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METROLOGIA-2003 – Metrologia para a Vida

Sociedade Brasileira de Metrologia (SBM)


setembro 01-05, 2003, Recife, Pernambuco - BRASIL

NORMALIZAÇÃO EM METROLOGIA 1

Pedro Paulo Almeida Silva 1, 2, Maurício Nogueira Frota 1,2, Vania Maria Rodrigues Hermes de
Araújo1, Pierre Ohayon 3, Marco Antônio Abi-Ramia 1.
1
Sociedade Brasileira de Metrologia, Rio de Janeiro, Brasil
2
Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil
3
Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil

O presente trabalho intitulado “Normalização em técnica; (2) junto a especialistas de metrologia e


metrologia”1foi desenvolvido com o objetivo de servir como normalização, para subsidiar o desenvolvimento de uma
base para elaboração do Programa de Normalização Setorial interface técnica de cooperação e (3) junto a fóruns
(PNS), do biênio 2002/2003, do recém criado Comitê especialistas de metrologia, para se identificar demandas por
Brasileiro de Normalização em Metrologia (ABNT/CB-53) normalização, identificadas no contexto das respectivas
na estrutura orgânica da Associação Brasileira de Normas cadeias hierárquicas de realização e disseminação das
Técnicas (ABNT), priorizando a normalização em unidades de base e derivadas do Sistema Internacional de
metrologia, ferramenta imprescindível ao desenvolvimento Unidades (SI), entendido como o lócus mais adequado para
sócio econômico e elemento indispensável à redução da se explicitar as necessidades por normalização em
vulnerabilidade do Sistema Brasileiro de Normalização metrologia.
(SBN). Por limitações de espaço o presente trabalho discute as
Entendidas como funções complementares da tecnologia partes 1 e 2 da pesquisa de demanda por normalização em
industrial, metrologia e normalização são tratadas não metrologia, reservando-se a parte 3 como tema para um
apenas como insumos essenciais para desenvolvimento da trabalho mais detalhado objeto de outro artigo, já que requer
competitividade industrial e melhoria da qualidade de vida, reflexões específicas.
mas, também, como elementos indissociáveis no Assim, o presente trabalho, não apenas explicita demandas
equacionamento de vulnerabilidades que restringem o concretas por normalização em metrologia como, também,
acesso de produtos brasileiros a mercados competitivos em certamente, haverá de contribuir de forma decisiva para o
decorrência de barreiras técnicas ao comércio internacional. fortalecimento do SBN, já que norma técnica se constituí em
Assim, o presente trabalho, originário de uma pesquisa de insumo estratégico ao desenvolvimento industrial e sócio-
mestrado em metrologia (SILVA, 2003) contemplou estudo econômico brasileiro.
de demanda por normalização em metrologia. Perseguindo
Palavras chave: 1. Metrologia. 2. Demanda por
dois focos distintos de interesse complementar
normalização. 3. Normalização em metrologia.
“normalização em metrologia” e “metrologia na
normalização”, a pesquisa foi desenvolvida no contexto de 1 NORMALIZAÇÃO EM METROLOGIA
três ambientes: (1) junto aos comitês brasileiros de Ainda que incipiente o seu perfeito entendimento, a
normalização (ABNT/CB) e organismos de normalização atividade da normalização técnica, imprescindível à
setorial (ONS), que integram a estrutura orgânica da ABNT, superação de barreiras técnicas que cerceiam transações
com o propósito de conhecer necessidades específicas de comerciais, quer praticada nos níveis internacional, regional,
metrologia na atividade de normalização bem como as nacional ou no nível das empresas, constitui-se em pré-
dificuldades relacionadas ao uso e aplicação de fundamentos condição ao desenvolvimento da competitividade e da
da metrologia como insumo ao processo de normalização globalização do comércio. Embora as atividades da
normalização técnica e da metrologia venham se
1
O presente trabalho contou com o apoio da FINEP – Fundo Verde
desenvolvendo a passos largos para prover os insumos da
e Amarelo, por intermédio do Projeto intitulado Metrologia nas tecnologia industrial básica de suporte à globalização do
Normas, Normas na Metrologia: Estruturação e Implementação do comércio e à melhoria de produtos, serviços e qualidade de
ABNT/CB Normalização em Metrologia (ABNT/CB-53) na vida, os avanços nessas áreas não vêm ocorrendo com o
estrutura orgânica da Associação Brasileira de Normas Técnicas grau de sinergia adequado, podendo-se facilmente
(ABNT), convênio Ref.: 1976/01. Esse projeto representa uma identificar “lacunas de normalização” na atividade
ação articulada entre a Associação Brasileira de Normas Técnicas metrológica e “lacunas de metrologia” na atividade de
(ABNT), a Sociedade Brasileira de Metrologia (SBM) e o normalização. O presente estudo constitui-se, certamente,
Programa de Pós-Graduação em Metrologia da PUC-Rio, em num esforço preliminar subsidiário à redução dessa
consonância com suas respectivas missões institucionais, o
presente tema de pesquisa foi proposto com o propósito de
inquestionável vulnerabilidade. O fortalecimento desse elo
colaborar para reduzir a vulnerabilidade apontada no setor da metrologia-nas-normas-normas-na-metrologia haverá de
normalização em metrologia no País. prover não apenas a base técnica para a qualidade, mas,
também, impedir que barreiras técnicas sejam impostas ABNT6 e (b) de especialistas de normalização e de
como barreira políticas disfarçadas prejudicando o livre metrologia.
comércio de produtos em mercados externos, obviamente a) A Parte 1 da pesquisa, de caráter exploratório, buscou
preservadas as salvaguardas da qualidade e as garantias de identificar de maneira geral as necessidades de demanda
proteção ao consumidor e ao meio ambiente. por normalização em metrologia no âmbito dos Comitês
Técnicos (ABNT/CB) e dos Organismos de
1.1 Presença de insumos de metrologia nas normas Normalização Setorial (ONS) da ABNT. Espera-se que
No contexto da análise “normas na metrologia, metrologia essa pesquisa exploratória venha servir de base para uma
nas normas”, o presente tópico analisa o componente futura pesquisa de demanda por normalização em
“metrologia nas normas”, pesquisando, no acervo brasileiro metrologia no setor industrial brasileiro a ser
de normas técnicas, a presença do insumo “metrologia” no desenvolvida pelo hoje já criado ABNT/CB de
Normalização em Metrologia (ABNT/CB-53).
título e escopo das normas brasileiras. De um total de 9.2672
normas brasileiras editadas, que se encontram em vigor b) A Parte 2 da pesquisa procurou caracterizar a opinião
(situação em janeiro de 2003) e que foram elaboradas no de especialistas em metrologia e em normalização em
âmbito dos órgãos técnicos que integram a estrutura suas áreas temáticas de atuação. A realização dessa
pesquisa deu-se sob a forma de aplicação de um
orgânica da ABNT, foram pesquisados como atributos s questionário a especialistas com o objetivo de identificar
seguintes denominações: calibrar, calibração, medir, as linhas de ação que um Comitê dessa natureza deveria
medida3, medição, metrologia, inclusive as denominações ter para o fortalecimento do Sistema Brasileiro de
em desuso “aferir, e aferição”, assim permitindo-se Normalização (SBN).
identificar normas que explicitam essas terminologias. Em
conformidade a essa lógica, foram identificadas 4264 normas 1.2.1 PARTE 1 - Pesquisa exploratória junto aos
que atendem ao pré-requisito estabelecido. ABNT/CB
A Parte 1 da pesquisa contempla: (i) justificativa do estudo
1.2 Demanda por normalização em metrologia exploratório; (ii) as premissas básicas do Estudo, que inclui
Fundamentado no trabalho de Kupfer, 19985, que classifica a caracterização e enquadramento dos comitês técnicos de
setores econômicos segundo os principais gêneros, os normalização da ABNT segundo a classificação
comitês brasileiros de normalização existentes na estrutura mesoeconômica proposta por Kupfer (2001); (iii) a
da ABNT que participaram da pesquisa conduzida no caracterização do universo da pesquisa; (iv) a análise dos
âmbito deste estudo foram enquadrados segundo as resultados e (v) considerações globais da análise
categorias propostas: (i) Indústria de Commodities; (ii) desenvolvida.
Indústria Difusora de tecnologia; (iii) Indústria Tradicional; 1.2.2 Justificativa de um estudo exploratório
(iv) Serviços de Infra-estrutura; (v) Construção Civil; (vii)
Outros Serviços e (viii) Serviços Financeiros. Como será Por constituir-se em atividade pioneira não apenas no Brasil,
detalhado a seguir no item Universo da Pesquisa, mas também em outros países, a normalização em
participaram do diagnóstico os comitês relacionados às duas metrologia é, ainda, uma realidade pouco conhecida, para a
primeiras categorias (i) e (ii) e outros classificados segundo qual os dados qualitativos são escassos e as variáveis
uma lógica já consensada por especialistas de normalização observáveis de difícil mensuração. Assim, como o problema
como sendo os comitês de “atuação horizontal” (Qualidade e objeto desta pesquisa ainda carece de estudos teóricos ou
Gestão Ambiental). empíricos que forneçam bases para a realização de pesquisas
mais aprofundadas, optou-se por uma pesquisa exploratória,
Caracterizam-se, a seguir, as duas vertentes de análise que cujo resultado principal será obter informações que
fundamentaram a pesquisa de demanda por normalização contribuam para o refinamento de conceitos, formulação ou
em metrologia. Essas duas vertentes da pesquisa de equacionamento de problemas, estabelecimento de
demanda constituem-se em objetos dos itens a seguir prioridades, bem como a realização de investigações
detalhados. Esses trabalhos desenvolveram-se na visão (a) subseqüentes, mais estruturadas (MARTINS, 1994). Deve-
dos Comitês Brasileiros de Normalização (ABNT/CB) da se ressaltar ainda que, na visão de especialistas de
metodologias de pesquisa (VERGARA, 1997), a pesquisa
2
Esse total foi extraído da base de dados da ABNT por intermédio exploratória é recomendada exatamente nesses casos
de uma ferramenta de busca digital (ABNT Digital 1.0 – LITE), específicos em que “há pouco conhecimento acumulado e
resumindo dados de janeiro de 2003. sistematizado” sobre o tema objeto da investigação.
3
Nesse contexto medida é a grandeza determinada que serve de
padrão para avaliar outras e não precaução, providência, decisão,
A pesquisa exploratória foi desenvolvida tendo dois
dentre outras. objetivos básicos: (i) coletar dados para identificar as
4 principais linhas de ação que deveriam consubstanciar o
Esse total foi extraído da base de dados da ABNT por intermédio
de seu sistema de busca digital (ABNT Digital 1.0 – LITE), proposto plano de ação do ABNT/CB-53 e (ii) definir uma
situação caracterizada em janeiro de 2003, explicitando expressões metodologia para a realização de um amplo estudo de
afetas ao tema central “metrologia” (aferir, aferição, calibrar, demanda por normalização em metrologia a ser
calibração, medir, medida, medição e metrologia). desenvolvido para subsidiar as ações do referido comitê.
5
Mudança Estrutural nas Empresas e Grupos Líderes da Economia
6
Brasileira na Década de 90”, KUPFER, David S., Grupo Indústria Ao pesquisar junto aos órgãos técnicos da ABNT, pretendeu-se
e Competitividade do Instituto de Economia da Universidade atingir representantes dos diferentes segmentos industriais, já que
Federal do Rio de Janeiro (IE/UFRJ), 2001. essa é a lógica de composição dos diferentes ABNT/CB.
1.2.3 Caracterização do universo da pesquisa período de 20 de fevereiro de 2002 a 19 de dezembro de
Entendido como o elemento da pesquisa que caracteriza a 2002 o questionário esteve disponível na gerência de
sua abrangência, o universo da pesquisa caracterizou-se normalização da ABNT e na secretaria da Sociedade
pelos Comitês Técnicos (ABNT/CB) e Organismos de Brasileira de Metrologia, dessa forma atribuindo visibilidade
Normalização Setorial (ONS) pertencentes à estrutura à pesquisa.
orgânica da ABNT. Definido o universo da pesquisa, as 1.2.4 Premissas básicas do estudo
seguintes ações foram empreendidas: (i) desenvolvimento
No contexto de uma classificação já tradicionalmente
de um instrumento de coleta de dados (questionário
adotada por especialistas em normalização que militam nos
estruturado); (ii) condução de um ensaio de pré-teste para se
fóruns da ABNT, os Comitês Técnicos (ABNT/CB) e
verificar a consistência do instrumento, obtido pela análise
Organismos de Normalização Setorial (ONS) da Associação
independente testada por quatro especialistas7, com
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) são enquadrados
experiências complementares em normalização e em
segundo as categorias abaixo explicitadas:
metrologia; (iii) elaboração de carta de sensibilização sobre
a importância da pesquisa e (iv) aplicação do instrumento de Comitês de natureza vertical – grupos técnicos de trabalho
coleta de dados junto aos órgãos de normalização da ABNT, que desenvolvem atividades de interesse de um determinado
preservados o rigor metodológico e a confidencialidade da setor específico do conhecimento ou de uma determinada
pesquisa que assumiu o compromisso de apenas divulgar área de interesse (e.g.: alumínio, cobre, química etc.).
informações agregadas.
Comitês de natureza horizontal – grupos técnicos de
O questionário foi encaminhado, via e-mail, com a trabalho que desenvolvem atividades de interesse comum
interveniência da gerência de normalização da ABNT, aos que, inclusive podem permear por outros segmentos do
38 dos 51 órgãos técnicos que, à época, encontravam-se conhecimento, como são os casos da qualidade (ABNT/CB-
atuantes (35 ABNT/CB e 3 ONS). Com o intuito de 25); meio ambiente (ABNT/CB-38) e metrologia
fortalecer a participação, o e-mail foi re-encaminhado mais (ABNT/CB-53), que são hoje os três comitês de natureza
de uma vez. Ainda como reforço, o questionário da pesquisa horizontal existentes na estrutura da ABNT.
foi, também, entregue, em mãos, aos participantes da
reunião8 do Conselho Técnico da ABNT (ABNT/CT), O Quadro 1 a seguir agrupa os comitês da ABNT
realizada em São Paulo no dia 20 de março de 2002 na sede respondentes da pesquisa segundo os recortes horizontal e
vertical dessa nomenclatura utilizada, que, entretanto, não
da ABNT.
estabelece nenhuma relação funcional entre os comitês
Estabelecida à validade interna e externa do questionário técnicos com o recorte macro-econômico que levou à
durante as fases de estruturação e pré-teste, do instrumento identificação dos setores mais impactados pela metrologia,
de coleta de dados, procedeu-se à sua aplicação. Dos conforme proposto pelo Plano Nacional de Metrologia
comitês atuantes, 21% responderam à pesquisa, assim (PNM).
caracterizando uma amostra estatisticamente válida para
consubstanciar a pesquisa exploratória pretendida (oito Quadro 1: Classificação “horizontal-vertical” dos ABNT/CB
comitês técnicos (ABNT/CB) responderam ao questionário, respondentes
dos quais 2 daqueles presentes à referida reunião). Durante o ABNT/CB de natureza Vertical
ABNT/CB-08 – Comitê Brasileiro de Aeronáutica e Espaço.
7
Pelos orientadores da dissertação, o Coordenador do Programa de ABNT/CB-09 – Comitê Brasileiro de Gases Combustíveis.
Pós-Graduação em Metrologia da PUC-Rio e dirigente da ABNT/CB-35 – Comitê Brasileiro do Alumínio.
Sociedade Brasileira de Metrologia, pelo co-orientador da ABNT/CB-41 – Comitê Brasileiro de Minérios de Ferro.
dissertação, um ex-Diretor Técnico da ABNT; por uma especialista ABNT/CB-44 – Comitê Brasileiro do Cobre.
em Tecnologia Industrial Básica (TIB) e pelo presidente da ABNT/CB-50 – Comitê Brasileiro de Materiais, Equipamentos e
Sociedade Brasileira de Metrologia, profissional experiente em Estruturas Offshore para a Indústria do Petróleo
metrologia industrial. e Gás Natural.
8 ABNT/CB de natureza Horizontal
Na reunião do Conselho Técnico da ABNT (ABNT/CT), ABNT/CB-25 – Comitê Brasileiro da Qualidade.
realizada no dia 20 de março de 2002, encontravam-se presentes 11 ABNT/CB-38 – Comitê Brasileiro de Gestão Ambiental.
Superintendentes e/ou Secretários Técnicos dos seguintes órgãos
técnicos da ABNT: (i) ABNT/CB-04; (ii) ABNT/CB-05; (iii) Apesar da lógica usual dessa classificação “horizontal-
ABNT/CB-10; (iv) ABNT/CB-21; (v) ABNT/CB-29; (vi) ONS 34; vertical” adotada por profissionais da área, que reflete a
(vii) ABNT/CB-35; (viii) ABNT/CB-37; (ix) ABNT/CB-40; (x) própria dinâmica do processo brasileiro de elaboração de
ABNT/CB-41 e (xi) ABNT/CB-50. Consta da Ata do Conselho da normas na visão de especialistas em normalização, tornou-se
ABNT, participaram da reunião outros membros da ABNT (o
Diretor Geral da ABNT; o Diretor de Certificação; a Gerente do
mais atraente enquadrar os comitês respondentes segundo
Processo de Normalização; o Presidente do Conselho Técnico e uma classificação capaz de ser referenciada aos setores
Superintendente do ABNT/CB Análises Clínicas e Diagnóstico In econômicos considerados pelo PNM como mais impactados
Vitro (ABNT/CB-36), o Secretário Técnico do Conselho), e outros pela metrologia, classificação essa que facilita a abordagem
convidados participantes do INMETRO, o presidente do Comitê “metrologia nas normas, normas na metrologia” que
Brasileiro de Normalização (CBN) e outros convidados, dentre os consubstancia o presente trabalho. Ademais, por razões de
quais, os orientadores e autor da presente dissertação, o Presidente ordem metodológica, fazia-se necessário adotar uma
da Sociedade Brasileira de Metrologia (SBM) e um dos membros classificação capaz de agrupar os comitês respondentes da
do Conselho Deliberativo da SBM. Seus nomes constam da Ata da pesquisa de forma a preservar a sua identidade sem perda da
referida reunião do Conselho Técnico da ABNT (ABNT/CT).
qualidade de tratamento dos dados, assim salvaguardando a Commodities Metalurgia e Siderurgia.
premissa básica do critério da confidencialidade que deve Mineração.
nortear qualquer pesquisa dessa natureza. Para tal, foi Celulose e Papel.
necessário buscar uma tipologia de corte que agregasse as Petróleo, Gás e Refino.
Químico e Petroquímico.
atividades desenvolvidas por esses órgãos técnicos,
Indústria tradicional Alimentos e Bebidas.
seguindo critérios capazes de espelhar a mudança estrutural Borracha e Plásticos.
por que passaram as empresas e os grupos líderes da Impressão e Edição.
economia brasileira na década de 90. Nesse sentido, a Têxtil, Vestuário e Calçados.
classificação setorial adotada por Kupfer (1998 e 2001) Móveis.
apresentou-se como uma opção atraente satisfazendo as Indústria difusora de Equipamentos Eletro-eletrônicos.
especificidades do trabalho. tecnologia Material de Transportes.
Farmacêutico.
Kupfer (19989) agrupa os setores industriais segundo as Maquinaria.
seguintes classes:
Fonte: KUPFER, 2001. A Tabela original inclui (i) Indústria de
Indústria de commodities – grupo que reúne as indústrias Commodities; (ii) Indústria Difusora de tecnologia; (iii) Indústria
de processo contínuo que elaboram produtos homogêneos Tradicional; (iv) Serviços de Infra-estrutura; (v) Construção Civil;
em grande tonelagem. Correspondem geralmente a bens (vii) Outros Serviços e (viii) Serviços Financeiros, aqui não
intermediários de fácil armazenagem e transporte dos quais explicitado por não incluir resposta dos respectivos ABNT/CB e
insumos metálicos, química básica, celulose e papel são os ONS passíveis de enquadramento nessas categorias.
principais exemplos. São geralmente intensivos em recursos Para subsidiar o presente desenvolvimento, foram adotadas
naturais e energéticos. dois dos quatro conceitos de GRUPO INDUSTRIAL
Indústria tradicional – grupo que congrega as indústrias definidos por KUPFER (1998 e 2001) e a classificação
que independentemente do sistema técnico de produção utilizada no ambiente da normalização (ABNT/CB e ONS),
adotado (contínuo ou montagem) têm como identidade a permitindo agrupar os respondentes segundo:
elaboração de produtos manufaturados de menor conteúdo ! Indústria de commodities;
tecnológico, em geral, destinados ao consumo final (bens ! Indústria difusora de tecnologia;
salário). Correspondem a atividades que historicamente
! ação horizontal;
foram as primeiras a serem organizadas industrialmente,
como as indústrias de alimentos, têxteis e vestuário. Na permitindo caracterizar os organismos de normalização
terminologia de Pavitt (1984), são setores tecnologicamente segundo os gêneros mostrados na Quadro 3 a seguir.
dominados pelos seus fornecedores de insumos e Quadro 3: Distribuição adotada para classificar os Comitês
equipamentos, isto é, são consumidores de inovações Técnicos respondentes da pesquisa
geradas nos demais setores da indústria.
Grupos Principais gêneros
Indústria difusora de tecnologia – grupo que reúne os Ação ABNT/CB-25 – Comitê Brasileiro da Qualidade.
setores que constituem a base do novo paradigma técnico- horizontal ABNT/CB-38 – Comitê Brasileiro de Gestão
Ambiental.
industrial, sendo a principal fonte de progresso técnico para
Indústria ABNT/CB-09 – Comitê Brasileiro de Gases
o restante da indústria. Sua presença na estrutura industrial, de Combustíveis.
mesmo que em um número restrito de segmentos, é commodities ABNT/CB-35 – Comitê Brasileiro do Alumínio.
indispensável para um avanço significativo na ABNT/CB-41 – Comitê Brasileiro de Minérios
competitividade da indústria como um todo e para uma de Ferro.
melhor inserção futura do país na divisão internacional do ABNT/CB-44 – Comitê Brasileiro do Cobre.
trabalho. Esse grupo é formado pelos produtores de bens de Indústria ABNT/CB-08 – Comitê Brasileiro de
capital eletro-mecânicos e microeletrônicos, que difusora de Aeronáutica e Espaço.
correspondem aos fornecedores especializados da tipologia tecnologia ABNT/CB-50 – Comitê Brasileiro de Materiais,
Equipamentos e Estruturas Offshore para a
de Pavitt, e também pelos setores baseados em ciência, que
Indústria do Petróleo e Gás Natural.
fazem parte diversos setores dos complexos eletrônicos e a
química fina. Fonte: KUPFER, 2001, modificado.
Utilizando essa categorização, Kupfer (2001) relaciona esses 1.2.5 Considerações gerais
setores com os seus principais gêneros, conforme proposto Com base nas sugestões formuladas foi possível encaminhar
no Quadro 2 a seguir: o seguinte diagnóstico: preservadas as limitações dessa
Quadro 2: Classificação de setores por gêneros associados pesquisa exploratória, certamente afetada por injunções de
natureza política, falta de entendimento global da questão
Grupos Principais gêneros metrológica ou mesmo falta de tempo dos respondentes e/ou
Indústria de Materiais de Construção. de entendimento parcial de sua relevância como subsídio ao
fortalecimento do sistema brasileiro de normalização
9
KUPFER, David S., Tese de Doutorado. Trajetória de
técnica, cabe registrar os resultados favoráveis consolidados
reestruturação da Indústria Brasileira Após a Abertura e a sinalizando para os seguintes aspectos considerados mais
Estabilização. Instituto de Economia da Universidade Federal do relevantes: (i) a atividade da normalização técnica constitui-
Rio de Janeiro (IE/UFRJ). Março de 1998, p. 44, 45 e 46. se em matéria de cooperação mútua em área essencialmente
multi e interdisciplinar; (ii) a inserção da metrologia como responsabilidade futura da futura secretaria técnica a ser
insumo da atividade da normalização é considerada implementada.
altamente relevante e indispensável; (iii) valida-se, no
1.3.1 Instrumento de pesquisa
ambiente dos comitês técnicos da normalização brasileira, a
crença internacional de que o foco da atividade é a O instrumento da pesquisa desenvolvido para sistematizar a
normalização internacional, tornando-se absolutamente entrevista com os 25 especialistas10 convidados,
necessário fortalecer a experiência brasileira no complexo criteriosamente selecionados junto a entidades de
processo de internacionalização da atividade de normalização (ANSI e ABNT), órgãos governamentais,
normalização, principalmente pela formação de profissionais confederação da indústria, laboratórios de metrologia e
com formação adequada para atuarem na atividade da instituições de P&D, conhecidos por suas respectivas
normalização técnica, assim fortalecendo o contingente de atuações técnicas e/ou científicas em atividades correlatas à
profissionais que deverão engajar-se na atividade da metrologia e/ou à normalização. Beneficiando-se de suas
normalização técnica, nos diferentes níveis; (iv) a presença visões e experiências, estruturou-se um questionário que foi
brasileira de profissionais em normalização em fóruns pré-testado por um subgrupo de sete desses especialistas e
regionais e internacionais de normalização técnica constitui respondido, de forma independente por seis experientes
elemento indispensável de sobrevivência da normalização profissionais11.
brasileira, sem o qual jamais o Brasil assumirá papel de 1.3.2 Reflexão na visão dos especialistas
destaque e liderança na atividade da normalização técnica;
Conforme detalhadamente descrito na dissertação de
(v) a presença de um comitê técnico para desenvolver a
mestrado desenvolvida (SILVA, 2003), com base nos dados
interface da metrologia na atividade da normalização técnica
é altamente prioritária e indispensável, notadamente pela compilados do questionário respondido pelos especialistas
falta de cultura metrológica ainda reinante nesses ambientes entrevistados, foi possível identificar a riqueza da
informação agregada à reflexão desenvolvida sob o tema,
da normalização; (vi) a pesquisa confirmou-se útil já que
provendo estratégicos insumos à futura operação do recém
explicitou demandas nitidamente caracterizadas. Como
criado ABNT/CB-53.
conclusão desse item livre que encerra a Parte 1 da pesquisa
de demanda por normalização em metrologia, cabe a 1.3.3 Visão dos especialistas: priorização via Pareto
reflexão de que (a) é ainda muito incipiente o entendimento Tendo em vista a abrangência das questões estruturais
do papel desempenhado pelas barreiras técnicas, entendidas formuladas aos especialistas (oito questões básicas) e a
como óbices ao comércio internacional; (b) torna-se multiplicidade de pontos-de-vista, já que essas questões
necessário uma mais expressiva cooperação na atividade da abordam temas de natureza subjetiva, decidiu-se por utilizar
normalização, ainda considerada como foco de interesses o diagrama de Pareto12 para identificar as principais
específicos não claramente demonstrados; (c) torna-se prioridades emanadas da reflexão dos especialistas
necessário reduzir fontes de conflito interno para se colaboradores, segundo os recortes básicos proposto no
intensificar a cooperação na atividade de normalização questionário. É importante lembrar que o questionário foi
técnica e (d) compete ao proposto comitê para normalização estruturado em duas partes: Partes 2a e 2b, que contemplam
em metrologia articular-se com os demais ABNT/CB e com um conjunto de parâmetros básicos.
os diferentes segmentos usuários de normalização para
suprir as necessidades de metrologia entendidas como A PARTE 2a aborda questões relacionadas especificamente
insumos estratégicos à atividade da normalização técnica. ao Comitê Técnico para normalização em metrologia
proposto e foi subdividida nos seguintes tópicos : (1)
1.3 Demanda na visão de especialistas: premissas do Relevância do Comitê Técnico; (2) Sua Interação com
estudo políticas e estratégias da ABNT; (3) O caráter de
Esta vertente da pesquisa de demanda fundamentou-se na horizontalidade do Comitê Técnico (este tópico foi
visão de profissionais com comprovada experiência em
metrologia e/ou normalização. Com o propósito de agregar 10
suas experiências, a pesquisa objetivou (i) obter insumos Todos os 25 especialistas, e suas respectivas vinculações
institucionais, que colaboraram nessa Parte 2 da pesquisa de
técnicos e políticos para a institucionalização de um comitê
demanda por normalização em metrologia encontram-se
técnico para normalização em metrologia, em particular referenciados na referência (SILVA, 2003).
projetando sua filosofia de atuação e suas externalidades, o 11
Em conformidade ao critério da isenção e independência de
delineamento de uma política de atuação centrada no
conflitos, os 6 profissionais respondentes do instrumento da
equilíbrio entre eficiência, qualidade e auto-sustentação pesquisa (questionário não estruturado) referente à Parte 2 do
financeira; (ii) identificar possíveis obstáculos, estudo de demanda por normalização em metrologia não
oportunidades de fomento e colaborações potenciais para a participaram da sua estruturação.
implementação de uma agenda de trabalho em normalização 12
O diagrama de Pareto é um caso particular de histograma em que
técnica em metrologia e (iii) obter sinalizações de natureza a distribuição de freqüência é ordenada em escala decrescente ou
política, técnica e administrativa capaz de assegurar crescente, conforme o critério requerido pelo estudo. Tal
condições favoráveis para o relacionamento do proposto característica facilita a classificação dos eventos observados em
comitê com seus congêneres na estrutura da ABNT, ordem de grandeza para que se possa avaliar e decidir a seqüência
entendendo que a organização de um programa de e a escala de prioridades dos problemas identificados.
normalização setorial bienal constitui-se em (http://www.geocities.com/Eureka/Plaza/6813/mestre/cep_br/cep_c
onceito_br.html, acesso em 12 de abril de 2003.)
subdividido em dois itens: a) fatores facilitadores e b) disseminação de informações
principais barreiras à sua operacionalização); (4) A7 C7 Definição de normas, elaboração e identificação
Sustentabilidade do proposto Comitê Técnico (este tópico A8 C8 Certificação de pessoal, educação e
foi subdividido em três conjuntos de mecanismos que treinamento, cultura metrológica
A9 C9 Potencial de negócios, clientes
assegurassem sua sustentabilidade: a) econômico-
A10 C10 Apoio à indústria nacional
financeiros, b) político-normativos e c) técnico- A11 C11 Agregar especialistas em rede
organizacionais); e (5) Principais resultados esperados do A12 C12 Fórum de discussão, eventos
Comitê. A13 C13 Representação institucional
A14 C14 Participação em reuniões, planejamento,
A PARTE 2b do questionário diz respeito especificamente
técnicas e políticas
à própria pesquisa em si e foi subdividida nos seguintes A15 C15 Políticas estratégicas
tópicos: (6) Escopo da Pesquisa (este tópico foi A16 C16 Participação em fóruns nacionais e
subdividido em quatro conjuntos de aspectos relevantes: a) internacionais
de caráter metodológico; b) de caráter conceitual; c) de A17 C17 Canais de comunicação eficazes
conteúdo; e d) quantos aos desdobramentos da pesquisa; (7) A18 C18 Existência de conhecimento metrológico,
Principais fatos marcantes da produção de normas no integração (INMETRO, ABNT, Laboratórios,
Brasil; e (8) Expectativas de conclusões da dissertação. Governos e agências reguladoras)
A19 C19 Contribuição para desenvolvimento industrial e
Para cada um desses parâmetros básicos (PB) foram sócio-econômico
estabelecidos conjuntos de “fatores críticos” que melhor os A20 C20 Capitação de sócios
definissem (missão institucional; interface com os demais A21 C21 Implantação de projeto
comitês existentes, fatores esses mais detalhadamente A22 C22 Comercialização de normas, publicações e
caracterizados na pesquisa de mestrado desenvolvida). As informações
respostas às questões foram, então, agrupadas em três blocos A23 C23 Financiamento por agências reguladoras e
distintos, assim caracterizados: organismos governamentais
A24 C24 Recurso de fundo perdido
BLOCO 1 - Fatores Críticos A - Engloba as questões A25 C25 Automação do processo de elaboração de
relativas à Parte 2a do questionário, mais especificamente: normas
questão #1 (Benefícios relevantes), questão #2 (Interação A26 C26 Defesa do consumidor
com políticas e estratégias da ABNT), questão #3, item 3.1 Tabela 2: Fatores Críticos B
(Fatores facilitadores), questão #4 (Sustentabilidade do
Identificação Fatores críticos
comitê técnico) e questão #5 (Principais resultados B1 Dificuldades de apoio institucional
esperados). Foram identificados 26 Fatores Críticos A, os B2 Carência de RH
quais tiveram 144 ocorrências. B3 Desconhecimento da importância da
normalização e da metrologia
BLOCO 2 - Fatores Críticos B - Engloba as questões B4 Carência de recursos financeiros
relativas às respostas à questão #3, item 3.2 (Principais B5 Resistência de organismos oficiais
barreiras), já que estas respostas têm um vetor negativo. B6 Falta de intercâmbio e disseminação de
Foram identificados 14 Fatores Críticos B, que tiveram 23 informações
ocorrências. B7 Ausência de planejamento das ações do comitê
B8 Problemas de interfaces com os outros
BLOCO 3 - Fatores Críticos C - Engloba as questões ABNT/CB ou organizações
relativas à Parte 2b do questionário, mais especificamente: B9 Ausência e desconhecimento das normas de
questão #6 (Escopo da pesquisa); questão #7 (Fatos metrologia
marcantes da normalização no Brasil) e questão #8 B10 Dificuldades em criar rede de especialistas
(Conclusões esperadas da pesquisa). Foram identificados 18 B11 Dificuldades em estabelecer parcerias
Fatores Críticos C, que tiveram 45 ocorrências. B12 Infra-estrutura de tecnologia da informação
B13 Ausência de treinamento para elaboração de
Objetivando identificar as prioridades e o nível de consenso normas
entre os respondentes, adotou-se o diagrama de Pareto e, os B14 Não são esperadas barreiras
principais fatores críticos apontados pelos especialistas
foram distribuídos segundo sua freqüência e ordenados em BLOCO 1- Fatores críticos A
escala decrescente, por percentagem de ocorrência, Com base nos dados confrontados, foram identificados 26
conforme documentado na Dissertação de Mestrado fatores críticos do tipo A, que tiveram um índice de
referenciada. ocorrência da ordem de 144. Seis fatores críticos
Tabela 1: Fatores Críticos A e C
responderam por 43% das ocorrências, ou seja, menos de
um quarto dos fatores foram considerados críticos para o
Identificação Fatores críticos sucesso do proposto comitê técnico para normalização em
A1 C1 Missão
A2 C2 Interfaces/suporte/convênio
metrologia.
A3 C3 Parcerias O mais importante desses fatores críticos, com 9% das
A4 C4 Estrutura organizacional e procedimentos, respostas, foi identificado como a necessidade de uma
relação com a ABNT definição clara e amplamente difundida da missão do
A5 C5 Facilitador da horizontalidade Proposto comitê técnico para normalização em metrologia.
A6 C6 Organização, coleta, intercâmbio e
O segundo item em importância diz respeito à necessidade fatores críticos responderam por 64,5% das ocorrências, ou
de uma boa estrutura de informação no âmbito do Comitê, seja, menos da metade dos fatores responderam por quase
que responda pela organização, coleta, intercâmbio e dois terços das questões importantes, consideradas críticas
disseminação de informações. Em ordem decrescente, para o sucesso do Proposto comitê técnico para
aparecem ainda os seguintes fatores críticos: estrutura normalização em metrologia, como pode ser visto na Tabela
organizacional, procedimentos claramente definidos e 1.
relação institucional com a ABNT; educação, treinamento, O mais importante desses fatores críticos, com 15,6% das
cultura metrológica e certificação de pessoal; respostas, foi identificado como a necessidade da uma
estabelecimento de parcerias e, contribuição para o definição clara de políticas estratégicas para o proposto
desenvolvimento socioeconômico do País. Qualquer ação a comitê técnico para normalização em metrologia. O segundo
ser desenvolvida, quando da implementação do Comitê, item em importância, com 13,3% das respostas, diz respeito
deverá, obrigatoriamente, considerar esses fatores como à educação, treinamento, cultura metrológica e certificação
estratégicos. de pessoal; o terceiro, com 11,1% das respostas, diz respeito
Em síntese, esses são os fatores críticos referentes à à necessidade de financiamento por parte das agências
essencialidade do proposto comitê técnico para reguladoras e dos organismos governamentais. Em ordem
normalização em metrologia (Pareto para identificação dos decrescente, aparecem ainda os seguintes fatores críticos:
principais fatores relativos ao Bloco 1 da pesquisa). necessidade de uma boa estrutura de informação no âmbito
Co contexto dessa análise de Patreto, identificam-se: na do Comitê, que responda pela organização, coleta,
questão #1, os benefícios relevantes; na questão #2, a intercâmbio e disseminação de informações; contribuição
interação com políticas e estratégias da ABNT; na questão para o desenvolvimento socioeconômico do País e,
#3.1, facilitadores; na questão #4, sustentabilidade do necessidade de uma definição clara e amplamente difundida
proposto comitê técnico e na questão #5, principais da missão do proposto comitê técnico para normalização em
resultados esperados. metrologia.
Conforme mencionado, cada um desses diferentes fatores Foram ainda identificados, na questão #6, o escopo da
críticos foram caracterizados segundo a visão dos pesquisa; na questão #7, os principais fatos marcantes e na
respondentes. questão #8, as expectativas de conclusões da pesquisa
desenvolvida.
BLOCO 2 - Fatores Críticos B
Analogamente ao caso anterior os fatores críticos mais
Foram identificados 14 fatores críticos do tipo B, que
relevantes segundo a percepção dos respondentes foram
tiveram um índice de ocorrência da ordem de 23. Seis
C15, C8, C23, C6, C19 e C1, acima identificados, em
fatores críticos responderam por 65% das ocorrências, ou
subconjunto dos 26 fatores críticos elencados no Bloco 1 da
seja, pouco menos da metade dos fatores responderam por
pesquisa.
quase dois terços das questões importantes, consideradas
críticas para o sucesso do proposto comitê técnico para 1.3.4 Considerações gerais
normalização em metrologia. No contexto de uma análise sucinta e à luz das evidências
Os mais importantes fatores críticos, com 13 % das mostradas acima, merece destaque o fato de que qualquer
respostas cada, foram identificados como: a carência de ação a ser desenvolvida quando da implementação do
recursos financeiros; a resistência de Organismos Oficiais à Proposto comitê técnico para normalização em metrologia
criação do Comitê; e a problemas quanto à interface do deverá, obrigatoriamente, considerar como estratégicos tanto
Comitê com os órgãos técnicos da ABNT ou com outras os fatores críticos que se destacaram nos Blocos 1 e 3,
organizações similares. Seguiram-se a estes, com 8,7% das quanto a superação das barreiras apontadas como críticas no
respostas cada, os seguintes fatores críticos: carência de Bloco 2.
Recursos Humanos; desconhecimento da importância da Cabe ainda ressaltar a redundância nas respostas, ou seja,
normalização em metrologia e, falta de planejamento das nos fatores críticos apontados.
ações do proposto comitê para normalização em metrologia.
Dentre as doze questões apontadas tanto no bloco 1, das
Esses foram os fatores indutores de barreira ao questões relativas ao Comitê Técnico em si, quanto no bloco
funcionamento do proposto comitê técnico para 3, das questões relativas à própria pesquisa, quatro questões
normalização em metrologia (Pareto dos principais superpuseram-se e deverão ser tratadas como prioritárias na
consensos do Bloco 2 da pesquisa). implementação do Comitê, a saber: (i) s necessidade de uma
Foram ainda identificados, na questão #3.2, as principais definição clara e amplamente difundida da missão do
barreiras à operacionalização do proposto comitê técnico Proposto comitê técnico para normalização em metrologia;
para normalização em metrologia. (ii) a necessidade de uma boa estrutura de informação no
Analogamente ao caso anterior os fatores críticos mais âmbito do Comitê, que responda pela organização, coleta,
relevantes segundo a percepção dos respondentes foram B4, intercâmbio e disseminação de informações; (iii) Educação,
B5, B8, B2, B3 e B7, acima identificados, em subconjunto treinamento, cultura metrológica e certificação de pessoal e
dos 26 fatores críticos elencados no Bloco 1 da pesquisa. (iv) contribuição para o desenvolvimento socioeconômico
do País.
BLOCO 3 – Fatores Críticos C
Ainda nesse sentido, especial ênfase deverá ser dada às
Foram identificados 18 fatores críticos do tipo C, que
barreiras apontadas, já que uma análise mais minuciosa das
tiveram um índice de ocorrência da ordem de 45. Seis
respostas mostra que para cada uma das barreiras existe uma Dada a importância do tema para o desenvolvimento de
contrapartida nos fatores críticos apresentados. Ou seja: (i) questões fundamentais da estrutura de serviços e para a
às barreiras “carência de RH” e “desconhecimento da consolidação de uma marca Brasil de qualidade de seus
importância da normalização em metrologia” corresponde o produtos, os autores reiteram o seu compromisso de
fator crítico “Educação, treinamento, cultura metrológica e continuar trabalhando para a efetiva consolidação da
certificação de pessoal”; (ii) às barreiras “ausência de atividade da normalização em metrologia, a despeito de
planejamento das ações do futuro Comitê”, “resistência de eventuais dificuldades de caráter técnico e/ou político.
Organismos Oficiais à criação do Comitê”, e “problemas REFERÊNCIAS BIBLIGRÁFICAS
quanto à interface do Comitê com os órgãos técnicos da
[1] SILVA, Pedro Paulo Almeida. Metrologia nas Normas,
ABNT ou com outras organizações similares” correspondem
Normas na Metrologia, dissertação de mestrado do Programa
os fatores críticos “necessidade de uma definição clara e de Pós Graduação em Metrologia da Pontifícia Universidade
amplamente difundida da missão do Proposto comitê técnico Católica do Rio de Janeiro, defendida em 24 de abril de
para normalização em metrologia”, “estrutura 2003, 461 p., certificada pela Divisão de Documentação da
organizacional, procedimentos claramente definidos e Universidade.
relação institucional com a ABNT” e “definição clara de [2] ABNT, acervo documental de normas brasileiras, disponível
políticas estratégicas para o Proposto comitê técnico para na sua website www.abnt.org.br, consulta no período de
normalização em metrologia” e (iii) à barreira “carência de junho de 2002 a janeiro de 2003.
recursos financeiros” corresponde o fator crítico [3] KUPFER, David S., Tese de Doutorado. Trajetória de
“necessidade de financiamento por parte das agências Reestruturação da Indústria Brasileira Após a Abertura e a
reguladoras e dos organismos governamentais”. Estabilização. Instituto de Economia da Universidade
Assim, os mesmos fatores que podem ser críticos para o Federal do Rio de Janeiro (IE/UFRJ). Março de 1998.
sucesso na implantação do Comitê poderão ser responsáveis [4] PAVITT, K., Patterns of technical change: towards a
por seu fracasso. toxonomy and theory. Research Policy, 13 (6), p. 343-373,
1984.
Como reflexão final dessa Parte 2 da Pesquisa, é justo
[5] MARTINS, G. A., Manual para elaboração de monografias e
registrar não apenas o elevado espírito de cooperação dos dissertações. 2ª. Ed., São Paulo: Atlas, 1994.
respondentes bem como o expressivo impacto de suas
[6] VERGARA, S. C. Projetos e relatórios de pesquisa em
reflexões no desenvolvimento da pesquisa de demanda por
administração. São Paulo: Atlas, 1997.
normalização em metrologia objeto do presente trabalho.
2 CONCLUSÃO Autores
Com base no estudo de demanda por normalização em
M.Sc., Pedro Paulo Almeida Silva,15 anos de experiência em
metrologia, conduzido segundo duas vertentes de análise
laboratório de metrologia dimensional (RBC), Divisão de
(junto aos comitês brasileiros e organismos setoriais de Normalização em Metrologia (SBM), Av. Nilo Peçanha, 50 -
normalização da ABNT e junto a especialistas de Grupos 2517/2512, Centro, 20.020-906, Rio de Janeiro, RJ, Brasil,
normalização e metrologia), concluiu-se que, dentre as tel/fax: (21) 2532-7373, E-mail: normas@metrologia.org.br.
alternativas para se identificar demandas por normalização
em metrologia, a rota “metrologia nas normas” mostrou-se Ph.D., Maurício Nogueira Frota, Coordenador do Programa de
Pós-Graduação em metrologia da Pontifícia Universidade Católica
menos significativa. Outra importante conclusão relacionada do Rio de Janeiro; Vice-Presidente da Sociedade Brasileira de
à necessidade de implantação de um fórum específico para Metrologia; recentemente eleito Vice-Presidente da International
normalização em metrologia suscitou a necessidade de uma Measurement Confederation (IMEKO). E-mail: mfrota@mec.puc-
postura pró-ativa já que a proposição não apenas reflete uma rio.br.
iniciativa pioneira, mas inovadora. A proposição não deveria
Dra. (Comunicação e Cultura), Vânia Maria Rodrigues Hermes
apenas fundamentar-se na existência de outras experiências
de Araújo, Pesquisadora da Sociedade Brasileira de Metrologia
de sucesso, mas sim na formulação de uma nova concepção (SBM); Diretora Adjunta da Sociedade Brasileira de Gestão do
de normalização para incorporar elementos da metrologia, Conhecimento; Diretora da Hermes Consultores Ltda; tel/fax: (21)
entendida como estratégico insumo da tecnologia industrial 2532-7373, E-mail: varaujo@metrologia.org.br.
básica. Como prova dessa postura, caracterizou-se o
Dr. (Administração de Empresas - FEA-USP), Pierre Ohayon,
prestígio adquirido pelo pioneiro ABNT/CB-25 (Comitê
Professor e Coordenador do Mestrado da Faculdade de
Brasileiro da Qualidade) que, inclusive, serviu de paradigma Administração e Ciências Contábeis (FACC-UFRJ); Pesquisador
para a estruturação do ISO/TC 176 (Comitê Técnico da ISO (área de Avaliação em Ciência e Tecnologia), E-mail:
- Quality management and quality assurance), comitê pohayon@facc.ufrj.br.
técnico da própria International Organization for
Engº. Eletricista, Marco Antônio Abi-Ramia, Diretor Regional da
Standardization (ISO). Em sintonia ao fato de que qualquer
Sociedade Brasileira de Metrologia (SBM/MG), 30 anos de
iniciativa que alterna a lógica do pensamento vigente é experiência como Gerente Técnico e da Qualidade do Centro
sempre alvo de resistências, a importante e inovadora Técnico de Ensaios e Medições (CTE.O - Furnas Centrais Elétricas
proposição de se estruturar um comitê técnico para S.A.), E-mail: abiramia@uol.com.br.
normalização em metrologia na estrutura orgânica da ABNT
deve ser perseguida como estratégico elemento do
necessário processo de fortalecimento da normalização
brasileira.

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