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CÂMPUS DE JABOTICABAL
2013
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA - UNESP
CÂMPUS DE JABOTICABAL
2013
Ferrari, Fernanda Cristina dos Santos
F375f Fatores operacionais e cinética do processo fermentativo para
otimização da produção de etanol em escala industrial / Fernanda
Cristina dos Santos Ferrari. – – Jaboticabal, 2013
xvii, 57 p. : il. ; 28 cm
CDU 663.5:633.61
Aos meus pais Luiz Roberto Ferrari e Célia R. dos Santos Ferrari,
Que em todos os momentos da minha formação, priorizaram a educação
como ferramenta para galgar novos horizontes, tendo que, para isso, muitas
vezes abrir mão de outras escolhas na vida.
Por me apoiarem em todas as minhas decisões educacionais e profissionais,
e, independente da escolha profissional de cada filho, por enfrentarem junto
as dificuldades e compartilharem as glórias de nossas decisões. Isso me faz
sentir um orgulho imenso de vocês por nos permitir viver nossos próprios
sonhos! Sempre com dignidade, fé e humildade!
E por último, mas de maior relevância, por serem exemplos de vida, de
união, de perseverança e fé, formando e fortalecendo a família tão
maravilhosa que somos!
Obrigada pela minha vida e pelo amor incondicional que vocês dedicam a
mim!
Amo muito vocês!!!
Dedico
8
Ofereço
9
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus pelo dom da vida e pelo livre arbítrio, permitindo-nos, por
nossas escolhas, escrever nossa história e recheá-la de momentos
importantes como este. E por Sua infinita bondade em dar-me forças e
coragem, nos momentos de angústia e desespero.
Aos meus pais e irmãos pela força, união, amor e apoio em todas as minhas
decisões. E a toda a minha família, pelas orações e votos de sucesso, e
compreensão pelos momentos de ausência.
À minha orientadora, Professora Márcia Mutton pela oportunidade, pelos
ensinamentos, pela paciência, pela confiança em mim depositada e pela
liberdade com que me permitiu conduzir meu mestrado. À minha co-
orientadora, Professora Maria da Graça Stupiello Andrietta por todo apoio,
disposição e ensinamentos.
Ao Professor Silvio Andrietta, pela infinita paciência e ajuda, durante todo o
trabalho, nas discussões de conteúdo e por me fazer mais confiante em mim
mesma. Ao Klauss, que mesmo diante de prazos curtíssimos, realizou com
maestria diversas análises que fundamentam o meu trabalho.
À Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias de Jaboticabal
(FCAV/UNESP) e aos professores do curso de pós-graduação pelo
aperfeiçoamento profissional.
Aos membros da banca examinadora pela disponibilidade e sugestões de
melhoria.
Ao Grupo Virgolino de Oliveira S/A - Açúcar e Álcool, pela oportunidade e por
todo apoio à realização deste trabalho, especialmente ao senhor José Luis
Zanette, por valorizar a atividade acadêmica, considerando-a, junto à prática,
pilar do desenvolvimento profissional e ao Adilson Luis Giacomelli, meu “tutor”
e grande incentivador deste trabalho, por reconhecer que a educação é capaz
de transformar a vida das pessoas, cobrindo-me de coragem e forças para
percorrer esta estrada.
Aos meus colegas de mestrado, Lidyane, Igor, Juliana e Gustavo, que
conviveram comigo de maneira mais próxima e por mais tempo, tornando-se
10
amigos muito especiais aos quais devo meus agradecimentos sinceros por
todo apoio durante esses anos, e por tantos momentos de alegria e força que
sempre me transmitiram.
A todas as pessoas envolvidas nos trabalhos do Laboratório de Microbiologia,
Prof. Miguel, Sérgio, Nayara, Aline, Osânia, Rita, Silvia, que mais que uma
equipe formam uma verdadeira e acolhedora família. Conviver com vocês,
ainda que por um tempo pequeno, enriqueceu ainda mais a minha vida.
Aos meus colegas de trabalho, Camila e Fabiano, que compreenderam meus
momentos de ausência da usina e fizeram o trabalho do NICE sempre ser
realizado com muita competência.
Aos coordenadores da destilaria, Paulo Donegá, Pedro e Osmair por todo
apoio nos experimentos, muitas vezes comprometendo a regularidade
operacional, para gerar as condições que eu precisava para os ensaios. A
todas as analistas que me acompanharam nas manhãs, tardes, noites e
madrugadas e/ou me ajudaram com as análises, especialmente à Sandra
Maria, que compreendeu meus prazos apertados e realizou todas as análises
com determinação e competência. Ao Betinho, por toda ajuda com a
obtenção de dados do sistema e pelo humor contagiante com que sempre
nos presenteia. À minha amiga Denise pelos momentos de desabafo e
compreensão. E aos colegas Alison e Milena, que entenderam as razões do
meu trabalho, permitindo a realização deste na usina Catanduva, e me
apoiando com discussões, conhecimento e amizade.
A todos que direta ou indiretamente contribuíram para minha chegada até
aqui. Às pessoas que me inspiram por acreditar na educação como forma de
melhorar o mundo, e as que, na simplicidade despretensiosa de uma
conversa amiga ou de um momento de descontração, tornam o meu mundo
mais doce e colorido!
11
xi
SUMÁRIO
Página
RESUMO................................................................................................................ xiii
ABSTRACT............................................................................................................. xiv
LISTA DE ABREVIATURAS................................................................................... xv
LISTA DE FIGURAS............................................................................................... xvi
LISTA DE TABELAS............................................................................................... xvii
1. INTRODUÇÃO............................................................................................. 18
2. REVISÃO DE LITERATURA....................................................................... 20
2.1. Etanol e o setor sucroenergético........................................................... 20
2.2. Processos fermentativos...................................................................... 23
2.2.1. Fermentação em batelada........................................................... 23
2.2.2. Fermentação contínua................................................................ 24
2.2.3. Fermentação em batelada alimentada........................................ 24
2.3. Fatores interferentes da fermentação alcoólica..................................... 25
2.3.1. Temperatura................................................................................ 26
2.3.2. Tempo de alimentação................................................................ 27
2.3.3. Concentração de inoculo............................................................. 28
2.4. Bioquímica da fermentação alcoólica.................................................. 28
2.5. Subprodutos da fermentação............................................................... 31
2.5.1. Glicerol........................................................................................ 32
2.6. Cinética dos processos fermentativos................................................. 36
2.6.1. Velocidade específica de crescimento ().................................. 36
2.6.2. Rendimento em massa celular (YX/S).......................................... 37
2.6.3. Rendimento em produto (YP/S).................................................... 38
2.7. Modelos cinéticos................................................................................. 38
2.7.1. Termos de inibição...................................................................... 40
2.7.2. Modelos mais utilizados.............................................................. 41
2.8. Modelagem de um reator de mistura perfeita operando em batelada
alimentada.................................................................................................... 42
2.8.1. Balanço de massa global............................................................ 42
2.8.2. Balanço de célula........................................................................ 43
12
xii
ABSTRACT – The present work, which was carried out in a full scale plant for
industrial fermentation with bioreactors operated as fed-batch, had the objective to
verify how the operational factors such as feeding time, temperature and yeast
concentration may influence the sugar conversion velocity into ethanol. Also
compared the yield and productivity of the essays, the interaction of between ethanol
and glycerol in the fermentative kinetics and hoe these factors could be optimized in
order to increase the ethanol production with low losses of carbon as by other
products. Additionally, a kinetic model that best fitted in the obtained data was
proposed. For the essays it was used an east already in used at the industrial
process and its must, which came from an mixture of juice and residual molasse from
sugar process phase. The experimental design followed and factorial planning 2³
resulting in eight essays plus three repetition of the central point. The studied
parameters were: substrate concentrations, ethanol, glycerol and cells. A non
structured model was used for kinetic evaluation considering just one substrate
source (ART) and another one considering two substrate sources (glucose and
fructose). The results indicated that the glycerol production was linearly related to the
ethanol production and these two routes are linked to the regeneration of NAD by
yeast and this relation may be influenced by process conditions. The feeding time
had significant effect and conversely proportional to the glycerol and ethanol
production relation. The two kinetic models used were very flexible, adjusting well to
the experimental points and the model for two substrates smallest deviations
between the data and the curves adjustment, emphasizing the consumption
differential between glucose and fructose.
LISTA DE ABREVIATURAS
P concentração de etanol
R² coeficiente de determinação
S concentração de substrato
V volume da dorna
X concentração de biomassa
LISTA DE FIGURAS
Figura 11. Perfis de concentração de substrato (S), produto (P) e células (X)
para uma fermentação realizada em biorreator operado em batelada alimentada
– considerando apenas 1 substrato - ART (equação 20)....................................... 59
LISTA DE TABELAS
Tabela 11. Resultados dos parâmetros cinéticos para o modelo que considera
apenas um substrato (modelo de Lee, Pollard e Coulman)................................... 61
Tabela 12. Resultados dos parâmetros cinéticos para o modelo que considera
dois substratos (Tosetto modificado)...................................................................... 63
18
1. INTRODUÇÃO
2. REVISÃO DE LITERATURA
Figura 1 - Evolução da frota total e das vendas de veículos leves flexíveis (unidades)
(ANFAVEA, 2013).
A cana-de-açúcar pode não ser a única fonte para a produção de etanol, mas
é, sem dúvida, a que estabelece a melhor relação custo-benefício e o melhor
rendimento energético (SANTOS, 2010). De acordo com os estudos publicados pela
International Energy Agency – IEA, em 2005, disponível no site da UNICA (2010), a
cana-de-açúcar rende até 7 mil litros de etanol por hectare plantado, quantidade
significativamente superior aos 4 mil litros por hectare obtidos com o milho, por
exemplo (Figura 3):
O processo contínuo caracteriza-se por ser um sistema que pode operar por
longos períodos de tempo em estado estacionário. A manutenção de volume
constante no reator significa a necessidade de se contar com vazões idênticas de
alimentação e de retirada do meio (FACCIOTTI, 2001).
A fermentação contínua é um processo que requer maior conhecimento do
comportamento do microrganismo no meio em que ele atua. Os fatores operacionais
(pH, temperatura, concentração de substrato, etanol e biomassa entre outros)
influenciam na produtividade do sistema exigindo maior controle do processo
(ATALA et al., 2000). A maior desvantagem é que as fermentações contínuas são
mais suscetíveis à contaminação bacteriana por longos prazos de exposição
(CYSEWSKI; WILKIE, 1978).
2.3.1. Temperatura
2.5.1. Glicerol
(3)
(4)
(5)
(6)
(7)
38
(8)
(9)
(10)
(11)
40
Linear: (12)
Exponencial: (13)
Hiperbólica: (14)
Parabólica: (15)
(17)
41
(18)
(19)
(20)
última, consumida de forma mais lenta que a glicose. A equação (21) corresponde
ao modelo para a glicose (semelhante à equação (20)) e a equação (22)
corresponde ao modelo para a frutose:
(21)
(22)
(23)
(24)
(25)
(26)
(27)
44
3. MATERIAL E MÉTODOS
consiste em selecionar um número fixo de níveis para cada uma das variáveis de
entrada. Então realizam-se experimentos com todas as possíveis combinações. A
primeira etapa é usualmente um planejamento fatorial com dois níveis (nível -1 e
nível +1) para cada variável. Assim, para n variáveis envolvidas, o número de
experimentos que deve ser realizado para investigar todas as combinações é 2n.
Para estimativa do erro experimental associado aos ensaios, são realizados três
ensaios no ponto central correspondente às condições intermediárias (BOX et al.,
1978) citado por (VIEGAS, 1999).
O delineamento experimental foi realizado adotando-se 11 ensaios, seguindo
um planejamento experimental fatorial de 2 níveis (valor máximo e valor mínimo da
variável) e 3 variáveis (concentração de fermento, temperatura e tempo de
alimentação do biorreator). Os oito primeiros ensaios corresponderam ao modelo
linear (2³), seguidos por 3 repetições no ponto central (cujo valor de cada variável foi
escolhido baseado nos valores médios usados no processo industrial da usina onde
realizaram-se os ensaios) para a estimativa do erro experimental. A sequência dos
experimento determinada pelas condições operacionais da usina. Estas informações
estão contidas na Tabela 1.
(28)
48
(29)
(30)
(31)
(32)
(33)
Onde:
N = número de pontos
xi = dados calculados pelo modelo
xe = dados experimentais
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Tabela 2 - Concentrações de etanol (E) e glicerol (G) ao longo do tempo (t), para
cada ensaio realizado.
(34)
54
Pela análise estatística dos dados, é possível afirmar com nível de confiança
de 95% ( = 0,05) que a interação entre as variáveis temperatura e concentração de
levedo possuiu efeito significativo sobre YP/S. Se a temperatura da fermentação foi
alta, mas dentro de uma faixa de valor suportável pela levedura, ao invés de
comprometer a fermentação, conforme citado na revisão bibliográfica, o ciclo
fermentativo pode ter sido acelerado. A quantidade de trealose e glicogênio aumenta
e, quando a alimentação cessa, o fermento pode converter esses açúcares de
reserva em etanol, elevando o rendimento da fermentação. Isso pode ocorrer no
ciclo considerado. O fermento pode apresentar efeitos nocivos de temperaturas mais
altas na fermentação seguinte (o que não foi captado por estes ensaios).
alimentadas, que foi na faixa de 6,85 a 9,88 g/L.h (TOSETTO, 2002), ou na faixa de
5,97 a 9,6 g/L.h (FERREIRA, 2005).
80
70
60
50
S
(g/L)
40 X
30 P
20
10
0
0 5 10
Tempo (h)
Figura 11 – Perfis de concentração de substrato (S), produto (P) e células (X) para
uma fermentação realizada em biorreator operado em batelada alimentada –
considerando apenas 1 substrato - ART (equação 20).
80
70
60
50 S(gli)
(g/L)
40 X
P
30
S(fru)
20
10
0
0 5 10
Tempo (h)
80
70
60
50
ART calc
40
(g/L)
Etanol calc
30 ART exp
20 Etanol exp
10
0
0 2 4 6 8 10
-10
Tempo (h)
80
70
60
50 ART calc
(g/L)
40 Etanol calc
ART exp
30
Etanol exp
20
10
0
0 2 4 6 8 10
Tempo (h)
80
70
60
Gli exp
50
Etanol exp
40
(g/L)
Fru exp
30 Gli calc
20 Etanol calc
10 Fru calc
0
-10 0 2 4 6 8 10
Tempo (h)
80
70
60
Gli exp
50 Etanol exp
(g/L)
40 Fru exp
Gli calc
30
Etanol calc
20 Fru calc
10
0
0 2 4 6 8 10
Tempo (h)
Tabela 12 - Resultados dos parâmetros cinéticos para o modelo que considera dois
substratos (Tosetto modificado)
KS KS Pmáx Pmáx Xmáx Xmáx
KI (G) KI (F) n (G) n (F) m (G) m (F) Desvio
(G) (F) (G) (F) (G) (F)
Ensaio
1 5,0 5,0 50 40 105 105 2,1 1,9 100 100 1,9 1,7 291,94
Ensaio
8 3,0 5,0 30 40 105 105 3,2 2,0 70 70 1,8 2,1 1001,45
5. CONCLUSÔES
6. REFERÊNCIAS
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inhibitions of ethanol fermentation in a multistage reactor. Biotechnology and
Bioengineering, New York, v.32, n.3, p. 271-273, 1988.
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optimization of the ethanol production in a cascade reactor I. modeling.
Biotechnology and Bioengineering, New York, v.29, n.2, p. 187-194, 1987.
ERASMUS, D.J.; VAN DER MERWE, G.K.; VAN VUUREN, H.J.J. Genome-wide
expression analyses: metabolic adaptation of Saccharomyces cerevisiae to high
sugar stress. FEMS Yeast Res. v.3, 2003.
68
GNANSOUNOU, E.; DAURIAT, A. Ethanol fuel from biomass: A review. Journal Sci
Industrial Res, v.64, p. 809-822, 2005.
KELLER, R.; DUNN, I.J. Computer of biomass production rate of cyclic fed batch
continuous culture. Journal of Applied Chemistry and Biotechnology, v.28, p.
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LEE, J.M.; POLLARD, J.F.; COULMAN, G.A. Ethanol fermentation with cell recycling:
computer simulation. Biotechnology and Bioengineering, New York, v.25, n.2,
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LIMA, L.R.; MARCONDES, A.A. Álcool carburante: uma estratégia brasileira. Ed.
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McNEIL, B.; HARVEY, L.M. Fermentation – a practical approach. IRL PRESS, 1a ed.
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NETO, B.B.; SCARMINIO, I.S.; BRUNS, R.E. Como fazer experimentos: pesquisa
e desenvolvimento na ciência e na indústria. Ed. da Unicamp. Campinas, 2003.
399p.
SILVA FILHO, E.A.; MEOL, H.F.; ANTUNES, D.F.; SANTOS, S.K.B.; RESENDE,
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charactetistics of fuel-ethanol fermentative Saccharomyces cerevisiae strain with
potential for genetic manipulation. Journal of Industrial Microbiology and
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SUHAIMI, S.N.; PHANG, L.Y.; MAEDA, T.; ABD-AZIZ, S.; WAKISAKA, M.; SHIRAI,
Y.; HASSAN, M.A. Bioconversion of glycerol for bioethanol production using isolated
Escherichia coli SS1. Brazilian Journal of Microbiology, v.43, n.2, p.506-516,
2012.
WYMAN, C.E. What is (and is not) vital to advancing cellulosic ethanol. Trends
Biotechnology, v.25, p.153-157, 2007.
72
APÊNDICE
73
APÊNDICE A
Ensaio 1
1800
1600
Glicerol produzido (kg)
1400
1200
1000
800 YG/P
600 y = 0,0332x
Linear (YG/P)
R² = 0,9867
400
200
0
0 10000 20000 30000 40000 50000 60000
Etanol produzido (kg)