Вы находитесь на странице: 1из 18

Curso Preparatório para OAB 2ª Fase Civil

Professora Tatiane Kipper

MATERIAL DE APOIO
PROCESSO CIVIL
Curso Preparatório para OAB 2ª Fase Civil

TUTELA PROVISÓRIA

01
1. AS TUTELAS PROVISÓRIAS PELO NOVO CPC

No CPC/15, a tutela provisória (art. 294 e seguintes do CPC) passou a


ser considerada gênero, tendo como espécies:

Previsão no art. 294 do CPC/15:

Art. 294. “A tutela provisória pode fundamentar-se em urgência ou


evidência.
Parágrafo único. A tutela provisória de urgência, cautelar ou
antecipada, pode ser concedida em caráter antecedente ou
incidental”.

A tutela de urgência conforme previsão do parágrafo único do artigo 294


ainda pode ser cautelar ou antecipada.
Dessa forma, a tutela de urgência cautelar tem natureza instrumental,
pois visa a tutelar o processo e não a satisfazer o direito material. Já a tutela de
urgência ANTECIPADA tem natureza satisfativa, visando a assegurar de
forma imediata, concreta e efetiva, o bem jurídico pretendido.
Além disso, a tutela provisória de urgência (cautelar ou antecipada)
poderá ser concedida em caráter antecedente ou incidental, ou seja, antes
do pedido principal ou no curso deste, respectivamente.
Curso Preparatório para OAB 2ª Fase Civil

2.1 Disposições gerais no que se refere às tutelas provisórias

Tanto em razão da urgência ou da evidência, em qualquer das


modalidades, a tutela provisória se caracteriza pela cognição menos
aprofundada e sumária, realizada pelo juiz, por isso, a tutela poderá ser a
qualquer tempo revogada ou modificada. Previsão do art. 296 do CPC/15:

Art. 296. “A tutela provisória conserva sua eficácia na pendência do


processo, mas pode, a qualquer tempo, ser revogada ou modificada”.

Entendimento que essa revogação poderá se dar de ofício pelo juiz, mas
por meio de decisão fundamentada. Dessa forma, se for deferida, pode ser
modificada ou revogada a qualquer momento, como após a citação, após a
manifestação do réu a respeito, ou mesmo após a apresentação da
contestação.
Mesmo na tutela da evidência, o entendimento é de que a ausência do
direito pode ficar demonstrada após a manifestação do réu, justificando a
revogação ou modificação.
A tutela provisória requerida em caráter incidental independe do
pagamento de custas, conforme previsão do artigo 295 do CPC/15:
Art. 295. “A tutela provisória requerida em caráter incidental
independe do pagamento de custas”.

O artigo 296 do CPC/15 refere que a tutela provisória, em seu sentido


amplo, conserva a sua eficácia na pendência do processo, sendo que a
qualquer momento pode ser revogada ou modificada.

Tal dispositivo demonstra que a tutela provisória se caracteriza pela


provisoriedade, justamente em razão da ausência de profundidade da
cognição, distinguindo-se da tutela jurisdicional definitiva, obtida no final do
procedimento.

Art. 296. “A tutela provisória conserva sua eficácia na pendência do


processo, mas pode, a qualquer tempo, ser revogada ou modificada.
Parágrafo único. Salvo decisão judicial em contrário, a tutela
provisória conservará a eficácia durante o período de suspensão do
processo”.
Curso Preparatório para OAB 2ª Fase Civil

O parágrafo único do artigo 296 do CPC/15 estabelece que a tutela


provisória conserva a eficácia durante o período de suspensão do processo. O
artigo 297 do CPC/15 prevê que o juiz pode tomar medidas que considerar
adequadas para a efetivação da tutela provisória:

Art. 297. O juiz poderá determinar as medidas que considerar


adequadas para efetivação da tutela provisória.

O juiz deve motivar seu convencimento de modo claro e preciso quando


conceder, negar, modificar ou revogar a tutela provisória, consoante dispõe o
art. 298 do CPC/15:

Art. 298. “Na decisão que conceder, negar, modificar ou revogar a


tutela provisória, o juiz motivará seu convencimento de modo claro e
preciso”.

E QUANDO HOUVER DECISÃO NESSE SENTIDO, QUAL O


RECURSO CABÍVEL? Agravo de Instrumento  art. 1.015, I do CPC/15:

Art. 1.015. “Cabe agravo de instrumento contra as decisões


interlocutórias que versarem sobre:
I - tutelas provisórias”;

A tutela provisória poderá ser concedida pelo juiz antes mesmo da


citação, o que não significa violação ao princípio do contraditório, mas apenas
a sua concretização em momento posterior, constituindo o contraditório diferido
 art. 9º do Novo CPC:

Art. 9o Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela
seja previamente ouvida.
Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica:
I - à tutela provisória de urgência;
II - às hipóteses de tutela da evidência previstas no art. 311, incisos II
e III;
(...)

Competência?

Art. 299. “A tutela provisória será requerida ao juízo da causa e,


quando antecedente, ao juízo competente para conhecer do pedido
principal.
Parágrafo único. Ressalvada disposição especial, na ação de
competência originária de tribunal e nos recursos a tutela provisória
Curso Preparatório para OAB 2ª Fase Civil

será requerida ao órgão jurisdicional competente para apreciar o


mérito”.

A tutela provisória deve ser requerida ao juiz da causa e quando


antecedente ao juiz competente para conhecer do pedido principal.
Logo, na tutela provisória de urgência, antecipada ou cautelar, ou de
evidência, se for antecedente, deve-se verificar o juiz competente para
conhecer, processar, julgar o pedido formulado na ação principal.
Na tutela provisória de urgência, cautelar ou antecipada, ou de
evidência, se incidente, a competência é do próprio juiz da causa.
Curso Preparatório para OAB 2ª Fase Civil

02
2. A TUTELA DE EVIDÊNCIA

Deve ser concedida independentemente da demonstração de perigo de


dano ou de risco ao resultado útil do processo. Ocorre nas seguintes hipóteses:

Art. 311. A tutela da evidência será concedida, independentemente


da demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do
processo, quando:
I - ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto
propósito protelatório da parte;
II - as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas
documentalmente e houver tese firmada em julgamento de casos
repetitivos ou em súmula vinculante;
III - se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental
adequada do contrato de depósito, caso em que será decretada a
ordem de entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa;
IV - a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos
fatos constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova
capaz de gerar dúvida razoável.
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o juiz poderá
decidir liminarmente.

Observar que, conforme previsão do parágrafo único, nas hipóteses dos


incisos II e III, o juiz pode decidir sem ouvir primeiro o Requerido.
A tutela da evidência, justamente por não se fundamentar na urgência,
não exige perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo, até que a
efetivação da tutela jurisdicional seja efetivada.
A tutela provisória da evidencia tem, em regra, natureza satisfativa, no
sentido de concretizar o direito material postulado.
A tutela provisória de evidência pode ser concedida naquelas 4
hipóteses previstas no art. 311 do CPC/15 de forma alternativa.
Na primeira hipótese, a tutela da evidência pode ser concedida em dois
casos alternativos, ou seja, quando houver abuso do direito de defesa ou
manifesto protesto protelatório da parte.
O abuso do direito de defesa ou manifesto protesto protelatório podem
ser exercidos pelo Réu, quando este, por exemplo, dificulta a citação, da
mesma forma pode ser contra o autor em caso de Reconvenção.
A segunda hipótese, ocorre quando as alegações de fato puderem ser
comprovadas apenas documentalmente e houver tese firmada em julgamento
em casos repetitivos ou em súmula vinculante. Exige-se ambos os requisitos.
Curso Preparatório para OAB 2ª Fase Civil

O julgamento de casos repetitivos pode ocorrer no TJ, TRF, STJ ou STF.


A súmula vinculante é no caso do STF.
A terceira hipótese de concessão de tutela de evidência é quando se
tratar de pedido reipersecutório (ou seja, de devolução ou entrega de coisa ou
objeto) que tenha como fundamento prova documental adequada do contrato
de depósito.
A quarta hipótese ocorre quando a petição inicial é instruída com prova
documental suficiente dos fatos constitutivos do direito do autor, a que réu não
se oponha de forma capaz de gerar dúvida razoável. Em tais situações, em
razão da elevada probabilidade de existência do direito postulado pelo autor,
assegura-se a possibilidade de ser objeto de tutela provisória de evidência.
Curso Preparatório para OAB 2ª Fase Civil

03
3. A TUTELA DE URGÊNCIA

3.1 Previsão legal


Ocorrem em situações específicas em que se exige providência
jurisdicional imediata, ou seja, o tempo poderá acarretar prejuízos ao processo
ou ao bem jurídico. Previsão no artigo 300 do CPC/15:

Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver


elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de
dano ou o risco ao resultado útil do processo.

Quando for tutela de urgência de natureza antecipada, por ter caráter


satisfativo, além dos requisitos citados, também se exige a ausência de perigo
da irreversibilidade dos efeitos da decisão, conforme previsão do §3º do artigo
300 do CPC/15:

§ 3o A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida


quando houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão.

A probabilidade do direito refere-se ao tradicional fumus boni juris, e o


perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo refere-se ao periculum in
mora.
Todos os requisitos devem estar presentes de forma cumulativa para a
concessão da tutela de urgência.
Assim a parte deve demonstrar o perigo na demora, de forma que se
aguardar o provimento jurisdicional final, ou sua execução/efetivação,
certamente será muito tarde.
Curso Preparatório para OAB 2ª Fase Civil

Dessa forma, a prestação jurisdicional poderá ser inútil, porque o direito


material corre o risco de não existir mais até lá em razão do tempo transcorrido.
A fumaça do bom direito significa a provável existência do direito
material. A tutela de urgência pode ser ANTECIPADA OU CAUTELAR.
A tutela provisória de urgência pode ser ANTECEDENTE (requerida
antes do ajuizamento da ação) ou INCIDENTE (requerida no curso da ação).
Para concessão da tutela de urgência, pode o juiz, conforme for o caso,
exigir caução real ou fidejussória para ressarcir os danos que a parte possa vir
a sofrer. Previsão no §1º do artigo 300 do CPC/15:

§ 1o Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o


caso, exigir caução real ou fidejussória idônea para ressarcir os
danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a caução ser
dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não puder
oferecê-la.

E SE A PARTE FOR HIPOSSUFICIENTE E NÃO PUDER OFERECER?


Caução pode ser dispensada.

A tutela provisória de urgência pode ser concedida de forma liminar ou


mediante justificação prévia;

§ 2o A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após


justificação prévia.

Além disso, não afeta o princípio do contraditório, que fica deferido, ou


seja, postergado. A tutela provisória de urgência poderá ser
revogada/modificada a qualquer tempo, conforme previsão do art. 296 do
CPC/15. Da mesma forma, o juiz pode entender que a tutela provisória seja
deferida somente após a oitiva do Requerido.

3.2 A tutela ANTECIPADA ANTECEDENTE


A petição inicial pode limitar-se ao requerimento da tutela antecipada,
com a exposição sumária da lide, do direito que se busca realizar e do perigo
de dano ou do risco ao resultado útil do processo. Previsão no artigo 303 do
CPC/15:
Art. 303. Nos casos em que a urgência for contemporânea à
propositura da ação, a petição inicial pode limitar-se ao requerimento
da tutela antecipada e à indicação do pedido de tutela final, com a
Curso Preparatório para OAB 2ª Fase Civil

exposição da lide, do direito que se busca realizar e do perigo de


dano ou do risco ao resultado útil do processo.

Concedida a tutela antecipada, com fundamento na urgência, devem


ocorrer os seguintes atos:

§ 1o Concedida a tutela antecipada a que se refere o caput deste


artigo:
I - o autor deverá aditar a petição inicial, com a complementação de
sua argumentação, a juntada de novos documentos e a confirmação
do pedido de tutela final, em 15 (quinze) dias ou em outro prazo maior
que o juiz fixar;
II - o réu será citado e intimado para a audiência de conciliação ou de
mediação na forma do art. 334;
III - não havendo autocomposição, o prazo para contestação será
contado na forma do art. 335.

Observar prazo da contestação no artigo 335 do Novo CPC:

Art. 335. “O réu poderá oferecer contestação, por petição, no prazo


de 15 (quinze) dias, cujo termo inicial será a data:
I - da audiência de conciliação ou de mediação, ou da última sessão
de conciliação, quando qualquer parte não comparecer ou,
comparecendo, não houver autocomposição;
II - do protocolo do pedido de cancelamento da audiência de
conciliação ou de mediação apresentado pelo réu, quando ocorrer a
hipótese do art. 334, § 4o, inciso I;
III - prevista no art. 231, de acordo com o modo como foi feita a
citação, nos demais casos.
§ 1o No caso de litisconsórcio passivo, ocorrendo a hipótese do art.
334, § 6o, o termo inicial previsto no inciso II será, para cada um dos
réus, a data de apresentação de seu respectivo pedido de
cancelamento da audiência.
(...)”.

E SE NÃO HOUVER ESTE ADITAMENTO? O processo deve ser


extinto sem resolução de mérito. O aditamento passa a ser medida imperativa,
tratando-se de ônus processual do autor. Previsão no §2º do artigo 303 do
CPC/15:

§ 2o Não realizado o aditamento a que se refere o inciso I do § 1o


deste artigo, o processo será extinto sem resolução do mérito.

O aditamento da petição mencionado deve se dar nos mesmos autos,


sem incidência de novas custas processuais:

§ 3o O aditamento a que se refere o inciso I do § 1o deste artigo dar-


se-á nos mesmos autos, sem incidência de novas custas
processuais.
Curso Preparatório para OAB 2ª Fase Civil

E O VALOR DA CAUSA? Já deve ser apontado na petição inicial que


refere o caput do artigo 303 do CPC/15, devendo o Autor mencionar o valor
que deverá levar em consideração o pedido da tutela final:

§ 4o Na petição inicial a que se refere o caput deste artigo, o autor


terá de indicar o valor da causa, que deve levar em consideração o
pedido de tutela final.

Conforme previsão do §5º, deve mencionar o Autor se pretende obter o


benefício previsto no caput do artigo 303 do CPC/15:

§ 5o O autor indicará na petição inicial, ainda, que pretende valer-se


do benefício previsto no caput deste artigo.

Na hipótese do §6º, caso se entenda que não há elementos para


concessão da tutela antecipada, o órgão jurisdicional deve determinar a
emenda da petição inicial em até 05 dias.
Se não for emendada nesse prazo, a petição inicial deve ser indeferida e
o processo extinto sem resolução de mérito:

§ 6o Caso entenda que não há elementos para a concessão de tutela


antecipada, o órgão jurisdicional determinará a emenda da petição
inicial em até 5 (cinco) dias, sob pena de ser indeferida e de o
processo ser extinto sem resolução de mérito.

ESTABILIDADE DA TUTELA ANTECIPADA: Quando não for interposto


recurso, na forma do art. 304 do CPC/15.

Art. 304. A tutela antecipada, concedida nos termos do art. 303,


torna-se estável se da decisão que a conceder não for interposto o
respectivo recurso.

O parágrafo primeiro refere que quando houver essa estabilização, o


processo deve ser extinto:

§ 1o No caso previsto no caput, o processo será extinto.

Ainda assim, antes da extinção do processo, mesmo havendo a


estabilização da antecipação de tutela, pode ser necessária a sua efetivação,
ou seja, seu cumprimento.
Conforme determina o §2º do artigo 304 do CPC/15, qualquer das partes
pode demandar a outra com o intuito de rever, reformar ou invalidar a tutela
antecipada satisfativa estabilizada nos termos do art. 304:
Curso Preparatório para OAB 2ª Fase Civil

§ 2o Qualquer das partes poderá demandar a outra com o intuito de


rever, reformar ou invalidar a tutela antecipada estabilizada nos
termos do caput.
§ 3o A tutela antecipada conservará seus efeitos enquanto não
revista, reformada ou invalidada por decisão de mérito proferida na
ação de que trata o § 2o.

Assim, enquanto não revista, reformada ou invalidade, a tutela


antecipada mantém seus efeitos.

E PARA INSTRUIR A REFERIDA AÇÃO? Qualquer das partes pode


requerer o desarquivamento em que foi concedida a medida para instruir a
ação, ficando prevento o juízo em que a tutela foi concedida:

§ 4o Qualquer das partes poderá requerer o desarquivamento dos


autos em que foi concedida a medida, para instruir a petição inicial da
ação a que se refere o § 2o, prevento o juízo em que a tutela
antecipada foi concedida.

PRAZO PARA PROMOVER A AÇÃO? 02 ANOS.

§ 5o O direito de rever, reformar ou invalidar a tutela antecipada,


previsto no § 2o deste artigo, extingue-se após 2 (dois) anos,
contados da ciência da decisão que extinguiu o processo, nos termos
do § 1o.

Haja vista o caráter de provisoriedade, a decisão que concede a


antecipação de tutela não faz coisa julgada material, ou seja, não se torna
imutável. Porém, a estabilidade dos seus efeitos só é afastada por decisão que
rever, reformar ou invalidar proferida na ação ajuizada por uma das partes.

§ 6o A decisão que concede a tutela não fará coisa julgada, mas a


estabilidade dos respectivos efeitos só será afastada por decisão que
a revir, reformar ou invalidar, proferida em ação ajuizada por uma das
partes, nos termos do § 2o deste artigo.

3.3 A tutela cautelar no novo CPC

As tutelas cautelares, como espécies de tutela urgência podem ser


antecedentes e incidentais.

Art. 294. “A tutela provisória pode fundamentar-se em urgência ou


evidência.
Curso Preparatório para OAB 2ª Fase Civil

Parágrafo único. A tutela provisória de urgência, cautelar ou


antecipada, pode ser concedida em caráter antecedente ou
incidental”.
O novo CPC disciplina de forma específica o procedimento da tutela de
urgência cautelar requerida em caráter antecedente.
A tutela cautelar antecedente, por ser anterior ao ajuizamento da ação
principal é postulada por meio de ação própria.
Dessa forma, a petição inicial que visa a prestação de tutela cautelar
ANTECEDENTE deve indicar a lide (ou seja, o conflito de interesse
envolvido), o fundamento e a exposição sumária do direito que se objetiva
assegurar, além do PERIGO DE DANO OU RISCO AO RESULTADO ÚTIL DO
PROCESSO  art. 305 do CPC/15:

Art. 305. “A petição inicial da ação que visa à prestação de tutela


cautelar em caráter antecedente indicará a lide e seu fundamento, a
exposição sumária do direito que se objetiva assegurar e o perigo de
dano ou o risco ao resultado útil do processo”.

A ação com pedido de tutela cautelar antecedente tem como


fundamento a URGÊNCIA, exigindo a exposição, mesmo que concisa do
fumus boni juris.
A exposição sumária do direito que se objetiva assegurar e o perigo de
dano ou o risco ao resultado útil do processo referidos no artigo 304 referem-se
à necessidade de se demonstrar o PERIGO NA DEMORA E A FUMAÇA DO
BOM DIREITO.
E SE O JUIZ ENTENDER QUE O PEDIDO INDICADO TEM
NATUREZA ANTECIPADA, ISTO É, SATISFATIVA DO DIREITO MATERIAL
PRETENDIDO? Aplica-se o parágrafo único do artigo 305:

Art. 305. “A petição inicial da ação que visa à prestação de tutela


cautelar em caráter antecedente indicará a lide e seu fundamento, a
exposição sumária do direito que se objetiva assegurar e o perigo de
dano ou o risco ao resultado útil do processo.
Parágrafo único. Caso entenda que o pedido a que se refere o caput
tem natureza antecipada, o juiz observará o disposto no art. 303”.

O artigo 303 versa sobre a tutela antecipada quando a urgência for


contemporânea à propositura da ação. Neste caso, o que se observa é a
FUNGIBILIDADE ENTRE A TUTELA CAUTELAR E A TUTLA ANTECIPADA,
Curso Preparatório para OAB 2ª Fase Civil

fundadas na urgência, pois ambas são espécies da tutela provisória. Diante da


natureza comum das tutelas de urgência, acabam tendo tratamento
semelhante.
Assim, se o pedido tem natureza satisfativa, mas foi postulado como
tutela cautelar antecedente, cabe ao juiz examinar o pedido de acordo com a
verdadeira natureza.
Da mesma forma, o inverso ocorre: se o pedido tem natureza de tutela
cautelar, mas foi chamado pelo autor de tutela antecipada, o juiz deve decidir
em conformidade com a verdadeira natureza do requerimento. Por ser
fungibilidade, deve ser aplicada em ambas as situações. Observar a
contestação do Réu.

Art. 306. O réu será citado para, no prazo de 5 (cinco) dias, contestar
o pedido e indicar as provas que pretende produzir.

Na ação que visa a prestação de tutela cautelar antecedente, o réu deve


ser citado para no prazo de 05 dias, contestar o pedido e indicar as provas
que pretende produzir.
O prazo é de 05 dias, justamente, porque a decisão deve ser proferida
com o máximo de brevidade, em razão da urgência que caracteriza a medida
cautelar antecedente. CONTESTADO O PEDIDO  OBSERVA-SE O
PROCEDIMENTO COMUM  Parágrafo único do artigo 307.

E SE NÃO FOR CONTESTADO? REVELIA.

Art. 307. “Não sendo contestado o pedido, os fatos alegados pelo


autor presumir-se-ão aceitos pelo réu como ocorridos, caso em que o
juiz decidirá dentro de 5 (cinco) dias.
Parágrafo único. Contestado o pedido no prazo legal, observar-se-á
o procedimento comum”.

E se for efetivada a tutela cautelar? O pedido principal deve ser


postulado pelo autor no prazo de 30 dias.

Art. 308. “Efetivada a tutela cautelar, o pedido principal terá de ser


formulado pelo autor no prazo de 30 (trinta) dias, caso em que será
apresentado nos mesmos autos em que deduzido o pedido de tutela
cautelar, não dependendo do adiantamento de novas custas
processuais.
§ 1o O pedido principal pode ser formulado conjuntamente com o
pedido de tutela cautelar.
Curso Preparatório para OAB 2ª Fase Civil

§ 2o A causa de pedir poderá ser aditada no momento de formulação


do pedido principal.
§ 3o Apresentado o pedido principal, as partes serão intimadas para a
audiência de conciliação ou de mediação, na forma do art. 334, por
seus advogados ou pessoalmente, sem necessidade de nova citação
do réu.
§ 4o Não havendo autocomposição, o prazo para contestação será
contado na forma do art. 335.

Assim, o prazo de 30 dias para o pedido principal para ser postulado


conta da efetivação da tutela cautelar antecedente.
Em tal situação, o pedido principal deve ser apresentado nos
mesmos autos em que foi pleiteada a tutela cautelar, não dependendo do
adiantamento de novas custas, verificar art. 308.
O pedido principal também pode ser formulado com o pedido de tutela
cautelar. O entendimento é de que o prazo de 30 dias tem natureza
DECADENCIAL, no que se refere à apresentação do pedido principal, no caso
da tutela cautelar antecedente. Se o pedido principal for realizado no prazo
mencionado, a tutela cautelar mantém sua eficácia não só no prazo de 30 dias
contados da efetivação, mas durante o curso do processo, e na verdade, até a
efetivação concreta da tutela final, definitiva e principal. Uma vez apresentado o
pedido principal, as partes devem ser intimadas para a audiência de
conciliação ou mediação na forma do artigo 334, sem necessidade de nova
citação do réu, conforme previsão do artigo 334 do CPC/15:

Art. 334. Se a petição inicial preencher os requisitos essenciais e não


for o caso de improcedência liminar do pedido, o juiz designará
audiência de conciliação ou de mediação com antecedência mínima
de 30 (trinta) dias, devendo ser citado o réu com pelo menos 20
(vinte) dias de antecedência.

Além disso, se não houver autocomposição, o prazo para contestação


deve ser contado na forma do artigo 335  conforme o §4º do artigo 338;

Art. 335. O réu poderá oferecer contestação, por petição, no prazo


de 15 (quinze) dias, cujo termo inicial será a data:
I - da audiência de conciliação ou de mediação, ou da última sessão
de conciliação, quando qualquer parte não comparecer ou,
comparecendo, não houver autocomposição;
II - do protocolo do pedido de cancelamento da audiência de
conciliação ou de mediação apresentado pelo réu, quando ocorrer a
hipótese do art. 334, § 4o, inciso I;
III - prevista no art. 231, de acordo com o modo como foi feita a
citação, nos demais casos.
Curso Preparatório para OAB 2ª Fase Civil

3.4 Cessão da eficácia da medida cautelar


Cessa a eficácia da tutela concedida em caráter antecedente, segundo o
artigo 309:
Art. 309. Cessa a eficácia da tutela concedida em caráter
antecedente, se:
I - o autor não deduzir o pedido principal no prazo legal;
II - não for efetivada dentro de 30 (trinta) dias;
III - o juiz julgar improcedente o pedido principal formulado pelo autor
ou extinguir o processo sem resolução de mérito.
Parágrafo único. Se por qualquer motivo cessar a eficácia da tutela
cautelar, é vedado à parte renovar o pedido, salvo sob novo
fundamento.

Segundo a hipótese do inciso I do artigo 308, a tutela cautelar


antecedente, mesmo se concedida perde seus efeitos se o pedido principal não
for apresentado no prazo de 30 dias contados da efetivação da tutela
cautelar. Neste sentido já se tinha a Súmula 482 do STJ no que se refere ao
CPC de 1973:

“A falta de ajuizamento da ação principal no prazo do art. 806 do CPC


acarreta a perda da eficácia da liminar deferida e a extinção do
processo cautelar”.

Segundo o inciso II do artigo 309, a tutela cautelar perde sua eficácia se


não for efetivada no prazo de 30 DIAS. Isso porque se a cautelar foi concedida,
mas o autor não se interessa por sua execução, permanecendo inerte, não se
verifica a urgência mais.
Da mesma forma, cessa a eficácia da tutela cautelar, segundo o inciso III
do artigo 309, se o juiz julgar improcedente o pedido principal formulado pelo
autor ou extinguir o processo sem resolução de mérito. Isso porque se o
processo é extinto sem julgamento de mérito, a tutela cautelar não pode ser
vista como um fim, pois depende da tutela principal, a qual busca tutelar.
E, se o pedido principal é julgado improcedente, a eficácia da tutela
cautelar também é perdida, em regra, pois também depende da principal, além
do fato de não ter a probabilidade do direito material alegado. Ou seja, se a
própria sentença rejeitar o pedido principal, entendendo que o bem jurídico não
é devido, conclui-se pela ausência de um dos requisitos da tutela antecipada: a
fumaça do bom direito. Entendimento de que essa revogação ocorre de
forma automática.
Curso Preparatório para OAB 2ª Fase Civil

E se o pedido principal foi julgado procedente? Entende-se, por óbvio,


que se o pedido principal é acolhido, a tutela cautelar não perde sua eficácia
quando a sentença é proferida ou mesmo com o trânsito em julgado. Na
verdade, a tutela cautelar deve manter sua eficácia até a afetiva satisfação do
direito material. Ou seja, a medida cautelar mantém os seus efeitos até a
integral execução da tutela principal, justamente para assegurar o resultado útil
do processo.
E se por qualquer motivo cessar a eficácia da tutela cautelar? Parágrafo
único do artigo 309:
Parágrafo único. “Se por qualquer motivo cessar a eficácia da tutela
cautelar, é vedado à parte renovar o pedido, salvo sob novo
fundamento”.

Segundo a previsão, fica vedado à parte renovar o pedido, salvo por


novo fundamento. Ou seja, é proibido ao Autor formular o mesmo pedido de
tutela cautelar se cessar sua eficácia, salvo se tiver fundamento diverso.

E O INDEFERIMENTO DA TUTELA CAUTELAR, OBSTA QUE A


PARTE FORMULE O PEDIDO PRINCIPAL?

Art. 310. “O indeferimento da tutela cautelar não obsta a que a parte


formule o pedido principal, nem influi no julgamento desse, salvo se o
motivo do indeferimento for o reconhecimento de decadência ou de
prescrição”.

De acordo com o artigo 310, o indeferimento da tutela cautelar não obsta


que a parte formule o pedido principal, nem influi no julgamento da lide, salvo
se o motivo do indeferimento for o reconhecimento da prescrição ou
decadência.
A sentença da medida cautelar não decide o mérito do pedido principal.
Logo, mesmo após o trânsito em julgado, que faz coisa julgada formal, não faz
coisa julgada material quanto ao pedido principal, salvo se reconhecida a
prescrição ou decadência que se referem ao pedido principal.
Curso Preparatório para OAB 2ª Fase Civil

Вам также может понравиться