Este é um artigo onde será discutido o processo de modernização
do setor industrial no Brasil, será discutido alguns dos desafios que se apresentam e caminhos para enfrentá-los. No Brasil o processo de modernização para automatizar o setor industrial, existem inúmeros desafios, não apenas tecnológicos e organizacionais mas também sociais. Frequentemente, os setores industriais optam pela compra de equipamentos adquiridos no exterior, porém estes são consideradas tecnologias ultrapassadas, e dependente da mão de obra dos fornecedores. Em outros setores e empresas, o nível de automação encontra-se reduzido à utilização localizada de informatização, instrumentação, máquinas automatizadas, robôs, sistemas CAD/CAM etc. Para se ter um bom sistema de automação, é preciso que equipamentos pessoas, matérias e atividades estejam interligadas, além do mais a automação não envolve apenas isto, nela são inclusos desafios maiores em termos organizacionais, sociais e educacionais. Porém a capacitação dos engenheiros para tal atividade muitas das vezes é adquirida na prática, pois ainda existem diversas lacunas na formação de engenheiros, em planejamento, operação, manutenção e otimização dos sistemas automatizados. Contudo, percebe-se que a pesquisa na área de automação industrial encontra-se disseminada em vários centros, laboratórios e departamentos universitários, financiados pelo governo, muitas vezes em contato com a indústria nacional. Entretanto, a atuação conjunta manifesta-se em geral através da resolução de problemas pontuais e específicos de engenharia e pouco na questão fundamental da integração e na pesquisa propriamente dita. A melhoria do processo de automação em curso no país requer a soma de esforços no sentido de: adotar-se abordagens metodológicas que priorizem muldisciplinaridade e integração; definir-se uma política científica geral e de automação em particular, garantindo os meios de sustentá-la; promover-se a capacitação de profissionais com visão sistêmica. Cabe ao governo o papel de assegurar e subsidiar a criação de ciência para o bem-estar social. Entretanto, como potencial beneficiário dos resultados da produção de novos conhecimentos, é necessário que o setor privado some esforços investindo em pesquisa. Como em outros setores estratégicos, no caso da automação, a definição de uma política científica pelo Estado e a obtenção de subsídios públicos e privados para desenvolve-la, tornam-se indispensáveis, sob pena de dependência e de estagnação do processo de modernização do setor industrial. A falta de investimento em produção de ciência torna insustentável a médio e longo prazos a participação efetiva numa economia baseada em conhecimento. Um dos requisitos indispensáveis para a automatização do setor industrial, detendo o controle do conhecimento e do processo, reside na melhoria da capacitação dos seus profissionais nas novas técnicas de automação e integração através de cursos de graduação, pós-graduação e reciclagem, baseados numa visão multidisciplinar da área. Estes cursos contêm os ingredientes para pensamento e prática diferenciados dos encontrados nas engenharias tradicionais. A aprendizagem das metodologias e modelos que servem de base para a integração dos diversos aspectos do problema, são a sua característica principal. Esta formação, que envolve, ainda, a aquisição de conhecimentos em diversas áreas (elétrica, mecânica, química, informática) permite ao novo engenheiro integrar-se com facilidade em equipes multidisciplinares envolvidas em projetos de automação, aportando a visão integradora adquirida no curso e as metodologias e ferramentas para abordar o problema em todos seus aspectos. A automação encontra-se hoje no centro do processo de modernização da economia brasileira. Existem soluções e respostas para tais problemas, têm que se ter uma abordagem que atendem questões tecnológicas e sociais, o país teria que possuir um Governo que apoie as instituições, criando assim a capacitação para todos engenheiros, formando engenheiros capazes de lidar com todos os fatores que envolvem a automação industrial no país.