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26/9/2017

INTERVENÇÃO DO ESTADO
PODERES ADMINISTRATIVOS DA
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (ESTADO)
Para atingir os objetivos de interesse público de
responsabilidade da Administração, a lei confere a
competência ao administrador, e para possibilitar a este a
concretização dos fins para os quais é criada a
competência, o Direito reconhece ao agente o poder
necessário e suficiente.

PROF. BAGGIO O poder é instrumento pelo qual o administrador


materializa o atendimento do interesse público.

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Nestes termos, veremos os poderes: - PODER VINCULADO: é o poder regrado, concerne
àquele em cujo exercício o agente da Administração fica
- VINCULADO adstrito aos termos da norma, sem qualquer liberdade de
opção subjetiva.
- DISCRICIONÁRIO
- HIERÁRQUICO
Havendo inobservância, por parte do agente da
- DISCIPLINAR Administração, de um ou alguns dos termos da norma, o
- REGULAMENTAR ato resultante é nulo.

- PODER DE POLÍCIA Os requisitos para que o ato administrativo sejam sempre


vinculados são: competência , forma e finalidade.

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A discricionariedade não pode ser confundida com
- PODER DISCRICIONÁRIO: Na conceituação de Hely arbitrariedade. São duas figuras totalmente distintas. O ato
Lopes Meirelles, podem ser identificados dois grandes praticado mediante exercício do chamado “poder”
enfoques sobre o assunto. O primeiro, concernente à discricionário é sempre legítimo, pois a discricionariedade é
outorgada pela própria lei. O ato arbitrário, por seu turno, é
própria criação normativa, e o segundo atinente à prática
ilegal e portanto inválido.
da discricionariedade no mundo concreto.
NÃO PODEM ser discricionários três requisitos do ato
Portanto, conforme o autor – Poder discricionário é o que administrativo: a competência, forma e finalidade.
o direito concede à Administração de modo explícito ou
implícito, para a prática de atos administrativos, com
A discricionariedade não repousa sobre uma liberdade
liberdade na escolha de sua conveniência, oportunidade e absoluta, mas relativa, como é relativo tudo o que serve de
conteúdo. instrumento para a consecução de fins determinados.

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Consoante os fins determinados, no caso da PODER HIERÁRQUICO: é o poder de autoridade conferido ao
Administração Pública e da discricionariedade, são os de agente da Administração sobre os servidores que se
interesse público, pois, os condicionamentos são encontram em grau a ele inferior na estrutura da
inerentes aos instrumentos jurídicos de defesa do Administração (subordinados) para impor orientações e
interesse público. ordens.

Portanto, como fundamento da discricionariedade, o Conforme Diógenes Gasparini – A estruturação da


legislador ao antever genérica e abstratamente a solução Administração Pública, compreendida como a instituição dos
mais adequada para problemas que, no momento da órgãos encarregados da execução de certas e determinadas
elaboração da norma, ainda não ocorreram, e a facilidade atribuições, faz-se com a observância do princípio da
do administrador para, diante do caso concreto, escolher
hierarquia, decorrente do exercício da atribuição hierárquica,
a solução mais adequada, legitimam a existência do
chamada por alguns de poder hierárquico.
poder discricionário.

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Para consecução dos objetivos, ao administrador são PODER DISCIPLINAR: O poder disciplinar abrange
conferidas as faculdades implícitas no exercício do poder atividades destinadas a apurar infrações e aplicar as
hierárquico. São elas:
sanções correspondentes, tanto aos funcionários do
quadro, como também aos contratados para as atividades
- dar ordens aos subordinados;
sujeitas à disciplina interna da Administração.
- fiscalizar a atuação dos subordinados;
- rever as atividades dos subordinados;
- delegar (art. 84 CF) competências aos subordinados; Nem toda atividade de caráter punitivo, entretanto, é
- avocar competências atribuídas aos subordinados. abrangida pelo poder disciplinar. As atividades punitivas
* Luiz Alberto Blanchet, comenta um entendimento do Tribunal de Justiça do de pessoas NÃO SUBMETIDAS à disciplina interna da
Estado de São Paulo, onde, as atribuições conferidas expressamente pela lei aos
subordinados, como a de julgamento de licitações atribuída à comissão de licitação, Administração, por exemplo, são abrangidas pelo poder
não são suscetíveis de avocação, ou seja, a autoridade que deve homologar o de polícia e não pelo disciplinar.
resultado da licitação, porém, embora superior hierarquicamente à comissão, não
pode reformar o resultado, mas apenas revogar, anular ou devolver para correção.

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- PODER REGULAMENTAR: é poder exclusivo dos chefes
Também não se confunde o poder de punir, abrangido dos Poderes Executivos Federal, Estaduais e Municipais,
para expedirem atos administrativos normativos
pelo poder disciplinar, com o poder punitivo do Estado,
destinados a explicitar a lei viabilizando a sua aplicação,
de competência do Direito Penal. ou expedir decretos autônomos que não invadam as
chamadas reservas da lei.
- PRINCÍPIOS (devido processo legal; contraditório e
ampla defesa; lesão ou ameaça a direito; duplo grau de Embora a Constituição Federal de 1988, no art. 84, inc. IV,
jurisdição). faça referência a decretos e regulamentos, como se
fossem duas categorias de um só gênero, o DECRETO é
apenas o instrumento pelo qual o ato administrativo
- PROCESSO DISCIPLINAR: DEMISSÃO x EXONERAÇÃO normativo denominado REGULAMENTO é veiculado.

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PODER DE POLÍCIA: Conforme Hely Lopes Segundo Celso Antonio Bandeira de Mello, a própria
Meirelles – poder de polícia é a faculdade de que atividade de condicionar a liberdade e a propriedade
dispõe a Administração Pública para condicionar e ajustando-a aos interesses coletivos, deve ser tomada
restringir o uso e gozo de bens, atividades e direitos em sentido amplo, pois remete a expressão de
individuais, em benefício da coletividade ou do abrangência tanto de atos do Legislativo quanto os
próprio Estado. atos do Executivo.

Para Celso Antonio Bandeira de Mello a expressão Refere-se pois, ao complexo de medidas de Estado
poder de polícia pode ser empregada em sentido que delineia a esfera juridicamente tutelada da
amplo e sentido restrito. liberdade e da propriedade dos cidadãos.

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Ainda, O Código Tributário Nacional, em seu art. 78, ao
Outrossim, continua o autor, a expressão poder de tratar dos fatos geradores de taxas, conceitua PODER DE
polícia pode ser tomada em sentido restrito, POLÍCIA da seguinte forma:
relacionando-se unicamente com as intervenções,
quer gerais e abstratas, como os regulamentos, quer Art. 78 – CTN – Considera-se poder de polícia atividade da
concretas e específicas (tais as autorizações, as administração pública que limitando ou disciplinando
direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou
licenças) do Poder Executivo, destinadas a alcançar o abstenção de fato, em razão de interesse público
mesmo fim de prevenir e obstar ao desenvolvimento concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos
de atividades particulares contrastantes com os costumes, á disciplina da produção e do mercado, ao
interesses sociais. Esta noção mais limitada responde exercício de atividades econômicas dependentes de
à noção de Polícia Administrativa. concessão ou autorização do Poder Público, à
tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos
direitos individuais ou coletivos.

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Conforme o magistério da Profa. Maria Sylvia Di Pietro, o Hely Lopes Meirelles fornece exemplos de
Poder Legislativo, no exercício do poder de polícia que policiamento administrativo que envolvem a
incumbe ao Estado, cria, por lei, as chamadas limitações
União, os Estados e os Municípios, como segue:
administrativas ao exercício das liberdades públicas.

A Administração Pública, no exercício da parcela que lhe é - UNIÃO: a regulação dos mercados de títulos e
outorgada do mesmo poder, regulamenta as leis e valores mobiliários, assunto de interesse nacional,
controla a sua aplicação, preventivamente ( por meio de compete à União. A ela (União) cabe, portanto, a
ordens, notificações, licenças ou autorizações) ou respectiva fiscalização, exercida pela Comissão de
repressivamente (mediante imposição de medidas Valores Mobiliários (CVM);
coercitivas).

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- ESTADOS: a edição de normas pertinentes à - MUNICÍPIOS: a competência para o


prevenção de incêndios compete à esfera planejamento e o controle do uso e ocupação do
estadual; assim, o poder de polícia relativo ao solo urbano é dos municípios; a estes cabe, por
cumprimento dessas normas será realizado pelos conseguinte, o exercício das atividades de polícia
estados-membros, mediante, entre outros meios, relacionadas à concessão de licenças para
a expedição de alvarás, a realização de inspeções edificação, de licenças de localização e
e vistorias, a interdição de edificações ou de funcionamento de estabelecimentos industriais e
estabelecimentos comerciais que se encontrem comerciais, à aplicação de sanções pelo
em situação irregular; descumprimento de normas edilícias, etc...

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Como se pode observar, o instituto do Poder de Polícia
que interessa para o estudo específico do Direito O Prof. José dos Santos Carvalho Filho, traz um exemplo
Administrativo é o Poder de Polícia em sentido restrito. diferenciando o exercício da Polícia Administrativa da
Polícia Judiciária, como segue:
A expressão POLÍCIA ADMINISTRATIVA é a designativa do
instituto conceituado como poder de polícia em sentido Quando agentes administrativos estão executando
restrito, não podendo ser confundido com as atribuições serviços de fiscalização em atividades de comércio , ou
da POLÍCIA JUDICIÁRIA, corresponde à manutenção da em locais proibidos para menores, ou sobre as condições
ordem pública do Estado como um todo, e não somente de alimentos para consumo, ou ainda em parques
às questões da Administração Pública. florestais, essas atividades retratam o exercício da
POLÍCIA ADMINISTRATIVA.

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Se, ao contrário, os agentes estão investigando a A POLÍCIA ADMINISTRATIVA é realizada por


prática de crime e, como esse objetivo, desenvolvem órgãos administrativos de caráter fiscalizador,
várias atividades necessárias à sua apuração, como integrantes dos mais diversos setores de toda a
oitiva de testemunhas, inspeções e perícias em administração pública, ao passo que, a POLÍCIA
determinados locais e documentos, convocação de JUDICIÁRIA é executada por corporações
indiciados, etc..., são essas atividades caracterizadas
específicas (a Polícia Civil e a Polícia Federal, e
como atividades de POLÍCIA JUDICIÁRIA. Sendo que,
ainda, em alguns casos, a Polícia Militar. Sendo
terminada a apuração, os elementos são enviados ao
que, a Polícia Militar também exerce a função de
Ministérios Público para, se for o caso, providenciar a
propositura da ação penal. Polícia Administrativa.

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MODALIDADE DE EXERCÍCIO DE PODER DE POLÍCIA
(PREVENTIVO e REPRESSIVO) QUE SE DESENVOLVEM EM - AUTORIZAÇÃO: editada com fundamento no poder de
LICENÇAS, AUTORIZAÇÕES e FISCALIZAÇÃO polícia, é um ato administrativo por meio do qual a
administração pública possibilita ao particular a
realização de atividade privada de predominante
- LICENÇA: é um ato administrativo vinculado e definitivo interesse deste. Note-se que o particular tem interesse na
pelo qual a administração pública reconhece que o obtenção do ato, mas a obtenção da autorização não está
particular detentor de um DIREITO SUBJETIVO preenche ligada ao um direito subjetivo. A autorização é um ato
as condições para dispor da licença. Assim, as licenças discricionário e pode ser simplesmente negada mesmo
dizem respeito a direitos individuais, tais como exercício que o requerente satisfaça todas as condições legais e
de uma profissão ou a construção de um edifício em regulamentares exigidas. São exemplos de autorização o
terreno de propriedade do próprio administrado, e nestes trânsito em determinados locais e o porte de armas de
termos, não podem ser negadas quando o requerente fogo. A Administração pode atender.
satisfaça os requisitos legais e regulamentares exigidos
para a sua obtenção. A Administração deve atender.

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- FISCALIZAÇÃO: é oportuno lembrar que durante as
fiscalizações decorrentes do Poder de Polícia, podem ocorrer ESPÉCIES DE POLÍCIA ADMINISTRATIVA QUANTO À
infrações administrativas, acarretando assim, sanções ABRANGÊNCIA DO OBJETO:
administrativas.

Entretanto, a fiscalização inerente ao Poder de Polícia não é - Polícia Administrativa geral: ocupa-se, de modo
uma atividade repressiva, nem tem por objetivo sancionar. A genérico, da salubridade, moralidade, segurança pública,
rigor, a principal finalidade da fiscalização é preventiva e tem o etc.
intuito de dissuadir os particulares em descumprirem as
normas de polícia, bem como identificar os casos de
inobservância dessas normas. - Polícia Administrativa especial: ocupa-se de aspectos
específicos (fabricação de medicamentos, construções,
Ocorre que, no caso de a fiscalização encontrar alguma uso da propriedade, usa das águas e demais recursos
infração, dessa infração resultará a aplicação de sanções. naturais, etc.) os quais são objeto de regime jurídico
Sendo assim, o ato repressivo é a aplicação da sanção e não do
procedimento de fiscalização. próprio.

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FUNDAMENTO DO PODER DE POLÍCIA:
ESPÉCIES DE PODER DE POLÍCIA QUANTO À SUA
ORIGEM: - Ainda, conforme Celso Antonio Bandeira de Mello – o poder
expressível através da atividade de polícia administrativa é o
que resulta de sua qualidade de executora das leis
- Poder de polícia originário: é instituído com a entidade administrativas. É a contraface de seu dever de dar execução a
titular da competência para exercê-lo. estas leis. Para cumpri-lo não pode se passar de exercer
autoridade – nos termos destas mesmas leis – indistintamente
sobre todos os cidadãos que estejam sujeitos ao império
- Poder de polícia delegado: é delegado mediante a lei, destas leis. Daí a “supremacia geral” que lhe cabe.
transferindo a responsabilidade de uma entidade titular
para outra. É portanto, fundamento do poder de polícia a “supremacia
geral” do Poder Público sobre as pessoas, bens e atividades.

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RAZÃO DO PODER DE POLÍCIA: é o interesse social. EXTENSÃO DO PODER DE POLÍCIA: o poder de polícia
compreende todos os setores relacionados com bens,
direitos ou atividades individuais que possam afetar a
OBJETO DO PODER DE POLÍCIA: são os bens, direitos coletividade, como por exemplo, o uso de recursos
ou atividades individuais cuja fruição ou execução naturais, uso da propriedade, saúde pública, segurança,
associação, decoro público, transportes, atividades
repercuta sobre a coletividade ou a própria segurança econômicas, etc.
nacional.
LIMITAÇÕES AO PODER DE POLÍCIA: o poder de polícia
FINALIDADE DO PODER DE POLÍCIA: tem por escopo não é absoluto. O interesse público que fundamenta o
exercício do poder de polícia deve ser conjugado com os
a preservação do interesse público em sua acepção
direitos fundamentais constitucionais do indivíduo.
ampla.

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ATRIBUTOS DO PODER DE POLÍCIA: o poder de polícia
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caracteriza-se, principalmente, pela discricionariedade (com
ressalvas), auto-executoriedade e coercibilidade.
- Auto-executoriedade – a Administração decide e
- Discricionariedade – quanto ao exercício do poder de polícia exercita a atividade de polícia administrativa sem que
administrativa, inexiste qualquer liberdade discricionária, ou
seja, ao administrador não é conferida liberdade para escolher seja necessária a participação do Poder Judiciário.
entre autuar e não autuar.

A Administração pode, em princípio, determinar, dentro dos Para os Professores Celso Antonio Bandeira de Mello
critérios de oportunidade e conveniência, quais atividades irá e Maria Sylvia Di Pietro a auto-executoriedade existe
fiscalizar em um determinado momento e, dentro dos limites
estabelecidos na leis, quais sanções deverão ser aplicadas e em duas situações: 1) quando a lei expressamente a
como deverá ser feita a graduação dessas sanções. De prevê; 2) quando em situação de urgência. Senão
qualquer forma, a sanção sempre deverá estar prevista em lei
e deverá guardar correspondência e proporcionalidade com a vejamos:
infração verificada.

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1) quando a lei expressamente a prevê: Em matéria 2) quando em situação de urgência: ocorre quando,
de contrato, por exemplo, a Administração Pública na hipótese de não se adotar de imediato uma
dispõe de várias medidas autoexecutórias, como a posição, pode ocasionar um prejuízo maior ao
retenção da caução, a utilização dos equipamentos e interesse público, como por exemplo, a demolição de
instalações do contratado para dar continuidade à um prédio que ameaça ruir, o internamento de uma
execução do contrato. Em matéria de polícia pessoa com doença contagiosa, a dissolução de
administrativa, a lei prevê medidas autoexecutórias, reunião que coloque em risco a segurança de pessoas
como a apreensão de mercadorias, o fechamento de e coisas.
casas noturnas.

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Para Profa. Maria Sylvia Di Pietro a coercibilidade é
indissociável da autoexecutoriedade. O ato de polícia só é
- Coercibilidade – o ato de polícia é sempre autoexecutório porque é dotado de força coercitiva.
imperativo, é uma imposição coativa, jamais
facultativo para o particular. E se não cumprida Importante lembrar que, a imposição coercitiva dos atos
de polícia também independem de prévia autorização
a determinação, o Poder Público pode aplicar judicial. Porém, estão sujeitos, como ocorre com todos os
as sanções do poder de polícia, como por atos administrativos, a verificação posterior quanto à
legalidade, ensejando, se for o caso, a anulação do ato e a
exemplo, multa, interdição de atividade, reparação ou indenização do particular pelos danos
fechamento de estabelecimento, destruição de sofridos, sempre que se comprove ter ocorrido excesso
bens, etc. ou desvio de poder.

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DA PRESCRIÇÃO DOS ATOS DE PODER DE POLÍCIA ABUSO DE PODER

A Lei 9.873/1999 (Estabelece prazo de prescrição para o exercício de O abuso de poder pode assumir a forma comissiva ou
ação punitiva pela Administração Pública Federal, direta e indireta, e dá
outras providências), especificamente aplicável à esfera
omissiva. O abuso do poder pode resultar de uma ação
federal, estabelece em 05 (cinco) anos o prazo ilegítima positiva do administrador ou de uma omissão ilegal.
prescricional das ações punitivas decorrentes do exercício O Prof. Hely Lopes Meirelles citando Caio Tácito, ensina que:
do poder de polícia, conforme consta no artigo 1º. da
referida lei. O abuso de poder tanto pode revestir a forma comissiva como
a omissiva, porque ambas são capazes de afrontar a lei e
É importante observar que, na hipótese de o fato que foi causar lesão a direito individual do administrado. A inércia da
objeto da ação punitiva da administração, também autoridade administrativa, deixando de executar determinada
constituir crime, serão aplicáveis os prazos de prescrição prestação de serviço a que por lei está obrigada, lesa o
previstos na lei penal. patrimônio jurídico individual.

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MEIO DE ATUAÇÃO DO PODER DE POLÍCIA: no
O abuso de poder se subdivide em 02 (duas) categorias, 1) exercício do poder de polícia, a Administração atua
excesso de poder e 2) desvio de poder:
mediante utilização de ordens, proibições, alvarás,
normas limitadoras e sancionadoras, fiscalização, etc.
1) Excesso de poder: ocorre quando o agente público atua fora
dos limites de sua esfera de competência;
CONDIÇÃO DE VALIDADE DO PODER DE POLÍCIA: o
2) Desvio de poder: quando a atuação do agente, embora exercício válido do poder de polícia condiciona-se à
dentro de sua órbita de competências, contraria a finalidade observância dos princípios da Administração Pública
explícita ou implícita na lei que determinou ou autorizou a sua (legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade
atuação. Tanto é desvio de poder a conduta contrária à e eficiência), como também, dos comandos
finalidade geral do ato, quanto a que não encontre
concordância com a finalidade específica
normativos pertinentes.

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INTERVENÇÃO DO ESTADO NA ORDEM ECONÔMICA:
Ao atuar na ordem econômica, o Estado objetiva
A intervenção do Estado na ordem econômica opera-se evitar a concentração de poder econômico.
mediante ato administrativo ou legislativo do Estado
destinado a limitar, condicionar ou excluir a iniciativa
privada em determinado setor da economia, visando a A atuação do Estado na ordem econômica funda-
preservação dos princípios constitucionais pertinentes. se nos art. 173, CF (relativo à atuação direta do
Estado) e art. 174, CF (relativo ao poder de polícia
A rigor, o termo “intervenção” é mais apropriado nos do Estado para evitar as distorções na economia).
casos de “intervenção em concessões” e de “intervenção
da União em Estado ou no Distrito Federal”.

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O Estado realiza as intervenções através de atos MODALIDADES DE ATUAÇÃO
administrativos e legislativos, e mediante a execução de
atividades de natureza diversa, ora atuando diretamente, em
1) Monopólio;
substituição à iniciativa privada, ora controlando, fiscalizando
ou reprimindo, conforme segue:
2) Repressão ao abuso do poder econômico;
- exploração direta da atividade econômica (art. 173,CF);
- controle de preços (art. 170,CF – defesa do consumidor); 3) Controle de abastecimento;
- controle de abastecimento (art. 5º. XXV,CF – requisição);
- repressão ao abuso do poder econômico (art. 174, § 4º., CF); 4) Tabelamento de preços;
- assunção de atividade monopolizada (art. 177, CF);
- fiscalização, incentivo, planejamento (art. 174, CF).
5) Criação empresas estatais.

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1) Monopólio estatal: é a atribuição conferida ao Como a vigente Constituição Federal/1988 privilegia a
Estado para o desempenho exclusivo de certa iniciativa privada e a livre concorrência na exploração da
atividade econômica (liberalismo econômico), o
atividade do domínio econômico, tendo em vista as monopólio estatal só é permitido nas hipóteses
exigências do interesse público. constitucionalmente enumeradas, como por exemplo, no
art. 177, CF.
Enquanto o monopólio PRIVADO, não admitido
Art. 177, CF – Constituem monopólio da União:
constitucionalmente, tem por fim o aumento dos I – a pesquisa e a lavra das jazidas de petróleo e gás natural e outros
lucros e o interesse privado, o monopólio ESTATAL hidricarbonetos fluidos;
II – a refinação do petróleo nacional e estrangeiro;
tem sempre por intuito a proteção do interesse
III – a importação e exportação dos produtos e derivados básicos
público. resultantes das atividades previstas nos incisos anteriores;
- entre outros incisos, parágrafos e alíneas...............

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2) Repressão ao abuso do poder econômico: a Constituição As principais formas de dominação abusiva dos mercados
Federal/1988 é expressa sobre a necessidade de reprimir o são os TRUSTES, as CARTÉIS e o DUMPING, como segue:
abuso econômico, prescrevendo que – “a lei reprimirá o abuso
do poder econômico que vise à dominação dos mercados, à - TRUSTE (Trust): é a imposição das grandes empresas
eliminação da concorrência e ao aumento arbitrário dos sobre os concorrentes menores, visando afastá-los do
lucros” (art. 173, parágrafo, 4º., CF). mercado ou obrigá-los a concordar com a política de
preços do maior vendedor.
A Lei 12.529/2011 estrutura o SISTEMA BRASILEIRO DE DEFESA
DA CONCORRÊNCIA (SBDC) e dispõe sobre a prevenção e a No truste, há a dominação do mercado por uma grande
repressão às infrações contra a ordem econômica. O SBDC é empresa, que afasta seus concorrentes ou os obriga a
formado pelo CONSELHO ADMINISTRATIVO DE DEFESA seguir sua política de preços. É um meio de imposição do
ECONÔMICA (CADE) e pela Secretaria de Acompanhamento grande empresário sobre os menores.
Econômico do Ministério da Fazenda, com as atribuições
previstas na referida lei.

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- CARTEL: é a composição voluntária dos rivais - DUMPING: é a prática abusiva, normalmente de cunho
internacional, em que a empresa comercial ou industrial
sobre certos aspectos do negócio comum, vende suas mercadorias em país estrangeiro por preço
normalmente sobre o preço do produto por eles inferior ao dos produtos similares no mercado local,
ofertado. sustentando esse preço mesmo que ele esteja abaixo de
seus custos, ou seja, mesmo que esteja operando com
prejuízo.
Os “concorrentes” estabelecem uma composição
de preços e outras condições com o fim de Os preços forçadamente baixos são mantidos até que a
empresa consiga provocar a eliminação das empresas
eliminar a concorrência efetiva e aumentar concorrentes, que podem se ver obrigadas a abandonar o
arbitrariamente seus lucros. comércio daqueles bens, encerrar sua atividades, ou
mesmo ser levadas à falência.

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4) Tabelamento de preços: os preços classificam-se em
privados e públicos.
3) Controle de abastecimento: é a forma de atuação do
Estado no domínio econômico visando manter no - Tabelamento de preços privados – são os que se
mercado consumidor produtos e serviços suficientes para originam das condições normais do próprio mercado.
atender à demanda da coletividade. - Tabelamento de preços públicos – são estabelecidos
unilateralmente pelo poder público, mediante a fixação
O Prof. Hely Lopes Meirelles entende por controle de de tarifa ou preço público.
abastecimento – “o conjunto de medidas destinadas a
manter no mercado consumidor matéria-prima, produtos A atuação do Estado no tabelamento de preços dá-se em
ou serviços em quantidade necessária às exigências de relação aos preços privados, nas condições estabelecidas
seu consumo”. em lei, quando o preço formado no mercado, ante a lei
da oferta e da procura, não atender ao interesse público.

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5) Criação de Empresas Estatais: o Estado pode atuar Nos termos anteriores, as chamadas AGÊNCIAS REGULADORAS
têm sido criadas com aspectos jurídicos similares as
na ordem econômica por meio da criação de
Autarquias, visando assim, a atuação em segmentos
sociedades de economia mista e empresas públicas, específicos da ordem econômica no que se refere ao exercício
desde que autorizada em lei específica (art. 37, inc. de atividade regulatória.
XIX, CF).
Não obstante, esses meios de atuação no domínio econômico
O art. 173, CF, reza que a criação dessas entidades não se limita à criação de Agências Reguladoras. Podem ainda,
ocorrer o estabelecimento de POLÍTICAS TRIBUTÁRIAS
para fins de domínio econômico, somente está específicas para determinados setores, com a finalidade de
autorizada quando for necessário aos ditames de estimular e desestimular o mercado, que ocorre por meio de
segurança nacional ou o relevante interessante manejo das alíquotas de tributos, como por exemplo, no que
público. se refere as alterações no IPI – Imposto sobre produtos
industrializados, II – Imposto sobre importação, entre outros.

INTERVENÇÃO DO ESTADO
REFORMA ADMINISTRATIVA / TERCEIRO SETOR / INTERVENÇÃO DO ESTADO
ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL DE INTERESSE PÚBLICO A Emenda Constitucional 19/1998 foi o instrumento
(OSCIP) / AGÊNCIAS EXECUTIVAS / AGÊNCIAS REGULADORAS legitimador da almejada REFORMA DA ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA NO BRASIL, conhecido como REFORMA
Os tópicos acima surgem da proposta e necessidade de ADMINISTRATIVA.
implantação de um modelo gerencial no Brasil, delineados
pelo “Plano Diretor da Reforma do Estado”.
A edição de leis e atos infralegais regulamentadores
baseados nas diretrizes constitucionais mudaram as
Para o ex-Ministro Bresser Pereira, essa nova modalidade de
relações entre o Estado e os agentes públicos, Estado e
administração se apresenta como uma nova forma de gestão
agentes econômicos-financeiros, Estado e terceiro setor.
da coisa pública mais compatível com os avanços tecnológicos,
mais ágil, descentralizada, mais voltada para o controle de
resultados, e que exige uma participação cada vez mais direta O Prof. Paulo Modesto elenca alguns objetivos a serem
na gestão pública. atingidos pela Reforma Administrativa, como segue:

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- Objetivo econômico: diminuir o déficit público, - Objetivo político: ampliar a participação da cidadania na
gestão da coisa pública; estimular a ação social
ampliar a poupança pública e a capacidade financeira comunitária; desenvolver esforços para a coordenação
do Estado para concentrar recursos em áreas em que efetiva das pessoas políticas no implemento de serviços
é indispensável a sua intervenção direta; sociais;

- Objetivo social: aumentar a eficiência dos serviços - Objetivo gerencial: aumentar a eficácia do núcleo
estratégico do Estado, que edita leis, recolhe tributos e
sociais oferecidos ou financiados pelo Estado, define as políticas públicas; permitir a adequação de
atendendo melhor o cidadão a um custo menor, procedimentos e controles formais e substituí-los,
zelando pela interiorização na prestação dos serviços gradualmente, de forma sistemática, por mecanismos de
e ampliação do seu acesso aos mais carentes; controle de resultados.

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TERCEIRO SETOR – ENTIDADES PARAESTATAIS Para a Profa. Maria Sylvia Di Pietro e o Prof. Celso Antonio
Bandeira de Mello consideram as “entidades paraestatais”,
entidades exclusivamente de pessoas privadas, sem fins
A expressão “entidades paraestatais” foi inicialmente lucrativos, que exercem atividades de interesse público, mas
difundida no direito administrativo brasileiro não atividades exclusivas de Estado, recebendo portanto,
compreendida como pessoa jurídica de direito privado, fomento do Poder Público.
criadas por lei, para a realização de serviços de interesse
coletivo, sob normas e controle do Estado. Nestes termos, as entidades paraestatais integram o chamado
TERCEIRO SETOR, que pode ser definido como aquele
composto por entidades privadas da sociedade civil, que
Esse conceito foi desenvolvido pelo Prof. Hely Lopes
prestam atividade de interesse social, por iniciativa privada,
Meirelles, que abrangia as pessoas jurídicas de direito sem fins lucrativos.
privado (Empresas Públicas e Sociedades de Economia
Mista) e os chamados serviços sociais autônomos (SESC,
SENAI, SESI, etc.). O TERCEIRO SETOR coexiste com o primeiro setor (que é
próprio Estado), e com o segundo setor (que é o mercado).

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Antes de adentrarmos na distribuição de fomento e as Os Profs. Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo, no que
definições das entidades paraestatais como as que se refere ao conceito de “entidades paraestatais” as
serão elencadas posteriormente, é importante enquadra consoante a seguinte distribuição:
esclarecer que a Lei 9.649/1998 (promulgada
anteriormente a Emenda Constitucional) e a EC a) Serviços Sociais Autônomos;
19/1998 estabeleceram um CONTRATO DE GESTÃO,
significando que o Poder Executivo poderá destinar b) Organizações Sociais;
recursos orçamentários e financeiros para o
cumprimento de metas e objetivos relacionados a c) Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público
Autarquias, Fundações Públicas, Consórcios Públicos, (OSCIP);
consoante ao que foi pactuado no referido CONTRATO
DE GESTÃO. d) Entidades de Apoio.

INTERVENÇÃO DO ESTADO INTERVENÇÃO DO ESTADO


a) Serviços Sociais Autônomos: são pessoas jurídicas São exemplos de serviços sociais autônomos: SESI -
privadas, que representam categorias econômicas Serviço Social da Indústria; SESC - Serviço Social do
(Confederação Nacional da Indústria, Confederação Comércio; SENAI – Serviço Nacional de Aprendizagem
Nacional do Comércio, Confederação nacional do Industrial; SENAC – Serviço Nacional de Aprendizagem
Transporte, etc.). Embora não estejam integradas a Comercial; SEBRAE - Serviço Brasileiro de Apoio às Micro
administração pública, nem sejam instituídos pelo poder e Pequenas Empresas; SENAR – Serviço Nacional de
público, sua criação é prevista em lei. Aprendizagem Rural; SEST – Serviço Social do Transporte;
SENAT – Serviço Nacional de Aprendizagem do
Transporte.
Os serviços sociais autônomos têm por objeto uma
atividade social, não lucrativa, usualmente direcionada ao
aprendizado profissionalizante, à prestação de serviços ATENÇÃO: pelo fato de receberem e utilizarem recursos
assistenciais ou de utilidade pública, tendo como públicos, estão sujeitos ao controle do TCU - Tribunal de
beneficiários determinados grupos sociais ou Contas da União .
profissionais.

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INTERVENÇÃO DO ESTADO
INTERVENÇÃO DO ESTADO A Lei 9.637/1998 determina que o Poder Executivo poderá
qualificar como organizações sociais pessoas jurídicas de
b) Organizações Sociais: conforme a Profa. Maria Sylvia Di direito privado, sem fins lucrativos, cujas atividades sejam
dirigidas ao ensino, à pesquisa científica, ao desenvolvimento
Pietro, “organização social é a qualificação jurídica dada a tecnológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à
pessoa jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, cultura e à saúde.
instituída por iniciativa de particulares, e que recebe
delegação do Poder Público, mediante contrato de Observe que, não se trata de NOVA categoria de pessoas
jurídicas, mas apenas de uma QUALIFICAÇÃO ESPECIAL, um
gestão, para desempenhar serviço público de natureza título jurídico CONCEDIDO PELO PODER PÚBLICO a
social. Nenhuma entidade nasce com o nome de determinadas entidades privadas, sem fins lucrativos, que
organização social; a entidade é criada como associação atendam a certas exigências legais.
ou fundação e, habilitando-se perante o poder público,
recebe a qualificação; trata-se de título jurídico As organizações sociais não integram a Administração Direta
nem a Administração Indireta; são entidades da iniciativa
outorgado e cancelado pelo poder público. privada que, sem finalidade lucrativa, associam-se ao Estado
para a realização de atividades de interesse coletivo,
recebendo uma qualificação especial para tanto.

INTERVENÇÃO DO ESTADO
c) OSCIP – Organizações da Sociedade de Interesse INTERVENÇÃO DO ESTADO
Público: A Lei 9.790/1999 (regulamentada pelo Decreto
3.100/1999, doravante alterado pelo Decreto
7.568/2011), instituiu um novo regime de parceria entre A Profa. Maria Sylvia Di Pietro conceitua as OSCIP
o Poder Público e a iniciativa privada, ou seja, as OSCIP.
nestes termos: “trata-se de qualificação jurídica
dada a pessoas jurídicas de direito privado, sem
Qualifica-se como pessoa jurídica de direito privado em
razão das atividades que venham a desenvolver em fins lucrativos, instituídas por iniciativa de
regime de parceria com o Poder Público. particulares, para desempenhar serviços sociais
não exclusivos do Estado com incentivo e
Sendo assim, a lei NÃO INSTITUIU NOVA categoria de fiscalização pelo Poder Público, mediante vínculo
pessoa jurídica, mas sim criou a possibilidade de que jurídico instituído por meio de termo de parceria”.
pessoas jurídicas de direito privado viessem a ser
qualificadas como organizações da sociedade civil de
interesse público.

INTERVENÇÃO DO ESTADO
INTERVENÇÃO DO ESTADO As OSCIP deverão atuar em uma das seguintes áreas:
É importante observarmos que, o regime estabelecido
a) assistência social;
pela Lei 9.790/1999 para a qualificação de pessoas b) promoção da cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e
privadas como organização da sociedade civil de interesse artístico;
público é muito parecido com aquele estabelecido pela c) promoção gratuita da educação ou da saúde;
Lei 9.637/1998 para as organizações sociais. d) promoção gratuita da educação alimentar e nutricional;
e) defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do
desenvolvimento sustentável;
Em ambos os casos, trata-se de pessoas privadas, sem f) promoção do voluntariado;
g) promoção do desenvolvimento econômico e social e combate à pobreza;
fins lucrativos, que exercem atividades de interesse social h) experimentação, não lucrativa, de novos modelos sócio- produtivos e de
e recebem uma qualificação do Poder Público. sistemas alternativos de produção, comércio, emprego e crédito;
i) promoção de direitos estabelecidos, construção de novos direitos e
assessoria jurídica gratuita;
PORÉM ATENÇÃO: essa qualificação será de organização j) promoção da ética, da paz, da cidadania, dos direitos humanos, da
social (ATO DISCRICIONÁRIO), e de organização de democracia e de outros valores universais;
k) estudos e pesquisas, desenvolvimento de tecnologias alternativas,
sociedade civil de interesse público (ATO VINCULADO). produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e
científicos.

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INTERVENÇÃO DO ESTADO INTERVENÇÃO DO ESTADO


d) Entidade de Apoio: a Profa. Maria Sylvia Di As entidades de apoio utiliza como regramento legal
específico para suas disposições, a Lei 8.958/1994,
Pietro define as paraestatais/entidades de apoio
modificada pela Lei 12.349/2010, cuja regulamentação
como pessoas jurídicas de direito privado, sem consta do Decreto 7.423/2010, com os acréscimos
fins lucrativos, instituídas por servidores públicos, introduzidos pelo Decreto 7.544/2011.
porém em nome próprio, sob forma de fundação,
associação ou cooperativa, para a prestação em As entidades de apoio, podem ser entendidas como
caráter privado de serviços sociais não exclusivos fundações instituídas com a finalidade de dar apoio a
do Estado, mantendo vínculo jurídico com projetos de ensino, pesquisa e extensão e a projetos de
entidades da administração direta e indireta, em desenvolvimento institucional, científico e tecnológico de
regra por meio de convênio. interesse das Instituições Federais de Ensino Superior e
demais Instituições Científicas e Tecnológicas.

INTERVENÇÃO DO ESTADO
AGÊNCIAS EXECUTIVAS INTERVENÇÃO DO ESTADO
Genericamente, os referidos contratos de gestão são firmados
As AGÊNCIAS EXECUTIVAS não são uma espécie de pessoa entre o Poder Público e entidades da Administração Indireta (
jurídica, distinta das quatro entidades que a Constituição de
1988 encampou. ou órgãos da Administração Direta) possibilitando a ampliação
de sua autonomia gerencial, orçamentária e financeira, sem
O INMETRO – Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e prejuízo do controle finalístico, previsto em lei, a que se
Tecnologia, é uma Autarquia Federal Brasileira, no formato de sujeitam todas as entidades da Administração Indireta.
AGÊNCIA EXECUTIVA, vinculada ao Ministério do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
Os CONTRATOS DE GESTÃO têm por objeto a fixação de metas
Trata-se de uma qualificação que poderá ser conferida pelo de desempenho para a entidade, a qual se compromete a
Poder Público às AUTARQUIAS e às FUNDAÇÕES PÚBLICAS que cumpri-las, nos prazos estipulados, fazendo jus, em
com ele (Poder Público) celebrem o contrato de gestão a que contrapartida, à mencionada ampliação de autonomia. O
se refere o art. 37, Parág. 8º., CF (A autonomia gerencial, orçamentária e financeira atingimento das metas estabelecidas será aferido pelo Poder
dos órgãos e entidades da administração direta ou indireta poderá ser ampliada mediante contrato, [...]),
e aos demais requisitos da Lei 9.649/98 (Dispõe sobre a organização da Público segundo critérios objetivos de avaliação de
Presidência da República e dos Ministérios, e dá outras providências).
desempenho descritos no próprio contrato de gestão.

INTERVENÇÃO DO ESTADO INTERVENÇÃO DO ESTADO


Após a celebração do contrato de gestão, o reconhecimento
como agência executiva é feito por decreto. Conforme
AGÊNCIAS REGULADORAS
anteriormente explicado, essa qualificação implica o
reconhecimento de um regime jurídico especial que, confere As Agências Reguladoras surgiram no ordenamento
tratamento diferenciado à fundação pública ou à autarquia, no jurídico brasileiro no início da década de 90 juntamente
que se refere à sua autonomia de gestão. com a ideia de um neoliberalismo.

Caso a entidade descumpra os requisitos e exigências Surgiu com a tese de que o Estado é muito menos
previstos na lei e no contrato de gestão, poderá ocorrer sua eficiente do que o setor privado quando exerce
desqualificação, que também ocorre mediante decreto. Nesse diretamente atividades econômicas em sentido amplo,
caso a autarquia ou fundação pública deixará de ser uma como por exemplo, prestação de serviços públicos
Agência Executiva sem sofrer alteração na sua condição de passíveis de serem explorados economicamente. Nestes
autarquia ou de fundação pública no que se refere às suas termos, identifica-se que os Estado não é EFICIENTE
competências e finalidades. quando produz bens ou utilidades.

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INTERVENÇÃO DO ESTADO INTERVENÇÃO DO ESTADO


O aumento da necessidade de regulação é consequência
da opção política e econômica feita pelo governo
A partir da ideia anterior, propõe-se uma redução, ao brasileiro a partir da década de 1990, qual seja, o ESTADO
máximo, do tamanho da máquina estatal (doutrina do deixa de exercer diretamente atividades empresariais,
Estado mínimo). mas passa a intervir nelas ativamente, utilizando
instrumentos de autoridade.
Reconhece-se, todavia, que existem determinadas
atividades que somente podem ser executadas pelo Isso não significa obrigatoriamente uma redução
Estado. Costumam ser mencionadas como: - prestação quantitativa da atividade do Estado, mas sim a alteração
no perfil dessa atividade, quando por exemplo, ao deixar
jurisdicional; - elaboração legislativa; - a defesa nacional; - de assumir a tarefa de produção direta de bens e
as relações diplomáticas; - REGULAÇÃO DAS ATIVIDADES serviços, o ESTADO, na mesma proporção, intensifica o
ECONÔMICAS. exercício de suas prerrogativas de intervenção no
domínio econômico.

INTERVENÇÃO DO ESTADO INTERVENÇÃO DO ESTADO


Conforme afirma o Prof. Carlos Ari Sundfeld: Deve-se observar que, a regulação não precisa ser exercida
especificamente por Agências Reguladoras. A rigor, nunca
Se o Estado abdicasse totalmente do poder de interferir na deixa de haver exercício de atividade regulatória por órgãos da
prestação de serviços públicos privatizados e na
correspondente estrutura empresarial, correria o risco de Administração Direta e pelo Poder Legislativo, e pode-se
assistir, passivelmente, ao colapso de setores essenciais para o ratificar ainda que, muito antes de se falar em “privatizações”
País, como o setor elétrico e o de telecomunicações. ou em “doutrina do Estado mínimo” no Brasil, já era imposição
constitucional expressa o desempenho de função regulatória
O Estado necessita, ainda, impedir práticas anticoncorrenciais, pelo ESTADO (art. 174, caput, CF), fossem ou não as atividades
o que não pode, de forma nenhuma, ser deixado ao encargo econômicas diretamente por ele exercidas.
da “mão invisível” do mercado.

Existe também, a necessidade de proteção dos interesses dos Art. 174, CF – “Como agente normativo e regulador da atividade
usuários e de assegurar a universalização dos serviços econômica, o Estado exercerá, na forma da lei, as funções de
públicos, possibilitando que eles sejam prestados aos milhões fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante
de excluídos existentes no Brasil . para o setor público e indicativo para o setor privado”.

INTERVENÇÃO DO ESTADO INTERVENÇÃO DO ESTADO


O termo “Agências Reguladoras”, utilizado pelo legislador
brasileiro para designar a atual geração de entidades
Como relatado anteriormente, antes do especificamente criadas para exercer a regulação de atividades
econômicas, foi importado do direito norte-americano, onde
aparecimento das atuais Agências Reguladoras, já existem as denominadas AGENCIES.
existiam entidades integrantes da Administração
indireta com competências regulatórias específicas, a As Agências Reguladoras brasileiras não são novas entidades
exemplo do BANCO CENTRAL DO BRASIL e do CADE – jurídicas acrescentadas à estrutura formal da administração
Conselho Administrativo de Defesa Econômica pública. As leis que vêm instituindo essas agências têm-lhes
conferido a forma de autarquias sob regime especial.
(existente desde 1962, reestruturado pela Lei n. Tratando-se portanto, de entidade disciplinada pelo nosso
8.884/94, e novamente reestruturado pela Lei n. ordenamento jurídico, integrante da ADMINISTRAÇÃO
12.529/11, vigente a partir de junho de 2012). PÚBLICA INDIRETA FORMAL, nos termos do Decreto-Lei
200/1967, que foi encampado pela Constituição Federal de
1988.

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INTERVENÇÃO DO ESTADO INTERVENÇÃO DO ESTADO


Convém verificar que, embora haja propostas legislativas
DEFINIÇÃO DAS AGÊNCIAS REGULADORAS a respeito, até hoje não foi editada no Brasil uma “LEI
GERAL DAS AGÊNCIAS REGULADORAS”.
Trata-se de entidades administrativas com alto grau de
especialização técnica, integrantes da estrutura formal da Entretanto, no que se refere a forma jurídica da formação
administração pública, instituídas como autarquias sob das Agências Reguladoras, tem-se como previsão
regime especial, com a função de regular um setor Constitucional, através do art. 21, inc. XI, CF, a
específico de atividade econômica ou um determinado organização dos serviços de telecomunicações com a
serviço público, ou de intervir em relações jurídicas respectiva criação de um órgão regulador. Também no
decorrentes dessas atividades que, devem atuar com a que se refere ao petróleo, o art. 177, parág. 2º., inc. III,
maior autonomia possível relativamente ao Poder CF, determina que a Lei disponha sobre a “estrutura e
Executivo e com imparcialidade perante as partes atribuições de um órgão regulador do monopólio da
interessadas (quais sejam: o Estado, setores regulados e União sobre o petróleo”.
sociedade).

INTERVENÇÃO DO ESTADO INTERVENÇÃO DO ESTADO


Nestes termos, as leis que criaram os órgãos reguladores
previstos no texto constitucional foram a Lei n. 9.472/97 (Lei
Geral das Telecomunicações), instituindo a Agência Nacional Diante da competência e poder regulatório das Agências
de Telecomunicações (ANATEL), e a Lei 9.478/97, que instituiu é crível a obrigação de se estabelecer sua personalidade
a Agência Nacional de Petróleo (ANP). jurídica de direito público. Essa orientação já foi expedida
pelo STF no julgamento da ADI 1.717/DF (rel. Mim.
As duas Agências foram criadas pelas respectivas leis, na forma Sydney Sanches, em 07/11/2002, como segue:
jurídica de Autarquia sob Regime Especial, sendo a ANATEL
vinculada ao Ministério das Comunicações e a ANP vinculada
ao Ministério de Minas e Energia. “As atividades que envolvem o exercício de PODER DE
POLÍCIA e a APLICAÇÃO DE SANÇÕES não podem ser
Importante asseverar que somente a ANATEL e a ANP tem atribuídas, nem mesmo pela lei, a pessoas jurídicas de
previsão Constitucional. As outras Agências Reguladoras têm direito privado”.
base exclusivamente nas leis que as criaram.

INTERVENÇÃO DO ESTADO INTERVENÇÃO DO ESTADO


A ideia que se tenta transmitir consoante a decisão do
STF é que, o exercício técnico das Agências Reguladoras
deve ser “independente” e livre de ingerências de As Agências Reguladoras sujeitam-se ao Controle do
natureza política. Fica evidente que, as Agências não Legislativo, Controle do Judiciário e o Controle finalístico
teriam credibilidade se suas competências não fossem do Poder Executivo.
atribuídas a um órgão da Administração Pública.
Tal controle finalístico do Poder Executivo é realizado
As AUTARQUIAS, conforme definição dada pelo Decreto- através da supervisão ministerial (conforme art. 87,
Lei 200/1967, destinam-se às atividades típicas da parágrafo único, inc. I, CF) e pelo exercício da direção
Administração pública, Já as FUNDAÇÕES PÚBLICAS, são
vocacionadas a desempenhar atividades de interesse superior da Administração Pública através da
social. Portanto, a escolha natural era, e é que, as competência privativa e indelegável do Presidente da
Agências Reguladoras foram e continuam sendo criadas República conferida pelo art. 84, inc. II, CF.
sob a forma de Autarquias.

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INTERVENÇÃO DO ESTADO INTERVENÇÃO DO ESTADO


Características das Agências Reguladoras
Quanto as características dos servidores que atuam
Conforme o Prof. Carlos Ari Sundfeld as Agências nas Agências Reguladoras, é importante registrar que,
Reguladoras têm em comum o fato de exercerem na Esfera Federal, a Lei 10.871/2004 (Dispõe sobre a criação
atividade típica de Estado, como: - edição de normas; - de carreiras e organização de cargos efetivos das autarquias especiais
fiscalização; - aplicação de sanções; - solução de conflitos
denominadas Agências Reguladoras), prevê,
em seu art. 6º. que
privados; - solução de reclamação de consumidores.
os agentes encarregados das atribuições típicas
dessas agências devem ser SERVIDORES PÚBLICOS
Ainda, o Prof. Carlos Ari Sundfeld sustenta que, as
Agências Reguladoras desenvolvem uma tripla regulação: ESTATUTÁRIOS, sujeitos ao regime jurídico da Lei
- REGULAÇÃO DOS MONOPÓLIOS; - REGULAÇÃO PARA A 8.112/1990.
COMPETIÇÃO; - REGULAÇÃO SOCIAL.

INTERVENÇÃO DO ESTADO
Quanto ao exercício da atividade regulatória INTERVENÇÃO DO ESTADO
Instrumentos de autonomia das Agências
Pode-se elencar como funções exercidas pelas Agências Reguladoras
Reguladoras:
Toda Administração Pública está sujeita à direção superior do
a) aplicar o direito aos casos concretos NÃO LITIGIOSOS que se
lhes apresentarem; Chefe do Poder Executivo e todas as entidades da
Administração Indireta estão vinculadas a um órgão da
Administração Direta, que exerce controle finalístico ou tutela
b) editar normas que possibilitem a implementação das administrativa (supervisão ministerial).
políticas (elaboradas pelo Poder Legislativo e Executivo) para o
setor de competência regulatória;
Em que pese as limitações, o legislador tem lançado
c) solucionar conflitos verificados entre os interessados na instrumentos que, embora não permita falar em
atividade que é o objeto da regulação (seja o próprio Estado, “independência”, assegura com maior ou menor eficácia, a
setor econômico regulado, usuários de serviços e a sociedade ampliação da autonomia das Agências Reguladoras em relação
em geral. Observando sempre, a possibilidade de controle Poder Executivo.
judicial.

INTERVENÇÃO DO ESTADO INTERVENÇÃO DO ESTADO


No Brasil, atualmente, os dirigentes de todas as Agências A sistemática que vem sendo adotada pelas Leis
Reguladoras exercem mandato de duração fixa. Ainda que instituidoras das Agências Reguladoras Federais deve se
a lei específica instituidora da Agência Reguladora Federal desenvolver consoante o seguinte PLANO TEÓRICO:
seja omissa a esse ponto, a Lei 9.986/2000 (Dispõe sobre a
gestão de recursos humanos das Agências Reguladoras), introduziu em
a) previsão de mandato com prazo certo para os dirigentes
nosso ordenamento jurídico uma previsão geral de da entidade, o que lhes confere uma relativa estabilidade;
relativa ESTABILIDADE DOS DIRIGENTES das Agências
Reguladoras Federais. b) autonomia de gestão;
c) estabelecimento de fontes próprias de recursos, se
Deve-se observar que, embora a lei tenha trazido possível geradas pelo próprio exercício da atividade
estabilidade, a LEI INSTITUIDORA DE CADA AGÊNCIA pode regulatória (taxas pelo exercício do poder de polícia, preços
prever condições para perda do mandato, o que derroga públicos);
a Lei 9.986/2000. d) não subordinação hierárquica a qualquer instância de
governo;

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INTERVENÇÃO DO ESTADO INTERVENÇÃO DO ESTADO


Já a sistemática adotada para nomeação do dirigente de
Agência Reguladora está prevista como regra geral, no
e) inexistência de instância revisora de seus atos no
art. 52, III, f, CF, desenvolvida da seguinte forma:
âmbito administrativo (vedação à possibilidade dos
denominados “recursos hierárquicos impróprios”contra
seus atos; a) o Presidente da República indica o nome de uma
pessoa que preencha os requisitos previstos na lei
instituidora da Agência;
f) indicação dos dirigentes pautada por critérios técnicos,
sendo preferível que sua nomeação não seja ato exclusivo b) essa pessoa é submetida a arguição pública pelo
do Poder Executivo, devendo envolver o Poder Senado Federal, que poderá, ou não, aprová-la;
Legislativo, mediante sabatina e aprovação, pela instância c) sendo o indicado aprovado pelo Senado Federal, o
parlamentar, dos nomes indicados. Presidente da República, posteriormente, realiza à sua
nomeação para o cargo.

INTERVENÇÃO DO ESTADO INTERVENÇÃO DO ESTADO


No que se refere ao desenvolvimento da autonomia das
Agências Reguladoras e maneira pela qual se dá a Para tentar se resguardar desse “RISCO DE CAPTURA”
nomeação de seus dirigentes, surge um termo chamado instituiu-se a obrigatoriedade de “quarentena” dos ex-
“RISCO DE CAPTURA” que descreve uma situação dirigentes. Ainda que, não exista uma previsão legal
(observada primeiramente no EUA) em que o ente expressa, a “quarentena” tornou-se obrigatória na esfera
regulador, não sendo capaz de resistir ao imenso poder federal através da Lei 9.986/2000, com as alterações
introduzidas pela Medida Provisória 2.216-37/2001,
econômico dos agentes do setor regulado, passa a atuar
como segue:
tendenciosamente em favor dos interesses desses agentes.

Art. 8º. – “O ex-dirigente fica impedido para o exercício


Essa deturpação significa que o ente regulador converte-se de atividades ou de prestar qualquer serviço no setor
praticamente em um representante dos interesses das regulado pela respectiva agência, por um período de
empresas do setor regulado, em detrimento dos quatro meses, contados da exoneração ou do término do
consumidores e usuários dos bens e serviços e do próprio seu mandato”.
Estado.

INTERVENÇÃO DO ESTADO INTERVENÇÃO DO ESTADO


Poder normativo das Agências Reguladoras
ENTRETANTO, apesar da CF/1988 atribuir exclusivamente
É pacífica a impossibilidade de edição, pelas Agências ao Presidente da República a competência para “expedir
Reguladoras, de ATOS NORMATIVOS inteiramente regulamentos para a fiel execução das leis” (art. 84, IV,
autônomos, ou seja, independentemente de qualquer LEI CF). Insistindo que, essa competência não pode ser
que os preveja ou autorize. Tal fato iria ferir o art. 2º., CF, objeto de delegação, nem sequer aos Ministros de Estado
que versa a Separação dos Poderes. (art. 84, parág. Único, CF).

Essa discussão fica circunscrita a possibilidade de edição, CUMPRE OBSERVAR que, o art. 49, V, CF, atribui ao
pelas Agências Reguladoras, de atos normativos que Congresso Nacional competência exclusiva para “sustar os
tenham base, sempre, em uma lei, visando dar atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do
efetividade às diretrizes nela traçadas, e respeitando os poder regulamentar.
limites por ela impostos.

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INTERVENÇÃO DO ESTADO
INTERVENÇÃO DO ESTADO Como resultado da complexidade das relações atuais,
DEVE SE NOTAR PORTANTO que, consoante o dispositivo verifica-se uma aceitação de que órgãos ou entidades
anterior, o texto Constitucional alude ao exercício do poder especializados em determinados assuntos editem normas
regulamentar do Poder Executivo, indicando termo genérico de NATUREZA ESTRITAMENTE TÉCNICA.
não exclusivo do Presidente da República, ratificando ainda
que, o art. 49, inc. XI, CF, fala ainda em atribuição normativa
dos Poderes Executivo e Judiciário. Tal situação poderá ocorrer, desde que, exista uma lei que
expressamente autorize essa elaboração normativa,
estabeleça claramente as matérias sobre as quais ela
Nestes termos, os autores Marcelo Alexandrino e Vicente poderá ser exercida e fixe as diretrizes, os parâmetros e
Paulo entendem que, é predominante na doutrina
administrativista que o PODER NORMATIVO (edição de atos as metas que devem ser observados pelo órgão ou
normativos), NÃO É de competência Constitucional exclusiva entidade técnica.
do Chefe do Poder Executivo. E, sendo assim, alcança outros
órgãos e entidades que exerçam função administrativa, O desempenho dessa competência normativa pelo Poder
entendendo ser pacífico o poder normativo das Agências Executivo tem sido denominado exercício de
Reguladoras. DISCRICIONARIEDADE TÉCNICA.

INTERVENÇÃO DO ESTADO INTERVENÇÃO DO ESTADO


Conforme assevera o Prof. Floriano Azevedo Marques
Neto, dentro de um entendimento majoritário da
doutrina: AINDA, o Prof. Floriano Azevedo Marques
Neto, destaca as seguintes MODALIDADES DE
“Se bem é verdade que a atividade regulatória não pode CONTROLE DA ATIVIDADE REGULATÓRIA:
prescindir de uma forte e bem articulada base legal, certo
também é a impossibilidade de que todo o arcabouço
regulatório seja editado pelo Parlamento”.
a) CONTROLE DE GESTÃO: fiscalização da
“A especialidade, a complexidade, a multiplicidade e a
aplicação dos recursos (Tribunais de Contas,
velocidade de surgimento das questões regulatórias Ministério Público, Órgãos de controladoria
determinam a necessidade de que parcela significativa da governamental);
regulação estatal seja delegada ao órgão regulador.

INTERVENÇÃO DO ESTADO INTERVENÇÃO DO ESTADO

b) CONTROLE DE ATIVIDADE-FIM: o cumprimento da O controle legislativo e judicial da administração pública


meta de implementar as políticas públicas fazem parte dos sistemas de freios e contrapesos que
pertinentes deve ser aferido pelos Poderes Executivo dizem com a harmonia constitucionalmente estabelecida
e Legislativo, bem como por instâncias da sociedade entre os Poderes da República.
especificamente criadas para essa finalidade (por
exemplo, Conselho de usuários); Faz-se importante lembrar que, nem mesmo por Emenda
Constitucional poderia pretender-se abolir o sistema de
freios e contrapesos, visto que, são cláusulas pétreas
c) CONTROLE JUDICIAL: exercido sobre todos os atos previstas no Art. 60, Parágrafo 4º, inc. III, CF.
das agências reguladoras, mediante provocação.

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INTERVENÇÃO DO ESTADO INTERVENÇÃO DO ESTADO


O controle também ocorre como atribuição expressa do
NÃO OBSTANTE, existe o controle das Agências Presidente da República, visto que, tem a competência
Reguladoras pela própria ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. privativa e indelegável para – “exercer, com o auxílio dos
Ministros de Estado, a direção superior da administração
As Agências Reguladoras são vinculadas à administração federal”, conforme o art. 84, inc. II, CF.
direta, na esfera federal, e são vinculados
especificamente a um Ministério. AINDA, existem instrumentos específicos de PARTICIPAÇÃO
POPULAR no controle dessas entidades através de
Além das diversas leis criadoras dessas entidades mecanismos tradicionais de controle popular, ASSIM COMO: -
expressamente estatuírem o controle, o art. 87, inc. I, CF, direito de petição; - ações judiciais; - formulação de denúncias
é categórico ao asseverar que, compete aos Ministros de aos Tribunais de Contas; - aos órgãos dos sistemas de controle
Estado – “exercer orientação, coordenação e supervisão dos interno, ao Ministério Público, entre outros, que consagraram,
órgãos e entidades da administração federal na área de sua não obstante, instrumentos de participação popular ativa com
competência”. CONSULTA PÚBLICA e AUDIÊNCIA PÚBLICA.

INTERVENÇÃO DO ESTADO INTERVENÇÃO DO ESTADO


AGÊNCIAS REGULADORAS FEDERAIS - ANP – Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e
Biocombustíveis: criada pela Lei 9.478/1997, vinculada ao
Ministério de Minas e Energia, com a finalidade de promover a
- ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica: criada pela Lei regulação, a contratação e a fiscalização das atividades
9.427/1996, vinculada ao Ministério de Minas e Energia, com a econômicas integrantes da indústria do petróleo, do gás
finalidade de regular e fiscalizar a produção, transmissão, natural e dos biocombustíveis;
distribuição e comercialização de energia elétrica, em
conformidade com as políticas e diretrizes do governo federal; - ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária: criada
pela Lei 9.782/1999, vinculada ao Ministério da Saúde, com a
finalidade de promover a proteção da saúde da população, por
- ANATEL – Agência Nacional de Telecomunicações: criada intermédio do controle sanitário da produção e da
pela Lei 9.472/1997, vinculada ao Ministério das comercialização de produtos e serviços submetidos à vigilância
Comunicações, com a função de entidade reguladora das sanitária, inclusive dos ambientes, dos processos, dos insumos
telecomunicações e a finalidade de implementar, em sua e das tecnologias a eles relacionados, bem como o controle de
esfera de atribuições, a política nacional de telecomunicações; portos, aeroportos e de fronteiras;

INTERVENÇÃO DO ESTADO INTERVENÇÃO DO ESTADO


- ANS – Agência Nacional de Saúde Suplementar: criada pela - ANTT – Agência Nacional de Transportes Terrestres: criada
Lei 9.961/2000, vinculada ao Ministério da Saúde, com a pela Lei 10.233/2001, vinculada ao Ministério dos Transportes,
função de entidade de regulação, normatização, controle e com a finalidade de implementar, regular e supervisionar, em
fiscalização das atividades que garantam a assistência sua esfera de atuação (transportes terrestres), as políticas
suplementar à saúde e a finalidade de promover a defesa do formuladas pelo Conselho Nacional de Integração de Políticas
interesse público na assistência suplementar à saúde, de Transporte e pelo Ministério dos Transportes;
regulando as operadoras setoriais, inclusive quanto às suas
relações com prestadoras e consumidores, contribuindo para o
desenvolvimento das ações de saúde no País; - ANTAQ – Agência Nacional de Transportes Aquaviários:
criada pela Lei 10.233/2001, vinculada ao Ministério dos
- ANA – Agência Nacional de Águas: criada pela Lei Transportes, com a finalidade de implementar, regular e
9.984/2000, vinculada ao Ministério do Meio Ambiente, com a supervisionar, em sua esfera de atuação (transportes
finalidade de implementar, em sua esfera de atribuições, a aquaviários), as políticas formuladas pelo Conselho Nacional
Política Nacional de Recursos Hídricos, integrando o Sistema de Integração de Políticas de Transporte e pelo Ministério dos
Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos; Transportes;

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26/9/2017

INTERVENÇÃO DO ESTADO INTERVENÇÃO DO ESTADO


- ANCINE – Agência Nacional do Cinema: criada pela MP.
2.228-1/2001, vinculada ao Ministério da Cultura, com a - PREVIC – Superintendência Nacional de
função de entidade de fomento, regulação e fiscalização Previdência Complementar: criada pela Lei
da indústria cinematográfica e video-fonográfica;
12.154/2009, vinculada ao Ministério da Previdência
Social, com a função de entidade de fiscalização e de
- ANAC – Agência Nacional de Aviação Civil: criada pela
Lei 11.182/2005, vinculada à Secretaria de Aviação Civil supervisão das atividades das entidades fechadas de
da Presidência da República, Lei 12.462/2011, art. 49, previdência complementar e de execução das
com a função de regular e fiscalizar as atividades de políticas para o regime de previdência complementar
aviação civil e de infraestrutura aeronáutica e operado pelas entidades fechadas de previdência
aeroportuária, devendo, no exercício de suas complementar.
competências, observar e implementar as orientações,
diretrizes e políticas estabelecidas pelo Governo Federal;

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