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Fossem ou não estas as razões, a história da poesia lírica nas línguas modernas da Europa
Ocidental começou com os Troubadours no sul da França.
O nome vem do verbo provençal – trobar – que significa “encontrar” ou “compor” segundo o
dialeto francês provençal (Provença) – langue d’oc (sim) - que se desenvolve no sul.
Mais tarde a arte dos Troubadours difunde-se para o norte onde surgirão posteriormente os
Trouvéres ou Troveiros que vão exercer a sua atividade ao longo do séc.XIII e que falavam outro
dialeto francês – langue d’oil (sim) – que irá dar origem ao francês moderno.
Tanto os troubadours como os trouvéres cultivavam a sua arte em círculos aristocráticos (reis),
embora a maioria nascida em meio social baixo, pudesse ascender a uma posição social mais
elevada devido ao talento demonstrado.
Muitos, não só compunham as canções, como também as cantavam, embora a execução fosse
considerada uma tarefa inferior muitas vezes atribuída a um menestrel.
As cantigas foram conservadas em coletâneas – cancioneiros – onde podemos encontrar cerca
de 2600 poemas e mais de 260 melodias, de 42 troubadours e cerca de 2130 poemas e 1420
melodias, de mais de 100 trouvéres.
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OS TROUBADOURS
A atividade dos troubadours acontece numa das zonas mais férteis da Europa e mais bem situada
geograficamente. Havia riqueza, paz e interesse pela cultura, tendo-se iniciado nas cortes da
aristocracia em volta de Poitiers, Limoges e Toulouse onde estes criaram uma linguagem literária
e um estilo poético, que foi depois imitado e falado noutras línguas.
A aristocracia desenvolve-se num sentido palaciano, pomposo, de luxo, em grandes castelos. Os
trajes sofisticam-se, surgindo os veludos, as sedas e os cetins do Médio Oriente.
Surge uma prática cultural refinada e nasce a ideia de “Dona” e a visão da mulher como figura
inacessível, à qual se devem fazer todas as homenagens. Começa o galanteio à mulher.
Atrás de toda esta forma de estar, nasce a ideia de encontrar uma maneira elegante de se
exprimir em verso e em música.
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dos homens que colocaram o seu talento ao serviço dos seus patronos. Alguns destes
pertenciam à aristocracia, outros, na sua maioria os mais famosos, eram homens de nascimento
humilde.
Pelos seus dons musicais e poéticos, estes homens mais humildes podiam ganhar uma entrada
na sociedade aristocrática que apreciava a sua arte.
O que sabemos hoje sobre a vida dos troubadours chega-nos através de biografias medievais que
aparecem em coleções de manuscritos de canções. Muitas não são seguras pois foram escritas
muito tempo depois de estes terem morrido, mas descrevem o suficiente para percebermos o
tipo de vida que levavam.
Em matéria de nascimento ou estatuto social, sabemos que alguns troubadours como Bernard de
Ventadorn (1130-1140 – 1190-1200), era filho de um criado no castelo de Ventadorn; Gaucelm
Faidit (1170-1202) era filho de um burguês, tendo-se tornado jogral depois de ter perdido todas
as suas posses ao jogo; Marcabru (act.1130-1150) foi encontrado em bébé, num cesto, à porta
de um homem rico.
Até ao final do séc.XII, os troubadours usaram muitas vezes o termo Vers para designar qualquer
poema para se cantar. Posteriormente começaram a dar nomes mais precisos a certos tipos de
poemas, sendo o mais importante a “canção de amor” conhecida como canso ou chanso em
dialecto do norte – que significa chanson em francês.
Hoje, uma canção é uma qualquer melodia cantada, mas para os troubadours era exclusivamente
uma canção de amor.
O outro tipo de poema mais importante era a sirvente ou canção de serviço que se cantava em
casa do nobre onde o troubadour servia.
A prática medieval de adaptar melodias antigas a novos textos ocorre bastante no repertório dos
troubadours. O mesmo texto também pode aparecer com diferentes melodias em diferentes
fontes de manuscritos. Os troubadours trabalhavam tanto a composição musical como a poesia.
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As Cruzadas Albigenses (folha informativa)
Durante o Pontificado do Papa Inocêncio III divulgou-se uma nova heresia – a dos Cátaros (puros)
– seita cristã politeísta, que surge em Languedoc, antiga província de França, no final do séc.XI.
que defendia uma absoluta pureza de costumes e que se apoiavam em conceitos cristãos,
gnósticos (visão do mundo e do homem baseada na experiência do "conhecimento", não
racional, científico, filosófico, teórico ou empírico, mas sim de carácter intuitivo e transcendental
- a Sabedoria) e maniqueístas (Filosofia dualística que divide o mundo entre Bem, ou Deus, e Mal,
ou o Diabo. A matéria é intrinsecamente má, e o espírito, intrinsecamente bom).
Alguns historiadores indicam a sua formação a partir do século VII quando heréticos oriundos do
Oriente Médio e do Norte da África, migraram para as regiões da Europa durante a expansão
muçulmana;
A doutrina cátara diferenciava-se do próprio cristianismo em alguns dos principais conceitos:
Negava a existência de um único Deus ao afirmar a dualidade das coisas (existência de um Deus
mau).
Negava o dogma da Trindade, recusando o conceito do espírito santo e afirmando que Jesus não
era o filho de Deus encarnado mas uma aparição que mostrava o caminho à perfeição.
Apresentava um conceito do mundo e da Criação diferente (para os católicos o mundo e o
homem seriam bons ao serem criados por Deus e o pecado viria da corrupção do homem no
pecado original).
Propugnava a salvação através do conhecimento em vez de através da fé em Deus.
Os cátaros não acreditavam que o mundo tivesse sido criado directamente por Deus, mas que
era uma materialização do Mal e que, portanto, os que aqui viviam estavam destinados à
expiação até que, após uma vida destinada ao bem, voltassem ao Paraíso perdido. Enquanto não
conseguissem isso teriam que reencarnar em sucessivas vidas na Terra.
Rezam as lendas que o Santo Graal (supostamente, o cálice onde Jesus teria bebido vinho na
Última Ceia) teria sido possuído pelos cátaros. Porém, os templários, cavaleiros cruzados
encarregados pela Igreja Medieval de resgatar o Santo Graal teriam capturado os cátaros.
Mesmo sendo o objectivo central dos cruzados resgatar o cálice de Jesus, o maior objectivo de
todos os cruzados era impor o Catolicismo aos outros povos. Então, os cruzados tentaram impor
o cristianismo católico aos cátaros, que se recusaram a abandonar a sua fé. Quase todos foram
queimados vivos.
Os cátaros eram dualistas, acreditavam no conflito, entre o bem e o mal, o espírito e a carne, o
superior e o inferior. Para eles, toda a Criação estava imersa numa guerra eterna entre os dois
princípios irreconciliáveis: a luz - ou seja, o espírito - e a escuridão, ou matéria, sendo os
primeiros obra e origem Divina do Bem, e o segundo obra e criação do Mal.
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OS TROUVÉRES
Outro fator importante contribuiu fortemente para a unificação da França e para a difusão do
troubadour e da sua canção – os casamentos da aristocracia.
Em pouco tempo, Leonor foi rainha de França e rainha de Inglaterra o que a fez funcionar como
um veículo cultural, uma vez que, para onde ia levava o seu séquito composto por capelão, coro,
músicos, jograis e troubadours.
Um desses troubadours que sempre a acompanhou foi Bernart de Ventadorn que, devido à sua
fama, atraía pela sua presença outros trovadores de toda a França e Inglaterra.
Leonor passou todo o entusiasmo pela canção profana para os seus filhos, principalmente
Ricardo I, Coração de Leão (1157 -1199) que se tornou rei de Inglaterra, apesar de ter sido
educado na França e nunca ter aprendido inglês.
De acordo com a história, o seu jogral Blondel de Nesle encontrou-o através de uma canção
composta por Ricardo, que este ouviu e respondeu quando passava perto da prisão do castelo
onde este estava aprisionado.
Uma das duas filhas de Leonor – Maria, tornou-se condessa de Champagne no norte da França.
O seu poeta favorito era Chrétien de Troyes, que era autor de romances em verso, alguns
baseados nas lendas do rei Artur.
Os trouvéres surgem por sugestão de Maria, quando pede a Chrétien que tente transferir o
espírito e a forma da poesia dos troubadours para a langue d’oil do norte. Devido a isso, a corte
de Champagne viria a tornar-se o centro mais florescente de actividade poética no norte da
França nos finais do séc.XIII.
Adam de la Halle
AS TROUBAIRITZ
OS TEMAS DO TROVADORISMO
Nos troubadours:
o Tema dominante – Amor e os ideais do Amor Cortês – conjunto de princípios morais,
normas de delicadeza e galanteios amorosos e teorias eróticas apropriadas à vida social.
o Raimon de Miraval escreveu a obra teórica Leys d’Amor onde se percebe que este amor
galante e espiritual é platónico, ao qual se junta o erotismo dos árabes e a moralidade
dos cristãos.
o Esta temática do amor cortês foi posteriormente transferida para o Culto Mariano (Nossa
Senhora) – o maior e mais elevado ideal amoroso.
Nos trouvéres:
o Menos ligados à temática amorosa.
o O amor vai ser visto como um princípio dos valores guerreiros.
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o Os temas serão menos fantasiosos e mais virados para a realidade do dia-a-dia.
PRODUÇÃO TROVADORESCA
Existem 3 géneros:
o Vocal – é o mais comum, com acompanhamento instrumental. Ex: ballade, rondeau, lai,
virelai.
o Instrumental – menos comum. Ex: estampida.
o Dramático – declamado com música. Ex: Jeux ou Parties.
TEMÁTICAS
Amorosas:
o Cantiga de amor – o cavaleiro fala das saudades que sente da sua Dama.
o Alba – conta a separação dos amantes ao nascer do dia.
o Pastorela – canção bucólica entre um cavaleiro e uma Dama.
Épicas e narrativas:
o Cantiga de Cruzada – narra acontecimentos passados nas Cruzadas.
o Cantiga de Gesta – narra acontecimentos épicos.
o Romance – canção narrativa descrevendo situações.
o Canção de Pano (chanson de toile) – canção narrativa que acompanha a fiação e
bordados das Damas.
Social e Moral:
o Elegia – canção de lamento ou fúnebre.
o Sirventes – canção satírica de crítica social, moral ou política.
Religiosa:
o Canções de louvor à Virgem.
GÉNEROS INSTRUMENTAIS
GÉNEROS DRAMÁTICOS
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