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REGIME DISCIPLINAR
1 DEVERES
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ÉTICA P/ AUDITOR-FISCAL DO TRABALHO
PROFESSOR: LEANDRO CADENAS
Seguindo o princípio da legalidade, cabe ao servidor observar as normas
legais e regulamentares, pois, no serviço público, só pode ser feito aquilo
expressamente relacionado na legislação pertinente.
Como ressabido, a hierarquia é característica própria da Administração
Pública. Como conseqüência, o servidor deve cumprir as ordens superiores,
exceto quando manifestamente ilegais. A exceção é clara: se a ordem não
for obviamente contra a lei, deve ser cumprida. Se o chefe determina que
se entregue determinada soma de dinheiro a alguém, por mais que possa
parecer resultado de corrupção, se não for patente, deve ser cumprida, pois
pode tratar-se de pagamento legítimo. Contudo, se o mesmo chefe manda
matar alguém, por óbvio que essa ordem é antijurídica, não devendo, em
hipótese alguma, ser cumprida, sob pena de responsabilização como co-
autor.
A função do servidor é justamente servir ao público. E isso é efetivado
quando se atende com presteza, rapidez, celeridade, tanto ao público em
geral, prestando as informações requeridas, quanto às autoridades, em
especial requisições para a defesa da Fazenda Pública. Evidentemente, as
informações a serem prestadas são aquelas que não estejam protegidas por
sigilo, no interesse público, sempre.
A agilidade tem de estar presente também quando da expedição de
certidões requeridas para defesa de direito ou esclarecimento de situações
de interesse pessoal, dentro do prazo legal de 15 (quinze) dias, sob pena de
responsabilização.
A economia de material e a conservação do patrimônio público interessam à
toda sociedade, uma vez que é o dinheiro público que sustenta toda a
máquina administrativa. Como estão nas mãos dos servidores públicos, a
eles cabe zelar pelos materiais usados, bem como cuidar do patrimônio
estatal.
A discrição sobre os assuntos da repartição é tão importante que, em se
violando o sigilo funcional, fica o autor da ação ou omissão sujeito às penas
do art. 325 do Código Penal. A regra é que se deve guardar sigilo de tudo
quanto se saiba no exercício da função pública, não divulgando dados ou
informações que provoquem prejuízo ao interesse público.
Nessa toada, assim prevê a CF/88:
Art. 37, § 7° - A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao
ocupante de cargo ou emprego da administração direta e indireta
que possibilite o acesso a informações privilegiadas.
Como outra obrigação do servidor, tem-se a de manter conduta compatível
com a moralidade administrativa, não só enquanto na repartição pública,
mas sim em todas suas condutas dentro da sociedade.
Ser assíduo significa comparecer diariamente à repartição para exercer suas
atribuições, e ser pontual quer dizer cumprir adequadamente a carga
horária diária, chegando no horário e ficando até o fim do expediente. No
caso de não-cumprimento dessas obrigações, o servidor poderá perder a
remuneração do dia em que faltar ao serviço (art. 44, I e II), ou ainda
perder o cargo (arts. 138 e 139).
Tratar com urbanidade as pessoas é outro dever fundamental dos
servidores, pois as pessoas em geral são a razão maior da existência do
serviço público. Assim, o atendimento às necessidades dos usuários dos
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serviços públicos envolve, além de boas maneiras e respeito entre os
cidadãos, afabilidade, civilidade, cortesia.
Por fim, dois incisos que se inter-relacionam dizem respeito às
irregularidades ou ilegalidades de que o servidor tenha conhecimento no
exercício de suas funções. Assim, deve levar ao conhecimento da
autoridade superior as irregularidades de que tiver ciência em razão do
cargo e representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder. Isso
significa que, sempre que souber de algo irregular, deve avisar à autoridade
competente. Representação é a forma (sempre escrita) com que o servidor
dirige-se a quem de direito para comunicar fatos ilegais, omissão ou abuso
de poder, para que seja promovida a responsabilização devida, anexando
todas as provas a que tenha acesso. Essa representação será encaminhada
pela via hierárquica e apreciada pela autoridade superior àquela contra a
qual é formulada, assegurando-se ao representando ampla defesa (art. 116,
parágrafo único). Tal caminho será cumprido ainda que o representando
seja o chefe por meio de quem o representante tem de encaminhar tal
documento, o que, muita vez, torna esse expediente inócuo. De qualquer
forma, importante ressaltar que, se o servidor que toma conhecimento de
irregularidade não cumprir com seu dever de representar, estará ele
também sujeito às penalidades legais.
2 PROIBIÇÕES
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III - casos de demissão:
III.I - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em
detrimento da dignidade da função pública;
III.II - participar de gerência ou administração de sociedade privada,
personificada ou não personificada, exercer o comércio, exceto na
qualidade de acionista, cotista ou comanditário;1
III.III - atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições
públicas, salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou
assistenciais de parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou
companheiro;
III.IV - receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer
espécie, em razão de suas atribuições;
III.V - aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro;
III.VI - praticar usura sob qualquer de suas formas;
III.VII - proceder de forma desidiosa;
III.VIII - utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em
serviços ou atividades particulares.
À lista do Estatuto, acrescente-se que será punido com a pena de demissão,
sem prejuízo de outras sanções cabíveis, o agente público que se recusar a
prestar declaração dos bens, dentro do prazo determinado, ou que a prestar
falsa, nos termos do art. 13, § 3°, da Lei no 8.429/92, Lei da Improbidade
Administrativa.
É proibido, ainda, ao servidor, recusar-se à obrigatória inspeção médica
determinada pela autoridade competente, sob pena de suspensão, se
injustificada a recusa (art. 130, § 1°).
A seguir, breves comentários sobre o que é defeso ao servidor,
negligenciando propositalmente aquelas proibições que são por demais
óbvias, que não serão aqui desnecessariamente esmiuçadas.
Dentro do seu horário de expediente, a obrigação do servidor é trabalhar,
executando suas tarefas. Por isso, não é possível que se ausente a qualquer
momento, sem a prévia e necessária autorização do chefe imediato. Se
assim não proceder, poderá perder parcela da remuneração diária (art. 44,
II).
Tampouco pode o servidor retirar documentos ou objetos da repartição por
conta própria, podendo, inclusive, vir a ser considerada a prática de
peculato, que é o "furto" praticado pelo funcionário público (CP, art. 312).
Não importa a natureza pública ou privada do documento: se estiver sob a
responsabilidade da Administração, não poderá sair sem prévia anuência da
autoridade competente, precedida sempre do devido registro de saída e
recibo dado pela pessoa que o retire.
No que concerne à indispensável fé a documentos públicos, o Estatuto
repete a previsão constitucional do art. 19, II, que veda à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios recusar fé aos documentos
1
Inciso com redação dada pela Lei n° 11.784/2008. Compare a redação anterior: "participar
de gerência ou administração de sociedade privada, personificada ou não personificada,
salvo a participação nos conselhos de administração e fiscal de empresas ou entidades em
que a União detenha, direta ou indiretamente, participação no capital social ou em sociedade
cooperativa constituída para prestar serviços a seus membros, e exercer o comércio, exceto
na qualidade de acionista, cotista ou comanditário".
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públicos. Como entes abstratos que são, estendeu-se essa proibição para
seus servidores, que dão efetividade às finalidades do Estado.
O serviço deve ser executado com agilidade, assim como o andamento de
documento ou processo, atendendo, com isso, também ao princípio da
eficiência (CF/88, art. 37, caput), que vale para todas as esferas, Poderes e
órgãos. Rui Barbosa, dirigindo-se à turma de 1920 da Faculdade de Direito
de São Paulo, disse-lhes: "não sejais, pois, desses magistrados, nas mãos
de quem os autos penam como as almas do purgatório, ou arrastam sonos
esquecidos como preguiças do mato". Essa lição histórica vale para todos.
O ambiente de trabalho na repartição deve ser agradável para o bom
desenvolvimento das atribuições de cada funcionário. Porém, não só as
manifestações de desapreço são vedadas, mas também as de apreço, ou
seja, além de injúrias, menosprezo e críticas despropositadas, a bajulação
ou adulação igualmente estão proibidas. Ainda que o art. 5o da Constituição
Federal de 1988, em seu inciso IV, garanta a liberdade de manifestação do
pensamento, por suas próprias características, não pode ser efetivada
dentro da repartição quando se referir a pessoas, pois poderia haver desvio
do princípio da impessoalidade, com benefícios escusos aos bajuladores ou
punições indevidas aos críticos.
As atribuições do cargo devem ser desenvolvidas pelo servidor legalmente
investido, não podendo repassar suas responsabilidades a pessoa fora dos
quadros da repartição. Mesmo entre os subordinados, cada um tem suas
próprias competências, não podendo o chefe repassar serviços diversos dos
que a lei determina, exceto nas situações legalmente ressalvadas, como em
casos emergenciais e transitórios (art. 117, XVII). Em qualquer caso,
obedecendo à hierarquia, deve o servidor cumprir a ordem, desde que não
manifestamente ilegal (art. 116, IV).
A odiosa prática de "sugerir" a filiação do subordinado a sindicato,
associação profissional ou a partido político que, infelizmente, é comum no
serviço público, é expressamente proibida, repetindo a previsão genérica da
Constituição, que em seu art. 8 o , V, diz que ninguém será obrigado a filiar-
se ou a manter-se filiado a sindicato e, no art. 5°, XX, que ninguém poderá
ser compelido a associar-se ou a permanecer associado. A própria coação
pressupõe a força, obrigar alguém a fazer ou não alguma coisa,
independentemente de ser legal ou ilegal. É a exigência desse
comportamento que o torna ilegítimo.
O nepotismo2, no seu sentido de favoritismo para com parentes, está
vedado no que se refere a cargo ou função de confiança atribuídos a
cônjuge, companheiro ou parente até o segundo grau civil, sob a chefia
imediata da autoridade que faz a nomeação. Isso não proíbe que o parente
seja subordinado, mas sim que seja titular de cargo ou função de confiança.
2
A prática é antiga. Veja o trecho final da Carta que Pero Vaz de Caminha enviou ao Rei de
Portugal, D. Manuel, tida por muitos como a "certidão de nascimento" do Brasil, onde o
próprio pede emprego para seu genro: "E pois que, Senhor, é certo que tanto neste cargo
que levo como em outra qualquer coisa que de Vosso serviço for, Vossa Alteza há de ser de
mim muito bem servida, a Ela peço que, por me fazer singular mercê, mande vir da ilha de
São Tomé a Jorge de Osório, meu genro — o que d'Ela receberei em muita mercê. Beijo as
mãos de Vossa Alteza. Deste Porto Seguro, da Vossa Ilha de Vera Cruz, hoje, sexta-feira,
primeiro dia de maio de 1500. Pero Vaz de Caminha."
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Por parente até o segundo grau civil entende-se como sendo os pais e filhos
(primeiro grau), avós, netos e irmãos (segundo grau).
Nessa linha, declarou o STF3 a constitucionalidade da Resolução n° 074, de
18/10/2005, do CNJ, culminando por editar, em 21/08/2008, a Súmula
Vinculante n° 13, com o seguinte teor:
A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta,
colateral ou por afinidade, até 3° grau, inclusive da autoridade
nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em
cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de
cargo em comissão ou de confiança ou ainda de função
gratificada da administração pública direta, indireta em qualquer
dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
municípios, compreendido o ajuste mediante designações
recíprocas, viola a Constituição Federal.
Note que o STF declarou ferir a Constituição "a nomeação de cônjuge,
companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até 3°
grau", enquanto que o Estatuto proíbe, em seu texto, até o segundo grau
civil. Com isso, os parentes atingidos pela súmula são: cônjuge,
companheiro, pai, filho, tio, sobrinho, cunhado, avô, neto, sogra, sogro,
genro, nora, bisavô e bisneto.
A Lei n° 11.416/20065, contém previsão semelhante sem seu art. 6°, in
verbis: "No âmbito da jurisdição de cada tribunal ou juízo é vedada a
/X/ I • /X/ • /V /- /X/
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STF, ADC 12/DF, relator Ministro Carlos Britto, julgamento em 20/08/2008.
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Disciplina o exercício de cargos, empregos e funções por parentes, cônjuges e
companheiros de magistrados e de servidores investidos em cargos de direção e
assessoramento, no âmbito dos órgãos do Poder Judiciário e dá outras providências.
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Dispõe sobre as Carreiras dos Servidores do Poder Judiciário da União.
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admissível que um policial seja segurança privado, que um fiscal do
Ministério do Trabalho preste assessoria trabalhista privada, ou outros
tantos exemplos que diuturnamente são vistos.
Acrescente-se que será punido com suspensão de até 15 (quinze) dias o
servidor que, injustificadamente, recusar-se a ser submetido à inspeção
médica determinada pela autoridade competente, cessando os efeitos da
penalidade uma vez cumprida a determinação (art. 130, § 1°).
Quando houver violação dos incisos analisados a seguir, poderá o servidor
faltoso, sempre precedido de processo administrativo, sofrer a penalidade
de demissão (art. 132, XIII), pois, como se verão, são faltas mais graves
que as vistas até aqui.
Como o próprio nome diz, a função é pública, e não pode ser usada para
lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade da
função pública. Usar o cargo para obter favores, ou mesmo concedê-los,
fere a moralidade, a finalidade e o interesse público; é lamentável essa
prática em nossa sociedade.
Ao servidor público é proibido também participar de gerência ou
administração de sociedade privada, personificada ou não personificada, e
exercer o comércio. Pode, sim, ser acionista, cotista ou comanditário, mas
nunca gerente ou administrador.
A MP n° 431/2008, posteriormente convertida na Lei n° 11.784/2008,
alterou a redação do inciso X do art. 117, fazendo incluir um parágrafo
único ao artigo, com as regras a seguir reproduzidas:
Art. 117, parágrafo único. A vedação de que trata o inciso X não
se aplica nos seguintes casos:
I - participação nos conselhos de administração e fiscal de
empresas ou entidades em que a União detenha, direta ou
indiretamente, participação no capital social ou em sociedade
cooperativa constituída para prestar serviços a seus membros; e
II - gozo de licença para o trato de interesses particulares, na
forma do art. 91, observada a legislação sobre conflito de
interesses.
O inciso I retro já era previsto no próprio art. 117, X (na antiga redação
dada pela Lei n° 11.094/2005). A novidade veio por conta da segunda
exceção, é dizer, durante a licença para o trato de interesses particulares,
desde que não haja conflito de interesses, pode o servidor licenciado
participar de gerência ou administração de sociedade privada, personificada
ou não personificada, e exercer o comércio.
Advocacia administrativa é o patrocínio de interesse privado perante a
Administração Pública, valendo-se da qualidade de funcionário: essa ação é
tipificada como crime (CP, art. 321). É, por outras palavras, o uso do cargo
para intermediar vantagens para outrem perante a Administração. Contudo,
ficou ressalvada a possibilidade de atuação, como procurador ou
intermediário, quando se tratar de benefícios previdenciários ou
assistenciais de parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou
companheiro. Como mencionado alhures, por parente até o segundo grau
civil entende-se como sendo os pais, filhos, avós, netos e irmãos.
A retribuição pelo exercício das atribuições do cargo é paga pelos cofres
públicos, estando vedada a percepção de propina, comissão, presente ou
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vantagem de qualquer espécie, configurando ato de improbidade
administrativa, com a possível suspensão de direitos políticos de 08 (oito) a
10 (dez) anos, entre outras penalidades aplicáveis. 56
Fica também o servidor impedido de receber qualquer comissão, emprego
ou pensão de estado estrangeiro, para que se mantenha a indispensável
soberania nacional. Se assim não proceder, perderá o cargo.
Usura é o empréstimo de dinheiro a juros superiores à taxa legal, a famosa
agiotagem, e, assim, não pode, o servidor, praticar usura sob qualquer de
suas formas.
Por desídia entende-se o elemento da culpa que consiste em negligência ou
descuido na execução de um serviço, e proceder de forma desidiosa, que
está vedado, consiste em comportamento indolente, preguiçoso, desleixado.
Trata-se de um "conceito indeterminado", que deve ser analisado pelo
intérprete, seja o administrador no momento de valorar a conduta e aplicar
motivada e fundamentadamente a penalidade, seja pelo Judiciário, quando
controla a legalidade do ato administrativo:
A autoridade administrativa está autorizada a praticar atos discricionários
apenas quando norma jurídica válida expressamente a ela atribuir essa livre
atuação. Os atos administrativos que envolvem a aplicação de "conceitos
indeterminados" estão sujeitos ao exame e controle do Poder Judiciário. O
controle jurisdicional pode e deve incidir sobre os elementos do ato, à luz
dos princípios que regem a atuação da Administração. Processo disciplinar,
no qual se discutiu a ocorrência de desídia --- art. 117, inciso XV da Lei n.
8.112/90. Aplicação da penalidade, com fundamento em preceito diverso do
indicado pela comissão de inquérito. A capitulação do ilícito administrativo
não pode ser aberta a ponto de impossibilitar o direito de defesa.6
Por fim, não está permitido o uso de pessoal ou recursos materiais da
repartição em serviços ou atividades particulares, consistindo, da mesma
forma, em improbidade administrativa, passível de, além da perda do
cargo, punições previstas na legislação específica. Como exemplos disso,
temos o uso do carro oficial para deslocamentos particulares, ou de avião
da Aeronáutica para levar altas autoridades para férias em paraísos do
nosso litoral, ou, ainda, o deslocamento de servidores para trabalhos em
residência de autoridades.
3 ACUMULAÇÃO
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STF, RMS 24.699/DF, relator Ministro Eros Grau, publicação DJ 01/07/2005.
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XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos,
exceto, quando houver compatibilidade de horários, observado
em qualquer caso o disposto no inciso XI.
a) a de dois cargos de professor;
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico;
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de
saúde, com profissões regulamentadas;
XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e funções
e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades
de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas,
direta ou indiretamente, pelo Poder Público.
No Estatuto, tais previsões encontram-se expressas no art. 118 e seguintes,
cujo caput expressa: "ressalvados os casos previstos na Constituição, é
vedada a acumulação remunerada de cargos públicos".
Inicialmente, ressalte-se que essa proibição alcança não só a Administração
Pública Direta, mas também autarquias, fundações, empresas públicas e
sociedades de economia mista7. Alterado, pela EC no 19/98, o inciso XVII
supra, ampliou-se a vedação para as subsidiárias e sociedades controladas,
direta ou indiretamente, pelo Poder Público. Assim, sempre que o Estado
tenha participação acionária, diretamente ou por meio da Administração
Indireta, haverá essa vedação.
Sobre as exceções, só existem elas, repita-se, para cargos públicos
remunerados, e onde haja compatibilidade de horários e expressa previsão.
Ademais, todas referem-se a apenas dois cargos, inexistindo possibilidade
de acumulação de três cargos públicos remunerados. Diógenes Gasparini
ensina que a norma temporária do § 1o do art. 178 do ADCT contém uma
possibilidade de acumulação de três cargos, sendo dois como médico civil e
outro como médico militar9. Como regra, então, não cabe acumulação de
três cargos:
7
STF, ADI 1.770/DF, relator Ministro Joaquim Barbosa, publicação DJ 01/12/2006, noticiado
no Informativo 444: ADI. READMISSÃO DE EMPREGADOS DE EMPRESAS PÚBLICAS E
SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA. ACUMULAÇÃO DE PROVENTOS E VENCIMENTOS.
EXTINÇÃO DO VÍNCULO EMPREGATÍCIO POR APOSENTADORIA ESPONTÂNEA. NÃO-
CONHECIMENTO. INCONSTITUCIONALIDADE. Lei 9.528/1997, que dá nova redação ao § 1°
do art. 453 da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT -, prevendo a possibilidade de
readmissão de empregado de empresa pública e sociedade de economia mista aposentado
espontaneamente. (...) É inconstitucional o § 1° do art. 453 da CLT, com a redação dada
pela Lei 9.528/1997, quer porque permite, como regra, a acumulação de proventos e
vencimentos - vedada pela jurisprudência do Supremo Tribunal Federal -, quer porque se
funda na idéia de que a aposentadoria espontânea rompe o vínculo empregatício. (...) Ação
conhecida quanto ao § 1° do art. 453 da Consolidação das Leis do Trabalho, na redação dada
pelo art. 3° da mesma Lei 9.528/1997, para declarar sua inconstitucionalidade.
8
ADCT, art. 17, § 1°: É assegurado o exercício cumulativo de dois cargos ou empregos
privativos de médico que estejam sendo exercidos por médico militar na administração
pública direta ou indireta.
9
Veja-se também: STF, RE 298.189/DF, relatora Ministra Ellen Gracie, publicação DJ
03/09/2004: 1. Integrante da Corporação do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal,
que exercia, à época da promulgação da Constituição Federal, cumulativamente à função de
auxiliar de enfermagem da referida corporação, cargo de idêntica denominação na Fundação
Hospitalar do Distrito Federal. Não incidência do art. 17, § 2° da ADCT à espécie, tendo em
vista que a norma aplicável aos servidores militares é a prevista no § 1° do art. 17 do ADCT,
a qual prevê acumulação lícita de cargos ou empregos por médico militar, hipótese que não
se estende a outros profissionais de saúde. 2. Recurso extraordinário conhecido e provido.
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Nos termos do art. 37, inciso XVI, da Constituição Federal, com as
alterações introduzidas pela EC n.° 20/98, não há direito líquido e certo à
tríplice acumulação de proventos relativos a duas aposentadorias com o
vencimento de um terceiro cargo para qual o servidor tenha sido nomeado
em razão de aprovação em concurso público.10
A Constituição expressamente dispõe os casos em que é possível a
acumulação de cargos (art. 37, XVI e XVII), e nele não se enquadra a
situação dos recorrentes (ocupantes de três cargos médicos).11
A Constituição da República consagra o princípio geral da inacumulação de
cargos públicos, excepcionando apenas as hipóteses exaustivamente
previstas, dentre elas a de dois cargos de professor e de um cargo de
professor com outro técnico ou científico (art. 37, XVI, 'a' e 'b'). Incide o
óbice constitucional na hipótese de acumulação de dois cargos de
magistério nas esferas Municipal e Estadual com cargo de natureza técnica
no âmbito do Poder Público Federal.12
Outra regra transitória está prevista no mesmo art. 17, § 2°, ADCT:
É assegurado o exercício cumulativo de dois cargos ou empregos privativos
de profissionais de saúde que estejam sendo exercidos na administração
pública direta ou indireta.
Segundo decidiu o STF13, essa regra aplica-se também aos militares,
conforme se vê na notícia divulgada no sítio desse Tribunal, em
30/05/2006:
A Segunda Turma decidiu, por unanimidade, prover o Recurso
Extraordinário (RE) 182.811, interposto pela defesa de médicos da Polícia
Militar mineira, contra acórdão do Tribunal de Justiça de Minas Gerais
(TJ/MG), que entendeu não ser aplicável aos militares da área de saúde o
disposto no parágrafo 2°, do artigo 17, do Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias (ADCT), já que os militares são regidos por
estatuto próprio.
Os advogados dos médicos alegam que o dispositivo não reconhecido pelo
TJ/MG, assegura o exercício cumulativo de dois cargos ou empregos
privativos de profissionais de saúde que estejam sendo exercidos na
administração pública direta ou indireta, estendendo sua aplicação tanto a
civis como militares. Acrescentam que o acórdão contestado fere o artigo 5°
da Constituição Federal que declara a igualdade de todos perante a lei, sem
distinção de qualquer natureza.
Em seu voto o relator, ministro Gilmar Mendes, citou o RE 212160, que
tratou de matéria análoga, quando a Corte adotou o entendimento de que é
lícita a aplicação do parágrafo 2°, do artigo 17, do ADCT, tanto aos
profissionais de saúde civis como militares. O RE citado acrescenta que não
há impedimento de se interpretar o artigo 142, parágrafo 3°, inciso III da
CF [que prevê a transferência para a reserva do militar que aceita cargo
10
STJ, AgRg no RMS 13.778/PR, relatora Ministra Laurita Vaz , publicação DJ 02/05/2006.
11
STJ, ROMS 10.679/CE, relator Ministro José Arnaldo da Fonseca, publicação DJ
17/12/1999.
12
STJ, ROMS 10.677/RJ, relator Ministro Vicente Leal, publicação DJ 15/05/2000.
13
STF, RE 182.811/MG, relator Ministro Gilmar Mendes, publicação DJ 30/06/2006: Recurso
extraordinário. Acumulação de cargos. Profissionais de saúde. Cargo na área militar e em
outras entidades públicas. Possibilidade. Interpretação do art. 17, § 2°, do ADCT.
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público civil] em consonância com o disposto no artigo 17 da ADCT, sem
que o militar tenha de ser transferido para a reserva.
Concluindo, Gilmar Mendes declarou que "interpretar o parágrafo 2°, do
artigo 17 do ADCT como excludente dos profissionais da área de saúde das
carreiras militares, importaria também estender o mesmo entendimento à
alínea c, inciso XVI do artigo 37 da Constituição [que permite a acumulação
de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com
profissões regulamentadas] o que não se cogita". Dessa forma o ministro-
relator conheceu e deu provimento ao recurso, sendo seguido pela Turma.
De qualquer forma, "o art. 17, § 2°, do ADCT deve ser interpretado em
conjunto com o inciso XVI do art. 37 da Constituição Federal, estando a
cumulação de cargos condicionada à compatibilidade de horários"14.
Ressalto ainda que, sobre cargos não-remunerados ou da iniciativa privada,
não há se falar em acumulação.
Qualquer que seja o caso, o somatório das remunerações não poderá
ultrapassar o limite imposto pelo inciso XI do mesmo art. 37 da CF/88, e a
acumulação de cargos, ainda que lícita, fica condicionada à comprovação da
compatibilidade de horários (art. 118, § 2°).
As exceções, esparsas pelo texto constitucional, são as seguintes:
I - dois cargos de professor (CF/88, art. 37, XVI, a);
II - um cargo de professor com outro técnico ou científico (CF/88, art.
37, XVI, b);
III - dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde,
com profissões regulamentadas (CF/88, art. 37, XVI, c);
IV - magistrado15 com uma função de magistério16 (CF/88, art. 95,
parágrafo único, I)17;
V - membro do Ministério Público com outra função pública de
magistério18 (CF/88, art. 128, § 5 o , II, d)19;
14
STF, RE 351.905/RJ, relatora Ministra Ellen Gracie, publicação DJ 01/07/2005.
15
STF, ADI 3.367/DF, relator Ministro Cezar Peluso, DJ 17/03/2006: Nenhum dos advogados
ou cidadãos membros do Conselho Nacional de Justiça pode, durante o exercício do
mandato, exercer atividades incompatíveis com essa condição, tais como exercer outro cargo
ou função, salvo uma de magistério, dedicar-se a atividade político-partidária e exercer a
advocacia no território nacional.
16
Regulamentada pela Resolução CNJ n° 34, de 24/04/2007.
17
O Tribunal, por maioria, referendou a liminar concedida pelo Ministro Nelson Jobim,
Presidente, em ação direta ajuizada pela AJUFE - Associação dos Juízes Federais do Brasil -
em face da Resolução n° 336/2003, do Conselho da Justiça Federal, para suspender a
eficácia da expressão "único(a)" constante do art. 1° da norma impugnada (Resolução
336/2003: "Art. 1° Ao magistrado da Justiça Federal de primeiro e segundo graus, ainda que
em disponibilidade, é defeso o exercício de outro cargo ou função, ressalvado(a) um(a)
único(a) de magistério, público ou particular."). Entendeu-se que a fixação ou a imposição de
que haja apenas uma "única" função de magistério não atende, a princípio, ao objetivo da
Constituição Federal que, ao usar, na ressalva constante do inciso I do parágrafo único do
seu art. 95, a expressão "uma de magistério", visa apenas impedir que a cumulação
autorizada prejudique, em termos de horas destinadas ao magistério, o exercício da
magistratura, sendo a questão, portanto, de compatibilização de horários, a ser resolvida
caso a caso. Vencidos, em parte, os Ministros Marco Aurélio e Carlos Britto, que indeferiam a
liminar. ADI 3.126 MC/DF, rel. Min. Gilmar Mendes, publicação DJ 06/05/2005.
18
STF, ADI 3.298/ES, relator Ministro Gilmar Mendes, publicação DJ 29/06/2007: somente
se permite aos promotores e procuradores de Justiça o exercício de cargos em comissão na
própria organização do Ministério Público, pois o art. 128, parágrafo 5°, inciso II, alínea "d",
da Constituição Federal, proíbe que integrantes do Ministério Público, mesmo em
11
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VI - Ministro do TCU com outra função de magistério (CF/88, art. 73, §
3 o );
VII - Vereador com qualquer outro cargo, emprego ou função (CF/88,
art. 38, III)20.
Com relação aos cargos privativos de profissionais da saúde, essa alínea foi
alterada pela EC no 34/2001, ampliando a antiga previsão, que se limitava
a cargos privativos de médico para incluir profissionais de saúde, com
profissões regulamentadas, como enfermeiro, farmacêutico, fisioterapeuta,
odontólogo etc.
Para qualificar-se determinado cargo como técnico ou científico, duas
possibilidades devem ser bem delineadas. Exige-se, para provimento desse
tipo de cargo, que o candidato tenha formação em curso de nível superior
ou médio, desde que, neste caso, as atribuições do cargo emprestem-lhe
características de "técnico".
São cargos técnicos de nível médio, entre outros, os seguintes:
Programador, Técnico de Laboratório, Técnico de Contabilidade, Auxiliar de
Enfermagem, Desenhista. Cargos de nível médio, cujas atribuições
caracterizam-se como de natureza burocrática, repetitiva e de pouca ou
nenhuma complexidade, não poderão, em face de não serem considerados
técnicos ou científicos, ser acumulados com outro de magistério. Citem-se
os seguintes exemplos: Agente Administrativo, Assistente em
Administração, Agente de Portaria, Datilógrafo etc.
A propósito, cite-se decisão do STJ:
ACUMULAÇÃO DE CARGOS PÚBLICOS. PROFESSOR APOSENTADO
E AGENTE EDUCACIONAL. IMPOSSIBILIDADE. CARGO TÉCNICO
OU CIENTÍFICO. NÃO-OCORRÊNCIA. (...) O Superior Tribunal de
Justiça tem entendido que cargo técnico ou científico, para fins de
acumulação com o de professor, nos termos do art. 37, XVII, da
Lei Fundamental, é aquele para cujo exercício sejam exigidos
conhecimentos técnicos específicos e habilitação legal, não
necessariamente de nível superior. Hipótese em que a
impetrante, professora aposentada, pretende acumular seus
proventos com a remuneração do cargo de Agente Educacional II
- Interação com o Educando - do Quadro dos Servidores de
Escola do Estado do Rio Grande do Sul, para o qual não se exige
conhecimento técnico ou habilitação legal específica, mas tão-
somente nível médio completo, nos termos da Lei Estadual
11.672/2001. Suas atribuições são de inegável relevância, mas
de natureza eminentemente burocrática, relacionadas ao apoio à
atividade pedagógica.21
disponibilidade, exerçam qualquer outra função pública, a não ser uma de magistério. Nesse
mesmo sentido a ADI 3.574/SE, relator Ministro Ricardo Lewandowski, publicação DJ
01/06/2007.
19
Regulamentada pela Resolução CNMP n° 03, de 16 de dezembro de 2005, que possibilita a
acumulação com magistério, público ou particular, por, no máximo, 20 (vinte) horas-aula
semanais, consideradas como tais as efetivamente prestadas em sala de aula, bem assim,
dentro desse limite, o exercício de cargos ou funções de coordenação (art. 1°, caput e
parágrafo único).
20
STF, ADI 307/CE, relator Ministro Eros Grau, publicação DJ 22/02/2008, Informativo 494.
21
STJ, RMS 20.033/RS, relator Ministro Arnaldo Esteves Lima, publicação DJ 12/03/2007.
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Saliento, ainda, que é proibida a acumulação ao militar (CF/88, art. 142, §
3 o , II e III).
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houver compatibilidade de horário e local com o exercício de um deles,
declarada pelas autoridades máximas dos órgãos ou entidades envolvidos,
poderá acumular um cargo efetivo com outro em comissão (art. 120).
Relembre-se a possibilidade, vista no item precedente, de acumulação dos
proventos com cargo em comissão.
4 RESPONSABILIDADES
23
RESPONSABILIDADE CIVIL DAS PESSOAS DE DIREITO PÚBLICO. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO
MOVIDA CONTRA O ENTE PÚBLICO E O FUNCIONÁRIO CAUSADOR DO DANO.
POSSIBILIDADE. O fato de a Constituição Federal prever direito regressivo às pessoas
jurídicas de direito público contra o funcionário responsável pelo dano não impede que este
último seja acionado conjuntamente com aquelas, vez que a hipótese configura típico
litisconsórcio facultativo.
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publicação DJ 08/09/200624). Tal decisão concentrou-se no fato de envolver
agente político (Prefeito25). Entendeu-se que, se eventual prejuízo ocorresse
por força de agir tipicamente funcional, não haveria como se extrair do
dispositivo constitucional a responsabilidade per saltum da pessoa natural
do agente. Dessa forma, em princípio, não se pode incluir nessa
interpretação o mesmo alcance para as demais categorias de agentes.
Não se manifestou esse Tribunal sobre a possibilidade de a vítima do dano
ingressar simultaneamente contra a Administração e o agente, formando
litisconsórcio. No entanto, quando o STF diz que o art. 37, § 6°, consiste
também em uma garantia para o agente público, que "somente responde
administrativa e civilmente perante a pessoa jurídica a cujo quadro
funcional pertencer", conclui-se que não poderia ele responder diretamente
à pessoa que sofreu o dano, nem mesmo em litisconsórcio com a
Administração.
Ressalte-se que tal decisão foi proferida em uma Turma, enquanto a
anterior, era do Pleno. Em face do tempo transcorrido entre ambas e da
inovação agora implementada, é bastante possível que se consagre esse
novo entendimento, afastando a possibilidade de ação diretamente contra o
agente causador do dano, quando, repita-se, o prejuízo advém de conduta
de agente político, cuja vontade se confunde com a vontade do Estado.
Assim, nos termos dessa decisão, o art. 37, § 6°, da CF/88, consagra dupla
garantia: uma em favor do particular, possibilitando-lhe ação indenizatória
contra a pessoa jurídica de direito público ou de direito privado que preste
serviço público; outra, em prol do servidor estatal, que somente responde
administrativa e civilmente perante a pessoa jurídica a cujo quadro
funcional pertencer. O particular que sofra o dano não pode, então, ajuizar
ação, diretamente, contra o agente público; o agente público somente
responde, regressivamente, à pessoa jurídica a cujos quadros funcionais
pertencer.
Note recente julgado noticiado pelo Informativo 519 do STF26:
Responsabilidade Civil do Estado e Ato Decorrente do Exercício
da Função
A Turma deu provimento a recurso extraordinário para assentar
a carência de ação de indenização por danos morais ajuizada em
24
No caso, a recorrente propusera ação de perdas e danos em face de prefeito, pleiteando o
ressarcimento de supostos prejuízos financeiros decorrentes de decreto de intervenção
editado contra hospital e maternidade de sua propriedade. Esse processo fora declarado
extinto, sem julgamento de mérito, por ilegitimidade passiva do réu, decisão mantida pelo
Tribunal de Justiça local. Considerou-se que, na espécie, o decreto de intervenção em
instituição privada seria ato típico da Administração Pública e, por isso, caberia ao Município
responder objetivamente perante terceiros. (STF, Informativo 436).
25
Em outra decisão, no mesmo sentido, estava envolvido magistrado: STF, RE 228.977/SP,
relator Ministro Néri da Silveira, publicação DJ 12/04/2002: A autoridade judiciária não tem
responsabilidade civil pelos atos jurisdicionais praticados. Os magistrados enquadram-se na
espécie agente político, investidos para o exercício de atribuições constitucionais, sendo
dotados de plena liberdade funcional no desempenho de suas funções, com prerrogativas
próprias e legislação específica. 3. Ação que deveria ter sido ajuizada contra a Fazenda
Estadual - responsável eventual pelos alegados danos causados pela autoridade judicial, ao
exercer suas atribuições -, a qual, posteriormente, terá assegurado o direito de regresso
contra o magistrado responsável, nas hipóteses de dolo ou culpa.
26
STF, RE 344.133/PE, relator Ministro Marco Aurélio, julgamento 9.9.2008, Informativo
519.
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desfavor de diretor de universidade federal que, nessa
qualidade, supostamente teria ofendido a honra e a imagem de
subordinado. De início, rejeitou-se a pretendida competência da
Justiça Federal (CF, art. 109, I) para julgar o feito. Asseverou-se
que a competência é definida pelas balizas da ação proposta e
que, no caso, a inicial revela que, em momento algum, a
universidade federal fora acionada. Enfatizou-se, no ponto, que
o ora recorrido ingressara com ação em face do recorrente,
cidadão. Desse modo, pouco importaria que o ato praticado por
este último o tivesse sido considerada certa qualificação
profissional. De outro lado, reputou-se violado o § 6° do art.
37 da CF, haja vista que a ação por danos causados pelo
agente deve ser ajuizada contra a pessoa de direito
público e as pessoas de direito privado prestadoras de
serviços públicos, o que, no caso, evidenciaria a
ilegitimidade passiva do recorrente. Concluiu-se que o
recorrido não tinha de formalizar ação contra o
recorrente, em razão da qualidade de agente desse
último, tendo em conta que os atos praticados o foram
personificando a pessoa jurídica de direito público. (grifou-
se)
A doutrina discute, também, a aplicação da denunciação da lide, nos
termos do art. 70, III, do CPC. Havendo ação do particular contra o Estado,
a este caberia a denunciação da lide àquele que estiver obrigado a
indenizar, em ação regressiva, o prejuízo do que perder a demanda. Vários
são os argumentos contrários e a favor, mas, apenas para resumir, veja-se
que, se a ação se baseia na culpa anônima, ou seja, se não se alega
que houve culpa do agente, não caberia a denunciação. Por outro lado,
caberia se houvesse argüição da culpa dele, bem assim a propositura
da ação contra ambos (litisconsórcio passivo) ou somente contra o
funcionário.
De qualquer forma, repita-se que, na esfera do estatuto federal, resolveu-
se tal questão com a previsão de que o servidor responderá, perante a
Fazenda Pública, em ação regressiva (art. 122, § 2 o ).
Se falecer o servidor devedor, a obrigação de reparar o dano estende-se
aos sucessores e contra eles será executada, até o limite do valor da
herança recebida (art. 122, § 3 o ). Regra semelhante contém o art 5 o ,
XLV27, da CF/88.
Assim, se a dívida for de $ 50, podem advir três possibilidades, para
exemplificar:
I - herança de $ 20. O Estado indeniza o administrado nos $ 50
devidos e recebe $ 20 do espólio, nada restando aos herdeiros. O
Estado fica com o prejuízo de $ 30, não podendo cobrar mais nada dos
sucessores;
II - herança de $ 50. Indenização ao administrado de $ 50 pelo
Estado, que recebe os $ 50 do espólio, nada restando aos herdeiros;
27
Art. 5°. (...) XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação
de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas
aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido;
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III - herança de $ 90. Estado repassa ao administrado $ 50, recebe
$ 50 do espólio, e os herdeiros distribuem os restantes $ 40.
Outro comando constitucional está no art. 37, § 5 o : "a lei estabelecerá os
prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer agente, servidor
ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações
de ressarcimento".
Como foram ressalvadas as ações de ressarcimento, são estas
imprescritíveis28, cabendo cobrança do quantum devido a qualquer tempo.
Sobre a esfera da responsabilidade penal, esta abrange os crimes e
contravenções imputadas ao servidor, nessa qualidade (art. 123). Os crimes
funcionais estão previstos nos arts. 312 a 326 e arts. 359-A a 359-H, todos
do Código Penal (CP), além de outras leis federais específicas.
Cada uma das sanções, civis, penais e administrativas, é independente das
demais, podendo cumular-se (art. 125). Um mesmo ato poderá redundar
em ressarcimento de prejuízos, privação de liberdade e demissão ao
servidor.
Porém, não é absoluto o princípio da independência das instâncias, visto
que há casos de interferência da decisão de uma esfera, a penal, nas
demais.
O processo penal, que pode envolver limitação a um direito de maior
relevância social, qual seja, a liberdade, tem como corolário a busca pela
máxima aproximação possível do que de fato ocorreu, não se limitando às
provas produzidas pelas partes. Então, pode/deve o juiz determinar a
produção de provas no processo penal, buscando sempre se aproximar da
verdade dos fatos (CPP, art. 15 6 29).
Em face, pois, do maior rigor que envolve a decisão penal, afasta-se a
responsabilidade administrativa do servidor no caso de absolvição criminal
que negue a existência do fato ou sua autoria (art. 126).
No entanto, em face da independência entre as instâncias, a Administração
Pública não precisa aguardar a conclusão da ação penal para demitir
servidor submetido ao regular processo administrativo disciplinar, não
sendo necessária a suspensão deste até o desfecho da ação penal a que
responde o servidor pelo mesmo ato:
SERVIDOR PÚBLICO. PENA DE DEMISSÃO. AUTONOMIA DA
ESFERA PENAL E DA INSTÂNCIA ADMINISTRATIVA. As decisões
emanadas do Poder Judiciário não condicionam o pronunciamento
censório da Administração Pública nem lhe coarctam o exercício
da competência disciplinar, exceto nos casos em que o juiz vier a
proclamar a inexistência de autoria ou a inocorrência material do
próprio fato, ou, ainda, a reconhecer a configuração de qualquer
28
STF, MS 26.210/DF, relator Ministro Ricardo Lewandowski, Informativos 518 e 523: TCU.
BOLSISTA DO CNPq. DESCUMPRIMENTO DA OBRIGAÇÃO DE RETORNAR AO PAÍS APÓS
TÉRMINO DA CONCESSÃO DE BOLSA PARA ESTUDO NO EXTERIOR. RESSARCIMENTO AO
ERÁRIO. O beneficiário de bolsa de estudos no exterior patrocinada pelo Poder Público, não
pode alegar desconhecimento de obrigação constante no contrato por ele subscrito e nas
normas do órgão provedor. Incidência, na espécie, do disposto no art. 37, § 5°, da
Constituição Federal, no tocante à alegada prescrição.
29
Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer; mas o juiz poderá, no curso da
instrução ou antes de proferir sentença, determinar, de ofício, diligências para dirimir dúvida
sobre ponto relevante.
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das causas de justificação penal. O exercício do poder disciplinar,
pelo Estado, não está sujeito ao prévio encerramento da
"persecutio criminis" que venha a ser instaurada perante órgão
competente do Poder Judiciário. As sanções penais e
administrativas, qualificando-se como respostas autônomas do
Estado à prática de atos ilícitos cometidos pelos servidores
públicos, não se condicionam reciprocamente, tornando-se
possível, em conseqüência, a imposição da punição disciplinar,
independentemente de prévia decisão da instância penal.30
DISCIPLINAR. INFRAÇÃO ADMINISTRATIVA TAMBÉM TIPIFICADA
COMO CRIME DE CONCUSSÃO. INDEPENDÊNCIA ENTRE AS
ESFERAS PENAL E ADMINISTRATIVA. SENTENÇA CRIMINAL
TRANSITADA EM JULGADO. DESNECESSIDADE. Tendo em vista a
independência das instâncias administrativa e penal, a sentença
criminal somente afastará a punição administrativa se reconhecer
a não-ocorrência do fato ou a negativa de autoria. Desse modo,
sendo regular o procedimento administrativo que culminou com a
aplicação da penalidade de demissão ao servidor, não enseja a
sua anulação a pendência de julgamento da ação penal
instaurada para a apuração do mesmo fato.31
A Lei menciona expressamente a responsabilidade administrativa, mas o
art. 935 do Código Civil (CC) estende essa vinculação à esfera a civil:
Art. 935. A responsabilidade civil é independente da criminal, não se
podendo questionar mais sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o
seu autor, quando estas questões se acharem decididas no juízo criminal.
Da mesma forma, resolvida a questão, na esfera penal, acerca da prática do
ato em estado de necessidade, em legítima defesa, em estrito cumprimento
de dever legal ou no exercício regular de direito, tal não se discute mais nas
demais instâncias (art. 65, CPP32). No entanto, a ação civil poderá ser
proposta quando não tiver sido, categoricamente, reconhecida a
inexistência material do fato (art. 66, CPP33).
Ressalte-se que, "pela falta residual, não compreendida na absolvição pelo
juízo criminal, é admissível a punição administrativa do servidor público"
(STF, Súmula n° 18). O juiz criminal fará uma análise no que toca à
existência ou não do crime, não se manifestando sobre eventuais ilícitos
administrativos. Então, segundo citada Súmula, se houver falta residual, tal
decisão do juízo criminal não influenciará a instância administrativa. Tal
resíduo administrativo só pode existir num processo por crime funcional, e
não por crime comum. 34
30
STF, MS 22.155/GO, relator Ministro Celso de Mello, publicação DJ 24/11/2006.
31
STJ, MS 9.318/DF, relatora Ministra Laurita Vaz, publicação DJ 18/12/2006.
32
Art. 65. Faz coisa julgada no cível a sentença penal que reconhecer ter sido o ato
praticado em estado de necessidade, em legítima defesa, em estrito cumprimento de dever
legal ou no exercício regular de direito.
33
Art. 66. Não obstante a sentença absolutória no juízo criminal, a ação civil poderá ser
proposta quando não tiver sido, categoricamente, reconhecida a inexistência material do
fato.
34
STF, RE 102.643/SP, relator Ministro Carlos Madeira, publicação DJ 16/06/1986:
Funcionário. Demissão. Reintegração no cargo em virtude de absolvição na ação penal. Falta
residual. Conceito. A falta residual que impede a reintegração do funcionário absolvido do
crime que deu causa à sua demissão, e a que ao juiz criminal não cabia apurar. Só num
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O Estatuto determina, ainda, o pagamento do auxílio-reclusão à família do
servidor ativo quando afastado por motivo de prisão (art. 229).
Do ocupante de cargos ou funções de chefia ou direção, exige-se que se
tomem as providências necessárias no sentido de apurar a responsabilidade
de seus subordinados, assim que tiver ciência de irregularidades, sob as
penas do art. 320 do CP, também previstas como dever de qualquer
servidor (art. 116, XII).
5 PENALIDADES
processo por crime funcional pode haver resíduo administrativo. Se o crime é comum,
estranho à função, e o acusado vem a ser absolvido, desconstitui-se o ato demissório.
35
COSTA, José Armando da. Teoria e Prática do Processo Administrativo Disciplinar. 4. ed.
Brasília: Brasília Jurídica, 2002, p. 423.
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Na imposição de pena disciplinar, deve a autoridade observar o princípio da
proporcionalidade, pondo em confronto a gravidade da falta, o dano
causado ao serviço público, o grau de responsabilidade de servidor e os
seus antecedentes funcionais de modo a demonstrar a justeza da sanção.36
Impende destacar que, na aplicação da penalidade, deve a autoridade
atentar para as garantias constitucionais insertas no art. 5°, XLVI, 'e',
XLVII, 'b', e § 2°, da CF/88:
XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre
outras, as seguintes:
(... )
e) suspensão ou interdição de direitos;
XLVII - não haverá penas:
(... )
b) de caráter perpétuo;
§ 2° - Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não
excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela
adotados, ou dos tratados internacionais em que a República
Federativa do Brasil seja parte.
Com isso, a jurisprudência não tem admitido penas de caráter perpétuo na
esfera administrativa, como se denota da leitura dos dois julgados abaixo,
ainda que haja decisão em sentido contrário37:
PENA DE INABILITAÇÃO PERMANENTE PARA O EXERCÍCIO DE
CARGOS DE ADMINISTRAÇÃO OU GERÊNCIA DE INSTITUIÇÕES
FINANCEIRAS. INADMISSIBILIDADE: ART. 5 , XLVI, "e", XLVII,
"b", E § 2, DA C.F. No mérito, é de se manter o aresto, no ponto
em que afastou o caráter permanente da pena de inabilitação
imposta aos impetrantes, ora recorridos, em face do que dispõem
o art. 5 , XLVI, "e", XLVII, "b", e § 2 da C.F. Não é caso, porém,
de se anular a imposição de qualquer sanção, como resulta dos
termos do pedido inicial e do próprio julgado que assim o deferiu.
Na verdade, o Mandado de Segurança é de ser deferido, apenas
para se afastar o caráter permanente da pena de inabilitação,
devendo, então, o Conselho Monetário Nacional prosseguir no
julgamento do pedido de revisão, convertendo-a em inabilitação
temporária ou noutra, menos grave, que lhe parecer adequada.
Nesses termos, o R.E. é conhecido, em parte, e, nessa parte,
provido.38
36
STJ, MS 8.106/DF, relator Ministro Vicente Leal, publicação DJ 28/10/2002.
37
TRF 1a Região, AC 95.01.25619-7 /DF, relator Juiz Federal Moacir Ferreira Ramos,
publicação DJ 31/07/2003, trânsito em julgado do acórdão em 18/08/2003:
ADMINISTRATIVO E CONSTITUCIONAL. CRM/GO. CASSAÇÃO DO EXERCÍCIO PROFISSIONAL
DE CIRURGIÃO. CONFIRMAÇÃO DA AUTORIA DE ATO CIRÚRGICO. FUGA DA
RESPONSABILIDADE DO PROFISSIONAL. GARANTIDO O DIREITO DE AMPLA DEFESA E DO
CONTRADITÓRIO. LEGALIDADE DA PENA. DESCARACTERIZADA A PENALIDADE COMO DE
CARÁTER PERPÉTUO. ART. 5°, INCISO XLVII, ALÍNEA "b", CF/88. Não há qualquer
ilegalidade ou inconstitucionalidade na aplicação da pena de cassação do exercício
profissional do médico, cuja paciente, submetida à cesariana, sofreu perda do útero e do
ovário, em decorrência de verificada imperícia, imprudência e negligência na prática do ato
cirúrgico. Tal pena não é de caráter perpétuo, visto que o preceito constante no art. 5°,
XLVII, alínea "b", aplica-se somente no âmbito do direito penal.
38
STF, RE 154.134/SP, relator Ministro Sydney Sanches, publicação DJ 29/10/1999.
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ADMINISTRATIVO. EXERCÍCIO PROFISSIONAL. CASSAÇÃO DE
LICENCIAMENTO PARA PILOTAR AERONAVES. PENALIDADE
PERPÉTUA: IMPOSSIBILIDADE. A punição de ordem
administrativa não pode ter efeitos indefinidos no tempo (caráter
perpétuo).39
5.1 ADVERTÊNCIA
39
TRF 1a Região, REO 91.01.05780-4/RR, relator Juiz Jirair Aram Meguerian, publicação DJ
06/11/1997, trânsito em julgado do acórdão em 12/12/1997.
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de suas funções, permanecerá em atividade, porém receberá relativamente
a apenas metade do valor devido nesse período (art. 130, § 2 o ).
A suspensão também será registrada nos assentamentos do servidor. Após
5 (cinco) anos de efetivo exercício, se o servidor não praticar, no período,
nova infração disciplinar, esse registro será cancelado (art. 131). Como no
caso da advertência, aqui também não surtirá efeitos retroativos tal
cancelamento da penalidade. Exemplo de efeito retroativo seria o caso em
que o suspenso, que teve sua pena convertida em multa, requisitasse, após
o cancelamento do registro, a devolução da multa. Claro que isso não é
possível. O objetivo desse cancelamento é proporcionar-lhe incentivo a que
não pratique novas infrações, retornando à primariedade.
A prescrição da ação disciplinar dar-se-á, quanto à suspensão, em 2 (dois)
anos, contados da data em que o fato tornou-se conhecido (art. 142, II, e §
1 o ).
5.3 DEMISSÃO
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XVII - aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro;
XVIII - praticar usura sob qualquer de suas formas;
XIX - proceder de forma desidiosa;
XX - utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em serviços
ou atividades particulares.
As hipóteses supramencionadas XIII a XX já foram esmiuçadas antes.
Crimes contra a Administração Pública são os previstos no Código Penal,
Título XI, arts. 312 a 359-H, e demais leis especiais. São, entre outros, o
peculato, a concussão, o excesso de exação, a corrupção passiva, a
facilitação de contrabando ou descaminho, a prevaricação.
Dá-se o abandono de cargo quando o servidor ausenta-se do serviço,
intencionalmente, por mais de 30 (trinta) dias consecutivos (art. 138).
Então, há o abandono no trigésimo primeiro dia seguido de ausência
injustificada. É também crime previsto no art. 323 do CP.
Já a inassiduidade habitual é a falta ao serviço, sem causa justificada, por
60 (sessenta) dias, interpoladamente, durante o período de 12 (doze)
meses (art. 139).
Ímprobo é aquele servidor desonesto, a quem falta integridade, retidão;
portanto, também deve ser expurgado dos quadros públicos. A Lei n°
8.429/9240, conhecida como Lei contra a Improbidade Administrativa,
prevê, em seu art. 12, I a III, entre outras penas possíveis, a perda da
função pública, repetindo regra inserta no art. 37, § 4°, CF/88.
A incontinência pública ou a conduta escandalosa na repartição podem ser
observadas nos casos previstos, entre outros, nos arts. 233 e 234 do
Código Penal (ato ou objeto obsceno), ou ainda no art. 62 da Lei de
Contravenções Penais, que se refere ao ébrio habitual.
Como já se disse, a quebra da hierarquia na Administração Pública só pode
ser justificada pela manifesta ilegalidade da ordem. Se a insubordinação em
serviço for grave, cabe demissão.
A lesão corporal está tipificada como crime no art. 129 do CP, com previsão
de excludentes de ilicitude no art. 23 do mesmo Código Repressor (I - em
estado de necessidade; II - em legítima defesa; III - em estrito
cumprimento do dever legal ou no exercício regular de direito).
Como se denota da leitura do Estatuto, somente excepcionou da penalidade
a legítima defesa própria ou de outrem, enquanto que a Lei Penal foi mais
ampla. Porém, entendo que a ausência das demais excludentes não as
afasta, pois seria mesmo ilógico e descabido demitir um servidor que
ofende fisicamente outrem em, v.g., estado de necessidade.
A aplicação irregular de dinheiros públicos foi criminalizada através do art.
315 do CP, assim como a revelação de segredo do qual se apropriou, em
razão do cargo, nos arts. 325 e 326, também do mesmo CP.
A lesão aos cofres públicos41 refere-se a qualquer forma de prejudicar o
erário no exercício da função pública, conceito que muitas vezes confunde-
se com a dilapidação do patrimônio nacional, que é seu esbanjamento, má
40
Veja também o Decreto n° 983/93, que dispõe sobre a colaboração dos órgãos e
entidades da Administração Pública Federal com o Ministério Público Federal na repressão a
todas as formas de improbidade administrativa.
41
Segundo a Advocacia-Geral da União, Parecer n° GQ - 164, "lesão aos cofres públicos"
corresponde ao crime de peculato.
23
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gestão das rendas públicas etc. Vê-se muito disso nas obras inacabadas e
na compra de equipamentos que nunca são usados, como na Usina
Termonuclear de Angra dos Reis, entre outros tantos casos.
Corrupção tanto pode ser ativa, quem a oferece (CP, art. 333), quanto
passiva, quem solicita ou recebe vantagem indevida (CP, art. 317). No caso
do servidor público, este será demitido se praticar a figura da corrupção
passiva, que consiste em solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta
ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em
razão dela, vantagem indevida ou aceitar promessa de tal vantagem.
No item 17.3 desta Aula foram estudadas as possibilidades de acumulação
legal de cargos, empregos ou funções públicas. Fora dessas exceções
constitucionais, a acumulação resultará em demissão de todos os cargos,
empregos ou funções públicas irregularmente acumulados.
Acrescente-se ainda recente decisão do STF42, afastando a aplicação da
garantia à grávida prevista no art. 10, II, 'b', do ADCT, onde se determina
que: "fica vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa da empregada
gestante, desde a confirmação da gravidez até cinco meses após o parto."
Nos termos da decisão, não é arbitrária a dispensa da servidora grávida se
precedida de processo administrativo disciplinar, garantidos ampla defesa e
contraditório. Ademais, o Ministro Marco Aurélio ressaltou, em seu voto, que
o citado art. 10, II, 'b', do ADCT não se aplica às servidoras públicas.
Cite-se também que, no caso específico dos empregados públicos, regidos
pela CLT e pela Lei n° 9.962/200043, assim previu seu art. 3°:
Art. 3o O contrato de trabalho por prazo indeterminado somente
será rescindido por ato unilateral da Administração pública nas
seguintes hipóteses:
I - prática de falta grave, dentre as enumeradas no art. 482 da
Consolidação das Leis do Trabalho - CLT;
II - acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas;
III - necessidade de redução de quadro de pessoal, por excesso
de despesa, nos termos da lei complementar a que se refere o
art. 169 da Constituição Federal;
IV - insuficiência de desempenho, apurada em procedimento no
qual se assegurem pelo menos um recurso hierárquico dotado de
efeito suspensivo, que será apreciado em trinta dias, e o prévio
conhecimento dos padrões mínimos exigidos para continuidade da
relação de emprego, obrigatoriamente estabelecidos de acordo
com as peculiaridades das atividades exercidas.
Parágrafo único. Excluem-se da obrigatoriedade dos
procedimentos previstos no caput as contratações de pessoal
decorrentes da autonomia de gestão de que trata o § 8o do art.
37 da Constituição Federal.
Por fim, relembre-se que a legislação pátria prevê hipóteses de perda do
cargo ou função pública como efeito da condenação na esfera penal, bem
42
STF, MS 23.474/DF, relator Ministro Gilmar Mendes, publicação DJ 22/09/2006.
43
O STF, na ADI 2.135 (julgamento em 02/08/2007, DJ 14/08/2007), suspendeu,
cautelarmente e com efeito ex nunc, a alteração do caput do art. 39, CF/88, retornando sua
redação original, onde se exige a existência de um Regime Jurídico Único (RJU) dos
Servidores Públicos. Assim, a partir dessa decisão, tornou-se inaplicável a Lei n° 9.962/2000.
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assim no caso de condenação pela Lei contra a Improbidade Administrativa
(Lei n° 8.429/92, art. 12, I a III), já citada.
A título de exemplificação, citem-se o Código Penal, a Lei dos crimes de
preconceito racial (Lei n° 7.716/89) e a Lei da tortura (Lei n° 9.455/97):
CP, art. 92. São também efeitos da condenação:
I - a perda de cargo, função pública ou mandato eletivo:
a) quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo igual
ou superior a um ano, nos crimes praticados com abuso de poder
ou violação de dever para com a Administração Pública;
b) quando for aplicada pena privativa de liberdade por tempo
superior a 4 (quatro) anos nos demais casos.
Lei n° 7.716/89, art. 1°. Serão punidos, na forma desta Lei, os
crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor,
etnia, religião ou procedência nacional. (...)
Art. 16. Constitui efeito da condenação a perda do cargo ou
função pública, para o servidor público, e a suspensão do
funcionamento do estabelecimento particular por prazo não
superior a três meses.
Lei n° 9.455/97, art. 1°. Constitui crime de tortura: (...). § 5°. A
condenação acarretará a perda do cargo, função ou emprego
público e a interdição para seu exercício pelo dobro do prazo da
pena aplicada.
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Quanto às infrações puníveis com demissão, cassação de aposentadoria ou
disponibilidade e destituição de cargo em comissão, a ação disciplinar
prescreverá em 5 (cinco) anos da data em que o fato se tornou conhecido
(art. 142, I, e § 1 o ).
6 PRESCRIÇÃO
Sobre a prescrição da ação disciplinar, já mencionada, resume-se da forma
a seguir (art. 142):
I - dar-se-á em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis com
demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade e destituição
de cargo em comissão;
II - dar-se-á em 2 (dois) anos, quanto à suspensão;
III - dar-se-á em 180 (cento e oitenta) dias, quanto à advertência.
Tais prazos de prescrição começam a correr da data em que o fato tornou-
se conhecido (art. 142, § 1 o ) 44 .
Segundo entendimento do STJ45, inicia-se a contagem na data em que
qualquer autoridade da Administração tomar ciência inequívoca do fato
imputado ao servidor, não necessariamente a autoridade competente para a
instauração do processo disciplinar. Como o Estatuto determina que se deva
contar o prazo da prescrição de quando o fato se tornar conhecido, porém
sem especificar por quem, não há como o intérprete restringir quando o
próprio legislador não o fez.
Nas infrações disciplinares capituladas também como crime, aplicam-se os
prazos de prescrição previstos na Lei Penal (art. 142, § 2 o ). Essa
determinação é baseada no fato de que, na Lei Penal, o prazo prescricional
pode chegar a 20 (vinte) anos (CP, art. 109, I), não sendo admissível que o
servidor possa ser apenado criminalmente por uma conduta grave, e não
administrativamente, se já tiver sido prescrita a pretensão punitiva nessa
esfera pelo decurso do prazo normal de 05 (cinco) anos. Dessa forma, se o
CP prevê um prazo maior de prescrição, esse prazo será estendido para a
instância administrativa. Para exemplificar, cite-se o Parecer n° GQ - 164,
da Advocacia-Geral da União, onde ficou consignado que "em decorrência
de a 'lesão aos cofres públicos' corresponder ao crime de peculato, a
respectiva ação corretiva extingue-se em dezesseis anos".
Note-se que a regra no ordenamento jurídico é a prescritibilidade46, é dizer,
os direitos devem ser exercidos dentro de prazo certo, sendo os casos
imprescritíveis a exceção. O prazo da prescrição penal, como regra, começa
a correr do dia em que o crime se consumou (CP, art. 111, I), enquanto, no
caso do PAD, como visto, o prazo prescricional tem início na data em que o
fato tornou-se conhecido (art. 142, § 1 o ).
A prescrição será interrompida pela abertura de sindicância ou a instauração
de processo disciplinar, até a decisão final proferida por autoridade
44
STF, RMS 24.737/DF, relator Ministro Carlos Britto, publicação DJ 03/09/2004.
45
STJ, MS 11.974/DF, relatora Ministra Laurita Vaz, publicação DJ 07/05/2007, noticiado no
Informativo STJ 315/2007.
46
Desde o Decreto n° 20.910/32, que já previa o prazo prescricional de 5 (cinco) anos para
o exercício de todo direito público.
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47
STF, MS 22.156/RJ, relator Ministro Sydney Sanches, publicação DJ 22/03/1996.
48
STF, RMS 21.562/DF, relator Ministro Ilmar Galvão, publicação DJ 24/06/1994.
49
STF, RMS 23.436/DF, relator Ministro Marco Aurélio, publicação DJ 15/10/1999 e MS
23.299/SP, relator Ministro Sepúlveda Pertence, publicação DJ 12/04/2002. Veja também:
STJ, RMS 13.439/MG, relator Ministro Felix Fischer, publicação DJ 29/03/2004.
50
STF, MS 22.827/MT, relator Ministro Marco Aurélio, publicação DJ 02/10/1998.
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De maneira ainda mais gravosa, não poderá retornar ao serviço público
federal o servidor que for demitido ou destituído do cargo em comissão por
cometer (art. 137, parágrafo único):
I - crime contra a Administração Pública;
II - improbidade administrativa;
III - aplicação irregular de dinheiros públicos;
IV - lesão aos cofres públicos;
V - dilapidação do patrimônio nacional;
VI - corrupção.
A aplicação das penalidades disciplinares obedecerá ao grau de gravidade,
ou seja, quanto maior a pena, de mais alta hierarquia será a autoridade
responsável por sua imposição. O Estatuto prevê que serão aplicadas (art.
141):
I - pelo Presidente da República, pelos Presidentes das Casas do Poder
Legislativo e dos Tribunais Federais e pelo Procurador-Geral da
República, quando se tratar de demissão e cassação de aposentadoria
ou disponibilidade de servidor vinculado ao respectivo Poder, órgão ou
entidade;
II - pelas autoridades administrativas de hierarquia imediatamente
inferior àquelas supra mencionadas quando se tratar de suspensão
superior a 30 (trinta) dias;
III - pelo chefe da repartição e outras autoridades na forma dos
respectivos regimentos ou regulamentos, nos casos de advertência ou
de suspensão de até 30 (trinta) dias;
IV - pela autoridade que houver feito a nomeação, quando se tratar de
destituição de cargo em comissão.
8 PARA GUARDAR
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públicos; I.IV - opor resistência injustificada ao andamento de documento e
processo ou execução de serviço; I.V - promover manifestação de apreço
ou desapreço no recinto da repartição; I.VI - cometer a pessoa estranha à
repartição, fora dos casos previstos em lei, o desempenho de atribuição que
seja de sua responsabilidade ou de seu subordinado; I.VII - coagir ou
aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a associação profissional ou
sindical, ou a partido político; I.VIII - manter sob sua chefia imediata, em
cargo ou função de confiança, cônjuge, companheiro ou parente até o
segundo grau civil; I.IX - recusar-se a atualizar seus dados cadastrais
quando solicitado; II - casos de suspensão: II.I - cometer a outro
servidor atribuições estranhas ao cargo que ocupa, exceto em situações de
emergência e transitórias; II.II - exercer quaisquer atividades que sejam
incompatíveis com o exercício do cargo ou função e com o horário de
trabalho; II.III - recusar-se à obrigatória inspeção médica determinada pela
autoridade competente; III - casos de demissão: III.I - valer-se do
cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da
dignidade da função pública; III.II - participar de gerência ou administração
de sociedade privada, personificada ou não personificada, exercer o
comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditário
(redação dada pela MP n° 431/2008); III.III - atuar, como procurador ou
intermediário, junto a repartições públicas, salvo quando se tratar de
benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo grau,
e de cônjuge ou companheiro; III.IV - receber propina, comissão, presente
ou vantagem de qualquer espécie, em razão de suas atribuições; III.V -
aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro; III.VI -
praticar usura sob qualquer de suas formas; III.VII - proceder de forma
desidiosa; III.VIII - utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em
serviços ou atividades particulares.
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destituição de cargo em comissão; VI - destituição de função comissionada;
VII - multa, como substituta da suspensão.
• As faltas leves serão punidas com a advertência, quando não
justifique imposição de penalidade mais grave.
• Após o decurso de 3 (três) anos de efetivo exercício, se o servidor
não houver, nesse período, praticado nova infração disciplinar, haverá o
cancelamento desse registro que, por óbvio, não surtirá efeitos retroativos.
• A partir da data em que o fato tornou-se conhecido, a ação
disciplinar, quanto à advertência, prescreverá em 180 (cento e oitenta)
dias.
• A suspensão será aplicada em caso de reincidência das faltas punidas
com advertência e de violação das demais proibições que não tipifiquem
infração sujeita à penalidade de demissão, não podendo exceder de 90
(noventa) dias.
• Cabe, ainda, a suspensão por até 15 (quinze) dias do servidor que,
injustificadamente, recusar-se a ser submetido a inspeção médica
determinada pela autoridade competente.
• É possível a fixação de multa, como substituta da suspensão, quando
houver conveniência para o serviço. Nessa hipótese, deverá o servidor
suspenso permanecer em serviço, reduzindo-se o vencimento ou
remuneração, a título de multa, à base de 50% (cinqüenta por cento) por
dia.
• Após 5 (cinco) anos de efetivo exercício, se o servidor não praticar,
no período, nova infração disciplinar, esse registro será cancelado.
• A prescrição da ação disciplinar dar-se-á, quanto à suspensão, em 2
(dois) anos, contados da data em que o fato tornou-se conhecido.
• Faltas graves serão punidas com demissão.
• Tecnicamente, demissão é sanção, penalidade disciplinar a ser
aplicada nos casos legalmente previstos. Os casos de exoneração são
muitos, mas nunca decorrentes de alguma falta grave.
• São casos de exoneração: I - a pedido; II - reprovação em estágio
probatório; III - quando, tendo tomado posse, o servidor não entrar em
exercício no prazo estabelecido; IV - desempenho insuficiente mediante
procedimento de avaliação periódica; V - excesso de despesas com pessoal
ativo e inativo; VI - extinção do cargo e reintegração quando o cargo está
ocupado, se o servidor é não estável; VII - para o caso específico de cargo
em comissão, há exoneração a juízo da autoridade competente ou também
a pedido do próprio servidor.
• Será aplicada a demissão nos seguintes casos: I - crime contra a
Administração Pública; II - abandono de cargo; III - inassiduidade
habitual; IV - improbidade administrativa; V - incontinência pública e
conduta escandalosa na repartição; VI - insubordinação grave em serviço;
VII - ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, salvo em legítima
defesa própria ou de outrem; VIII - aplicação irregular de dinheiros
públicos; IX - revelação de segredo do qual se apropriou em razão do
cargo; X - lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional;
XI - corrupção; XII - acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções
públicas; XIII - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de
outrem, em detrimento da dignidade da função pública; XIV - participar de
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gerência ou administração de empresa privada, sociedade civil, salvo a
participação nos conselhos de administração e fiscal de empresas ou
entidades em que a União detenha, direta ou indiretamente, participação do
capital social, sendo-lhe vedado exercer o comércio, exceto na qualidade de
acionista, cotista ou comanditário; XV - atuar, como procurador ou
intermediário, junto a repartições públicas, salvo quando se tratar de
benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo grau,
e de cônjuge ou companheiro; XVI - receber propina, comissão, presente
ou vantagem de qualquer espécie, em razão de suas atribuições; XVII -
aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro; XVIII -
praticar usura sob qualquer de suas formas; XIX - proceder de forma
desidiosa; XX - utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em
serviços ou atividades particulares.
• Será cassada a aposentadoria ou a disponibilidade do inativo que
houver praticado, na atividade, falta punível com a demissão.
• Sempre que o ocupante exclusivamente de cargo em comissão, ou
seja, que não é titular de cargo efetivo, cometer infração sujeita às
penalidades de suspensão ou de demissão, será ele destituído daquele
cargo.
• Demissão é a perda do cargo efetivo; a destituição é a perda do
cargo em comissão.
• Quanto às infrações puníveis com demissão, cassação de
aposentadoria ou disponibilidade e destituição de cargo em comissão, a
ação disciplinar prescreverá em 5 (cinco) anos da data em que o fato se
tornou conhecido.
• A demissão ou a destituição de cargo em comissão implica a
indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, sem prejuízo da
ação penal cabível nos casos de: I - improbidade administrativa; II -
aplicação irregular de dinheiros públicos; III - lesão aos cofres públicos; IV
- dilapidação do patrimônio nacional; V - corrupção.
• Não poderá ter nova investidura em cargo público federal, pelo prazo
de 5 (cinco) anos, o ex-servidor demitido ou destituído de cargo em
comissão, por infringência das seguintes proibições: I - valer-se do cargo
para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade da
função pública; II - atuar, como procurador ou intermediário, junto a
repartições públicas, salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou
assistenciais de parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou
companheiro.
• Não poderá retornar ao serviço público federal o servidor que for
demitido ou destituído do cargo em comissão por cometer: I - crime contra
a Administração Pública; II - improbidade administrativa; III - aplicação
irregular de dinheiros públicos; IV - lesão aos cofres públicos; V -
dilapidação do patrimônio nacional; VI - corrupção.
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(B) terá direito à anulação da penalidade de suspensão.
(C) terá direito à revogação da penalidade de suspensão.
(D) terá direito a ter o registro da penalidade de suspensão cancelado.
(E) terá direito a ter a penalidade de suspensão convertida em advertência.
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B não poderá ser responsabilizado administrativamente, haja vista o
ressarcimento de prejuízos sofridos pela vítima somente ser possível na via
judicial.
C terá sua responsabilidade administrativa apurada em processo judicial
específico.
D somente poderia ser chamado a responder administrativamente se fosse
demonstrada a sua intenção de cometer a infração.
E poderá ser responsabilizado administrativamente, haja vista que, na
hipótese descrita, a decisão judicial não interfere no processo
administrativo.
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(D) poderá retornar ao serviço público federal, desde que preencha as
condições legais necessárias ao exercício do novo cargo, não havendo prazo
de incompatibilização.
(E) estará incompatibilizada para nova investidura em cargo público
federal, pelo prazo de três anos.
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A negativa de existência do fato em âmbito penal, mesmo que passada em
julgado a sentença que a declare, não guarda relevância em âmbito
administrativo, pois que há independência absoluta entre a esfera penal e a
atuação administrativa em processo disciplinar.
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27 - (ESAF/EPPGG-MPOG/2008) Em se tratando do Regime Jurídico dos
Servidores Públicos, analise os itens a seguir e marque com V a assertiva
verdadeira e com F a falsa, assinalando ao final a opção correspondente:
( ) readaptação é o retorno à atividade de servidor aposentado;
( ) ao servidor é proibido recusar fé a documentos públicos;
( ) a obrigação do servidor público de reparar o dano causado a terceiros
estende-se aos sucessores;
( ) é modalidade de penalidade disciplinar a cassação de aposentadoria.
a) F, V, V, V
b) V, F, F, V
c) V, V, F, F
d) F, V, F, V
e) V, F, F, F
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31 - (ESAF/ANA/2009) Sobre a responsabilidade do servidor público, regido
pela Lei n. 8.112/90, é correto afirmar que:
I. as responsabilidades civil, penal e administrativa são excludentes, ou
seja, a condenação em uma esfera impede que o seja na outra, para que
não haja bis in idem;
II. a responsabilidade administrativa será afastada no caso de absolvição
criminal que negue a existência do fato;
III. a responsabilidade penal restringe-se aos crimes praticados no exercício
das funções;
IV. nos casos em que a Fazenda Pública for condenada a indenizar terceiro,
por ato de servidor público no exercício da função, assiste-lhe o direito de
regresso contra o responsável, independentemente de ele ter agido sem
dolo ou culpa;
V. a obrigação de reparar o dano causado ao erário estende-se aos
sucessores do servidor e contra eles será executada, até o limite do valor
da herança recebida.
Estão corretas:
a) as afirmativas I, II, III, IV e V.
b) apenas as afirmativas I, II, III e IV.
c) apenas as afirmativas I, III e IV.
d) apenas as afirmativas II e V.
e) apenas as afirmativas II, IV e V.
GABARITO
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3. C - Lei no 8.112/90, art. 127. São penalidades disciplinares: I -
advertência; II - suspensão; III - demissão; IV - cassação de
aposentadoria ou disponibilidade; V - destituição de cargo em comissão;
VI - destituição de função comissionada.
4. A - Lei no 8.112/90, art. 130. A suspensão será aplicada em caso de
reincidência das faltas punidas com advertência e de violação das demais
proibições que não tipifiquem infração sujeita a penalidade de demissão,
não podendo exceder de 90 (noventa) dias.
5. D - Lei no 8.112/90, art. 122, § 3o A obrigação de reparar o dano
estende-se aos sucessores e contra eles será executada, até o limite do
valor da herança recebida.
6. B - Lei n- 8 .112/90, art. 127. São penalidades disciplinares: I -
advertência; II - suspensão; III - demissão; IV - cassação de
aposentadoria ou disponibilidade; V - destituição de cargo em comissão;
VI - destituição de função comissionada.
7. E - Lei no 8.112/90, art. 117. Ao servidor é proibido: XVI - utilizar
pessoal ou recursos materiais da repartição em serviços ou atividades
particulares. Art. 132. A demissão será aplicada nos seguintes casos: XIII -
transgressão dos incisos IX a XVI do art. 117.
8. B - A necessidade de as penas disciplinares serem aplicadas
mediante processo administrativo decorre do princípio do contraditório, já
que é durante o processo que terá o servidor investigado a oportunidade de
demonstrar sua inocência, obedecido o devido processo legal.
9. CCEEE - Lei n" 8 .112/90, art. 126. A responsabilidade administrativa
do servidor será afastada no caso de absolvição criminal que negue a
existência do fato ou sua autoria. Art. 122, § 2o Tratando-se de dano
causado a terceiros, responderá o servidor perante a Fazenda Pública, em
ação regressiva. Art. 112, § 3o A obrigação de reparar o dano estende-se
aos sucessores e contra eles será executada, até o limite do valor da
herança recebida. Art. 125. As sanções civis, penais e administrativas
poderão cumular-se, sendo independentes entre si. Art. 122. A
responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo, doloso ou
culposo, que resulte em prejuízo ao erário ou a terceiros.
10. E - Lei n- 8 .112/90, art. 126. A responsabilidade administrativa do
servidor será afastada no caso de absolvição criminal que negue a
existência do fato ou sua autoria. A absolvição por falta de provas não
interfere no processo administrativo.
11. D - Lei n- 8 .112/90, art. 132. A demissão será aplicada nos
seguintes casos: IV - improbidade administrativa. Art. 135. A destituição
de cargo em comissão exercido por não ocupante de cargo efetivo será
aplicada nos casos de infração sujeita às penalidades de suspensão e de
demissão.
12. E - Lei n- 8.1 12/90, art. 121. O servidor responde civil, penal e
administrativamente pelo exercício irregular de suas atribuições.
Art. 122. A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo,
doloso ou culposo, que resulte em prejuízo ao erário ou a terceiros.
§ 2o Tratando-se de dano causado a terceiros, responderá o servidor
perante a Fazenda Pública, em ação regressiva. § 3o A obrigação de
reparar o dano estende-se aos sucessores e contra eles será executada, até
o limite do valor da herança recebida. Art. 125. As sanções civis, penais e
administrativas poderão cumular-se, sendo independentes entre si.
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Art. 126. A responsabilidade administrativa do servidor será afastada no
caso de absolvição criminal que negue a existência do fato ou sua autoria.
13. B - Lei n- 8 .112/90, art. 161. Tipificada a infração disciplinar, será
formulada a indiciação do servidor, com a especificação dos fatos a ele
imputados e das respectivas provas. § 1o O indiciado será citado por
mandado expedido pelo presidente da comissão para apresentar defesa
escrita, no prazo de 10 (dez) dias, assegurando-se-lhe vista do processo na
repartição.
14. C - Tal rol é exaustivo, numerus clausus, ou seja, não poderá o
administrador "criar" ou "aplicar" outras sanções não previstas na lei.
Acrescente-se que uma dúvida muito comum refere-se à questão da multa.
As bancas nem sempre agem da mesma forma. Note que o art. 127 não
prevê multa como sanção. A multa, como sanção autônoma, não existe,
apenas como substitutiva da suspensão. Então, repito, a rigor, multa não é
sanção, mas, em alguns concursos, já foi considerada como tal. Assim, para
resolver com segurança esse tipo de questão deve-se analisar atentamente
todas as alternativas. Inexistindo outra alternativa absolutamente certa,
poderia marcar a B.
15. D - Lei no 8.112/90, art. 15, § 1o É de quinze dias o prazo para o
servidor empossado em cargo público entrar em exercício, contados da data
da posse. § 2o O servidor será exonerado do cargo ou será tornado sem
efeito o ato de sua designação para função de confiança, se não entrar em
exercício nos prazos previstos neste artigo (...).
16. B - Lei n- 8.1 12/90, art. 132. A demissão será aplicada nos
seguintes casos: I - crime contra a administração pública; II - abandono de
cargo; III - inassiduidade habitual.
17. D - Lei no 8.112/90, art. 142. A ação disciplinar prescreverá: II - em
2 (dois) anos, quanto à suspensão.
18. E - Lei no 8.112/90, art. 117. Ao servidor é proibido (...) VI -
cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos em lei, o
desempenho de atribuição que seja de sua responsabilidade ou de seu
subordinado. Art. 129. A advertência será aplicada por escrito, nos casos
de violação de proibição constante do art. 117, incisos I a VIII (...).
19. B - Lei n- 8.1 12/90, art. 132. A demissão será aplicada nos
seguintes casos: (...) VIII - aplicação irregular de dinheiros públicos.
Art. 137, parágrafo único. Não poderá retornar ao serviço público federal o
servidor que for demitido ou destituído do cargo em comissão por
infringência do art. 132, incisos I, IV, VIII, X e XI.
20. C - Lei no 8.112/90, art. 139. Entende-se por inassiduidade habitual
a falta ao serviço, sem causa justificada, por sessenta dias,
interpoladamente, durante o período de doze meses.
21. A - Lei no 8.112/90, art. 133. Detectada a qualquer tempo a
acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas, a autoridade a
que se refere o art. 143 notificará o servidor, por intermédio de sua chefia
imediata, para apresentar opção no prazo improrrogável de dez dias,
contados da data da ciência e, na hipótese de omissão, adotará
procedimento sumário para a sua apuração e regularização imediata (..).
22. E - Lei no 8.112/90, art. 141. As penalidades disciplinares serão
aplicadas: (...) III - pelo chefe da repartição e outras autoridades na forma
dos respectivos regimentos ou regulamentos, nos casos de advertência ou
de suspensão de até 30 (trinta) dias.
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23. E - CF/88, art. 37, XVI - é vedada a acumulação remunerada de
cargos públicos, exceto, quando houver compatibilidade de horários,
observado em qualquer caso o disposto no inciso XI: c) a de dois cargos ou
empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões
regulamentadas.
24. E - Lei n- 8 .112/90, art. 126. A responsabilidade administrativa do
servidor será afastada no caso de absolvição criminal que negue a
existência do fato ou sua autoria.
25. A - STF, Súmula n° 18: Pela falta residual, não compreendida na
absolvição pelo juízo criminal, é admissível a punição administrativa do
servidor público.
26. CECEE - Embora a EC n° 19/98 tenha alterado para 3 anos o prazo
para estabilidade, garantiu o mesmo prazo anterior, de 2 anos, para quem
já o havia iniciado. Lei n° 8.112/90, art. 13, § 3° A posse poderá dar-se
mediante procuração específica. Art. 126. A responsabilidade
administrativa do servidor será afastada no caso de absolvição criminal que
negue a existência do fato ou sua autoria, e não mera falta de provas.
Art. 142. A ação disciplinar prescreverá: I - em 5 (cinco) anos, quanto às
infrações puníveis com demissão, cassação de aposentadoria ou
disponibilidade e destituição de cargo em comissão; ... § 1° O prazo de
prescrição começa a correr da data em que o fato se tornou conhecido.
§ 3° A abertura de sindicância ou a instauração de processo disciplinar
interrompe a prescrição, até a decisão final proferida por autoridade
competente. § 4° Interrompido o curso da prescrição, o prazo começará a
correr a partir do dia em que cessar a interrupção. Ademais, a punição
cabível seria a de cassação de aposentadoria.
27. A - reversão é o retorno à atividade de servidor aposentado.
28. C - Será cassada a aposentadoria ou a disponibilidade do inativo que
houver praticado falta punível, na atividade, com demissão (art. 134). O
servidor investido em mandato de vereador ou prefeito será afastado do
cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração
como servidor. No caso de vereador, se houver compatibilidade de horário,
poderá acumular (CF/88, art. 38). A responsabilidade civil do servidor
decorre de ato comissivo ou omissivo que resulte em prejuízo ao erário ou a
terceiros (art. 122).
29. D - CF/88, art 37, V - as funções de confiança, exercidas
exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em
comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos,
condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às
atribuições de direção, chefia e assessoramento.
30. A - Lei n° 8.112/90, art. 116, XII: são deveres do servidor:...
representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder.
31. D - Lei n- 8 .112/90, art. 121. O servidor responde civil, penal e
administrativamente pelo exercício irregular de suas atribuições.
Art. 122. A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo,
doloso ou culposo, que resulte em prejuízo ao erário ou a terceiros.
§ 2o Tratando-se de dano causado a terceiros, responderá o servidor
perante a Fazenda Pública, em ação regressiva. § 3o A obrigação de
reparar o dano estende-se aos sucessores e contra eles será executada, até
o limite do valor da herança recebida. Art. 125. As sanções civis, penais e
administrativas poderão cumular-se, sendo independentes entre si.
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Art. 126. A responsabilidade administrativa do servidor será afastada no
caso de absolvição criminal que negue a existência do fato ou sua autoria.
32. A - Lei no 8.112/90, art. 117. Ao servidor é proibido: ... XIV -
praticar usura sob qualquer de suas formas. Art. 132. A demissão será
aplicada nos seguintes casos: ... VII - ofensa física, em serviço, a servidor
ou a particular, salvo em legítima defesa própria ou de outrem; ... IX -
revelação de segredo do qual se apropriou em razão do cargo; ... XIII -
transgressão dos incisos IX a XVI do art. 117. Art. 117, VII, cc art. 129,
cabe advertência no caso de o servidor coagir ou aliciar subordinados no
sentido de filiarem-se a associação profissional ou sindical, ou a partido
político. Embora o enriquecimento ilícito esteja previsto no art. 9° da Lei n°
8.429/92 (Lei de Improbidade) como conduta passível de perda do cargo
(art. 12, I), não há idêntica regra na Lei no 8.112/90, tendo a ESAF
considerado como correta a alternativa A (gabarito definitivo).
33. C - Nos termos do art. 13, § 3°, da Lei no 8.429/92, Lei da
Improbidade Administrativa, será punido com a pena de demissão, sem
prejuízo de outras sanções cabíveis, o agente público que se recusar a
prestar declaração dos bens, dentro do prazo determinado, ou que a prestar
falsa.
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