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INTERVENÇÃO DO ESTADO
PODERES ADMINISTRATIVOS DA
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (ESTADO)
Para atingir os objetivos de interesse público de
responsabilidade da Administração, a lei confere a
competência ao administrador, e para possibilitar a este a
concretização dos fins para os quais é criada a
competência, o Direito reconhece ao agente o poder
necessário e suficiente.
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Para Celso Antonio Bandeira de Mello a expressão Refere-se pois, ao complexo de medidas de Estado
poder de polícia pode ser empregada em sentido que delineia a esfera juridicamente tutelada da
amplo e sentido restrito. liberdade e da propriedade dos cidadãos.
A Administração Pública, no exercício da parcela que lhe é - UNIÃO: a regulação dos mercados de títulos e
outorgada do mesmo poder, regulamenta as leis e valores mobiliários, assunto de interesse nacional,
controla a sua aplicação, preventivamente ( por meio de compete à União. A ela (União) cabe, portanto, a
ordens, notificações, licenças ou autorizações) ou respectiva fiscalização, exercida pela Comissão de
repressivamente (mediante imposição de medidas Valores Mobiliários (CVM);
coercitivas).
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Entretanto, a fiscalização inerente ao Poder de Polícia não é - Polícia Administrativa geral: ocupa-se, de modo
uma atividade repressiva, nem tem por objetivo sancionar. A genérico, da salubridade, moralidade, segurança pública,
rigor, a principal finalidade da fiscalização é preventiva e tem o etc.
intuito de dissuadir os particulares em descumprirem as
normas de polícia, bem como identificar os casos de
inobservância dessas normas. - Polícia Administrativa especial: ocupa-se de aspectos
específicos (fabricação de medicamentos, construções,
Ocorre que, no caso de a fiscalização encontrar alguma uso da propriedade, usa das águas e demais recursos
infração, dessa infração resultará a aplicação de sanções. naturais, etc.) os quais são objeto de regime jurídico
Sendo assim, o ato repressivo é a aplicação da sanção e não do
procedimento de fiscalização. próprio.
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ATRIBUTOS DO PODER DE POLÍCIA: o poder de polícia
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caracteriza-se, principalmente, pela discricionariedade (com
ressalvas), auto-executoriedade e coercibilidade.
- Auto-executoriedade – a Administração decide e
- Discricionariedade – quanto ao exercício do poder de polícia exercita a atividade de polícia administrativa sem que
administrativa, inexiste qualquer liberdade discricionária, ou
seja, ao administrador não é conferida liberdade para escolher seja necessária a participação do Poder Judiciário.
entre autuar e não autuar.
A Administração pode, em princípio, determinar, dentro dos Para os Professores Celso Antonio Bandeira de Mello
critérios de oportunidade e conveniência, quais atividades irá e Maria Sylvia Di Pietro a auto-executoriedade existe
fiscalizar em um determinado momento e, dentro dos limites
estabelecidos na leis, quais sanções deverão ser aplicadas e em duas situações: 1) quando a lei expressamente a
como deverá ser feita a graduação dessas sanções. De prevê; 2) quando em situação de urgência. Senão
qualquer forma, a sanção sempre deverá estar prevista em lei
e deverá guardar correspondência e proporcionalidade com a vejamos:
infração verificada.
1) quando a lei expressamente a prevê: Em matéria 2) quando em situação de urgência: ocorre quando,
de contrato, por exemplo, a Administração Pública na hipótese de não se adotar de imediato uma
dispõe de várias medidas autoexecutórias, como a posição, pode ocasionar um prejuízo maior ao
retenção da caução, a utilização dos equipamentos e interesse público, como por exemplo, a demolição de
instalações do contratado para dar continuidade à um prédio que ameaça ruir, o internamento de uma
execução do contrato. Em matéria de polícia pessoa com doença contagiosa, a dissolução de
administrativa, a lei prevê medidas autoexecutórias, reunião que coloque em risco a segurança de pessoas
como a apreensão de mercadorias, o fechamento de e coisas.
casas noturnas.
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A Lei 9.873/1999 (Estabelece prazo de prescrição para o exercício de O abuso de poder pode assumir a forma comissiva ou
ação punitiva pela Administração Pública Federal, direta e indireta, e dá
outras providências), especificamente aplicável à esfera
omissiva. O abuso do poder pode resultar de uma ação
federal, estabelece em 05 (cinco) anos o prazo ilegítima positiva do administrador ou de uma omissão ilegal.
prescricional das ações punitivas decorrentes do exercício O Prof. Hely Lopes Meirelles citando Caio Tácito, ensina que:
do poder de polícia, conforme consta no artigo 1º. da
referida lei. O abuso de poder tanto pode revestir a forma comissiva como
a omissiva, porque ambas são capazes de afrontar a lei e
É importante observar que, na hipótese de o fato que foi causar lesão a direito individual do administrado. A inércia da
objeto da ação punitiva da administração, também autoridade administrativa, deixando de executar determinada
constituir crime, serão aplicáveis os prazos de prescrição prestação de serviço a que por lei está obrigada, lesa o
previstos na lei penal. patrimônio jurídico individual.
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REFORMA ADMINISTRATIVA / TERCEIRO SETOR / INTERVENÇÃO DO ESTADO
ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL DE INTERESSE PÚBLICO A Emenda Constitucional 19/1998 foi o instrumento
(OSCIP) / AGÊNCIAS EXECUTIVAS / AGÊNCIAS REGULADORAS legitimador da almejada REFORMA DA ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA NO BRASIL, conhecido como REFORMA
Os tópicos acima surgem da proposta e necessidade de ADMINISTRATIVA.
implantação de um modelo gerencial no Brasil, delineados
pelo “Plano Diretor da Reforma do Estado”.
A edição de leis e atos infralegais regulamentadores
baseados nas diretrizes constitucionais mudaram as
Para o ex-Ministro Bresser Pereira, essa nova modalidade de
relações entre o Estado e os agentes públicos, Estado e
administração se apresenta como uma nova forma de gestão
agentes econômicos-financeiros, Estado e terceiro setor.
da coisa pública mais compatível com os avanços tecnológicos,
mais ágil, descentralizada, mais voltada para o controle de
resultados, e que exige uma participação cada vez mais direta O Prof. Paulo Modesto elenca alguns objetivos a serem
na gestão pública. atingidos pela Reforma Administrativa, como segue:
- Objetivo social: aumentar a eficiência dos serviços - Objetivo gerencial: aumentar a eficácia do núcleo
estratégico do Estado, que edita leis, recolhe tributos e
sociais oferecidos ou financiados pelo Estado, define as políticas públicas; permitir a adequação de
atendendo melhor o cidadão a um custo menor, procedimentos e controles formais e substituí-los,
zelando pela interiorização na prestação dos serviços gradualmente, de forma sistemática, por mecanismos de
e ampliação do seu acesso aos mais carentes; controle de resultados.
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INTERVENÇÃO DO ESTADO A Lei 9.637/1998 determina que o Poder Executivo poderá
qualificar como organizações sociais pessoas jurídicas de
b) Organizações Sociais: conforme a Profa. Maria Sylvia Di direito privado, sem fins lucrativos, cujas atividades sejam
dirigidas ao ensino, à pesquisa científica, ao desenvolvimento
Pietro, “organização social é a qualificação jurídica dada a tecnológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à
pessoa jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, cultura e à saúde.
instituída por iniciativa de particulares, e que recebe
delegação do Poder Público, mediante contrato de Observe que, não se trata de NOVA categoria de pessoas
jurídicas, mas apenas de uma QUALIFICAÇÃO ESPECIAL, um
gestão, para desempenhar serviço público de natureza título jurídico CONCEDIDO PELO PODER PÚBLICO a
social. Nenhuma entidade nasce com o nome de determinadas entidades privadas, sem fins lucrativos, que
organização social; a entidade é criada como associação atendam a certas exigências legais.
ou fundação e, habilitando-se perante o poder público,
recebe a qualificação; trata-se de título jurídico As organizações sociais não integram a Administração Direta
nem a Administração Indireta; são entidades da iniciativa
outorgado e cancelado pelo poder público. privada que, sem finalidade lucrativa, associam-se ao Estado
para a realização de atividades de interesse coletivo,
recebendo uma qualificação especial para tanto.
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c) OSCIP – Organizações da Sociedade de Interesse INTERVENÇÃO DO ESTADO
Público: A Lei 9.790/1999 (regulamentada pelo Decreto
3.100/1999, doravante alterado pelo Decreto
7.568/2011), instituiu um novo regime de parceria entre A Profa. Maria Sylvia Di Pietro conceitua as OSCIP
o Poder Público e a iniciativa privada, ou seja, as OSCIP.
nestes termos: “trata-se de qualificação jurídica
dada a pessoas jurídicas de direito privado, sem
Qualifica-se como pessoa jurídica de direito privado em
razão das atividades que venham a desenvolver em fins lucrativos, instituídas por iniciativa de
regime de parceria com o Poder Público. particulares, para desempenhar serviços sociais
não exclusivos do Estado com incentivo e
Sendo assim, a lei NÃO INSTITUIU NOVA categoria de fiscalização pelo Poder Público, mediante vínculo
pessoa jurídica, mas sim criou a possibilidade de que jurídico instituído por meio de termo de parceria”.
pessoas jurídicas de direito privado viessem a ser
qualificadas como organizações da sociedade civil de
interesse público.
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INTERVENÇÃO DO ESTADO As OSCIP deverão atuar em uma das seguintes áreas:
É importante observarmos que, o regime estabelecido
a) assistência social;
pela Lei 9.790/1999 para a qualificação de pessoas b) promoção da cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e
privadas como organização da sociedade civil de interesse artístico;
público é muito parecido com aquele estabelecido pela c) promoção gratuita da educação ou da saúde;
Lei 9.637/1998 para as organizações sociais. d) promoção gratuita da educação alimentar e nutricional;
e) defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do
desenvolvimento sustentável;
Em ambos os casos, trata-se de pessoas privadas, sem f) promoção do voluntariado;
g) promoção do desenvolvimento econômico e social e combate à pobreza;
fins lucrativos, que exercem atividades de interesse social h) experimentação, não lucrativa, de novos modelos sócio- produtivos e de
e recebem uma qualificação do Poder Público. sistemas alternativos de produção, comércio, emprego e crédito;
i) promoção de direitos estabelecidos, construção de novos direitos e
assessoria jurídica gratuita;
PORÉM ATENÇÃO: essa qualificação será de organização j) promoção da ética, da paz, da cidadania, dos direitos humanos, da
social (ATO DISCRICIONÁRIO), e de organização de democracia e de outros valores universais;
k) estudos e pesquisas, desenvolvimento de tecnologias alternativas,
sociedade civil de interesse público (ATO VINCULADO). produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e
científicos.
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AGÊNCIAS EXECUTIVAS INTERVENÇÃO DO ESTADO
Genericamente, os referidos contratos de gestão são firmados
As AGÊNCIAS EXECUTIVAS não são uma espécie de pessoa entre o Poder Público e entidades da Administração Indireta (
jurídica, distinta das quatro entidades que a Constituição de
1988 encampou. ou órgãos da Administração Direta) possibilitando a ampliação
de sua autonomia gerencial, orçamentária e financeira, sem
O INMETRO – Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e prejuízo do controle finalístico, previsto em lei, a que se
Tecnologia, é uma Autarquia Federal Brasileira, no formato de sujeitam todas as entidades da Administração Indireta.
AGÊNCIA EXECUTIVA, vinculada ao Ministério do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
Os CONTRATOS DE GESTÃO têm por objeto a fixação de metas
Trata-se de uma qualificação que poderá ser conferida pelo de desempenho para a entidade, a qual se compromete a
Poder Público às AUTARQUIAS e às FUNDAÇÕES PÚBLICAS que cumpri-las, nos prazos estipulados, fazendo jus, em
com ele (Poder Público) celebrem o contrato de gestão a que contrapartida, à mencionada ampliação de autonomia. O
se refere o art. 37, Parág. 8º., CF (A autonomia gerencial, orçamentária e financeira atingimento das metas estabelecidas será aferido pelo Poder
dos órgãos e entidades da administração direta ou indireta poderá ser ampliada mediante contrato, [...]),
e aos demais requisitos da Lei 9.649/98 (Dispõe sobre a organização da Público segundo critérios objetivos de avaliação de
Presidência da República e dos Ministérios, e dá outras providências).
desempenho descritos no próprio contrato de gestão.
Caso a entidade descumpra os requisitos e exigências Surgiu com a tese de que o Estado é muito menos
previstos na lei e no contrato de gestão, poderá ocorrer sua eficiente do que o setor privado quando exerce
desqualificação, que também ocorre mediante decreto. Nesse diretamente atividades econômicas em sentido amplo,
caso a autarquia ou fundação pública deixará de ser uma como por exemplo, prestação de serviços públicos
Agência Executiva sem sofrer alteração na sua condição de passíveis de serem explorados economicamente. Nestes
autarquia ou de fundação pública no que se refere às suas termos, identifica-se que os Estado não é EFICIENTE
competências e finalidades. quando produz bens ou utilidades.
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Existe também, a necessidade de proteção dos interesses dos Art. 174, CF – “Como agente normativo e regulador da atividade
usuários e de assegurar a universalização dos serviços econômica, o Estado exercerá, na forma da lei, as funções de
públicos, possibilitando que eles sejam prestados aos milhões fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante
de excluídos existentes no Brasil . para o setor público e indicativo para o setor privado”.
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Quanto ao exercício da atividade regulatória INTERVENÇÃO DO ESTADO
Instrumentos de autonomia das Agências
Pode-se elencar como funções exercidas pelas Agências Reguladoras
Reguladoras:
Toda Administração Pública está sujeita à direção superior do
a) aplicar o direito aos casos concretos NÃO LITIGIOSOS que se
lhes apresentarem; Chefe do Poder Executivo e todas as entidades da
Administração Indireta estão vinculadas a um órgão da
Administração Direta, que exerce controle finalístico ou tutela
b) editar normas que possibilitem a implementação das administrativa (supervisão ministerial).
políticas (elaboradas pelo Poder Legislativo e Executivo) para o
setor de competência regulatória;
Em que pese as limitações, o legislador tem lançado
c) solucionar conflitos verificados entre os interessados na instrumentos que, embora não permita falar em
atividade que é o objeto da regulação (seja o próprio Estado, “independência”, assegura com maior ou menor eficácia, a
setor econômico regulado, usuários de serviços e a sociedade ampliação da autonomia das Agências Reguladoras em relação
em geral. Observando sempre, a possibilidade de controle Poder Executivo.
judicial.
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Essa discussão fica circunscrita a possibilidade de edição, CUMPRE OBSERVAR que, o art. 49, V, CF, atribui ao
pelas Agências Reguladoras, de atos normativos que Congresso Nacional competência exclusiva para “sustar os
tenham base, sempre, em uma lei, visando dar atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do
efetividade às diretrizes nela traçadas, e respeitando os poder regulamentar.
limites por ela impostos.
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INTERVENÇÃO DO ESTADO Como resultado da complexidade das relações atuais,
DEVE SE NOTAR PORTANTO que, consoante o dispositivo verifica-se uma aceitação de que órgãos ou entidades
anterior, o texto Constitucional alude ao exercício do poder especializados em determinados assuntos editem normas
regulamentar do Poder Executivo, indicando termo genérico de NATUREZA ESTRITAMENTE TÉCNICA.
não exclusivo do Presidente da República, ratificando ainda
que, o art. 49, inc. XI, CF, fala ainda em atribuição normativa
dos Poderes Executivo e Judiciário. Tal situação poderá ocorrer, desde que, exista uma lei que
expressamente autorize essa elaboração normativa,
estabeleça claramente as matérias sobre as quais ela
Nestes termos, os autores Marcelo Alexandrino e Vicente poderá ser exercida e fixe as diretrizes, os parâmetros e
Paulo entendem que, é predominante na doutrina
administrativista que o PODER NORMATIVO (edição de atos as metas que devem ser observados pelo órgão ou
normativos), NÃO É de competência Constitucional exclusiva entidade técnica.
do Chefe do Poder Executivo. E, sendo assim, alcança outros
órgãos e entidades que exerçam função administrativa, O desempenho dessa competência normativa pelo Poder
entendendo ser pacífico o poder normativo das Agências Executivo tem sido denominado exercício de
Reguladoras. DISCRICIONARIEDADE TÉCNICA.
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