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Resumo
Introdução
Primeiramente convém indagarmos sobre o papel das Didáticas, da Didática geral e das
específicas, na construção identitária de professores em seus processos formativos. Embora
Pós-Doutora pela Universidade de Montréal, Canadá. Professora Titular do Departamento de Educação
– Universidade do Estado da Bahia. Professora Associada da Faculdade de Educação da Universidade
Federal da Bahia.
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Didática e Prática de Ensino: diálogos sobre a Escola, a Formação de Professores e a Sociedade
não seja foco deste artigo, defendemos a posição em favor da Didática Geral e das Didáticas
específicas, cada uma cumprindo seu papel na formação de professores para a educação
básica. A Didática Geral, como conhecimento de iniciação e de mediação, tem a função de
inaugurar os estudantes no terreno pedagógico, trazendo à luz teorias pedagógicas,
concepções epistemológicas, teorias de ensino e aprendizagem, concepções sobre
planejamento e mediação dos processos formativos. E as didáticas específicas com a função
de, pormenorizando o trabalho inicial da Didática geral, iniciar o estudante no ensino de sua
matéria específica a partir da mobilização de saberes, habilidades hábitos e atitudes
pertinentes e características a cada área de conhecimento. Uma didática não implica a
negação da outra. E ambas devem desenvolver papel preponderante no processo de
identificação dos estudantes com a profissão, constituição de suas identidades e de sua
profissionalidade docente.
Vamos com este artigo nos ocupar da subjetividade do professor sem desvinculá-la das
condições objetivas de sua existência na sociedade brasileira. Por este motivo,
começaremos a exposição com uma breve explanação sobre o panorama educacional
brasileiro e nele vislumbrar os espaços para compreensão da constituição de sua identidade
profissional.
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2000, 2006; Nóvoa, 2002, Pimenta, 2000; Tardif, 2002; Tardif e Lessard, 2005, dentre
outros). Em reportagem recente publicada pelo blog Ultimo segundo2, no capítulo
Educação, datado de 11 de junho deste ano de 2014:
Não obstante, uma das metas previstas no Plano Nacional de Educação (PNE), que
aguarda sanção presidencial, é equiparar o rendimento médio dos profissionais do
magistério das redes públicas com as outras categorias.
2
Disponível em http://ultimosegundo.ig.com.br/educacao/2014-06-11/, acesso em 02 de julho de 2014.
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Como bem afirmou Nóvoa (2002, p. 22): «os professores nunca viram seu conhecimento
específico devidamente reconhecido. Mesmo quando se insiste na importância da sua
missão, a tendência é sempre considerar que lhes basta dominar bem a matéria que ensinam
e possuírem um certo jeito para comunicar e para lidar com os alunos. O resto é
dispensável.» A problemática mencionada e tomada ao apreço pelo autor, sem dúvida,
conduz ao desprestígio da profissão: «‘semi-ignorantes’, os professores são considerados as
pedras-chave da nova ‘sociedade do conhecimento’» (Idem). Reduz-se assim a nobre
profissão ensinante a um estatuto de profissão sem importância. “Profissão sem saberes
especializados, qualquer um pode ser professor”. Esta realidade tem que mudar. Precisa
mudar.
Assim, com base nos resultados de pesquisas que vimos realizando desde o ano de 2007,
2011, 2013 sobre identidade, profissionalidade e saberes profissionais docentes, apoiados
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em estudos de autores, como, Dubar, 1991; Cattonar, 2005, Gauthier, 2006, podemos
afirmar que o curso de licenciatura tem tido um peso limitado sobre a construção da
identidade profissional docente. E, dentro dele, questionamos o papel das disciplinas
didático-pedagógicas, sobretudo, da disciplina Didática nesse processo.
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Celes, 2007, p. 2). os laços emocionais, constituem a essência da mente grupal. Conclui
o cientista.
Os três conceitos mais importantes de identificação, como descrito por Freud são: a
identificação primária, identificação (secundária), narcisista e identificação (secundária)
parcial. Um assunto bastante complexo, mas que tentaremos explicitar aqui.
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A identidade profissional docente deve ser entendida como prática social construída pela
ação de influências e grupos que configuram a existência humana. A prática educativa é
uma prática social; assim sendo, a constituição da identidade docente só acontece no
âmago dessa prática e em relação com outros, com o grupo de pertença. Assim,
compreender esse processo passa pela compreensão do seu próprio caráter intersubjetivo
e relacional.
Segundo Dubar (1991) há dois processos convergentes ou não que concorrem para a
constituição das identidades: um processo biográfico (identité pour soi) e um processo
relacional, sistêmico e comunicacional (identité pour autrui). O primeiro está ligado à
trajetória de cada um (o que inclui múltiplas esferas, seja da família, da formação escolar
e profissional, do trabalho, etc.); o segundo, relacional, está ligado às relações partilhadas
em atividades coletivas, organizações, instituições etc. Neste sentido, não há como se
pensar numa disjunção possível entre identidade individual e identidade coletiva.
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ensina e aquele que aprende). Nesse sentido, é um trabalho interativo, por definição. Um
trabalho que conduz à interação no seio de uma organização. Como tal, os professores
constroem e reconstroem uma identidade profissional pertinente a um grupo, ou ainda, a
subgrupos específicos, a depender do segmento ao qual pertençam (educação infantil,
ensino fundamental, ensino médio) e de suas características específicas. Existe uma
dinâmica identitária significativa nesse contexto (Lessard e Tardif, 2003, p. 15). A
identidade também se constitui de forma relacional Ou seja, refere-se à relação do sujeito
consigo mesmo e também com o outro. É a um só tempo uma relação de identidade e de
alteridade, construída através de um processo contínuo de identificação e de
diferenciação imbricado na experiência com o próximo. Nesse particular é muito
importante o papel conferido ao ambiente de trabalho e a relação entre os professores e
seu meio. É na relação com os pares que a identidade profissional ganha forma:
observando, refletindo, discutindo para se compreender os afazeres do métier e assumir,
assim, um certo perfil singular de ser professor, uma identidade, porém construída na
relação e no contexto do trabalho.
A identidade é também uma construção pessoal, singular e complexa, o que não nega
todas as suas implicações sociais. Ela é ao mesmo tempo estável e provisória, individual
e coletiva, subjetiva e objetiva; multirreferencializada, pois resultante de múltiplas
interfaces; contextualizada e situada pois enraízada em espaços/tempos determinados e
determinantes. O processo de construção identitária é um processo biográfico contínuo “e
a identidade pode ser vista como o resultado de uma transação entre uma identidade
herdada do passado e uma identidade visada pelo indivíduo ou imposta pela situação
presente” (Cattonar, 2005, p. 197).
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Para falarmos deste processo, antes de mais nada, desejamos situar o leitor no terreno em
que o mesmo adquire raiz. Para compreendermos esse contexto, tenhamos em mente,
breve, o ciclo de vida da profissão docente a partir das seguintes etapas que sintetizamos
a partir da literatura consultada: Socialização preprofissional; Socialização profissional :
formação inicial; Inserção no meio profissional (entrada); Estabilidade profissional
(Dubar, 1991; Cattonar, 2005; Riopel 2006).
Socialização pré-profissional
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Os estudantes em formação, assim como professores já na ativa, vão nos contar histórias
em que os modelos de professores vêm à tona como sujeitos que marcaram suas vidas. E
o interessante é que as qualidades que os primeiros atribuem aos seus professores
marcantes são aquelas que eles próprios pretendem ou reproduzem no exercício da
profissão, denotando assim um certo sentimento de filiação. Tem ainda aqueles que são
considerados contramodelos, ou aqueles professores dos quais não se guarda boas
memórias e que não se pretende reproduzir. São exemplos fortes de como não fazer ou
de como não ser. Enfim, são modelos diversos que marcam porque não correspondem
aos ideais da profissão concebidos pelos estudantes.
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presente, sem dúvida, possibilita uma compreensão mais larga da experiência e uma
inserção mais clara na profissão.
Socialização profissional
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Decorre desse processo, as projeções pessoais pela profissão a partir de uma identificação
com os membros que pertencem a um «grupo de referência» (o que inclui a imagem de
si, apreciação de suas próprias capacidades, realizações de desejos, choques, frustrações,
projeções para o futuro profissional etc.). No caso da formação inicial para a docência
são os mestres/professores, essa referência. Uma referência antecipada que pode nascer
desde a mais tenra idade em modelos de professores da infância. Convém assinalar, que
tal processo não se encerra aí - será regularmente confrontado com as transformações
tecnológicas, organizacionais e políticas, implicando sempre em projeções para o futuro.
Assim, essa primeira identidade profissional está marcada pela incerteza e parafraseando
Dubar (Ibid.) podemos mesmo compará-la à passagem da adolescência para a vida adulta
e, portanto, a uma forma de estabilização social.
O que podemos retirar como lição dessas narrativas? Primeiro, a de que se encontra em
modelos do passado, principalmente no ensino primário (de 1ª à 4ª séries) o principal
referente de identificação com a profissão; segundo, de que os contramodelos de
professores e de docência são mais fortes ou reverberam mais nas suas memórias que os
modelos positivos. Efetivamente, dos 39 memoriais escritos, 28 se referem às
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« [...] Será que essas aulas sempre iguais onde o professor é a autoridade máxima e se
impõe sem se importar em consultar nossas opiniões e necessidades se fixam na nossa
lembrança de forma a nunca se perder ? Com certeza não são essas as recordações que
quero perpetuar quando for atuar em sala de aula, mas sim os passeios pelo
desconhecido, as minhas descobertas pessoais, meus olhos espantados por ver saltar dos
livros didáticos coisas que eu não lembraria se não as tivesse vivenciado. Aliás, essa é a
palavra mágica que guardo da parte boa da escola: vivência»
« Tudo isso faz parte do meu processo educativo e vou guardar isso sempre. Cada dia
que conheço mais a educação percebo como foi importante passar por essas fases...»
« Descrever parece simples, mas para mim marcou toda a minha vida escolar e eu fui
evoluindo à medida que me debatia como novos desafios e obstáculos...»
«Eu me recordo que a professora na ocasião ainda não havia completado a licenciatura e
provavelmente não tinha cursado a disciplina de didática (ou ao menos não parece tê-la
usado quando deveria), posto que mostrou incompetência na direção da sala de aula. [...]
Não se pode crucificá-la por tal ato impensado, mesmo porque isso não era recorrente,
todavia é importante apontá-lo como uma falha no exercício da docência e uma
experiência ímpar que me permite hoje afirmar que me policiarei para não fazer o
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mesmo quando lecionar, pois senti as consequências que tais atos podem provocar no
aluno»
« O ponto crucial dessa história reside no fato de que havia outras formas de lidar com a
situação, mas a professora, tradicionalíssima, preferiu não “destruir” sua postura
dominadora [...] escolhendo escorraçar de sua sala, durante um bom tempo, um aluno
que sempre gostou de estar ali»
Dos modelos positivos na universidade (três num total de 39 relatos - ou menos de 10%
do total), os estudantes enalteceram as qualidades: lúdica, sensível (relacional),
comprometida e competente de engajamento dos professores na prática profissional:
«Eu ia tranquilo para as aulas, feliz com minha professora, animado com a idéia dela ter
me enxergado e se preocupado com meu aprendizado no meio de tantos outros alunos.
Ela particularizou o olhar dela, individualizou o ensino, desceu do salto, iniciou um
processo de construção do meu saber e conversou comigo como se fôssemos iguais.
Como se fôssemos... [...] Pedagogias à parte, a relação professor-aluno é uma relação de
poder assimétrica, mas não pode ser marcada por uma distância abissal. Diminuir a
assimetria é objetivo das mais variadas abordagens, independente do conteúdo e da
instituição. Estamos lutando contra séculos de tradição (ainda em vigor) e sinais de
mudança aparecem tímida e esporadicamente. A professora não tinha um discurso
democrático,... e talvez nem conhecesse as abordagens pedagógicas a fundo, mas ela
estava se tornando menos tradicional do que podia perceber. Tudo bem, ela não foi
intencionalmente construtivista, mas a experiência serviu para a reconstrução de um
novo esquema em mim. Não sobre a teoria, mas sobre o professor» (T.).
«Foi proposta como uma das formas de avaliação seminários em grupo. [...] Observei
que nesses momentos a professora apresentava uma atitude muito atenta: circulava
pelos grupos, esclarecia dúvidas e observava... [...] Apesar das primeiras avaliações
seguirem os moldes tradicionais ... a última abria espaço para a pesquisa em grupo e o
desenvolvimento da expressão oral. [...] Acredito que a professora teve uma postura
muito sensível as minhas necessidades naquele momento... » (S.).
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Dos contramodelos de docência em nível superior revelados nas narrativas dos alunos
(cinco num total de 39 relatos), temos como marcas preponderantes, o autoritarismo, a
displicência e a indiferença:
« Durante meu curso de história na universidade tive alguns professores que atuaram
apenas como palestrante, simples fornecedores de informações. Eram displicentes e
indiferentes aos alunos em suas diversas necessidades. Irresponsáveis na execução de sua
função, negligenciavam o papel de educador na formação de novos educadores. Foi para
mim marcante o Doutor (como ele mesmo gostava de lembrar) em história. Trago-o
como exemplo de uma catástrofe na sala de aula a partir de um fato acontecido que
demonstra perfeitamente a sua falta de preparo e sua postura tradicionalista-ditatorial».
(Estudante I.).
As idéias herdadas e provindas do seu meio e sua história pessoal refletem um retrato
idealizado da organização escolar e da profissão docente. Constituem-se assim em
referência importante situada no coração da motivação para tornar-se docente (Tardif e
Lessard, 1999). Formam, por assim dizer, um quadro de referência de identidade
profissional idealizada pelo futuro docente. Esssas visões, trazidas pelo estudante podem
tanto facilitar a aprendizagem do meio profissional - quando estes compreendem os
saberes da ação, o reconhecimento de situações típicas, etc - como podem também não
estar bem ajustadas à realidade onde se encontram os estudantes, tornando-se assim um
obstáculo à aprendizagem (Riopel, 2006). É no seio da formação inicial, sobretudo no
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ensino das didáticas (geral e específicas) que se encontra o momento adequado para se
identificar essas representações, compreendê-las e, também, transformá-las.
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Mas não bastam conteúdos do como fazer, é necessário aplicação, reinvenção. Neste
sentido é que apostamos no caminho da pesquisa-ação que, no seio dessas disciplinas –
da Didática geral e das específicas – poderão os alunos mobilizar, experimentar, aplicar
tais saberes por meio de pequenas intervenções na escola.
Concluindo
Cremos ter respondido às nossas principais indagações presentes no começo deste trabalho:
Como se constrói a identidade profissional docente? Que condições, no curso de formação
inicial, podem favorecer a construção dessa identidade? Qual o papel das disciplinas de
formação pedagógica, especificamente, da Didática geral e didáticas específicas, nesse
processo?
Como afirmado na problemática deste artigo, os licenciandos passam nos seus cursos por
uma formação demasiado fragmentária e isso reverbera fortemente na constituição de
suas identidades: de um lado, a ênfase dos bacharelados nos programas de pesquisa e um
certo ar de superioridade desta formação em detrimento do conhecimento didático-
pedagógico. De inicio parecem sentir-se mais especialistas em suas áreas disciplinares do
que propriamente professores. E de outro lado, a formação que passam a adquirir nas
faculdades e institutos de educação a partir das disciplinas pedagógicas que lhes colocam
diante do inevitável abismo: como sentir-se preparado para a hora do estágio e entrada na
profissão com uma formação assim dicotomizada?
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Bem, diante disso é normal que os alunos se queixem da formação que adquirem na
universidade. Em recente pesquisa realizada sobre constituição da profissionalidade
docente, no ano de 2011-2012, atestamos que os alunos criticam sobremaneira a
dicotomia ressaltada anteriormente e a ambiguidade na constituição de suas identidades:
o curso é excessivamente teórico e há pouco mergulho nas práticas de ensino. Além
disso, nos próprios institutos ou faculdades de educação as disciplinas didáticas são
excessivamente teóricas. Há que se pensar então na diminuição destas dificuldades
mediante o oferecimento de Didáticas e outros componente curriculares mais assentados
sobre o terreno pedagógico e mais aliados das escolas básicas.
Defendemos diante desta realidade o ensino de uma Didática transversalizada pelo saber
sensível e pela ludicidade e atravessada pelo método da pesquisa. Professores e alunos
juntos pensando a problemática escolar à luz das teorias pedagógicas mais significativas,
em busca de respostas para os desafios de ordem pedagógica e didática que atravessam a
escola pública na atualidade.
Referências
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Brasília: Ministério da Educação, 1996.
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Básica, em cursos de nível superior. Brasília: Ministério da Educação, 2000.
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Professora Associada da Faculdade de Educação da UFC e do Programa de Pós-Graduação em
Educação.
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Esta dissertação de mestrado foi publicada, em 1998, pela editora Unijuí no livro intitulado,
Alfabetização: uma visão construtivista e psicanalítica.
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parece evidenciar que, apesar das mulheres nos dias atuais terem ampliado a sua
inserção no mercado de trabalho, tal fato não representa uma mudança ideológica
significativa, ao ponto de incidir sobre conquistas de direitos e valorização social
efetiva.
Para tanto, fizemos uma opção preferencial pelo referencial psicanalítico
privilegiando a teoria do psicanalista, médico e educador João dos Santos (1913-1987)4,
que pertence à segunda geração de psicanalistas ligados a Freud, considerado hoje um
dos introdutores da Psicanálise e um dos fundadores do Grupo de Estudos Português de
Psicanálise. Sua obra nos coloca diante de uma visão integrada de desenvolvimento
humano, que envolve a educação na família, na escola e na comunidade, ao propor uma
pedagogia terapêutica. Nossa fonte de consulta foi à tese de doutoramento de Maria
Eugenia Carvalho e Branco e a obra de sua autoria intitulada, João dos Santos: a saúde
mental em Portugal – uma revolução de futuro. Nesse trabalho, a autora dá continuidade
de forma primorosa à divulgação da obra do psicanalista e humanista português que foi
o responsável pelo “enraizamento da Psiquiatria Infantil na Psicanálise” em Portugal
(Branco 2013, p. 13). O autor aludido adota uma posição de vanguarda, ao defender um
“avanço para a Psicologia e a Educação, quando propõe uma teoria do indivíduo e uma
Pedagogia que abrange as dimensões cognitiva e afetiva” (Holanda e Cavalcante, 2013,
p.166).
Ao adotar tal referencial fizemos uma opção pela pesquisa qualitativa, o que se
deve ao fato de nossa abordagem incidir sobre o universo psicossocial, fenomenológico
e multidisciplinar, na qual serão tratados de forma articulada: Laços Familiares,
Inserção no Trabalho, Constituição do Sujeito e Processo Educacional. O enfoque
interdisciplinar envolve a Sociologia, a Psicologia, a Educação, a Demografia e a
História. Sem esquecer, da preocupação de buscar os significados atribuídos pelos
sujeitos da investigação sobre família, trabalho, educação e sexualidade.
Por se tratar de um estudo sobre mudança social, envolve ainda uma dimensão
de historicidade, o que exige alguma incursão no campo da História, no que se refere ao
4
No exílio em Paris, durante o regime salazarista, terá convivido com psicanalistas franceses importantes
e se aproximado dos estudos de Piaget (1896-1980) e Wallon (1879-1963).
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O Referencial Santiano
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Como diz Branco (2010) o ser humano para João dos Santos tem uma dívida
impagável para com a mãe, no que é importante destacar que nesse aspecto ele vai ao
encontro do pensamento de Winnicott (1896 -1971). Para ele as bases da saúde mental
estavam na primeira infância. Ele é conhecido pela famosa frase “não há uma coisa
chamada bebê” ao intencionar dizer não há criança sem a mãe (que não precisa
necessariamente ser a biológica).
São as pessoas que nos permitem o deslocamento dos afetos mais diretos que
actuámos, primeiro, para com os pais, depois, para com os outros personagens
privilegiados, como os avós e os tios (...). Que os homens da família, os meus
inúmeros tios, tiveram uma importância grande na minha formação, é um facto
para mim ausente. Com a tia Elvira aprendi a comunicar na espiritualidade poética.
Com a tia Virgínia, a apreciar a inteligência dos homens cultos e a cultura que vem
nos livros. Com a tia Virgínia Farpelinha aprendi o catecismo. Com a tia Cecília, o
amor pelos animais. Com a tia Ermelinda aprendi a apreciar os petiscos; fazia
filhós, na véspera de Natal, quando eu ia almoçar com ela. Com a tia Aurora
aprendi a ler, como já contei, e outras coisas da vida, que talvez venha a contar.
Com a prima Amélia, que era como se fosse minha tia, aprendi a povoar o meu
espaço e a minha imaginação com aquilo que eu próprio crio e com as obras de
criação que me oferecem aqueles que estimo ( p. 104-105).
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para compreender a criança, pois sua formação psicanalítica estava ali para demonstrar
que essa compreensão viria, por vias que se recortam e se complementam. Desenvolve o
conceito de Pedagogia Terapêutica na mesma linha de pensamento que solicitava aos
psiquiatras e pedopsiquitaras, que tivessem uma intencionalidade pedagógica, por
considerar suas intervenções terem tanta importância que se localizavam antes como
condição possibilitante da ajuda terapêutica. Branco (2013) revela que nessa tônica ele
Desse modo, João dos Santos demonstra que a Pedagogia pode ser reconhecida
como uma área de conhecimento abrangente que pode atuar em diversos âmbitos da
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Ao usar tal tipo de argumento, o autor demonstra, que Freud rompe com a
concepção de subjetividade identificada com a consciência submetida à razão, na qual a
verdade residia no cogito cartesiano – penso, logo sou – para ser o lugar do ocultamento
de acordo com o cogito freudiano, como nos diz Lacan (apud Garcia-Roza, 1983, p. 23):
penso, onde não sou, portanto sou onde não penso. Ao deixar de privilegiar o Eu, Freud
faz uma ruptura com a filosofia moderna.
Nos seus escritos o leitor pode perceber que o autor anteviu um dos grandes
debates da atualidade sobre as novas configurações familiares, isto é, novas formas de
estabelecimento de parentalidade que não correspondem ao tradicional. Pois, como
psicanalista tinha consciência do debate que vinha ocorrendo desde o século XIX acerca
do lugar do lugar dos homens e das mulheres nas relações sociais, no trabalho e na
reprodução, nas questões demográficas que para Ceccarelli, (2007) “uma das
consequências desse reposicionamento social foi à emergência de um discurso, sem
dúvida revolucionário, a respeito do sexual cujo um dos expoentes é a psicanálise: Os
Três ensaios”. Nos três ensaios Freud defende a tese de que a sexualidade humana não
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é natural. A observação permitiu a Freud mostrar que a vida sexual da criança tem um
relevante papel na constituição da sua subjetivação.
No entanto, João dos Santos não se deixa aprisionar pela dificuldade de assimilar
as mudanças que não vão de encontro do modelo da família patriarcal estudada por
Freud. Nos seus escritos deixa transparecer que as dificuldades das pessoas de lidar com
as mudanças, nas relações interpessoais na família, sobretudo, ao relembrar seu passado
através das memórias da infância, se encontram relacionadas às questões narcísicas. Na
obra de Freud (1939) existe uma alusão sobre o “encantamento de [nossa] infância, que
nos é apresentada por [nossa] memória não imparcial como uma época de interrupta
felicidade” (p. 89). Em outras palavras, isso pode ser relacionado à dificuldade que as
pessoas possuem de lidar com a mudança, o novo, que está acontecendo e com
limitações de avaliar a violência do passado. Por esse motivo, Ceccarelli (2007) nos
adverte que as novas configurações familiares são consideradas ameaçadoras, devido
trazer o diferente, que por sua vez provoca o estranhamento. Por via de consequência,
podemos deduzir que esse estranhamento também chega na escola, nos seus gestores,
professores indo repercutir nos alunos.
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do tempo e atinge hoje uma dimensão mais considerável, o que nos leva a refletir sobre
as mudanças que vem ocorrendo na sociedade atual. Estas influenciam diretamente o
significado da família como instituição social, de modo que não podemos alimentar a
ilusão de que haja famílias passam à margem disso; ou seja, vivam sem interação com
essas mudanças, ao considerar que a tradicional configuração da família burguesa -
constituída pelo pai provedor, a mãe infatigável, carinhosa, dedicada aos trabalhos
domésticos e à educação dos filhos; sejam crianças ou adolescentes que, por sua vez,
entre o aconchego do lar e a escola, brincam e aprendem, felizes e despreocupadas - vai
deixando rapidamente de fazer parte do cenário atual da nossa sociedade. Como fica a
educação nesse novo contexto social? A elucidação do seu rumo e dinâmica social
necessita seguramente estabelecer pontos de conexão entre Família – Escola e Estado,
para que possamos entender hoje o seu significado social.
Laços Familiares
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Constituição do Sujeito
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No entanto, cabe aqui uma ressalva, que nos recomenda lembrar a posição de
Freud a respeito do tema Educação. Pois embora Freud tenha se preocupado com essa
dimensão da vida social no decorrer da sua obra, o número de páginas por ele escritas
em torno desse assunto não ultrapassa a marca de duas centenas. No início de sua obra,
Freud defendia a importância da Psicanálise para a Educação, e transmitia a crença de
que os ensinamentos psicanalíticos, transmitidos aos educadores, poderiam se constituir
em valioso instrumento de profilaxia das neuroses. Entretanto, no final da sua obra,
Freud já não defende mais esse pressuposto, ao concluir que não havia como prevenir o
aparecimento da neurose, através de boas orientações educacionais. Nesse sentido, a
educação existiria socialmente para normalizar as relações sociais, ou seja, para
imprimir-lhes direção e significação. Uma vez que o processo educacional, ao trabalhar
a construção do tipo psicológico padrão, não estará fazendo outra coisa, além de
reproduzir as normas sociais vigentes, abrindo assim, como nos ensina Foucault (2002)
o horizonte de instalação da anormalidade.
Da Normalista à Comerciária
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Tanto os homens quanto as mulheres Arapesh são seres pacíficos e segunda a antropóloga não existia
nenhuma distinção entre o comportamento masculino e feminino como se designa na cultura ocidental,
enquanto os Mundugumor os homens e as mulheres se desenvolviam como indivíduos agressivos. E por
último, os Tchambuli Margaret Mead se deparou com o inverso das características sexuais concernente a
uma cultura ocidental, pois as mulher exercia o papel de dominadora e responsável enquanto o homem
encarna o papel da submissão emocional.
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6
Boletim Trabalho no Comércio intitulado, Mulher Comerciária: Trabalho e Família, nº 5, Departamento
Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos, 2010, que apresentou como objetivo analisar as
desigualdades entre homens e mulheres no espaço de trabalho e ao exame das diferentes faces da
trabalhadora e seus arranjos familiares. O referido boletim foi elaborado utilizando os dados da Pesquisa
de Emprego e Desemprego - PED, resultante do convênio DIEESE/Seade/MTE – FAT e de parcerias
regionais no Distrito Federal e nas regiões metropolitanas de Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife,
Salvador, Fortaleza e São Paulo.
7
http://www.sinprocampinas.org.br. Consultado em 06/11/2012.
8
http://educacao.uol.com.br/noticias/2011/03/03/brasil-8-em-10-professores-da-educacao-basica-sao-
mulheres.htm. Site consultado em 06/11/2012.
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Lei de Diretrizes e Bases da Educação – LDB
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palpável essa valorização social da mulher professora, especialmente, da que lida com
crianças e adolescentes.
Reporto às reflexões de Libâneo (2008) para auxiliar a compreensão da atual
circunstância do trabalho docente implementada pelas ultimas políticas educacionais,
que contribui para a sua precarização, ao afirmar em seu artigo intitulado alguns
aspectos da política educacional do governo lula e sua repercussão no funcionamento
das escolas
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Considerações Finais
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A mulher que emerge nesta pesquisa tem sua subjetividade marcada pela busca
de um lugar social de maior autonomia profissional e de provedora da família. Ao lado
disso, já não aceita ser alvo de sujeição ao autoritarismo de homens educados na cultura
10
http://www.psiqweb.med.br/site/?area=NO/LerNoticia&idNoticia=188 Consultado em 10/06/2013.
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REFERÊNCIAS
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Educação: quatro olhares. São Paulo: Papirus, 2011.
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Janeiro: ZAHAR, 2004.
BRANCO, Maria Eugenia Carvalho. Vida, Pensamento e Obra de João dos Santos.
Lisboa, Livros Horizonte, 2010.
COSTA, Jurandir Freire. Sem fraude nem favor: estudos sobre o amor romântico. Rio
de Janeiro: Rocco, 1998.
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DEL PRIORE, Mary. História do Amor no Brasil. São Paulo. Contexto: 2006.
DEMO, Pedro. Dureza: pobreza política de mulheres pobres. São Paulo: Autores
Associados, 2005.
FREUD, Sigmund. Sobre as Teorias Sexuais Infantis (1908). Rio de Janeiro: Ed. Imago,
1980. (Edições Standard Brasileira Obras Completas de Sigmund Freud, v.9)
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SÓFOCLES, O mito do Édipo. In: Mitologia. São Paulo: Abril Cultural, 1973.
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