).
Porte de Retorno de Autos – Estamos falando de processos físicos. É utilizado,
por exemplo, no recurso. O processo físico é remetido ao segundo grau e,
após, a sentença tem que retornar à comarca de origem. Isso é o porte de
retorno dos autos, ou seja, é o custo das despesas com correios.
Guia - A guia obedece a um modelo padrão. Atualmente, é o abaixo:
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A questão do pagamento das guias é muito séria. Não se pode dar andamento no
feito sem que haja o devido preparo para tal. Servidores, Juízes e também os
Desembargadores respondem pessoalmente (devem pagar) pelo descumprimento
das normas de recolhimento, podendo sofrer sanções administrativas.
Em caso de
Agente Vedação
descumprimento
Responsabilidade pessoal
É defeso despachar petição inicial
pelo cumprimento dessa
ou reconvenção, dar andamento,
Juízes de 1º e 2º obrigação, além das
proferir sentença ou prolatar
graus e aos sanções administrativas
acórdão em autos sujeitos às custas
Desembargadores cabíveis, ressalvado o
judiciais sem que neles conste o
disposto no art. 10 desta lei
respectivo pagamento.
(trata das isenções).
Relator em 2ª
Determinará a efetivação do
instância e em O provimento não fala em
pagamento antes de qualquer outra
processo de sanções, mas o Relator é um
diligência ou da revisão para o
competência Desembargador, portanto,
julgamento, caso as custas não
originária do aplica-se a mesma regra.
tenham sido pagas
Tribunal
Até 2005 a execução era feita por meio de um processo autônomo, ou seja, o
interessado precisava promover outra demanda, dessa vez executiva. Para isso, ele
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Da Contagem
O artigo quarto traz uma excelente definição do que são custas:
Art. 4º – Custas são despesas com atos judiciais praticados em razão de ofício, especificados
nas tabelas constantes no Anexo desta lei, e referem-se ao registro, à expedição, ao
preparo e ao arquivamento de feitos.
PARA FIXAR:
O próximo item vai tratar dos valores que podem ser cobrados, se incidentes, ao
final do processo. São as custas finais. Nós já vimos isso, vamos recordar:
Vejamos quais são esses valores (para fins do curso Atos de Ofício II, basta memorizar
a lista, portanto, não vamos nos aprofundar no que é cada item):
Art. 5º – Além dos valores estabelecidos nas tabelas constantes no Anexo desta lei,
incluem-se na conta de custas finais:
Para que sejam cobrados tais valores, o Juiz ou relator deve fundamentar a decisão
nesse sentido. Há também custas finais que, se incidentes, são devidas apenas pelo
causador ou requerente do ato. Isso quer dizer que a parte que contestar
(impugnar) não haverá de pagá-las.
§ 1º – São contadas ao final contra o causador ou requerente do ato, não se contando contra
quem as houver impugnado, as custas de:
I – termo ou ato desnecessário ao regular andamento do feito ou de escritas supérfluas;
II – despesa com andamento protelatório, impertinente ou supérfluo do feito ou de que já
houver, nos autos, exemplar, certidão ou traslado;
III – diligência, se o ato que a determinou pudesse ser praticado no auditório do Juízo ou no
cartório ou se fosse desnecessário;
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Fique atento: o serviço de contadoria-tesouraria vai fazer os cálculos, mas não vai
emitir a guia. A emissão da guia é feita do seguinte modo:
Nas comarcas informatizadas - o preenchimento e a emissão do documento
de arrecadação ficarão a cargo do setor competente.
Nas comarcas não informatizadas - o preenchimento do documento de
arrecadação é de responsabilidade da parte interessada.
Portanto, cuidado. Caso haja recurso face decisão dos Juizados para as Turmas
Recursais, haverá incidência de custas. Aquele que perder deverá ressarcir a parte
vencedora das custas pagas por este.
Voltando ao artigo oitavo, tem uma regra que se aplica aos inventários, aos
arrolamentos e ao alvará judicial que tem por base a UFEMGS:
Art. 8º – Não se sujeitam ao pagamento de custas:
II – o inventário e o arrolamento, desde que os valores não excedam a 25.000 UFEMGS (vinte
e cinco mil Unidades Fiscais do Estado de Minas Gerais);
III – o pedido de alvará judicial, desde que o valor não exceda a 25.000 UFEMGs (vinte e
cinco mil Unidades Fiscais do Estado de Minas Gerais).
ANOTE AÍ:
incidência de custas.
II – os que
provarem insuficiência de recursos e os beneficiários da assistência
judiciária;
Na prática, os autores que provarem insuficiência financeira serão beneficiários da
assistência judiciária. O item II difere um do outro porque, por exemplo, imagine o
cidadão que é o réu e, portanto, não foi beneficiado com justiça gratuita. Digamos
que ele foi condenado a pagar as custas. Pode o cidadão alegar insuficiência de
fundos e ser dispensado do pagamento das custas.
III – o
autor nas ações populares, nas ações civis públicas e nas ações
coletivas de que trata a Lei Federal nº 8.078, de 11 de setembro de 1990, – Código
de Defesa do Consumidor – ressalvada a hipótese de litigância de má-fé;
IV – o autor de ação relativa aos benefícios da previdência social, até o valor previsto no
art. 128 da Lei Federal nº 8.213, de 24 de julho de 1991, considerando-se o valor em relação
a cada autor, quando houver litisconsórcio ativo;
Ambos os itens se aplicam somente aos AUTORES. No caso de ações populares, nas
ações civis públicas e nas ações coletivas em matéria consumeristas, não há limite
de valor. Só será cobrado em caso de ajuizamento com motivos escusos (má-fé).
Já no caso das ações relativas aos benefícios da previdência social, não será
cobrado custas desde que o valor não ultrapasse R$ 5.180,25.
Lei 8.213/91 - Art. 128. As demandas judiciais que tiverem por objeto o reajuste ou a
concessão de benefícios regulados nesta Lei cujos valores de execução não forem
superiores a R$ 5.180,25 (cinco mil, cento e oitenta reais e vinte e cinco centavos)
por autor poderão, por opção de cada um dos exequentes, ser quitadas no prazo
de até sessenta dias após a intimação do trânsito em julgado da decisão, sem
necessidade da expedição de precatório.
Art. 11 – A Fazenda Pública ficará isenta de custas nos processos de execução fiscal quando:
I – desistir da cobrança;
II – promover o arquivamento dos autos;
III – por insuficiente, para a satisfação do crédito tributário, o produto dos bens penhorados.
O motivo desse item é simples. Quando o autor de uma ação desiste nas
circunstâncias acima, ele deve pagar. No caso da Fazenda Pública, entretanto, as
custas não são devidas.
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A mesma regra se aplica aos processos que se iniciam diretamente no segundo grau
(competência originária), inclusive nas hipóteses de embargo à execução, à ação
monitória e à ação penal privada.
Adiantando um pouco, o preparo para interposição do recurso deve ser feito junto
com a petição. Portanto é a mesma regra. Emite e paga a guia. Faz a petição já
apresentando a guia paga.
Art. 15 – O pagamento de preparo pela interposição de recurso, inclusive o recurso adesivo,
será feito na mesma oportunidade do protocolo da petição e inclui o porte de retorno.
Art. 16 – Os recursos oriundos da Comarca de Belo Horizonte e os dirigidos às Turmas Recursais
que tenham sede na própria comarca não estão sujeitos ao pagamento de porte de
retorno.
Destaco que alguns itens têm o valor regulado por órgão fora do TJ. É o caso do
edital, do pedágio e do porte de retorno. Nesse caso, sempre que tais entidades
atualizarem os valores pelos seus serviços, os valores devidos a esses serviços sofrerão
o mesmo reajuste no âmbito do TJ.
Art. 33 – Os valores do porte de retorno, veiculação de aviso, edital ou intimação e do
pedágio serão disciplinados pela Corregedoria-Geral de Justiça e atualizados sempre que
a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT –, a Imprensa Oficial e os concessionários
de rodovias estaduais e federais e de travessia de rios e lagos alterarem os respectivos
preços, ocasião em que serão publicadas novas tabelas.
§ 3º – As despesas judiciais serão reembolsadas a final pelo vencido, ainda que este seja
uma das pessoas jurídicas no inciso I do art. 10 desta lei, nos termos da decisão que o
condenar, ou pelas partes, na proporção de seus quinhões, nos processos divisórios e
demarcatórios.
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§ 4º – Em dia sem expediente bancário ou após o seu encerramento, o Juiz ou relator poderá
autorizar a realização de atos urgentes sem o recolhimento antecipado das custas, para
evitar a prescrição da ação ou a decadência do direito.
Digamos que essa é uma regra que foge à regra, rs. Como vimos anteriormente, é
proibida a prática de atos sem o devido recolhimento. Entretanto, a depender do
caso (portanto não são todos), o Juiz ou o Relator vai determinar a realização de
atos urgentes sem o pagamento das custas para que se evite o perecimento do
direito.
Imagine que você ajuizou uma ação, mas que desista dela. Naturalmente, com o
ajuizamento da ação, toda a estrutura do judiciário trabalhou para que o feito
continuasse. Não seria lógico, no caso de desistência, que o autor tivesse o dinheiro
devolvido.
Por isso que mesmo havendo as hipóteses do artigo acima haverá a incidência de
custas. Veja que até no caso de transação (acordo) as custas existem. Inclusive,
digamos que o autor pede 50 mil de indenização e as partes transacionam e o réu
vai pagar somente 10 mil. Como o valor da causa no processo foi de 50 mil, as custas
recolhidas foram referente a este valor. Mesmo havendo transação para um valor
abaixo (e a norma não fala nada quando a transação é maior), não há reembolso
referente à diferença das custas.
§ 1º – Na transação em que o valor seja inferior ao valor dado à causa, não haverá
reembolso de custas previamente recolhidas.
Outra regra de não restituição é quando o próprio interessado dá causa a algo. Por
exemplo, digamos que o interessado forneça o endereço errado para a citação do
réu. No caso, terá que ser feita uma nova diligência e, obviamente, deverá ser
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recolhido mais uma vez o valor. Veja que no caso foi o próprio autor que informou
o endereço errado.
§ 2º – Não haverá restituição de custas e verbas indenizatórias por ato ou diligência tornados
sem efeito por culpa do interessado.
Pois bem, foram calculadas as custas finais. É obrigatório o pagamento? É sim! Tem
prazo? Tem sim, é de 5 dias.
Art. 14 – É obrigatório o pagamento das custas finais, apuradas na diferença entre o valor
dado à causa e a importância a final apurada ou resultante da condição definitiva.
§ 1º – Decidida a impugnação do valor da causa, a parte será intimada a pagar a diferença
no prazo determinado pelo Juiz, que não excederá a cinco dias.
Temos também os casos de justiça gratuita e os processos dos juizados. É certo que
os oficiais de justiça têm despesas para realizar as diligências. Nesse caso, o
Provimento em estudo apenas informa que isso será objeto de normativo específico.
Portanto, está fora do nosso edital.
§ 7º – A verba relacionada com a assistência judiciária e juizados especiais será objeto de
regulamentação pelo Tribunal de Justiça.
Continuando:
A regra é que é cobrado uma diligência por ENDEREÇO, portanto, havendo mais
de uma citação ou notificação no mesmo endereço, para pessoas distintas, será
cobrado o valor correspondente a uma diligência.
§ 3º – Havendo mais de uma citação ou notificação para o mesmo endereço, será cobrada
uma única verba de locomoção.
Outra hipótese em que será recolhida apenas uma diligência são os atos contínuos.
Aqueles que são praticados um em seguida do outro.
§ 4º – São consideradas atos contínuos para fins de recolhimento de diligência única:
I – a citação, a penhora e a avaliação de bens;
II – a busca e apreensão e a citação;
III – o arrombamento, a demolição e a remoção de bens;
IV – o sequestro, o arresto, a apreensão ou o despejo de bens.
Tabela – E
(1ª Instância)
REEMBOLSO DE LAUDOS TÉCNICOS AO ORGÃO PAGADOR
TOTAL A RECOLHER
NATUREZA
( R$ )
Laudo Psicológico Judicial 585,71
Laudo de Assistente Social Judicial 585,71
Laudo de Médico Judicial 585,71
Já os valores devidos aos Estados podem ser fiscalizados também pela Secretaria
de Estado de Fazenda (SEFA).
Art. 24 – Cabe à Secretaria de Estado de Fazenda e à Corregedoria-Geral de Justiça,
fiscalizar os valores devidos ao Estado, dentro das respectivas competências legais.
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2 - Questões Propostas
Gabaritos
01 02 03 04 05 06 07 08
C B A B D D A A
3 - Questões Comentadas
Como a questão quer saber quando há incidência, conclui-se que a opção correta
é a letra C.
GABARITO: Letra C
Como observado, no caso das ações populares, ações cíveis públicas e nas ações
coletivas previstas no CDC, haverá a cobrança de custas quando for comprovado
que o interessado ajuizou ação de forma maldosa, com motivos escusos etc.
(litigância de má fé). Portanto, não é em qualquer hipótese.
GABARITO: Letra B
GABARITO: Letra A
d) I, II, III e IV
Comentários
Segundo o Provimento, haverá recolhimento das custas nas seguintes hipóteses:
Art. 13 – Haverá recolhimento das custas finais nas hipóteses de:
I – abandono da causa;
II – desistência da ação;
III – transação que ponha fim ao processo;
IV – indeferimento de assistência judiciária.
GABARITO: Letra D
Comentários
O cálculo compete ao Serviço Auxiliar da Contadoria-Tesouraria.
Art. 6º – Compete ao Serviço Auxiliar da Contadoria-Tesouraria apurar as custas e as demais
despesas processuais, assim como orientar as partes e seus procuradores sobre o
recolhimento dos valores na rede bancária credenciada.
GABARITO: Letra A
GABARITO: Letra A
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