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Apelo do Grupo "Verdade Operaria" ao proletariado revolucionário 1

"A libertação dos trabalhadores é obra dos próprios trabalhadores"

Apelo ao proletariado revolucionário e a todos os elementos revolucionários que permaneceram


fidéis à classe operária lutadora

"Nos meses difíceis de confusão ideológica e de divisão no partido, como de apatia da classe
operária, nós, um grupo de comunistas, propomo-nos a tarefa de ser porta-vozes da posição da
classe proletária: isto dizíamos nós no Outono de 1921 na revista Rabotchaja Pravda, e sob este
lema se fundou o grupo... (2)

O grupo "Verdade Operária" organizou-se no Outono passado. Um ano depois da introdução da


NEP (da reactivação das relações capitalistas normais), agudizaram-se muito as contradiçaes de
classe na nossa republica e criaram-se as condições necessárias para um trabalho total.

E neste sentido que nasce o nosso apelo.

Estamos na época em que caminhamos para a união das nossas forças e em que organizamos a
oposição contra o capital, cada vez mais em ascensão.

Em Outubro de 1917 a classe operária russa, débil em numero, indevidamente preparada e num
país ainda agrário, leva a efeito a Revolução de Outubro, historicamente necessária. Conduzida
pelo Partido Comunista Russo (PCR), supera e aniquila a força da classe dominante, e nos longos
anos da revolução e da guerra civil resiste con firmeza aos ataques da reacção russa e
internacional.

Apesar das grandes derrotas da classe operária, a revolução russa continua a ser um sucesso
grandioso e heróico na história da luta do proletariado russo. Da revolução russa de Outubro, o
proletariado internacional militante ganha experiências extremamente valiosas para a luta contra o
capital.

Graças à revolução de Outubro, todas as barreiras ao desenvolvimento económico da Russia


foram superadas, não há qualquer jugo o pressor por parte dos latifundiários, da burocracia
czarista ou outra semelhante, baseadas nos grupos reaccionários do capital europeu. Após a
gloriosa revolução e a guerra civil, abriram-se à Russia amplas perspectivas para uma
transformação rápida num país de capitalismo avançado. Nisto consiste a grande façanha,
indiscutível, da Revolução de Outubro.

Mas perante isto, em que medida é que a situação da classe operária se modificou? A classe
operária russa está desorganizada, reim a confusão nas cabeças dos trabalhadores; será que eles
vivem num país de "ditadura do proletariado", corno repete em cada momento, oralmente e por
escrito o partido comunista, ou vivem num país de capricho e de exploração, como lhes diz
constantemente a realidade? A classe operária leva uma uma amarga existência, enquanto que a
nova burguesia (quer dizer, os funcionários responsáveis, os directores de fábrica, os dirigentes
de trust, os presidentes do comité executivo, etc.) e as pessoas da NEP (3) levam uma vida
luxuosa, que nos faz lembrar a burguesia de todos os tempos. Deparam-se-nos anos longos e
difíceis de luta pela existência. Quanto mais complicada fôr a situação, tanto mais é necessária,
ão proletariado militante, a clareza e a organização; levar uma clara consciência de classe às
fileiras da classe operária russa; e a organização das forças revolucionárias do proletariado
militante, eis a nossa tarefa.
A economia internacional e a relação das forças de classe

Durante a guerra, as relações económicas entre os diferentes países foram interrompidas. Isso fez
com que cada economia tivesse necessidade de criar, dentro dos próprios limites do Estado, as
condições para uma existência autónoma. No entanto, a guerra, com a sua máquina gigantesca
de aniquilação, precisava imperiosamente das industrias de cada país.

Isto trazia como consequência a planificação e organização da produção sob o signo da guerra (o
capitalismo de guerra). O que, naturalmente, não tem absolutamente nada a ver com o socialismo;
as relações entre o proletariado e as outras classes, e a repartição do produto nacional,
permaneceram na sua totalidade como antes do capitalismo de Estado.

Finda a guerra, com o reatamento das relações internacionais, diminuiu naturalmente o papel
planificador e intervencionista do Estado na vida económica, embora a tendência tara a
centralização da produção, sob a forma de trust e sindicatos, não so não diminuiu como
inclusivamente aumentou; recebe agora o impoulso da competência mundial.

Em que medida, então, se modificaram as forças de classe durante estes anos? Os grupos
burgueses demonstraram a sua incapacidade para superar os interesses de cada ramo de
produção o os metodos anarquistas da economia, e também não se mostraram capazes de dirigir
o capitalismo de Estado do período de guerra e de restabelecer o sistema normal de produção em
paz na situação tão complicada do post-guerra.

Mas o proletariado não estava ainda preparado para organizar o sociedade segundo novos
princípios,

Surgia sempre, sucessivamente, com maior força, a "intelligentsia" dos técnicos e planificadores,
que dirige toda a organização da produção.

Pelos seus métodos de trabalho e ideologia, esta "intelligensia" é cada vez mais burguesa, e
apenas pode criar uma economia capitalista. A nova burguesia surge da decomposição dos
elementos especializados da velha burguesia e da "intelligensia" que surge do interior, cada vez
com maior força. O Capital organizou as suas forças e prepara-se para atacar as vitórias da
classe operária. O proletariado internacional depara com a urgente tarefa de unificar as suas
forças.

O PCR e a classe operária

O partido comunista, durante os anos da revolução, perdeu uma parte da classe operária, porque
esse partido assemelha-se cadavez mais a um partido regido por princípios capitalistas, quer no
aparelho do partido, quer na vida económica, e porque o atraso e desorganização da classe
operária tornava impossível a conexão e a comunhão com o proletariado. A burocracia dos
sovietes, do partido e dos sindicatos, como também os planificadores do capitalismo de Estado,
vivem em condições materiais muito distantes das condiçaes de existência da classe operária.

O seu bern estar material e a estabilidade da sua posição, estão em geral em proporção com o
grau de exploração das massas operárias. Tudo isto torna, inevitávelmente, opostos os interesses
de ambos e aprofunda o abismo que separa o partido comunista da classe operária.

O ser social do partido comunista determina, inevitávelmente também a consciência social


correspondente — interesses e ideais que estão em contradição com os interesses do
proletariado militante.

O PCR é hoje um partido da "intelligensia" da planificação, o abismo entre o PCR e a classe


operária avoluma-se cada vez mais e isso não pode ser encoberto por nenhuma resolução ou
conclusães doa congressos e conferências comunistas, etc.

A economia e as relações de força de classe na Russia


No campo da grande indástria russa, que estava em estreita conexão com a indástria do Oeste, a
ruptura das relaçães internacionais mostrou-se como extraordináriamento dolorosa. A organização
económica do país, devido à enorme extensão das suas forças produtivas durante a guerra
imperialista e a guerra revolucionária, viu-se finalmente destruída. Puseram-se muitas limitações a
um maior desenvolvimento da grande industria, e isso: a) pela sua base material
consideravelmente diminuída; b) pelo atraso técnico em comparação com a industria Ocidental
(altos custos de produção), assim como c) pelo escasso poder de compra da população
predominantemente camponesa, cuja economia sofreu os mesmos efeitos desastrosos da guerra.

A nova economia política, isto é, o restabelecimento das relações capitalistas normais e a


diferenciação económica intensiva do campesinato, fortalecida pela fome doa anos 1920 e 1921,
fez nascer de uma forma considerável a forte camada social de kulaks nos povos russos. Devido à
destruição dos meios de transporte, o carácter desorganizado e pequeno-económico do serviço
camponês determina no futuro o papel dominante do Capital comercial, e assim, cresce também
igualmente a influência do Estado (como representante de interesses nacionais do Capital) e da
"intelligensia" organizadora que apenas dirige o aparelho de administração estatal e de
planificação da economia. O proletariado — que está disperso em consequência da destruição da
industria e da perda e alienação dos seus elementos mais activos (que sucumbiram à sedução da
burguesia), e devido também à sua confusão ideológica — não está em condições de
desempenhar um papel influente em relação aos defeitos do seu próprio partido proletário e das
organizagões revolucionárias de trabalhadores.

O movimento sindical na Russia

Na Russia, os interesses de classe dos grupos burgueses da minantes precisam de um


amortecimento das contradições de classe na nossa repáblica e, por isso, os representantes do
partido no poder —- que dirigem os sindicatos —- esforçam-se por favorecer, de todas as formas
possíveis e mediante a propaganda correspondente, o economismo espontaneo que surgiu
claramente entre as massas trabalhadoras.

A nova política estimulou os trabalhadores à luta pela melhoria da sua situação material, e a luta
pela "moeda de cinco kopeks" é retomada constantemente, apesar da aubida de salários. A
burocracia sindical não está disposta a receber no seu seio este movimento. Visto tratar-se de
imperativos puramente económicos nos interesses do capital, a onda de economismo crescente e
renovada da classe operária procura uma saída para isto.

A necessidade de criar um partido dos trabalhadores

Apesar do desenvolvimento catastrofico da industria, a situação material dos trabalhadores


melhora-se a pouco e pouco, ainda que esta melhoria esteja muito longe de atingir o mínimo
existencial. Uma vez que os trabalhadores, em parte, já não são obrigados a ir atrás do bocado de
pão, mostram de novo energia de classe; entre os trabalhadores cresce uma vez mais um
protesto embora ainda confuso e surdo; contra o sistema capitalista estabelecido. Numéricamente
considerado, o elemento revolucionário é ainda débil, a sua ideologia não está muito desea
volvida, os fetiches comunistas são ainda fortes; no entanto, a crescente actividade de classe
entro os trabalhadores mais conscientes - não filiados no partido ou com mais consciencia de
classe dentro do PCR - cria as condições necessárias para a formação de um partido do
proletariado ruso.

As tarefas de um partido dos trabalhadores russos

Como um governo que defende com pleno êxito os interesses vitais mais importantes da Russia
actual, e que por isso se encontra adiantado, o actual governo deve, enquanto não fôr um estorvo
à luta de classes, apoiar a classe operária. O mesmo pode dizer-se em relação ão partido
dirigente, alheio à classe operária e apto apenas para reger a nossa republica.

Enquanto que a classe operária sob condiçaes capitalistas puder influenciar a política externa da
sua burguesia, é obrigada a apoiar os grupos capitalistas avánçados e a boicotar os reaccionários.
Correlativamente, a classe operária russa deve esforçar-se por:
1) Estabelecer relações estreitas entre a Republica russa e os países de capital avançado
(Alemanha e América) e boicotar a reaccionária França;

2) Apoiar, na prática, a burguesia nacional dos países de Leste onde o capitalismo começa agora
a ressurgir (Indía, China, Egipto, etc.), na sua luta contra os reines coloniais que executam uma
política de pilhéria nas colonias.

Sob condições capitalistas a classe operária luta, naturalmente, pela democracia, isto é, pelas
condições que garantam um mínimo de possibilidades na luta política, económica e cultural da
classe operária. Na Republica russa — onde inclusivamente os grupos burgueses gozam de facto,
e também em parte de direito, de liberdade de expressão, associação, etc, — a classe operária
deve lutar pelo seguinte:

1) Pela liberdade de expressão e associação para os elementos revolucionários do proletariado;

2) Contra a arbitrariedade administrativa, apenas possível devido à ausência de orgaos


representativos eleitos;

3) Contra o fetiche dos direitos de eleição "monopolistas" para os operários e contra o fetiche de
liberdade para o exercício destes direitos.

A luta deve prosseguir sob as seguintes formas:

1) Um apoio activo, em consonância com as actuais possibilidades da industria, aos interesses


económicos do proletariado, que é intensamente explorado;

2) Realização, de facto, das determinações do código laboral;

3) Expressão dos interesses ocultos do proletariado na luta pela "moeda de cinco kopeks".

São necessários um comportamento perfeitamente claro e considerações especiais no campo do


trabalho cultural entre o proletariado. Sob a máscara de comunista, soviética e até de proletária, a
ideologia burguesa principalmente a da "intelligensia" da organização ganhou para si milhares e
milhares de trabalhadores activos; e não só funcionários dos sovietes e da economia,
trabalhadores membros de comités, estudantes trabalhadores (nas faculdades de trabalhadores,
ontre outras modalidades), mas também muitos trabalhadores das obras. As tarefas dos
elementos revolucionários da classe operáriaem luta contra a ideologia burguesa e em favor da
ideologia proletária, podem resumir-se da seguinte forma:

1) Luta irreconciliável contra as tendências pequeno-burguesas e autoritárias no seio da classe


operária;

2) Apoio, na prática, às organizaçaes proletárias e realização das ideias proletárias através


dessas organizações;

3) Desenvolvimento do trabalho cultural (político, ilustrativo, técnico-especialista), principalmente


nos postos de trabalho, como luta contra a concessão de meios abundantissimos e da máxima
atenção às escolas universitárias frequentadas por antigos trabalhadores e por pessoas que
abandonaram as fileiras do proletariado;

4) Delimitação radical da literatura soviética oficial e da arte, e apoio efectivo às actividades


proletárias nesse campo.

Para a organização dos jovens trabalhadores, os elementos revolucionários devem ter em


consideração a receptividade revolucionária e a actividade dos jovens trabalhadores e concentrar
(na medida do possivel) a sua actividade e atenção no trabalho de propaganda, para a formação
de quadros para a luta future de libertação da classe operária.
Uma vez que nos grupos comunais de jovens comunistas (apesar do seu carácter pequeno-
burguês e oportunista) existem elementos revolucionários, é necessário prestar atenção ao
trabalho realizado no Komsomolcen (4), intencionalmente proletário, e não esquecer o trabalho
qe, independentemente disso, so exerce nos jovens fora do círculo de jovens.

A relação com os partidos socialistas

A nossa relação com os mencheviques depende da maneira como nós consideramos o seu
primitive programa. Os mencheviques que acerca do PCR dão, em acertos aspectos, valiosas
analises sobre a evolução social e ideologica do mesmo, incorrem em conclusões altamente
falsas e nocivas no que se refere à necessidade de devolver o nacionalizado aos antigos
proprietarios, pois eles não vêem a evolução grandiosa e vantajosa da economia russa; o seu
programa representa o medo em ver que se entregou a realidade russa a uma alienação sem
esperança, e que o partido se reduziu a um grupo de puros membros da "intelligensia".

As facções de socialistas-revolucionários (do partido dos camponeses russos) separaram-se da


sua base e aos poucos foram perdendo a sua influência. O papel dos socialistas-revolucionários é
agora - principalmente no que se refere à criação de uma forte classe camponesa o de passar-se
para o PCR.

As relações com a "Oposição Operária"

O grupo "Oposição Operaria" tinha muito valor porquanto havia nele elementos revolucionários;
objectivamente considerado é, no entanto, reaccionário pois propoe a reprodução de coisas
absolutamente superadas e dos métodos do comunismo de guerra. A nossa tarefa consiste em
ganhar para nos os elementos da Oposição Operária que se desligaram dos ideais reaccionários.

O grupo central "VERDADE OPERARIA" apela para todos os trabaihadores revolucionários e para
os elementos activos com consciência de classe que se incorporaram na luta do proletariado —
após o recente apelo proletário — a fim de tirar a classe operária da inactividade o confusão face
às ilusões comunistas, e a começar a organizar sériamente os elementos revolucionarios e as
massas operárias, de forma a esclarecer a situação real cheia de inquietude.

A classe operária, sector proletário um dia avançado, está hoje emplamente atrasada, quase em
decénios.

Perante nós depara-se um amplo e penoso trabalho, em primero lugar no campo ideológico. Por
toda a parte — nas fábricas, nas obras, nas organizações sindicais, nas faculdades do
trabalhadores, nas escolas do partido e dos sovietes, nos clubes juvenis comunistas e nas
organizações do partido — devem formar-se círculos do propaganda solidários com a "Verdade
operaria".

Organizai circulos de propaganda o não esqueçais as condições mais essenciais para o


desenvolvimento das organizações revolucionárias próprias doa países em quo o Capital esta na
ofensiva: cuidadosa escolha dos camaradas e rigorosa conspiração.

Ão trabalho, camaradas!

O grupo central "VERDADE OPERARIA".

NOTAS:

(1) "Vozzvanie gruppy Rabochaja Pravda", in Sotsialistitcheskij Vestnik (O Mensageiro Socialista),


31 de Janeiro de 1923, Berlin, pp.12-14.

(2) "Verdade Operária". As reticências correspondem a uma apócope da redacção do


Sotsialistitcheskij Vestnik.

(3) Trata-se de pessoas enriquecidas pela NEP.


(4) Membro do clube juvenil comunista (Kommunisticheskij sojuz molodezhi).

Este texto foi traduzido de: Frits KOOL y Erwin OBERLANDER, Documentos de la revolución
mundial. 1. Democracia de trabajadores o Dictadura de Partido, Edita Zero, 1971, Madrid, pp. 244-
252. Texto portuges: Edicões Contra a Corrente, Porto-Lisboa, 1976. Nota introdutória: o grupo
"Verdade operária", in João Bernardo, Para uma teoría do modo de producão comunista,
"Afrontamento", Porto, 1975.)

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