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Escola Básica e Secundária de São Sebastião, Mértola

Nome______________________________ n.º _____ 5.ºA Professora: Rita Batista

“Um conto que apresenta a originalidade de ter


como narrador um cão, agora já velho, protagonista desta
história de amizade e saudade. A vida do Faísca foi
marcada por duas crianças, o Manuel e a Luísa. Recorda,
emocionado, os seus tempos de cachorro, as brincadeiras
com o seu dono-menino, a pobreza e o trabalho da mãe do
Manuel, as romarias, o mar e o terrível dia em que foi
vendido aos pais da Luísa, menina mimada que tinha tudo
o que queria. Levado para Lisboa, aí descobre o conforto
de uma casa grande, a boa comida, um tapete para se
estender, os passeios pelos jardins. Nada disto o faz
esquecer o seu grande amigo; sonha com um reencontro
que será a maior alegria da sua vida.”

A partir da obra Faísca Conta a Sua História, de


Ilse Losa, da qual te vou apresentar dois excertos,
poderás resumir tudo sobre o texto narrativo.

Faísca Conta a Sua História

Sou um cão já velho e chamo-me Faísca. Este nome deu-mo o Manuel, pois
queria por força que eu corresse muito depressa. Mas este nome só ligava bem com o
meu feitio enquanto eu era novo. Nesse tempo apetecia-me, realmente, correr e
saltar, tão depressa que ninguém me apanhava. Mais tarde já preferia andar
devagarinho em vez de correr, e agora gosto mais é de estar refastelado, no Verão, a
uma sombra fresca e, no Inverno, ao pé do lume. Acho, por isso, que o nome não foi
bem escolhido: um nome não deve servir só enquanto se é novo e tornar-se ridículo
quando se envelheceu. Ainda ontem ouvi uma menina rir-se às gargalhadas quando a
Luísa a informou de que eu me chamava Faísca.
- Este cão tão molengão chama-se Faísca?- perguntou toda trocista.
Mas, afinal, vocês não sabem quem são o Manuel e a Luísa. Vou contar-vos
tudo desde o princípio.
Nasci numa aldeiazinha do Minho. (...)

Ilse Losa, Faísca Conta a Sua História


Pessoa real que cria a história e, com ela, um
Autor narrador, as personagens, as ações e o local Ilse Losa
e o tempo em que estas têm lugar.

Obra A obra criada e escrita pelo autor. Faísca Conta a Sua História

Narrador Entidade inventada pelo autor e que tem por


Faísca
função fazer o relato da história.

Narrador

 participante Conta a história, desempenhando Faísca é um narrador


nela um papel de personagem participante. Conta a sua
principal ou secundária. Utiliza a própria história: “Nasci
primeira pessoa- EU. numa aldeiazinha do
Minho...”.
Se fosse o Manuel a contar
a história, também seria
um narrador participante e
diria: “É um cão já velho e
chama-se Faísca. Este
nome dei-lho eu.”

 não participante Está ausente da história que relata, Um cão que não entrasse
não desempenhando nela nenhum na história diria: “É um cão
papel de personagem principal ou já velho e chama-se Faísca.
secundária. Este nome deu-lho o
Utiliza a terceira pessoa- Ele(s), Manuel.” Seria um
Ela(s). narrador não participante.
Personagens Entidades que atuam na história, Faísca, Manuel, Luísa
( Quem?) influenciando o desenrolar da ação.

 principais Têm o papel de maior importância. O Faísca é a personagem


principal.
secundárias A sua influência na ação é menor. O Manuel e a Luísa-
personagens secundárias.

(Algumas serão até simples A menina que se riu às


figurantes.) gargalhadas quando soube
que o cão se chamava
Faísca é mero figurante.
Retrato
 Físico O Faísca é velho.
Caracterização referente ao aspeto
exterior da personagem (idade,
 Psicológico vestuário, rosto, corpo, etc.) Quando era novo, tinha um
feitio brincalhão e gostava
Caracterização relativa à maneira de correr depressa. Depois,
de ser da personagem (hábitos, “preferia andar
atitudes, sensações, sentimentos, devagarinho” e, agora, só
gostos, etc.) se sente bem deitado. É
um cão “molengão”.
Localização da ação O Faísca conta o que lhe
 Espaço Lugar onde se desenrolam as ações aconteceu desde que
(Onde?) narradas. nasceu (tempo) numa
aldeia do Minho(espaço)
 Tempo (Quando?) Momento ou duração dos até que os pais da Luísa
acontecimentos narrados. (tempo) o levaram para
Lisboa (espaço).

Partes de uma Introdução Introdução: Faísca apresenta-se a


narrativa si e às outras personagens e
completa descreve o ambiente em que vivia.

Desenvolvimento: relata em
Desenvolvimento seguida os vários momentos da sua
vida (sendo cada momento
marcado por um episódio
diferente ou pela mudança de
tempo ou de lugar).

Conclusão: não tem: logo, a


narrativa é aberta. Não sabemos
Conclusão ao certo o que terá, por fim,
acontecido ao Faísca, embora se
Narrativa possa imaginá-lo. Faísca, como se
falasse para o Manuel, termina
 Completa Com introdução, desenvolvimento e assim a narração: “Mas tenho a
conclusão. certeza de que um dia havemos de
ir à tua aldeia do Minho e que
 Fechada Se se fica a saber o fim da história. poderei ver-te de novo. Há de ser a
maior alegria da minha vida e, só
 Aberta Se não se conhece o fim da história, de pensar nisso, sinto o meu
deixando-se ao leitor a tarefa de o coração estremecer.” Se, por
imaginar. exemplo, o Faísca relatasse esse
reencontro com o Manuel, a
narrativa seria fechada.
Narração - Relata as ações das personagens; “Foi por esta altura que
- Corresponde aos momentos de conhecemos a Luísa. Todos os
avanço da ação; anos, no Verão, costumava
- Usa, de preferência, o pretérito aparecer gente de fora para passar
perfeito. as férias na praia. Montavam-se
- Apresenta e caracteriza as barracas, as crianças brincavam na
Descrição personagens e ambientes; areia e muita gente tomava banho.
- Corresponde aos momentos de Um dia estava o Manuel a
pausa da ação; construir um castelo e eu a cavar
- Prefere o pretérito imperfeito, um buraco, quando ouvimos uma
muitas vezes o presente do indicativo. voz de menina:
- Que lindo cão!
- dá a conhecer as falas das Erguemos os olhos e diante de nós
personagens ( em discurso direto ou estava uma rapariguita de cabelo
Diálogo indireto); escuro em que espetava um
- Empresta vivacidade e realismo à laçarote. Ajoelhou-se a fazer-me
narração. festas no pelo e perguntou:
- Como se chama o cão?
Quando se atribuem a objetos, - Faísca- respondeu o Manuel.”
animais, outros seres não-humanos
Personificação ou entidades abstratas, características
e sentimentos apenas próprios das
pessoas.

A separação

No entanto, à Luísa metera-se na cabeça que me havia de


trazer consigo para Lisboa. Depois de o Manuel lhe ter dito que
eu lhe pertencia e que gostava muito de mim, correu para a
barraca onde a vi falar com os pais. Vi- a também chorar.
Nesse mesmo dia, por volta da hora do jantar, parou um
automóvel à nossa porta. Os vizinhos chegaram-se à janela,
porque não acontecia todos os dias pararem automóveis naquela rua.
Do carro saíram a Luísa e os pais. Entraram na nossa casa. A Tia Júlia estava a cozinhar. Quando
viu aquela gente desconhecida e bem-posta, limpou as mãos ao avental e ofereceu-lhes cadeiras.
Reparei que olhavam com estranheza a cozinha e a lareira escura a fumegar. O pai da Luísa
declarou à Tia Júlia que desejava comprar-me, por a sua filha gostar de mim e por ter chorado,
tanto me queria.
- A senhora faça o preço que entender- propôs.
A Tia Júlia olhou para o filho, depois para mim. Foi um momento bem triste, aquele. Porque,
afinal, nós três pertencíamos uns aos outros e não havia o direito de nos quererem separar.
Mas a Tia Júlia era uma mulher pobre e as coisas estavam caras. O Manuel precisava de
sapatos novos e de um casaco para o Inverno. Eu sabia isso por ter ouvido a Tia Júlia dizê-lo à
vizinha. Nem sei como hei de arranjar as coisas para o meu filho, suspirava. É bem natural que
estivesse naquele momento a pensar nisso e a lembrar-se de que poderia comprar o que o
Manuel precisava, se me vendesse. Deve ter sido por isso que ela disse:
- Olha, meu filho, também sou amiga do Faísca, mas a verdade é que o dinheiro fazia-nos
agora muito jeito.
Nem gosto de recordar! Manuel olhou para a mãe com os olhos carregados de tristeza. Não
respondeu nada, mas pôs-se a chorar e abraçou-se a mim com toda a força. Então meti o rabo
entre as pernas e lambi-lhe as mãos. Eu já expliquei que nós, os cães, não deitamos lágrimas.
Mas o meu coração estava repleto delas, podem crer. Encolhi-me todo, magoava o peso das
lágrimas no coração e fui meter-me num canto da cozinha.
A Tia Júlia afagou a cara de Manuel e o pai da Luísa disse:
- Minha senhora, se ao rapaz custa tanto separar-se do cão, desistimos, é evidente.
Mas a Tia Júlia estremeceu ao pensar que o dinheiro, neste momento, lhe fazia jeito. Por
isso indicou um preço. Não sei quanto pediu, nunca percebi nada de dinheiros e de pagamentos.
O senhor tirou imediatamente uma nota da carteira e deu-a à Tia Júlia.
Tentei fugir, mas a porta estava fechada. Voltei, desesperado, para o canto da cozinha.
Não olhei para a Luísa, nem gostei dela naquele momento. Afinal era uma menina que queria
tudo o que se podia comprar por dinheiro. O pai era rico e ela só precisava de pedir ou de chorar
para que lhe dessem o que desejava. Não pensava no Manuel, que assim perdia o melhor
companheiro e que não tinha culpa de o pai não ganhar o suficiente no Brasil. Luísa era assim
porque nunca ninguém lhe tinha explicado como muitas outras pessoas vivem. Os pais faziam-
lhe todas as vontades por ela ser a única filha. Também o Manuel era o único filho da Tia Júlia;
contudo, ela não podia fazer-lhe muitas vontades, antes pelo contrário, até se via obrigada a lhe
tirar o melhor amigo de que ele tanto gostava, para lhe poder comprar as roupas de Inverno.
Em seguida o pai da Luísa e a Tia Júlia empurraram-me para dentro do automóvel. Ainda
fiz uma tentativa para resistir, mas não serviu de nada, pois apareceu um vizinho a ajudar a
empurrar-me.
Dentro do carro, deitei as patas ao vidro da janela, ladrei, uivei. Mas tive de partir.
O carro ia-se afastando e ainda vi o Manuel chorar e a Tia Júlia a passar-lhe as mãos pela
cabeça. Ainda ouvi gritar o meu amigo:
- Faísca! Meu Faísca!
Depois, o automóvel virou uma esquina e não vi mais nada.
Ilse Losa, Faísca Conta a Sua História

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